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VADE MECUM ESTRATÉGICO PARA POLÍCIA CIVIL/Escrivão e Agente da PCRN

Legislação compilada pelo Estratégia Concursos

Olá Guerreiros, tudo bem?


Aqui é o Prof. e Delegado de Polícia Civil de SP, Paulo Bilynskyj, em nome dos professores do Estratégia
Concursos, escrevo para apresentar este Vade Mecum Estratégico para concursos da Polícia Civil. Sabemos
que a leitura da lei seca é uma etapa importantíssima na sua preparação e, por este motivo, resolvemos
poupar o seu tempo e compilar a legislação para Escrivão e para Agente de Polícia Civil do Estado do Rio
Grande do Norte.
Para subsidiar a produção deste material, utilizamos o último edital do concurso, publicado em 2008.
Esperamos que você faça bom uso deste Vade Mecum Estratégico. Quando você estiver estudando as suas
aulas em vídeo ou em PDF, pode ser interessante fazer uma breve consulta aos dispositivos legais
mencionados pelo professor ou pelos exercícios. E, em algum momento dos seus estudos, vale a pena realizar
a leitura integral da norma.
Por fim, deixo o convite para que você conheça os nossos cursos completos em vídeo, livro digital (PDF) e
com acesso direto ao professor por meio do fórum de dúvidas. Acessando o link abaixo, você pode baixar as
aulas demonstrativas dos cursos e conhecer melhor o nosso trabalho. E, caso resolva adquirir, saiba que
você terá a nossa garantia de satisfação: caso não se adapte aos nossos cursos, basta solicitar seu o dinheiro
de volta nos primeiros 30 dias após a compra, e nós faremos o reembolso integral, mesmo que você já tenha
baixado alguns vídeos ou PDFs.

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Bons estudos!
Prof. Paulo Bilynskyj

E-mail: pbilynskyj@gmail.com
Facebook: Paulo Bilynskyj
Instagram: @paulobilynskyj
Youtube: Projeto Policial

Atualizado até 06 de dezembro de 2018.

Cursos Completos para Polícia Civil em: 1


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DIREITO CONSTITUCIONAL................................................................................................. 4
CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................................... 4
DIREITO PENAL ................................................................................................................ 91
CÓDIGO PENAL ................................................................................................................................ 91
DIREITO PROCESSUAL PENAL ......................................................................................... 147
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL....................................................................................................... 147
LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989. ............................................................................... 203
LEGISLAÇÃO ESPECIAL.................................................................................................... 204
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 ................................................................................... 204
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. ....................................................................................... 214
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. ...................................................................................... 216
LEI Nº 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1968. ................................................................................. 218
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. ................................................................................. 218
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997. ........................................................................................... 221
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. ....................................................................................... 222
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 ................................................................................. 264
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013. .................................................................................... 278
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. ....................................................................................... 283
LEI Nº 7.492, DE 16 DE JUNHO DE 1986. ...................................................................................... 284
LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965. ....................................................................................... 288
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. ............................................................................. 295
LEI N° 7.210 DE 11 DE JULHO DE 1984 .......................................................................................... 302
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. ................................................................................ 329
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. ................................................................................ 392
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. ....................................................................................... 407
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. ................................................................................ 413
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995. ................................................................................ 424
DECRETO Nº 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992 .......................................................................... 433
LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999. ....................................................................................... 434

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LEI Nº 12.037, DE 1º DE OUTUBRO DE 2009. ................................................................................ 438


LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990. ............................................................................... 439
LEI COMPLEMENTAR Nº 270, DE 13 DE FEVEREIRO DE 2004. ...................................................... 442

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II - garantir o desenvolvimento nacional;


DIREITO CONSTITUCIONAL
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE discriminação.
1988.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
PREÂMBULO internacionais pelos seguintes princípios:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em I - independência nacional;


Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos II - prevalência dos direitos humanos;
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores III - autodeterminação dos povos;
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, IV - não-intervenção;
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
V - igualdade entre os Estados;
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL.
VI - defesa da paz;
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais VII - solução pacífica dos conflitos;

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
fundamentos:
X - concessão de asilo político.

I - a soberania; Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a


integração econômica, política, social e cultural dos povos da
II - a cidadania; América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
III - a dignidade da pessoa humana;
TÍTULO II
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
V - o pluralismo político. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
termos desta Constituição. residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição;
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
solidária; coisa senão em virtude de lei;

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III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
desumano ou degradante; locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
anonimato; exigido prévio aviso à autoridade competente;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à vedada a de caráter paramilitar;
imagem;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, interferência estatal em seu funcionamento;
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as XXI - as entidades associativas, quando expressamente
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; judicial ou extrajudicialmente;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, XXII - é garantido o direito de propriedade;


científica e de comunicação, independentemente de censura
ou licença; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
dano material ou moral decorrente de sua violação; interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar competente poderá usar de propriedade particular,
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas desde que trabalhada pela família, não será objeto de
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
investigação criminal ou instrução processual penal; atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
estabelecer; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
exercício profissional;
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele atividades desportivas;
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

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b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico c) a soberania dos veredictos;


das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
associativas; contra a vida;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
privilégio temporário para sua utilização, bem como sem prévia cominação legal;
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
direitos e liberdades fundamentais;
XXX - é garantido o direito de herança;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou
dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
favorável a lei pessoal do "de cujus";
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do como crimes hediondos, por eles respondendo os
consumidor; mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo constitucional e o Estado Democrático;
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
pagamento de taxas: perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de patrimônio transferido;
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para entre outras, as seguintes:
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal; a) privação ou restrição da liberdade;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário b) perda de bens;


lesão ou ameaça a direito;
c) multa;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada;
d) prestação social alternativa;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;


e) suspensão ou interdição de direitos;

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a


XLVII - não haverá penas:
organização que lhe der a lei, assegurados:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos
a) a plenitude de defesa;
do art. 84, XIX;

b) o sigilo das votações;


b) de caráter perpétuo;

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c) de trabalhos forçados; competente, salvo nos casos de transgressão militar ou


crime propriamente militar, definidos em lei;
d) de banimento;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
e) cruéis; serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais
apenado; o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da família e de advogado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física
e moral; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis
por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
possam permanecer com seus filhos durante o período de LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
amamentação; autoridade judiciária;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
político ou de opinião;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
autoridade competente; em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem
o devido processo legal; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e corpus ou habeas data, quando o responsável pela
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória; a) partido político com representação no Congresso
Nacional;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública,
associados;
se esta não for intentada no prazo legal;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a


LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
social o exigirem;
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
LXXII - conceder-se-á habeas data:
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária

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a) para assegurar o conhecimento de informações relativas CAPÍTULO II


à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos DOS DIREITOS SOCIAIS
de dados de entidades governamentais ou de caráter
público; Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de entidade de que o Estado participe, à moralidade de outros que visem à melhoria de sua condição social:
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
de custas judiciais e do ônus da sucumbência; ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que
preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na III - fundo de garantia do tempo de serviço;
sentença;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
forma da lei: sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
a) o registro civil de nascimento; com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
b) a certidão de óbito;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas trabalho;
data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania. VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo;
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
garantam a celeridade de sua tramitação. que percebem remuneração variável;

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração
fundamentais têm aplicação imediata. integral ou no valor da aposentadoria;

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime
República Federativa do Brasil seja parte. sua retenção dolosa;

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos da empresa, conforme definido em lei;
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. XII - salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a após a extinção do contrato de trabalho;
compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho; a) (Revogada).

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em b) (Revogada).


turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos cor ou estado civil;
domingos;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no salário e critérios de admissão do trabalhador portador de
mínimo, em cinquenta por cento à do normal; deficiência;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico
um terço a mais do que o salário normal; e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre
salário, com a duração de cento e vinte dias; a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; quatorze anos;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
incentivos específicos, nos termos da lei; vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV,
VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
normas de saúde, higiene e segurança; lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
insalubres ou perigosas, na forma da lei; nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social.
XXIV - aposentadoria;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado
o seguinte:
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
escolas; I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos
intervenção na organização sindical;
de trabalho;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical,


XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
em qualquer grau, representativa de categoria profissional
ou econômica, na mesma base territorial, que será definida
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
empregador, sem excluir a indenização a que este está podendo ser inferior à área de um Município;
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os judiciais ou administrativas;

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IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
tratando de categoria profissional, será descontada em de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
folha, para custeio do sistema confederativo da de seu país;
representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a República Federativa do Brasil;
sindicato;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas brasileira, desde que sejam registrados em repartição
negociações coletivas de trabalho; brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
organizações sindicais;
II - naturalizados:
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até brasileira, exigidas aos originários de países de língua
um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
nos termos da lei. idoneidade moral;

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
atendidas as condições que a lei estabelecer. ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram
a nacionalidade brasileira.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e § 1º Aos portugueses com residência permanente no País,
sobre os interesses que devam por meio dele defender. se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e previstos nesta Constituição.
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas Constituição.
da lei.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
de discussão e deliberação. II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é III - de Presidente do Senado Federal;
assegurada a eleição de um representante destes com a
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
direto com os empregadores.
V - da carreira diplomática;
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
VI - de oficial das Forças Armadas.

Art. 12. São brasileiros:


VII - de Ministro de Estado da Defesa

I - natos:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
que:

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I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, I - a nacionalidade brasileira;


em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
III - o alistamento eleitoral;
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao V - a filiação partidária;


brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
para permanência em seu território ou para o exercício de VI - a idade mínima de:
direitos civis;
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República República e Senador;
Federativa do Brasil.
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a e do Distrito Federal;
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
ter símbolos próprios.
d) dezoito anos para Vereador.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio


§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
todos, e, nos termos da lei, mediante:
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subseqüente.
I - plebiscito;
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
II - referendo; República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
III - iniciativa popular. até seis meses antes do pleito.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o


cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
II - facultativos para: Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
a) os analfabetos; eletivo e candidato à reeleição.

b) os maiores de setenta anos; § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes


condições:
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
da atividade;
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
durante o período do serviço militar obrigatório, os
conscritos. II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente,
no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

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§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para
cargo ou emprego na administração direta ou indireta. adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
corrupção ou fraude. disciplina e fidelidade partidária.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
temerária ou de manifesta má-fé. Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e
ou suspensão só se dará nos casos de: acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os
partidos políticos que alternativamente:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada
em julgado; I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos
II - incapacidade civil absoluta; em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto uma delas; ou
durarem seus efeitos;
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; Federação.

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos
ocorra até um ano da data de sua vigência. previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e
facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido
que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada
CAPÍTULO V
para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
TÍTULO III
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
Da Organização do Estado
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
CAPÍTULO I
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
preceitos:

Art. 18. A organização político-administrativa da República


I - caráter nacional;
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de termos desta Constituição.
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes;
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

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§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de econômica exclusiva;
origem serão reguladas em lei complementar.
VI - o mar territorial;
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação
da população diretamente interessada, através de plebiscito, VIII - os potenciais de energia hidráulica;
e do Congresso Nacional, por lei complementar.
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão
arqueológicos e pré-históricos;
de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
da lei.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios: administração direta da União, participação no resultado da
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
minerais no respectivo território, plataforma continental,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou
seus representantes relações de dependência ou aliança,
compensação financeira por essa exploração.
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura,
ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de
II - recusar fé aos documentos públicos;
fronteira, é considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização serão
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. reguladas em lei.

CAPÍTULO II Art. 21. Compete à União:


DA UNIÃO
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
Art. 20. São bens da União: organizações internacionais;

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a II - declarar a guerra e celebrar a paz;
ser atribuídos;
III - assegurar a defesa nacional;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
das fortificações e construções militares, das vias federais de
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
de limites com outros países, ou se estendam a território
intervenção federal;
estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
bélico;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,
VII - emitir moeda;
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios,
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

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VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as XVII - conceder anistia;


operações de natureza financeira, especialmente as de
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as
de previdência privada; calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
social; hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;)

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
inclusive habitação, saneamento básico e transportes
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, urbanos;
concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos nacional de viação;
institucionais;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, e de fronteiras;
concessão ou permissão:
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
aproveitamento energético dos cursos de água, em derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
articulação com os Estados onde se situam os potenciais
hidro energéticos; a) toda atividade nuclear em território nacional somente
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura Congresso Nacional;
aeroportuária;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre comercialização e a utilização de radioisótopos para a
portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
transponham os limites de Estado ou Território;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
internacional de passageiros; igual ou inferior a duas horas;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
existência de culpa;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
Pública dos Territórios;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o atividade de garimpagem, em forma associativa.
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como
prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
II - desapropriação;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
diversões públicas e de programas de rádio e televisão;

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III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo XXIII - seguridade social;
e em tempo de guerra;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão; XXV - registros públicos;

V - serviço postal; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
metais; modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
valores; para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
nos termos do art. 173, § 1°, III;
VIII - comércio exterior e interestadual;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
IX - diretrizes da política nacional de transportes; marítima, defesa civil e mobilização nacional;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, XXIX - propaganda comercial.
aérea e aeroespacial;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
XI - trânsito e transporte; Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; Distrito Federal e dos Municípios:

XIV - populações indígenas; I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão
de estrangeiros; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
garantia das pessoas portadoras de deficiência;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e
condições para o exercício de profissões; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos
Territórios, bem como organização administrativa destes; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
cultural;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia
nacionais;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
popular;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
qualquer de suas formas;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;


XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
garantias, convocação e mobilização das polícias militares e
corpos de bombeiros militares; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
abastecimento alimentar;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária
e ferroviária federais;

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IX - promover programas de construção de moradias e a XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
marginalização, promovendo a integração social dos setores deficiência;
desfavorecidos;
XV - proteção à infância e à juventude;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias
minerais em seus territórios; civis.

XII - estabelecer e implantar política de educação para a § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
segurança do trânsito. União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a § 2º A competência da União para legislar sobre normas
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal suas peculiaridades.
legislar concorrentemente sobre:
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
urbanístico;
CAPÍTULO III
II - orçamento; DOS ESTADOS FEDERADOS

III - juntas comerciais; Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas


Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
IV - custas dos serviços forenses; desta Constituição.

V - produção e consumo; § 1º São reservadas aos Estados as competências que não


lhes sejam vedadas por esta Constituição.
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
ambiente e controle da poluição; concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, regulamentação.
turístico e paisagístico;
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar,
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
histórico, turístico e paisagístico; limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
pesquisa, desenvolvimento e inovação; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

X - criação, funcionamento e processo do juizado de I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,


pequenas causas; emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
XI - procedimentos em matéria processual;

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II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no CAPÍTULO IV


seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Dos Municípios
Municípios ou terceiros;
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
União. Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa
corresponderá ao triplo da representação do Estado na I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados simultâneo realizado em todo o País;
Federais acima de doze.
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art.
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e eleitores;
incorporação às Forças Armadas.
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei do ano subseqüente ao da eleição;
de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no
máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
espécie, para os Deputados Federais, observado o que observado o limite máximo de:
dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I. a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze
mil) habitantes;
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
secretaria, e prover os respectivos cargos. (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
habitantes;
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
legislativo estadual. c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000
(trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de habitantes;
Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil)
do ano anterior ao do término do mandato de seus habitantes;
antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do
ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de
art. 77. 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e
vinte mil) habitantes;
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro
cargo ou função na administração pública direta ou indireta, f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
ressalvada a posse em virtude de concurso público e 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000
observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (cento sessenta mil) habitantes;

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, (trezentos mil) habitantes;
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

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h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000
600.000 (seiscentos mil) habitantes; (sete milhões) de habitantes;

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000
(setecentos cinquenta mil) habitantes; (oito milhões) de habitantes; e

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
900.000 (novecentos mil) habitantes;
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal,
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
milhão e cinquenta mil) habitantes; III, e 153, § 2º, I;

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente,
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; observado o que dispõe esta Constituição, observados os
critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de seguintes limites máximos:
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
habitantes; máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do
subsídio dos Deputados Estaduais;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes,
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais Deputados Estaduais;
de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de
até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos
de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e Deputados Estaduais;
de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos
(quatro milhões) de habitantes; Deputados Estaduais;

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o
de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

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VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões
receita do Município; e um) habitantes.

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o
do Município; gasto com o subsídio de seus Vereadores.

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da § 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito


vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Municipal:
Constituição para os membros do Congresso Nacional e na
Constituição do respectivo Estado para os membros da I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste
Assembléia Legislativa; artigo;

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei
Câmara Municipal; Orçamentária

XII - cooperação das associações representativas no § 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da


planejamento municipal; Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse Art. 30. Compete aos Municípios:
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; I - legislar sobre assuntos de interesse local;

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda couber;
Constitucional nº 1, de 1992)
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade
Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados
os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes em lei;
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e
das transferências previstas no § 5 o do art. 153 e nos arts.
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior:
legislação estadual;

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até


V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
100.000 (cem mil) habitantes;
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre essencial;
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população e do Estado, programas de educação infantil e de ensino
entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos fundamental;
mil) habitantes;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e
um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população parcelamento e da ocupação do solo urbano;
entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
milhões) de habitantes;

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IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural Seção II


local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e DOS TERRITÓRIOS
estadual.
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder judiciária dos Territórios.
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos
na forma da lei. quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV
deste Título.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de
Municípios, onde houver. Contas da União.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil
as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará habitantes, além do Governador nomeado na forma desta
de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e
Câmara Municipal. segunda instância, membros do Ministério Público e
defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para
exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a CAPÍTULO VI
legitimidade, nos termos da lei. DA INTERVENÇÃO

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito
Contas Municipais. Federal, exceto para:

CAPÍTULO V I - manter a integridade nacional;


DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da
DO DISTRITO FEDERAL Federação em outra;

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
unidades da Federação;
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de
dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais,
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos
para mandato de igual duração.
em lei;
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
se o disposto no art. 27.
judicial;
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de
constitucionais:
bombeiros militar.

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a) forma republicana, sistema representativo e regime nomeará o interventor, será submetido à apreciação do
democrático; Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado,
no prazo de vinte e quatro horas.
b) direitos da pessoa humana;
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a
c) autonomia municipal; Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária,
no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
d) prestação de contas da administração pública, direta e
indireta. § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV,
dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
impostos estaduais, compreendida a proveniente de execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino restabelecimento da normalidade.
e nas ações e serviços públicos de saúde.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
União nos Municípios localizados em Território Federal, impedimento legal.
exceto quando:
CAPÍTULO VII
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
anos consecutivos, a dívida fundada; Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
nas ações e serviços públicos de saúde;
também, ao seguinte:
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
para assegurar a observância de princípios indicados na
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de
lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
ordem ou de decisão judicial.

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de


Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra livre nomeação e exoneração;
o Poder Judiciário;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, anos, prorrogável uma vez, por igual período;
de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
representação do Procurador-Geral da República, na
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei carreira;
federal.
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
IV - (Revogado)
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
o prazo e as condições de execução e que, se couber,

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destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
assessoramento; público não serão computados nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre
associação sindical; XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II,
definidos em lei específica; 153, III, e 153, § 2º, I;

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá exceto, quando houver compatibilidade de horários,
os critérios de sua admissão; observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo a) a de dois cargos de professor;


determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
científico;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de
que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa de saúde, com profissões regulamentadas;
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e
funções e abrange autarquias, fundações, empresas
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
funções e empregos públicos da administração direta, sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos público;
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, precedência sobre os demais setores administrativos, na
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra forma da lei;
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio de economia mista e de fundação, cabendo à lei
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do atuação;
Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
anterior, assim como a participação de qualquer delas em
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
empresa privada;
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
obras, serviços, compras e alienações serão contratados
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
mediante processo de licitação pública que assegure
Poder Executivo;
igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
pessoal do serviço público; técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.

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XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter cabendo à lei dispor sobre:
educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que I - o prazo de duração do contrato;
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos. II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade III - a remuneração do pessoal."
responsável, nos termos da lei.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
na administração pública direta e indireta, regulando receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
especialmente: Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral.
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142
interna, da qualidade dos serviços; com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
informações sobre atos de governo, observado o disposto no declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
art. 5º, X e XXXIII;
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
III - a disciplina da representação contra o exercício remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
administração pública.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
penal cabível. Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações e dos Vereadores.
de ressarcimento.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos aplicam-se as seguintes disposições:
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
responsável nos casos de dolo ou culpa. distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

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II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua exigir.
remuneração;
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
III - investido no mandato de Vereador, havendo Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
a norma do inciso anterior; espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, X e XI.
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a
por merecimento; menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os valores serão determinados como se no § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
exercício estivesse. anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos
cargos e empregos públicos.
Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios disciplinará a aplicação de recursos
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os orçamentários provenientes da economia com despesas
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
da administração pública direta, das autarquias e das produtividade, treinamento e desenvolvimento,
fundações públicas. modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os produtividade.
Municípios instituirão conselho de política de administração
e remuneração de pessoal, integrado por servidores § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
designados pelos respectivos Poderes. carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,
componentes do sistema remuneratório observará: dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
dos cargos componentes de cada carreira; contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto
II - os requisitos para a investidura;
neste artigo.
III - as peculiaridades dos cargos.
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento 17:
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
I - por invalidez permanente, sendo os proventos
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
entre os entes federados.
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou

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aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
complementar; até o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos limite, caso aposentado à data do óbito
no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas
as seguintes condições: II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
contribuição, se mulher; setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
em atividade na data do óbito.
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
tempo de contribuição. preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em municipal será contado para efeito de aposentadoria e o
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para tempo de serviço correspondente para efeito de
a concessão da pensão. disponibilidade.

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
ocasião da sua concessão, serão consideradas as contagem de tempo de contribuição fictício.
remunerações utilizadas como base para as contribuições do
servidor aos regimes de previdência de que tratam este § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
artigo e o art. 201, na forma da lei. proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo de previdência social, e ao montante resultante da adição de
regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos proventos de inatividade com remuneração de cargo
definidos em leis complementares, os casos de servidores: acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo
I portadores de deficiência; eletivo.

II que exerçam atividades de risco; § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará,
no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
geral de previdência social.
que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em


§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no §
bem como de outro cargo temporário ou de emprego
1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente
público, aplica-se o regime geral de previdência social.
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
desde que instituam regime de previdência complementar
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
para os seus respectivos servidores titulares de cargo
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a
efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime
pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
de previdência previsto neste artigo.
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão
por morte, que será igual:

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§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o II - mediante processo administrativo em que lhe seja
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder assegurada ampla defesa;
Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades III - mediante procedimento de avaliação periódica de
fechadas de previdência complementar, de natureza pública, desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
que oferecerão aos respectivos participantes planos de ampla defesa.
benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga,
disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
tiver ingressado no serviço público até a data da publicação indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
do ato de instituição do correspondente regime de disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
previdência complementar. serviço.

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
atualizados, na forma da lei. proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido obrigatória a avaliação especial de desempenho por
para os benefícios do regime geral de previdência social de comissão instituída para essa finalidade.
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos. Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha DOS TERRITÓRIOS
completado as exigências para aposentadoria voluntária
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, Federal e dos Territórios.
II.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as
de previdência social para os servidores titulares de cargos disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as
regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
142, § 3º, X. oficiais conferidas pelos respectivos governadores.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei
de pensão que superem o dobro do limite máximo específica do respectivo ente estatal.
estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
Seção IV
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de
DAS REGIÕES
doença incapacitante.
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social,
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
visando a seu desenvolvimento e à redução das
virtude de concurso público.
desigualdades regionais.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:


§ 1º - Lei complementar disporá sobre:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

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I - as condições para integração de regiões em da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
desenvolvimento; Deputados.

II - a composição dos organismos regionais que executarão, § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos
nacionais de desenvolvimento econômico e social, Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos
aprovados juntamente com estes. Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de
outros, na forma da lei: § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três
Senadores, com mandato de oito anos.
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de
custos e preços de responsabilidade do Poder Público; § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal
será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente,
II - juros favorecidos para financiamento de atividades por um e dois terços.
prioritárias;
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as
deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta
dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas de seus membros.
regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
Seção II
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos
e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação. Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as
TÍTULO IV matérias de competência da União, especialmente sobre:
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento
SEÇÃO I anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de
DO CONGRESSO NACIONAL curso forçado;

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento;
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro
anos.
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e
bens do domínio da União;
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas
em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
Assembléias Legislativas;
§ 1º O número total de Deputados, bem como a
representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano
VIII - concessão de anistia;
anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades

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IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da


Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e República e dos Ministros de Estado, observado o que
organização judiciária e do Ministério Público do Distrito dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
Federal; I;

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos
VI, b; planos de governo;

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de


administração pública; suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta;
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições face da atribuição normativa dos outros Poderes;
financeiras e suas operações;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida de emissoras de rádio e televisão;
mobiliária federal.
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Contas da União;
Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II;
153, III; e 153, § 2º, I. XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a
atividades nucleares;
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
gravosos ao patrimônio nacional; aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais;
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a
celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
pelo território nacional ou nele permaneçam terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei hectares.
complementar;
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de
a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
dias; subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, determinado, importando crime de responsabilidade a
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma ausência sem justificação adequada.
dessas medidas;
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos
delegação legislativa; com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de
seu Ministério.
VI - mudar temporariamente sua sede;
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; referidas no caput deste artigo, importando em crime de

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responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo d) Presidente e diretores do banco central;


de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
e) Procurador-Geral da República;
Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição
em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração diplomática de caráter permanente;
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da
República e os Ministros de Estado; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de
interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, Territórios e dos Municípios;
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites
globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
III - elaborar seu regimento interno; Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, VII - dispor sobre limites globais e condições para as
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e operações de crédito externo e interno da União, dos
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
respectiva remuneração, observados os parâmetros autarquias e demais entidades controladas pelo Poder
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; Público federal;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de
do art. 89, VII. garantia da União em operações de crédito externo e
interno;
Seção IV
DO SENADO FEDERAL IX - estabelecer limites globais e condições para o montante
da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: Municípios;

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei


República nos crimes de responsabilidade, bem como os declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Supremo Tribunal Federal;
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza
conexos com aqueles; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal antes do término de seu mandato;
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral XII - elaborar seu regimento interno;
da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
pública, a escolha de: respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo do art. 89, VII.
Presidente da República;
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema
c) Governador de Território; Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes,

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e o desempenho das administrações tributárias da União, respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, I - desde a expedição do diploma:
com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função
pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito
público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
Seção V mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas
votos. entidades constantes da alínea anterior;

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do II - desde a posse:


diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo
Tribunal Federal. a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do jurídica de direito público, ou nela exercer função
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em remunerada;
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
sobre a prisão.
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por entidades a que se refere o inciso I, "a";
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal
Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
partido político nela representado e pelo voto da maioria de
eletivo.
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias
artigo anterior;
do seu recebimento pela Mesa Diretora.

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o


§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição,
decoro parlamentar;
enquanto durar o mandato.

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à


§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer,
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
salvo licença ou missão por esta autorizada;
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
lhes confiaram ou deles receberam informações.
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
Senadores, embora militares e ainda que em tempo de V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos
guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. nesta Constituição;

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada
durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas em julgado.
mediante o voto de dois terços dos membros da Casa

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§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão
casos definidos no regimento interno, o abuso das transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional recaírem em sábados, domingos ou feriados.
ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado
Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
respectiva Mesa ou de partido político representado no Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. sessão conjunta para:

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será I - inaugurar a sessão legislativa;
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
partido político representado no Congresso Nacional, serviços comuns às duas Casas;
assegurada ampla defesa.
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que Presidente da República;
vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste
artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
de que tratam os §§ 2º e 3º.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da
legislatura, para a posse de seus membros e eleição das
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a
Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão subseqüente.
diplomática temporária;
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão
para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
dias por sessão legislativa.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de se-á:
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença
superior a cento e vinte dias.
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação
de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á autorização para a decretação de estado de sítio e para o
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente
para o término do mandato. da República;

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da
optar pela remuneração do mandato. Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas,
Seção VI em caso de urgência ou interesse público relevante, em
DAS REUNIÕES todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na
Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso
agosto a 22 de dezembro. Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi
convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo,
vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da
convocação.

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§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da


convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão representação partidária.
elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.
Seção VIII
Seção VII DO PROCESSO LEGISLATIVO
DAS COMISSÕES Subseção I
Disposição Geral
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de
que resultar sua criação. I - emendas à Constituição;

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é II - leis complementares;


assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que III - leis ordinárias;
participam da respectiva Casa.
IV - leis delegadas;
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
cabe:
V - medidas provisórias;

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do


VI - decretos legislativos;
regimento, a competência do Plenário, salvo se houver
recurso de um décimo dos membros da Casa;
VII - resoluções.
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade
civil; Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações
sobre assuntos inerentes a suas atribuições; Subseção II
Da Emenda à Constituição
IV - receber petições, reclamações, representações ou
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
proposta:
autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais
e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das


§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas,
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
pela maioria relativa de seus membros.
além de outros previstos nos regimentos das respectivas
Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
requerimento de um terço de seus membros, para a intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de
apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas sítio.
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do
criminal dos infratores. Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa respectivos membros.
do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última
sessão ordinária do período legislativo, com atribuições
definidas no regimento comum, cuja composição

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§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
respectivo número de ordem.
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico,
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda provimento de cargos, promoções, estabilidade,
tendente a abolir: remuneração, reforma e transferência para a reserva.

I - a forma federativa de Estado; § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação
à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
III - a separação dos Poderes; décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

IV - os direitos e garantias individuais. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da


República poderá adotar medidas provisórias, com força de
lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada
Nacional.
ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
Subseção III
Das Leis I – relativa a:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos
cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos políticos e direito eleitoral;
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos b) direito penal, processual penal e processual civil;
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e
aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
Constituição. carreira e a garantia de seus membros;

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
leis que: créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto
no art. 167, § 3º;
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança
II - disponham sobre: popular ou qualquer outro ativo financeiro;

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na III – reservada a lei complementar;


administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração; IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária Presidente da República.
e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração
dos Territórios; § 2º Medida provisória que implique instituição ou
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I,
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
jurídico, provimento de cargos, estabilidade e seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
aposentadoria; daquele em que foi editada.

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11
da União, bem como normas gerais para a organização do e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem
Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável,
Distrito Federal e dos Territórios; nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o

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Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as II - nos projetos sobre organização dos serviços
relações jurídicas delas decorrentes. administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação
da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa
de recesso do Congresso Nacional. do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Deputados.
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá
de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para
constitucionais. apreciação de projetos de sua iniciativa.

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado
quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-
das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva
que se ultime a votação, todas as demais deliberações Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
legislativas da Casa em que estiver tramitando. determinado, até que se ultime a votação.

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias,
dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de
Câmara dos Deputados. código.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, pela outra, em um só turno de discussão e votação, e
antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha iniciadora.
perdido sua eficácia por decurso de prazo.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,
até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de aquiescendo, o sancionará.
medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no
conservar-se-ão por ela regidas. todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará,
original da medida provisória, esta manter-se-á dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o Federal os motivos do veto.
projeto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista: artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º; Presidente da República importará sanção.

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de


trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser

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rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Seção IX


Senadores. DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para
promulgação, ao Presidente da República. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, administração direta e indireta, quanto à legalidade,
o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito interno de cada Poder.
horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e §
5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou
fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
fazê-lo. gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado assuma obrigações de natureza pecuniária.
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
Nacional. ao qual compete:

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente
da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso da República, mediante parecer prévio que deverá ser
Nacional. elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência II - julgar as contas dos administradores e demais
exclusiva do Congresso Nacional, os de competência responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a administração direta e indireta, incluídas as fundações e
matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal,
sobre: e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a público;
carreira e a garantia de seus membros;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
eleitorais; direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para
cargo de provimento em comissão, bem como a das
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
orçamentos.
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados,
conteúdo e os termos de seu exercício.
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
qualquer emenda.
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria


V - fiscalizar as contas nacionais das empresas
absoluta.
supranacionais de cujo capital social a União participe, de
forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

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VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão,
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional
Município; sua sustação.

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art.
resultados de auditorias e inspeções realizadas; 96. .

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa requisitos:
proporcional ao dano causado ao erário;
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as idade;
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade; II - idoneidade moral e reputação ilibada;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao econômicos e financeiros ou de administração pública;
Senado Federal;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades atividade profissional que exija os conhecimentos
ou abusos apurados. mencionados no inciso anterior.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de escolhidos:
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no auditores e membros do Ministério Público junto ao
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antigüidade e merecimento;
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de
débito ou multa terão eficácia de título executivo. II - dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, § 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as


trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,
vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, pensão, as normas constantes do art. 40.
ainda que sob a forma de investimentos não programados
ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade § 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as
governamental responsável que, no prazo de cinco dias, mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no
preste os esclarecimentos necessários. exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de
Tribunal Regional Federal.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de manterão, de forma integrada, sistema de controle interno
trinta dias. com a finalidade de:

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I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
plurianual, a execução dos programas de governo e dos registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
orçamentos da União; votos, não computados os em branco e os nulos.

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
patrimonial nos órgãos e entidades da administração após a proclamação do resultado, concorrendo os dois
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
entidades de direito privado; que obtiver a maioria dos votos válidos.

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
garantias, bem como dos direitos e haveres da União; desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-
se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional. § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer,
em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem votação, qualificar-se-á o mais idoso.
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
de responsabilidade solidária. tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando
o compromisso de manter, defender e cumprir a
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo
sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Brasil.
da União.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de
que couber, à organização, composição e fiscalização dos força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem vago.
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por
sete Conselheiros. Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
CAPÍTULO II complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele
DO PODER EXECUTIVO convocado para missões especiais.
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-
Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal
e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano a última vaga.
anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta
Vice-Presidente com ele registrado. dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
forma da lei.

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§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se
período de seus antecessores. necessário, dos órgãos instituídos em lei;

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da
da sua eleição. Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los
para os cargos que lhes são privativos;
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não
poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
País por período superior a quinze dias, sob pena de perda Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
do cargo. Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-
Geral da República, o presidente e os diretores do banco
Seção II central e outros servidores, quando determinado em lei;
Das Atribuições do Presidente da República
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da do Tribunal de Contas da União;
República:
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; Constituição, e o Advogado-Geral da União;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
superior da administração federal; termos do art. 89, VII;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
previstos nesta Constituição; Conselho de Defesa Nacional;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a
mobilização nacional;
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
Congresso Nacional;
a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar
seus representantes diplomáticos;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais,
orçamento previstos nesta Constituição;
sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro


IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso
da lei;
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
expondo a situação do País e solicitando as providências que
julgar necessárias;

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XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
termos do art. 62; julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta processo.
Constituição.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar infrações comuns, o Presidente da República não estará
as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira sujeito a prisão.
parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
os limites traçados nas respectivas delegações. não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções.
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Constituição Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
Federal e, especialmente, contra: brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos
direitos políticos.
I - a existência da União;
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das
unidades da Federação; I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
órgãos e entidades da administração federal na área de sua
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; competência e referendar os atos e decretos assinados pelo
Presidente da República;
IV - a segurança interna do País;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e
V - a probidade na administração; regulamentos;

VI - a lei orçamentária; III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de


sua gestão no Ministério;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial,
que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios
e órgãos da administração pública.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Seção V
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA
Federal, nos crimes de responsabilidade. NACIONAL
Subseção I
Do Conselho da República
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de


I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
consulta do Presidente da República, e dele participam:
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;

I - o Vice-Presidente da República;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do
processo pelo Senado Federal.
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

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III - o Presidente do Senado Federal; VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica.
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados; § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de
celebração da paz, nos termos desta Constituição;
VI - o Ministro da Justiça;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e de sítio e da intervenção federal;
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos III - propor os critérios e condições de utilização de áreas
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três indispensáveis à segurança do território nacional e opinar
anos, vedada a recondução. sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e
nas relacionadas com a preservação e a exploração dos
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se recursos naturais de qualquer tipo;
sobre:
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e
a defesa do Estado democrático.
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas. § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
Conselho de Defesa Nacional.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de
Estado para participar da reunião do Conselho, quando CAPÍTULO III
constar da pauta questão relacionada com o respectivo DO PODER JUDICIÁRIO
Ministério. Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
Conselho da República. Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

Subseção II I - o Supremo Tribunal Federal;


Do Conselho de Defesa Nacional
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta
do Presidente da República nos assuntos relacionados com a II - o Superior Tribunal de Justiça;
soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele
participam como membros natos: II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;

I - o Vice-Presidente da República; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

III - o Presidente do Senado Federal; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

IV - o Ministro da Justiça; VI - os Tribunais e Juízes Militares;

V - o Ministro de Estado da Defesa; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios.
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
VII - o Ministro do Planejamento. Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.

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§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados
têm jurisdição em todo o território nacional. em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme
as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional,
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a
observados os seguintes princípios: noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros
dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus
todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no dependentes observarão o disposto no art. 40;
mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas
nomeações, à ordem de classificação; VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
autorização do tribunal;
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente,
por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do
normas: magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão
por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao
exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II
quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não
houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos estes, em casos nos quais a preservação do direito à
oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; intimidade do interessado no sigilo não prejudique o
interesse público à informação;
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá
recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar- voto da maioria absoluta de seus membros;
se a indicação;
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para
devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por metade das vagas por antigüidade e a outra metade por
antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na eleição pelo tribunal pleno;
última ou única entrância;
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado
IV previsão de cursos oficiais de preparação, férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau,
aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo funcionando, nos dias em que não houver expediente
etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a forense normal, juízes em plantão permanente;
participação em curso oficial ou reconhecido por escola
nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores população;
corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal

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XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos Art. 96. Compete privativamente:
de administração e atos de mero expediente sem caráter
decisório; I - aos tribunais:

XV a distribuição de processos será imediata, em todos os a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos
graus de jurisdição. internos, com observância das normas de processo e das
garantias processuais das partes, dispondo sobre a
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e jurisdicionais e administrativos;
Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos
de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da
dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista atividade correicional respectiva;
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas
classes. c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de
juiz de carreira da respectiva jurisdição;
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará
lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte d) propor a criação de novas varas judiciárias;
dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para
nomeação.
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e
títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
confiança assim definidos em lei;
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver membros e aos juízes e servidores que lhes forem
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial imediatamente vinculados;
transitada em julgado;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo
na forma do art. 93, VIII; respectivo, observado o disposto no art. 169:

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos a) a alteração do número de membros dos tribunais
arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. inferiores;

Parágrafo único. Aos juízes é vedado: b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados,
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
função, salvo uma de magistério; juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
participação em processo;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou Ministério Público, nos crimes comuns e de
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral.
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
aposentadoria ou exoneração. membros ou dos membros do respectivo órgão especial

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poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo
ou ato normativo do Poder Público. forem encaminhadas em desacordo com os limites
estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os aos ajustes necessários para fins de consolidação da
Estados criarão: proposta orçamentária anual.

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
execução de causas cíveis de menor complexidade e obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares
hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de ou especiais.
recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de
pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras adicionais abertos para este fim.
previstas na legislação.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos,
no âmbito da Justiça Federal. pensões e suas complementações, benefícios
previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez,
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades judicial transitada em julgado, e serão pagos com
específicas da Justiça. preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre
aqueles referidos no § 2º deste artigo.
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
administrativa e financeira. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares,
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias
grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais
demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para
os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
tribunais interessados, compete:
será pago na ordem cronológica de apresentação do
precatório.
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
respectivos tribunais;
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de
obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a judicial transitada em julgado.
aprovação dos respectivos tribunais.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as leis próprias, valores distintos às entidades de direito
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo público, segundo as diferentes capacidades econômicas,
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta geral de previdência social.
orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 1º deste artigo.

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§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
direito público, de verba necessária ao pagamento de seus incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, a incidência de juros compensatórios.
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus
seguinte, quando terão seus valores atualizados créditos em precatórios a terceiros, independentemente da
monetariamente. concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
disposto nos §§ 2º e 3º.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após
Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal
determinar o pagamento integral e autorizar, a de origem e à entidade devedora.
requerimento do credor e exclusivamente para os casos de
preterimento de seu direito de precedência ou de não § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei
alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do complementar a esta Constituição Federal poderá
seu débito, o sequestro da quantia respectiva. estabelecer regime especial para pagamento de crédito de
precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a forma e prazo de liquidação.
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de
responsabilidade e responderá, também, perante o § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
Conselho Nacional de Justiça. poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados,
Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares diretamente.
ou suplementares de valor pago, bem como o
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
para fins de enquadramento de parcela do total ao que aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento
dispõe o § 3º deste artigo. de suas respectivas receitas correntes líquidas com o
pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios,
independentemente de regulamentação, deles deverá ser § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins
abatido, a título de compensação, valor correspondente aos de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias,
débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e
constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública de serviços, de transferências correntes e outras receitas
devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da
ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em Constituição Federal, verificado no período compreendido
virtude de contestação administrativa ou judicial. pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência
e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades,
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal e deduzidas:
solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até
30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito
informação sobre os débitos que preencham as condições Federal e aos Municípios por determinação constitucional;
estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da determinação constitucional;
entidade federativa devedora, a entrega de créditos em
precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos
ente federado.
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de
seu sistema de previdência e assistência social e as receitas
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, provenientes da compensação financeira referida no § 9º do
a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, art. 201 da Constituição Federal.
até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de
da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
condenações judiciais em precatórios e obrigações de

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pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
média do comprometimento percentual da receita corrente diplomática de caráter permanente;
líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a
parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas
excetuada dos limites de endividamento de que tratam os referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e
incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de o habeas data contra atos do Presidente da República, das
quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do
aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da
receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
Federal.
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
por cento) do montante dos precatórios apresentados nos Território;
termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor
deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União
e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as
subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção respectivas entidades da administração indireta;
monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos
Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda
h) (Revogado)
recurso ou defesa judicial e que sejam observados os
requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente
federado. i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou
quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário
cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do
Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à
mesma jurisdição em uma única instância;
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada. l) a reclamação para a preservação de sua competência e
garantia da autoridade de suas decisões;
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal
serão nomeados pelo Presidente da República, depois de m) a execução de sentença nas causas de sua competência
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. originária, facultada a delegação de atribuições para a
prática de atos processuais;
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam
direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais
I - processar e julgar, originariamente: da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
entre estes e qualquer outro tribunal;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de
Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus
inconstitucionalidade;
próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma


c) nas infrações penais comuns e nos crimes de
regulamentadora for atribuição do Presidente da República,
responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes
do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas,
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,

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do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o do Distrito Federal;
Conselho Nacional do Ministério Público;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
II - julgar, em recurso ordinário:
VI - o Procurador-Geral da República;
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas
data e o mandado de injunção decididos em única instância VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
VIII - partido político com representação no Congresso
b) o crime político; Nacional;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito
decididas em única ou última instância, quando a decisão nacional.
recorrida:
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser
a) contrariar dispositivo desta Constituição; previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em
todos os processos de competência do Supremo Tribunal
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; Federal.

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
desta Constituição. medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada
ciência ao Poder competente para a adoção das providências
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para
fazê-lo em trinta dias.
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito
fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União,
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo que defenderá o ato ou texto impugnado.
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de § 4.º (Revogado)
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
esferas federal, estadual e municipal. membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
pela manifestação de dois terços de seus membros. cancelamento, na forma estabelecida em lei.

Art. 103. Podem propor a ação direta de § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e
inconstitucionalidade e a ação declaratória de a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja
constitucionalidade: controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança
I - o Presidente da República; jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica.
II - a Mesa do Senado Federal;
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a
aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser

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provocada por aqueles que podem propor a ação direta de XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação
inconstitucionalidade. ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
pelo Senado Federal.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar
a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo
reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja
proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo
caso. Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15
(quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas
1 (uma) recondução, sendo: neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação


administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-
respectivo tribunal; lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura:
III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado
pelo respectivo tribunal; I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
Supremo Tribunal Federal; recomendar providências;

V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário,
Superior Tribunal de Justiça; podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas
VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de
da União;
Justiça;

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou


VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo
órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
Tribunal Superior do Trabalho;
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder
IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do
público ou oficializados, sem prejuízo da competência
Trabalho;
disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
Procurador-Geral da República; proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido
pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra
indicados pelo órgão competente de cada instituição a administração pública ou de abuso de autoridade;
estadual;
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
Ordem dos Advogados do Brasil; menos de um ano;

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VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e
processos e sentenças prolatadas, por unidade da um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça,
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

VII elaborar relatório anual, propondo as providências que II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros
julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser
remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
sessão legislativa.
I - processar e julgar, originariamente:
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a
função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do
distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Magistratura, as seguintes: Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
interessado, relativas aos magistrados e aos serviços membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
judiciários; Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem
perante tribunais;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de
correição geral; b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais,
inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for
qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de
República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Advogados do Brasil. Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
criará ouvidorias de justiça, competentes para receber ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus vinculados a tribunais diversos;
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho
Nacional de Justiça. e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
julgados;
Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA f) a reclamação para a preservação de sua competência e
garantia da autoridade de suas decisões;
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no
mínimo, trinta e três Ministros. g) os conflitos de atribuições entre autoridades
administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do
serão nomeados pelo Presidente da República, dentre Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
Senado Federal, sendo: autoridade federal, da administração direta ou indireta,
excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral,
da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

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i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de II - os Juízes Federais.


exequatur às cartas rogatórias;
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no
II - julgar, em recurso ordinário: mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos cinco anos, sendo:
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
for denegatória; I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional e membros do Ministério
b) os mandados de segurança decididos em única instância Público Federal com mais de dez anos de carreira;
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando II - os demais, mediante promoção de juízes federais com
denegatória a decisão; mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e
merecimento, alternadamente.
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos
ou pessoa residente ou domiciliada no País; Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e
sede.
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única
ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, itinerante, com a realização de audiências e demais funções
quando a decisão recorrida: da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; e comunitários.

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar
lei federal; descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja em todas as fases do processo.
atribuído outro tribunal.
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de
Justiça: I - processar e julgar, originariamente:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da
Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
na carreira; União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados
forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da seus ou dos juízes federais da região;
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do
decisões terão caráter vinculante. próprio Tribunal ou de juiz federal;

Seção IV d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz


DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES federal;
FEDERAIS
e) os conflitos de competência entre juízes federais
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: vinculados ao Tribunal;

I - os Tribunais Regionais Federais;

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II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos XI - a disputa sobre direitos indígenas.
juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da
competência federal da área de sua jurisdição. § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na
seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor,
empresa pública federal forem interessadas na condição de naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e Distrito Federal.
à Justiça do Trabalho;
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou que forem parte instituição de previdência social e segurado,
residente no País; sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal,
e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com outras causas sejam também processadas e julgadas pela
Estado estrangeiro ou organismo internacional; justiça estadual.

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas jurisdição do juiz de primeiro grau.
as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral; § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de
V - os crimes previstos em tratado ou convenção assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
internacional, quando, iniciada a execução no País, o tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal
reciprocamente; de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o Federal.
§ 5º deste artigo;
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos constituirá uma seção judiciária que terá por sede a
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem respectiva Capital, e varas localizadas segundo o
econômico-financeira; estabelecido em lei.

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as
competência ou quando o constrangimento provier de atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a da justiça local, na forma da lei.
outra jurisdição;
Seção V
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais
de autoridade federal, excetuados os casos de competência do Trabalho e dos Juízes do Trabalho
dos tribunais federais;
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves,
ressalvada a competência da Justiça Militar; I - o Tribunal Superior do Trabalho;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de II - os Tribunais Regionais do Trabalho;


estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o
"exequatur", e de sentença estrangeira, após a III - Juizes do Trabalho.
homologação, as causas referentes à nacionalidade,
inclusive a respectiva opção, e à naturalização; §§ 1º a 3º (Revogados)

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Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos,
vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, empregadores;
de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo
Presidente da República após aprovação pela maioria IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data ,
absoluta do Senado Federal, sendo: quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
jurisdição;
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional e membros do Ministério V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
exercício, observado o disposto no art. 94;
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do decorrentes da relação de trabalho;
Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados
pelo próprio Tribunal Superior. VII as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior relações de trabalho;
do Trabalho.
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes
das sentenças que proferir;
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e na forma da lei.
promoção na carreira;
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe eleger árbitros.
exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,
do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de como as convencionadas anteriormente.
sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
Regional do Trabalho.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
jurisdição, competência, garantias e condições de exercício respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República
dos órgãos da Justiça do Trabalho. dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e
cinco anos, sendo:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os efetiva atividade profissional e membros do Ministério
entes de direito público externo e da administração pública Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e exercício, observado o disposto no art. 94;
dos Municípios;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; antigüidade e merecimento, alternadament

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§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça I - mediante eleição, pelo voto secreto:
itinerante, com a realização de audiências e demais funções
de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos Justiça;
e comunitários.
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar Tribunal de Justiça;
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
em todas as fases do processo. Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo,
de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida Regional Federal respectivo;
por um juiz singular.
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados) juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e
o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e
I - o Tribunal Superior Eleitoral; competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas
eleitorais.
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os
III - os Juízes Eleitorais; integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas
IV - as Juntas Eleitorais. garantias e serão inamovíveis.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo
mínimo, de sete membros, escolhidos: justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por
mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
número igual para cada categoria.
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
Federal;
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as
denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de
Justiça;
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente
caberá recurso quando:
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes
dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
I - forem proferidas contra disposição expressa desta
moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Constituição ou de lei;
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou
Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do
mais tribunais eleitorais;
Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas
nas eleições federais ou estaduais;
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de
cada Estado e no Distrito Federal.
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos
eletivos federais ou estaduais;
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

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V - denegarem habeas corpus, mandado de § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
segurança, habeas data ou mandado de injunção. Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em
primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de
Seção VII Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça,
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o
efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
I - o Superior Tribunal Militar; militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e
as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil,
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze
Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República,
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar
depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo
e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra
três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre
civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da
cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
direito, processar e julgar os demais crimes militares.
carreira, e cinco dentre civis.

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar


Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
e cinco anos, sendo:
em todas as fases do processo.
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
a realização de audiências e demais funções da atividade
profissional;
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e
membros do Ministério Público da Justiça Militar.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de
Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os competência exclusiva para questões agrárias.
crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do
funcionamento e a competência da Justiça Militar.
litígio.

