Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apresentação: Pôster
Geovana Brito Queiroz1; Ingrid Thalia Prado de Castro2; Matheus Dias Santos3;
Gabriela Leite Silva 4; Doalcey Rocha de Chagas 5
DOI: https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00548
Introdução
A mecanização agrícola consiste num dos fatores fundamentais de viabilização
econômica da maioria das explorações, e a busca da eficiência do sistema envolve diversas
ações que se resumem na redução do custo com aumento da produção (PRADO, 2002).
Segundo RIBEIRO (1997) otimizar o desempenho de máquinas agrícolas, principalmente nas
operações de preparo de solo, é fator fundamental para a redução dos custos de produção da
agricultura.
A utilização de máquinas agrícolas para promoção da melhoria nos sistemas gerenciais
e para o aproveitamento dos recursos produtivos torna a mecanização da agricultura, um dos
principais elementos, na modernização da agropecuária. (MATOS, 2007; VIEIRA;
BRIZOLLA, 2007; SANTOS; VALE, 2012).
1
Graduanda do curso de Agronomia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB,
geovanabritoq@hotmail.com
2
Graduanda do curso de Agronomia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB,
giycastro@gmail.com
3
Graduando do curso de Agronomia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB,
matheusdiassantos2013@gmail.com
4
Graduanda do curso de Agronomia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB,
gabriela.leitesilva@hotmail.com
5
Docente do Departamento de Engenharia Agrícola e Solos, UESB, Vitória da Conquista, BA.
doalcey@uesb.edu.br
O ensaio de trator em solo agrícola é uma das maneiras de obter informações,
principalmente no que diz respeito ao seu desempenho de tração. Esses ensaios visam à
obtenção de informações sobre o desempenho dos rodados, relacionados com as
características da interação com o solo (MIALHE, 1996).
Para Fessel (2003), o desempenho operacional das máquinas agrícolas é um complexo
conjunto de informações que determinam suas características ao executarem operações sob
determinadas condições de trabalho, como na interação direta com o solo. Essas informações
podem ser relativas à qualidade e quantidade de trabalho; e dinâmicas, relativas à potência e a
velocidade de trabalho.
Diante disso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influencia do solo sobre a
velocidade efetiva obtida em campo em relação a diferentes rotações.
Fundamentação Teórica
Nos tempos atuais, a existência de poucas tecnologias apropriadas à pequena
propriedade rural ou, até mesmo a falta de acesso a essas tecnologias têm levado ao uso de
práticas e técnicas incorretas, do ponto de vista ecológico e econômico, com consequente
empobrecimento dos solos agrícolas e redução das produtividades (FAO, 1992).
Para garantir um trabalho de preparo de área que atenda as necessidades da cultura é
preciso observar uma série de fatores, um deles é a velocidade de operação. O trator
convencional não possui um velocímetro para aferição da velocidade líquida, dessa forma
uma das maneiras de conseguir atingir o planejado é observando as indicações do fabricante
presentes no manual do trator ou em adesivos encontrados na lateral da cabine. Normalmente
cada uma das faixas de velocidades apresentadas para os grupos de marchas estão
relacionadas a rotações indicadas pelos fabricantes, então é necessário avaliar se estas mesmas
velocidades podem ser reproduzidas utilizando faixas de rotações diferenciadas, e se estas
mesmas poderiam ser influenciadas pelas condições do solo.
A velocidade de deslocamento é um dos fatores de extrema importância no
planejamento das operações agrícolas, influenciando diretamente no desempenho dos tratores.
A correta escolha da velocidade de deslocamento é fundamental para a qualidade das
operações, monitoramento do requerimento de potência, desligamento das rodas motrizes e
eficiência de tração (Molin et al., 2014).
Segundo Pequeno et al. (2012), as capacidades de campo teórica e efetiva, bem como
a potência do conjunto trator-grade na mobilização de Argissolo Amarelo apresentam
dependência com a variação da velocidade enquanto que a força de tração apresenta-se
relacionada com o ângulo de tração e a profundidade efetiva de trabalho.
Para aumentar a velocidade de deslocamento em pequenas proporções, normalmente o
operador eleva a rotação de trabalho, resultando em queda de torque do motor e aumento no
consumo de combustível. (ALMEIDA, 2010).
Metodologia
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus
de Vitória da Conquista, a localização geográfica está definida pelas coordenadas com
14º51’58”S e 40º50’22”W, sendo a altitude média de 923 m, clima tipo tropical de altitude
(Cwa), de acordo com Koppen e precipitação média anual de 717 mm (SEI, 2013). O solo foi
classificado como Gleissolo Franco - Argiloso apresentando umidade média de 15%.
