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ANÁLISE E COMENTÁRIO CRÍTICO À PRESENÇA DA BE NOS

RELATÓRIOS DA IGE Unidade 6 / 2ª parte

Respondendo à segunda tarefa da 6ª sessão de formação, fomos


verificar a presença da Biblioteca Escolar nos Relatórios de Avaliação
Externa da IGE, num período de 2008 a 2010:
Foi seleccionada a seguinte amostra, toda relativa a Escolas da
direcção Regional de Educação do Centro, e correspondente a
estabelecimentos de ensino do Concelho de Viseu:

- Agrupamento de Escolas de Silgueiros - 2008


- Agrupamento de Escolas de Abraveses - 2009
- Agrupamento de Escolas Grão Vasco – 2010

A partir de uma análise cuidada dos relatórios, constata-se que as


referências à Biblioteca Escolar variam significativamente de Agrupamento
para Agrupamento, tal como podemos verificar na tabela abaixo.

Referência (X) às BEs nos relatórios de Avaliação Externa do IGE

Relatório Agrup. de Escolas de Agrup de Escolas de Agrup. de Escolas Grão


Agrupamentos Silgueiros – Nov. 2008 Abraveses –Fev. 2009 Vasco – Maio 2010

Caracterização do X ____ X
Agrupamento
Prestação de serviço X ____ ____
educativo
Organização e gestão ____ ____ ____
escolar
Liderança X X X

Dez. 2010 Maria da Conceição Coelho Fonseca Borges


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RELATÓRIOS DA IGE Unidade 6 / 2ª parte

Capacidade de Auto-
regulação e melhoria do X ____ ____
Agrupamento
Participação e X ____ ____
Desenvolvimento cívico
Valorização do impacto X ____ ____
das aprendizagens
Articulação e X ____ ____
sequencialidade
Diferenciação e apoios ____ ____ ____

Abrangência do currículo
e valorização dos saberes ____ ____ ____
e da aprendizagem
Concepção, planeamento
e desenvolvimento da
____ ____ ____
actividade
Gestão dos recursos ____ ____ ____
humanos
Gestão dos recursos X ____ X
materiais e financeiros
Participação dos pais e
outros elementos da ____ ____ X
Comunidade Educativa
Visão e estratégia X ____ ____

Abertura à inovação X X X

Auto-avaliação X ____

Sustentabilidade do X ____ ____


processo
Considerações finais – X ____ X
Pontos fortes (implicitamente)

Da leitura da tabela, podemos concluir que o Agrupamento de Escolas de


Silgueiros, embora tenha obtido uma classificação satisfatória, em todos os domínios,
no relatório da IGE, a BE é bastante valorizada e realçada como uma estrutura que
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presta um serviço de qualidade “reconhecido interna e externamente”.


Contrariamente a todos os outros relatórios analisados e outros conhecidos, os
inspectores reconheceram o trabalho desenvolvido e distinguiram a BE das restantes
estruturas intermédias do Agrupamento por conhecer exactamente a sua missão, os
seus pontos fortes e fracos, constrangimentos ou oportunidades e auto-avaliar-se de
forma sistemática, “o Agrupamento já tem em curso um processo de avaliação da
biblioteca Escolar devidamente estruturado e consolidado, cujo impacto é visível na
qualidade do serviço educativo aí prestado.” Apetece dizer, então por que razão os
alunos deste Agrupamento baixam os níveis de sucesso de ano para ano? Pelo que li
no relatório, só a BE funciona com dinamismo por isso o sucesso não pode ser
significativo, um professor bibliotecário pode ser excelente mas só com a
colaboração dos restantes professores, direcção e encarregados de educação, poderão
colher resultados positivos significativos.
Em relação ao Agrupamento de Escolas Grão Vasco, a qualidade dos serviços
prestados à comunidade é apresentada genericamente, havendo necessidade de
reconhecer mérito em muitos outros serviços e estruturas pedagógicas. Apesar do
Muito Bom alcançado em todos os domínios avaliados pela IGE, a BE aparece
valorizada explicitamente, apenas em 5 tópicos avaliados, não sendo dada relevância
ao impacto desta na aprendizagem dos alunos.
No relatório do Agrupamento de Escolas de Abraveses, tal como na maioria dos
relatórios que conheço, a Biblioteca Escolar é vista apenas como um recurso físico ao
serviço da Escola/Agrupamento, não se vislumbrando qualquer referência ao
desempenho da equipa e/ou trabalho desenvolvido a favor da comunidade educativa.
Assim, não é perceptível neste documento, tal como não o é no anterior, o trabalho
desenvolvido pelas Bibliotecas Escolares, situação que revela, também, uma ausência
de articulação da IGE com o Ministério da Educação ao nível da intervenção da RBE,
que veio dotar as BEs não só de melhores equipamentos, como de um quadro
referencial de desempenho, que aponta para a sua intervenção directa na melhoria
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processo de ensino-aprendizagem, ministrado em cada Escola/Agrupamento. No


entanto, creio que, ainda que haja inspectores mais ou menos informados, quem
defende a BE nos painéis determina a sua inclusão superficial ou específica nos
relatórios da IGE, dando uso às suas competências de líder e gestor para apresentar o
impacto da BE, na aprendizagem dos alunos, através das evidências recolhidas e
apresentadas no MAABE.

Dez. 2010 Maria da Conceição Coelho Fonseca Borges

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