Seção VIII
CAPÍTULO IV
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
SEÇÃO I
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os DO MINISTÉRIO PÚBLICO
princípios estabelecidos nesta Constituição.
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,
§ 1º A competência dos tribunais será definida na essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
de iniciativa do Tribunal de Justiça. interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de § 1º São princípios institucionais do Ministério Público a
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a
atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional
e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169,
propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus

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cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito
público de provas ou de provas e títulos, a política Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
organização e funcionamento. escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos,
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta permitida uma recondução.
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias. § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei complementar respectiva.
de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais,
de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for membros:
encaminhada em desacordo com os limites estipulados na
forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes I - as seguintes garantias:
necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual. a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo
perder o cargo senão por sentença judicial transitada em
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não julgado;
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente mediante decisão do órgão colegiado competente do
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
ou especiais. membros, assegurada ampla defesa;

Art. 128. O Ministério Público abrange: c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, §
4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153,
I - o Ministério Público da União, que compreende: III, 153, § 2º, I;

a) o Ministério Público Federal; II - as seguintes vedações:

b) o Ministério Público do Trabalho; a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,


honorários, percentagens ou custas processuais;
c) o Ministério Público Militar;
b) exercer a advocacia;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o função pública, salvo uma de magistério;
Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e e) exercer atividade político-partidária;
cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria
absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
dois anos, permitida a recondução. contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por
iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto
de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. no art. 95, parágrafo único, V.

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Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o
disposto no art. 93.
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
da lei; § 5º A distribuição de processos no Ministério Público será
imediata.
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção
garantia; pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente compõe-se de quatorze membros nomeados pelo
e de outros interesses difusos e coletivos; Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou dois anos, admitida uma recondução, sendo:
representação para fins de intervenção da União e dos
Estados, nos casos previstos nesta Constituição; I o Procurador-Geral da República, que o preside;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das II quatro membros do Ministério Público da União,
populações indígenas; assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;

VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos III três membros do Ministério Público dos Estados;
de sua competência, requisitando informações e
documentos para instruí-los, na forma da lei complementar IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e
respectiva; outro pelo Superior Tribunal de Justiça;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação
inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
suas manifestações processuais; pelo Senado Federal.

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde § 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério
que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
representação judicial e a consultoria jurídica de entidades Públicos, na forma da lei.
públicas.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis controle da atuação administrativa e financeira do Ministério
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus
mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e membros, cabendo lhe:
na lei.
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares,
por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca no âmbito de sua competência, ou recomendar
da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da providências;
instituição.
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou
realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, fixar prazo para que se adotem as providências necessárias
três anos de atividade jurídica e observando-se, nas ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência
nomeações, a ordem de classificação. dos Tribunais de Contas;

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III receber e conhecer das reclamações contra membros ou organização e funcionamento, as atividades de consultoria e
órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, assessoramento jurídico do Poder Executivo.
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional da instituição, § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-
podendo avocar processos disciplinares em curso, Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de
com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de notável saber jurídico e reputação ilibada.
serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada
ampla defesa; § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição
de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos de provas e títulos.
disciplinares de membros do Ministério Público da União ou
dos Estados julgados há menos de um ano; § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a
representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
V elaborar relatório anual, propondo as providências que Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal,
mensagem prevista no art. 84, XI. organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de
concurso público de provas e títulos, com a participação da
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica
Público que o integram, vedada a recondução, competindo- das respectivas unidades federadas.
lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,
as seguintes: Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é
assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício,
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos
relativas aos membros do Ministério Público e dos seus próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
serviços auxiliares;
SEÇÃO III
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e DA ADVOCACIA
correição geral;
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da
III requisitar e designar membros do Ministério Público, justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos exercício da profissão, nos limites da lei.
do Ministério Público.
SEÇÃO IV
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos DA DEFENSORIA PÚBLICA
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente,
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,
Ministério Público, competentes para receber reclamações e como expressão e instrumento do regime democrático,
denúncias de qualquer interessado contra membros ou fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos
órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma
do Ministério Público. integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso
LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação
Seção II dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
DA ADVOCACIA PÚBLICA
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá
diretamente ou através de órgão vinculado, representa a normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso
termos da lei complementar que dispuser sobre sua público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a

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garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será
advocacia fora das atribuições institucionais. superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por
igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas decretação.
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na § 3º Na vigência do estado de defesa:
lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto
no art. 99, § 2º. I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo
executor da medida, será por este comunicada
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não
União e do Distrito Federal. for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de
delito à autoridade policial;
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela
aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 autoridade, do estado físico e mental do detido no momento
e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. de sua autuação;

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder
remunerados na forma do art. 39, § 4º. Judiciário;

TÍTULO V IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.


Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
CAPÍTULO I § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas,
Seção I submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso
DO ESTADO DE DEFESA Nacional, que decidirá por maioria absoluta.

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente dias contados de seu recebimento, devendo continuar
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
grandes proporções na natureza.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará defesa.
o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem
abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
Seção II
coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
DO ESTADO DE SÍTIO

I - restrições aos direitos de:


Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o
estado de sítio nos casos de:
b) sigilo de correspondência;
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
durante o estado de defesa;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos,
na hipótese de calamidade pública, respondendo a União II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão
pelos danos e custos decorrentes. armada estrangeira.

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Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar Seção III


autorização para decretar o estado de sítio ou sua DISPOSIÇÕES GERAIS
prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido,
devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes
partidários, designará Comissão composta de cinco de seus
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, membros para acompanhar e fiscalizar a execução das
as normas necessárias a sua execução e as garantias medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
publicado, o Presidente da República designará o executor Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio,
das medidas específicas e as áreas abrangidas. cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser executores ou agentes.
decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada
vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o
por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão
armada estrangeira. relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao
Congresso Nacional, com especificação e justificação das
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e
durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado indicação das restrições aplicadas.
Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o
Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim CAPÍTULO II
de apreciar o ato. DAS FORÇAS ARMADAS

§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo
até o término das medidas coercitivas. Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
pessoas as seguintes medidas: garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem.
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou serem adotadas na organização, no preparo e no emprego
condenados por crimes comuns; das Forças Armadas.

III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à disciplinares militares.
liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da
lei; § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
IV - suspensão da liberdade de reunião; fixadas em lei, as seguintes disposições:

V - busca e apreensão em domicílio; I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas


inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos
VII - requisição de bens.
uniformes das Forças Armadas;
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou
difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados
emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese
em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido
respectiva Mesa.
para a reserva, nos termos da lei;

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III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse CAPÍTULO III
em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não DA SEGURANÇA PÚBLICA
eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela patrimônio, através dos seguintes órgãos:
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de
dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido I - polícia federal;
para a reserva, nos termos da lei;
II - polícia rodoviária federal;
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
III - polícia ferroviária federal;
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar
filiado a partidos políticos;
IV - polícias civis;

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado


V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão
de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz,
ou de tribunal especial, em tempo de guerra; § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se a:"
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena
privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
transitada em julgado, será submetido ao julgamento
previsto no inciso anterior; em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
outras infrações cuja prática tenha repercussão
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII,
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV,
segundo se dispuser em lei;
bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade
militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
IX - (Revogado)
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência;
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os
limites de idade, a estabilidade e outras condições de
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os
de fronteiras;
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de
judiciária da União.
compromissos internacionais e de guerra.

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir
rodovias federais.
serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados,
alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica
ou política, para se eximirem de atividades de caráter organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
essencialmente militar. destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais.
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a
outros encargos que a lei lhes atribuir. carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as

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funções de polícia judiciária e a apuração de infrações específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
penais, exceto as militares. a sua disposição;

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
execução de atividades de defesa civil. e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária,
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos
juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. econômicas do contribuinte.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de
órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a impostos.
garantir a eficiência de suas atividades.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria
conforme dispuser a lei. tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos
órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
4º do art. 39.
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da tributária, especialmente sobre:
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
patrimônio nas vias públicas: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que contribuintes;
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários;
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na praticado pelas sociedades cooperativas.
forma da lei.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
TÍTULO VI microempresas e para as empresas de pequeno porte,
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
CAPÍTULO I imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere
Seção I o art. 239.
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III,
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os d, também poderá instituir um regime único de arrecadação
Municípios poderão instituir os seguintes tributos: dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, observado que:
I - impostos;
I - será opcional para o contribuinte;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos

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II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
diferenciadas por Estado;
II - incidirão também sobre a importação de produtos
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a estrangeiros ou serviços;
distribuição da parcela de recursos pertencentes aos
respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer III - poderão ter alíquotas:
retenção ou condicionamento;
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro aduaneiro;
nacional único de contribuintes.
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios
especiais de tributação, com o objetivo de prevenir § 3º A pessoa natural destinatária das operações de
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na
competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual forma da lei.
objetivo.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os incidirão uma única vez.
impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão
Distrito Federal cabem os impostos municipais.
instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observado o
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá disposto no art. 150, I e III.
instituir empréstimos compulsórios:
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de que se refere o caput, na fatura de consumo de energia
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; elétrica.

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de Seção II


relevante interesse nacional, observado o disposto no art. DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
150, III, "b".
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que Federal e aos Municípios:
fundamentou sua instituição.
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
distinção em razão de ocupação profissional ou função por
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
eles exercida, independentemente da denominação jurídica
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
dos rendimentos, títulos ou direitos;
contribuições a que alude o dispositivo.
III - cobrar tributos:
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art.
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos
servidores titulares de cargos efetivos da União.
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou;
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico de que trata o caput deste artigo:

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c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
disposto na alínea b; relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas.
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, mercadorias e serviços.
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público; § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
VI - instituir impostos sobre: remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; estadual ou municipal, que regule exclusivamente as
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII,
b) templos de qualquer culto;
g.
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
tributária a condição de responsável pelo pagamento de
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
gerador presumido.
impressão.
Art. 151. É vedado à União:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
nacional ou que implique distinção ou preferência em
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos
relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos regiões do País;
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a
vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos
nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a
base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e
remuneração e os proventos dos respectivos agentes
156, I.
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e
às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no
III - instituir isenções de tributos da competência dos
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços,
ou destino.
relacionados com exploração de atividades econômicas
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de Seção III
preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente DOS IMPOSTOS DA UNIÃO
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao
bem imóvel. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

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I - importação de produtos estrangeiros; incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput"


deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou mínima será de um por cento, assegurada a transferência do
nacionalizados; montante da arrecadação nos seguintes termos:

III - renda e proventos de qualquer natureza; I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o
Território, conforme a origem;
IV - produtos industrializados;
II - setenta por cento para o Município de origem.
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários; Art. 154. A União poderá instituir:

VI - propriedade territorial rural; I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições
e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação.
§ 2º O imposto previsto no inciso III:

Seção IV
I - será informado pelos critérios da generalidade, da
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
universalidade e da progressividade, na forma da lei;

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir


§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
impostos sobre:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou
direitos;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido
em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
ao exterior.
as prestações se iniciem no exterior;

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de III - propriedade de veículos automotores.
capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
§ 1º O imposto previsto no inciso
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos,
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a
compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
Federal

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em


II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete
lei, quando as explore o proprietário que não possua outro
ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou
imóvel;
tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim


III - terá competência para sua instituição regulada por lei
optarem, na forma da lei, desde que não implique redução complementar:
do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à

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b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota
ou teve o seu inventário processado no exterior; interestadual;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; a) (revogada);

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: b) (revogada);

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto
em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
prestação de serviços com o montante cobrado nas interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal; a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte
contrário da legislação: do imposto;

a) não implicará crédito para compensação com o montante IX - incidirá também:


devido nas operações ou prestações seguintes;
a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
anteriores; contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior,
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o
mercadorias e dos serviços; domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço;
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente
da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias
maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as forem fornecidas com serviços não compreendidos na
alíquotas aplicáveis às operações e prestações, competência tributária dos Municípios;
interestaduais e de exportação;
X - não incidirá:
V - é facultado ao Senado Federal:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
pela maioria absoluta de seus membros; montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para
resolver conflito específico que envolva interesse de b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo,
Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; derivados, e energia elétrica;

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as
alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de d) nas prestações de serviço de comunicação nas
mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de
inferiores às previstas para as operações interestaduais; recepção livre e gratuita;

VII - nas operações e prestações que destinem bens e XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante
serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, do imposto sobre produtos industrializados, quando a
localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto
interestadual e caberá ao Estado de localização do destinado à industrialização ou à comercialização, configure
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a fato gerador dos dois impostos;

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XII - cabe à lei complementar: III - nas operações interestaduais com gás natural e seus
derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no
a) definir seus contribuintes; inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o
imposto caberá ao Estado de origem;
b) dispor sobre substituição tributária;
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do §
2º, XII, g, observando-se o seguinte:
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do
estabelecimento responsável, o local das operações relativas a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo
à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; ser diferenciadas por produto;

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada,
exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre
no inciso X, "a"; o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma
venda em condições de livre concorrência;
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à
remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes
serviços e de mercadorias; aplicando o disposto no art. 150, III, b.

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados § 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º,
e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto,
serão concedidos e revogados. serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do
Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua § 6º O imposto previsto no inciso III:
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no
inciso X, b; I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;

i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e
imposto a integre, também na importação do exterior de utilização.
bem, mercadoria ou serviço.
Seção V
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro
imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País. I - propriedade predial e territorial urbana;

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde como cessão de direitos a sua aquisição;
ocorrer o consumo;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com art. 155, II, definidos em lei complementar.
gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis
não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será IV - (Revogado)
repartido entre os Estados de origem e de destino,
mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se
operações com as demais mercadorias; refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso
I poderá:

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I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do
imposto da União sobre a propriedade territorial rural,
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a
uso do imóvel. totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, §
4º, III;
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização automotores licenciados em seus territórios;
de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de
preponderante do adquirente for a compra e venda desses mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento interestadual e intermunicipal e de comunicação.
mercantil;
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos
II - compete ao Município da situação do bem. Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas
conforme os seguintes critérios:
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III
do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado
nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; prestações de serviços, realizadas em seus territórios;

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual
exterior. ou, no caso dos Territórios, lei federal.

III – regular a forma e as condições como isenções, Art. 159. A União entregará:
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e
§ 4º (Revogado) proventos de qualquer natureza e sobre produtos
industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na
seguinte forma:
Seção VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de
Participação dos Estados e do Distrito Federal;
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre
de Participação dos Municípios;
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; c) três por cento, para aplicação em programas de
financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto
financeiras de caráter regional, de acordo com os planos
que a União instituir no exercício da competência que lhe é
regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-
atribuída pelo art. 154, I.
árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à
Região, na forma que a lei estabelecer;
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios,
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre
que será entregue no primeiro decêndio do mês de
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, dezembro de cada ano;
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos
Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês
de julho de cada ano;

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II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que
industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio
Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover
exportações de produtos industrializados. o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre
Municípios;
III - do produto da arrecadação da contribuição de
intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do
29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito cálculo das quotas e da liberação das participações previstas
Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação nos arts. 157, 158 e 159.
a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a
acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da que alude o inciso II.
arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer
natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente
ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem
parcela superior a vinte por cento do montante a que se tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos
refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser critérios de rateio.
distribuído entre os demais participantes, mantido, em
relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão
discriminados por Estado e por Município; os dos Estados,
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte por Município.
e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do
inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, CAPÍTULO II
parágrafo único, I e II. DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que NORMAS GERAIS
cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados
aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
mencionado inciso.
I - finanças públicas;
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à
entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles fundações e demais entidades controladas pelo Poder
compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. Público;

Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
a União e os Estados de condicionarem a entrega de
recursos:
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas


V - fiscalização financeira da administração pública direta e
autarquias;
indireta;

II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e


VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades
III.
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Art. 161. Cabe à lei complementar:


VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de
crédito da União, resguardadas as características e condições
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento
parágrafo único, I; regional.

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Art. 164. A competência da União para emitir moeda será I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus
exercida exclusivamente pelo banco central. fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou Poder Público;
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição II - o orçamento de investimento das empresas em que a
financeira. União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto;
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de
emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
oferta de moeda ou a taxa de juros. entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta
ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas mantidos pelo Poder Público.
no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de
empresas por ele controladas, em instituições financeiras demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
Seção II creditícia.
DOS ORÇAMENTOS
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo,
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas
funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo
I - o plano plurianual; critério populacional.

II - as diretrizes orçamentárias; § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo


estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se
incluindo na proibição a autorização para abertura de
III - os orçamentos anuais.
créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de
lei.
forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e
§ 9º Cabe à lei complementar:
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas
de duração continuada.
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos,
a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
metas e prioridades da administração pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e administração direta e indireta bem como condições para a
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras instituição e funcionamento de fundos.
oficiais de fomento.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o de procedimentos que serão adotados quando houver
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a
execução orçamentária. pagar e limitação das programações de caráter obrigatório,
para a realização do disposto no § 11 do art. 166.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição serão elaborados em Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
consonância com o plano plurianual e apreciados pelo diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
Congresso Nacional. adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

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§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos
Senadores e Deputados: da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no
neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas
pelo Presidente da República; relativas ao processo legislativo.

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. prévia e específica autorização legislativa.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária
sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos
regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto
Nacional. encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade
deste percentual será destinada a ações e serviços públicos
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos de saúde.
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas
caso: § 10. A execução do montante destinado a ações e serviços
públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do
diretrizes orçamentárias; art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou
encargos sociais.
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das
incidam sobre: programações a que se refere o § 9º deste artigo, em
montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos
a) dotações para pessoal e seus encargos; por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
programação definidos na lei complementar prevista no § 9º
b) serviço da dívida;
do art. 165.
c) transferências tributárias constitucionais para Estados,
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste
Municípios e Distrito Federal; ou
artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos
impedimentos de ordem técnica.
III - sejam relacionadas:
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a
a) com a correção de erros ou omissões; ou
execução da programação prevista no §11 deste artigo, for
destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios,
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. independerá da adimplência do ente federativo destinatário
e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando que trata o caput do art. 169.
incompatíveis com o plano plurianual.
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao empenho de despesa que integre a programação, na forma
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei
orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública
orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo

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enviarão ao Poder Legislativo as justificativas do com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por
impedimento; maioria absoluta;

II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o despesa, ressalvadas a repartição do produto da
remanejamento da programação cujo impedimento seja arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e
insuperável; 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo ensino e para realização de atividades da administração
previsto no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts.
de lei sobre o remanejamento da programação cujo 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
impedimento seja insuperável; operações de crédito por antecipação de receita, previstas
no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o
término do prazo previsto no inciso III, o Congresso Nacional V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será autorização legislativa e sem indicação dos recursos
implementado por ato do Poder Executivo, nos termos correspondentes;
previstos na lei orçamentária.
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as recursos de uma categoria de programação para outra ou de
programações orçamentárias previstas no § 11 não serão de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
execução obrigatória nos casos dos impedimentos
justificados na notificação prevista no inciso I do § 14. VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
de cumprimento da execução financeira prevista no § 11 recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para
deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações
receita corrente líquida realizada no exercício anterior. e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de autorização legislativa.
resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes
orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de
poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos
incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias. Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos
de caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e Municípios.
impessoal às emendas apresentadas, independentemente
da autoria. XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições
sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de
Art. 167. São vedados: despesas distintas do pagamento de benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art. 201.
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
orçamentária anual; § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um
exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob
diretas que excedam os créditos orçamentários ou pena de crime de responsabilidade.
adicionais;
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
III - a realização de operações de créditos que excedam o exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato
montante das despesas de capital, ressalvadas as de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de

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seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício Federal e aos Municípios que não observarem os referidos
financeiro subseqüente. limites.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar
como as decorrentes de guerra, comoção interna ou referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
calamidade pública, observado o disposto no art. 62. Municípios adotarão as seguintes providências:

§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos cargos em comissão e funções de confiança;
recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II,
para a prestação de garantia ou contragarantia à União e II - exoneração dos servidores não estáveis.
para pagamento de débitos para com esta.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de não forem suficientes para assegurar o cumprimento da
recursos de uma categoria de programação para outra determinação da lei complementar referida neste artigo, o
poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato
tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
resultados de projetos restritos a essas funções, mediante atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa
ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia objeto da redução de pessoal.
autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de
orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e remuneração por ano de serviço.
especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser- § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos
lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, anteriores será considerado extinto, vedada a criação de
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
9º. assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
TÍTULO VII
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de Da Ordem Econômica e Financeira
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou CAPÍTULO I
alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, inclusive
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
poderão ser feitas:
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos
I - soberania nacional;
dela decorrentes;
II - propriedade privada;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
III - função social da propriedade;
sociedades de economia mista.

IV - livre concorrência;
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar
referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali
previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses V - defesa do consumidor;
de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito

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VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia


tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e às do setor privado.
prestação;
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; o Estado e a sociedade.

VIII - busca do pleno emprego; § 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno aumento arbitrário dos lucros.
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País. § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos
dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de responsabilidade desta, sujeitando-a às punições
qualquer atividade econômica, independentemente de compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
lei.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade
Art. 171. (Revogado) econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, determinante para o setor público e indicativo para o setor
os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os privado.
reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só e compatibilizará os planos nacionais e regionais de
será permitida quando necessária aos imperativos da desenvolvimento.
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei. § 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras
formas de associativismo.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas § 3º O Estado favorecerá a organização da atividade
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, do meio ambiente e a promoção econômico-social dos
dispondo sobre: garimpeiros.

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e § 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior
pela sociedade; terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa
e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, com o art. 21, XXV, na forma da lei.
comerciais, trabalhistas e tributários;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
alienações, observados os princípios da administração sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
pública;
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de
administração e fiscal, com a participação de acionistas I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias
minoritários; de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de
sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
responsabilidade dos administradores.
II - os direitos dos usuários;

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III - política tarifária; conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21


desta Constituição Federal.
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a
minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou lei.
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao
concessionário a propriedade do produto da lavra. § 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em


aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" todo o território nacional;
deste artigo somente poderão ser efetuados mediante
autorização ou concessão da União, no interesse nacional, II - as condições de contratação;
por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras
e que tenha sua sede e administração no País, na forma da III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do
lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas monopólio da União;
atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras
indígenas.
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de
materiais radioativos no território nacional.
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos
resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no
domínio econômico relativa às atividades de importação ou
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
determinado, e as autorizações e concessões previstas neste seus derivados e álcool combustível deverá atender aos
artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou seguintes requisitos:
parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o
aproveitamento do potencial de energia renovável de
a) diferenciada por produto ou uso;
capacidade reduzida.
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não
Art. 177. Constituem monopólio da União:
se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e


II - os recursos arrecadados serão destinados:
outros hidrocarbonetos fluidos;
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados
de petróleo;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados
básicos resultantes das atividades previstas nos incisos
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados
anteriores;
com a indústria do petróleo e do gás;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem


c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de
nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no
transportes.
País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de
petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes
origem;
aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do
transporte internacional, observar os acordos firmados pela
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o
União, atendido o princípio da reciprocidade.
reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei
dos radioisótopos cuja produção, comercialização e
estabelecerá as condições em que o transporte de
utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão,

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mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão III - desapropriação com pagamento mediante títulos da
ser feitos por embarcações estrangeiras. dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de da indenização e os juros legais.
pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico
diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até
suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos,
e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
de lei. moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão
de desenvolvimento social e econômico. conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou
informação de natureza comercial, feita por autoridade § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor
administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou mais de uma vez.
jurídica residente ou domiciliada no País dependerá de
autorização do Poder competente. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


DA POLÍTICA URBANA DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA
AGRÁRIA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada
pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social,
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
bem- estar de seus habitantes. indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é utilização será definida em lei.
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana. § 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em
dinheiro.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade § 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse
expressas no plano diretor. social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor
a ação de desapropriação.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
prévia e justa indenização em dinheiro. § 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento
contraditório especial, de rito sumário, para o processo
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei judicial de desapropriação.
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não § 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
de:
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais
I - parcelamento ou edificação compulsórios; as operações de transferência de imóveis desapropriados
para fins de reforma agrária.
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
progressivo no tempo; Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de
reforma agrária:

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I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será
lei, desde que seu proprietário não possua outra; compatibilizada com a política agrícola e com o plano
nacional de reforma agrária.
II - a propriedade produtiva.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares
propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa,
dos requisitos relativos a sua função social. dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade § 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as
rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de alienações ou as concessões de terras públicas para fins de
exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: reforma agrária.

I - aproveitamento racional e adequado; Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais


pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
preservação do meio ambiente;
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso
III - observância das disposições que regulam as relações de serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
trabalho; independentemente do estado civil, nos termos e condições
previstos em lei.
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
dos trabalhadores. Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o
arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou
jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na
de autorização do Congresso Nacional.
forma da lei, com a participação efetiva do setor de
produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais,
bem como dos setores de comercialização, de Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural
armazenamento e de transportes, levando em conta, ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos,
especialmente: sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a
cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho
ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
propriedade.
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos
garantia de comercialização;
por usucapião.
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
IV - a assistência técnica e extensão rural;
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de
V - o seguro agrícola;
forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e
a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes
VI - o cooperativismo; que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito,
será regulado por leis complementares que disporão,
VII - a eletrificação rural e irrigação; inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas
instituições que o integram.
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
I - (Revogado).
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-
II - (Revogado).
industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
III - (Revogado)
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de a) (Revogado)
reforma agrária.

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b) (Revogado) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
IV - (Revogado)
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
V -(Revogado) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
VI - (Revogado)
VII - (Revogado) I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
VIII - (Revogado) equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

§ 1°- (Revogado) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho


§ 2°- (Revogado) pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
§ 3°- (Revogado)
b) a receita ou o faturamento;
TÍTULO VIII
Da Ordem Social
c) o lucro;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência
social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do
pensão concedidas pelo regime geral de previdência social
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
de que trata o art. 201;

CAPÍTULO II
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de
quem a lei a ele equiparar.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Municípios destinadas à seguridade social constarão dos
saúde, à previdência e à assistência social. respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da
União.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da
lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será
objetivos: elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis
pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais;
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
III - seletividade e distributividade na prestação dos contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios
benefícios e serviços; ou incentivos fiscais ou creditícios.

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir
a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido
V - eqüidade na forma de participação no custeio; o disposto no art. 154, I.

VI - diversidade da base de financiamento; § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social


poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
VII - caráter democrático e descentralizado da correspondente fonte de custeio total.
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data

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da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e,
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma
entidades beneficentes de assistência social que atendam às rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
exigências estabelecidas em lei. único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais I - descentralização, com direção única em cada esfera de
e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, governo;
que exerçam suas atividades em regime de economia
familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus
aos benefícios nos termos da lei. III - participação da comunidade.

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput § 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos
deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade
diferenciadas, em razão da atividade econômica, da social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou Municípios, além de outras fontes.
da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de
para o sistema único de saúde e ações de assistência social saúde recursos mínimos derivados da aplicação de
da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, percentuais calculados sobre:
e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva
contrapartida de recursos.
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das por cento);
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste
artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da
complementar.
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos
recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a,
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e respectivos Municípios;
IV do caput, serão não-cumulativas.
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e
incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a § 3º.
receita ou o faturamento.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a
Seção II cada cinco anos, estabelecerá:
DA SAÚDE
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
proteção e recuperação.
Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais;
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal;

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IV - (Revogado). II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,


bem como as de saúde do trabalhador;
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
admitir agentes comunitários de saúde e agentes de III - ordenar a formação de recursos humanos na área de
combate às endemias por meio de processo seletivo público, saúde;
de acordo com a natureza e complexidade de suas
atribuições e requisitos específicos para sua atuação. IV - participar da formulação da política e da execução das
ações de saneamento básico;
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
e a regulamentação das atividades de agente comunitário de científico e tecnológico e a inovação;
saúde e agente de combate às endemias, competindo à
União, nos termos da lei, prestar assistência financeira VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o
complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas
Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. para consumo humano;

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º VII - participar do controle e fiscalização da produção,
do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou psicoativos, tóxicos e radioativos;
de agente de combate às endemias poderá perder o cargo
em caso de descumprimento dos requisitos específicos,
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
fixados em lei, para o seu exercício.
compreendido o do trabalho.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do sistema único de saúde, segundo
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
regime geral, de caráter contributivo e de filiação
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
sem fins lucrativos.
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios


I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
avançada;

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas


II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo
nos casos previstos em lei.
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário;
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes
dos segurados de baixa renda;
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue
e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização. V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao
cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o
disposto no § 2º.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei:
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados
para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
regime geral de previdência social, ressalvados os casos de
substâncias de interesse para a saúde e participar da
atividades exercidas sob condições especiais que
produção de medicamentos, equipamentos,
prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
definidos em lei complementar.

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§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios,


contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá nos casos e na forma da lei.
valor mensal inferior ao salário mínimo.
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda
cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na e àqueles sem renda própria que se dediquem
forma da lei. exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, um salário-mínimo.
conforme critérios definidos em lei.
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores
na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante às vigentes para os demais segurados do regime geral de
de regime próprio de previdência. previdência social.

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de complementar e organizado de forma autônoma em relação
cada ano. ao regime geral de previdência social, será facultativo,
baseado na constituição de reservas que garantam o
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de benefício contratado, e regulado por lei complementar.
previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições: § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará
ao participante de planos de benefícios de entidades de
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta previdência privada o pleno acesso às informações relativas
anos de contribuição, se mulher; à gestão de seus respectivos planos.

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as


anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos
para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que e planos de benefícios das entidades de previdência privada
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim
nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a
artesanal. remuneração dos participantes, nos termos da lei.

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência
anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades
funções de magistério na educação infantil e no ensino de economia mista e outras entidades públicas, salvo na
fundamental e médio. qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do
segurado.
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na administração
pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União,
que os diversos regimes de previdência social se Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas
compensarão financeiramente, segundo critérios autarquias, fundações, sociedades de economia mista e
estabelecidos em lei. empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto
patrocinadoras de entidades fechadas de previdência
privada, e suas respectivas entidades fechadas de
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do
previdência privada.
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime
geral de previdência social e pelo setor privado.
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior
aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título,
permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços
serão incorporados ao salário para efeito de contribuição

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públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de II - serviço da dívida;


previdência privada.
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
estabelecerá os requisitos para a designação dos membros
das diretorias das entidades fechadas de previdência privada CAPÍTULO III
e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto Seção I
de discussão e deliberação. DA EDUCAÇÃO

Seção IV Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da


DA ASSISTÊNCIA SOCIAL família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
necessitar, independentemente de contribuição à para o trabalho.
seguridade social, e tem por objetivos:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à princípios:
adolescência e à velhice;
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; escola;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e
comunitária; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos


pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem oficiais;
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família, conforme dispuser a lei. V - valorização dos profissionais da educação escolar,
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos
social serão realizadas com recursos do orçamento da das redes públicas;
seguridade social, previstos no art. 195, além de outras
fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

I - descentralização político-administrativa, cabendo a VII - garantia de padrão de qualidade.


coordenação e as normas gerais à esfera federal e a
coordenação e a execução dos respectivos programas às VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais
esferas estadual e municipal, bem como a entidades da educação escolar pública, nos termos de lei federal.
beneficentes e de assistência social;
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de
II - participação da população, por meio de organizações trabalhadores considerados profissionais da educação básica
representativas, na formulação das políticas e no controle e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação
das ações em todos os níveis. de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal
vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, científica, administrativa e de gestão financeira e
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão.
I - despesas com pessoal e encargos sociais;

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§ 1º É facultado às universidades admitir professores, comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. e regionais.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de § 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá
pesquisa científica e tecnológica. disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de: § 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta aprendizagem.
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios organizarão em regime de colaboração seus
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; sistemas de ensino.

III - atendimento educacional especializado aos portadores § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; Territórios, financiará as instituições de ensino públicas
federais e exercerá, em matéria educacional, função
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de
5 (cinco) anos de idade; oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade
do ensino mediante assistência técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil.
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições
do educando;
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente
no ensino fundamental e médio.
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
educação básica, por meio de programas suplementares de
material didáticoescolar, transporte, alimentação e § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os
assistência à saúde. Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas
de colaboração, de modo a assegurar a universalização do
ensino obrigatório.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
público subjetivo.
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao
ensino regular.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da
autoridade competente. Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte
e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
manutenção e desenvolvimento do ensino.
pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela


Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou
seguintes condições:
pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada,
para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
governo que a transferir.

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.


§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput"
deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na
fundamental, de maneira a assegurar formação básica forma do art. 213.

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§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará II - universalização do atendimento escolar;


prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de III - melhoria da qualidade do ensino;
padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano
nacional de educação. IV - formação para o trabalho;

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.


assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
financiados com recursos provenientes de contribuições
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
sociais e outros recursos orçamentários.
públicos em educação como proporção do produto interno
bruto.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de
financiamento a contribuição social do salário-educação,
Seção II
recolhida pelas empresas na forma da lei.
DA CULTURA

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da


Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos
contribuição social do salário-educação serão distribuídas
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e
proporcionalmente ao número de alunos matriculados na
apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.
manifestações culturais.

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas


§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
grupos participantes do processo civilizatório nacional.

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus


2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de
excedentes financeiros em educação;
alta significação para os diferentes segmentos étnicos
nacionais.
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder
3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de
Público, no caso de encerramento de suas atividades.
duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do
País e à integração das ações do poder público que
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser conduzem à:
destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e
médio, na forma da lei, para os que demonstrarem
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e
cursos regulares da rede pública na localidade da residência
II produção, promoção e difusão de bens culturais;
do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir
prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura
em suas múltiplas dimensões;
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e
fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por
instituições de educação profissional e tecnológica poderão IV democratização do acesso aos bens de cultura;
receber apoio financeiro do Poder Público.
V valorização da diversidade étnica e regional.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de
duração decenal, com o objetivo de articular o sistema Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens
nacional de educação em regime de colaboração e definir de natureza material e imaterial, tomados individualmente
diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de sociedade brasileira, nos quais se incluem:
ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
federativas que conduzam a: I - as formas de expressão;

I - erradicação do analfabetismo; II - os modos de criar, fazer e viver;

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III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos
seguintes princípios:
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais; I - diversidade das expressões culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico. III - fomento à produção, difusão e circulação de
conhecimento e bens culturais;
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade,
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por IV - cooperação entre os entes federados, os agentes
meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e públicos e privados atuantes na área cultural;
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação. V - integração e interação na execução das políticas,
programas, projetos e ações desenvolvidas;
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão
da documentação governamental e as providências para VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
VII - transversalidade das políticas culturais;
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o
conhecimento de bens e valores culturais.
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da
sociedade civil;
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão
punidos, na forma da lei.
IX - transparência e compartilhamento das informações;

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios


X - democratização dos processos decisórios com
detentores de reminiscências históricas dos antigos
participação e controle social;
quilombos.
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a
recursos e das ações;
fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por
cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos
de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses
orçamentos públicos para a cultura.
recursos no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais; § 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas
respectivas esferas da Federação:
II - serviço da dívida;
I - órgãos gestores da cultura;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
II - conselhos de política cultural;
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

III - conferências de cultura;


Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em
regime de colaboração, de forma descentralizada e
participativa, institui um processo de gestão e promoção IV - comissões intergestores;
conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a V - planos de cultura;
sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento
humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos VI - sistemas de financiamento à cultura;
culturais.)
VII - sistemas de informações e indicadores culturais;
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na
política nacional de cultura e nas suas diretrizes, VIII - programas de formação na área da cultura; e

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IX - sistemas setoriais de cultura. § 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente


para a solução dos problemas brasileiros e para o
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.
Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os
demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. § 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas
áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e
organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis concederá aos que delas se ocupem meios e condições
próprias. especiais de trabalho.

Seção III § 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em


DO DESPORTO pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação
e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao
formais e não-formais, como direito de cada um, empregado, desvinculada do salário, participação nos
observados: ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu
trabalho.
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e
associações, quanto a sua organização e funcionamento; § 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular
parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de
fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
II - a destinação de recursos públicos para a promoção
prioritária do desporto educacional e, em casos específicos,
para a do desporto de alto rendimento; § 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput
, estimulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto
privados, nas diversas esferas de governo.
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e
o não- profissional;
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior
das instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação,
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de
com vistas à execução das atividades previstas no caput.
criação nacional.

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e


§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina
será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento
e às competições desportivas após esgotarem-se as
cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o
dias, contados da instauração do processo, para proferir
fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos
decisão final.
demais entes, públicos ou privados, a constituição e a
manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de
ambientes promotores da inovação, a atuação dos
promoção social.
inventores independentes e a criação, absorção, difusão e
transferência de tecnologia.
CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão firmar instrumentos de cooperação com
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o órgãos e entidades públicos e com entidades privadas,
desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação inclusive para o compartilhamento de recursos humanos
científica e tecnológica e a inovação. especializados e capacidade instalada, para a execução de
projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tecnológico e de inovação, mediante contrapartida
tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário,
público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. na forma da lei.

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Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio
Inovação (SNCTI) será organizado em regime de colaboração e televisão atenderão aos seguintes princípios:
entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a
promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
inovação. informativas;

§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à
produção independente que objetive sua divulgação;
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão
concorrentemente sobre suas peculiaridades. III - regionalização da produção cultural, artística e
jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da
família.
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
disposto nesta Constituição. brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de
pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir tenham sede no País.
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
qualquer veículo de comunicação social, observado o § 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do
disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e
de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou
ideológica e artística. naturalizados há mais de dez anos, que exercerão
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o
§ 3º Compete à lei federal: conteúdo da programação.

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao § 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e


Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas direção da programação veiculada são privativas de
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em
sua apresentação se mostre inadequada; qualquer meio de comunicação social.

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à § 3º Os meios de comunicação social eletrônica,
família a possibilidade de se defenderem de programas ou independentemente da tecnologia utilizada para a prestação
programações de rádio e televisão que contrariem o do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art.
disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, 221, na forma de lei específica, que também garantirá a
práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio prioridade de profissionais brasileiros na execução de
ambiente. produções nacionais.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, § 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas
agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a empresas de que trata o § 1º
restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo
anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência § 5º As alterações de controle societário das empresas de
sobre os malefícios decorrentes de seu uso. que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional.

§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar
indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. concessão, permissão e autorização para o serviço de
radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação princípio da complementaridade dos sistemas privado,
independe de licença de autoridade. público e estatal.

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§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem. técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para
a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá
de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de
Nacional, em votação nominal. ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente;
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá
efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
forma dos parágrafos anteriores. práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de a crueldade.
vencido o prazo, depende de decisão judicial.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o
Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
Conselho de Comunicação Social, na forma da lei. ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas,
CAPÍTULO VI independentemente da obrigação de reparar os danos
DO MEIO AMBIENTE causados.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do
para as presentes e futuras gerações. meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Poder Público: § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas
pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter
sua localização definida em lei federal, sem o que não
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
poderão ser instaladas.
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético;
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º
deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
desportivas que utilizem animais, desde que sejam
territoriais e seus componentes a serem especialmente
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
Constituição Federal, registradas como bem de natureza
somente através de lei, vedada qualquer utilização que
imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro,
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure
proteção;
o bem-estar dos animais envolvidos.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
CAPÍTULO VII
atividade potencialmente causadora de significativa
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
Idoso
ambiental, a que se dará publicidade;
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
proteção do Estado.

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§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos
logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
adequado às pessoas portadoras de deficiência.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a
união estável entre o homem e a mulher como entidade § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. aspectos:

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
comunidade formada por qualquer dos pais e seus trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
descendentes.
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal
são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à
escola;
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa
e da paternidade responsável, o planejamento familiar é técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a
livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar legislação tutelar específica;
recursos educacionais e científicos para o exercício desse
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade
instituições oficiais ou privadas. e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de privativa da liberdade;
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir
a violência no âmbito de suas relações. VI - estímulo do Poder Público, através de assistência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com adolescente órfão ou abandonado;
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à VII - programas de prevenção e atendimento especializado à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e criança, ao adolescente e ao jovem dependente de
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de entorpecentes e drogas afins.
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão. § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
exploração sexual da criança e do adolescente.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral
à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a § 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da
participação de entidades não governamentais, mediante lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por
políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: parte de estrangeiros.

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou
à saúde na assistência materno-infantil; por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
II - criação de programas de prevenção e atendimento filiação.
especializado para as pessoas portadoras de deficiência
física, sensorial ou mental, bem como de integração social do § 7º No atendimento dos direitos da criança e do
adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art.
treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação 204.
do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de
obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de § 8º A lei estabelecerá:
discriminação.

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I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e
dos jovens; indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras,
visando à articulação das várias esferas do poder público salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de
para a execução de políticas públicas. catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população,
ou no interesse da soberania do País, após deliberação do
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o
dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. retorno imediato logo que cesse o risco.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos,
filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração
das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de existentes, ressalvado relevante interesse público da União,
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a
comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra
garantindo-lhes o direito à vida. a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias
derivadas da ocupação de boa fé.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados
preferencialmente em seus lares. § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174,
§ 3º e § 4º.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a
gratuidade dos transportes coletivos urbanos. Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são
partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus
direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em
CAPÍTULO VIII
todos os atos do processo.
DOS ÍNDIOS

TÍTULO IX
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social,
Das Disposições Constitucionais Gerais
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar Art. 233. (Revogado)
todos os seus bens.
Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir,
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as em decorrência da criação de Estado, encargos referentes a
por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para despesas com pessoal inativo e com encargos e
suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação amortizações da dívida interna ou externa da administração
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as pública, inclusive da indireta.
necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus
usos, costumes e tradições. Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão
observadas as seguintes normas básicas:
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o I - a Assembléia Legislativa será composta de dezessete
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos Deputados se a população do Estado for inferior a seiscentos
nelas existentes. mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse
número, até um milhão e quinhentos mil;
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os
potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;
minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo
afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos Governador eleito, dentre brasileiros de comprovada
resultados da lavra, na forma da lei. idoneidade e notório saber;

IV - o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;

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V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus
Governador eleito, escolhidos da seguinte forma: atos pelo Poder Judiciário.

a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco § 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de
anos de idade, em exercício na área do novo Estado ou do emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços
Estado originário; notariais e de registro.

b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e § 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende
advogados de comprovada idoneidade e saber jurídico, com de concurso público de provas e títulos, não se permitindo
dez anos, no mínimo, de exercício profissional, obedecido o que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de
procedimento fixado na Constituição; concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis
meses.
VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os
cinco primeiros Desembargadores poderão ser escolhidos Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio
dentre juízes de direito de qualquer parte do País; exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.
VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro
Promotor de Justiça e o primeiro Defensor Público serão Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis
nomeados pelo Governador eleito após concurso público de de petróleo, álcool carburante e outros combustíveis
provas e títulos; derivados de matérias-primas renováveis, respeitados os
princípios desta Constituição.
VIII - até a promulgação da Constituição Estadual,
responderão pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o
e pela Defensoria-Geral do Estado advogados de notório Programa de Integração Social, criado pela Lei
saber, com trinta e cinco anos de idade, no mínimo, Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o
nomeados pelo Governador eleito e demissíveis "ad nutum"; Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de
IX - se o novo Estado for resultado de transformação de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a
Território Federal, a transferência de encargos financeiros da financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do
União para pagamento dos servidores optantes que seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste
pertenciam à Administração Federal ocorrerá da seguinte artigo.
forma:
§ 1º Dos recursos mencionados no "caput" deste artigo, pelo
a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por menos quarenta por cento serão destinados a financiar
cento dos encargos financeiros para fazer face ao programas de desenvolvimento econômico, através do
pagamento dos servidores públicos, ficando ainda o restante Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
sob a responsabilidade da União; com critérios de remuneração que lhes preservem o valor.

b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de § 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração
trinta por cento e, no oitavo, dos restantes cinqüenta por Social e do Programa de Formação do Patrimônio do
cento; Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios
de saque nas situações previstas nas leis específicas, com
X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os exceção da retirada por motivo de casamento, ficando
cargos mencionados neste artigo, serão disciplinadas na vedada a distribuição da arrecadação de que trata o "caput"
Constituição Estadual; deste artigo, para depósito nas contas individuais dos
participantes.
XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão
ultrapassar cinqüenta por cento da receita do Estado. § 3º Aos empregados que percebam de empregadores que
contribuem para o Programa de Integração Social ou para o
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em
até dois salários mínimos de remuneração mensal, é
caráter privado, por delegação do Poder Público.
assegurado o pagamento de um salário mínimo anual,
computado neste valor o rendimento das contas individuais,
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a
responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de

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no caso daqueles que já participavam dos referidos adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme o
programas, até a data da promulgação desta Constituição. disposto no art. 227, § 2º.

§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que
contribuição adicional da empresa cujo índice de o Poder Público dará assistência aos herdeiros e
rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime
rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei. doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor do
ilícito.
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais
contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na
de salários, destinadas às entidades privadas de serviço regulamentação de artigo da Constituição cuja redação
social e de formação profissional vinculadas ao sistema tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre
sindical. 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda,
inclusive.
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no
públicos e os convênios de cooperação entre os entes § 7º do art. 169 estabelecerão critérios e garantias especiais
federados, autorizando a gestão associada de serviços para a perda do cargo pelo servidor público estável que, em
públicos, bem como a transferência total ou parcial de decorrência das atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade atividades exclusivas de Estado.
dos serviços transferidos.
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de
Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá mediante
instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual ou processo administrativo em que lhe sejam assegurados o
municipal e existentes na data da promulgação desta contraditório e a ampla defesa.
Constituição, que não sejam total ou preponderantemente
mantidas com recursos públicos. Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão
responsável pelo regime geral de previdência social, ainda
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as que à conta do Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao limite
contribuições das diferentes culturas e etnias para a máximo de valor fixado para os benefícios concedidos por
formação do povo brasileiro. esse regime observarão os limites fixados no art. 37, XI.

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o
Janeiro, será mantido na órbita federal. pagamento de proventos de aposentadoria e pensões
concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes,
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a União, os
região do País onde forem localizadas culturas ilegais de Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de
forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras administração desses fundos.
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o
disposto no art. 5º. Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o
pagamento dos benefícios concedidos pelo regime geral de
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico previdência social, em adição aos recursos de sua
apreendido em decorrência do tráfico ilícito de arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei
escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com que disporá sobre a natureza e administração desse fundo.
destinação específica, na forma da lei.
Brasília, 5 de outubro de 1988.
Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros,
dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte
coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso

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propriedade privada, que se achem, respectivamente, no


DIREITO PENAL espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes


praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
CÓDIGO PENAL estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em
pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei: Brasil.

PARTE GERAL Lugar do crime


TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
Anterioridade da Lei onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há Extraterritorialidade
pena sem prévia cominação legal
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
Lei penal no tempo estrangeiro:

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior I - os crimes:
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público;
Lei excepcional ou temporária
c) contra a administração pública, por quem está a seu
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido serviço;
o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que
a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
vigência. domiciliado no Brasil;

Tempo do crime II - os crimes:

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. reprimir;

Territorialidade b) praticados por brasileiro;

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao mercantes ou de propriedade privada, quando em território
crime cometido no território nacional. estrangeiro e aí não sejam julgados.

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
do território nacional as embarcações e aeronaves brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de depende do concurso das seguintes condições:

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a) entrar o agente no território nacional; Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; comum.

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei Frações não computáveis da pena
brasileira autoriza a extradição;
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
aí cumprido a pena; multa, as frações de cruzeiro.

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por Legislação especial
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei
mais favorável. Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido diverso.
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas
as condições previstas no parágrafo anterior: TÍTULO II
DO CRIME
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
Relação de causalidade
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime,
Pena cumprida no estrangeiro somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena ocorrido.
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou
nela é computada, quando idênticas. Superveniência de causa independente

Eficácia de sentença estrangeira § 1º - A superveniência de causa relativamente


independente exclui a imputação quando, por si só, produziu
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode quem os praticou.
ser homologada no Brasil para:
Relevância da omissão
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e
a outros efeitos civis; § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir
II - sujeitá-lo a medida de segurança. incumbe a quem:

Parágrafo único - A homologação depende: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
interessada; resultado;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou ocorrência do resultado.
a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro
da Justiça. Art. 14 - Diz-se o crime:

Contagem de prazo Crime consumado

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos


de sua definição legal;

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Tentativa Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de


crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma culposo, se previsto em lei.
por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Descriminantes putativas
Pena de tentativa
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que,
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
diminuída de um a dois terços. quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime
culposo.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Erro determinado por terceiro
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
prosseguir na execução ou impede que o resultado se § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
produza, só responde pelos atos já praticados.
Erro sobre a pessoa
Arrependimento posterior
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Erro sobre a ilicitude do fato
Crime impossível
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
é impossível consumar-se o crime.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente
Art. 18 - Diz-se o crime: atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato,
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir
Crime doloso essa consciência.

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o Coação irresistível e obediência hierárquica
risco de produzi-lo;
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
Crime culposo estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da
ordem.
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.
Exclusão de ilicitude
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
o pratica dolosamente.
I - em estado de necessidade;
Agravação pelo resultado
II - em legítima defesa;
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só
responde o agente que o houver causado ao menos III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
culposamente. regular de direito.

Erro sobre elementos do tipo Excesso punível

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Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste I - a emoção ou a paixão;


artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Embriaguez
Estado de necessidade
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem substância de efeitos análogos.
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou
por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
razoável exigir-se. ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o acordo com esse entendimento.
dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou
Legítima defesa de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando TÍTULO IV


moderadamente dos meios necessários, repele injusta DO CONCURSO DE PESSOAS
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime
TÍTULO III incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
DA IMPUTABILIDADE PENAL culpabilidade.

Inimputáveis § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena


pode ser diminuída de um sexto a um terço.
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
acordo com esse entendimento. resultado mais grave.