Para a realização do trabalho foi utilizado um trator agrícola, marca New Holland,
modelo TL 95E, 4x2 com tração dianteira auxiliar acionada, potência máxima no motor de
73,6 kW (100 cv) a 2400 RPM devidamente lastrado para trabalhar em condições normais de
aração. Possui um torque máximo a 1400 rpm de 380 Nm. Foi realizada uma seleção das
marchas utilizadas para que as velocidades de aração e gradagem ficassem dentro do intervalo
adequado às operações. Desta forma, utilizou-se a Gama 2 do grupo de marchas reduzidas
com a 2ª marcha do grupo de velocidade do modelo, para corresponderem ao intervalo de 4,0
– 6,0 km h-1.
Utilizou-se uma grade de discos aradora marca Piccin, modelo GACR, com 12 discos
totais, com discos de 26 polegadas e um arado de 4 discos da marca Baldan modelo ARH (L)
com 4 discos de 28 polegadas.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com oito
tratamentos e quatro repetições, totalizando 32 parcelas com 40 m de comprimento cada uma.
Deixou-se uma bordadura de 5 m para realização de manobras. Cada tratamento constou de
uma das combinações possíveis entre as combinações dos implementos arado de disco ou
grade aradora com as rotações 1400, 1700, 2000 e 2300 (RPM) em esquema fatorial, com
quatro repetições cada uma.
As velocidades foram determinadas com o aparelho GPS (Global Positioning System),
Marca Garmim, modelo Etrex 10, coletando-se os valores de máxima e mínima obtidos em
cada repetição.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias que
diferiram entre si, pelo teste F, foram comparadas pelo Teste de Tukey em nível de 5% de
significância e regressão polinomial utilizando o programa SISVAR versão 5.6.
Resultados e Discussões
No que se refere à velocidade média efetiva, houve diferença significativa entre os
implementos (Tabela 1). A grade aradora chegou muito próxima da velocidade mínima
planejada para a realização do trabalho que foi 4 km/h no grupo de marchas selecionados. Isso
ocorreu pelo fato do arado realizar o preparo primário do solo em uma profundidade maior,
com revolvimento do solo mais profundo, um trabalho mais grosseiro fazendo com que a
máquina trabalhe com uma velocidade menor, chegando a média de 2,78 km/h. A grade
aradora teve velocidade maior (3,83 km/h), pois trabalha mais superficialmente no solo
atuando no nivelamento do terreno, destruição de pequenos torrões, diferente do arado em que
os seus discos penetram mais profundamente no solo promovendo uma maior resistência e
com isso uma diminuição da velocidade.
Pequeno et al. (2012) verificaram para o desempenho do conjunto trator-grade que o
aumento da velocidade ocasionou diminuição da profundidade de trabalho, pelo efeito de
flutuação, ou seja, menor velocidade de deslocamento favorece maiores profundidades.
Tabela 1. Dados médios referentes à velocidade média efetiva do arado e grade aradora. Vitória da Conquista,
Bahia. Fonte: Própria
Tratamentos Velocidade Média (km/h)
Arado 2,78 b
Grade aradora 3,83 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
De acordo com a análise de regressão (Figura 1). Pode-se observar que com o aumento
da rotação, ocorre o aumento da velocidade, visto que para os dois implementos a rotação de
2000 rpm chegou próxima do mínimo planejado, e a rotação de 2300 rpm ficou dentro do que
foi definido como parâmetro.
Os resultados comparados pelas médias efetivas e planejadas indicam que o solo
influenciou na velocidade para todas as faixas estudadas e que é preciso trabalhar com
rotações maiores em preparo de solo para chegar à velocidade desejada quando o trabalho é
feito com uma determinada gama de marchas.
Segundo Lacerda & Reis (2018), o aumento da velocidade do trator, provocado pelo
incremento de rotação, reduz a efetividade de revolvimento do arado de aiveca. As aivecas
requerem baixa velocidade de operação para que o próprio solo promova o seu revolvimento.
Uma vez em altas velocidades, as aivecas apenas cortam o solo, impossibilitando-o que esse
se dobre sobre si mesmo. Isso mostra a importância de se conhecer o implemento a ser
utilizado e a forma correta de utilização.
Para Filho et al., (2013) a velocidade efetiva e a variação da velocidade apresentaram
significância no fator marchas. Com a mudança de marchas houve aumento da velocidade de
deslocamento, e em relação à velocidade teórica apresentada no catálogo. Com o aumento da
velocidade de deslocamento, a variação da velocidade foi maior.
6
5
Velocidades km/h
2 y = 0,0024x - 1,1177
1 R² = 0,9886
0
1400 1700 2000 2300
Rotações (RPM)
Conclusões
O solo influenciou na velocidade efetiva de trabalho nas diferentes rotações. Com o
aumento da rotação ocorreu o aumento da velocidade, para os dois implementos a rotação de
2000 rpm chegou próxima do mínimo planejado, e a rotação de 2300 rpm ficou dentro do que
foi definido.
Referências
ALMEIDA, R.A.S.; SILVA, C.A.T.; SILVA, S.L. Desempenho energético de um conjunto
tratorsemeadora em função do escalonamento de marchas e rotações do motor. Agrarian,
Dourados, v.3, n.7, p.63-70, 2010.