Redução de pena Circunstâncias incomunicáveis

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter Casos de impunibilidade
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se
Menores de dezoito anos o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente TÍTULO V


inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na DAS PENAS
legislação especial.
CAPÍTULO I
Emoção e paixão DAS ESPÉCIES DE PENA

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: Art. 32 - As penas são:

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I - privativas de liberdade; Regras do regime fechado

II - restritivas de direitos; Art. 34 - O condenado será submetido, no início do


cumprimento da pena, a exame criminológico de
III - de multa. classificação para individualização da execução.

SEÇÃO I § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno


DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE e a isolamento durante o repouso noturno.

Reclusão e detenção § 2º - O trabalho será em comum dentro do


estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime com a execução da pena.
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência
a regime fechado. § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado,
em serviços ou obras públicas.
§ 1º - Considera-se:
Regras do regime semi-aberto
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento
de segurança máxima ou média; Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao
condenado que inicie o cumprimento da pena em regime
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia semi-aberto.
agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou
ou estabelecimento adequado. estabelecimento similar.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas instrução de segundo grau ou superior.
as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
Regras do regime aberto
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
começar a cumpri-la em regime fechado; Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso
de responsabilidade do condenado.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou período noturno e nos dias de folga.
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto. § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se
praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da da execução ou se, podendo, não pagar a multa
pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. cumulativamente aplicada.
59 deste Código.
Regime especial
o
§ 4 O condenado por crime contra a administração pública
terá a progressão de regime do cumprimento da pena Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento
condicionada à reparação do dano que causou, ou à próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua
devolução do produto do ilícito praticado, com os condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto
acréscimos legais. neste Capítulo.

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Direitos do preso Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e


substituem as privativas de liberdade, quando:
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos
pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro
o respeito à sua integridade física e moral. anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
Trabalho do preso crime for culposo;

Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, II – o réu não for reincidente em crime doloso;
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
Legislação especial personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos suficiente.
arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os deveres
e direitos do preso, os critérios para revogação e § 1o (VETADO)
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações
disciplinares e correspondentes sanções § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de
Superveniência de doença mental direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve multa ou por duas restritivas de direitos.
ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a
Detração medida seja socialmente recomendável e a reincidência não
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de
ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da
internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade
artigo anterior. a executar será deduzido o tempo cumprido da pena
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta
dias de detenção ou reclusão.
SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade,
por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a
Penas restritivas de direitos
conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao
condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
Conversão das penas restritivas de direitos
I - prestação pecuniária;
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo
II - perda de bens e valores;
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e
48.
III - limitação de fim de semana.
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública
públicas; ou privada com destinação social, de importância fixada pelo
juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360
V - interdição temporária de direitos; (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
deduzido do montante de eventual condenação em ação de
VI - limitação de fim de semana. reparação civil, se coincidentes os beneficiários.

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§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou


beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em exame públicos.
prestação de outra natureza.
Limitação de fim de semana
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados
dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação
Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas
for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento
obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da adequado.
prática do crime.
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser
§ 4o (VETADO) ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas
atividades educativas.
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
SEÇÃO III
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades DA PENA DE MULTA
públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses
de privação da liberdade. Multa

§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo
públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em
condenado. dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de
360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal
ou estatais. vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes
esse salário.
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas
conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução,
à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas pelos índices de correção monetária.
de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
Pagamento da multa
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado
ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois
(art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de de transitada em julgado a sentença. A requerimento do
liberdade fixada. condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
Interdição temporária de direitos
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: desconto no vencimento ou salário do condenado quando:

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade a) aplicada isoladamente;


pública, bem como de mandato eletivo;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício
que dependam de habilitação especial, de licença ou c) concedida a suspensão condicional da pena.
autorização do poder público;
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
veículo.
Conversão da Multa e revogação
IV – proibição de freqüentar determinados lugares.

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Modo de conversão. CAPÍTULO III


DA APLICAÇÃO DA PENA
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a
multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as Fixação da pena
normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes,
suspensivas da prescrição. à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao
§ 1º - e § 2º - comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
Suspensão da execução da multa crime:

Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;


sobrevém ao condenado doença mental.
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
CAPÍTULO II previstos;
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
Penas privativas de liberdade liberdade;

Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada,
estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de por outra espécie de pena, se cabível.
crime.
Critérios especiais da pena de multa
Penas restritivas de direitos
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender,
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, principalmente, à situação econômica do réu.
independentemente de cominação na parte especial, em
substituição à pena privativa de liberdade, fixada em § 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz
quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é
ineficaz, embora aplicada no máximo.
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos
III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena Multa substitutiva
privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no
§ 4o do art. 46. § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a
6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa,
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste
art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido Código.
no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função,
sempre que houver violação dos deveres que lhes são Circunstâncias agravantes
inerentes.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena,
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 quando não constituem ou qualificam o crime:
deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito.
I - a reincidência;
Pena de multa
II - ter o agente cometido o crime:
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem
os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código. a) por motivo fútil ou torpe;

Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se impunidade ou vantagem de outro crime;
independentemente de cominação na parte especial.

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c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior
do ofendido; tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos,
computado o período de prova da suspensão ou do
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro livramento condicional, se não ocorrer revogação;
meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo
comum; II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; Circunstâncias atenuantes

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com
violência contra a mulher na forma da lei específica; I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou
maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a
cargo, ofício, ministério ou profissão; II - o desconhecimento da lei;

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou III - ter o agente:


mulher grávida;
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da moral;
autoridade;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência,
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o
dano;
l) em estado de embriaguez preordenada.
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em
Agravantes no caso de concurso de pessoas cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a
influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente vítima;
que:
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a autoria do crime;
atividade dos demais agentes;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; tumulto, se não o provocou.

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de
sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime,
qualidade pessoal; embora não prevista expressamente em lei.

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou Concurso de circunstâncias agravantes eatenuantes
promessa de recompensa.
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena
Reincidência deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete dos motivos determinantes do crime, da personalidade do
novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, agente e da reincidência.
no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime
anterior. Cálculo da pena

Art. 64 - Para efeito de reincidência:

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Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
causas de diminuição e de aumento. de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se
a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, Multas no concurso de crimes
todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são
Concurso material aplicadas distinta e integralmente.

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou Erro na execução


omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se
primeiro aquela. tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
dos crimes, para os demais será incabível a substituição de
que trata o art. 44 deste Código. Resultado diverso do pretendido

§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por
o condenado cumprirá simultaneamente as que forem acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado
compatíveis entre si e sucessivamente as demais. diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o
fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o
Concurso formal resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, Limite das penas
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais,
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de
um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de
o disposto no artigo anterior. liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem
elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria artigo.
cabível pela regra do art. 69 deste Código.
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do
Crime continuado cumprimento da pena, far-se-á nova unificação,
desprezando-se, para esse fim, o período de pena já
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou cumprido.
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e,
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e Concurso de infrações
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos
como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, primeiramente a pena mais grave.
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
CAPÍTULO IV
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à

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Requisitos da suspensão da pena Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o
beneficiário:
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
4 (quatro) anos, desde que:
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias autorizem a concessão do benefício; Revogação facultativa

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado
art. 44 deste Código. descumpre qualquer outra condição imposta ou é
irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de
concessão do benefício. direitos.

§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior Prorrogação do período de prova


a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos,
desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro
ou razões de saúde justifiquem a suspensão. crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da
suspensão até o julgamento definitivo.
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará
sujeito à observação e ao cumprimento das condições § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés
estabelecidas pelo juiz. de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo,
se este não foi o fixado.
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar
serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação Cumprimento das condições
de fim de semana (art. 48).
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação,
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59
deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz CAPÍTULO V
poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
Requisitos do livramento condicional
a) proibição de freqüentar determinados lugares;
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a
autorização do juiz; 2 (dois) anos, desde que:

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;

Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente
que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao em crime doloso;
fato e à situação pessoal do condenado.
III - comprovado comportamento satisfatório durante a
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi
direitos nem à multa. atribuído e aptidão para prover à própria subsistência
mediante trabalho honesto;
Revogação obrigatória

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IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto
o dano causado pela infração; não passar em julgado a sentença em processo a que
responde o liberado, por crime cometido na vigência do
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de livramento.
condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado,
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
crimes dessa natureza.
CAPÍTULO VI
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
concessão do livramento ficará também subordinada à Efeitos genéricos e específicos
constatação de condições pessoais que façam presumir que
o liberado não voltará a delinqüir. Art. 91 - São efeitos da condenação:

Soma de penas I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo


crime;
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas
devem somar-se para efeito do livramento. II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado
ou de terceiro de boa-fé:
Especificações das condições
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção
subordinado o livramento. constitua fato ilícito;

Revogação do livramento b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que


constitua proveito auferido pelo agente com a prática do
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser fato criminoso.
condenado a pena privativa de liberdade, em sentença
irrecorrível: § 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores
equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; não forem encontrados ou quando se localizarem no
exterior.
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste
Código. § 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas
na legislação processual poderão abranger bens ou valores
Revogação facultativa equivalentes do investigado ou acusado para posterior
decretação de perda.
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o
liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações Art. 92 - São também efeitos da condenação:
constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
privativa de liberdade.
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo
Efeitos da revogação igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso
de poder ou violação de dever para com a Administração
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente Pública;
concedido, e, salvo quando a revogação resulta de
condenação por outro crime anterior àquele benefício, não b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por
se desconta na pena o tempo em que esteve solto o tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.
condenado.

Extinção

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II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou Espécies de medidas de segurança


curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão,
cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; Art. 96. As medidas de segurança são:

III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como I - Internação em hospital de custódia e tratamento
meio para a prática de crime doloso. psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento
adequado;
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na II - sujeição a tratamento ambulatorial.
sentença.
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe
CAPÍTULO VII medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.
DA REABILITAÇÃO
Imposição da medida de segurança para inimputável
Reabilitação
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime
sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a
registros sobre o seu processo e condenação. tratamento ambulatorial.

Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os Prazo


efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código,
vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por
incisos I e II do mesmo artigo. tempo indeterminado, perdurando enquanto não for
averiguada, mediante perícia médica, a cessação de
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a3
(dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a (três) anos.
pena ou terminar sua execução, computando-se o período
de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não Perícia médica
sobrevier revogação, desde que o condenado:
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a
qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e
constante de bom comportamento público e privado; Desinternação ou liberação condicional

III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou § 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre
demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se
do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato
vítima ou novação da dívida. indicativo de persistência de sua periculosidade.

Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja o juiz determinar a internação do agente, se essa providência
instruído com novos elementos comprobatórios dos for necessária para fins curativos.
requisitos necessários.
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a imputável
requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for
condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste
que não seja de multa.
Código e necessitando o condenado de especial tratamento
curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída
TÍTULO VI pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

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mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo
anterior e respectivos §§ 1º a 4º. para oferecimento da denúncia.

Direitos do internado Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando
dotado de características hospitalares e será submetido a renunciado expressa ou tacitamente.
tratamento.
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de
TÍTULO VII queixa a prática de ato incompatível com a vontade de
DA AÇÃO PENAL exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o
ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
Ação pública e de iniciativa privada
Perdão do ofendido
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei
expressamente a declara privativa do ofendido. Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente
se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, ação.
dependendo, quando a lei o exige, de representação do
ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou
tácito:
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante
queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos
representá-lo. aproveita;

§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o
de ação pública, se o Ministério Público não oferece direito dos outros;
denúncia no prazo legal.
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato
de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, incompatível com a vontade de prosseguir na ação.
descendente ou irmão.
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado
A ação penal no crime complexo a sentença condenatória.

Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou TÍTULO VIII


circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele,
desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder Extinção da punibilidade
por iniciativa do Ministério Público.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
Irretratabilidade da representação
I - pela morte do agente;
Art. 102 - A representação será irretratável depois de
oferecida a denúncia.
II - pela anistia, graça ou indulto;

Decadência do direito de queixa ou de representação


III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato
como criminoso;
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido
decai do direito de queixa ou de representação se não o
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em
que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do §

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V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se
nos crimes de ação privada; aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com
admite; trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido
seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em
VII - (Revogado) nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da
denúncia ou queixa.
VIII - (Revogado)
§ 2o (Revogado).
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é sentença final
pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, sentença final, começa a correr:
quanto aos outros, a agravação da pena resultante da
conexão. I - do dia em que o crime se consumou;

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade
criminosa;
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a
sentença final, salvo o disposto no § 1 o do art. 110 deste III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de permanência;
liberdade cominada ao crime, verificando-se:
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; assentamento do registro civil, da data em que o fato se
tornou conhecido.
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito
anos e não excede a doze; V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e
adolescentes, previstos neste Código ou em legislação
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito)
anos e não excede a oito; anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação
penal.
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos
e não excede a quatro; Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória
irrecorrível
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano
ou, sendo superior, não excede a dois; Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição
começa a correr:
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um)
ano. I - do dia em que transita em julgado a sentença
condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão
Prescrição das penas restritivas de direito condicional da pena ou o livramento condicional;

Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o
os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. tempo da interrupção deva computar-se na pena.

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação
condenatória do livramento condicional

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a


sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e

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Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar- § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a
se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a
tempo que resta da pena. todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam
objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a
Prescrição da multa interrupção relativa a qualquer deles.

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V
deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou dia da interrupção.
aplicada;
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena graves.
privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou
cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
Redução dos prazos de prescrição isoladamente.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição Perdão judicial


quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21
(vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será
(setenta) anos. considerada para efeitos de reincidência.

Causas impeditivas da prescrição PARTE ESPECIAL

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a TÍTULO I


prescrição não corre: DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de CAPÍTULO I


que dependa o reconhecimento da existência do crime; DOS CRIMES CONTRA A VIDA

II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. Homicídio simples

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença Art. 121. Matar alguém:
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em
que o condenado está preso por outro motivo. Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Causas interruptivas da prescrição Caso de diminuição de pena

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
II - pela pronúncia;
Homicídio qualificado
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
§ 2° Se o homicídio é cometido:
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios
recorríveis; I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
II - por motivo futil;
VI - pela reincidência.

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III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar torne desnecessária.
perigo comum;
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de
outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
ofendido; extermínio.

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço)
vantagem de outro crime: até a metade se o crime for praticado:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos. I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao
parto;
Feminicídio
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo (sessenta) anos ou com deficiência;
feminino:
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro lhe auxílio para que o faça:
grau, em razão dessa condição:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio
resulta lesão corporal de natureza grave.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo
feminino quando o crime envolve: Parágrafo único - A pena é duplicada:

I - violência doméstica e familiar; Aumento de pena

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. I - se o crime é praticado por motivo egoístico;

Homicídio culposo II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer


causa, a capacidade de resistência.
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Infanticídio
Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o
Aumento de pena próprio filho, durante o parto ou logo após:

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um Pena - detenção, de dois a seis anos.
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar Aborto provocado pela gestante ou com seu
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consentimento
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor outrem lho provoque:
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar
de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem
Aborto provocado por terceiro

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Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
gestante:
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
§ 2° Se resulta:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou II - enfermidade incuravel;
debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante
fraude, grave ameaça ou violência III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

Forma qualificada IV - deformidade permanente;

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são V - aborto:
aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou
dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por
qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Lesão corporal seguida de morte
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-
Aborto necessário
lo:

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;


Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro


Diminuição de pena

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de


§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
representante legal.
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
Substituição da pena

Lesão corporal
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir
a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de contos de réis:
outrem:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
Pena - detenção, de três meses a um ano.
II - se as lesões são recíprocas.
Lesão corporal de natureza grave
Lesão corporal culposa
§ 1º Se resulta:
§ 6° Se a lesão é culposa:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de
trinta dias;
Pena - detenção, de dois meses a um ano.

II - perigo de vida;
Aumento de pena

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§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o
Código. contágio:

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Violência Doméstica Perigo para a vida ou saúde de outrem

§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem e iminente:
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de coabitação ou de Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não
hospitalidade: constitui crime mais grave.

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um
terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as decorre do transporte de pessoas para a prestação de
circunstâncias são as indicadas no § 9 o deste artigo, serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). desacordo com as normas legais.

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será Abandono de incapaz


aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência. Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado,
guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo,
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional Pena - detenção, de seis meses a três anos.
de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa grave:
condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
§ 2º - Se resulta a morte:

Perigo de contágio venéreo


Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou


Aumento de pena
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de
que sabe ou deve saber que está contaminado:
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um
terço:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
irmão, tutor ou curador da vítima.

§ 2º - Somente se procede mediante representação.


III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos

Perigo de contágio de moléstia grave


Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar


desonra própria:

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Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 2º - Se resulta a morte:

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Pena - detenção, de um a três anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado


contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
CAPÍTULO IV
Pena - detenção, de dois a seis anos. DA RIXA

Omissão de socorro Rixa

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê- Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os
lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou contendores:
à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
autoridade pública:
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a
pena de detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e CAPÍTULO V
triplicada, se resulta a morte. DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar Calúnia


emergencial
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou definido como crime:
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de
formulários administrativos, como condição para o Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
atendimento médico-hospitalar emergencial:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa imputação, a propala ou divulga.

Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza
grave, e até o triplo se resulta a morte. Exceção da verdade

Maus-tratos § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
nº I do art. 141;
de correção ou disciplina:
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


Difamação

Pena - reclusão, de um a quatro anos.


Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou
promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Exceção da verdade
Exclusão do crime
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite
se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
exercício de suas funções.
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
Injúria parte ou por seu procurador;

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou
decoro: científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou
difamar;
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público,
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: em apreciação ou informação que preste no cumprimento
de dever do ofício.
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
diretamente a injúria; Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra
injúria. Retratação

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata
por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
aviltantes:
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de
pena correspondente à violência. comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o
ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere
de pessoa idosa ou portadora de deficiência: calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou,
Pena - reclusão de um a três anos e multa. a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela
ofensa.
Disposições comuns
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140,
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se
§ 2º, da violência resulta lesão corporal.
de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do


I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141
governo estrangeiro;
deste Código, e mediante representação do ofendido, no
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do §
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
3o do art. 140 deste Código.

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a


CAPÍTULO VI
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora


SEÇÃO I
de deficiência, exceto no caso de injúria.
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

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Constrangimento ilegal IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)


anos;
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei
permite, ou a fazer o que ela não manda: § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Aumento de pena
Redução a condição análoga à de escravo
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro,
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,
pessoas, ou há emprego de armas. quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
correspondentes à violência. locomoção em razão de dívida contraída com o empregador
ou preposto:
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento correspondente à violência.
do paciente ou de seu representante legal, se justificada por
iminente perigo de vida; § 1o Nas mesmas penas incorre quem:

II - a coação exercida para impedir suicídio. I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte
do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
Ameaça
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador,
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e com o fim de retê-lo no local de trabalho.
grave:
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
I – contra criança ou adolescente;
Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação. II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
origem.
Seqüestro e cárcere privado
Tráfico de Pessoas
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
seqüestro ou cárcere privado: Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir,
comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça,
Pena - reclusão, de um a três anos. violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:

§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de


companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; escravo;

II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
casa de saúde ou hospital;
IV - adoção ilegal; ou
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

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V - exploração sexual. II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime


está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:
I - qualquer compartimento habitado;
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício
de suas funções ou a pretexto de exercê-las; II - aposento ocupado de habitação coletiva;

II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou III - compartimento não aberto ao público, onde alguém
pessoa idosa ou com deficiência; exerce profissão ou atividade.

III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, § 5º - Não se compreendem na expressão "casa":


domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de
dependência econômica, de autoridade ou de superioridade I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação
hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
função; ou parágrafo anterior;

IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
nacional
SEÇÃO III
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for DOS CRIMES CONTRA A
primário e não integrar organização criminosa. INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

SEÇÃO II Violação de correspondência


DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DODOMICÍLIO
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de
Violação de domicílio correspondência fechada, dirigida a outrem:

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de
quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Sonegação ou destruição de correspondência

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Na mesma pena incorre:

§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar I - quem se apossa indevidamente de correspondência


ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega
duas ou mais pessoas: ou destrói;

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou
correspondente à violência. telefônica

§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou
por funcionário público, fora dos casos legais, ou com utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou
inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica
abuso do poder. entre outras pessoas;

§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas
alheia ou em suas dependências: no número anterior;

I - durante o dia, com observância das formalidades legais, IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico,
para efetuar prisão ou outra diligência; sem observância de disposição legal.

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§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
outrem.
Parágrafo único - Somente se procede mediante
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em representação.
serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Invasão de dispositivo informático
Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo ou não à rede de computadores, mediante violação indevida
nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar
ou destruir dados ou informações sem autorização expressa
Correspondência comercial ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita:
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de
estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de
Pena - detenção, de três meses a dois anos. computador com o intuito de permitir a prática da conduta
definida no caput.
Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação. § 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
invasão resulta prejuízo econômico.
SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS § 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou
Divulgação de segredo industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou
o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de
documento particular ou de correspondência confidencial, Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se
de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa a conduta não constitui crime mais grave.
produzir dano a outrem:
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão
a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações
obtidos.
§ 1º Somente se procede mediante representação.

§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for


§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou
praticado contra:
reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos
sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública: I - Presidente da República, governadores e prefeitos;

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. II - Presidente do Supremo Tribunal Federal

§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
a ação penal será incondicionada. Federal, de Assembléia Legislativa de Estado, da Câmara
Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
Violação do segredo profissional
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Ação penal

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Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se outro Estado ou para o exterior.(Incluído pela Lei nº 9.426,
procede mediante representação, salvo se o crime é de 1996)
cometido contra a administração pública direta ou indireta
de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a
ou Municípios ou contra empresas concessionárias de subtração for de semovente domesticável de produção,
serviços públicos. ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração.
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de
CAPÍTULO I acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
DO FURTO fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela
Lei nº 13.654, de 2018).
Furto
Furto de coisa comum
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel: Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. comum:

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
durante o repouso noturno.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível,
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
a pena de multa.
CAPÍTULO II
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou DO ROUBO E DA EXTORSÃO
qualquer outra que tenha valor econômico.
Roubo
Furto qualificado
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de
crime é cometido: havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
da coisa; Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
destreza; subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
III - com emprego de chave falsa; detenção da coisa para si ou para terceiro.

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato I – (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
análogo que cause perigo comum.(Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018) II - se há o concurso de duas ou mais pessoas

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
for de veículo automotor que venha a ser transportado para agente conhece tal circunstância.

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IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2 o e
ser transportado para outro Estado ou para o exterior; 3o, respectivamente.
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Extorsão mediante seqüestro
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo
sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de do resgate:
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
13.654, de 2018)
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas,
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):(Incluído se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
pela Lei nº 13.654, de 2018) (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha.
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo;(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause
perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº § 3º - Se resulta a morte:


13.654, de 2018)
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a
18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que
13.654, de 2018)
o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Extorsão indireta

Extorsão
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
abusando da situação de alguém, documento que pode dar
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem terceiro:
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.


CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou
com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até
Alteração de limites
metade.
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o
outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no
disposto no § 3º do artigo anterior.
todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade


Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da
vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave

Usurpação de águas

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I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade
águas alheias; alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o
fato resulte prejuízo:
Esbulho possessório
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena pela autoridade competente em virtude de valor artístico,
a esta cominada. arqueológico ou histórico:

§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
violência, somente se procede mediante queixa.
Alteração de local especialmente protegido
Supressão ou alteração de marca em animais
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou aspecto de local especialmente protegido por lei:
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Ação penal
CAPÍTULO IV
DO DANO Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo
e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
Dano
CAPÍTULO V
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Apropriação indébita

Dano qualificado Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
posse ou a detenção:
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
Aumento de pena
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o
fato não constitui crime mais grave § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente
recebeu a coisa:
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, I - em depósito necessário;
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviços públicos; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para
a vítima: III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da Apropriação indébita previdenciária
pena correspondente à violência.
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma
legal ou convencional:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no
todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: do prédio;

I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra Apropriação de coisa achada


importância destinada à previdência social que tenha sido
descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total
ou arrecadada do público; ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro
II – recolher contribuições devidas à previdência social que no prazo de quinze dias.
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à
venda de produtos ou à prestação de serviços; Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o
disposto no art. 155, § 2º.
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas
cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa CAPÍTULO VI
pela previdência social. DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, Estelionato


declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições,
importâncias ou valores e presta as informações devidas à Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,
antes do início da ação fiscal. mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento:
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
somente a de multa se o agente for primário e de bons Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos
antecedentes, desde que: mil réis a dez contos de réis.

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no
previdenciária, inclusive acessórios; ou art. 155, § 2º.

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência
social, administrativamente, como sendo o mínimo para o Disposição de coisa alheia como própria
ajuizamento de suas execuções fiscais.
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica garantia coisa alheia como própria;
aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor,
inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido,
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais.
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força
que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
da natureza
prestações, silenciando sobre qualquer dessas
circunstâncias;
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Defraudação de penhor

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.


III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: tem a posse do objeto empenhado;

Apropriação de tesouro Fraude na entrega de coisa

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IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
que deve entregar a alguém;
Fraude no comércio
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou adquirente ou consumidor:
lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências
da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
valor de seguro; falsificada ou deteriorada;

Fraude no pagamento por meio de cheque II - entregando uma mercadoria por outra:

VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender
de economia popular, assistência social ou beneficência. pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de
ou outra qualidade:
Estelionato contra idoso
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
contra idoso. § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Duplicata simulada Outras fraudes

Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos
qualidade, ou ao serviço prestado. para efetuar o pagamento:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que Parágrafo único - Somente se procede mediante
falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias,
Duplicatas. deixar de aplicar a pena.

Abuso de incapazes Fraudes e abusos na fundação ou administração de


sociedade por ações
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da
jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela
relativo:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não
Induzimento à especulação constitui crime contra a economia popular.

Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de contra a economia popular:
outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à
especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações,
devendo saber que a operação é ruinosa: que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou

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comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo; Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.

II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer CAPÍTULO VII


artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da DA RECEPTAÇÃO
sociedade;
Receptação
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade
ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar,
haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral; em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta receba ou oculte:
da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o
permite; Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito Receptação qualificada


social, aceita em penhor ou em caução ações da própria
sociedade;
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
lucros ou dividendos fictícios; coisa que deve saber ser produto de crime:

VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação
de conta ou parecer;
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; clandestino, inclusive o exercício em residência.

IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
autorizada a funcionar no País, que pratica os atos desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de
mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
Governo. criminoso:

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou as penas.
para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia
geral.
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
"warrant"
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no
desacordo com disposição legal: § 2º do art. 155.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado,
do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação
Fraude à execução pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, dobro a pena prevista no caput deste artigo.
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Receptação de animal

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Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou
ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista
de comercialização, semovente domesticável de produção, intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou
ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser de quem os represente:
produto de crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de
CAPÍTULO VIII lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda,
DISPOSIÇÕES GERAIS aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito,
original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos reproduzido com violação do direito de autor, do direito de
crimes previstos neste título, em prejuízo: artista intérprete ou executante ou do direito do produtor
de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos
titulares dos direitos ou de quem os represente.
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. § 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público,
mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro
sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente
crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
determinados por quem formula a demanda, com intuito de
lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa,
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor de fonograma, ou de quem os
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; represente:

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: § 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se
tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra
pessoa; intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso
privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
II - ao estranho que participa do crime.
Usurpação de nome ou pseudônimo alheio
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos. Art. 185 - (Revogado)

TÍTULO III Art. 186. Procede-se mediante:


DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos
nos §§ 1o e 2o do art. 184;
Violação de direito autoral
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: cometidos em desfavor de entidades de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. ou fundação instituída pelo Poder Público;

§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, IV – ação penal pública condicionada à representação, nos
com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio crimes previstos no § 3o do art. 184.

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CAPÍTULO II Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave


DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO ameaça:

Violação de privilégio de invenção I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou


indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo
Art 187. (Revogado) período ou em determinados dias:

Falsa atribuição de privilégio Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência;
Art 188. (Revogado)
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a
Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho participar de parede ou paralisação de atividade econômica:
privilegiado
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da
Art. 189. (Revogado) pena correspondente à violência.

Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e
boicotagem violenta
Art. 190.(Revogado)
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer
Art. 191.(Revogado)
a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou
produto industrial ou agrícola:
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA AS
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
correspondente à violência.
Violação do direito de marca
Atentado contra a liberdade de associação
Art. 192. (Revogado)
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado
Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos
sindicato ou associação profissional:

Art. 193.(Revogado)
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Marca com falsa indicação de procedência
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou
Art. 194. (Revogado) perturbação da ordem

Art. 195.(Revogado) Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de


trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Concorrência desleal
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono
Art. 196. (Revogado) de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos,
três empregados.
TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA Paralisação de trabalho de interesse coletivo
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Atentado contra a liberdade de trabalho

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Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou
serviço de interesse coletivo: Aliciamento para o fim de emigração

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o
fim de levá-los para território estrangeiro.
Invasão de estabelecimento industrial,comercial ou
agrícola. Sabotagem Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do
comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou território nacional
embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim
danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma
delas dispor: para outra localidade do território nacional:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Pena - detenção de um a três anos, e multa.

Frustração de direito assegurado por lei trabalhista § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores
fora da localidade de execução do trabalho, dentro do
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito território nacional, mediante fraude ou cobrança de
assegurado pela legislação do trabalho: qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar
condições do seu retorno ao local de origem.
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da
pena correspondente à violência. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima
é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou
§ 1º Na mesma pena incorre quem: portadora de deficiência física ou mental.

I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de TÍTULO V


determinado estabelecimento, para impossibilitar o DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
desligamento do serviço em virtude de dívida; RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer CAPÍTULO I


natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
documentos pessoais ou contratuais.
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima relativo
é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou
portadora de deficiência física ou mental Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo
de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar
Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar
publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação
legal relativa à nacionalização do trabalho: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
correspondente à violência. aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência.
Exercício de atividade com infração de decisão
administrativa CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por
decisão administrativa: Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

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Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia Violação sexual mediante fraude
funerária:
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é vítima:
aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

Violação de sepultura Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter


vantagem econômica, aplica-se também multa.
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Art. 216.(Revogado)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Assédio sexual
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente da sua condição de superior hierárquico ou
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função.
Vilipêndio a cadáver
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Parágrafo único. (VETADO)
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é
menor de 18 (dezoito) anos.
TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Estupro Sedução

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave Art. 217 -(Revogado)
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
com ele se pratique outro ato libidinoso: Estupro de vulnerável

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave
ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
(catorze) anos:
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para a prática
§ 2o Se da conduta resulta morte: do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência.
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
§ 2o (VETADO)
Art. 214 -(Revogado)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:

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Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. CAPÍTULO III


DO RAPTO
§ 4o Se da conduta resulta morte:
Rapto violento ou mediante fraude
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Art. 219 – Revogado
Corrupção de menores
Rapto consensual
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a
satisfazer a lascívia de outrem: Art. 220 -(Revogado)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Diminuição de pena

Parágrafo único. (VETADO) Art. 221 -(Revogado)

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou Concurso de rapto e outro crime


adolescente
Art. 222 -(Revogado)
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14
(catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou CAPÍTULO IV
outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de DISPOSIÇÕES GERAIS
outrem:
Art. 223 -(Revogado)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 224 -(Revogado)
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual de criança ou adolescente ou de Ação penal
vulnerável.
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou Título, procede-se mediante ação penal pública
outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 condicionada à representação.
(dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para a prática
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
Aumento de pena
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem
econômica, aplica-se também multa.
Art. 226. A pena é aumentada:

§ 2o Incorre nas mesmas penas:


I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso
de 2 (duas) ou mais pessoas;
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou
na situação descrita no caput deste artigo;
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em título tem autoridade sobre ela;
que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
III –(REVOGADO)
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito
obrigatório da condenação a cassação da licença de
CAPÍTULO V
localização e de funcionamento do estabelecimento.
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE

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PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro,
EXPLORAÇÃO SEXUAL estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou
não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou
Mediação para servir a lascívia de outrem gerente:

Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Pena - reclusão, de um a três anos. Rufianismo

§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando
(dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou ou em parte, por quem a exerça:
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de
educação, de tratamento ou de guarda: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Pena - reclusão, de dois a cinco anos. § 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14


(catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente,
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro,
ameaça ou fraude: tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por
quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado,
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena proteção ou vigilância:
correspondente à violência.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se
também multa. § 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave
ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração manifestação da vontade da vítima:
sexual
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra pena correspondente à violência.
forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar
que alguém a abandone: Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração
sexual
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 231 - (Revogado)
o
§ 1 Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão,
enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor Art. 231-A.(Revogado)
ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra
forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Art. 232 -(Revogado)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. Promoção de migração ilegal

§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter
grave ameaça ou fraude: vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em
território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena
correspondente à violência. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se § 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer
também multa. meio, com o fim de obter vantagem econômica, a saída de
estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente
Casa de prostituição em país estrangeiro.

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§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) II – (VETADO)


se
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e
I - o crime é cometido com violência; ou
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima
II - a vítima é submetida a condição desumana ou doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria
degradante. saber ser portador.

§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos
das correspondentes às infrações conexas. neste Título correrão em segredo de justiça.

CAPÍTULO VI Art. 234-C. (VETADO)


DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
TÍTULO VII
Ato obsceno DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto CAPÍTULO I


ou exposto ao público: DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Bigamia

Escrito ou objeto obsceno Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:

Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua Pena - reclusão, de dois a seis anos.
guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de
exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com
qualquer objeto obsceno: pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido
com reclusão ou detenção, de um a três anos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento,
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se
inexistente o crime.
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer
dos objetos referidos neste artigo; Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o
representação teatral, ou exibição cinematográfica de outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não
caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o seja casamento anterior:
mesmo caráter;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo
rádio, audição ou recitação de caráter obsceno. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do
contraente enganado e não pode ser intentada senão depois
CAPÍTULO VII de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro
DISPOSIÇÕES GERAIS ou impedimento, anule o casamento.

Conhecimento prévio de impedimento


Aumento de pena
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
aumentada:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
I – (VETADO)

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Simulação de autoridade para celebração de casamento CAPÍTULO III


DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração
de casamento: Abandono material

Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do
crime mais grave. cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto
para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60
Simulação de casamento (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem
pessoa: justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
gravemente enfermo:
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma
a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Adultério
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo
solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por
Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento
de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou
CAPÍTULO II majorada.
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
Entrega de filho menor a pessoa inidônea
Registro de nascimento inexistente
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de
em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica
nascimento inexistente:
moral ou materialmente em perigo:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.


Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao


§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o
estado civil de recém-nascido
agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é
enviado para o exterior.
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu
o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo,
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem,
suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a
efetivação de ato destinado ao envio de menor para o
Pena - reclusão, de dois a seis anos. exterior, com o fito de obter lucro.

Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de Abandono intelectual


reconhecida nobreza:
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de primária de filho em idade escolar:
aplicar a pena.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Sonegação de estado de filiação
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos,
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação
ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com
inerente ao estado civil:
pessoa viciosa ou de má vida;

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender- Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a
lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza; integridade física ou o patrimônio de outrem:

III - resida ou trabalhe em casa de prostituição; Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração Aumento de pena


pública:
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem
CAPÍTULO IV pecuniária em proveito próprio ou alheio;
DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA II - se o incêndio é:

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de a) em casa habitada ou destinada a habitação;


incapazes
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir de assistência social ou de cultura;
do lugar em que se acha por determinação de quem sobre
ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de
confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador transporte coletivo;
algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem
justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
d) em estação ferroviária ou aeródromo;

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.


e) em estaleiro, fábrica ou oficina;

Subtração de incapazes
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;

Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao


g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de
ordem judicial:
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não
Incêndio culposo
constitui elemento de outro crime.

§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis


§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou
meses a dois anos.
curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou
temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela
ou guarda. Explosão

§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou
de aplicar pena. simples colocação de engenho de dinamite ou de substância
de efeitos análogos:
TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

CAPÍTULO I § 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo


DOS CRIMES DE PERIGO COMUM de efeitos análogos:

Incêndio Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

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§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento,


qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio
anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas de outrem:
enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade culposa
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou
substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis Parágrafo único - Se o crime é culposo:
meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três
meses a um ano. Pena - detenção, de seis meses a um ano.

Uso de gás tóxico ou asfixiante Subtração, ocultação ou inutilização de material de


salvamento
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante: Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de
incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado
a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento;
Modalidade Culposa ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:

Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Pena - detenção, de três meses a um ano. Formas qualificadas de crime de perigo comum

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão
explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é
aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a
sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a
gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um
fabricação: terço.

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Difusão de doença ou praga

Inundação Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a
floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, Modalidade culposa
ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de
Perigo de inundação um a seis meses, ou multa.

Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio CAPÍTULO II


ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o DOS CRIMES CONTRA A
patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
a impedir inundação: E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Perigo de desastre ferroviário

Desabamento ou desmoronamento Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:

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I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
parcialmente, linha férrea, material rodante ou de tração,
obra-de-arte ou instalação; Atentado contra a segurança de outro meio de transporte

II - colocando obstáculo na linha; Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público,
impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos
veículos ou interrompendo ou embaraçando o Pena - detenção, de um a dois anos.
funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: dois a cinco anos.

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. § 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:

Desastre ferroviário Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 1º - Se do fato resulta desastre: Forma qualificada

Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa. Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260
a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre: ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.

Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Arremesso de projétil

§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento,
ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo
de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo. ar:

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, Pena - detenção, de um a seis meses.


fluvial ou aéreo
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a
ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de
utilidade pública:
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de
embarcação ou a queda ou destruição de aeronave: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço)
até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtração de
Prática do crime com o fim de lucro material essencial ao funcionamento dos serviços.

§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico,


pratica o crime com intuito de obter vantagem econômica, telefônico, informático, telemático ou de informação de
para si ou para outrem. utilidade pública

Modalidade culposa Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico,


radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: restabelecimento:

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Pena - detenção, de um a três anos, e multa. § 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo
ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou
§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço a substância envenenada.
telemático ou de informação de utilidade pública, ou impede
ou dificulta-lhe o restabelecimento. Modalidade culposa

§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido § 2º - Se o crime é culposo:


por ocasião de calamidade pública.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA Corrupção ou poluição de água potável

Epidemia Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum


ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de à saúde:
germes patogênicos:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Modalidade culposa
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois
anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos. Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Infração de medida sanitária preventiva Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de


substância ou produtos alimentícios
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada
a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar
substância ou produto alimentício destinado a consumo,
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor
nutritivo:
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o
agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende,
Omissão de notificação de doença expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou,
de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido
doença cuja notificação é compulsória: ou adulterado.

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações
previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor
Envenenamento de água potável ou de substância alcoólico.
alimentícia ou medicinal
Modalidade culposa
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou
particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada § 2º - Se o crime é culposo:
a consumo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais

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Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto Invólucro ou recipiente com falsa indicação
destinado a fins terapêuticos ou medicinais:
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de
substância que não se encontra em seu conteúdo ou que
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, nele existe em quantidade menor que a mencionada:
expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de
qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.
Produto ou substância nas condições dos dois artigos
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este anteriores
artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos
farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para
diagnóstico. vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto
nas condições dos arts. 274 e 275.
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as
ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
das seguintes condições:
Substância destinada à falsificação
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância
sanitária competente; Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder
substância destinada à falsificação de produtos alimentícios,
II - em desacordo com a fórmula constante do registro terapêuticos ou medicinais:
previsto no inciso anterior;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
III - sem as características de identidade e qualidade
admitidas para a sua comercialização; Outras substâncias nocivas à saúde pública

IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito
atividade; para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo
coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada
V - de procedência ignorada; à alimentação ou a fim medicinal:

VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da Pena - detenção, de um a três anos, e multa.


autoridade sanitária competente.
Modalidade culposa
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Substância avariada
Emprego de processo proibido ou de substância não
permitida Art. 279 -

Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a Medicamento em desacordo com receita médica
consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria
corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora
Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com
ou qualquer outra não expressamente permitida pela
receita médica:
legislação sanitária:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Modalidade culposa

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Parágrafo único - Se o crime é culposo: TÍTULO IX


DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Incitação ao crime
Comércio clandestino ou facilitação de uso de entorpecentes
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU
SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
PSÍQUICA.
Apologia de crime ou criminoso
Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica de autor de crime:

Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou
excedendo-lhe os limites: Associação Criminosa

Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes:
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
aplica-se também multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Charlatanismo Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a


associação é armada ou se houver a participação de criança
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou ou adolescente.
infalível:
Constituição de milícia privada
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear
Curandeirismo organização paramilitar, milícia particular, grupo ou
esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes
Art. 284 - Exercer o curandeirismo: previstos neste Código:

I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.


qualquer substância;
TÍTULO X
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

III - fazendo diagnósticos: CAPÍTULO I


DA MOEDA FALSA
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Moeda Falsa
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante
remuneração, o agente fica também sujeito à multa. Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
Forma qualificada estrangeiro:

Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art.
267. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede,
empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

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§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.
a dois anos, e multa.
CAPÍTULO II
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco
de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou Falsificação de papéis públicos
emissão:
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em
lei; I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou
qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. tributo;

§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular II - papel de crédito público que não seja moeda de curso
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. legal;

Crimes assimilados ao de moeda falsa III - vale postal;

Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes econômica ou de outro estabelecimento mantido por
verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, entidade de direito público;
para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua
inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou
caução por que o poder público seja responsável;
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze transporte administrada pela União, por Estado ou por
anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que Município:
trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido,
ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Petrechos para falsificação de moeda § 1o Incorre na mesma pena quem:

Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis
gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, falsificados a que se refere este artigo;
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda:
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. destinado a controle tributário;

Emissão de título ao portador sem permissão legal III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta,
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
vale ou título que contenha promessa de pagamento em próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da industrial, produto ou mercadoria:
pessoa a quem deva ser pago:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. tributário, falsificado;

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b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
determina a obrigatoriedade de sua aplicação. prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.

§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,
legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: identificadores de órgãos ou entidades da Administração
Pública.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. parte.

§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de Falsificação de documento público


boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que
se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis público, ou alterar documento público verdadeiro:
meses a dois anos, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
o
§ 5 Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
logradouros públicos e em residências. parte.

Petrechos de falsificação § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento


público o emanado de entidade paraestatal, o título ao
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar portador ou transmissível por endosso, as ações de
objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento
dos papéis referidos no artigo anterior: particular.

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:

Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime I – na folha de pagamento ou em documento de informações
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta que seja destinado a fazer prova perante a previdência
parte. social, pessoa que não possua a qualidade de segurado
obrigatório;
CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do
empregado ou em documento que deva produzir efeito
Falsificação do selo ou sinal público perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter sido escrita;
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
III – em documento contábil ou em qualquer outro
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, documento relacionado com as obrigações da empresa
de Estado ou de Município; perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado.
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus
dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
trabalho ou de prestação de serviços.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
Falsificação de documento particular
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;

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Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento Pena - detenção, de três meses a dois anos.
particular ou alterar documento particular verdadeiro:
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se,
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. além da pena privativa de liberdade, a de multa.

Falsificação de cartão Falsidade de atestado médico

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão,
a documento particular o cartão de crédito ou débito. atestado falso:

Falsidade ideológica Pena - detenção, de um mês a um ano.

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer aplica-se também multa.
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
verdade sobre fato juridicamente relevante:
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a
é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do
documento é particular. selo ou peça:

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
pena de sexta parte. comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.

Falso reconhecimento de firma ou letra Uso de documento falso

Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
função pública, firma ou letra que o não seja: alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é
particular.
Supressão de documento

Certidão ou atestado ideologicamente falso


Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio
ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de particular verdadeiro, de que não podia dispor:
função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a
obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento
público, ou qualquer outra vantagem:
é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
documento é particular.
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
CAPÍTULO IV
Falsidade material de atestado ou certidão DE OUTRAS FALSIDADES

§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, Falsificação do sinal empregado no contraste de metal
ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter
cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou
público, ou qualquer outra vantagem:
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal

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precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.

Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que
a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou contribui para o licenciamento ou registro do veículo
para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente
comprovar o cumprimento de formalidade legal: material ou informação oficial.

Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa. CAPÍTULO V

Falsa identidade DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO

Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade Fraudes em certames de interesse público
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para
causar dano a outrem: Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
não constitui elemento de crime mais grave.
I - concurso público;
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor,
caderneta de reservista ou qualquer documento de II - avaliação ou exame públicos;
identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize,
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro: III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou

Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
fato não constitui elemento de crime mais grave.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Fraude de lei sobre estrangeiro
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às
território nacional, nome que não é o seu: informações mencionadas no caput.

Pena - detenção, de um a três anos, e multa. § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração
pública:
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para
promover-lhe a entrada em território nacional: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
cometido por funcionário público.
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor
de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos TÍTULO XI
em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tais bens:
CAPÍTULO I
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou Peculato


qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
componente ou equipamento:

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Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de a metade se da modificação ou alteração resulta dano para
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em a Administração Pública ou para o administrado.
proveito próprio ou alheio:
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o lo, total ou parcialmente:
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui
proporciona a qualidade de funcionário. crime mais grave.

Peculato culposo Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa
de outrem: da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de três meses a um ano. Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se Concussão


precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
Peculato mediante erro de outrem la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Excesso de exação
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social
Inserção de dados falsos em sistema de informações que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a não autoriza:
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente
dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
dados da Administração Pública com o fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
dano: ) outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de
informações Corrupção passiva

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
informações ou programa de informática sem autorização ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
ou solicitação de autoridade competente: assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

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§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência Violência arbitrária


da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a
funcional. pretexto de exercê-la:

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a correspondente à violência.
pedido ou influência de outrem:
Abandono de função
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
Facilitação de contrabando ou descaminho permitidos em lei:

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
de contrabando ou descaminho (art. 334):
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Prevaricação
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato fronteira:
de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei,
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de
público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: removido, substituído ou suspenso:

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Condescendência criminosa Violação de sigilo funcional

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
responsabilizar subordinado que cometeu infração no e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não revelação:
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. fato não constitui crime mais grave.

Advocacia administrativa § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
privado perante a administração pública, valendo-se da empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de
qualidade de funcionário: pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco
de dados da Administração Pública;
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. Pública ou a outrem:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Desobediência
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência
pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Funcionário público Desacato

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da
penais, quem, embora transitoriamente ou sem função ou em razão dela:
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem Tráfico de Influência
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
Administração Pública. outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público no exercício
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os da função:
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o
instituída pelo poder público.
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada
ao funcionário.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
Corrupção ativa
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
Usurpação de função pública
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício:
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Descaminho
Resistência
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo
violência ou ameaça a funcionário competente para executá- de mercadoria
lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
Pena - reclusão, de um a três anos. permitidos em lei;

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II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
exercido em residências.
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
procedência estrangeira que introduziu clandestinamente
no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
produto de introdução clandestina no território nacional ou
de importação fraudulenta por parte de outrem; Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública
ou venda em hasta pública, promovida pela administração
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal;
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por
de procedência estrangeira, desacompanhada de meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
documentação legal ou acompanhada de documentos que vantagem:
sabe serem falsos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos da pena correspondente à violência.
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém
exercido em residências. de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.

§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é Inutilização de edital ou de sinal


praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
Contrabando conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público;
violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: determinação legal ou por ordem de funcionário público,
para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
o
§ 1 Incorre na mesma pena quem:
Subtração ou inutilização de livro ou documento
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que oficial, processo ou documento confiado à custódia de
dependa de registro, análise ou autorização de órgão público funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço
competente; público:

III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui
destinada à exportação; crime mais grave.

IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de Sonegação de contribuição previdenciária


qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
proibida pela lei brasileira; previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes
condutas:
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de
proibida pela lei brasileira. documento de informações previsto pela legislação
previdenciária segurados empregado, empresário,
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou equiparado que lhe prestem serviços;

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II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos infringindo dever funcional.
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador
de serviços; Tráfico de influência em transação comercial internacional

III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de
geradores de contribuições sociais previdenciárias: vantagem a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. relacionado a transação comercial internacional:

§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores
e presta as informações devidas à previdência social, na Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada
ação fiscal. a funcionário estrangeiro.

§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar Funcionário público estrangeiro


somente a de multa se o agente for primário e de bons
antecedentes, desde que: Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro,
para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou
I – (VETADO) sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública
em entidades estatais ou em representações diplomáticas
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, de país estrangeiro.
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência
social, administrativamente, como sendo o mínimo para o Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público
ajuizamento de suas execuções fiscais. estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em
empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de Poder Público de país estrangeiro ou em organizações
pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, públicas internacionais.
quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. CAPÍTULO III

§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
reajuste dos benefícios da previdência social. Reingresso de estrangeiro expulso

CAPÍTULO II-A Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro


DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A que dele foi expulso:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova
Corrupção ativa em transação comercial internacional expulsão após o cumprimento da pena.

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou Denunciação caluniosa


indiretamente, vantagem indevida a funcionário público
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à
processo judicial, instauração de investigação
transação comercial internacional:
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. o sabe inocente:

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público

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§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se Coação no curso do processo


serve de anonimato ou de nome suposto.
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
prática de contravenção. parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada
a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou
Comunicação falsa de crime ou de contravenção em juízo arbitral:

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena
ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter correspondente à violência.
verificado:
Exercício arbitrário das próprias razões
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
Auto-acusação falsa pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da
inexistente ou praticado por outrem: pena correspondente à violência.

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente
se procede mediante queixa.
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria,
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade que se acha em poder de terceiro por determinação judicial
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete ou convenção:
em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou
em juízo arbitral: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Fraude processual

§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta. Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
declara a verdade. aplicam-se em dobro.

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer Favorecimento pessoal


outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
interpretação:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um
terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
destinada a produzir efeito em processo penal ou em
processo civil em que for parte entidade da administração
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente,
pública direta ou indireta.
cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.

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Favorecimento real § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime


é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria preso ou o internado.
ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o
proveito do crime: § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. ano, ou multa.

Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou Evasão mediante violência contra a pessoa
facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação
móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
estabelecimento prisional. submetido a medida de segurança detentiva, usando de
violência contra a pessoa:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena
Exercício arbitrário ou abuso de poder correspondente à violência.

Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade Arrebatamento de preso


individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
poder: Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de
quem o tenha sob custódia ou guarda:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: correspondente à violência.

I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a Motim de presos


estabelecimento destinado a execução de pena privativa de
liberdade ou de medida de segurança; Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou
disciplina da prisão:
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança,
deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
imediatamente a ordem de liberdade; correspondente à violência.

III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a Patrocínio infiel
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio,
em juízo, lhe é confiado:
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente
presa ou submetida a medida de segurança detentiva: Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou
procurador judicial que defende na mesma causa,
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de
reclusão, de dois a seis anos. Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de
também a pena correspondente à violência. restituir autos, documento ou objeto de valor probatório,
que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:

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Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a
pagar, de despesa que não tenha sido previamente
Exploração de prestígio empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei:

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, Assunção de obrigação no último ano do mandato ou
intérprete ou testemunha: legislatura

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação,
nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente
de disponibilidade de caixa:
Violência ou fraude em arrematação judicial
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, Ordenação de despesa não autorizada
por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
oferecimento de vantagem: Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
pena correspondente à violência.
Prestação de garantia graciosa
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão
de direito Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que
tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Não cancelamento de restos a pagar
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover
Contratação de operação de crédito o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em
valor superior ao permitido em lei:
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
legislativa:
Aumento de despesa total com pessoal no último ano do
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. mandato ou legislatura

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete
autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta
dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: )
I – com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal; Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
limite máximo autorizado por lei.
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida

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pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo
estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
de custódia: decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Lei excepcional ou temporária

DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido


o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que
Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
contra a existência, a segurança e a integridade do Estado e vigência.
contra a guarda e o emprego da economia popular, os crimes
de imprensa e os de falência, os de responsabilidade do Tempo do crime
Presidente da República e dos Governadores ou
Interventores, e os crimes militares, revogam-se as Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação
disposições em contrário. ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro Territorialidade


de 1942.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
Independência e 52º da República. crime cometido no território nacional.

GETÚLIO VARGAS § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão


Francisco Campos do território nacional as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
DIREITO PROCESSUAL PENAL aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes


praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em
pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe Brasil.
confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
Lugar do crime
PARTE GERAL
TÍTULO I
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Anterioridade da Lei
Extraterritorialidade
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
pena sem prévia cominação legal
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
Lei penal no tempo
I - os crimes:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
execução e os efeitos penais da sentença condenatória

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b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou nela é computada, quando idênticas.
fundação instituída pelo Poder Público;
Eficácia de sentença estrangeira
c) contra a administração pública, por quem está a seu
serviço; Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou ser homologada no Brasil para:
domiciliado no Brasil;
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e
II - os crimes: a outros efeitos civis;

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a II - sujeitá-lo a medida de segurança.


reprimir;
Parágrafo único - A homologação depende:
b) praticados por brasileiro;
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, interessada;
mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados. b) para os outros efeitos, da existência de tratado de
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. da Justiça.

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira Contagem de prazo


depende do concurso das seguintes condições:
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
a) entrar o agente no território nacional; Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
comum.
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
Frações não computáveis da pena
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei
brasileira autoriza a extradição; Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter multa, as frações de cruzeiro.
aí cumprido a pena;
Legislação especial
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
mais favorável. incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo
diverso.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas TÍTULO II
as condições previstas no parágrafo anterior: DO CRIME

a) não foi pedida ou foi negada a extradição; Relação de causalidade

b) houve requisição do Ministro da Justiça. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime,
somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se
Pena cumprida no estrangeiro causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.

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Superveniência de causa independente Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto,
§ 1º - A superveniência de causa relativamente é impossível consumar-se o crime.
independente exclui a imputação quando, por si só, produziu
o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a Art. 18 - Diz-se o crime:
quem os praticou.
Crime doloso
Relevância da omissão
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente risco de produzi-lo;
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir
incumbe a quem: Crime culposo

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
resultado; Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da o pratica dolosamente.
ocorrência do resultado.
Agravação pelo resultado
Art. 14 - Diz-se o crime:
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só
Crime consumado responde o agente que o houver causado ao menos
culposamente.
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos
de sua definição legal; Erro sobre elementos do tipo

Tentativa Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de


crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma culposo, se previsto em lei.
por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Descriminantes putativas
Pena de tentativa
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que,
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
diminuída de um a dois terços. quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime
culposo.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Erro determinado por terceiro
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
prosseguir na execução ou impede que o resultado se § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
produza, só responde pelos atos já praticados.
Erro sobre a pessoa
Arrependimento posterior
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Erro sobre a ilicitude do fato
Crime impossível

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Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro TÍTULO III


sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se DA IMPUTABILIDADE PENAL
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Inimputáveis
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente
atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era,
essa consciência. ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
Coação irresistível e obediência hierárquica acordo com esse entendimento.

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em Redução de pena


estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois
ordem. terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
Exclusão de ilicitude retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: entendimento.

I - em estado de necessidade; Menores de dezoito anos

II - em legítima defesa; Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente


inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício legislação especial.
regular de direito.
Emoção e paixão
Excesso punível
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. I - a emoção ou a paixão;

Estado de necessidade Embriaguez

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou substância de efeitos análogos.
por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez
razoável exigir-se. completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
dever legal de enfrentar o perigo. acordo com esse entendimento.

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,
Legítima defesa a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou
de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta TÍTULO IV
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. DO CONCURSO DE PESSOAS

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Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
culpabilidade.
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena ou estabelecimento adequado.
pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas
aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
resultado mais grave.
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
Circunstâncias incomunicáveis começar a cumpri-la em regime fechado;

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4
de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
Casos de impunibilidade
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se em regime aberto.
o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da
TÍTULO V pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art.
DAS PENAS 59 deste Código.

CAPÍTULO I § 4o O condenado por crime contra a administração pública


DAS ESPÉCIES DE PENA terá a progressão de regime do cumprimento da pena
condicionada à reparação do dano que causou, ou à
Art. 32 - As penas são: devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais.
I - privativas de liberdade;
Regras do regime fechado
II - restritivas de direitos;
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do
cumprimento da pena, a exame criminológico de
III - de multa.
classificação para individualização da execução.
SEÇÃO I
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
e a isolamento durante o repouso noturno.
Reclusão e detenção
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime com a execução da pena.
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência
a regime fechado.
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado,
em serviços ou obras públicas.
§ 1º - Considera-se:
Regras do regime semi-aberto
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento
de segurança máxima ou média;

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Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao Superveniência de doença mental
condenado que inicie o cumprimento da pena em regime
semi-aberto. Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve
ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.
durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar. Detração

§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil
instrução de segundo grau ou superior. ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de
internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
Regras do regime aberto artigo anterior.

Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso SEÇÃO II


de responsabilidade do condenado. DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem Penas restritivas de direitos


vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
período noturno e nos dias de folga.
I - prestação pecuniária;
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se
praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins II - perda de bens e valores;
da execução ou se, podendo, não pagar a multa
cumulativamente aplicada.
III - limitação de fim de semana.

Regime especial
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades
públicas;
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento
próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua
V - interdição temporária de direitos;
condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto
neste Capítulo.
VI - limitação de fim de semana.
Direitos do preso
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade, quando:
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos
pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades
o respeito à sua integridade física e moral. I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro
anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
Trabalho do preso
crime for culposo;

Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado,


II – o réu não for reincidente em crime doloso;
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
Legislação especial
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos suficiente.
arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os deveres
e direitos do preso, os critérios para revogação e
§ 1o (VETADO)
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações
disciplinares e correspondentes sanções
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de

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direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao
multa ou por duas restritivas de direitos. condenado.

§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros
medida seja socialmente recomendável e a reincidência não estabelecimentos congêneres, em programas comunitários
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. ou estatais.

§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas
liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas
restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas
a executar será deduzido o tempo cumprido da pena de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta
dias de detenção ou reclusão. § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado
ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de
por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a liberdade fixada.
conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. Interdição temporária de direitos

Conversão das penas restritivas de direitos Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e pública, bem como de mandato eletivo;
48.
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em que dependam de habilitação especial, de licença ou
dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública autorização do poder público;
ou privada com destinação social, de importância fixada pelo
juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir
(trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será veículo.
deduzido do montante de eventual condenação em ação de
reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
IV – proibição de freqüentar determinados lugares.

§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do


V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou
beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em
exame públicos.
prestação de outra natureza.
Limitação de fim de semana
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados
dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação
Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que
de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas
for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento
diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento
obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da
adequado.
prática do crime.

§ 4o (VETADO) Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser


ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas
atividades educativas.
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
SEÇÃO III
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades
DA PENA DE MULTA
públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses
de privação da liberdade.
Multa

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Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites
penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de
dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de crime.
360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
Penas restritivas de direitos
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo
ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis,
vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes independentemente de cominação na parte especial, em
esse salário. substituição à pena privativa de liberdade, fixada em
quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos.
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução,
pelos índices de correção monetária. Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos
III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena
Pagamento da multa privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no
§ 4o do art. 46.
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois
de transitada em julgado a sentença. A requerimento do Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do
condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função,
sempre que houver violação dos deveres que lhes são
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante inerentes.
desconto no vencimento ou salário do condenado quando:
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47
a) aplicada isoladamente; deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito.

b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; Pena de multa

c) concedida a suspensão condicional da pena. Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem
os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos
indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art.
44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se
Conversão da Multa e revogação independentemente de cominação na parte especial.

Modo de conversão. CAPÍTULO III


DA APLICAÇÃO DA PENA
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a
multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as Fixação da pena
normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes,
suspensivas da prescrição. à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao
§ 1º - e § 2º - comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
crime:
Suspensão da execução da multa

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;


Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se
sobrevém ao condenado doença mental.
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
previstos;
CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade;
Penas privativas de liberdade

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IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da
por outra espécie de pena, se cabível. autoridade;

Critérios especiais da pena de multa j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer


calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender,
principalmente, à situação econômica do réu. l) em estado de embriaguez preordenada.

§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz Agravantes no caso de concurso de pessoas
considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é
ineficaz, embora aplicada no máximo. Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente
que:
Multa substitutiva
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a atividade dos demais agentes;
6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa,
observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
Código.
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à
Circunstâncias agravantes sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou
qualidade pessoal;
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena,
quando não constituem ou qualificam o crime: IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou
promessa de recompensa.
I - a reincidência;
Reincidência
II - ter o agente cometido o crime:
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete
a) por motivo fútil ou torpe; novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que,
no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a anterior.
impunidade ou vantagem de outro crime;
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou
outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
do ofendido; cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior
tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos,
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro computado o período de prova da suspensão ou do
meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo livramento condicional, se não ocorrer revogação;
comum;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
Circunstâncias atenuantes
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
violência contra a mulher na forma da lei específica;
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
cargo, ofício, ministério ou profissão;
II - o desconhecimento da lei;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou
mulher grávida; III - ter o agente:

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a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou dos crimes, para os demais será incabível a substituição de
moral; que trata o art. 44 deste Código.

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos,
logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as o condenado cumprirá simultaneamente as que forem
conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
dano;
Concurso formal
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou
influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
vítima; aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais,
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
autoria do crime; cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante
e) cometido o crime sob a influência de multidão em o disposto no artigo anterior.
tumulto, se não o provocou.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de cabível pela regra do art. 69 deste Código.
circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime,
embora não prevista expressamente em lei. Crime continuado

Concurso de circunstâncias agravantes eatenuantes Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e,
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e
deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um
dos motivos determinantes do crime, da personalidade do só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
agente e da reincidência. aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

Cálculo da pena Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas


diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
causas de diminuição e de aumento. de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo
único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de
diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se
a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, Multas no concurso de crimes
todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são
Concurso material aplicadas distinta e integralmente.

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou Erro na execução


omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se
primeiro aquela. tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

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Resultado diverso do pretendido desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade,
ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará
diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o sujeito à observação e ao cumprimento das condições
fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o estabelecidas pelo juiz.
resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código. § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar
serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação
Limite das penas de fim de semana (art. 48).

Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo
liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59
deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas
liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste
artigo. a) proibição de freqüentar determinados lugares;

§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, autorização do juiz;
desprezando-se, para esse fim, o período de pena já
cumprido. c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Concurso de infrações
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a
Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao
primeiramente a pena mais grave. fato e à situação pessoal do condenado.

CAPÍTULO IV Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de


DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA direitos nem à multa.

Requisitos da suspensão da pena Revogação obrigatória

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a beneficiário:
4 (quatro) anos, desde que:
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;
personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no Revogação facultativa


art. 44 deste Código.
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a descumpre qualquer outra condição imposta ou é
concessão do benefício. irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior direitos.
a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos,
Prorrogação do período de prova

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§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro Especificações das condições


crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da
suspensão até o julgamento definitivo. Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica
subordinado o livramento.
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés
de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, Revogação do livramento
se este não foi o fixado.
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser
Cumprimento das condições condenado a pena privativa de liberdade, em sentença
irrecorrível:
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação,
considera-se extinta a pena privativa de liberdade. I - por crime cometido durante a vigência do benefício;

CAPÍTULO V II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste


DO LIVRAMENTO CONDICIONAL Código.

Requisitos do livramento condicional Revogação facultativa

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações
2 (dois) anos, desde que: constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não privativa de liberdade.
for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
Efeitos da revogação
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente
em crime doloso; Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente
concedido, e, salvo quando a revogação resulta de
III - comprovado comportamento satisfatório durante a condenação por outro crime anterior àquele benefício, não
execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
atribuído e aptidão para prover à própria subsistência condenado.
mediante trabalho honesto;
Extinção
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo,
o dano causado pela infração; Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto
não passar em julgado a sentença em processo a que
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de responde o liberado, por crime cometido na vigência do
condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico livramento.
ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado,
crimes dessa natureza. considera-se extinta a pena privativa de liberdade.

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, CAPÍTULO VI


cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que Efeitos genéricos e específicos
o liberado não voltará a delinqüir.
Art. 91 - São efeitos da condenação:
Soma de penas
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas crime;
devem somar-se para efeito do livramento.

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II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os
ou de terceiro de boa-fé: efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código,
vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em incisos I e II do mesmo artigo.
coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção
constitua fato ilícito; Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2
(dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que pena ou terminar sua execução, computando-se o período
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não
fato criminoso. sobrevier revogação, desde que o condenado:

§ 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes
não forem encontrados ou quando se localizarem no II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e
exterior. constante de bom comportamento público e privado;

§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou
na legislação processual poderão abranger bens ou valores demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia
equivalentes do investigado ou acusado para posterior do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da
decretação de perda. vítima ou novação da dívida.

Art. 92 - São também efeitos da condenação: Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: instruído com novos elementos comprobatórios dos
requisitos necessários.
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo
igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a
de poder ou violação de dever para com a Administração requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for
Pública; condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena
que não seja de multa.
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por
tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. TÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou
curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, Espécies de medidas de segurança
cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;
Art. 96. As medidas de segurança são:
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como
meio para a prática de crime doloso. I - Internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são adequado;
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na
sentença. II - sujeição a tratamento ambulatorial.

CAPÍTULO VII Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe


DA REABILITAÇÃO medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.

Reabilitação Imposição da medida de segurança para inimputável

Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua
sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime
registros sobre o seu processo e condenação. for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a
tratamento ambulatorial.

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Prazo § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante


queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por representá-lo.
tempo indeterminado, perdurando enquanto não for
averiguada, mediante perícia médica, a cessação de § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes
periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a3 de ação pública, se o Ministério Público não oferece
(três) anos. denúncia no prazo legal.

Perícia médica § 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado


ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente,
mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a descendente ou irmão.
qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
A ação penal no crime complexo
Desinternação ou liberação condicional
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos,
condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele,
o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder
indicativo de persistência de sua periculosidade. por iniciativa do Ministério Público.

§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá Irretratabilidade da representação


o juiz determinar a internação do agente, se essa providência
for necessária para fins curativos. Art. 102 - A representação será irretratável depois de
oferecida a denúncia.
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-
imputável Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido
Código e necessitando o condenado de especial tratamento decai do direito de queixa ou de representação se não o
curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em
pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do §
mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo
anterior e respectivos §§ 1º a 4º. para oferecimento da denúncia.

Direitos do internado Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando
dotado de características hospitalares e será submetido a renunciado expressa ou tacitamente.
tratamento.
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de
TÍTULO VII queixa a prática de ato incompatível com a vontade de
DA AÇÃO PENAL exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o
ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
Ação pública e de iniciativa privada
Perdão do ofendido
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei
expressamente a declara privativa do ofendido. Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente
se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, ação.
dependendo, quando a lei o exige, de representação do
ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou
tácito:

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I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de
aproveita; liberdade cominada ao crime, verificando-se:

II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
direito dos outros;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito
III - se o querelado o recusa, não produz efeito. anos e não excede a doze;

§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro
incompatível com a vontade de prosseguir na ação. anos e não excede a oito;

§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos
a sentença condenatória. e não excede a quatro;

TÍTULO VIII V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano


DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ou, sendo superior, não excede a dois;

Extinção da punibilidade VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um)


ano.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
Prescrição das penas restritivas de direito
I - pela morte do agente;
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito
II - pela anistia, graça ou indulto; os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato Prescrição depois de transitar em julgado sentença final
como criminoso; condenatória

IV - pela prescrição, decadência ou perempção; Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a
sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se
nos crimes de ação privada; aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com
admite; trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido
seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em
nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da
VII - (Revogado)
denúncia ou queixa.
VIII - (Revogado)
§ 2o (Revogado).
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a
sentença final
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é
pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes
sentença final, começa a correr:
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede,
quanto aos outros, a agravação da pena resultante da
conexão. I - do dia em que o crime se consumou;

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade
criminosa;
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a
sentença final, salvo o disposto no § 1 o do art. 110 deste

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III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a
permanência; prescrição não corre:

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de
assentamento do registro civil, da data em que o fato se que dependa o reconhecimento da existência do crime;
tornou conhecido.
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e
adolescentes, previstos neste Código ou em legislação Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença
especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em
anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação que o condenado está preso por outro motivo.
penal.
Causas interruptivas da prescrição
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória
irrecorrível Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
começa a correr:
II - pela pronúncia;
I - do dia em que transita em julgado a sentença
condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
condicional da pena ou o livramento condicional;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o
recorríveis;
tempo da interrupção deva computar-se na pena.
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação
do livramento condicional
VI - pela reincidência.
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a
se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo
tempo que resta da pena. interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a
todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam
objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a
Prescrição da multa
interrupção relativa a qualquer deles.

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:


§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V
deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou dia da interrupção.
aplicada;
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena graves.
privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou
cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
Redução dos prazos de prescrição isoladamente.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição Perdão judicial


quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21
(vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será
(setenta) anos.
considerada para efeitos de reincidência.

Causas impeditivas da prescrição


PARTE ESPECIAL

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TÍTULO I Pena - reclusão, de doze a trinta anos.


DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo
CAPÍTULO I feminino quando o crime envolve:
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
I - violência doméstica e familiar;
Homicídio simples
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Art. 121. Matar alguém:
Homicídio culposo
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Caso de diminuição de pena
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta Aumento de pena
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica
Homicídio qualificado de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
§ 2° Se o homicídio é cometido: conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor
motivo torpe; de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

II - por motivo futil; § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar


de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar torne desnecessária.
perigo comum;
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de
outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
ofendido; extermínio.

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço)
vantagem de outro crime: até a metade se o crime for praticado:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos. I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao
parto;
Feminicídio
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60
(sessenta) anos ou com deficiência;
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo
feminino:
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro lhe auxílio para que o faça:
grau, em razão dessa condição:

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Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; Aborto necessário


ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio
resulta lesão corporal de natureza grave. I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Parágrafo único - A pena é duplicada: Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

Aumento de pena II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de


consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; representante legal.

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer CAPÍTULO II


causa, a capacidade de resistência. DAS LESÕES CORPORAIS

Infanticídio Lesão corporal

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de
próprio filho, durante o parto ou logo após: outrem:

Pena - detenção, de dois a seis anos. Pena - detenção, de três meses a um ano.

Aborto provocado pela gestante ou com seu Lesão corporal de natureza grave
consentimento
§ 1º Se resulta:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que
outrem lho provoque: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de
trinta dias;
Pena - detenção, de um a três anos.
II - perigo de vida;
Aborto provocado por terceiro
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
gestante: IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de três a dez anos. Pena - reclusão, de um a cinco anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: § 2° Se resulta:

Pena - reclusão, de um a quatro anos. I - Incapacidade permanente para o trabalho;

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a II - enfermidade incuravel;


gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou
debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
fraude, grave ameaça ou violência
IV - deformidade permanente;
Forma qualificada
V - aborto:
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são
aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre
lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por
Lesão corporal seguida de morte
qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico

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§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será
agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí- aumentada de um terço se o crime for cometido contra
lo: pessoa portadora de deficiência.

Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Diminuição de pena Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional
de Segurança Pública, no exercício da função ou em
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
CAPÍTULO III
Substituição da pena DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir Perigo de contágio venéreo
a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis: Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; que sabe ou deve saber que está contaminado:

II - se as lesões são recíprocas. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Lesão corporal culposa § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:

§ 6° Se a lesão é culposa: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Pena - detenção, de dois meses a um ano. § 2º - Somente se procede mediante representação.

Aumento de pena Perigo de contágio de moléstia grave

§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o
Código. contágio:

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Violência Doméstica Perigo para a vida ou saúde de outrem

§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem e iminente:
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de coabitação ou de Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não
hospitalidade: constitui crime mais grave.

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um
terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as decorre do transporte de pessoas para a prestação de
circunstâncias são as indicadas no § 9 o deste artigo, serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). desacordo com as normas legais.

Abandono de incapaz

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Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da
guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: triplicada, se resulta a morte.

Pena - detenção, de seis meses a três anos. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar


emergencial
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza
grave: Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de
Pena - reclusão, de um a cinco anos. formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial:
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da
Aumento de pena negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza
grave, e até o triplo se resulta a morte.
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um
terço: Maus-tratos

I - se o abandono ocorre em lugar ermo; Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação,
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge,
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a
irmão, tutor ou curador da vítima.
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
de correção ou disciplina:
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
Exposição ou abandono de recém-nascido
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar
desonra própria:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
CAPÍTULO IV
Pena - detenção, de dois a seis anos.
DA RIXA

Omissão de socorro
Rixa

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-


Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os
lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou
contendores:
à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
autoridade pública:

Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de


Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a
pena de detenção, de seis meses a dois anos.

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CAPÍTULO V II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra


DOS CRIMES CONTRA A HONRA injúria.

Calúnia § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que,


por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato aviltantes:
definido como crime:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. pena correspondente à violência.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
imputação, a propala ou divulga. referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Pena - reclusão de um a três anos e multa.
Exceção da verdade
Disposições comuns
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no governo estrangeiro;
nº I do art. 141;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Difamação
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua de deficiência, exceto no caso de injúria.
reputação:
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

Exceção da verdade Exclusão do crime

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções. I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
parte ou por seu procurador;
Injúria
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou
decoro: difamar;

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público,
em apreciação ou informação que preste no cumprimento
de dever do ofício.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela


I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
diretamente a injúria;

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Retratação I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento


do paciente ou de seu representante legal, se justificada por
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata iminente perigo de vida;
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha
praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de Ameaça
comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o
ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere grave:
calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela
ofensa. Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, Seqüestro e cárcere privado
§ 2º, da violência resulta lesão corporal.
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do seqüestro ou cárcere privado:
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141
deste Código, e mediante representação do ofendido, no
Pena - reclusão, de um a três anos.
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do §
3o do art. 140 deste Código.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
SEÇÃO I
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
casa de saúde ou hospital;
Constrangimento ilegal
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro
anos;
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei
permite, ou a fazer o que ela não manda:
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Aumento de pena

Pena - reclusão, de dois a oito anos.


§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro,
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três
pessoas, ou há emprego de armas. Redução a condição análoga à de escravo

§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,
correspondentes à violência. quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador
ou preposto:

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Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território
correspondente à violência. nacional

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: § 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for
primário e não integrar organização criminosa.
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte
do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DODOMICÍLIO
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, Violação de domicílio
com o fim de retê-lo no local de trabalho.
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de
quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
I – contra criança ou adolescente;
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
origem. § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar
ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por
Tráfico de Pessoas duas ou mais pessoas:

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, correspondente à violência.
violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; por funcionário público, fora dos casos legais, ou com
inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de abuso do poder.
escravo;
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; alheia ou em suas dependências:

IV - adoção ilegal; ou I - durante o dia, com observância das formalidades legais,


para efetuar prisão ou outra diligência;
V - exploração sexual.
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime
está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 4º - A expressão "casa" compreende:


§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:

I - qualquer compartimento habitado;


I - o crime for cometido por funcionário público no exercício
de suas funções ou a pretexto de exercê-las;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou
pessoa idosa ou com deficiência; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade.
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco,
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de § 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
dependência econômica, de autoridade ou de superioridade
hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação
função; ou coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
parágrafo anterior;

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II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. Pena - detenção, de três meses a dois anos.

SEÇÃO III Parágrafo único - Somente se procede mediante


DOS CRIMES CONTRA A representação.
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
SEÇÃO IV
Violação de correspondência DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de Divulgação de segredo


correspondência fechada, dirigida a outrem:
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. documento particular ou de correspondência confidencial,
de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa
Sonegação ou destruição de correspondência produzir dano a outrem:

§ 1º - Na mesma pena incorre: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

I - quem se apossa indevidamente de correspondência § 1º Somente se procede mediante representação.


alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega
ou destrói; § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou
reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou sistemas de informações ou banco de dados da
telefônica Administração Pública:

II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública,
entre outras pessoas; a ação penal será incondicionada.

III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas Violação do segredo profissional


no número anterior;
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou
sem observância de disposição legal. profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:

§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
outrem.
Parágrafo único - Somente se procede mediante
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em representação.
serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Invasão de dispositivo informático
Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo ou não à rede de computadores, mediante violação indevida
nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar
ou destruir dados ou informações sem autorização expressa
Correspondência comercial ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita:
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de
estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de

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computador com o intuito de permitir a prática da conduta Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
definida no caput.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado
§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da durante o repouso noturno.
invasão resulta prejuízo econômico.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente
industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou a pena de multa.
o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se qualquer outra que tenha valor econômico.
a conduta não constitui crime mais grave.
Furto qualificado
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois
terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações crime é cometido:
obtidos.
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for da coisa;
praticado contra:
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; destreza;

II - Presidente do Supremo Tribunal Federal III - com emprego de chave falsa;

III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Federal, de Assembléia Legislativa de Estado, da Câmara
Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta análogo que cause perigo comum.(Incluído pela Lei nº
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. 13.654, de 2018)

Ação penal § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração


for de veículo automotor que venha a ser transportado para
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se outro Estado ou para o exterior.(Incluído pela Lei nº 9.426,
procede mediante representação, salvo se o crime é de 1996)
cometido contra a administração pública direta ou indireta
de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a
ou Municípios ou contra empresas concessionárias de subtração for de semovente domesticável de produção,
serviços públicos. ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração.
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de
CAPÍTULO I acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
DO FURTO fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela
Lei nº 13.654, de 2018).
Furto
Furto de coisa comum
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel:

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Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa arma de fogo;(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
comum:
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause
perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, 13.654, de 2018)
cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a
CAPÍTULO II 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº
DO ROUBO E DA EXTORSÃO 13.654, de 2018)

Roubo II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)


anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de Extorsão
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência: Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro. § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou
com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: metade.
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o
I – (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) disposto no § 3º do artigo anterior.

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade


da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
agente conhece tal circunstância. (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave
ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2 o e
3o, respectivamente.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a
ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Extorsão mediante seqüestro

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço
do resgate:
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018) § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas,
se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):(Incluído (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
pela Lei nº 13.654, de 2018) quadrilha.

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Pena - reclusão, de doze a vinte anos. Supressão ou alteração de marca em animais

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
§ 3º - Se resulta a morte:
CAPÍTULO IV
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. DO DANO

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que Dano


o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Extorsão indireta Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, Dano qualificado


abusando da situação de alguém, documento que pode dar
causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra Parágrafo único - Se o crime é cometido:
terceiro:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o
CAPÍTULO III fato não constitui crime mais grave
DA USURPAÇÃO
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Alteração de limites Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública,
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer concessionária de serviços públicos;
outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no
todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para
a vítima:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da
§ 1º - Na mesma pena incorre quem: pena correspondente à violência.

Usurpação de águas Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade
águas alheias; alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o
fato resulte prejuízo:
Esbulho possessório
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena pela autoridade competente em virtude de valor artístico,
a esta cominada. arqueológico ou histórico:

§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
violência, somente se procede mediante queixa.
Alteração de local especialmente protegido

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Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas
aspecto de local especialmente protegido por lei: cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa
pela previdência social.
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
Ação penal declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições,
importâncias ou valores e presta as informações devidas à
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
e do art. 164, somente se procede mediante queixa. antes do início da ação fiscal.

CAPÍTULO V § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar


DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA somente a de multa se o agente for primário e de bons
antecedentes, desde que:
Apropriação indébita
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
previdenciária, inclusive acessórios; ou
posse ou a detenção:

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,


Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência
social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
Aumento de pena
ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente


§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica
recebeu a coisa:
aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor,
inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido,
I - em depósito necessário; administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais.
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força
da natureza
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu
Apropriação indébita previdenciária poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma
legal ou convencional: Parágrafo único - Na mesma pena incorre:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Apropriação de tesouro

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no
todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra do prédio;
importância destinada à previdência social que tenha sido
descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros Apropriação de coisa achada
ou arrecadada do público;
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total
II – recolher contribuições devidas à previdência social que ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro
venda de produtos ou à prestação de serviços; no prazo de quinze dias.

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Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o Fraude no pagamento por meio de cheque
disposto no art. 155, § 2º.
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em
CAPÍTULO VI poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido
Estelionato em detrimento de entidade de direito público ou de instituto
de economia popular, assistência social ou beneficência.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, Estelionato contra idoso
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento: § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
contra idoso.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos
mil réis a dez contos de réis. Duplicata simulada

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não
prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou
art. 155, § 2º. qualidade, ou ao serviço prestado.

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Disposição de coisa alheia como própria Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que
falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em Duplicatas.
garantia coisa alheia como própria;
Abuso de incapazes
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo
que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito
prestações, silenciando sobre qualquer dessas jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
circunstâncias;
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Defraudação de penhor
Induzimento à especulação
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
tem a posse do objeto empenhado; inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de
outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à
Fraude na entrega de coisa especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
devendo saber que a operação é ruinosa:
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa
que deve entregar a alguém; Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro Fraude no comércio

V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o
lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências adquirente ou consumidor:
da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou
valor de seguro; I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
falsificada ou deteriorada;

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II - entregando uma mercadoria por outra: III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade
ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;

§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta
ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o
verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender permite;
pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de
ou outra qualidade: V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito
social, aceita em penhor ou em caução ações da própria
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. sociedade;

§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em
desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui
Outras fraudes lucros ou dividendos fictícios;

Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação
para efetuar o pagamento: de conta ou parecer;

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;

Parágrafo único - Somente se procede mediante IX - o representante da sociedade anônima estrangeira,


representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, autorizada a funcionar no País, que pratica os atos
deixar de aplicar a pena. mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao
Governo.
Fraudes e abusos na fundação ou administração de
sociedade por ações § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou
para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
geral.
fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à
assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da
sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
relativo: "warrant"

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em
constitui crime contra a economia popular. desacordo com disposição legal:

§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
contra a economia popular:
Fraude à execução
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações,
que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando,
comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo; Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da
sociedade; CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

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Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, CAPÍTULO VIII


em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de DISPOSIÇÕES GERAIS
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,
receba ou oculte: Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
crimes previstos neste título, em prejuízo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
Receptação qualificada
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à
venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
coisa que deve saber ser produto de crime:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
clandestino, inclusive o exercício em residência.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
criminoso:
pessoa;

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas


II - ao estranho que participa do crime.
as penas.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
superior a 60 (sessenta) anos.
isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
TÍTULO III
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de
aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no
§ 2º do art. 155. CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado,
Violação de direito autoral
do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação
pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
dobro a pena prevista no caput deste artigo.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Receptação de animal
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial,
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio
ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou
de comercialização, semovente domesticável de produção, fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista
ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou
produto de crime: de quem os represente:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

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§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de Falsa atribuição de privilégio


lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda,
aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, Art 188. (Revogado)
original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho
artista intérprete ou executante ou do direito do produtor privilegiado
de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra
intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos
Art. 189. (Revogado)
titulares dos direitos ou de quem os represente.
Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público,
mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro
Art. 190.(Revogado)
sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou
produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente
determinados por quem formula a demanda, com intuito de Art. 191.(Revogado)
lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa,
conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou CAPÍTULO III
executante, do produtor de fonograma, ou de quem os DOS CRIMES CONTRA AS
represente: MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Violação do direito de marca

§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se Art. 192. (Revogado)


tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que
lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos
9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra
intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso Art. 193.(Revogado)
privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
Marca com falsa indicação de procedência
Usurpação de nome ou pseudônimo alheio
Art. 194. (Revogado)
Art. 185 - (Revogado)
Art. 195.(Revogado)
Art. 186. Procede-se mediante:
CAPÍTULO IV
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL

II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos Concorrência desleal


nos §§ 1o e 2o do art. 184;
Art. 196. (Revogado)
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes
cometidos em desfavor de entidades de direito público, TÍTULO IV
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista DOS CRIMES CONTRA
ou fundação instituída pelo Poder Público; A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

IV – ação penal pública condicionada à representação, nos Atentado contra a liberdade de trabalho
crimes previstos no § 3o do art. 184.
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
CAPÍTULO II ameaça:
DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou
Violação de privilégio de invenção indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo
período ou em determinados dias:
Art 187. (Revogado)

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Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial,
correspondente à violência; comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou
embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou
participar de parede ou paralisação de atividade econômica: delas dispor:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
pena correspondente à violência.
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e
boicotagem violenta Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito
assegurado pela legislação do trabalho:
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da
a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou pena correspondente à violência.
produto industrial ou agrícola:
§ 1º Na mesma pena incorre quem:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência. I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de
determinado estabelecimento, para impossibilitar o
Atentado contra a liberdade de associação desligamento do serviço em virtude de dívida;

Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus
sindicato ou associação profissional: documentos pessoais ou contratuais.

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima
correspondente à violência. é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou
portadora de deficiência física ou mental
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou
perturbação da ordem Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho

Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação
trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa: legal relativa à nacionalização do trabalho:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência. correspondente à violência.

Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono Exercício de atividade com infração de decisão
de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, administrativa
três empregados.
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por
Paralisação de trabalho de interesse coletivo decisão administrativa:

Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou
serviço de interesse coletivo: Aliciamento para o fim de emigração

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o
fim de levá-los para território estrangeiro.
Invasão de estabelecimento industrial,comercial ou
agrícola. Sabotagem Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

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Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do Violação de sepultura


território nacional
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma
para outra localidade do território nacional: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Pena - detenção de um a três anos, e multa. Destruição, subtração ou ocultação de cadáver

§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
fora da localidade de execução do trabalho, dentro do
território nacional, mediante fraude ou cobrança de Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar
condições do seu retorno ao local de origem.
Vilipêndio a cadáver

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima


Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou
portadora de deficiência física ou mental.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
TÍTULO V
TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
Estupro
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave
relativo
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
com ele se pratique outro ato libidinoso:
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo
de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar
publicamente ato ou objeto de culto religioso:
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave
ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
(catorze) anos:
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária Art. 214 -(Revogado)

Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia Violação sexual mediante fraude
funerária:
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da
vítima:
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

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Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a
vantagem econômica, aplica-se também multa. satisfazer a lascívia de outrem:

Art. 216.(Revogado) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Assédio sexual Parágrafo único. (VETADO)

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o adolescente
agente da sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14
função. (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou
outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. outrem:

Parágrafo único. (VETADO) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é Favorecimento da prostituição ou de outra forma de


menor de 18 (dezoito) anos. exploração sexual de criança ou adolescente ou de
vulnerável.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou
outra forma de exploração sexual alguém menor de 18
Sedução (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para a prática
Art. 217 -(Revogado) do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:

Estupro de vulnerável Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: econômica, aplica-se também multa.

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 2o Incorre nas mesmas penas:

§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos
mental, não tem o necessário discernimento para a prática na situação descrita no caput deste artigo;
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência. II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em
que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
§ 2o (VETADO)
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: obrigatório da condenação a cassação da licença de
localização e de funcionamento do estabelecimento.
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
CAPÍTULO III
DO RAPTO
§ 4o Se da conduta resulta morte:

Rapto violento ou mediante fraude


Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

Art. 219 – Revogado


Corrupção de menores

Rapto consensual

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Art. 220 -(Revogado) § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18


(dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente,
Diminuição de pena descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de
Art. 221 -(Revogado) educação, de tratamento ou de guarda:

Concurso de rapto e outro crime Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

Art. 222 -(Revogado) § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave


ameaça ou fraude:
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena
correspondente à violência.
Art. 223 -(Revogado)
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se
também multa.
Art. 224 -(Revogado)

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração


Ação penal
sexual
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra
Título, procede-se mediante ação penal pública
forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar
condicionada à representação.
que alguém a abandone:
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão,
enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor
Aumento de pena
ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra
forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Art. 226. A pena é aumentada:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso
de 2 (duas) ou mais pessoas;
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência,
grave ameaça ou fraude:
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
correspondente à violência.
título tem autoridade sobre ela;

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se


III –(REVOGADO)
também multa.
CAPÍTULO V
Casa de prostituição
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro,
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou
não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou
Mediação para servir a lascívia de outrem
gerente:
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a três anos.
Rufianismo

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Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando § 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo
diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo das correspondentes às infrações conexas.
ou em parte, por quem a exerça:
CAPÍTULO VI
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

§ 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 Ato obsceno


(catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente,
padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto
tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por ou exposto ao público:
quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Escrito ou objeto obsceno

§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua
ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de
manifestação da vontade da vítima: exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou
qualquer objeto obsceno:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da
pena correspondente à violência. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
sexual
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer
Art. 231 - (Revogado) dos objetos referidos neste artigo;

Art. 231-A.(Revogado) II - realiza, em lugar público ou acessível ao público,


representação teatral, ou exibição cinematográfica de
Art. 232 -(Revogado) caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o
mesmo caráter;
Promoção de migração ilegal
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em
território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro: CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer Aumento de pena


meio, com o fim de obter vantagem econômica, a saída de
estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é
em país estrangeiro. aumentada:

§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) I – (VETADO)


se
II – (VETADO)
I - o crime é cometido com violência; ou
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e
II - a vítima é submetida a condição desumana ou
degradante. IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria
saber ser portador.

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Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos Simulação de casamento


neste Título correrão em segredo de justiça.
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra
Art. 234-C. (VETADO) pessoa:

TÍTULO VII Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui


DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA elemento de crime mais grave.

CAPÍTULO I Adultério
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Bigamia
CAPÍTULO II
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

Pena - reclusão, de dois a seis anos. Registro de nascimento inexistente

§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de
pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido nascimento inexistente:
com reclusão ou detenção, de um a três anos.
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento,
ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao
inexistente o crime. estado civil de recém-nascido

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu
o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo,
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não
seja casamento anterior: Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de
reconhecida nobreza:
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do
contraente enganado e não pode ser intentada senão depois Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de
de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro aplicar a pena.
ou impedimento, anule o casamento.
Sonegação de estado de filiação
Conhecimento prévio de impedimento
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito
inerente ao estado civil:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Simulação de autoridade para celebração de casamento
CAPÍTULO III
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
de casamento:
Abandono material
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
crime mais grave. Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto

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para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia CAPÍTULO IV
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem DOS CRIMES CONTRA O
justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
gravemente enfermo:
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma incapazes
a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo do lugar em que se acha por determinação de quem sobre
solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial;
abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador
de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem
majorada. justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:

Entrega de filho menor a pessoa inidônea Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa Subtração de incapazes
em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica
moral ou materialmente em perigo: Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao
poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. ordem judicial:

§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não
agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é constitui elemento de outro crime.
enviado para o exterior.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela
efetivação de ato destinado ao envio de menor para o ou guarda.
exterior, com o fito de obter lucro.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se
Abandono intelectual este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar
de aplicar pena.
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução
primária de filho em idade escolar: TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
CAPÍTULO I
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
Incêndio
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com
pessoa viciosa ou de má vida; Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem:
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-
lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza; Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

III - resida ou trabalhe em casa de prostituição; Aumento de pena

IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração § 1º - As penas aumentam-se de um terço:


pública:

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I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três
pecuniária em proveito próprio ou alheio; meses a um ano.

II - se o incêndio é: Uso de gás tóxico ou asfixiante

a) em casa habitada ou destinada a habitação; Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra
de assistência social ou de cultura; Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de Modalidade Culposa


transporte coletivo;
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
Pena - detenção, de três meses a um ano.
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante

g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar,
sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo,
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua
fabricação:
Incêndio culposo
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis
meses a dois anos. Inundação

Explosão Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a


integridade física ou o patrimônio de outrem:
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo,
simples colocação de engenho de dinamite ou de substância ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
de efeitos análogos:
Perigo de inundação
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
de efeitos análogos: patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada
a impedir inundação:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Aumento de pena
Desabamento ou desmoronamento
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre
qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento,
anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio
enumeradas no nº II do mesmo parágrafo. de outrem:

Modalidade culposa Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou Modalidade culposa


substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis

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Parágrafo único - Se o crime é culposo: III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos
veículos ou interrompendo ou embaraçando o
Pena - detenção, de seis meses a um ano. funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;

Subtração, ocultação ou inutilização de material de IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
salvamento
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de
incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou Desastre ferroviário
calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado
a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; § 1º - Se do fato resulta desastre:
ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Formas qualificadas de crime de perigo comum
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão
corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é § 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de
aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos
dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a
pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um
Atentado contra a segurança de transporte marítimo,
terço.
fluvial ou aéreo

Difusão de doença ou praga


Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria
ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
Modalidade culposa
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de embarcação ou a queda ou destruição de aeronave:
um a seis meses, ou multa.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
Prática do crime com o fim de lucro
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente
pratica o crime com intuito de obter vantagem econômica,
Perigo de desastre ferroviário
para si ou para outrem.

Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:


Modalidade culposa

I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou


§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
parcialmente, linha férrea, material rodante ou de tração,
obra-de-arte ou instalação;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
II - colocando obstáculo na linha;
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte

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Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, § 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço
impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento: telemático ou de informação de utilidade pública, ou impede
ou dificulta-lhe o restabelecimento.
Pena - detenção, de um a dois anos.
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de por ocasião de calamidade pública.
dois a cinco anos.
CAPÍTULO III
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre: DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Pena - detenção, de três meses a um ano. Epidemia

Forma qualificada Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de


germes patogênicos:
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260
a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
Arremesso de projétil
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo
ar: Infração de medida sanitária preventiva

Pena - detenção, de um a seis meses. Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada
a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa:
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é
de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.
pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o
Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão
de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de
serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de Omissão de notificação de doença
utilidade pública:
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. doença cuja notificação é compulsória:

Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtração de
material essencial ao funcionamento dos serviços. Envenenamento de água potável ou de substância
alimentícia ou medicinal
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico,
telefônico, informático, telemático ou de informação de Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou
utilidade pública particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada
a consumo:
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico,
radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
restabelecimento:
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou
a substância envenenada.

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Modalidade culposa § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende,


expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de
§ 2º - Se o crime é culposo: qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este
Corrupção ou poluição de água potável artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos
farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em
diagnóstico.
Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum
ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva
à saúde: § 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as
ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer
das seguintes condições:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância


Modalidade culposa
sanitária competente;
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
II - em desacordo com a fórmula constante do registro
previsto no inciso anterior;
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
III - sem as características de identidade e qualidade
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de admitidas para a sua comercialização;
substância ou produtos alimentícios
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar atividade;
substância ou produto alimentício destinado a consumo,
tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor
V - de procedência ignorada;
nutritivo:

VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da


Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
autoridade sanitária competente.
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende,
Modalidade culposa
expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou,
de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a
substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido § 2º - Se o crime é culposo:
ou adulterado.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações
previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor Emprego de processo proibido ou de substância não
alcoólico. permitida

Modalidade culposa Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a


consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria
§ 2º - Se o crime é culposo: corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora
ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária:
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.


Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
Invólucro ou recipiente com falsa indicação
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais: Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos
alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.

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substância que não se encontra em seu conteúdo ou que Pena - detenção, de dois meses a um ano.
nele existe em quantidade menor que a mencionada:
Comércio clandestino ou facilitação de uso de entorpecentes
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU
Produto ou substância nas condições dos dois artigos SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU
anteriores PSÍQUICA.

Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto
nas condições dos arts. 274 e 275. Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de
médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou
Substância destinada à falsificação excedendo-lhe os limites:

Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
substância destinada à falsificação de produtos alimentícios,
terapêuticos ou medicinais: Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
aplica-se também multa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Charlatanismo
Outras substâncias nocivas à saúde pública
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito infalível:
para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo
coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
à alimentação ou a fim medicinal:
Curandeirismo
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
Modalidade culposa
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente,
Parágrafo único - Se o crime é culposo: qualquer substância;

Pena - detenção, de dois meses a um ano. II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;

Substância avariada III - fazendo diagnósticos:

Art. 279 - Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Medicamento em desacordo com receita médica Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante
remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com
receita médica: Forma qualificada

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa. Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes
previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art.
Modalidade culposa 267.

Parágrafo único - Se o crime é culposo: TÍTULO IX


DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

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Incitação ao crime conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses


a dois anos, e multa.
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa,
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco
de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou
Apologia de crime ou criminoso emissão:

Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em
de autor de crime: lei;

Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.

Associação Criminosa § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes: Crimes assimilados ao de moeda falsa

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos,
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua
associação é armada ou se houver a participação de criança
inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em
ou adolescente.
tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Constituição de milícia privada
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze
organização paramilitar, milícia particular, grupo ou
anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que
esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes
trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido,
previstos neste Código:
ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.
Petrechos para falsificação de moeda
TÍTULO X
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à
CAPÍTULO I falsificação de moeda:
DA MOEDA FALSA
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Moeda Falsa
Emissão de título ao portador sem permissão legal
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha,
estrangeiro:
vale ou título que contenha promessa de pagamento em
dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
pessoa a quem deva ser pago:

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede,
empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro
qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de

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CAPÍTULO II § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando


DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Falsificação de papéis públicos
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de
tributo; § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de
boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a
legal; falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis
meses a dois anos, ou multa.
III - vale postal;
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou
econômica ou de outro estabelecimento mantido por clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros
entidade de direito público; logradouros públicos e em residências.

V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento Petrechos de falsificação


relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou
caução por que o poder público seja responsável; Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar
objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de dos papéis referidos no artigo anterior:
transporte administrada pela União, por Estado ou por
Município: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
§ 1o Incorre na mesma pena quem: parte.

I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis CAPÍTULO III


falsificados a que se refere este artigo; DA FALSIDADE DOCUMENTAL

II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, Falsificação do selo ou sinal público
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado
destinado a controle tributário; Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União,
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, de Estado ou de Município;
fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito
industrial, produto ou mercadoria: público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:

a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
tributário, falsificado;
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
determina a obrigatoriedade de sua aplicação. I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;

II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em


prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.

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III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou
identificadores de órgãos ou entidades da Administração Falsificação de cartão
Pública.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime a documento particular o cartão de crédito ou débito.
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
parte. Falsidade ideológica

Falsificação de documento público Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,


declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
público, ou alterar documento público verdadeiro: com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta documento é particular.
parte.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a
portador ou transmissível por endosso, as ações de pena de sexta parte.
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento
particular. Falso reconhecimento de firma ou letra

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de
função pública, firma ou letra que o não seja:
I – na folha de pagamento ou em documento de informações
que seja destinado a fazer prova perante a previdência Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
social, pessoa que não possua a qualidade de segurado é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é
obrigatório; particular.

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do Certidão ou atestado ideologicamente falso


empregado ou em documento que deva produzir efeito
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de
que deveria ter sido escrita; função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a
obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
III – em documento contábil ou em qualquer outro público, ou qualquer outra vantagem:
documento relacionado com as obrigações da empresa
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da Pena - detenção, de dois meses a um ano.
que deveria ter constado.
Falsidade material de atestado ou certidão
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão,
dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para
trabalho ou de prestação de serviços.
prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter
cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
Falsificação de documento particular público, ou qualquer outra vantagem:

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento Pena - detenção, de três meses a dois anos.
particular ou alterar documento particular verdadeiro:

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§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa
Falsidade de atestado médico a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou
para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, comprovar o cumprimento de formalidade legal:
atestado falso:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Falsa identidade
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
aplica-se também multa. Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica causar dano a outrem:

Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato
tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a não constitui elemento de crime mais grave.
alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do
selo ou peça: Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor,
caderneta de reservista ou qualquer documento de
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize,
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o
fato não constitui elemento de crime mais grave.
Uso de documento falso
Fraude de lei sobre estrangeiro
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no
território nacional, nome que não é o seu:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Supressão de documento
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio promover-lhe a entrada em território nacional:
ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou
particular verdadeiro, de que não podia dispor: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor
é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos
documento é particular. em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de
tais bens:
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal componente ou equipamento:
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou
sinal dessa natureza, falsificado por outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

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§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. proveito próprio ou alheio:

§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
contribui para o licenciamento ou registro do veículo
remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
material ou informação oficial. embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
CAPÍTULO V próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
Peculato culposo
Fraudes em certames de interesse público
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de de outrem:
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: Pena - detenção, de três meses a um ano.

I - concurso público; § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se


precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se
II - avaliação ou exame públicos; lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou Peculato mediante erro de outrem

IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
o
§ 1 Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às Inserção de dados falsos em sistema de informações
informações mencionadas no caput.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente
pública: dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de
dados da Administração Pública com o fim de obter
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar
dano: )
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
cometido por funcionário público. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

TÍTULO XI Modificação ou alteração não autorizada de sistema de


DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA informações

CAPÍTULO I Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de


DOS CRIMES PRATICADOS informações ou programa de informática sem autorização
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO ou solicitação de autoridade competente:
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Peculato
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, a metade se da modificação ou alteração resulta dano para
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de a Administração Pública ou para o administrado.

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Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de pedido ou influência de outrem:
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-
lo, total ou parcialmente: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui Facilitação de contrabando ou descaminho
crime mais grave.
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas de contrabando ou descaminho (art. 334):

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
da estabelecida em lei:
Prevaricação
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
Concussão de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei,
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
Excesso de exação comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei Condescendência criminosa
não autoriza:
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Advocacia administrativa

Corrupção passiva Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse


privado perante a administração pública, valendo-se da
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta qualidade de funcionário:
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
promessa de tal vantagem:
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de Violência arbitrária
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional. Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a
pretexto de exercê-la:

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Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência
correspondente à violência. pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Abandono de função Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos Funcionário público
permitidos em lei:
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de conveniada para a execução de atividade típica da
fronteira: Administração Pública.

Pena - detenção, de um a três anos, e multa. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de instituída pelo poder público.
satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem
autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
CAPÍTULO II
removido, substituído ou suspenso:
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Usurpação de função pública
Violação de sigilo funcional
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
revelação:

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:


Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o
fato não constitui crime mais grave.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
Resistência
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante
pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco violência ou ameaça a funcionário competente para executá-
de dados da Administração Pública; lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pública ou a outrem:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
Violação do sigilo de proposta de concorrência correspondentes à violência.

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Desobediência III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de


qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira que introduziu clandestinamente
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser
produto de introdução clandestina no território nacional ou
de importação fraudulenta por parte de outrem;
Desacato

IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,


Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
função ou em razão dela:
de procedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal ou acompanhada de documentos que
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
sabe serem falsos.

Tráfico de Influência
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de exercido em residências.
influir em ato praticado por funcionário público no exercício
da função:
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Contrabando
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
ao funcionário.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.
Corrupção ativa
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
retardar ato de ofício:

II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que


Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
dependa de registro, análise ou autorização de órgão público
competente;
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em
razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
destinada à exportação;
Descaminho
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo proibida pela lei brasileira;
de mercadoria
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
proibida pela lei brasileira.
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
permitidos em lei; clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
exercido em residências.
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;

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§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. de serviços;

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública geradores de contribuições sociais previdenciárias:
ou venda em hasta pública, promovida pela administração
federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por
meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
vantagem: declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores
e presta as informações devidas à previdência social, na
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
da pena correspondente à violência. ação fiscal.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. somente a de multa se o agente for primário e de bons
antecedentes, desde que:
Inutilização de edital ou de sinal
I – (VETADO)
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência
determinação legal ou por ordem de funcionário público, social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
para identificar ou cerrar qualquer objeto: ajuizamento de suas execuções fiscais.

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de
pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
Subtração ou inutilização de livro ou documento quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
oficial, processo ou documento confiado à custódia de § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será
funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
público: reajuste dos benefícios da previdência social.

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui CAPÍTULO II-A
crime mais grave. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
Sonegação de contribuição previdenciária
Corrupção ativa em transação comercial internacional
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou
condutas: indiretamente, vantagem indevida a funcionário público
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à
documento de informações previsto pela legislação transação comercial internacional:
previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
equiparado que lhe prestem serviços;
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se,
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.

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Tráfico de influência em transação comercial internacional § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de


prática de contravenção.
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de Comunicação falsa de crime ou de contravenção
vantagem a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
relacionado a transação comercial internacional: ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter
verificado:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada Auto-acusação falsa
a funcionário estrangeiro.
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime
Funcionário público estrangeiro inexistente ou praticado por outrem:

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública Falso testemunho ou falsa perícia
em entidades estatais ou em representações diplomáticas
de país estrangeiro.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou
estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em em juízo arbitral:
empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo
Poder Público de país estrangeiro ou em organizações
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
públicas internacionais.
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o
CAPÍTULO III
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
Reingresso de estrangeiro expulso
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou
que dele foi expulso: declara a verdade.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer
expulsão após o cumprimento da pena. outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a
Denunciação caluniosa verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação:
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de
processo judicial, instauração de investigação Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um
o sabe inocente: terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova
destinada a produzir efeito em processo penal ou em
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se
serve de anonimato ou de nome suposto. Coação no curso do processo

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Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada proveito do crime:
a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou
em juízo arbitral: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou
correspondente à violência. facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação
móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
Exercício arbitrário das próprias razões estabelecimento prisional.

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da
pena correspondente à violência. Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente poder:
se procede mediante queixa.
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria,
que se acha em poder de terceiro por determinação judicial Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que:
ou convenção:
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. estabelecimento destinado a execução de pena privativa de
liberdade ou de medida de segurança;
Fraude processual
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança,
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de imediatamente a ordem de liberdade;
pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;

Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
aplicam-se em dobro. Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Favorecimento pessoal Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente


presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: reclusão, de dois a seis anos.

Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se
também a pena correspondente à violência.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente,
cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime
é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o
Favorecimento real preso ou o internado.

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§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
ano, ou multa. Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha:
Evasão mediante violência contra a pessoa
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
submetido a medida de segurança detentiva, usando de Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o
violência contra a pessoa: agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também
se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena
correspondente à violência. Violência ou fraude em arrematação judicial

Arrebatamento de preso Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação


judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante,
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
quem o tenha sob custódia ou guarda: oferecimento de vantagem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da
correspondente à violência. pena correspondente à violência.

Motim de presos Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão


de direito
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou
disciplina da prisão: Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
correspondente à violência. Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Patrocínio infiel CAPÍTULO IV


DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o Contratação de operação de crédito
dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio,
em juízo, lhe é confiado: Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. legislativa:

Patrocínio simultâneo ou tergiversação Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena,
procurador judicial que defende na mesma causa, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo:
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
I – com inobservância de limite, condição ou montante
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o
restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, limite máximo autorizado por lei.
que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a
Exploração de prestígio pagar, de despesa que não tenha sido previamente
empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei:

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Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou DISPOSIÇÕES FINAIS


legislatura
Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, contra a existência, a segurança e a integridade do Estado e
nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato contra a guarda e o emprego da economia popular, os crimes
ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo de imprensa e os de falência, os de responsabilidade do
exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no Presidente da República e dos Governadores ou
exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente Interventores, e os crimes militares, revogam-se as
de disponibilidade de caixa: disposições em contrário.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro
de 1942.
Ordenação de despesa não autorizada
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Independência e 52º da República.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. GETÚLIO VARGAS


Francisco Campos
Prestação de garantia graciosa

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE
tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou
superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:
1989.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Dispõe sobre prisão temporária.
Não cancelamento de restos a pagar
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em
valor superior ao permitido em lei: Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não
Aumento de despesa total com pessoal no último ano do fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
mandato ou legislatura identidade;

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete III - quando houver fundadas razões, de acordo com
aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: ) participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1°
e 2°);
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida
pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§
estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e 1°, 2° e 3°);
de custódia: f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223,
caput, e parágrafo único);

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g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua "Art. 4° ...............................................................


combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 medida de segurança, deixando de expedir em tempo
caput, e parágrafo único); oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade;"
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia
plantão permanente de vinte e quatro horas do Poder
ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput,
Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos
combinado com art. 285);
pedidos de prisão temporária.
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168° da Independência e
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro
101° da República.
de 1976);
JOSÉ SARNEY]
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de
junho de 1986). J. Saulo Ramos
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei
nº 13.260, de 2016)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face
da representação da autoridade policial ou de requerimento
do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias,
prorrogável por igual período em caso de extrema e LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE
comprovada necessidade. 2006
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o
Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas
fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, contadas a partir do recebimento da sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do
representação ou do requerimento. uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas para repressão
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja define crimes e dá outras providências.
apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da
autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado
de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao TÍTULO I
indiciado e servirá como nota de culpa. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da o
Art. 1 Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas
expedição de mandado judicial. Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para
Federal. repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas e define crimes.
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso
deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como
tiver sido decretada sua prisão preventiva. drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar
dependência, assim especificados em lei ou relacionados em
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da
obrigatoriamente, separados dos demais detentos. União.
Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de
1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação:

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Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de
Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua
autorização legal ou regulamentar, bem como o que
nas atividades do Sisnad;
estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre
Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça
uso estritamente ritualístico-religioso. a interdependência e a natureza complementar das
atividades de prevenção do uso indevido, atenção e
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura
reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo,
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de
exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local
drogas;
e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas
as ressalvas supramencionadas. X - a observância do equilíbrio entre as atividades de
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
TÍTULO II
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
DROGAS garantir a estabilidade e o bem-estar social;
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, XI - a observância às orientações e normas emanadas do
organizar e coordenar as atividades relacionadas com: Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
social de usuários e dependentes de drogas;
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de
de drogas. risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e
outros comportamentos correlacionados;
CAPÍTULO I
II - promover a construção e a socialização do conhecimento
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
sobre drogas no país;
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
III - promover a integração entre as políticas de prevenção
DROGAS
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
Art. 4o São princípios do Sisnad: dependentes de drogas e de repressão à sua produção não
autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana,
dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal,
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
Estados e Municípios;
II - o respeito à diversidade e às especificidades
IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração
populacionais existentes;
e a articulação das atividades de que trata o art. 3 o desta Lei.
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania
CAPÍTULO II
do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de
proteção para o uso indevido de drogas e outros DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
comportamentos correlacionados;
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla DROGAS
participação social, para o estabelecimento dos
Art. 6o (VETADO)
fundamentos e estratégias do Sisnad;
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre
central e a execução descentralizada das atividades
Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da
realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital,
participação social nas atividades do Sisnad;
estadual e municipal e se constitui matéria definida no
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores regulamento desta Lei.
correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua
Art. 8o (VETADO)
produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
CAPÍTULO III
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais
(VETADO)
de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
Art. 9o (VETADO)

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Art. 10. (VETADO) IV - o compartilhamento de responsabilidades e a


colaboração mútua com as instituições do setor privado e
Art. 11. (VETADO)
com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e
Art. 12. (VETADO) dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do
estabelecimento de parcerias;
Art. 13. (VETADO)
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e
Art. 14. (VETADO)
adequadas às especificidades socioculturais das diversas
CAPÍTULO IV populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do
uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das
SOBRE DROGAS
atividades de natureza preventiva, quando da definição dos
objetivos a serem alcançados;
Art. 15. (VETADO) VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais
vulneráveis da população, levando em consideração as suas
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à
necessidades específicas;
saúde e da assistência social que atendam usuários ou
dependentes de drogas devem comunicar ao órgão VIII - a articulação entre os serviços e organizações que
competente do respectivo sistema municipal de saúde os atuam em atividades de prevenção do uso indevido de
casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de
identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da drogas e respectivos familiares;
União.
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais,
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao artísticas, profissionais, entre outras, como forma de
tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
do Poder Executivo.
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada
TÍTULO III na área da prevenção do uso indevido de drogas para
profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO,
ATENÇÃO E XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do
uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE
privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos
DROGAS
conhecimentos relacionados a drogas;
CAPÍTULO I
XII - a observância das orientações e normas emanadas do
DA PREVENÇÃO Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle
social de políticas setoriais específicas.
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso
indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido
direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar
e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho
proteção. Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de CAPÍTULO II
drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL
de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua
relação com a comunidade à qual pertence; DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação
científica como forma de orientar as ações dos serviços
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e
públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e
dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito
estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;
desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de
individual em relação ao uso indevido de drogas; drogas.

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Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do CAPÍTULO III


usuário ou do dependente de drogas e respectivos
DOS CRIMES E DAS PENAS
familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para
sua integração ou reintegração em redes sociais. Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público
usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares
e o defensor.
devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal,
independentemente de quaisquer condições, observados os
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação
direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional
de Assistência Social; I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e II - prestação de serviços à comunidade;
reinserção social do usuário e do dependente de drogas e
III - medida educativa de comparecimento a programa ou
respectivos familiares que considerem as suas
curso educativo.
peculiaridades socioculturais;
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
III - definição de projeto terapêutico individualizado,
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e
destinadas à preparação de pequena quantidade de
de danos sociais e à saúde;
substância ou produto capaz de causar dependência física ou
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos psíquica.
respectivos familiares, sempre que possível, de forma
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo
multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da
V - observância das orientações e normas emanadas do substância apreendida, ao local e às condições em que se
Conad; desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem
como à conduta e aos antecedentes do agente.
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social
de políticas setoriais específicas. § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos
programas de atenção ao usuário e ao dependente de II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os máximo de 10 (dez) meses.
princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida
previsão orçamentária adequada.
em programas comunitários, entidades educacionais ou
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres,
Municípios poderão conceder benefícios às instituições públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
privadas que desenvolverem programas de reinserção no preferencialmente, da prevenção do consumo ou da
mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas recuperação de usuários e dependentes de drogas.
encaminhados por órgão oficial.
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que
com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
social, que atendam usuários ou dependentes de drogas submetê-lo, sucessivamente a:
poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua
I - admoestação verbal;
disponibilidade orçamentária e financeira.
II - multa.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão
da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à
privativa de liberdade ou submetidos a medida de disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o
inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à
reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa,

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em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a
a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à
capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos proteção ao meio ambiente, o disposto noDecreto no 2.661,
até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a
autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da
Meio Ambiente - Sisnama.
multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à
conta do Fundo Nacional Antidrogas. § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão
expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
execução das penas, observado, no tocante à interrupção do
prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
CAPÍTULO II
TÍTULO IV DOS CRIMES
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
CAPÍTULO I
determinação legal ou regulamentar:
DISPOSIÇÕES GERAIS
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
competente para produzir, extrair, fabricar, transformar,
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar,
reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito,
ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,
demais exigências legais. sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
químico destinado à preparação de drogas;
destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que
recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em
tudo lavrando auto de levantamento das condições desacordo com determinação legal ou regulamentar, de
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as plantas que se constituam em matéria-prima para a
medidas necessárias para a preservação da prova. preparação de drogas;
§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou
necessárias à preservação da prova. consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
§ 2o A incineração prevista no § 1o deste artigo será
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
drogas.
Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária
competente, na presença de representante do Ministério § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de
Público e da autoridade sanitária competente, mediante droga:
auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100
incineração.
(cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro,
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A,
a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de
tudo lavrando auto de levantamento das condições Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
medidas necessárias para a preservação da prova. dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 1o (Revogado). § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as
penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois
§ 2o (Revogado).

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terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6
não se dedique às atividades criminosas nem integre (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-
organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012) multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de
transporte coletivo de passageiros.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,
vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aumentadas de um sexto a dois terços, se:
aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
fabricação, preparação, produção ou transformação de
apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a
drogas, sem autorização ou em desacordo com
transnacionalidade do delito;
determinação legal ou regulamentar:
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de
pública ou no desempenho de missão de educação, poder
1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
familiar, guarda ou vigilância;
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou
praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou
previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais
700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo
de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção
incorre quem se associa para a prática reiterada do crime
social, de unidades militares ou policiais ou em transportes
definido no art. 36 desta Lei.
públicos;
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça,
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento intimidação difusa ou coletiva;
de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, entre estes e o Distrito Federal;
organização ou associação destinados à prática de qualquer
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. determinação;
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
voluntariamente com a investigação policial e o processo
regulamentar:
criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e do crime e na recuperação total ou parcial do produto do
pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa. crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um
terço a dois terços.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao
Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com
agente. preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal,
a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo
personalidade e a conduta social do agente.
de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de
outrem: Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a
39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da
Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada
apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou
um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor
proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de
não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes
liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400
o maior salário-mínimo.
(quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de
crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser

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aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda requisições dos exames e perícias necessários.
que aplicadas no máximo.
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências
o
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 , e 34 a previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato
37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, pela autoridade policial, no local em que se encontrar,
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão vedada a detenção do agente.
de suas penas em restritivas de direitos.
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito,
dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária
dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente entender conveniente, e em seguida liberado.
específico.
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, proposta.
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33,
de determinar-se de acordo com esse entendimento.
caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos
por força pericial, que este apresentava, à época do fato protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei
previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste no 9.807, de 13 de julho de 1999.
artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico adequado.
Seção I
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois
terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 Da Investigação
desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do
polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte
avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do e quatro) horas.
agente para tratamento, realizada por profissional de saúde
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante
com competência específica na forma da lei, determinará
e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o
que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta
laudo de constatação da natureza e quantidade da droga,
Lei.
firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa
CAPÍTULO III idônea.
DO PROCEDIMENTO PENAL § 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o §
1o deste artigo não ficará impedido de participar da
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes
elaboração do laudo definitivo.
definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo,
aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de § 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz,
Processo Penal e da Lei de Execução Penal. no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal
do laudo de constatação e determinará a destruição das
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28
drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à
desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos
realização do laudo definitivo.
nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na
forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de § 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado
setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na
Criminais. presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, § 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a
não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato destruição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto
ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se
falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, neste a destruição total delas.

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Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou
ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, de colaboradores.
no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da
Seção II
apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do
laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o Da Instrução Criminal
procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50.
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação,
(trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10
dias, quando solto. (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo I - requerer o arquivamento;
podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público,
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
mediante pedido justificado da autoridade de polícia
judiciária. III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e
requerer as demais provas que entender pertinentes.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei,
a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação
inquérito ao juízo: do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo
de 10 (dez) dias.
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
justificando as razões que a levaram à classificação do delito, § 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e
indicando a quantidade e natureza da substância ou do exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar
produto apreendido, o local e as condições em que se todas as razões de defesa, oferecer documentos e
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a justificações, especificar as provas que pretende produzir e,
conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
II - requererá sua devolução para a realização de diligências § 2o As exceções serão processadas em apartado, nos
necessárias. termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo
de diligências complementares: § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo
concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até
3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento; § 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e § 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de
valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso,
nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo realização de diligências, exames e perícias.
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para
e julgamento.
a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do
aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do
Ministério Público, os seguintes procedimentos
disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz,
investigatórios:
ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário
investigação, constituída pelos órgãos especializados público, comunicando ao órgão respectivo.
pertinentes;
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização
sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se
a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de realizará em 90 (noventa) dias.
integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o
prejuízo da ação penal cabível.
interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas,
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do
autorização será concedida desde que sejam conhecidos o Ministério Público e ao defensor do acusado, para

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sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada determinar a prática de atos necessários à conservação de
um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz. bens, direitos ou valores.
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz § 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos
indagará das partes se restou algum fato para ser ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o Público, quando a sua execução imediata possa
entender pertinente e relevante. comprometer as investigações.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos
imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado
para isso lhe sejam conclusos. o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo
competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido
Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos
controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou
órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso
quantidade da substância ou do produto, ou sobre a
indevido, na atenção e reinserção social de usuários e
regularidade do respectivo laudo, determinará que se
dependentes de drogas e na repressão à produção não
proceda na forma do art. 32, § 1o, desta Lei, preservando-se,
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no
para eventual contraprova, a fração que fixar.
interesse dessas atividades.
§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos,
motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de
quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar,
trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a
precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do
expedição de certificado provisório de registro e
laudo toxicológico.
licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos
a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão
prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim que decretar o seu perdimento em favor da União.
reconhecido na sentença condenatória.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer
outros meios de transporte, os maquinários, utensílios,
instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para
CAPÍTULO IV
a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia
DO ACUSADO judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na
forma de legislação específica.
§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade
Público ou mediante representação da autoridade de polícia
de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua
judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios
responsabilidade e com o objetivo de sua conservação,
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da
mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias
relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo,
consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como
que constituam proveito auferido com sua prática, ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo competente a intimação do Ministério Público.
Penal.
§ 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo,
o
§ 1 Decretadas quaisquer das medidas previstas neste em caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido
artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos
dias, apresente ou requeira a produção de provas acerca da cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias
origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão. autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das
correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz
autos o recibo.
decidirá pela sua liberação.
§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o
Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá
comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz
ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à
alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a

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União, por intermédio da Senad, indicar para serem § 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e
colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha
judiciária, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos sido decretado em favor da União.
nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim
operações de repressão à produção não autorizada e ao
de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o deste
tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas
artigo.
atividades.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os fins
do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério
previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de alienação
Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e
deverá conter a relação de todos os demais bens
valores declarados perdidos em favor da União, indicando,
apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um
quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade
deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o
ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua
local onde se encontram.
destinação nos termos da legislação vigente.
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar
será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação
convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com
autônoma em relação aos da ação penal principal.
organismos orientados para a prevenção do uso indevido de
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos serão drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou
conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de dependentes e a atuação na repressão à produção não
instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na
a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo liberação de equipamentos e de recursos por ela
decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens arrecadados, para a implantação e execução de programas
relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o relacionados à questão das drogas.
Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por
edital com prazo de 5 (cinco) dias.
TÍTULO V
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o
valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
leilão.
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta
intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do
judicial a quantia apurada, até o final da ação penal
respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos
respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente
regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das
com os valores de que trata o § 3o deste artigo.
Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas,
contra as decisões proferidas no curso do procedimento de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando
previsto neste artigo. solicitado, cooperação a outros países e organismos
internacionais e, quando necessário, deles solicitará a
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste
colaboração, nas áreas de:
artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao I - intercâmbio de informações sobre legislações,
equivalente órgão de registro e controle a expedição de experiências, projetos e programas voltados para atividades
certificado provisório de registro e licenciamento, em favor de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção
da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha social de usuários e dependentes de drogas;
deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas,
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de
decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá químicos;
sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido,
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre
seqüestrado ou declarado indisponível.
produtores e traficantes de drogas e seus precursores
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes químicos.
tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela
cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da
União, serão revertidos diretamente ao Funad.

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Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de


saúde.
TÍTULO VI
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos
arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional,
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS são da competência da Justiça Federal.
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que
1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista não sejam sede de vara federal serão processados e julgados
mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias na vara federal da circunscrição respectiva.
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob
Art. 71. (VETADO)
controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio
de 1998. Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de
ofício, mediante representação da autoridade de polícia
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560,
judiciária, ou a requerimento do Ministério Público,
de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do
determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição e
Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às
na forma prevista no § 1o do art. 32 desta Lei, à destruição
diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do
de drogas em processos já encerrados.
fornecimento de dados necessários à atualização do sistema
previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o
judiciárias. inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação
do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Público, determinará a destruição das amostras guardadas
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros,
para contraprova, certificando isso nos autos.
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na
prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os Estados
social de usuários e dependentes e na repressão da visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. indevido de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os
empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e
ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social
em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao de usuários e dependentes de drogas.
juízo perante o qual tramite o feito:
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou após a sua publicação.
liquidação, sejam lacradas suas instalações;
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente 1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda,
Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência e
em depósito, das drogas arrecadadas;
118o da República.
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA.
acompanhar o feito.
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos
não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas
na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste artigo,
o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º,
pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras
Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público. providências.
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas
especialidades farmacêuticas em condições de emprego O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

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Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, II - fiança.


todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida
inicialmente em regime fechado.
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento
IV, V, VI e VII); de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e
de 3/5 (três quintos), se reincidente.
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129,
§ 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
quando praticadas contra autoridade ou agente descrito fundamentadamente se o réu poderá apelar em
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do liberdade.
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960,
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro
de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste
grau, em razão dessa condição;
artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); necessidade.
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de
segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art.
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja
159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública.
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
Art. 4º (Vetado).
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e
4o);
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte
o inciso:
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1 ).
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
VII-A – (VETADO)
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
apenado não for reincidente específico em crimes dessa
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.
natureza."
273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei
no 9.677, de 2 de julho de 1998).
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º;
213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270;
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de
caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a
exploração sexual de criança ou adolescente ou de
seguinte redação:
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
"Art.157.
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de
reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta
1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826,
multa.
de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados.
(Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017)
Art.159. Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
§ 2º Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
insuscetíveis de:
§ 3º Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
I - anistia, graça e indulto;
Art. 213. Pena - reclusão, de seis a dez anos.

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Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º


Art. 214. Pena - reclusão, de seis a dez anos. da República.

Art. 223. Pena - reclusão, de oito a doze anos. FERNANDO COLLOR


Bernardo Cabral
Parágrafo único.

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE


Art. 267. Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
1989.
Art. 270. Pena - reclusão, de dez a quinze anos. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de
cor
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte
parágrafo: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o
coautor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes
libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor,
dois terços." etnia, religião ou procedência nacional.
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista
Art. 2º (Vetado).
no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes
hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente
habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu
desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo
nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência
3º, 213, caput e sua combinação com oart. 223, nacional, obstar a promoção funcional.
caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art.
223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta
anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das Pena: reclusão de dois a cinco anos.
hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do
passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte preconceito de descendência ou origem nacional ou
redação: étnica:

"Art.35.
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo
empregado em igualdade de condições com os demais
serão contados em dobro quando se tratar dos crimes
trabalhadores
previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado). II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar


outra forma de benefício profissional;
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário. ambiente de trabalho, especialmente quanto ao
salário.

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§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos,
serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou
igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra qualquer outro meio de transporte concedido.
forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de
aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas Pena: reclusão de um a três anos.
atividades não justifiquem essas exigências.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento qualquer ramo das Forças Armadas.
comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente
ou comprador. Pena: reclusão de dois a quatro anos.

Pena: reclusão de um a três anos. Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o
casamento ou convivência familiar e social.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de
aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de Pena: reclusão de dois a quatro anos.
qualquer grau.
Art. 15. (Vetado).
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de função pública, para o servidor público, e a suspensão do
dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço). funcionamento do estabelecimento particular por prazo não
superior a três meses.
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel,
pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar. Art. 17. (Vetado).

Pena: reclusão de três a cinco anos. Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei
não são automáticos, devendo ser motivadamente
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em declarados na sentença.
restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes
abertos ao público. Art. 19. (Vetado).

Pena: reclusão de um a três anos. Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em nacional.)
estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes
sociais abertos ao público. Pena: reclusão de um a três anos e multa.

Pena: reclusão de um a três anos. § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos,


emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação
de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem do nazismo.
ou estabelecimento com as mesmas finalidades.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Pena: reclusão de um a três anos.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios por intermédio dos meios de comunicação social ou
públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso publicação de qualquer natureza:
aos mesmos:
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Pena: reclusão de um a três anos.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar,
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes
do inquérito policial, sob pena de desobediência:

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I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos § 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por
exemplares do material respectivo; ordem judicial poderá ser retido qualquer documento de
identificação pessoal.
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas,
televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer
§ 2º - Quando o documento de identidade for indispensável
meio;
para a entrada de pessoa em órgãos públicos ou particulares,
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de serão seus dados anotados no ato e devolvido o documento
informação na rede mundial de computadores. imediatamente ao interessado.

§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de
após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do prisão simples de 1 (um) a 3 (três) meses ou multa de NCR$
material apreendido. 0,50 (cinqüenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros novos),
a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Parágrafo único. Quando a infração for praticada por
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário.
preposto ou agente de pessoa jurídica, considerar-se-á
responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência
e 101º da República. retenção, a menos que haja , pelo executante, desobediência
ou inobservância de ordens ou instruções expressas,
JOSÉ SARNEY quando, então, será este o infrator.
Paulo Brossard
Art. 4º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei
dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de
LEI Nº 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE sua publicação.
1968.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.

Dispõe sobre a apresentação e uso de documentos de


Brasília, 6 de dezembro de 1968; 147º da Independência e
identificação pessoal.
80º da República.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso


Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE
Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma
1965.
pessoa jurídica, de direito público ou de direito privado, é
lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.
ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou
Regula o Direito de Representação e o processo de
pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o
Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de
serviço militar, título de eleitor, carteira profissional, abuso de autoridade.
certidão de registro de nascimento, certidão de casamento,
comprovante de naturalização e carteira de identidade de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
estrangeiro. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for Art. 1º O direito de representação e o processo de
exigida a apresentação de documento de identificação, a responsabilidade administrativa civil e penal, contra as
pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até 5 autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem
abusos, são regulados pela presente lei.
(cinco) dias, os dados que interessarem devolvendo em
seguida o documento ao seu exibidor.

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Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou
petição: detenção ilegal que lhe seja comunicada;

a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a prestar fiança, permitida em lei;
respectiva sanção;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra
competência para iniciar processo-crime contra a autoridade despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer
culpada. quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de recibo de importância recebida a título de carceragem,
autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as
houver. h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural
ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: ou sem competência legal;

a) à liberdade de locomoção; i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de


medida de segurança, deixando de expedir em tempo
b) à inviolabilidade do domicílio; oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade.
c) ao sigilo da correspondência;
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei,
d) à liberdade de consciência e de crença; quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza
civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
e) ao livre exercício do culto religioso;

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção


f) à liberdade de associação;
administrativa civil e penal.
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a
voto;
gravidade do abuso cometido e consistirá em:
h) ao direito de reunião;
a) advertência;
i) à incolumidade física do indivíduo;
b) repreensão;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a
profissional.
cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
d) destituição de função;
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade
e) demissão;
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
poder;
f) demissão, a bem do serviço público.
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou
a constrangimento não autorizado em lei; § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
dano, consistirá no pagamento de uma indenização de
quinhentos a dez mil cruzeiros.
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente
a prisão ou detenção de qualquer pessoa;

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§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de
dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: inquérito policial ou justificação por denúncia do Ministério
Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação
b) detenção por dez dias a seis meses; da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas,
denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem
qualquer outra função pública por prazo até três anos. assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser § 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em
aplicadas autônoma ou cumulativamente. duas vias.

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no a) promover a comprovação da existência de tais vestígios,
município da culpa, por prazo de um a cinco anos. por meio de duas testemunhas qualificadas;

Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da
aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou audiência de instrução e julgamento, a designação de um
militar competente determinará a instauração de inquérito perito para fazer as verificações necessárias.
para apurar o fato.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis apresentarão por escrito, querendo, na audiência de
ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. instrução e julgamento.

§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação § 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação
militar normas reguladoras do inquérito administrativo poderá conter a indicação de mais duas testemunhas.
serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219
a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
dos Funcionários Públicos Civis da União). apresentar a denúncia requerer o arquivamento da
representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado as razões invocadas, fará remessa da representação ao
para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.
autoridade civil ou militar.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação
autoridade administrativa ou independentemente dela, privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar
poderá ser promovida pela vítima do abuso, a a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e
responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade intervir em todos os termos do processo, interpor recursos
culpada. e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,
retomar a ação como parte principal.
Art. 10. Vetado
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de
quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de
rejeitando a denúncia.
Processo Civil.

§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz


designará, desde logo, dia e hora para a audiência de

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instrução e julgamento, que deverá ser realizada, Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro
improrrogavelmente. dentro de cinco dias. próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os
depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
final e para comparecer à audiência de instrução e
julgamento, será feita por mandado sucinto que, será Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do
acompanhado da segunda via da representação e da Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a
denúncia. queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.

Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem
apresentada em juízo, independentemente de intimação. difíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados
nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória motivadamente, até o dobro.
para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o
caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
realização de diligências, perícias ou exames, a não ser que o do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis com
Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
providências.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças,
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos caberão os recursos e apelações previstas no Código de
auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, Processo Penal.
apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o
representante do Ministério Público ou o advogado que Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se Independência e 77º da República.
se ausente o Juiz.
H. CASTELLO BRANCO
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juracy Magalhães
Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-
se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de
audiência. LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública,
se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia Define os crimes de tortura e dá outras providências.
útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou,
excepcionalmente, no local que o Juiz designar. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o Art. 1º Constitui crime de tortura:
interrogatório do réu, se estiver presente.
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão
funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo. da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz
dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um,
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente
a sentença. Pena - reclusão, de dois a oito anos.

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§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, ao adolescente.
por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
resultante de medida legal.
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando aquela entre doze e dezoito anos de idade.
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
detenção de um a quatro anos.
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou vinte e um anos de idade.
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes,
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
I - se o crime é cometido por agente público;
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade
de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; e de dignidade.
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-
se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor,
emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro
religião ou crença, deficiência, condição pessoal de
do prazo da pena aplicada.
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica,
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ambiente social, região e local de moradia ou outra condição
ou anistia. que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em
que vivem.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
fechado. geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade,
a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
não tenha sido cometido em território nacional, sendo a
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
jurisdição brasileira.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
circunstâncias;
de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da
relevância pública;
República.
c) preferência na formulação e na execução das políticas
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
sociais públicas;
Nelson A. Jobim
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
outras providências.
fundamentais.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum,
os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição
peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
Título I
desenvolvimento.
Das Disposições Preliminares
Título II

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Dos Direitos Fundamentais § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à


mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob
Capítulo I
custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência
Do Direito à Vida e à Saúde que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema
Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à
com o sistema de ensino competente, visando ao
vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
desenvolvimento integral da criança.
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno,
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa
programas e às políticas de saúde da mulher e de
de liberdade.
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao § 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde
puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de
ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por
materno e à alimentação complementar saudável, de forma
profissionais da atenção primária.
contínua.
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal
garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação,
deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de
ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido
coleta de leite humano.
o direito de opção da mulher.
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos
a:
alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção
primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
apoio à amamentação. prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
inclusive como forma de prevenir ou minorar as sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
consequências do estado puerperal. administrativa competente;
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
prestada também a gestantes e mães que manifestem de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a como prestar orientação aos pais;
gestantes e mães que se encontrem em situação de privação
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
de liberdade.
necessariamente as intercorrências do parto e do
§ 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) desenvolvimento do neonato;
acompanhante de sua preferência durante o período do pré-
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato
natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
a permanência junto à mãe.
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
aleitamento materno, alimentação complementar saudável
prestando orientações quanto à técnica adequada,
e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar,
formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
utilizando o corpo técnico já existente.
estimular o desenvolvimento integral da criança.
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável
voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso,
do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras
equidade no acesso a ações e serviços para promoção,
intervenções cirúrgicas por motivos médicos.
proteção e recuperação da saúde.
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às
necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
consultas pós-parto.
reabilitação.

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§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida,
àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses com orientações sobre saúde bucal.
e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
§ 4o A criança com necessidade de cuidados odontológicos
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de
especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.
acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas
necessidades específicas. § 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus
o primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro
§ 3 Os profissionais que atuam no cuidado diário ou
instrumento construído com a finalidade de facilitar a
frequente de crianças na primeira infância receberão
detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da
formação específica e permanente para a detecção de sinais
criança, de risco para o seu desenvolvimento
de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o
psíquico.
acompanhamento que se fizer necessário.
Capítulo II
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
cuidados intermediários, deverão proporcionar condições
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao
para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo
responsável, nos casos de internação de criança ou
de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis,
adolescente.
humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos
aspectos:
contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
sem prejuízo de outras providências legais. comunitários, ressalvadas as restrições legais;
§ 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em II - opinião e expressão;
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
III - crença e culto religioso;
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e
da Juventude. IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
o V - participar da vida familiar e comunitária, sem
§ 2 Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
entrada, os serviços de assistência social em seu discriminação;
componente especializado, o Centro de Referência
VI - participar da vida política, na forma da lei;
Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância
integridade física, psíquica e moral da criança e do
com suspeita ou confirmação de violência de qualquer
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
natureza, formulando projeto terapêutico singular que
identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos
inclua intervenção em rede e, se necessário,
espaços e objetos pessoais.
acompanhamento domiciliar.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
assistência médica e odontológica para a prevenção das
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
enfermidades que ordinariamente afetam a população
constrangedor.
infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,
educadores e alunos. Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser
educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
§ 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção,
recomendados pelas autoridades sanitárias.
disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais,
§ 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis,
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, pelos agentes públicos executores de medidas
integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
direcionadas à mulher e à criança. cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
§ 3o A atenção odontológica à criança terá função educativa Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê
nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,

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I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela
aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
adolescente que resulte em: família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei.
a) sofrimento físico; ou
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em
b) lesão;
programa de acolhimento institucional não se prolongará
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
de tratamento em relação à criança ou ao adolescente necessidade que atenda ao seu superior interesse,
que: devidamente fundamentada pela autoridade
judiciária.
a) humilhe; ou
§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou
b) ameace gravemente; ou
adolescente à sua família terá preferência em relação a
c) ridicularize. qualquer outra providência, caso em que será esta incluída
em serviços e programas de proteção, apoio e promoção,
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os
nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do
responsáveis, os agentes públicos executores de medidas
art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar
de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou § 4o Será garantida a convivência da criança e do
protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por
ou degradante como formas de correção, disciplina, meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou,
educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, responsável, independentemente de autorização judicial.
que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
§ 5o Será garantida a convivência integral da criança com a
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional.
proteção à família;
§ 6o A mãe adolescente será assistida por equipe
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou especializada multidisciplinar.
psiquiátrico;
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em
III - encaminhamento a cursos ou programas de entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
orientação; nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
Juventude.
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
especializado; § 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que
V - advertência.
apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras puerperal.
providências legais.
§ 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá
Capítulo III determinar o encaminhamento da gestante ou mãe,
mediante sua expressa concordância, à rede pública de
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
saúde e assistência social para atendimento especializado.
Seção I
§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos
Disposições Gerais termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o
prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e
período.
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em
família substituta, assegurada a convivência familiar e § 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de
comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento não existir outro representante da família extensa apto a
integral. receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá
decretar a extinção do poder familiar e determinar a
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em
colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver
programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua
habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva
situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses,
programa de acolhimento familiar ou institucional.
devendo a autoridade judiciária competente, com base em
relatório elaborado por equipe interprofissional ou

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§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, competente.
deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1o do
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
genitor nem representante da família extensa para filiação.
confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda,
Art. 21. Familiar será exercido, em igualdade de condições,
a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe,
pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação
e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem
civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de
esteja habilitado a adotá-la.
discordância, recorrer à autoridade judiciária competente
§ 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 para a solução da divergência.
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
seguinte à data do término do estágio de convivência.
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
§ 8o Na hipótese de desistência pelos genitores - interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
manifestada em audiência ou perante a equipe determinações judiciais.
interprofissional - da entrega da criança após o nascimento,
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm
a criança será mantida com os genitores, e será determinado
direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados
pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento
no cuidado e na educação da criança, devendo ser
familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
resguardado o direito de transmissão familiar de suas
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, crenças e culturas, assegurados os direitos da criança
respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. estabelecidos nesta Lei.
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. do poder familiar.
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de § 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a
acolhimento institucional ou familiar poderão participar de decretação da medida, a criança ou o adolescente será
programa de apadrinhamento. mantido em sua família de origem, a qual deverá
obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas
§ 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e
oficiais de proteção, apoio e promoção.
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à
instituição para fins de convivência familiar e comunitária e § 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará
colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de
moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão,
contra o próprio filho ou filha.
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de
18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão
desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de decretadas judicialmente, em procedimento contraditório,
apadrinhamento de que fazem parte. nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese
de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a
§ 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
que alude o art. 22.
adolescente a fim de colaborar para o seu
desenvolvimento. Seção II
§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado Da Família Natural
será definido no âmbito de cada programa de
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou
formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
adolescentes com remota possibilidade de reinserção
familiar ou colocação em família adotiva. Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou
o ampliada aquela que se estende para além da unidade pais
§ 5 Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados
e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes
pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e
executados por órgãos públicos ou por organizações da
mantém vínculos de afinidade e afetividade.
sociedade civil.
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser
§ 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento

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próprio termo de nascimento, por testamento, mediante direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela
escritura ou outro documento público, qualquer que seja a Constituição Federal;
origem da filiação.
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia;
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal
descendentes.
responsável pela política indigenista, no caso de crianças e
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer caso.
restrição, observado o segredo de Justiça.
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a
Seção III pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade
com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar
Da Família Substituta
adequado.
Subseção I
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
Disposições Gerais transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
entidades governamentais ou não-governamentais, sem
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante
autorização judicial.
guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação
jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira
o constitui medida excepcional, somente admissível na
§ 1 Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
modalidade de adoção.
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
devidamente considerada. encargo, mediante termo nos autos.
Subseção II
§ 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será Da Guarda
necessário seu consentimento, colhido em audiência.
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,
§ 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a
parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos
de evitar ou minorar as consequências decorrentes da pais.
medida.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação estrangeiros.
que justifique plenamente a excepcionalidade de solução
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos
diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou
rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família deferido o direito de representação para a prática de atos
substituta será precedida de sua preparação gradativa e determinados.
acompanhamento posterior, realizados pela equipe
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
inclusive previdenciários.
responsáveis pela execução da política municipal de garantia
do direito à convivência familiar. § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
medida for aplicada em preparação para adoção, o
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é
deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros
ainda obrigatório:
não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como regulamentação específica, a pedido do interessado ou do
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os Ministério Público.

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Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a segundo o disposto nesta Lei.
forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
convívio familiar.
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.
institucional, observado, em qualquer caso, o caráter
§ 2o É vedada a adoção por procuração.
temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.
§ 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses do
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos,
cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando.
receber a criança ou adolescente mediante guarda,
observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou
§ 3o A União apoiará a implementação de serviços de
tutela dos adotantes.
acolhimento em família acolhedora como política pública, os
quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com
temporário de crianças e de adolescentes em residências de os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo
estejam no cadastro de adoção. os impedimentos matrimoniais.
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do
distritais e municipais para a manutenção dos serviços de outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o
acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
de recursos para a própria família acolhedora. parentes.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus
mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes
Público. e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação
hereditária.
Subseção III
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,
Da Tutela
independentemente do estado civil.
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do
pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
adotando.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes
decretação da perda ou suspensão do poder familiar e
sejam casados civilmente ou mantenham união estável,
implica necessariamente o dever de guarda.
comprovada a estabilidade da família.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais
documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único
velho do que o adotando.
do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a § 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que
controle judicial do ato, observando o procedimento acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
período de convivência e que seja comprovada a existência
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados
de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não
os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente
detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da
sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de
concessão.
última vontade, se restar comprovado que a medida é
vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em § 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado
melhores condições de assumi-la. efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda
compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art.
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.
24.
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após
Subseção IV
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso
Da Adoção do procedimento, antes de prolatada a sentença.

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Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos bem como o nome de seus ascendentes.
legítimos.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e registro original do adotado.
saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o
§ 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser
pupilo ou o curatelado.
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do residência.
representante legal do adotando.
§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança constar nas certidões do registro.
ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham
§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
sido destituídos do r poder familiar.
a pedido de qualquer deles, poderá determinar a
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de modificação do prenome.
idade, será também necessário o seu consentimento.
§ 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
(noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente
§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
e as peculiaridades do caso.
julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa
adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante à data do óbito.
durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
conveniência da constituição do vínculo.
relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a armazenamento em microfilme ou por outros meios,
dispensa da realização do estágio de convivência. garantida a sua conservação para consulta a qualquer
tempo.
§ 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção
fundamentada da autoridade judiciária. em que o adotando for criança ou adolescente com
deficiência ou com doença crônica.
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção
mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez
dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, por igual período, mediante decisão fundamentada da
mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. autoridade judiciária.
§ 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo, deverá Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem
ser apresentado laudo fundamentado pela equipe biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo
mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes,
deferimento da adoção à autoridade judiciária. após completar 18 (dezoito) anos.
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e
responsáveis pela execução da política de garantia do direito psicológica.
à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder
acerca da conveniência do deferimento da medida.
familiar dos pais naturais.
§ 5o O estágio de convivência será cumprido no território
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca
nacional, preferencialmente na comarca de residência da
ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em
criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
condições de serem adotados e outro de pessoas
limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência
interessadas na adoção.
do juízo da comarca de residência da criança.
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério
judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado
Público.
do qual não se fornecerá certidão.

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§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa
satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
hipóteses previstas no art. 29. Público.
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de
um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente
pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, nos termos desta Lei quando:
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar. II - for formulada por parente com o qual a criança ou
adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação
referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal
e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que
condições de serem adotados, a ser realizado sob a o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da de afinidade e afetividade, e não seja constatada a
Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução arts. 237 ou 238 desta Lei.
da política municipal de garantia do direito à convivência
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
familiar.
candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme
nacional de crianças e adolescentes em condições de serem previsto nesta Lei.
adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais interessadas em adotar criança ou adolescente com
residentes fora do País, que somente serão consultados na deficiência, com doença crônica ou com necessidades
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos específicas de saúde, além de grupo de irmãos.
cadastros mencionados no § 5o deste artigo.
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de pretendente possui residência habitual em país-parte da
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à
a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção
do sistema. Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21
junho de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48
da Convenção.
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
adolescentes em condições de serem adotados que não § 1o A adoção internacional de criança ou adolescente
tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à quando restar comprovado:
adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no §
I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada
5o deste artigo, sob pena de responsabilidade.
ao caso concreto;
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação
manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com
posterior comunicação à Autoridade Central Federal
a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de
Brasileira.
adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos
pretendentes habilitados residentes no País com perfil cadastros mencionados nesta Lei;
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realizado
consultado, por meios adequados ao seu estágio de
o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a
internacional.
medida, mediante parecer elaborado por equipe
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2o do art.
em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que 28 desta Lei.
possível e recomendável, será colocado sob guarda de
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
família cadastrada em programa de acolhimento familiar.
aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de
criança ou adolescente brasileiro.

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§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das § 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o
Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
adoção internacional. encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
adoção internacional, com posterior comunicação às
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes
oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet.
adaptações:
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
organismo que:
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de
habilitação à adoção perante a Autoridade Central em I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de
matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade
entendido aquele onde está situada sua residência habitual; Central do país onde estiverem sediados e no país de
acolhida do adotando para atuar em adoção internacional no
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar
Brasil;
que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar,
emitirá um relatório que contenha informações sobre a II - satisfizerem as condições de integridade moral,
identidade, a capacidade jurídica e adequação dos competência profissional, experiência e responsabilidade
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central
médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua Federal Brasileira;
aptidão para assumir uma adoção internacional;
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o formação e experiência para atuar na área de adoção
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a internacional;
Autoridade Central Federal Brasileira;
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
IV - o relatório será instruído com toda a documentação jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por Autoridade Central Federal Brasileira.
equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da
§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda:
legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de
vigência; I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente
país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela
autenticados pela autoridade consular, observados os
Autoridade Central Federal Brasileira;
tratados e convenções internacionais, e acompanhados da
respectiva tradução, por tradutor público juramentado; II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e
de reconhecida idoneidade moral, com comprovada
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e
formação ou experiência para atuar na área de adoção
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia
postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal
acolhida;
Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade competente;
Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira
III - estar submetidos à supervisão das autoridades
com a nacional, além do preenchimento por parte dos
competentes do país onde estiverem sediados e no país de
postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos
acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento
necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe
e situação financeira;
esta Lei como da legislação do país de acolhida, será
expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a
terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem
como relatório de acompanhamento das adoções
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
Infância e da Juventude do local em que se encontra a
criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade
Autoridade Central Estadual. Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central
Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar,
envio do relatório será mantido até a juntada de cópia
admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do
internacional sejam intermediados por organismos
país de acolhida para o adotado;
credenciados.

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VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal fundamentado.
Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes
descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
sejam concedidos.
organismos estrangeiros encarregados de intermediar
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou
4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a pessoas físicas.
a suspensão de seu credenciamento.
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo
internacional terá validade de 2 (dois) anos. Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida Art. 52-Bz A adoção por brasileiro residente no exterior em
mediante requerimento protocolado na Autoridade Central país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de
Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao adoção tenha sido processado em conformidade com a
término do respectivo prazo de validade. legislação vigente no país de residência e atendido o
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção,
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu
será automaticamente recepcionada com o reingresso no
a adoção internacional, não será permitida a saída do
Brasil.
adotando do território nacional.
§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária
“c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença
determinará a expedição de alvará com autorização de
ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando,
obrigatoriamente, as características da criança ou § 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país
adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado
ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença
da impressão digital do seu polegar direito, instruindo o estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.
documento com cópia autenticada da decisão e certidão de
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
trânsito em julgado.
país de acolhida, a decisão da autoridade competente do
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a país de origem da criança ou do adolescente será conhecida
qualquer momento, solicitar informações sobre a situação pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o
das crianças e adolescentes adotados pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o
fato à Autoridade Central Federal e determinará as
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
providências necessárias à expedição do Certificado de
credenciados, que sejam considerados abusivos pela
Naturalização Provisório.
Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam
devidamente comprovados, é causa de seu § 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
descredenciamento. Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela
decisão se restar demonstrado que a adoção é
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser
manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao
representados por mais de uma entidade credenciada para
interesse superior da criança ou do adolescente.
atuar na cooperação em adoção internacional.
§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção,
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado
prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo
imediatamente requerer o que for de direito para resguardar
ser renovada.
os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou Autoridade Central do país de origem.
familiar, assim como com crianças e adolescentes em
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
condições de serem adotados, sem a devida autorização
país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país
judicial.
de origem porque a sua legislação a delega ao país de
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a
ou suspender a concessão de novos credenciamentos criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha

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aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular
as regras da adoção nacional. seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Capítulo IV Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, esgotados os recursos escolares;
assegurando-se-lhes:
III - elevados níveis de repetência.
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências
escola;
e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,
II - direito de ser respeitado por seus educadores; metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
obrigatório.
recorrer às instâncias escolares superiores;
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores
IV - direito de organização e participação em entidades
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social
estudantis;
da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
residência.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços
ciência do processo pedagógico, bem como participar da para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas
definição das propostas educacionais. para a infância e a juventude.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao Capítulo V
adolescente:
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze
os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada
ensino médio;
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
III - atendimento educacional especializado aos portadores
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero legislação de educação em vigor.
a cinco anos de idade;
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e seguintes princípios:
da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições regular;
do adolescente trabalhador;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
VII - atendimento no ensino fundamental, através de adolescente;
programas suplementares de material didático-escolar,
III - horário especial para o exercício das atividades.
transporte, alimentação e assistência à saúde.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
assegurada bolsa de aprendizagem.
público subjetivo.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos,
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder
são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da
autoridade competente. Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
trabalho protegido.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime
pais ou responsável, pela freqüência à escola. familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em

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entidade governamental ou não-governamental, é vedado Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do


trabalho: Adolescente e com as entidades não governamentais que
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e
criança e do adolescente;
as cinco horas do dia seguinte;
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
II - perigoso, insalubre ou penoso;
de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; criança e do adolescente para o desenvolvimento das
competências necessárias à prevenção, à identificação de
IV - realizado em horários e locais que não permitam a
evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as
freqüência à escola.
formas de violência contra a criança e o adolescente;
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de
educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
conflitos que envolvam violência contra a criança e o
ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar
adolescente;
ao adolescente que dele participe condições de capacitação
para o exercício de atividade regular remunerada. V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a
garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral
atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
em que as exigências pedagógicas relativas ao
responsáveis com o objetivo de promover a informação, a
desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem
reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso
sobre o aspecto produtivo.
de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho processo educativo;
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a
trabalho não desfigura o caráter educativo.
articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à conjunta focados nas famílias em situação de violência, com
proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, participação de profissionais de saúde, de assistência social
entre outros: e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa
dos direitos da criança e do adolescente.
I - respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento; Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes
com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações
II - capacitação profissional adequada ao mercado de
e políticas públicas de prevenção e proteção.
trabalho.
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas
Título III
áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar,
Da Prevenção em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e
comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-
Capítulo I
tratos praticados contra crianças e adolescentes.
Disposições Gerais
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou comunicação de que trata este artigo, as pessoas
violação dos direitos da criança e do adolescente. encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério,
profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o
Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração
injustificado retardamento ou omissão, culposos ou
de políticas públicas e na execução de ações destinadas a
dolosos.
coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante e difundir formas não violentas de educação de Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
crianças e de adolescentes, tendo como principais ações: cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e
serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para
desenvolvimento.
a divulgação do direito da criança e do adolescente de serem
educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela
proteção aos direitos humanos; adotados.
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do
Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho

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Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas,
em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores
desta Lei. éticos e sociais da pessoa e da família.
Capítulo II Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de
Da Prevenção Especial
jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que
Seção I eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a
entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local,
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e
afixando aviso para orientação do público.
Espetáculos
Seção II
Art. 74. O poder público, através do órgão competente,
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando Dos Produtos e Serviços
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
recomendem, locais e horários em que sua apresentação se
mostre inadequada. I - armas, munições e explosivos;
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e II - bebidas alcoólicas;
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de
III - produtos cujos componentes possam causar
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
dependência física ou psíquica ainda que por utilização
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
indevida;
especificada no certificado de classificação.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões
pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
e espetáculos públicos classificados como adequados à sua
qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
faixa etária.
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente
poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere,
no horário recomendado para o público infanto juvenil, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e responsável.
informativas.
Seção III
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
Da Autorização para Viajar
anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua
transmissão, apresentação ou exibição. Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca
onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários
expressa autorização judicial.
de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de
programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou § 1º A autorização não será exigida quando:
locação em desacordo com a classificação atribuída pelo
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança,
órgão competente.
se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão região metropolitana;
exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e
b) a criança estiver acompanhada:
a faixa etária a que se destinam.
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
Art. 78. As revistas e publicações contendo material
comprovado documentalmente o parentesco;
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão
ser comercializadas em embalagem lacrada, com a 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe
advertência de seu conteúdo. ou responsável.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam responsável, conceder autorização válida por dois anos.
protegidas com embalagem opaca.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

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II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado III - criação e manutenção de programas específicos,
expressamente pelo outro através de documento com firma observada a descentralização político-administrativa;
reconhecida.
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança
criança ou adolescente nascido em território nacional e do adolescente;
poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
ou domiciliado no exterior.
Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social,
Parte Especial preferencialmente em um mesmo local, para efeito de
agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se
Título I
atribua autoria de ato infracional;
Da Política de Atendimento
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Capítulo I Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
encarregados da execução das políticas sociais básicas e de
Disposições Gerais
assistência social, para efeito de agilização do atendimento
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e de crianças e de adolescentes inseridos em programas de
do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua
de ações governamentais e não-governamentais, da União, rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
no art. 28 desta Lei;
I - políticas sociais básicas;
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência participação dos diversos segmentos da sociedade.
social de garantia de proteção social e de prevenção e
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais
redução de violações de direitos, seus agravamentos ou
que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira
reincidências;
infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e criança e sobre desenvolvimento infantil;
psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos,
IX - formação profissional com abrangência dos diversos
exploração, abuso, crueldade e opressão;
direitos da criança e do adolescente que favoreça a
IV - serviço de identificação e localização de pais, intersetorialidade no atendimento da criança e do
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; adolescente e seu desenvolvimento integral;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos X - realização e divulgação de pesquisas sobre
direitos da criança e do adolescente. desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar
o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos
efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do
e adolescentes; adolescente é considerada de interesse público relevante e
não será remunerada.
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio Capítulo II
familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças
Das Entidades de Atendimento
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas
de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. Seção I
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: Disposições Gerais
I - municipalização do atendimento; Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
manutenção das próprias unidades, assim como pelo
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
planejamento e execução de programas de proteção e sócio-
direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e
educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime
controladores das ações em todos os níveis, assegurada a
de:
participação popular paritária por meio de organizações
representativas, segundo leis federal, estaduais e I - orientação e apoio sócio-familiar;
municipais;
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;

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III - colocação familiar; d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.


IV - acolhimento institucional; e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
deliberações relativas à modalidade de atendimento
V - prestação de serviços à comunidade;
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
VI - liberdade assistida; do Adolescente, em todos os níveis.
VII - semiliberdade; e § 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos,
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
VIII - internação.
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua
§ 1o As entidades governamentais e não governamentais renovação, observado o disposto no § 1o deste
deverão proceder à inscrição de seus programas, artigo.
especificando os regimes de atendimento, na forma definida
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de
neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os
e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de
seguintes princípios:
suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho
Tutelar e à autoridade judiciária. I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
reintegração familiar;
§ 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção
dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas II - integração em família substituta, quando esgotados os
dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados recursos de manutenção na família natural ou extensa;
das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-
da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do educação;
art. 4o desta Lei.
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
entidades de crianças e adolescentes abrigados;
Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-
se critérios para renovação da autorização de VII - participação na vida da comunidade local;
funcionamento:
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
IX - participação de pessoas da comunidade no processo
como às resoluções relativas à modalidade de atendimento
educativo.
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis; § 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
todos os efeitos de direito.
atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e
pela Justiça da Infância e da Juventude; § 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
de acolhimento familiar ou institucional remeterão à
III - em se tratando de programas de acolhimento
autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses,
institucional ou familiar, serão considerados os índices de
relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança
sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família
ou adolescente acolhido e sua família, para fins da
substituta, conforme o caso.
reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão
§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos
Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o
permanente qualificação dos profissionais que atuam direta
registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da
ou indiretamente em programas de acolhimento
respectiva localidade.
institucional e destinados à colocação familiar de crianças e
§ 1o Será negado o registro à entidade que: adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário,
Ministério Público e Conselho Tutelar.
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas
de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade
judiciária competente, as entidades que desenvolvem
b) não apresente plano de trabalho compatível com os
programas de acolhimento familiar ou institucional, se
princípios desta Lei;
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos
c) esteja irregularmente constituída; de assistência social, estimularão o contato da criança ou

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adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de
disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos
necessários à higiene pessoal;
§ 5o As entidades que desenvolvem programas de
acolhimento familiar ou institucional somente poderão VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
princípios, exigências e finalidades desta Lei.
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos
§ 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo e farmacêuticos;
dirigente de entidade que desenvolva programas de
X - propiciar escolarização e profissionalização;
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua
destituição, sem prejuízo da apuração de sua XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
responsabilidade administrativa, civil e criminal.
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
§ 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos acordo com suas crenças;
em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
atuação de educadores de referência estáveis e
qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo
atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à
como prioritárias. autoridade competente;
Art. 93. As entidades que mantenham programa de XV - informar, periodicamente, o adolescente internado
acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e sobre sua situação processual;
de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos
determinação da autoridade competente, fazendo
de adolescentes portadores de moléstias infecto-
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz
contagiosas;
da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade
adolescentes;
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o
apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas XVIII - manter programas destinados ao apoio e
necessárias para promover a imediata reintegração familiar acompanhamento de egressos;
da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
for isso possível ou recomendável, para seu
cidadania àqueles que não os tiverem;
encaminhamento a programa de acolhimento familiar,
institucional ou a família substituta, observado o disposto no XX - manter arquivo de anotações onde constem data e
§ 2o do art. 101 desta Lei. circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus
pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
acompanhamento da sua formação, relação de seus
internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
pertences e demais dados que possibilitem sua identificação
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os e a individualização do atendimento.
adolescentes;
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto deste artigo às entidades que mantêm programas de
de restrição na decisão de internação; acolhimento institucional e familiar.
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo
unidades e grupos reduzidos; as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da
comunidade.
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito
e dignidade ao adolescente; Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem
ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
caráter temporário, devem ter, em seus quadros,
preservação dos vínculos familiares;
profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-
casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento tratos.
dos vínculos familiares;
Seção II
Da Fiscalização das Entidades

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Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser
referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares. substituídas a qualquer tempo.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem
origem das dotações orçamentárias. ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento Parágrafo único. São também princípios que regem a
que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem aplicação das medidas:
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de
dirigentes ou prepostos:
direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos
I - às entidades governamentais: previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição
Federal;
a) advertência;
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças
e adolescentes são titulares;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a
II - às entidades não-governamentais:
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a
a) advertência; adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo
nos casos por esta expressamente ressalvados, é de
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e
da possibilidade da execução de programas por entidades
d) cassação do registro.
não governamentais;
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
entidades de atendimento, que coloquem em risco os
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e
direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado
direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
ao Ministério Público ou representado perante autoridade
consideração que for devida a outros interesses legítimos no
judiciária competente para as providências cabíveis,
âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
inclusive suspensão das atividades ou dissolução da
concreto;
entidade.
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da
§ 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações
criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
não governamentais responderão pelos danos que seus
intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
das atividades de proteção específica. competentes deve ser efetuada logo que a situação de
perigo seja conhecida;
Título II
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida
Das Medidas de Proteção
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação
Capítulo I seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à
proteção da criança e do adolescente;
Disposições Gerais
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
a necessária e adequada à situação de perigo em que a
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
criança ou o adolescente se encontram no momento em que
forem ameaçados ou violados:
a decisão é tomada;
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
III - em razão de sua conduta. para com a criança e o adolescente;
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
Capítulo II
proteção da criança e do adolescente deve ser dada
Das Medidas Específicas de Proteção prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na

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sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, § 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser
que promovam a sua integração em família adotiva; encaminhados às instituições que executam programas de
acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
capacidade de compreensão, seus pais ou responsável
devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
determinaram a intervenção e da forma como esta se de seu responsável, se conhecidos;
processa;
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o pontos de referência;
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus
tê-los sob sua guarda;
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar
nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao
e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada convívio familiar.
pela autoridade judiciária competente, observado o disposto
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
adolescente, a entidade responsável pelo programa de
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano
98, a autoridade competente poderá determinar, dentre individual de atendimento, visando à reintegração familiar,
outras, as seguintes medidas: ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em
contrário de autoridade judiciária competente, caso em que
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
também deverá contemplar sua colocação em família
termo de responsabilidade;
substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
§ 5o O plano individual será elaborado sob a
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa
oficial de ensino fundamental; de atendimento e levará em consideração a opinião da
criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
responsável.
comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da
criança e do adolescente; § 6o Constarão do plano individual, dentre outros:
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
VII - acolhimento institucional; responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja
esta vedada por expressa e fundamentada determinação
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação
IX - colocação em família substituta. em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
judiciária.
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como § 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local
forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo mais próximo à residência dos pais ou do responsável e,
esta possível, para colocação em família substituta, não como parte do processo de reintegração familiar, sempre
implicando privação de liberdade. que identificada a necessidade, a família de origem será
incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato
proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das
com a criança ou com o adolescente acolhido.
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento
da criança ou adolescente do convívio familiar é de § 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará responsável pelo programa de acolhimento familiar ou
na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem institucional fará imediata comunicação à autoridade
tenha legítimo interesse, de procedimento judicial judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de
contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.

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§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração § 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a


da criança ou do adolescente à família de origem, após seu qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento
encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de
orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório absoluta prioridade.
fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida
descrição pormenorizada das providências tomadas e a
do reconhecimento de paternidade no assento de
expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da
nascimento e a certidão correspondente.
entidade ou responsáveis pela execução da política
municipal de garantia do direito à convivência familiar, para Título III
a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou
Da Prática de Ato Infracional
guarda.
Capítulo I
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição Disposições Gerais
do poder familiar, salvo se entender necessária a realização
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita
de estudos complementares ou de outras providências
como crime ou contravenção penal.
indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
foro regional, um cadastro contendo informações
atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
acolhimento familiar e institucional sob sua considerada a idade do adolescente à data do fato.
responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
situação jurídica de cada um, bem como as providências
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
família substituta, em qualquer das modalidades previstas Capítulo II
no art. 28 desta Lei.
Dos Direitos Individuais
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e
Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do
fundamentada da autoridade judiciária competente.
Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
deliberar sobre a implementação de políticas públicas que Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação
permitam reduzir o número de crianças e adolescentes dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
afastados do convívio familiar e abreviar o período de informado acerca de seus direitos.
permanência em programa de acolhimento.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à
serão acompanhadas da regularização do registro civil. autoridade judiciária competente e à família do apreendido
ou à pessoa por ele indicada.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento
de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de
dos elementos disponíveis, mediante requisição da responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
autoridade judiciária. Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
que trata este artigo são isentos de multas, custas e Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade. basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade,
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
procedimento específico destinado à sua averiguação, Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de submetido a identificação compulsória pelos órgãos
1992. policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é confrontação, havendo dúvida fundada.
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
Capítulo III
paternidade pelo Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a Das Garantias Processuais
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para
adoção.

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Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
sem o devido processo legal. que houver prova da materialidade e indícios suficientes da
autoria.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as
seguintes garantias: Seção II
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato Da Advertência
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal,
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se que será reduzida a termo e assinada.
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas
Seção III
necessárias à sua defesa;
Da Obrigação de Reparar o Dano
III - defesa técnica por advogado;
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
na forma da lei;
que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da
competente; vítima.
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
em qualquer fase do procedimento. medida poderá ser substituída por outra adequada.
Capítulo IV Seção IV
Das Medidas Sócio-Educativas Da Prestação de Serviços à Comunidade
Seção I Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
Disposições Gerais
período não excedente a seis meses, junto a entidades
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes congêneres, bem como em programas comunitários ou
medidas: governamentais.
I - advertência; Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
II - obrigação de reparar o dano;
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
III - prestação de serviços à comunidade; domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de
IV - liberdade assistida;
trabalho.
V - inserção em regime de semi-liberdade;
Seção V
VI - internação em estabelecimento educacional;
Da Liberdade Assistida
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da auxiliar e orientar o adolescente.
infração.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
a prestação de trabalho forçado. entidade ou programa de atendimento.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
mental receberão tratamento individual e especializado, em seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
local adequado às suas condições. revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e
100. Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão
da autoridade competente, a realização dos seguintes
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a
encargos, entre outros:
VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes
da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a I - promover socialmente o adolescente e sua família,
hipótese de remissão, nos termos do art. 127. fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário,

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em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência II - por reiteração no cometimento de outras infrações
social; graves;
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; anteriormente imposta.
III - diligenciar no sentido da profissionalização do § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser
decretada judicialmente após o devido processo legal.
IV - apresentar relatório do caso.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
Seção VI
havendo outra medida adequada.
Do Regime de Semi-liberdade
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
desde o início, ou como forma de transição para o meio destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
aberto, possibilitada a realização de atividades externas, critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
independentemente de autorização judicial.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
existentes na comunidade.
entre outros, os seguintes:
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
se, no que couber, as disposições relativas à internação.
Ministério Público;
Seção VII
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Da Internação
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
solicitada;
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento. V - ser tratado com respeito e dignidade;
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
determinação judicial em contrário.
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada, no máximo a cada seis meses. IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
pessoal;
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
excederá a três anos. X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
salubridade;
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de XI - receber escolarização e profissionalização;
semi-liberdade ou de liberdade assistida.
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
idade.
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida
desde que assim o deseje;
de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser
local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
daqueles porventura depositados em poder da entidade;
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
quando:
pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
ameaça ou violência a pessoa;

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§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender VIII - perda da guarda;


temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável,
IX - destituição da tutela;
se existirem motivos sérios e fundados de sua
prejudicialidade aos interesses do adolescente. X - suspensão ou destituição do poder familiar.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts.
adequadas de contenção e segurança. 23 e 24.
Capítulo V Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
Da Remissão
autoridade judiciária poderá determinar, como medida
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
apuração de ato infracional, o representante do Ministério
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a
Público poderá conceder a remissão, como forma de
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança
exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e
ou o adolescente dependentes do agressor.
conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à
personalidade do adolescente e sua maior ou menor Título V
participação no ato infracional.
Do Conselho Tutelar
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da
Capítulo I
remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão
ou extinção do processo. Disposições Gerais
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas adolescente, definidos nesta Lei.
previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
Art. 132. Em cada Município e em cada Região
liberdade e a internação.
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser Conselho Tutelar como órgão integrante da administração
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou pela população local para mandato de 4 (quatro) anos,
do Ministério Público. permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de
escolha.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
Título IV
serão exigidos os seguintes requisitos:
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
I - reconhecida idoneidade moral;
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
II - idade superior a vinte e um anos;
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
III - residir no município.
comunitários de proteção, apoio e promoção da
família; Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia
e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
é assegurado o direito a:
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
I - cobertura previdenciária;
psiquiátrico;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
terço) do valor da remuneração mensal;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar
III - licença-maternidade;
sua freqüência e aproveitamento escolar;
IV - licença-paternidade;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
tratamento especializado; V - gratificação natalina.
VII - advertência; Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e
da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao

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funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao


formação continuada dos conselheiros tutelares. Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os
motivos de tal entendimento e as providências tomadas para
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
a orientação, o apoio e a promoção social da família.
constituirá serviço público relevante e estabelecerá
presunção de idoneidade moral. Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão
ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem
Capítulo II
tenha legítimo interesse.
Das Atribuições do Conselho
Capítulo III
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
Da Competência
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art.
competência constante do art. 147.
101, I a VII;
Capítulo IV
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
medidas previstas no art. 129, I a VII; Da Escolha dos Conselheiros
III - promover a execução de suas decisões, podendo para Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
tanto: Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do
serviço social, previdência, trabalho e segurança;
Ministério Público.
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho
descumprimento injustificado de suas deliberações.
Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês
constitua infração administrativa ou penal contra os direitos de outubro do ano subsequente ao da eleição
da criança ou adolescente; presidencial.
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua § 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10
competência; de janeiro do ano subsequente ao processo de
escolha.
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o § 3o No processo de escolha dos membros do Conselho
adolescente autor de ato infracional; Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou
entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer
VII - expedir notificações;
natureza, inclusive brindes de pequeno valor.
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança
Capítulo V
ou adolescente quando necessário;
Dos Impedimentos
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
proposta orçamentária para planos e programas de Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho
atendimento dos direitos da criança e do adolescente; marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a
sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
Constituição Federal; Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro,
na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações
ao representante do Ministério Público com atuação na
de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as
Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca,
possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente
foro regional ou distrital.
junto à família natural.
Título VI
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o Do Acesso à Justiça
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
Capítulo I
adolescentes.
Disposições Gerais
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o
Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do

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Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à
à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder falta dos pais ou responsável.
Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
dela necessitarem, através de defensor público ou advogado regras de conexão, continência e prevenção.
nomeado.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância autoridade competente da residência dos pais ou
e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que
ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. abrigar a criança ou adolescente.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão
e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma
assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a
legislação civil ou processual. autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora
ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador
transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses
destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
quando carecer de representação ou assistência legal ainda para:
que eventual.
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e Público, para apuração de ato infracional atribuído a
administrativos que digam respeito a crianças e adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não extinção do processo;
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco,
residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome. IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
adolescente, observado o disposto no art. 209;
refere o artigo anterior somente será deferida pela
autoridade judiciária competente, se demonstrado o V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em
interesse e justificada a finalidade. entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
infrações contra norma de proteção à criança ou
Capítulo II
adolescente;
Da Justiça da Infância e da Juventude
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,
Seção I aplicando as medidas cabíveis.
Disposições Gerais Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente
nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas
Infância e da Juventude para o fim de:
especializadas e exclusivas da infância e da juventude,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda
infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
ou modificação da tutela ou guarda;
plantões.
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
Seção II
casamento;d) conhecer de pedidos baseados em
Do Juiz discordância paterna ou materna, em relação ao exercício
do poder familiar;
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da
Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando
forma da lei de organização judiciária local. faltarem os pais;
Art. 147. A competência será determinada: f) designar curador especial em casos de apresentação de
queixa ou representação, ou de outros procedimentos
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

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judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores
ou adolescente; públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela
realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras
g) conhecer de ações de alimentos;
espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento determinação judicial, a autoridade judiciária poderá
dos registros de nascimento e óbito. proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através
Civil).
de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
Capítulo III
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
desacompanhado dos pais ou responsável, em: Dos Procedimentos
a) estádio, ginásio e campo desportivo; Seção I
b) bailes ou promoções dançantes; Disposições Gerais
c) boate ou congêneres; Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
processual pertinente.
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade
II - a participação de criança e adolescente em: absoluta na tramitação dos processos e procedimentos
previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
diligências judiciais a eles referentes.
b) certames de beleza.
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia
judiciária levará em conta, dentre outros fatores: do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo
em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério
a) os princípios desta Lei;
Público.
b) as peculiaridades locais;
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
c) a existência de instalações adequadas; a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade
judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
providências necessárias, ouvido o Ministério Público.
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para
freqüência de crianças e adolescentes;
o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua
f) a natureza do espetáculo. família de origem e em outros procedimentos
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo necessariamente contenciosos.
deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
determinações de caráter geral.
Seção II
Seção III
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
Dos Serviços Auxiliares
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua do poder familiar terá início por provocação do Ministério
proposta orçamentária, prever recursos para manutenção Público ou de quem tenha legítimo interesse.
de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça
Art. 156. A petição inicial indicará:
da Infância e da Juventude.
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do
fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver tratando de pedido formulado por representante do
trabalhos de aconselhamento, orientação, Ministério Público;
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
manifestação do ponto de vista técnico. IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo,
o rol de testemunhas e documentos.

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Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão requisitará de qualquer repartição ou órgão público a
do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o apresentação de documento que interesse à causa, de ofício
julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido
responsabilidade.
concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe
§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária
determinará, concomitantemente ao despacho de citação e dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
independentemente de requerimento do interessado, a salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual
realização de estudo social ou perícia por equipe prazo.
interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das
presença de uma das causas de suspensão ou destituição do
partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de
poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101
testemunhas que comprovem a presença de uma das causas
desta Lei, e observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de
de suspensão ou destituição do poder familiar previstas
2017.
nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, 2002, ou no art. 24 desta Lei.
é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe
§ 2o (Revogado).
interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1odeste
artigo, de representantes do órgão federal responsável pela § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
política indigenista, observado o disposto no § 6 o do art. 28 obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança
desta Lei. ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento
e grau de compreensão sobre as implicações da medida.
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias,
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem
produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os
documentos. casos de não comparecimento perante a Justiça quando
devidamente citados.
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os
meios para sua realização. § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a
autoridade judicial requisitará sua apresentação para a
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado
oitiva.
pessoalmente.
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver
dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias,
procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o
salvo quando este for o requerente, designando, desde logo,
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar
audiência de instrução e julgamento.
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho
do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora § 1º (Revogado).
que designar, nos termos doart. 252 e seguintes da Lei
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o
Civil).
parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito,
§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido
incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos
10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.
ofícios para a localização.
§ 3o A decisão será proferida na audiência, podendo a
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo,
§ 4o Quando o procedimento de destituição de poder
ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se
familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
necessidade de nomeação de curador especial em favor da
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de criança ou adolescente.
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado
será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de
defensor.
notória inviabilidade de manutenção do poder familiar,

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dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente com § 3o São garantidos a livre manifestação de vontade dos
vistas à colocação em família substituta. detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
informações.
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a
suspensão do poder familiar será averbada à margem do § 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade
registro de nascimento da criança ou do adolescente. se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1o deste
artigo.
Seção III
§ 5o O consentimento é retratável até a data da realização
Da Destituição da Tutela
da audiência especificada no § 1o deste artigo, e os pais
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias,
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei contado da data de prolação da sentença de extinção do
processual civil e, no que couber, o disposto na seção poder familiar.
anterior.
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado após o
Seção IV nascimento da criança.
Da Colocação em Família Substituta § 7o A família natural e a família substituta receberão a
devida orientação por intermédio de equipe técnica
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
colocação em família substituta:
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual responsáveis pela execução da política municipal de garantia
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste; do direito à convivência familiar.
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, das partes ou do Ministério Público, determinará a
especificando se tem ou não parente vivo; realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe
interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de
provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de
seus pais, se conhecidos;
convivência.
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória
anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
ou do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou entregue ao interessado, mediante termo de
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente. responsabilidade.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
também os requisitos específicos. ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-
se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos
cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido
expressamente ao pedido de colocação em família Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
substituta, este poderá ser formulado diretamente em perda ou a suspensão dopoder familiar constituir
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, pressuposto lógico da medida principal de colocação em
dispensada a assistência de advogado. família substituta, será observado o procedimento
contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
ser decretada nos mesmos autos do procedimento,
devidamente assistidas por advogado ou por defensor
observado o disposto no art. 35.
público, para verificar sua concordância com a adoção, no
prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o
da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
termo as declarações; e
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob
II - declarará a extinção do poder familiar. a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento
familiar será comunicada pela autoridade judiciária à
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será
entidade por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco)
precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela
dias.
equipe interprofissional da Justiça da Infância e da
Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a Seção V
irrevogabilidade da medida.

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Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
Público cópia do auto de apreensão ou boletim de
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
ocorrência.
judiciária.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato
de participação de adolescente na prática de ato infracional,
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade
a autoridade policial encaminhará ao representante do
policial competente.
Ministério Público relatório das investigações e demais
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada documentos.
para atendimento de adolescente e em se tratando de ato
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá
infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
a atribuição da repartição especializada, que, após as
compartimento fechado de veículo policial, em condições
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua
adulto à repartição policial própria.
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo
apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,
único, e 107, deverá:
devidamente autuados pelo cartório judicial e com
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o informação sobre os antecedentes do adolescente,
adolescente; procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
testemunhas.
III - requisitar os exames ou perícias necessários à
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
comprovação da materialidade e autoria da infração.
representante do Ministério Público notificará os pais ou
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a responsável para apresentação do adolescente, podendo
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de requisitar o concurso das polícias civil e militar.
ocorrência circunstanciada.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o anterior, o representante do Ministério Público poderá:
adolescente será prontamente liberado pela autoridade
I - promover o arquivamento dos autos;
policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de
sua apresentação ao representante do Ministério Público, no II - conceder a remissão;
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de
imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e
medida sócio-educativa.
sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob
internação para garantia de sua segurança pessoal ou Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida
manutenção da ordem pública. a remissão pelo representante do Ministério Público,
mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para
encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante
homologação.
do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência. § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade
cumprimento da medida.
policial encaminhará o adolescente à entidade de
atendimento, que fará a apresentação ao representante do § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos
Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho
fundamentado, e este oferecerá representação, designará
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de
outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará
policial. À falta de repartição policial especializada, o
a autoridade judiciária obrigada a homologar.
adolescente aguardará a apresentação em dependência
separada da destinada a maiores, não podendo, em Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo Ministério Público não promover o arquivamento ou
anterior. conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade
judiciária, propondo a instauração de procedimento para

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aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais possui advogado constituído, nomeará defensor,
adequada. designando, desde logo, audiência em continuação,
podendo determinar a realização de diligências e estudo do
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá
caso.
o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional
e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no
deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela prazo de três dias contado da audiência de apresentação,
autoridade judiciária. oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas
autoria e materialidade. arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as
diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional,
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão
será dada a palavra ao representante do Ministério Público
do procedimento, estando o adolescente internado
e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos
provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
designará audiência de apresentação do adolescente,
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção
comparecer, injustificadamente à audiência de
da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.
apresentação, a autoridade judiciária designará nova data,
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão determinando sua condução coercitiva.
cientificados do teor da representação, e notificados a
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão
comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a procedimento, antes da sentença.
autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade medida, desde que reconheça na sentença:
judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
I - estar provada a inexistência do fato;
determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
apresentação. II - não haver prova da existência do fato;
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua III - não constituir o fato ato infracional;
apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o
responsável.
ato infracional.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
adolescente internado, será imediatamente colocado em
estabelecimento prisional.
liberdade.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de
definidas no art. 123, o adolescente deverá ser
internação ou regime de semi-liberdade será feita:
imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
I - ao adolescente e ao seu defensor;
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou
seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não responsável, sem prejuízo do defensor.
podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á
de responsabilidade.
unicamente na pessoa do defensor.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
mesmos, podendo solicitar opinião de profissional
qualificado. Seção V-A
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
Adolescente”
proferindo decisão.
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
com o fim de investigar os crimes previstos nos arts.
internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
autoridade judiciária, verificando que o adolescente não

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154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às incluir nos bancos de dados próprios, mediante
seguintes regras: procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as
informações necessárias à efetividade da identidade fictícia
I – será precedida de autorização judicial devidamente
criada.
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os
limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta
Ministério Público; Seção será numerado e tombado em livro específico.
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
ou representação de delegado de polícia e conterá a eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, e ao Ministério Público, juntamente com relatório
quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que circunstanciado.
permitam a identificação dessas pessoas;
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e
prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada policial, assegurando-se a preservação da identidade do
sua efetiva necessidade, a critério da autoridade agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos
judicial. adolescentes envolvidos.
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão Seção VI
requisitar relatórios parciais da operação de infiltração antes
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de
do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste
Atendimento
artigo.
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo,
entidade governamental e não-governamental terá início
consideram-se:
mediante portaria da autoridade judiciária ou representação
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste,
início, término, duração, endereço de Protocolo de Internet necessariamente, resumo dos fatos.
(IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
endereço de assinante ou de usuário registrado ou liminarmente o afastamento provisório do dirigente da
autenticado para a conexão a quem endereço de IP, entidade, mediante decisão fundamentada.
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo
atribuído no momento da conexão.
de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será documentos e indicar as provas a produzir.
admitida se a prova puder ser obtida por outros meios.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário,
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão a autoridade judiciária designará audiência de instrução e
encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela julgamento, intimando as partes.
autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações
aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
delegado de polícia responsável pela operação, com o
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo
objetivo de garantir o sigilo das investigações.
de dirigente de entidade governamental, a autoridade
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua judiciária oficiará à autoridade administrativa
identidade para, por meio da internet, colher indícios de imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. substituição.
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade
154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848,
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
de 7 de dezembro de 1940.
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de processo será extinto, sem julgamento de mérito.
observar a estrita finalidade da investigação responderá
pelos excessos praticados.

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§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da II - dados familiares;


entidade ou programa de atendimento.
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou
Seção VII casamento, ou declaração relativa ao período de união
estável;
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de
Proteção à Criança e ao Adolescente IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas;
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade
administrativa por infração às normas de proteção à criança V - comprovante de renda e domicílio;
e ao adolescente terá início por representação do Ministério
VI - atestados de sanidade física e mental
Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração
elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e VII - certidão de antecedentes criminais;
assinado por duas testemunhas, se possível.
VIII - certidão negativa de distribuição cível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que
natureza e as circunstâncias da infração.
no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe
á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos
interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a
motivos do retardamento.
que se refere o art. 197-C desta Lei;
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
apresentação de defesa, contado da data da intimação, que
postulantes em juízo e testemunhas;
será feita:
III - requerer a juntada de documentos complementares e a
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado
realização de outras diligências que entender
na presença do requerido;
necessárias.
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado,
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
que entregará cópia do auto ou da representação ao
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
encontrado o requerido ou seu representante legal; preparo dos postulantes para o exercício de uma
paternidade ou maternidade responsável, à luz dos
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
requisitos e princípios desta Lei.
sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante
legal. § 1o É obrigatória a participação dos postulantes em
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude,
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
execução da política municipal de garantia do direito à
Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da
procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e
necessário, designará audiência de instrução e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de
julgamento. adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com
necessidades específicas de saúde, e de grupos de
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão
irmãos.
sucessivamente o Ministério Público e o procurador do
requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, § 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo
que em seguida proferirá sentença. incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob
Seção VIII
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa
apresentarão petição inicial na qual conste: de acolhimento familiar e institucional e pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência
I - qualificação completa;
familiar.

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§ 3o É recomendável que as crianças e os adolescentes socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei


acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
sejam preparados por equipe interprofissional antes da com as seguintes adaptações:
inclusão em família adotiva.
I - os recursos serão interpostos independentemente de
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação preparo;
no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração,
judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá
o prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre
acerca das diligências requeridas pelo Ministério Público e
de 10 (dez) dias;
determinará a juntada do estudo psicossocial, designando,
conforme o caso, audiência de instrução e julgamento. III - os recursos terão preferência de julgamento e
dispensarão revisor;
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou
sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
igual prazo. fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no
prazo de cinco dias;
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito
nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
convocação para a adoção feita de acordo com ordem remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo
crianças ou adolescentes adotáveis. pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos
dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas
intimação.
hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
comprovado ser essa a melhor solução no interesse do Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
adotando. caberá recurso de apelação.
§ 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito
trienalmente mediante avaliação por equipe desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida
interprofissional exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de
adoção internacional ou se houver perigo de dano
§ 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção,
irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
será dispensável a renovação da habilitação, bastando a
avaliação por equipe interprofissional. Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que
§ 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à
deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do
perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de
concedida. destituição de poder familiar, em face da relevância das
questões, serão processados com prioridade absoluta,
§ 5o A desistência do pretendente em relação à guarda para
devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado
fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente
que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição,
depois do trânsito em julgado da sentença de adoção
e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e
importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na
com parecer urgente do Ministério Público.
vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial
fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa
na legislação vigente. para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
contado da sua conclusão.
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data
período, mediante decisão fundamentada da autoridade do julgamento e poderá na sessão, se entender necessário,
judiciária. apresentar oralmente seu parecer
Capítulo IV Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
instauração de procedimento para apuração de
Dos Recursos
responsabilidades se constatar o descumprimento das
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e providências e do prazo previstos nos artigos
da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas anteriores.

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Capítulo V infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da


responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
Do Ministério Público
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
de pronto as medidas administrativas ou judiciais
Art. 201. Compete ao Ministério Público: necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às
serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência
infrações atribuídas a adolescentes;
social, públicos ou privados, para o desempenho de suas
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os atribuições.
procedimentos de suspensão e destituição dopoder familiar,
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães,
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
bem como oficiar em todos os demais procedimentos da
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e
competência da Justiça da Infância e da Juventude;
esta Lei.
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados,
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação
outras, desde que compatíveis com a finalidade do
de contas dos tutores, curadores e quaisquer
Ministério Público.
administradores de bens de crianças e adolescentes nas
hipóteses do art. 98; § 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
criança ou adolescente.
proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos
relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos § 4º O representante do Ministério Público será responsável
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal; pelo uso indevido das informações e documentos que
requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-
los: § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento a) reduzir a termo as declarações do reclamante,
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela instaurando o competente procedimento, sob sua
polícia civil ou militar; presidência;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade
autoridades municipais, estaduais e federais, da reclamada, em dia, local e horário previamente notificados
administração direta ou indireta, bem como promover ou acertados;
inspeções e diligências investigatórias;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços
c) requisitar informações e documentos a particulares e públicos e de relevância pública afetos à criança e ao
instituições privadas; adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita
adequação.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
investigatórias e determinar a instauração de inquérito Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for
policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
proteção à infância e à juventude; defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
hipótese em que terá vista dos autos depois das partes,
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
podendo juntar documentos e requerer diligências, usando
assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as
os recursos cabíveis.
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas
caso, será feita pessoalmente.
corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa
dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público
criança e ao adolescente; acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade
por infrações cometidas contra as normas de proteção à Art. 205. As manifestações processuais do representante do
Ministério Público deverão ser fundamentadas.

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Capítulo VI VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes


privados de liberdade.
Do Advogado
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse
do direito à convivência familiar por crianças e
na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de
adolescentes.
que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado
para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, X - de programas de atendimento para a execução das
respeitado o segredo de justiça. medidas socioeducativas e aplicação de medidas de
proteção.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral
e gratuita àqueles que dela necessitarem. XI - de políticas e programas integrados de atendimento à
criança e ao adolescente vítima ou testemunha de
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática
violência. (Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017)
de ato infracional, ainda que ausente ou foragido,
será processado sem defensor. § 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado
coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos
pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir
pela Constituição e pela Lei.
outro de sua preferência.
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento
adolescentes será realizada imediatamente após notificação
de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear
aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos
substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
do ato.
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar todos os dados necessários à identificação do
de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido desaparecido.
indicado por ocasião de ato formal com a presença da
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas
autoridade judiciária.
no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
omissão, cujo juízo terá competência absoluta para
processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Capítulo VII
Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
Coletivos
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de concorrentemente:
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à
I - o Ministério Público;
criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou
oferta irregular: II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os
territórios;
I - do ensino obrigatório;
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos
II - de atendimento educacional especializado aos
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa
portadores de deficiência;
dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de a autorização da assembléia, se houver prévia autorização
zero a cinco anos de idade; estatutária.
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
educando; Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos
interesses e direitos de que cuida esta Lei.
V - de programas suplementares de oferta de material
didático-escolar, transporte e assistência à saúde do § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
educando do ensino fundamental; associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à
família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
como ao amparo às crianças e adolescentes que dele interessados compromisso de ajustamento de sua conduta
necessitem; às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo
extrajudicial.
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;

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Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do §
pertinentes. 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973
(Código de Processo Civil), quando reconhecer que a
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas
pretensão é manifestamente infundada.
do Código de Processo Civil.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
serão solidariamente condenados ao décuplo das custas,
poder público, que lesem direito líquido e certo previsto
sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.
nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas
normas da lei do mandado de segurança. Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
e quaisquer outras despesas.
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público
assegurem o resultado prático equivalente ao do deverá provocar a iniciativa do Ministério Público,
adimplemento. prestando-lhe informações sobre fatos que constituam
objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
convicção.
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e
prévia, citando o réu. tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na
Ministério Público para as providências cabíveis.
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do requerer às autoridades competentes as certidões e
preceito. informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no
prazo de quinze dias.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
desde o dia em que se houver configurado o presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
descumprimento. pessoa, organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido
qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do
respectivo município. § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
diligências, se convencer da inexistência de fundamento
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito
para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento
em julgado da decisão serão exigidas através de execução
dos autos do inquérito civil ou das peças informativas,
promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
fazendo-o fundamentadamente.
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro
arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta
ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em
grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do
conta com correção monetária.
Ministério Público.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de
recursos, para evitar dano irreparável à parte.
arquivamento, em sessão do Conselho Superior do
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser Ministério público, poderão as associações legitimadas
condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa apresentar razões escritas ou documentos, que serão
de peças à autoridade competente, para apuração da juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se informação.
atribua a ação ou omissão.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público,
sentença condenatória sem que a associação autora lhe conforme dispuser o seu regimento.
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

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§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede
promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro à apreensão sem observância das formalidades legais.
órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985. comunicação à autoridade judiciária competente e à família
do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Título VII
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
Capítulo I
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
Dos Crimes constrangimento:
Seção I Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Disposições Gerais Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa,
de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente,
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra
tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo
do disposto na legislação penal. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
pertinentes ao Código de Processo Penal.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
incondicionada
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do
Seção II Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Dos Crimes em Espécie Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial,
registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo com o fim de colocação em lar substituto:
referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
do parto e do desenvolvimento do neonato: terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
efetiva a paga ou recompensa.
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
ao envio de criança ou adolescente para o exterior com
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por
lucro:
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei: Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça
ou fraude:
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
correspondente à violência.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
judiciária competente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.

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§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a finalidade de comunicar às autoridades competentes a
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A
no caput deste artigo, ou ainda quem com esses e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
contracena.
I – agente público no exercício de suas funções;
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
II – membro de entidade, legalmente constituída, que
comete o crime:
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento,
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
exercê-la; referidos neste parágrafo;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação III – representante legal e funcionários responsáveis de
ou de hospitalidade; provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
computadores, até o recebimento do material relativo à
III – prevalecendo-se de relações de parentesco
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou
consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de
ao Poder Judiciário.
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de
quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
ou com seu consentimento. manter sob sigilo o material ilícito referido.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de
envolvendo criança ou adolescente: adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo
ou qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,
por meio de sistema de informática ou telemático, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou produzido na forma do caput deste artigo.
adolescente:
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com
ela praticar ato libidinoso:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
artigo;
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata praticar ato libidinoso;
o caput deste artigo.
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou
artigo são puníveis quando o responsável legal pela sexualmente explícita.
prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
o caput deste artigo.
compreende qualquer situação que envolva criança ou
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo adolescente para fins primordialmente sexuais.
criança ou adolescente:
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
munição ou explosivo:
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
artigo.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a

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adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
produtos cujos componentes possam causar dependência se o dobro em caso de reincidência.
física ou psíquica:
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o de atendimento o exercício dos direitos constantes nos
fato não constitui crime mais grave. incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos se o dobro em caso de reincidência.
de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização
reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
dano físico em caso de utilização indevida:
documento de procedimento policial, administrativo ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
infracional:
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
exploração sexual: se o dobro em caso de reincidência.
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe
da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa- forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
fé.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste
ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a
de criança ou adolescente às práticas referidas apreensão da publicação.
no caput deste artigo.
Art.. 248 (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017)
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres
da licença de localização e de funcionamento do
inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou
estabelecimento.
guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de Conselho Tutelar:
18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
induzindo-o a praticá-la:
se o dobro em caso de reincidência.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da hotel, pensão, motel ou congênere:
internet.
Pena – multa.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no8.072, de 25
fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze)
de julho de 1990.
dias.
Capítulo II
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
Das Infrações Administrativas (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
fechado e terá sua licença cassada.
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85
autoridade competente os casos de que tenha desta Lei:
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
maus-tratos contra criança ou adolescente:
se o dobro em caso de reincidência.

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Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada mil reais).
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade
da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no
que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de
certificado de classificação:
adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- ou casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes
se o dobro em caso de reincidência. em regime de acolhimento institucional ou familiar.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
representações ou espetáculos, sem indicar os limites de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
idade a que não se recomendem: imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso
de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
em entregar seu filho para adoção:
em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de
espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade. Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
mil reais).
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de
de sua classificação: programa oficial ou comunitário destinado à garantia do
direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
comunicação referida no caput deste artigo.
em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da emissora por Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II
até dois dias. do art. 81:
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00
classificado pelo órgão competente como inadequado às (dez mil reais);
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na comercial até o recolhimento da multa aplicada.
reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão
Disposições Finais e Transitórias
do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até
quinze dias. Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da
programação em vídeo, em desacordo com a classificação
política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que
atribuída pelo órgão competente:
estabelece o Título V do Livro II.
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos
desta Lei:
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
Pena - multa de três a vinte salários de referência, distrital, estaduais ou municipais, devidamente
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do
de apreensão da revista ou publicação. imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre real; e
sua participação no espetáculo:
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de
fechamento do estabelecimento por até quinze dias. dezembro de 1997.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com
a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e
art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,

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Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em
Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional vigor.
pela Primeira Infância.
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data
o
§ 2 Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos de vencimento da primeira quota ou quota única do
direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações Receita Federal do Brasil.
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de
§ 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução,
guarda, de crianças e adolescentes e para programas de
ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da
atenção integral à primeira infância em áreas de maior
diferença de imposto devido apurado na Declaração de
carência socioeconômica e em situações de
Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na
calamidade.
legislação.
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos
ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos
deste artigo .
Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital,
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a estaduais e nacional concomitantemente com a opção de
forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos que trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do
Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais art. 260.
referidos neste artigo.
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
§ 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, poderá ser deduzida:
de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas
I do caput:
que apuram o imposto trimestralmente; e
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.
II - não poderá ser computada como despesa operacional na
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do
apuração do lucro real.
período a que se refere a apuração do imposto.
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata
podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Declaração de Ajuste Anual. Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem
ser depositadas em conta específica, em instituição
§ 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até
financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que
os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado
trata o art. 260.
na declaração:
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das
I - (VETADO);
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
II - (VETADO nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir
recibo em favor do doador, assinado por pessoa competente
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
e pelo presidente do Conselho correspondente,
§ 2o A dedução de que trata o caput: especificando:
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto I - número de ordem;
sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
do caput do art. 260;
endereço do emitente;
II - não se aplica à pessoa física que:
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
a) utilizar o desconto simplificado; doador;
b) apresentar declaração em formulário; ou IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
c) entregar a declaração fora do prazo; V - ano-calendário a que se refere a doação.
III - só se aplica às doações em espécie; e

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§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores atendimento à criança e ao adolescente;
doados mês a mês.
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da
conter a identificação dos bens, mediante descrição em Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, municipais;
informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
CNPJ e endereço dos avaliadores.
calendário e o valor dos recursos previstos para
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador implementação das ações, por projeto;
deverá:
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação,
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base
documentação hábil; de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a
Adolescência; e - a avaliação dos resultados dos
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e
de pessoa jurídica; e
municipais.
III - considerar como valor dos bens doados:
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos
declaração do imposto de renda, desde que não exceda o fiscais referidos no art. 260 desta Lei.
valor de mercado;
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts.
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação
judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será
de ofício, a requerimento ou representação de qualquer
considerado na determinação do valor dos bens doados,
cidadão.
exceto se o leilão for determinado por autoridade
judiciária. Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D
Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo
e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo
eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos dos
de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,
perante a Receita Federal do Brasil.
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente específicas mantidas em instituições financeiras públicas,
nacional, estaduais, distrital e municipais devem: destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos
Fundos.
I - manter conta bancária específica destinada
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá
as instruções necessárias à aplicação do disposto nos
II - manter controle das doações recebidas; e III -
arts. 260 a 260-K.
informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
seguintes dados por doador: criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações
a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei
a) nome, CNPJ ou CPF;
serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou a que pertencer a entidade.
em bens.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações estados e municípios, e os estados aos municípios, os
previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do recursos referentes aos programas e atividades previstos
Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público. nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos direitos
da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as
divulgarão amplamente à comunidade: atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade
judiciária.
I - o calendário de suas reuniões;

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Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: promovidas atividades e campanhas de divulgação e
esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
1) Art. 121
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
disposições em contrário.
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em da República.
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
FERNANDO COLLOR
um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de
catorze anos.
2) Art. 129 LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer 2003
das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.
3) Art. 136
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
contra pessoa menor de catorze anos.
4) Art. 213 TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos. Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular
os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
5) Art. 214 superior a 60 (sessenta) anos.
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais
Pena - reclusão de três a nove anos.» inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou
1973, fica acrescido do seguinte item: por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para
preservação de sua saúde física e mental e seu
"Art. 102 aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. " condições de liberdade e dignidade.

Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade
administração direta ou indireta, inclusive fundações e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta
instituídas e mantidas pelo poder público federal prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto, alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
que será posto à disposição das escolas e das entidades de trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e
atendimento e de defesa dos direitos da criança e do à convivência familiar e comunitária.
adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla § 1º A garantia de prioridade compreende:
divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
meios de comunicação social. (Redação dada dada I – atendimento preferencial imediato e individualizado
pela Lei nº 13.257, de 2016) junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços
à população;
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será
veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a II – preferência na formulação e na execução de políticas
crianças e adolescentes, especialmente às crianças com sociais públicas específicas;
idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído dada pela Lei nº
13.257, de 2016) III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua relacionadas com a proteção ao idoso;
publicação.

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IV – viabilização de formas alternativas de participação, CAPÍTULO I


ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; DO DIREITO À VIDA

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua
família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos proteção um direito social, nos termos desta Lei e da
que não a possuam ou careçam de condições de legislação vigente.
manutenção da própria sobrevivência;
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas
áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável
aos idosos; e em condições de dignidade.

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a CAPÍTULO II


divulgação de informações de caráter educativo sobre os DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE
aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como
assistência social locais. pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos,
individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de
Renda. § 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os
seguintes aspectos:
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos
maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e
sempre preferencialmente em relação aos demais espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
idosos.
II – opinião e expressão;
Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de
negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, III – crença e culto religioso;
e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será
punido na forma da lei. IV – prática de esportes e de diversões;

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos V – participação na vida familiar e comunitária;
direitos do idoso.
VI – participação na vida política, na forma da lei;
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
prevenção outras decorrentes dos princípios por ela VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
adotados.
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
o
Art. 5 A inobservância das normas de prevenção importará integridade física, psíquica e moral, abrangendo a
em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de
da lei. valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade § 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso,
competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano,
testemunhado ou de que tenha conhecimento. violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal CAPÍTULO III


e Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4 de DOS ALIMENTOS
janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do
idoso, definidos nesta Lei. Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da
lei civil.
TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso
optar entre os prestadores.

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§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo


Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser perante os órgãos públicos, hipótese na qual será admitido o
celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor seguinte procedimento:
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título
executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. I - quando de interesse do poder público, o agente
promoverá o contato necessário com o idoso em sua
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem residência; ou
condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se
ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará
social. representar por procurador legalmente constituído.

CAPÍTULO IV § 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento


DO DIREITO À SAÚDE domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do
o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos
contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, sociais e de isenção tributária.
proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os § 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta
idosos. anos terão preferência especial sobre os demais idosos,
exceto em caso de emergência.
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão
efetivadas por meio de: Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado
o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde
I – cadastramento da população idosa em base territorial; proporcionar as condições adequadas para a sua
permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal responsável pelo tratamento conceder autorização para o
especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social; acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade,
justificá-la por escrito.
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a
população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades
locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de
instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e saúde que lhe for reputado mais favorável.
eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios
urbano e rural; Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de
proceder à opção, esta será feita:
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para
redução das seqüelas decorrentes do agravo da saúde. I – pelo curador, quando o idoso for interditado;

§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso este não puder ser contactado em tempo hábil;
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e
não houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde
pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade. IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou
familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação Ministério Público.
incapacitante terão atendimento especializado, nos termos
da lei. Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios
mínimos para o atendimento às necessidades do idoso,
promovendo o treinamento e a capacitação dos

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profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares


e grupos de auto-ajuda. Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e
de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para
praticada contra idosos serão objeto de notificação eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como
compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à o acesso preferencial aos respectivos locais.
autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou
órgãos: horários especiais voltados aos idosos, com finalidade
informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre
I – autoridade policial; o processo de envelhecimento.

II – Ministério Público; Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às


pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida,
III – Conselho Municipal do Idoso; cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância,
constituídos por atividades formais e não formais.
IV – Conselho Estadual do Idoso;
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de
V – Conselho Nacional do Idoso. universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a
publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura,
o idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público considerada a natural redução da capacidade visual.
ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico
ou psicológico. CAPÍTULO VI
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória
prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade
30 de outubro de 1975. profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais
e psíquicas.
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou
emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os
lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que casos em que a natureza do cargo o exigir.
respeitem sua peculiar condição de idade.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do concurso público será a idade, dando-se preferência ao de
idoso à educação, adequando currículos, metodologias e idade mais elevada.
material didático aos programas educacionais a ele
destinados. Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo I – profissionalização especializada para os idosos,
relativo às técnicas de comunicação, computação e demais aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades
avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna. regulares e remuneradas;

§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com
cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a
vivências às demais gerações, no sentido da preservação da novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de
memória e da identidade culturais. esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;

Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos
formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de ao trabalho.
envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de
forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos CAPÍTULO VII
sobre a matéria. DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

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Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer


Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime membro da família nos termos do caput não será computado
Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão, para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se
critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários refere a Loas.
sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da
legislação vigente. Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-
lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção com a pessoa idosa abrigada.
serão reajustados na mesma data de reajuste do salário-
mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é
início ou do seu último reajustamento, com base em facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da
percentual definido em regulamento, observados os entidade.
critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de
1991. § 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal
da Assistência Social estabelecerá a forma de participação
Art. 30. A perda da condição de segurado não será prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70% (setenta por
considerada para a concessão da aposentadoria por idade, cento) de qualquer benefício previdenciário ou de
desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de assistência social percebido pelo idoso.
contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício. § 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu
representante legal firmar o contrato a que se refere o caput
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no deste artigo.
caput observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o da Lei
no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social,
salários-de-contribuição recolhidos a partir da competência por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência
de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de econômica, para os efeitos legais.
1991.
CAPÍTULO IX
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, DA HABITAÇÃO
efetuado com atraso por responsabilidade da Previdência
Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da
reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus
Previdência Social, verificado no período compreendido familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição
entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pública ou privada.
pagamento.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de
o
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1 de Maio, é a data-base longa permanência será prestada quando verificada
dos aposentados e pensionistas. inexistência de grupo familiar, casa-la, abandono ou carência
de recursos financeiros próprios ou da família.
CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL § 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de
forma articulada, conforme os princípios e diretrizes interdição, além de atender toda a legislação pertinente.
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política
Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais § 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a
normas pertinentes. manter padrões de habitação compatíveis com as
necessidades deles, bem como provê-los com alimentação
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com
que não possuam meios para prover sua subsistência, nem estas condizentes, sob as penas da lei.
de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou
da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de
2007) prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
observado o seguinte:

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I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os
habitacionais residenciais para atendimento aos idosos; mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos
previstos nos incisos I e II.
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários
voltados ao idoso; Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos
da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser
para garantia de acessibilidade ao idoso; posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao
idoso.
IV – critérios de financiamento compatíveis com os
rendimentos de aposentadoria e pensão. Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso
nos procedimentos de embarque e desembarque nos
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para veículos do sistema de transporte coletivo.
atendimento a idosos devem situar-se, preferencialmente,
no pavimento térreo. TÍTULO III
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica
assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis
urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços ameaçados ou violados:
regulares.
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso
apresente qualquer documento pessoal que faça prova de II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou
sua idade. entidade de atendimento;

§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este III – em razão de sua condição pessoal.
artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos
para os idosos, devidamente identificados com a placa de CAPÍTULO II
reservado preferencialmente para idosos. DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei
60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e
legislação local dispor sobre as condições para exercício da levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o
gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
artigo.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a
observar-se-á, nos termos da legislação requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as
específica: (Regulamento) (Vide Decreto nº 5.934, de seguintes medidas:
2006)
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para de responsabilidade;
idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos; II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;

II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime
valor das passagens, para os idosos que excederem as vagas ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos. IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a usuários dependentes de drogas

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lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento,
convivência que lhe cause perturbação; observados os seguintes requisitos:

V – abrigo em entidade; I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de


habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
VI – abrigo temporário.
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho
TÍTULO IV compatíveis com os princípios desta Lei;
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO
III – estar regularmente constituída;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de
do conjunto articulado de ações governamentais e não- institucionalização de longa permanência adotarão os
governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e seguintes princípios:
dos Municípios.
I – preservação dos vínculos familiares;
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de
janeiro de 1994; III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em
caso de força maior;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter
supletivo, para aqueles que necessitarem; IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de
caráter interno e externo;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às
vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
crueldade e opressão;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou ambiente de respeito e dignidade.
responsáveis por idosos abandonados em hospitais e
instituições de longa permanência; Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de
atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem
direitos dos idosos; prejuízo das sanções administrativas.

VI – mobilização da opinião pública no sentido da Art. 50. Constituem obrigações das entidades de
participação dos diversos segmentos da sociedade no atendimento:
atendimento do idoso.
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o
CAPÍTULO II idoso, especificando o tipo de atendimento, as obrigações da
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO entidade e prestações decorrentes do contrato, com os
respectivos preços, se for o caso;
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela
manutenção das próprias unidades, observadas as normas II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os
de planejamento e execução emanadas do órgão idosos;
competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei no
8.842, de 1994. III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e
alimentação suficiente;
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-
governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de
inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da habitabilidade;
Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e
em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da V – oferecer atendimento personalizado;

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Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com


VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos a seguinte redação:
familiares;
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a
de visitas; avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das
respectivas instâncias político-administrativas." (NR)
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a
necessidade do idoso; Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos
recursos públicos e privados recebidos pelas entidades de
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais atendimento.
e de lazer;
Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da
acordo com suas crenças; responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; processo legal:

XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda I – as entidades governamentais:


ocorrência de idoso portador de doenças infecto-
contagiosas; a) advertência;

XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público b) afastamento provisório de seus dirigentes;
requisite os documentos necessários ao exercício da
cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
que receberem dos idosos;
II – as entidades não-governamentais:
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e
circunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável, a) advertência;
parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem
como o valor de contribuições, e suas alterações, se houver, b) multa;
e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento; c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;

XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte
dos familiares; e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse
público.
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com
formação específica. § 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo
de fraude em relação ao programa, caberá o afastamento
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a
prestadoras de serviço ao idoso terão direito à assistência suspensão do programa.
judiciária gratuita.
§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas
CAPÍTULO III públicas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO desvio de finalidade dos recursos.

Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais § 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento,
de atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos que coloque em risco os direitos assegurados nesta Lei, será
do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros o fato comunicado ao Ministério Público, para as
previstos em lei. providências cabíveis, inclusive para promover a suspensão
das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de

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atendimento a idosos a bem do interesse público, sem § 1o No procedimento iniciado com o auto de infração
prejuízo das providências a serem tomadas pela Vigilância poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
Sanitária. natureza e as circunstâncias da infração.

§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a § 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que á a lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24
dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.
atenuantes e os antecedentes da entidade.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a
CAPÍTULO IV apresentação da defesa, contado da data da intimação, que
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS será feita:

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for
determinações do art. 50 desta Lei: lavrado na presença do infrator;

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 II – por via postal, com aviso de recebimento.
(três mil reais), se o fato não for caracterizado como crime,
podendo haver a interdição do estabelecimento até que Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a
sejam cumpridas as exigências legais. autoridade competente aplicará à entidade de atendimento
as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério
de longa permanência, os idosos abrigados serão Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
transferidos para outra instituição, a expensas do fiscalização.
estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade competente
estabelecimento de saúde ou instituição de longa aplicará à entidade de atendimento as sanções
permanência de comunicar à autoridade competente os regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento: providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério
Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 fiscalização.
(três mil reais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
CAPÍTULO VI
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM
a prioridade no atendimento ao idoso: ENTIDADE DE ATENDIMENTO

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento
(um mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, administrativo de que trata este Capítulo as disposições das
conforme o dano sofrido pelo idoso. Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de
janeiro de 1999.
CAPÍTULO V
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em
NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO entidade governamental e não-governamental de
atendimento ao idoso terá início mediante petição
Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do
atualizados anualmente, na forma da lei. Ministério Público.

Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
administrativa por infração às normas de proteção ao idoso judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
terá início com requisição do Ministério Público ou auto de liminarmente o afastamento provisório do dirigente da
infração elaborado por servidor efetivo e assinado, se entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para
possível, por duas testemunhas. evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão
fundamentada.

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Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de § 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado,
10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar estendendo-se em favor do cônjuge supérstite,
documentos e indicar as provas a produzir. companheiro ou companheira, com união estável, maior de
60 (sessenta) anos.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na
conformidade do art. 69 ou, se necessário, designará § 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos
audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços
necessidade de produção de outras provas. públicos e instituições financeiras, ao atendimento
preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de
Ministério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer Assistência Judiciária.
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual
prazo. § 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso
o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.
de dirigente de entidade governamental, a autoridade
judiciária oficiará a autoridade administrativa § 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade
imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de especial aos maiores de oitenta anos.
24 (vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
CAPÍTULO II
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade DO MINISTÉRIO PÚBLICO
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o Art. 72. (VETADO)
processo será extinto, sem julgamento do mérito.
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei,
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da serão exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
entidade ou ao responsável pelo programa de atendimento.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
TÍTULO V
DO ACESSO À JUSTIÇA I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a
proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos,
CAPÍTULO I individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;
DISPOSIÇÕES GERAIS
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de
Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste interdição total ou parcial, de designação de curador
Capítulo, o procedimento sumário previsto no Código de especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e
Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de
nesta Lei. idosos em condições de risco;

Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e III – atuar como substituto processual do idoso em situação
exclusivas do idoso. de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei;

Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos IV – promover a revogação de instrumento procuratório do
e procedimentos e na execução dos atos e diligências idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando
judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa necessário ou o interesse público justificar;
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em
qualquer instância. V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:

§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude a) expedir notificações, colher depoimentos ou


este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
benefício à autoridade judiciária competente para decidir o injustificado da pessoa notificada, requisitar condução
feito, que determinará as providências a serem cumpridas, coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;
anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do
processo. b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
autoridades municipais, estaduais e federais, da

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administração direta e indireta, bem como promover CAPÍTULO III


inspeções e diligências investigatórias; DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS,
COLETIVOS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU
c) requisitar informações e documentos particulares de HOMOGÊNEOS
instituições privadas;
Art. 78. As manifestações processuais do representante do
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências Ministério Público deverão ser fundamentadas.
investigatórias e a instauração de inquérito policial, para a
apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
idoso; responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao
idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais insatisfatório de:
assegurados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e
extrajudiciais cabíveis; I – acesso às ações e serviços de saúde;

VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de II – atendimento especializado ao idoso portador de


atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando deficiência ou com limitação incapacitante;
de pronto as medidas administrativas ou judiciais
necessárias à remoção de irregularidades porventura III – atendimento especializado ao idoso portador de doença
verificadas; infecto-contagiosa;

IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
serviços de saúde, educacionais e de assistência social,
públicos, para o desempenho de suas atribuições; Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não
excluem da proteção judicial outros interesses difusos,
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios
dos idosos previstos nesta Lei. do idoso, protegidos em lei.

§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência
mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei. absoluta para processar a causa, ressalvadas as
competências da Justiça Federal e a competência originária
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem dos Tribunais Superiores.
outras, desde que compatíveis com a finalidade e atribuições
do Ministério Público. Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos,
coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos,
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício de consideram-se legitimados, concorrentemente:
suas funções, terá livre acesso a toda entidade de
atendimento ao idoso. I – o Ministério Público;

Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1
produção de outras provas, usando os recursos cabíveis. (um) ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa
dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, autorização da assembléia, se houver prévia autorização
será feita pessoalmente. estatutária.

Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta § 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou Ministérios Públicos da União e dos Estados na defesa dos
a requerimento de qualquer interessado. interesses e direitos de que cuida esta Lei.

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§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado
associação legitimada, o Ministério Público ou outro da sentença condenatória favorável ao idoso sem que o
legitimado deverá assumir a titularidade ativa. autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério
Público, facultada, igual iniciativa aos demais legitimados,
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação inércia desse órgão.
pertinentes.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício e quaisquer outras despesas.
de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e
certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério
regerá pelas normas da lei do mandado de segurança. Público.

Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá,
obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe
específica da obrigação ou determinará providências que informações sobre os fatos que constituam objeto de ação
assegurem o resultado prático equivalente ao civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
adimplemento.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais,
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo no exercício de suas funções, quando tiverem conhecimento
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito de fatos que possam configurar crime de ação pública contra
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação idoso ou ensejar a propositura de ação para sua defesa,
prévia, na forma do art. 273 do Código de Processo Civil. devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério
Público, para as providências cabíveis.
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor
multa diária ao réu, independentemente do pedido do autor, Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando requerer às autoridades competentes as certidões e
prazo razoável para o cumprimento do preceito. informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no
prazo de 10 (dez) dias.
§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua
desde o dia em que se houver configurado. presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
pessoa, organismo público ou particular, certidões,
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao
atendimento ao idoso. § 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
diligências, se convencer da inexistência de fundamento
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias para a propositura da ação civil ou de peças informativas,
após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas por determinará o seu arquivamento, fazendo-o
meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos fundamentadamente.
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais
legitimados em caso de inércia daquele. § 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do
para evitar dano irreparável à parte. Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão do
Ministério Público.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser
condenação ao Poder Público, o juiz determinará a remessa § 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento,
de peças à autoridade competente, para apuração da pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se de Coordenação e Revisão do Ministério Público, as
atribua a ação ou omissão. associações legitimadas poderão apresentar razões escritas
ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de
informação.

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§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde,
Coordenação e Revisão do Ministério Público de homologar entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não
a promoção de arquivamento, será designado outro prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei
membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação. ou mandado:

TÍTULO VI Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.


DOS CRIMES
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou
CAPÍTULO I psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas
DISPOSIÇÕES GERAIS ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as trabalho excessivo ou inadequado:
disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima
privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica- § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
(Vide ADI 3.096-5 - STF) § 2o Se resulta a morte:

CAPÍTULO II Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.


DOS CRIMES EM ESPÉCIE
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis)
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal meses a 1 (um) ano e multa:
pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e
182 do Código Penal. I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por
motivo de idade;
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando
seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou
ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou trabalho;
instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade: III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de
prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil
menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer a que alude esta Lei;
motivo.
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando
encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente. requisitados pelo Ministério Público.

Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo
possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em
perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à que for parte ou interveniente o idoso:
saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro
de autoridade pública: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão
ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da aplicação diversa da de sua finalidade:
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte. Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

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§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um


Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica
como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
entidade de atendimento: imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como
qualquer outro documento com objetivo de assegurar "Art. 133.
recebimento ou ressarcimento de dívida:
§ 3o
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de
comunicação, informações ou imagens depreciativas ou "Art. 140.
injuriosas à pessoa do idoso:
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus
atos a outorgar procuração para fins de administração de "Art. 141.
bens ou deles dispor livremente:
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. de deficiência, exceto no caso de injúria.

Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, "Art. 148. ............................................................................
contratar, testar ou outorgar procuração:
§ 1o............................................................................
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem ou maior de 60 (sessenta) anos.
discernimento de seus atos, sem a devida representação
legal: "Art. 159............................................................................

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas,
se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
TÍTULO VII (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
Disposições Finais e Transitórias quadrilha.

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do "Art. 183............................................................................


Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. superior a 60 (sessenta) anos." (NR)
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940,
Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência
"Art. 61. ........................................................................ do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto
II - ............................................................................ para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia
mulher grávida; judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem
justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
"Art. 121. gravemente enfermo:

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Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias
de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar da sua publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36,
acrescido do seguinte parágrafo único: que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.

"Art. 21.
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a
metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
2013.
Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013.
abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação
"Art. 1o criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais
§ 4o correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências.
de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
CAPÍTULO I
"Art. 18.

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA


menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre
qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade de a investigação criminal, os meios de obtenção da prova,
discernimento ou de autodeterminação: infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser
aplicado.
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de
2000, passa a vigorar com a seguinte redação: § 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4
(quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as informalmente, com objetivo de obter, direta ou
lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a
terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR) prática de infrações penais cujas penas máximas sejam
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao transnacional.
Fundo Nacional de Assistência Social, até que o Fundo
Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em § 2o Esta Lei se aplica também:
cada exercício financeiro, para aplicação em programas e
ações relativos ao idoso. I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção
internacional quando, iniciada a execução no País, o
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
relativos à população idosa do País. reciprocamente;

Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas
Nacional projeto de lei revendo os critérios de concessão do voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente
Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica definidos.
da Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao
direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento
Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar,
socioeconômico alcançado pelo País.
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
criminosa:

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Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem


prejuízo das penas correspondentes às demais infrações DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA
penais praticadas.
Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão
o
§ 1 Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os
qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal seguintes meios de obtenção da prova:
que envolva organização criminosa.
I - colaboração premiada;
§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da
organização criminosa houver emprego de arma de fogo. II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos
ou acústicos;
§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando,
individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que III - ação controlada;
não pratique pessoalmente atos de execução.
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas,
§ 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos
terços): ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;

I - se há participação de criança ou adolescente; V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas,


nos termos da legislação específica;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a
organização criminosa dessa condição para a prática de VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos
infração penal; termos da legislação específica;

III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação,
no todo ou em parte, ao exterior; na forma do art. 11;

IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais,
organizações criminosas independentes; distritais, estaduais e municipais na busca de provas e
informações de interesse da investigação ou da instrução
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a criminal.
transnacionalidade da organização.
§ 1o Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre
o
§ 5 Se houver indícios suficientes de que o funcionário a capacidade investigatória, poderá ser dispensada licitação
público integra organização criminosa, poderá o juiz para contratação de serviços técnicos especializados,
determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou aquisição ou locação de equipamentos destinados à polícia
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se judiciária para o rastreamento e obtenção de provas
fizer necessária à investigação ou instrução processual. previstas nos incisos II e V.

§ 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao § 2o No caso do § 1o, fica dispensada a publicação de que
funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 de
mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle
cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao interno da realização da contratação.
cumprimento da pena.
SEÇÃO I
§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes
de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará DA COLABORAÇÃO PREMIADA
inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que
designará membro para acompanhar o feito até a sua Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o
conclusão. perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena
privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de
CAPÍTULO II direitos daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e com o processo

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criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais § 6o O juiz não participará das negociações realizadas entre
dos seguintes resultados: as partes para a formalização do acordo de colaboração, que
ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou,
organização criminosa e das infrações penais por eles conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado
praticadas; ou acusado e seu defensor.

II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de § 7o Realizado o acordo na forma do § 6 o, o respectivo


tarefas da organização criminosa; termo, acompanhado das declarações do colaborador e de
cópia da investigação, será remetido ao juiz para
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
atividades da organização criminosa; legalidade e voluntariedade, podendo para este fim,
sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu
defensor.
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito
das infrações penais praticadas pela organização criminosa;
§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que não
atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade
física preservada.
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá,
sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo
§ 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em
membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia
conta a personalidade do colaborador, a natureza, as
responsável pelas investigações.
circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato
criminoso e a eficácia da colaboração.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que
as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador
§ 2o Considerando a relevância da colaboração prestada, o
não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor.
Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de
polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação
do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao § 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado
juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda e sua eficácia.
que esse benefício não tenha sido previsto na proposta
inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei § 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a
Penal). requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade
judicial.
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo,
relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 § 13. Sempre que possível, o registro dos atos de
(seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação
cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive
respectivo prazo prescricional. audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das
informações.
§ 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público
poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador: § 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao
I - não for o líder da organização criminosa; silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a
verdade.
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos
deste artigo. § 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
execução da colaboração, o colaborador deverá estar
assistido por defensor.
§ 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena
poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
progressão de regime ainda que ausentes os requisitos § 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com
objetivos. fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.

Art. 5o São direitos do colaborador:

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I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação § 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso
específica; assim que recebida a denúncia, observado o disposto no art.
5o.
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações
pessoais preservados; SEÇÃO II

III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais DA AÇÃO CONTROLADA


coautores e partícipes;
Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a intervenção
IV - participar das audiências sem contato visual com os policial ou administrativa relativa à ação praticada por
outros acusados; organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida
sob observação e acompanhamento para que a medida legal
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de se concretize no momento mais eficaz à formação de provas
comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua e obtenção de informações.
prévia autorização por escrito;
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos administrativa será previamente comunicado ao juiz
demais corréus ou condenados. competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites
e comunicará ao Ministério Público.
Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada deverá
ser feito por escrito e conter: § 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de forma
a não conter informações que possam indicar a operação a
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados; ser efetuada.

II - as condições da proposta do Ministério Público ou do § 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos
delegado de polícia; será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de
polícia, como forma de garantir o êxito das investigações.
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu
defensor; § 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
circunstanciado acerca da ação controlada.
IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou
do delegado de polícia, do colaborador e de seu defensor; Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de
fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou
administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação
V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador
das autoridades dos países que figurem como provável
e à sua família, quando necessário.
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os
riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou
Art. 7o O pedido de homologação do acordo será
proveito do crime.
sigilosamente distribuído, contendo apenas informações
que não possam identificar o colaborador e o seu objeto.
SEÇÃO III
§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração serão
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES
dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que
decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
o investigação, representada pelo delegado de polícia ou
§ 2 O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério
requerida pelo Ministério Público, após manifestação
Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de
êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no
inquérito policial, será precedida de circunstanciada,
interesse do representado, amplo acesso aos elementos de
motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá
prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
seus limites.
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.
§ 1o Na hipótese de representação do delegado de polícia, o
juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério
Público.

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§ 2o Será admitida a infiltração se houver indícios de infração Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a
penal de que trata o art. 1o e se a prova não puder ser prática de crime pelo agente infiltrado no curso da
produzida por outros meios disponíveis. investigação, quando inexigível conduta diversa.

§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) Art. 14. São direitos do agente:
meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que
comprovada sua necessidade. I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;

§ 4o Findo o prazo previsto no § 3o, o relatório II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber,
circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999,
imediatamente cientificará o Ministério Público. bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas;

§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de polícia III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e
poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Público demais informações pessoais preservadas durante a
poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão
de infiltração. judicial em contrário;

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou
representação do delegado de polícia para a infiltração de filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia
agentes conterão a demonstração da necessidade da autorização por escrito.
medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando
possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o SEÇÃO IV
local da infiltração.

Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente DO ACESSO A REGISTROS, DADOS CADASTRAIS,
distribuído, de forma a não conter informações que possam DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES
indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que
será infiltrado.
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão
acesso, independentemente de autorização judicial, apenas
§ 1o As informações quanto à necessidade da operação de aos dados cadastrais do investigado que informem
infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz competente, exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o
que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas
manifestação do Ministério Público na hipótese de telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet
representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as e administradoras de cartão de crédito.
medidas necessárias para o êxito das investigações e a
segurança do agente infiltrado.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo
de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz, do
§ 2o Os autos contendo as informações da operação de Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de
infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público, dados de reservas e registro de viagens.
quando serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a
preservação da identidade do agente.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel
manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das
§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado autoridades mencionadas no art. 15, registros de
sofre risco iminente, a operação será sustada mediante identificação dos números dos terminais de origem e de
requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, destino das ligações telefônicas internacionais, interurbanas
dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à e locais.
autoridade judicial.

Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida


proporcionalidade com a finalidade da investigação,
responderá pelos excessos praticados.
SEÇÃO V

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DOS CRIMES OCORRIDOS NA INVESTIGAÇÃO E NA aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do
OBTENÇÃO DA PROVA direito de defesa, devidamente precedido de autorização
judicial, ressalvados os referentes às diligências em
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o andamento.
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
Parágrafo único. Determinado o depoimento do
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos
autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser
com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ampliado, a critério da autoridade responsável pela
ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de investigação.
organização criminosa que sabe inverídicas:
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação:
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração “Associação Criminosa
de agentes:
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. específico de cometer crimes:

Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério
Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
do processo: associação é armada ou se houver a participação de criança
ou adolescente.” (NR)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados seguinte redação:
cadastrais de que trata esta Lei.
“Art. 342. ....................................................................
CAPÍTULO III
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
DISPOSIÇÕES FINAIS
...................................................................” (NR)
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais
conexas serão apurados mediante procedimento ordinário Art. 26. Revoga-se a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995.
previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal), observado o disposto no Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta
parágrafo único deste artigo. e cinco) dias de sua publicação oficial.

Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada


em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.
e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até
igual período, por decisão fundamentada, devidamente
motivada pela complexidade da causa ou por fato Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5° da
procrastinatório atribuível ao réu. Constituição Federal.

Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
autoridade judicial competente, para garantia da celeridade Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se
ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de
qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em

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instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e § 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, providência do art. 8° , ciente o Ministério Público.
sob segredo de justiça.
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e
interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de técnicos especializados às concessionárias de serviço
informática e telemática. público.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de
telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados
hipóteses: aos autos do inquérito policial ou do processo criminal,
preservando-se o sigilo das diligências, gravações e
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação
transcrições respectivas.
em infração penal;
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10,
máximo, com pena de detenção. § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho
decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com
de Processo Penal.
clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a
indicação e qualificação dos investigados, salvo Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada
impossibilidade manifesta, devidamente justificada. por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução
processual ou após esta, em virtude de requerimento do
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá
Ministério Público ou da parte interessada.
ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do
II - do representante do Ministério Público, na investigação acusado ou de seu representante legal.
criminal e na instrução processual penal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou
conterá a demonstração de que a sua realização é necessária quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com
à apuração de infração penal, com indicação dos meios a objetivos não autorizados em lei.
serem empregados.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes
os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.
a concessão será condicionada à sua redução a termo.
Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá da República.
sobre o pedido.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, Nelson A. Jobim
indicando também a forma de execução da diligência, que
não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por
igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do LEI Nº 7.492, DE 16 DE JUNHO DE
meio de prova.
1986.
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os
procedimentos de interceptação, dando ciência ao
Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
Define os crimes contra o sistema financeiro nacional, e dá
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da outras providências.
comunicação interceptada, será determinada a sua
transcrição.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto
circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta
realizadas. lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha

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como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou direito, título ou qualquer outro bem móvel ou imóvel de
não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos que tem a posse, sem autorização de quem de direito.
financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, investidor ou
negociação, intermediação ou administração de valores repartição pública competente, relativamente a operação ou
mobiliários. situação financeira, sonegando-lhe informação ou
prestando-a falsamente:
Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio,
consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo,
recursos de terceiros; títulos ou valores mobiliários:

II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades I - falsos ou falsificados;


referidas neste artigo, ainda que de forma eventual.
II - sem registro prévio de emissão junto à autoridade
DOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL competente, em condições divergentes das constantes do
registro ou irregularmente registrados;
Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar
ou pôr em circulação, sem autorização escrita da sociedade III - sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da
emissora, certificado, cautela ou outro documento legislação;
representativo de título ou valor mobiliário:
IV - sem autorização prévia da autoridade competente,
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. quando legalmente exigida:

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem imprime, Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
fabrica, divulga, distribui ou faz distribuir prospecto ou
material de propaganda relativo aos papéis referidos neste Art. 8º Exigir, em desacordo com a legislação (Vetado), juro,
artigo. comissão ou qualquer tipo de remuneração sobre operação
de crédito ou de seguro, administração de fundo mútuo ou
Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente fiscal ou de consórcio, serviço de corretagem ou distribuição
incompleta sobre instituição financeira: de títulos ou valores mobiliários:

Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor, inserindo ou
fazendo inserir, em documento comprobatório de
Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. investimento em títulos ou valores mobiliários, declaração
falsa ou diversa da que dele deveria constar:
Parágrafo único. Se a gestão é temerária:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento
Art. 5º Apropriar-se, quaisquer das pessoas mencionadas no exigido pela legislação, em demonstrativos contábeis de
art. 25 desta lei, de dinheiro, título, valor ou qualquer outro instituição financeira, seguradora ou instituição integrante
bem móvel de que tem a posse, ou desviá-lo em proveito do sistema de distribuição de títulos de valores mobiliários:
próprio ou alheio:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou valor
Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer das paralelamente à contabilidade exigida pela legislação:
pessoas mencionadas no art. 25 desta lei, que negociar
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

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Art. 12. Deixar, o ex-administrador de instituição financeira, I - em nome próprio, como controlador ou na condição de
de apresentar, ao interventor, liquidante, ou síndico, nos administrador da sociedade, conceder ou receber
prazos e condições estabelecidas em lei as informações, adiantamento de honorários, remuneração, salário ou
declarações ou documentos de sua responsabilidade: qualquer outro pagamento, nas condições referidas neste
artigo;
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
II - de forma disfarçada, promover a distribuição ou receber
Art. 13. Desviar (Vetado) bem alcançado pela lucros de instituição financeira.
indisponibilidade legal resultante de intervenção, liquidação
extrajudicial ou falência de instituição financeira. Art. 18. Violar sigilo de operação ou de serviço prestado por
instituição financeira ou integrante do sistema de
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. distribuição de títulos mobiliários de que tenha
conhecimento, em razão de ofício:
Parágrafo único. Na mesma pena incorra o interventor, o
liquidante ou o síndico que se apropriar de bem abrangido Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
pelo caput deste artigo, ou desviá-lo em proveito próprio ou
alheio. Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em
instituição financeira:
Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em
falência de instituição financeira, declaração de crédito ou Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
reclamação falsa, ou juntar a elas título falso ou simulado:
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. crime é cometido em detrimento de instituição financeira
oficial ou por ela credenciada para o repasse de
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o ex-administrador financiamento.
ou falido que reconhecer, como verdadeiro, crédito que não
o seja. Art. 20. Aplicar, em finalidade diversa da prevista em lei ou
contrato, recursos provenientes de financiamento
Art. 15. Manifestar-se falsamente o interventor, o liquidante concedido por instituição financeira oficial ou por instituição
ou o síndico, (Vetado) à respeito de assunto relativo a credenciada para repassá-lo:
intervenção, liquidação extrajudicial ou falência de
instituição financeira: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, falsa identidade,
para realização de operação de câmbio:
Art. 16. Fazer operar, sem a devida autorização, ou com
autorização obtida mediante declaração (Vetado) falsa, Pena - Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
instituição financeira, inclusive de distribuição de valores
mobiliários ou de câmbio: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, para o
mesmo fim, sonega informação que devia prestar ou presta
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. informação falsa.

Art. 17. Tomar ou receber crédito, na qualidade de qualquer Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o
das pessoas mencionadas no art. 25, ou deferir operações de fim de promover evasão de divisas do País:
crédito vedadas, observado o disposto no art. 34 da Lei
no 4.595, de 31 de dezembro de 1964: (Redação dada pela Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Lei nº 13.506, de 2017)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. título, promove, sem autorização legal, a saída de moeda ou
divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: declarados à repartição federal competente.

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Art. 23. Omitir, retardar ou praticar, o funcionário público, curso de intervenção, liqüidação extrajudicial ou falência,
contra disposição expressa de lei, ato de ofício necessário ao verificar a ocorrência de crime de que trata esta lei.
regular funcionamento do sistema financeiro nacional, bem
como a preservação dos interesses e valores da ordem Art. 29. O órgão do Ministério Público Federal, sempre que
econômico-financeira: julgar necessário, poderá requisitar, a qualquer autoridade,
informação, documento ou diligência, relativa à prova dos
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. crimes previstos nesta lei.

Art. 24. (VETADO). Parágrafo único O sigilo dos serviços e operações financeiras
não pode ser invocado como óbice ao atendimento da
DA APLICAÇÃO E DO PROCEDIMENTO CRIMINAL requisição prevista no caput deste artigo.

Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código de
o controlador e os administradores de instituição financeira, Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de
assim considerados os diretores, gerentes (Vetado). outubro de 1941, a prisão preventiva do acusado da prática
de crime previsto nesta lei poderá ser decretada em razão da
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição magnitude da lesão causada (Vetado).
financeira (Vetado) o interventor, o liquidante ou o síndico.
Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e punidos com pena
§ 2º Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha de reclusão, o réu não poderá prestar fiança, nem apelar
ou coautoria, o coautor ou partícipe que através de confissão antes de ser recolhido à prisão, ainda que primário e de bons
espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a antecedentes, se estiver configurada situação que autoriza a
trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. prisão preventiva.
(Incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)
Art. 32. (VETADO).
Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será
promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça § 1º (VETADO).
Federal.
§ 2º (VETADO).
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no art. 268 do
Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº § 3º (VETADO).
3.689, de 3 de outubro de 1941, será admitida a assistência
da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, quando o crime Art. 33. Na fixação da pena de multa relativa aos crimes
tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita à previstos nesta lei, o limite a que se refere o § 1º do art. 49
disciplina e à fiscalização dessa Autarquia, e do Banco Central do Código Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 2.848, de 7 de
do Brasil quando, fora daquela hipótese, houver sido dezembro de.1940, pode ser estendido até o décuplo, se
cometido na órbita de atividade sujeita à sua disciplina e verificada a situação nele cogitada.
fiscalização.
Art. 34. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 27. Quando a denúncia não for intentada no prazo legal,
o ofendido poderá representar ao Procurador-Geral da Art. 35. Revogam-se as disposições em contrário.
República, para que este a ofereça, designe outro órgão do
Ministério Público para oferecê-la ou determine o
Brasília, 16 de junho de 1986; 165º da Independência 98º da
arquivamento das peças de informação recebidas.
República.

Art. 28. Quando, no exercício de suas atribuições legais, o


JOSÉ SARNEY
Banco Central do Brasil ou a Comissão de Valores Mobiliários
Paulo Brossard
- CVM, verificar a ocorrência de crime previsto nesta lei, disso
deverá informar ao Ministério Público Federal, enviando-lhe
os documentos necessários à comprovação do fato.

Parágrafo único. A conduta de que trata este artigo será


observada pelo interventor, liqüidante ou síndico que, no

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Pena - Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-


LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965. multa.

Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:


Código eleitoral

Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100


Apenas seção referente aos crimes eleitorais conforme
dias-multa.
determina o edital.

Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa


CAPÍTULO II
receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato, com
violação do disposto no Art. 236:
DOS CRIMES ELEITORAIS
Pena - Reclusão até quatro anos.
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para
Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra
dias-multa. vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou
prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração
de qualquer dispositivo deste Código. Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a
quinze dias-multa.
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-
multa. Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para
coagir alguém a votar ou não votar em determinado
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de candidato ou partido:
alistando.
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100
Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo
fundamento legal, a inscrição requerida: a pena é agravada.

Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa. Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir
alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
alistamento:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a
Art. 294. (Revogado pela Lei nº 8.868, de 14.4.1994) quinze dias-multa.

Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir,


Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 embaraçar ou fraudar o exercício do voto a concentração de
a 60 dias-multa. eleitores, sob qualquer forma, inclusive o fornecimento
gratuito de alimento e transporte coletivo:
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de
Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 200 a 300 dias-multa.
dias-multa.
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos necessários à realização de eleições, tais como transporte e
eleitorais; alimentação de eleitores, impressão, publicidade e
divulgação de matéria eleitoral.

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Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa. Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:

Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da Pena - detenção até dois anos.
eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades,
alimentação e meios de transporte, ou conceder Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o
exclusividade dos mesmos a determinado partido ou boletim de apuração imediatamente após a apuração de
candidato: cada urna e antes de passar à subseqüente, sob qualquer
pretexto e ainda que dispensada a expedição pelos fiscais,
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa. delegados ou candidatos presentes:

Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, Pena - pagamento de 90 a 120 dias-multa.
salvo o juiz eleitoral, no seu funcionamento sob qualquer
pretexto: Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem
fôr procedida pela mesa receptora incorrerão na mesma
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias- pena o presidente e os mesários que não expedirem
multa. imediatamente o respectivo boletim.

Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as
ser chamados a votar: cédulas apuradas na respectiva urna, fechá-la e lacrá-la,
assim que terminar a apuração de cada seção e antes de
Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa. passar à subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que
dispensada a providencia pelos fiscais, delegados ou
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou candidatos presentes:
por qualquer forma marcada:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias- dias-multa.
multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra dos votos fôr procedida pela mesa receptora incorrerão na
oportunidade que não a de entrega da mesma ao eleitor. mesma pena o presidente e os mesários que não fecharem e
lacrarem a urna após a contagem.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-
multa. Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a
votação obtida por qualquer candidato ou lançar nesses
documentos votação que não corresponda às cédulas
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar
apuradas:
de outrem:

Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-


Pena - reclusão até três anos.
multa.
Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa receptora
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição
que seja praticada, qualquer irregularidade que determine a
ou da apuração os protestos devidamente formulados ou
anulação de votação, salvo no caso do Art. 311:
deixar de remetê-los à instância superior:
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-
dias-multa.
multa.
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito,
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos
salvo nos casos expressamente previstos, e permitir, o
invólucros.
presidente da mesa receptora, que o voto seja admitido:

Pena - reclusão de três a cinco anos.


Pena - detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-
multa para o eleitor e de 20 a 30 dias-multa para o
presidente da mesa.

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Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
urna quando qualquer eleitor houver votado sob ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
impugnação (art. 190):
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias- visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à
multa. sua reputação:

Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5
de um ou mais partidos: a 30 dias-multa.

Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias- Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite
multa. se ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções.
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou
mais partidos: Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou
visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou
Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa. o decôro:

Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60
de registro de partido: dias-multa.

Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 § 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
dias-multa.
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe a injúria;
inveridicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes
de exercerem influência perante o eleitorado: II - no caso de extorsão imediata, que consista em outra
injúria.
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de
120 a 150 dias-multa. § 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que,
por sua natureza ou meio empregado, se considerem
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido aviltantes:
pela imprensa, rádio ou televisão.
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 5
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à violência
visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato prevista no Código Penal.
definido como crime:
Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e 326,
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
10 a 40 dias-multa. cometido:

§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a I - contra o Presidente da República ou chefe de governo
imputação, a propala ou divulga. estrangeiro;

§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
não é admitida:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o divulgação da ofensa.
ofendido, não foi condenado por sentença irrecorrível;
Art. 328. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997)
II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe
de governo estrangeiro; Art. 329. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997)

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Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente repara Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável
o dano antes da sentença final, o juiz pode reduzir a pena. pelas emissoras de rádio ou televisão que autorizar
transmissões de que participem os mencionados neste
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda artigo, bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os
devidamente empregado: pronunciamentos.

Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade
dias-multa. prevista no Art. 239:

Art. 332. Impedir o exercício de propaganda: Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias- Art. 339 - Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos,
multa. ou documentos relativos à eleição:

Art.333. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997) Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15
dias-multa.
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas,
distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da
propaganda ou aliciamento de eleitores: Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
a pena é agravada.
Pena - detenção de seis meses a um ano e cassação do
registro se o responsável for candidato. Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda
que gratuitamente, subtrair ou guardar urnas, objetos,
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da Justiça
em língua estrangeira: Eleitoral:

Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a Pena - reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-
60 dias-multa. multa.

Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da
presente artigo importa na apreensão e perda do material Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
utilizado na propaganda. a pena é agravada.

Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou
qualquer dos artigos. 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, 331, qualquer outro funcionário de órgão oficial federal, estadual,
332, 333, 334 e 335, deve o juiz verificar, de acôrdo com o ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça
seu livre convencionamento, se diretório local do partido, Eleitoral:
por qualquer dos seus membros, concorreu para a prática de
delito, ou dela se beneficiou conscientemente. Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-
multa.
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório
responsável pena de suspensão de sua atividade eleitoral Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no
por prazo de 6 a 12 meses, agravada até o dôbro nas prazo legal, denúncia ou deixar de promover a execução de
reincidências. sentença condenatória:

Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90
estiver no gozo dos seus direitos políticos, de atividades dias-multa.
partidárias inclusive comícios e atos de propaganda em
recintos fechados ou abertos: Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. 357:

Pena - detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90
dias-multa. dias-multa.

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Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
causa: para fins eleitorais:

Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-
dias-multa. multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e
pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular.
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer
funcionário dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos prazos legais, Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é
os deveres impostos por êste Código, se a infração não funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do
estiver sujeita a outra penalidade: cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamentos
de registro civil, a pena é agravada.
Pena - pagamento de trinta a noventa dias-multa.
Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para os
Art. 346. Violar o disposto no Art. 377: efeitos penais, a fotografia, o filme cinematográfico, o disco
fonográfico ou fita de ditafone a que se incorpore declaração
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias- ou imagem destinada à prova de fato juridicamente
multa. relevante.

Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da
responsável, os servidores que prestarem serviços e os função pública, firma ou letra que o não seja, para fins
candidatos, membros ou diretores de partido que derem eleitorais:
causa à infração.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a multa se o documento é público, e reclusão até três anos e
diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular.
embaraços à sua execução:
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 ou alterados, a que se referem os artigos. 348 a 352:
a 20 dias-multa.
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público,
ou alterar documento público verdadeiro, para fins Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento
eleitorais: público ou particular, material ou ideologicamente falso para
fins eleitorais:
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30
dias-multa. Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador
prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada. financeiro da campanha, ou quem de fato exerça essa
função, de bens, recursos ou valores destinados ao
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio:
o emanado de entidade paraestatal inclusive Fundação do
Estado. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento CAPÍTULO III


particular ou alterar documento particular verdadeiro, para
fins eleitorais: DO PROCESSO DAS INFRAÇÕES

Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias- Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de
multa. ação pública.

Art. 350. Omitir, em documento público ou particular,


declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer

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Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração III - fôr manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição
penal deste Código deverá comunicá-la ao juiz eleitoral da exigida pela lei para o exercício da ação penal.
zona onde a mesma se verificou.
Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da
§ 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a denúncia não obstará ao exercício da ação penal, desde que
autoridade judicial reduzi-la a têrmo, assinado pelo promovida por parte legítima ou satisfeita a condição.
apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao
órgão do Ministério Público local, que procederá na forma Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora
deste Código. para o depoimento pessoal do acusado, ordenando a citação
deste e a notificação do Ministério Público.
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores
esclarecimentos e documentos complementares ou outros Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10
elementos de convicção, deverá requisitá-los diretamente (dez) dias para oferecer alegações escritas e arrolar
de quaisquer autoridades ou funcionários que possam testemunhas.
fornecê-los.
Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público praticadas as diligências requeridas pelo Ministério Público e
oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias. deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á o prazo de 5
(cinco) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar alegações finais.
a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz,
no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz
fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e êste dentro de quarenta e oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias
oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para para proferir a sentença.
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual
só então estará o juiz obrigado a atender. Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição
cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser interposto no
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com prazo de 10 (dez) dias.
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional fôr condenatória,
classificação do crime e, quando necessário, o rol das baixarão imediatamente os autos à instância inferior para a
testemunhas. execução da sentença, que será feita no prazo de 5 (cinco)
dias, contados da data da vista ao Ministério Público.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a
denúncia no prazo legal representará contra êle a autoridade Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de
judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade promover a execução da sentença serão aplicadas as normas
penal. constantes dos parágrafos 3º, 4º e 5º do Art. 357.

§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e
juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro dos comuns que lhes forem conexos, assim como nos
promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia. recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-
á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação Penal.
contra o órgão do Ministério Público se o juiz, no prazo de 10
(dez) dias, não agir de ofício. TÍTULO V

Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando: DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

I - o fato narrado evidentemente não constituir crime; Art. 365. O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é
obrigatório e não interrompe o interstício de promoção dos
II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra funcionários para ele requisitados.
causa;
Art. 366. Os funcionários de qualquer órgão da Justiça
Eleitoral não poderão pertencer a diretório de partido

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político ou exercer qualquer atividade partidária, sob pena § 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar devidamente o
de demissão. seu estado de pobreza, ficará isento do pagamento de multa.

Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer multa, salvo § 4º Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir sêlos, sob a
no caso das condenações criminais, obedecerão às seguintes designação "Selo Eleitoral", destinados ao pagamento de
normas: emolumentos, custas, despesas e multas, tanto as
administrativas como as penais, devidas à Justiça
I - No arbitramento será levada em conta a condição Eleitoral.
econômica do eleitor;
§ 5º Os pagamentos de multas poderão ser feitos através de
II - Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento do eleitor, guias de recolhimento, se a Justiça Eleitoral não dispuser de
o pagamento será feito através de selo federal inutilizado no sêlo eleitoral em quantidade suficiente para atender aos
próprio requerimento ou no respectivo processo; interessados.

III - Se o eleitor não satisfizer o pagamento no prazo de 30 Art. 368. Os atos requeridos ou propostos em tempo
(trinta) dias, será considerada dívida líquida e certa, para oportuno, mesmo que não sejam apreciados no prazo legal,
efeito de cobrança mediante executivo fiscal, a que for não prejudicarão aos interessados.
inscrita em livro próprio no Cartório Eleitoral;
Art. 368-A. A prova testemunhal singular, quando exclusiva,
IV - A cobrança judicial da dívida será feita por ação executiva não será aceita nos processos que possam levar à perda do
na forma prevista para a cobrança da dívida ativa da Fazenda mandato.
Pública, correndo a ação perante os juízos eleitorais;
Art. 369. O Governo da União fornecerá, para ser distribuído
V - Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais de um por intermédio dos Tribunais Regionais, todo o material
Promotor de Justiça, a cobrança da dívida far-se-á por destinado ao alistamento eleitoral e às eleições.
intermédio do que for designado pelo Procurador Regional
Eleitoral; Art. 370. As transmissões de natureza eleitoral, feitas por
autoridades e repartições competentes, gozam de franquia
VI - Os recursos cabíveis, nos processos para cobrança da postal, telegráfica, telefônica, radiotelegráfica ou
dívida decorrente de multa, serão interpostos para a radiotelefônica, em linhas oficiais ou nas que sejam
instância superior da Justiça Eleitoral; obrigadas a serviço oficial.

VII - Em nenhum caso haverá recurso de ofício; Art. 371. As repartições públicas são obrigadas, no prazo
máximo de 10 (dez) dias, a fornecer às autoridades, aos
VIII - As custas, nos Estados, Distrito Federal e Territórios representantes de partidos ou a qualquer alistando as
serão cobradas nos termos dos respectivos Regimentos de informações e certidões que solicitarem relativas à matéria
Custas; eleitoral, desde que os interessados manifestem
especificamente as razões e os fins do pedido.
IX - Os juízes eleitorais comunicarão aos Tribunais Regionais,
trimestralmente, a importância total das multas impostas, Art. 372. Os tabeliães não poderão deixar de reconhecer nos
nesse período e quanto foi arrecadado através de documentos necessários à instrução dos requerimentos e
pagamentos feitos na forma dos números II e III; recursos eleitorais, as firmas de pessoas de seu
conhecimento, ou das que se apresentarem com 2 (dois)
abonadores conhecidos.
X - Idêntica comunicação será feita pelos Tribunais Regionais
ao Tribunal Superior.
Ar. 373. São isentos de sê-lo os requerimentos e todos os
papéis destinados a fins eleitorais e é gratuito o
§ 1º As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais serão
reconhecimento de firma pelos tabeliães, para os mesmos
consideradas líquidas e certas, para efeito de cobrança
fins.
mediante executivo fiscal desde que inscritas em livro
próprio na Secretaria do Tribunal competente.
Parágrafo único. Nos processos -crimes e nos executivos
fiscais referente a cobrança de multas serão pagas custas nos
§ 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se o juiz, ou
têrmos do Regimento de Custas de cada Estado, sendo as
Tribunal considerar que, em virtude da situação econômica
do infrator, é ineficaz, embora aplicada no máximo.

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devidas à União pagas através de sê-los federais inutilizados § 1º Tratando-se de servidor público, em caso de promoção
nos autos. a prova de haver prestado tais serviços será levada em
consideração para efeito de desempate, depois de
Art. 374. Os membros dos tribunais eleitorais, os juízes observados os critérios já previstos em leis ou regulamentos.
eleitorais e os servidores públicos requisitados para os
órgãos da Justiça Eleitoral, que, em virtude de suas funções § 2º Persistindo o empate de que trata o parágrafo anterior,
nos mencionados órgãos não tiverem as férias que lhes terá preferência, para a promoção, o funcionário que tenha
couberem, poderão gozá-las no ano seguinte , acumuladas servido maior número de vezes.
ou não.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos membros ou
Art. 375. Nas áreas contestadas, enquanto não forem fixados servidores de Justiça Eleitoral.
definitivamente os limites interestaduais, far-se-ão as
eleições sob a jurisdição do Tribunal Regional da Art. 380. Será feriado nacional o dia em que se realizarem
circunscrição eleitoral em que, do ponto de vista da eleições de data fixada pela Constituição Federal; nos demais
administração judiciária estadual, estejam elas incluídas. casos, serão as eleições marcadas para um domingo ou dia
já considerado feriado por lei anterior.
Art. 376. A proposta orçamentária da Justiça Eleitoral será
anualmente elaborada pelo Tribunal Superior, de acordo Art. 381. Esta lei não altera a situação das candidaturas a
com as propostas parciais que lhe forem remetidas pelos Presidente ou Vice-Presidente da República e a Governador
Tribunais Regionais, e dentro das normas legais vigentes. ou Vice-Governador de Estado, desde que resultantes de
convenções partidárias regulares e já registradas ou em
Parágrafo único. Os pedidos de créditos adicionais que se processo de registro, salvo a ocorrência de outros motivos
fizerem necessários ao bom andamento dos serviços de ordem legal ou constitucional que as prejudiquem.
eleitorais, durante o exercício serão encaminhados em
relação trimestral à Câmara dos Deputados, por intermédio Parágrafo único. Se o registro requerido se referir
do Tribunal Superior. isoladamente a Presidente ou a Vice-Presidente da República
e a Governador ou Vice-Governador de Estado, a validade
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, respectiva dependerá de complementação da chapa
municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de conjunta na firma e nos prazos previstos neste Código
economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo (Constituição, art. 81, com a redação dada pela Emenda
poder público, ou que realiza contrato com este, inclusive o Constitucional nº 9).
respectivo prédio e suas dependências não poderá ser
utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter Art. 382. Este Código entrará em vigor 30 dias após a sua
político. publicação.

Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário.
efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão competente da Justiça
Eleitoral, conforme o âmbito nacional, regional ou municipal Brasília, 15 de julho de 1965. 144º da Independência e 77º
do órgão infrator mediante representação fundamentada da República
partidário, ou de qualquer eleitor.
H. CASTELLO BRANCO
Art. 378. O Tribunal Superior organizará, mediante proposta Milton Soares Campos
do Corregedor Geral, os serviços da Corregedoria,
designando para desempenhá-los funcionários efetivos do
seu quadro e transformando o cargo de um deles, diplomado
em direito e de conduta moral irrepreensível, no de Escrivão
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO
da Corregedoria símbolo PJ - 1, a cuja nomeação serão DE 2003.
inerentes, assim na Secretaria como nas diligências, as
atribuições de titular de ofício de Justiça.
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
Art. 379. Serão considerados de relevância os serviços Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de
prestados pelos mesários e componentes das Juntas fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas –
Apuradoras. Sinarm, define crimes e dá outras providências.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: registradas no Comando do Exército, na forma do
regulamento desta Lei.
CAPÍTULO I
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade,
atender aos seguintes requisitos:
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas
circunscrição em todo o território nacional. pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não
estar respondendo a inquérito policial ou a processo
Art. 2o Ao Sinarm compete:
criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos;
I – identificar as características e a propriedade de armas de
II – apresentação de documento comprobatório de
fogo, mediante cadastro;
ocupação lícita e de residência certa;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
vendidas no País;
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as forma disposta no regulamento desta Lei.
renovações expedidas pela Polícia Federal;
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, fogo após atendidos os requisitos anteriormente
furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os estabelecidos, em nome do requerente e para a arma
dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de indicada, sendo intransferível esta autorização.
empresas de segurança privada e de transporte de valores;
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no
V – identificar as modificações que alterem as características calibre correspondente à arma registrada e na quantidade
ou o funcionamento de arma de fogo; estabelecida no regulamento desta Lei.
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; § 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território
nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as
competente, como também a manter banco de dados com
vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
todas as características da arma e cópia dos documentos
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como previstos neste artigo.
conceder licença para exercer a atividade;
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, munições responde legalmente por essas mercadorias,
varejistas, exportadores e importadores autorizados de ficando registradas como de sua propriedade enquanto não
armas de fogo, acessórios e munições; forem vendidas.
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as § 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e
características das impressões de raiamento e de munições entre pessoas físicas somente será efetivada
microestriamento de projétil disparado, conforme marcação mediante autorização do Sinarm.
e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1 o será
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do
porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem requerimento do interessado.
como manter o cadastro atualizado para consulta.
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso
as demais que constem dos seus registros próprios.
III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o
CAPÍTULO II interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que
comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
DO REGISTRO
características daquela a ser adquirida.
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com
competente.
validade em todo o território nacional, autoriza o seu
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no

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interior de sua residência ou domicílio, ou dependência IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000
ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
empresa.
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do
pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
Sinarm. República;
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51,
4o deverão ser comprovados periodicamente, em período IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas
no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado
prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas
de Registro de Arma de Fogo.
portuárias;
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de
registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do
valores constituídas, nos termos desta Lei;
Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não
optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei IX – para os integrantes das entidades de desporto
deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até legalmente constituídas, cujas atividades esportivas
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de demandem o uso de armas de fogo, na forma do
documento de identificação pessoal e comprovante de regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e legislação ambiental.
do cumprimento das demais exigências constantes dos
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal
incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei.
do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3 o deste Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos
provisório, expedido na rede mundial de computadores -
Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros
internet, na forma do regulamento e obedecidos os
pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções
procedimentos a seguir:
de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional
com validade inicial de 90 (noventa) dias; e do Ministério Público - CNMP.
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia § 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI
Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo
estimar como necessário para a emissão definitiva do de propriedade particular ou fornecida pela respectiva
certificado de registro de propriedade. corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos
termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito
CAPÍTULO III
nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.
DO PORTE
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
território nacional, salvo para os casos previstos em propriedade particular ou fornecida pela respectiva
legislação própria e para: corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que
estejam:
I – os integrantes das Forças Armadas;
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e
V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
Nacional de Segurança Pública (FNSP); regulamento; e
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle
Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos interno.
mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento
§ 1º-C. (VETADO).
desta Lei;
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos
integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X
do caput deste artigo está condicionada à comprovação do

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requisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. horas depois de ocorrido o fato.
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas § 2o A empresa de segurança e de transporte de valores
municipais está condicionada à formação funcional de seus deverá apresentar documentação comprobatória do
integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade preenchimento dos requisitos constantes do art. 4odesta Lei
policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
controle interno, nas condições estabelecidas no
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas
regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério
neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao
da Justiça.
Sinarm.
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das
e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos
instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de
Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto
instituições, somente podendo ser utilizadas quando em
nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
serviço, devendo estas observar as condições de uso e de
regulamento desta Lei.
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e o certificado de registro e a autorização de porte expedidos
cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma pela Polícia Federal em nome da instituição.
de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata
concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na
este artigo independe do pagamento de taxa.
categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde Público designará os servidores de seus quadros pessoais no
que o interessado comprove a efetiva necessidade em exercício de funções de segurança que poderão portar arma
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por
documentos: cento) do número de servidores que exerçam funções de
segurança.
I - documento de identificação pessoal;
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que
II - comprovante de residência em área rural; e
trata este artigo fica condicionado à apresentação de
III - atestado de bons antecedentes. documentação comprobatória do preenchimento dos
requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua
formação funcional em estabelecimentos de ensino de
arma de fogo, independentemente de outras tipificações
atividade policial e à existência de mecanismos de
penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por
fiscalização e de controle interno, nas condições
disparo de arma de fogo de uso permitido.
estabelecidas no regulamento desta Lei.
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata
que integram regiões metropolitanas será autorizado porte
este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm.
de arma de fogo, quando em serviço.
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das
registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal
empresas de segurança privada e de transporte de valores,
eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
constituídas na forma da lei, serão de propriedade,
armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua
responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
somente podendo ser utilizadas quando em serviço,
ocorrido o fato.
devendo essas observar as condições de uso e de
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
o certificado de registro e a autorização de porte expedidos legalmente constituídas devem obedecer às condições de
pela Polícia Federal em nome da empresa. uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de
portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento
segurança privada e de transporte de valores responderá
desta Lei.
pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei,
sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do
deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à porte de arma para os responsáveis pela segurança de
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao
extravio de armas de fogo, acessórios e munições que Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei,

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o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
para colecionadores, atiradores e caçadores e de Federal de Psicologia.
representantes estrangeiros em competição internacional
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado
oficial de tiro realizada no território nacional.
pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição.
permitido, em todo o território nacional, é de competência
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§
da Polícia Federal e somente será concedida após
1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do
autorização do Sinarm.
profissional pela Polícia Federal.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida
com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de
atos regulamentares, e dependerá de o requerente: CAPÍTULO IV
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de DOS CRIMES E DAS PENAS
atividade profissional de risco ou de ameaça à sua
integridade física;
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
III – apresentar documentação de propriedade de arma de
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com
fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de
artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
portador dela seja detido ou abordado em estado de estabelecimento ou empresa:
embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
alucinógenas.
Omissão de cautela
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para
relativos: impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo
I – ao registro de arma de fogo;
que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
II – à renovação de registro de arma de fogo;
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; ou diretor responsável de empresa de segurança e
transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência
V – à renovação de porte de arma de fogo;
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou
fogo. munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte
quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à
manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
responsabilidades.
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
artigo as pessoas e as instituições a que se referem os incisos ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso
I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as
condições do credenciamento de profissionais pela Polícia Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Federal para comprovação da aptidão psicológica e da
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável,
capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor agente.
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio
Disparo de arma de fogo
dos honorários profissionais para realização de avaliação

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Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,
direção a ela, desde que essa conduta não tenha como acessório ou munição, sem autorização da autoridade
finalidade a prática de outro crime: competente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é
aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
pena é aumentada da metade se forem praticados por
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido
8o desta Lei.
ou restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
insuscetíveis de liberdade provisória.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
CAPÍTULO V
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal
de identificação de arma de fogo ou artefato; DISPOSIÇÕES GERAIS
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios
torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo disposto nesta Lei.
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo definição das armas de fogo e demais produtos controlados,
ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de
determinação legal ou regulamentar; valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder
Executivo Federal, mediante proposta do Comando do
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma
Exército.
de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
identificação raspado, suprimido ou adulterado; § 1o Todas as munições comercializadas no País deverão
estar acondicionadas em embalagens com sistema de código
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a
arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
adolescente; e
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal,
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6 o, somente serão
ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
expedidas autorizações de compra de munição com
Comércio ilegal de arma de fogo identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis,
na forma do regulamento desta Lei.
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, § 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os
munição, sem autorização ou em desacordo com órgãos previstos no art. 6o.
determinação legal ou regulamentar:
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou
máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
suprimento de suas atividades, mediante autorização
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
concedida nos termos definidos em regulamento.
clandestino, inclusive o exercido em residência.
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º
Tráfico internacional de arma de fogo
desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e
fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço

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alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
produtos controlados, inclusive o registro e o porte de concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a
trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e publicação desta Lei.
caçadores.
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la,
laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10
interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação,
juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo sem ônus para o requerente.
de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma
uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu
do regulamento desta Lei.
registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do apresentação de documento de identificação pessoal e
Exército que receberem parecer favorável à doação, comprovante de residência fixa, acompanhados de nota
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse,
órgão de segurança pública, atendidos os critérios de pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido firmada na qual constem as características da arma e a sua
o Comando do Exército, serão arroladas em relatório condição de proprietário, ficando este dispensado do
reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições, pagamento de taxas e do cumprimento das demais
abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
4o desta Lei
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das
armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto
o seu perdimento em favor da instituição beneficiada. no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá
obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de
registro provisório, expedido na forma do § 4 o do art.
responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá
5o desta Lei.
ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo
§ 4o (VETADO)
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo,
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização,
encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate nos termos do regulamento desta Lei.
de arma de uso permitido ou de uso restrito,
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo,
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e,
mencionando suas características e o local onde se
presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do
encontram.
regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização posse irregular da referida arma.
e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
armas de fogo, que com estas se possam confundir.
a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os regulamento desta Lei:
simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário,
coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo
marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por
Comando do Exército.
qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, transporte de arma ou munição sem a devida autorização ou
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso com inobservância das normas de segurança;
restrito.
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às realize publicidade para venda, estimulando o uso
aquisições dos Comandos Militares. indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações
especializadas.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão,
do caput do art. 6o desta Lei. sob pena de responsabilidade, as providências necessárias
para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os

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eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso
Federal.
provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar,
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação
quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição
dos serviços de transporte internacional e interestadual de
passageiros adotarão as providências necessárias para evitar ordinária.
o embarque de passageiros armados.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados
CAPÍTULO VI
todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e
racial, social, religiosa ou política.
munição em todo o território nacional, salvo para as
entidades previstas no art. 6o desta Lei. Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de comunidade nas atividades de execução da pena e da
aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em
medida de segurança.
outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto
neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu TÍTULO II
resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Do Condenado e do Internado
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de
1997. CAPÍTULO I

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Da Classificação

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e


115o da República. Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA antecedentes e personalidade, para orientar a
Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho individualização da execução penal.
Marina Silva Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de
Classificação que elaborará o programa individualizador da
LEI N° 7.210 DE 11 DE JULHO DE 1984
pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou
Art. 1 ao 4, 9-A, 10, 11, 38 a 41, 120 a 125, 146-B, 146-D,
198, 199 e 202 preso provisório.
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em
TÍTULO I
cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um)
psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social,
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as
quando se tratar de condenado à pena privativa de
disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar
liberdade.
condições para a harmônica integração social do condenado
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto
e do internado.
ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça
social.
ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de
processo de execução, na conformidade desta Lei e do
liberdade, em regime fechado, será submetido a exame
Código de Processo Penal.
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a

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uma adequada classificação e com vistas à individualização Art. 11. A assistência será:
da execução. I - material;
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá II - à saúde;
ser submetido o condenado ao cumprimento da pena III -jurídica;
privativa de liberdade em regime semi-aberto. IV - educacional;
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados V - social;
reveladores da personalidade, observando a ética VI - religiosa.
profissional e tendo sempre presentes peças ou informações
do processo, poderá: Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado
consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
I - entrevistar pessoas; instalações higiênicas.
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços
dados e informações a respeito do condenado; que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais,
III - realizar outras diligências e exames necessários. além de locais destinados à venda de produtos e objetos
Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, permitidos e não fornecidos pela Administração.
com violência de natureza grave contra pessoa, ou por
qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de SEÇÃO III
25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à Da Assistência à Saúde
identificação do perfil genético, mediante extração de DNA -
ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de
indolor. caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em médico, farmacêutico e odontológico.
banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser § 1º (Vetado).
expedido pelo Poder Executivo. § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta
requerer ao juiz competente, no caso de inquérito será prestada em outro local, mediante autorização da
instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de direção do estabelecimento.
perfil genético. § 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher,
CAPÍTULO II principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao
Da Assistência recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
SEÇÃO I
Disposições Gerais SEÇÃO IV
Da Assistência Jurídica
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do
Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos
convivência em sociedade. internados sem recursos financeiros para constituir
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. advogado.

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Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de § 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal
assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria incluirão em seus programas de educação à distância e de
Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos
o presos e às presas. 7.627.
§ 1 As Unidades da Federação deverão prestar auxílio
estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de
exercício de suas funções, dentro e fora dos iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
estabelecimentos penais. Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino
profissional adequado à sua condição.
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de
apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor convênio com entidades públicas ou particulares, que
Público. instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada
implementados Núcleos Especializados da Defensoria estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as
Pública para a prestação de assistência jurídica integral e categorias de reclusos, provida de livros instrutivos,
gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e recreativos e didáticos.
seus familiares, sem recursos financeiros para constituir Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:
advogado. I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e
SEÇÃO V o número de presos e presas atendidos;
Da Assistência Educacional III - a implementação de cursos profissionais em nível de
iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução e presas atendidos;
escolar e a formação profissional do preso e do internado. IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se acervo;
no sistema escolar da Unidade Federativa. V - outros dados relevantes para o aprimoramento
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com educacional de presos e presas.
formação geral ou educação profissional de nível médio, será
implantado nos presídios, em obediência ao preceito SEÇÃO VI
constitucional de sua universalização. Da Assistência Social
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á
ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o
administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
estadual de justiça ou administração penitenciária. I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os
cursos supletivos de educação de jovens e adultos. problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;

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III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da
saídas temporárias; saída do estabelecimento;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, II - o liberado condicional, durante o período de prova.
a recreação; Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o
V - promover a orientação do assistido, na fase final do egresso para a obtenção de trabalho.
cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o
seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios
da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do CAPÍTULO III
preso, do internado e da vítima. Do Trabalho
SEÇÃO I
SEÇÃO VII Disposições Gerais
Da Assistência Religiosa
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e
prestada aos presos e aos internados, permitindo-se lhes a produtiva.
participação nos serviços organizados no estabelecimento § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as
penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da
cultos religiosos. Consolidação das Leis do Trabalho.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante
participar de atividade religiosa. prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos)
do salário mínimo.
SEÇÃO VIII § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
Da Assistência ao Egresso atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: determinados judicialmente e não reparados por outros
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em meios;
liberdade; b) à assistência à família;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e c) a pequenas despesas pessoais;
alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com
2 (dois) meses. a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a
assistente social, o empenho na obtenção de emprego. parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:

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de Poupança, que será entregue ao condenado quando comercialização, bem como suportar despesas, inclusive
posto em liberdade. pagamento de remuneração adequada.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à § 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão
comunidade não serão remuneradas. celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação
SEÇÃO II de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos
Do Trabalho Interno presídios.
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios
obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens
capacidade. ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for
possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as
obrigatório e só poderá ser executado no interior do vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública
estabelecimento. a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em estabelecimento penal.
conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades
futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas SEÇÃO III
pelo mercado. Do Trabalho Externo
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato
sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar regime fechado somente em serviço ou obras públicas
ocupação adequada à sua idade. realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta,
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas
atividades apropriadas ao seu estado. contra a fuga e em favor da disciplina.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez
(seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos por cento) do total de empregados na obra.
domingos e feriados. § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
trabalho aos presos designados para os serviços de § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do
conservação e manutenção do estabelecimento penal. consentimento expresso do preso.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada
empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão,
objetivo a formação profissional do condenado. disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora de 1/6 (um sexto) da pena.
promover e supervisionar a produção, com critérios e Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho
métodos empresariais, encarregar-se de sua externo ao preso que vier a praticar fato definido como

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crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento III - Previdência Social;
contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo. IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o
CAPÍTULO IV trabalho, o descanso e a recreação;
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais,
SEÇÃO I artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis
Dos Deveres com a execução da pena;
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional,
inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de social e religiosa;
execução da pena. VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
Art. 39. Constituem deveres do condenado: IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da em dias determinados;
sentença; XI - chamamento nominal;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da
quem deva relacionar-se; individualização da pena;
III - urbanidade e respeito no trato com os demais XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
condenados; XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos defesa de direito;
de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; XV - contato com o mundo exterior por meio de
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
VI - submissão à sanção disciplinar imposta; informação que não comprometam a moral e os bons
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; costumes.
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob
realizadas com a sua manutenção, mediante desconto pena da responsabilidade da autoridade judiciária
proporcional da remuneração do trabalho; competente.
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV
X - conservação dos objetos de uso pessoal. poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que motivado do diretor do estabelecimento.
couber, o disposto neste artigo. Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à
Dos Direitos medida de segurança, no que couber, o disposto nesta
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à Seção.
integridade física e moral dos condenados e dos presos Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de
provisórios. confiança pessoal do internado ou do submetido a
Art. 41 - Constituem direitos do preso: tratamento ambulatorial, por seus familiares ou
I - alimentação suficiente e vestuário; dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

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Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves,
particular serão resolvidas pelo Juiz da execução. médias e graves. A legislação local especificará as leves e
médias, bem assim as respectivas sanções.
SEÇÃO III Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção
Da Disciplina correspondente à falta consumada.
SUBSEÇÃO I Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de
Disposições Gerais liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na ou a disciplina;
obediência às determinações das autoridades e seus agentes II - fugir;
e no desempenho do trabalho. III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à integridade física de outrem;
pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso IV - provocar acidente de trabalho;
provisório. V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. artigo 39, desta Lei.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
física e moral do condenado. telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. com outros presos ou com o ambiente externo.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução couber, ao preso provisório.
da pena ou da prisão, será cientificado das normas Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de
disciplinares. direitos que:
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
de liberdade, será exercido pela autoridade administrativa II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da
conforme as disposições regulamentares. obrigação imposta;
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o III - observar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo
poder disciplinar será exercido pela autoridade 39, desta Lei.
administrativa a que estiver sujeito o condenado. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem
representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou
inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime
disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
SUBSEÇÃO II I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem
Das Faltas Disciplinares prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de
mesma espécie, até o limite de um sexto da pena
aplicada;

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II - recolhimento em cela individual; elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra


III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, autoridade administrativa.
com duração de duas horas; § 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias disciplinar será precedida de manifestação do Ministério
para banho de sol. Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze
o dias.
§ 1 O regime disciplinar diferenciado também poderá
abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou Art. 55. As recompensas têm em vista o bom
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a comportamento reconhecido em favor do condenado, de
segurança do estabelecimento penal ou da sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao
sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) trabalho.
Art. 56. São recompensas:
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar I - o elogio;
diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual II - a concessão de regalias.
recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos
participação, a qualquer título, em organizações criminosas, estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias.
quadrilha ou bando.
SUBSEÇÃO IV
SUBSEÇÃO III Da Aplicação das Sanções
Das Sanções e das Recompensas
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as
I - advertência verbal; consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu
II - repreensão; tempo de prisão.
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções
único); previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, não poderão exceder a 30 (trinta) dias.
observado o disposto no artigo 88 desta Lei. Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do
pela Lei nº 10.792, de 2003) regime disciplinar diferenciado.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao
por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso Juiz da execução.
V, por prévio e fundamentado despacho do juiz
competente. SUBSEÇÃO V
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime Do Procedimento Disciplinar
disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado

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Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e
procedimento para sua apuração, conforme regulamento, Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros
assegurado o direito de defesa. designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre
Parágrafo único. A decisão será motivada. professores e profissionais da área do Direito Penal,
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. como por representantes da comunidade e dos Ministérios
A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no da área social.
interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá
de despacho do juiz competente. duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada
Parágrafo único. O tempo de isolamento preventivo será ano.
computado no período de cumprimento da sanção Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e
disciplinar. Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão federal ou estadual, incumbe:
preventiva no regime disciplinar diferenciado será I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção
computado no período de cumprimento da sanção do delito, administração da Justiça Criminal e execução das
disciplinar. penas e das medidas de segurança;
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
TÍTULO III desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da
Dos Órgãos da Execução Penal política criminal e penitenciária;
CAPÍTULO I III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para
Disposições Gerais a sua adequação às necessidades do País;
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
Art. 61. São órgãos da execução penal: V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; aperfeiçoamento do servidor;
II - o Juízo da Execução; VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de
III - o Ministério Público; estabelecimentos penais e casas de albergados;
IV - o Conselho Penitenciário; VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística
V - os Departamentos Penitenciários; criminal;
VI - o Patronato; VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais,
VII - o Conselho da Comunidade. bem assim informar-se, mediante relatórios do Conselho
VIII - a Defensoria Pública. Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do
desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios
CAPÍTULO II e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida
Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária as medidas necessárias ao seu aprimoramento;
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
Penitenciária, com sede na Capital da República, é administrativa para instauração de sindicância ou
subordinado ao Ministério da Justiça.

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procedimento administrativo, em caso de violação das h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do
normas referentes à execução penal; artigo 86, desta Lei.
X - representar à autoridade competente para a interdição, i) (VETADO);
no todo ou em parte, de estabelecimento penal. VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de
segurança;
CAPÍTULO III VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais,
Do Juízo da Execução tomando providências para o adequado funcionamento e
promovendo, quando for o caso, a apuração de
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei responsabilidade;
local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal
sentença. que estiver funcionando em condições inadequadas ou com
infringência aos dispositivos desta Lei;
Art. 66. Compete ao Juiz da execução: IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
modo favorecer o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade; CAPÍTULO IV
III - decidir sobre: Do Ministério Público
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes; Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e
c) detração e remição da pena; da medida de segurança, oficiando no processo executivo e
d) suspensão condicional da pena; nos incidentes da execução.
e) livramento condicional; Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
f) incidentes da execução. I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento
IV - autorizar saídas temporárias; e de internamento;
V - determinar: II - requerer:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do
fiscalizar sua execução; processo executivo;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
privativa de liberdade; execução;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva c) a aplicação de medida de segurança, bem como a
de direitos; substituição da pena por medida de segurança;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a d) a revogação da medida de segurança;
substituição da pena por medida de segurança; e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos
e) a revogação da medida de segurança; regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; do livramento condicional;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
comarca; situação anterior.

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III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional,
judiciária, durante a execução. subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e
mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e
presença em livro próprio. Penitenciária.
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário
CAPÍTULO V Nacional:
Do Conselho Penitenciário I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal
em todo o Território Nacional;
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os
fiscalizador da execução da pena. estabelecimentos e serviços penais;
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na
Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta
dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Lei;
Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante
como por representantes da comunidade. A legislação convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços
federal e estadual regulará o seu funcionamento. penais;
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização
a duração de 4 (quatro) anos. de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: profissionalizante do condenado e do internado.
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades
excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em
estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de
10.792, de 2003) penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; unidade federativa, em especial para presos sujeitos a
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao regime disciplinar.
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a
relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de
IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos internamento federais.
egressos.
SEÇÃO II
CAPÍTULO VI Do Departamento Penitenciário Local
Dos Departamentos Penitenciários
SEÇÃO I Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento
Do Departamento Penitenciário Nacional Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que
estabelecer.

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Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão Do Patronato


similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os
estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a
pertencer. prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
SEÇÃO III I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de
serviço à comunidade e de limitação de fim de semana;
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições
deverá satisfazer os seguintes requisitos: da suspensão e do livramento condicional.

I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou CAPÍTULO VIII


Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Do Conselho da Comunidade
Sociais..
II - possuir experiência administrativa na área; Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
desempenho da função. representante de associação comercial ou industrial, 1 (um)
Parágrafo único. O diretor deverá residir no advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do
estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor
integral à sua função. Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes
em diferentes categorias funcionais, segundo as Sociais.
necessidades do serviço, com especificação de atribuições Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste
relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos
estabelecimento e às demais funções. integrantes do Conselho.
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos
preparação profissional e antecedentes pessoais do penais existentes na comarca;
candidato. II - entrevistar presos;
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao
progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos Conselho Penitenciário;
específicos de formação, procedendo-se à reciclagem IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos
periódica dos servidores em exercício. para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se com a direção do estabelecimento.
permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo CAPÍTULO IX
quando se tratar de pessoal técnico especializado. DA DEFENSORIA PÚBLICA
CAPÍTULO VII

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Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências
da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o
executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos caso, a apuração de responsabilidade;
necessitados em todos os graus e instâncias, de forma VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo
individual e coletiva. ou em parte, de estabelecimento penal.
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará
I – requerer: periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do sua presença em livro próprio.
processo executivo;
TÍTULO IV
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de Dos Estabelecimentos Penais
qualquer modo favorecer o condenado; CAPÍTULO I
c) a declaração de extinção da punibilidade; Disposições Gerais
d) a unificação de penas; Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao
e) a detração e remição da pena; condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de provisório e ao egresso.
execução; § 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente,
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à
como a substituição da pena por medida de segurança; sua condição pessoal.
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar
suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a estabelecimentos de destinação diversa desde que
comutação de pena e o indulto; devidamente isolados.
i) a autorização de saídas temporárias; Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza,
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da deverá contar em suas dependências com áreas e serviços
situação anterior. destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra e prática esportiva.
comarca; § 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1 o do universitários.
art. 86 desta Lei; § 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a serão dotados de berçário, onde as condenadas possam
cumprir; cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo,
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade até 6 (seis) meses de idade.
judiciária ou administrativa durante a execução; § 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino
administrativa para instauração de sindicância ou na segurança de suas dependências internas.
procedimento administrativo em caso de violação das § 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do
normas referentes à execução penal; ensino básico e profissionalizante.

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§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as diversos dos apontados nos incisos I e II.
atividades materiais acessórias, instrumentais ou § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da
complementares desenvolvidas em estabelecimentos Administração da Justiça Criminal ficará em dependência
penais, e notadamente: separada.
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com
I - serviços de conservação, limpeza, informática, os seguintes critérios:
copeiragem, portaria, recepção, reprografia, I - condenados pela prática de crimes hediondos ou
telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios, equiparados;
instalações e equipamentos internos e externos; II - reincidentes condenados pela prática de crimes
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;
II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo III - primários condenados pela prática de crimes cometidos
preso. com violência ou grave ameaça à pessoa;
§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou
fiscalização do poder público. contravenções em situação diversa das previstas nos incisos
o
§ 2 Os serviços relacionados neste artigo poderão I, II e III.
compreender o fornecimento de materiais, equipamentos, § 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou
máquinas e profissionais. psicológica ameaçada pela convivência com os demais
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e presos ficará segregado em local próprio.
coordenação no âmbito do sistema penal, bem como todas Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação
as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e compatível com a sua estrutura e finalidade.
notadamente: Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e
I - classificação de condenados; Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do
II - aplicação de sanções disciplinares; estabelecimento, atendendo a sua natureza e
III - controle de rebeliões; peculiaridades.
IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela
hospitais e outros locais externos aos estabelecimentos Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas
penais. em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal
sentença transitada em julgado. em local distante da condenação para recolher os
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com condenados, quando a medida se justifique no interesse da
os seguintes critérios: segurança pública ou do próprio condenado.
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão
equiparados; trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras
II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
ou grave ameaça à pessoa; § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da
autoridade administrativa definir o estabelecimento

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prisional adequado para abrigar o preso provisório ou Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local
condenado, em atenção ao regime e aos requisitos afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a
estabelecidos. visitação.

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


Da Penitenciária Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de cumprimento da pena em regime semiaberto.
reclusão, em regime fechado. Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento
coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito único, do artigo 88, desta Lei.
Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias Parágrafo único. São também requisitos básicos das
destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e dependências coletivas:
condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao a) a seleção adequada dos presos;
regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de
Lei. individualização da pena.
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que
conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. CAPÍTULO IV
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular: Da Casa do Albergado
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de
aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de
existência humana; pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). limitação de fim de semana.
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
penitenciária de mulheres será dotada de seção para separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se
gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do
finalidade de assistir a criança desamparada cuja Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para
responsável estiver presa. acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os
referidas neste artigo: serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as
diretrizes adotadas pela legislação educacional e em CAPÍTULO V
unidades autônomas; e Do Centro de Observação
II – horário de funcionamento que garanta a melhor
assistência à criança e à sua responsável.

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Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e
gerais e o criminológico, cujos resultados serão seu parágrafo único desta Lei.
encaminhados à Comissão Técnica de Classificação. TÍTULO V
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas Da Execução das Penas em Espécie
criminológicas. CAPÍTULO I
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade Das Penas Privativas de Liberdade
autônoma ou em anexo a estabelecimento penal. SEÇÃO I
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Disposições Gerais
Técnica de Classificação, na falta do Centro de Observação.
CAPÍTULO VI Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o
Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico execução.
destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que
no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal. a rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o remetida à autoridade administrativa incumbida da
disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. execução e conterá:
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames I - o nome do condenado;
necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no
internados. órgão oficial de identificação;
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória,
segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital bem como certidão do trânsito em julgado;
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de
dependência médica adequada. instrução;
V - a data da terminação da pena;
CAPÍTULO VII VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao
Da Cadeia Pública adequado tratamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de recolhimento.
presos provisórios. § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao
pública a fim de resguardar o interesse da Administração da tempo de duração da pena.
Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da
ao seu meio social e familiar. Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo
instalado próximo de centro urbano, observando-se na 84, desta Lei.

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Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver
pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
autoridade judiciária. ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que
passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos vedam a progressão.
autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao § 1o A decisão será sempre motivada e precedida de
condenado. manifestação do Ministério Público e do defensor.
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro § 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de
especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e livramento condicional, indulto e comutação de penas,
anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
curso da execução, o cálculo das remições e de outras Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe
retificações posteriores. a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo
Juiz.
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o
internado em Hospital de Custódia e Tratamento condenado que:
Psiquiátrico. I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será lo imediatamente;
posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado
motivo não estiver preso. dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que
irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de
SEÇÃO II responsabilidade, ao novo regime.
Dos Regimes Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as
pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para
o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes
liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus condições gerais e obrigatórias:
parágrafos do Código Penal. I - permanecer no local que for designado, durante o repouso
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, e nos dias de folga;
no mesmo processo ou em processos distintos, a II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
determinação do regime de cumprimento será feita pelo III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização
resultado da soma ou unificação das penas, observada, judicial;
quando for o caso, a detração ou remição. IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da atividades, quando for determinado.
execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas,
cumprida, para determinação do regime. de ofício, a requerimento do Ministério Público, da
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em autoridade administrativa ou do condenado, desde que as
forma progressiva com a transferência para regime menos circunstâncias assim o recomendem.

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Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
beneficiário de regime aberto em residência particular ascendente, descendente ou irmão;
quando se tratar de: II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; artigo 14).
II - condenado acometido de doença grave; Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou diretor do estabelecimento onde se encontra o preso.
mental; Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento
IV - condenada gestante. terá a duração necessária à finalidade da saída.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará
sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer SUBSEÇÃO II
dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: Da Saída Temporária
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada semiaberto poderão obter autorização para saída
ao restante da pena em execução, torne incabível o regime temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos
(artigo 111). seguintes casos:
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além I - visita à família;
das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como
da execução ou não pagar, podendo, a multa de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da
cumulativamente imposta. Execução;
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá III - participação em atividades que concorram para o retorno
ser ouvido previamente o condenado. ao convívio social.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede
complementares para o cumprimento da pena privativa de a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
Penal). Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do
Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a
SEÇÃO III administração penitenciária e dependerá da satisfação dos
Das Autorizações de Saída seguintes requisitos:
SUBSEÇÃO I I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o
Da Permissão de Saída condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão Art. 124. A autorização será concedida por prazo não
obter permissão para sair do estabelecimento, mediante superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4
escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: (quatro) vezes durante o ano.

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§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1 o deste
beneficiário as seguintes condições, entre outras que artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas
situação pessoal do condenado: pelas autoridades educacionais competentes dos cursos
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser frequentados.
visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas
benefício; diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se
II - recolhimento à residência visitada, no período compatibilizarem.
noturno; § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a
estabelecimentos congêneres. remição.
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso § 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino
o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da
atividades discentes. pena, desde que certificada pelo órgão competente do
o
§ 3 Nos demais casos, as autorizações de saída somente sistema de educação.
poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta § 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou
e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de
quando o condenado praticar fato definido como crime educação profissional, parte do tempo de execução da pena
doloso, for punido por falta grave, desatender as condições ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do
impostas na autorização ou revelar baixo grau de § 1o deste artigo.
aproveitamento do curso. § 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária cautelar .
dependerá da absolvição no processo penal, do § 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos
cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do o Ministério Público e a defesa.
merecimento do condenado. Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no
fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração
estudo, parte do tempo de execução da pena. . disciplinar.
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à Art. 128. O tempo remido será computado como pena
razão de: cumprida, para todos os efeitos.
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação todos os condenados que estejam trabalhando ou
profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; estudando, com informação dos dias de trabalho ou das
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.

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horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar
cada um deles. e de proteção.
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no
meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a artigo anterior.
frequência e o aproveitamento escolar. Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento,
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias os autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências
remidos. cabíveis.
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias,
para fim de instruir pedido de remição. remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida
SEÇÃO V da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
Do Livramento Condicional Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será
realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está
pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais
Ministério Público e Conselho Penitenciário. condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
a que fica subordinado o livramento. II - a autoridade administrativa chamará a atenção do
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as liberando para as condições impostas na sentença de
obrigações seguintes: livramento;
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto III - o liberando declarará se aceita as condições.
para o trabalho; § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
sem prévia autorização deste. § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, execução.
entre outras obrigações, as seguintes: Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe
autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade
b) recolher-se à habitação em hora fixada; judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.
c) não frequentar determinados lugares. § 1º A caderneta conterá:
d) (VETADO) a) a identificação do liberado;
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca b) o texto impresso do presente Capítulo;
do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do c) as condições impostas.
livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver

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§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
salvo-conduto, em que constem as condições do livramento, Público, da Defensoria Pública ou mediante representação
podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá
retrato pela descrição dos sinais que possam identificá-lo. modificar as condições especificadas na sentença, devendo
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das
para consignar-se o cumprimento das condições referidas no autoridades ou funcionários indicados no inciso I
artigo 132 desta Lei. do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.
serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz
Comunidade terão a finalidade de: poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho
I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do
na sentença concessiva do benefício; livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará
dependendo da decisão final.
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do
obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade Ministério Público ou mediante representação do Conselho
laborativa. Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade,
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação se expirar o prazo do livramento sem revogação.
cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório ao
Conselho Penitenciário, para efeito da representação Seção VI
prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
Da Monitoração Eletrônica
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas
Art. 146-A. (VETADO).
hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da
hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o monitoração eletrônica quando:
liberado ou agravar as condições. I - (VETADO);
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
anterior à vigência do livramento, computar-se-á como III - (VETADO);
tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo IV - determinar a prisão domiciliar;
permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do V - (VETADO);
tempo das 2 (duas) penas. Parágrafo único. (VETADO).
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados
computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos
e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo seguintes deveres:
livramento. I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas
Ministério Público, mediante representação do Conselho orientações;
Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.

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II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar condenado e às características do estabelecimento, da


de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica entidade ou do programa comunitário ou estatal.
ou de permitir que outrem o faça;
III - (VETADO); SEÇÃO II
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres Da Prestação de Serviços à Comunidade
previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
I - a regressão do regime. I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal,
II - a revogação da autorização de saída temporária; devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual
III - (VETADO); o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo
IV - (VETADO); com as suas aptidões;
V - (VETADO); II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da
VI - a revogação da prisão domiciliar; entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena;
III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o modificações ocorridas na jornada de trabalho.
juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e
previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de
revogada: trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; § 2º A execução terá início a partir da data do primeiro
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver comparecimento.
sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave. Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços
CAPÍTULO II encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório
Das Penas Restritivas de Direitos circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a
SEÇÃO I qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta
Disposições Gerais disciplinar.

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a SEÇÃO III


pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a Da Limitação de Fim de Semana
requerimento do Ministério Público, promoverá a execução,
podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação
colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em
particulares. que deverá cumprir a pena.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do
motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas primeiro comparecimento.
de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim
de semana, ajustando-as às condições pessoais do

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Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena
tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas privativa de liberdade, na situação determinada no artigo
atividades educativas. anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as
obrigatório do agressor a programas de recuperação e condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado,
reeducação. começando este a correr da audiência prevista no artigo 160
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, desta Lei.
mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim § 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação
comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as
disciplinar do condenado. mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de
SEÇÃO IV fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código
Da Interdição Temporária de Direitos Penal.
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade § 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
competente a pena aplicada, determinada a intimação do requerimento do Ministério Público ou mediante proposta
condenado. do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.
do Código Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) § 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas
horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir nos Estados, Territórios e Distrito Federal por normas
do qual a execução terá seu início. supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário,
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição
Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo
documentos, que autorizam o exercício do direito Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos,
interditado. devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao normas supletivas.
Juiz da execução o descumprimento da pena. § 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das
ser feita por qualquer prejudicado. condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua
ocupação e os salários ou proventos de que vive.
CAPÍTULO III § 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar
Da Suspensão Condicional imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais,
qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.
4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade, § 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita
não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da
a 82 do Código Penal. nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se
imediatamente.

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Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias,
concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
condições do benefício. § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal depósito da respectiva importância, proceder-se-á à
modificar as condições estabelecidas na sentença recorrida. penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da execução.
pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução
incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em seguirão o que dispuser a lei processual civil.
qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória. Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das prosseguimento.
consequências de nova infração penal e do descumprimento Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á
das condições impostas. prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando
de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52 do Código
à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e Penal).
será executada imediatamente a pena. Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a se efetue mediante desconto no vencimento ou salário do
prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código
do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal. Penal, observando-se o seguinte:
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta
nota de suspensão em livro especial do Juízo a que couber a parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;
execução da pena. II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato direito;
averbado à margem do registro. III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância
efeito de informações requisitadas por órgão judiciário ou determinada.
pelo Ministério Público, para instruir processo penal. Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164
desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento
da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.
CAPÍTULO IV § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências
Da Pena de Multa para verificar a real situação econômica do condenado e,
ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de
trânsito em julgado, que valerá como título executivo situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do
judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, Ministério Público, revogará o benefício executando-se a

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multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao
na execução já iniciada. adequado tratamento ou internamento.
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada § 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de
cumulativamente com pena privativa da liberdade, recolhimento e de sujeição a tratamento.
enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser § 2° A guia será retificada sempre que sobrevier
cobrada mediante desconto na remuneração do condenado modificações quanto ao prazo de execução.
(artigo 168). Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança,
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei.
ou obtiver livramento condicional, sem haver resgatado a
multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo. CAPÍTULO II
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos Da Cessação da Periculosidade
em que for concedida a suspensão condicional da pena.
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no
fim do prazo mínimo de duração da medida de segurança,
TÍTULO VI pelo exame das condições pessoais do agente, observando-
Da Execução das Medidas de Segurança se o seguinte:
CAPÍTULO I I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de
Disposições Gerais expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao
Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar revogação ou permanência da medida;
medida de segurança, será ordenada a expedição de guia II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
para a execução. III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências,
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o
Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um;
ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que
sem a guia expedida pela autoridade judiciária. não o tiver;
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em partes, poderá determinar novas diligências, ainda que
todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à expirado o prazo de duração mínima da medida de
autoridade administrativa incumbida da execução e conterá: segurança;
I - a qualificação do agente e o número do registro geral do VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se
órgão oficial de identificação; refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver prazo de 5 (cinco) dias.
aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo
trânsito em julgado; mínimo de duração da medida de segurança, poderá o Juiz
III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, da execução, diante de requerimento fundamentado do
ou do tratamento ambulatorial; Ministério Público ou do interessado, seu procurador ou

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defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe
da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo foi imposto;
anterior. d) praticar falta grave;
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de
da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.
disposto no artigo anterior. § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida
quando o condenado não comparecer ao estabelecimento
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer
(artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das
artigos 132 e 133 desta Lei. hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá § 3º A pena de interdição temporária de direitos será
ordem para a desinternação ou a liberação. convertida quando o condenado exercer,
injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste
TÍTULO VII artigo.
Dos Incidentes de Execução Art. 182 (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
CAPÍTULO I Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa
Das Conversões de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da
saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 Público, da Defensoria Pública ou da autoridade
(dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, administrativa, poderá determinar a substituição da pena
desde que: por medida de segurança.
I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da em internação se o agente revelar incompatibilidade com a
pena; medida.
III - os antecedentes e a personalidade do condenado Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de
indiquem ser a conversão recomendável. internação será de 1 (um) ano.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em
privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 CAPÍTULO II
e seus incisos do Código Penal. Do Excesso ou Desvio
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será
convertida quando o condenado: Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença,
sabido, ou desatender a intimação por edital; em normas legais ou regulamentares.
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de
programa em que deva prestar serviço; execução:
I - o Ministério Público;

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II - o Conselho Penitenciário; Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho


III - o sentenciado; Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal. de acordo com o disposto no artigo anterior.

CAPÍTULO III TÍTULO VIII


Da Anistia e do Indulto Do Procedimento Judicial

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a Art. 194. O procedimento correspondente às situações
requerimento do interessado ou do Ministério Público, por previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o
proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Juízo da execução.
Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por requerimento do Ministério Público, do interessado, de
petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, quem o represente, de seu cônjuge, parente ou
do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa. descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário,
ou, ainda, da autoridade administrativa.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em
documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não
Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior figurem como requerentes da medida.
encaminhamento ao Ministério da Justiça. § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do decidirá de plano, em igual prazo.
processo e do prontuário, promoverá as diligências que § 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a produção
ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a daquela ou na audiência designada.
exposição dos antecedentes do condenado e do Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de
procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer agravo, sem efeito suspensivo.
sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer
formalidade ou circunstâncias omitidas na petição. TÍTULO IX
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com Das Disposições Finais e Transitórias
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a
petição será submetida a despacho do Presidente da Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução
República, a quem serão presentes os autos do processo ou penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe
a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar. a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o
decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a cumprimento da pena.
execução aos termos do decreto, no caso de comutação. Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto decreto federal.
coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do

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Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha


corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE
policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou
1997.
referência à condenação, salvo para instruir processo pela
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
prática de nova infração penal ou outros casos expressos em
lei. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação
desta Lei, serão editadas as normas complementares ou
regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não
CAPÍTULO I
autoaplicáveis.
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
projetar a adaptação, construção e equipamento de Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do
território nacional, abertas à circulação, rege-se por este
estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei. Código.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas,
aquisição ou desapropriação de prédios para instalação de
veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou
casas de albergados. não, para fins de circulação, parada, estacionamento e
operação de carga ou descarga.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política Criminal § 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos
e Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema
Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das
com os projetos de reforma ou de construção de respectivas competências, adotar as medidas destinadas a
estabelecimentos. assegurar esse direito.

§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres § 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema


estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas
competências, objetivamente, por danos causados aos
suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e
União, para atender às despesas de execução das penas e manutenção de programas, projetos e serviços que
garantam o exercício do direito do trânsito seguro.
medidas de segurança.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a § 4º (VETADO)
lei de reforma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao
disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações
à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do
de outubro de 1957.
meio-ambiente.
Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º
da República. Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as
JOÃO FIGUEIREDO estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado
Ibrahim Abi-Ackel pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de
acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias
especiais.

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Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os
consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação seguintes órgãos e entidades:
pública, as vias internas pertencentes aos condomínios
constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador
estacionamento de estabelecimentos privados de uso do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
coletivo.
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos
veículo, bem como aos proprietários, condutores dos normativos, consultivos e coordenadores;
veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele
expressamente mencionadas. III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os
efeitos deste Código são os constantes do Anexo I. IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO V - a Polícia Rodoviária Federal;

Seção I VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e

Disposições Gerais VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações -


JARI.
Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade
e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das concessionária de porto organizado poderá celebrar
atividades de planejamento, administração, normatização, convênios com os órgãos previstos no art. 7o, com a
pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente
habilitação e reciclagem de condutores, educação, interessados, para o fim específico de facilitar a autuação por
engenharia, operação do sistema viário, policiamento, descumprimento da legislação de trânsito.
fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e
aplicação de penalidades.
§ 1o O convênio valerá para toda a área física do porto
organizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfandegados,
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de nas estações de transbordo, nas instalações portuárias
Trânsito: públicas de pequeno porte e nos respectivos
estacionamentos ou vias de trânsito internas.
I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito,
com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa § 2o (VETADO)
ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu
cumprimento;
§ 3o (VETADO)

II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização


Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
de critérios técnicos, financeiros e administrativos para a
organizarão os respectivos órgãos e entidades executivos de
execução das atividades de trânsito;
trânsito e executivos rodoviários, estabelecendo os limites
circunscricionais de suas atuações.
III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de
informações entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou
de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema.
órgão da Presidência responsável pela coordenação máxima
do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará vinculado o
Seção II CONTRAN e subordinado o órgão máximo executivo de
trânsito da União.
Da Composição e da Competência do Sistema Nacional de
Trânsito Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com
sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente do órgão

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máximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte XXIV - 1 (um) representante do Ministério do
composição: Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

I - (VETADO) XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de


Transportes Terrestres (ANTT).
II - (VETADO)
§ 1º (VETADO)
III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia;
§ 2º (VETADO)
IV - um representante do Ministério da Educação e do
Desporto; § 3º (VETADO)

V - um representante do Ministério do Exército; Art. 11. (VETADO)

VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Art. 12. Compete ao CONTRAN:


Amazônia Legal;
I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste
VII - um representante do Ministério dos Transportes; Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito;

VIII - (VETADO) II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito,


objetivando a integração de suas atividades;
IX - (VETADO)
III - (VETADO)
X - (VETADO)
IV - criar Câmaras Temáticas;
XI - (VETADO)
V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o
XII - (VETADO) funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE;

XIII - (VETADO) VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;

XIV - (VETADO) VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas


contidas neste Código e nas resoluções complementares;
XV - (VETADO)
VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a
XVI - (VETADO) aplicação das multas por infrações, a arrecadação e o
repasse dos valores arrecadados;
XVII - (VETADO)
IX - responder às consultas que lhe forem formuladas,
relativas à aplicação da legislação de trânsito;
XVIII - (VETADO)

X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem,


XIX - (VETADO)
habilitação, expedição de documentos de condutores, e
registro e licenciamento de veículos;
XX - um representante do ministério ou órgão coordenador
máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de
sinalização e os dispositivos e equipamentos de trânsito;
XXI - (VETADO)
XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões das
XXII - um representante do Ministério da Saúde.
instâncias inferiores, na forma deste Código;

XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.

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XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre II - elaborar normas no âmbito das respectivas
conflitos de competência ou circunscrição, ou, quando competências;
necessário, unificar as decisões administrativas; e
III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação
XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de e dos procedimentos normativos de trânsito;
trânsito no âmbito da União, dos Estados e do Distrito
Federal. IV - estimular e orientar a execução de campanhas
educativas de trânsito;
XV - normatizar o processo de formação do candidato à
obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, estabelecendo V - julgar os recursos interpostos contra decisões:
seu conteúdo didático-pedagógico, carga horária,
avaliações, exames, execução e fiscalização. a) das JARI;

Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de
CONTRAN, são integradas por especialistas e têm como inaptidão permanente constatados nos exames de aptidão
objetivo estudar e oferecer sugestões e embasamento física, mental ou psicológica;
técnico sobre assuntos específicos para decisões daquele
colegiado.
VI - indicar um representante para compor a comissão
examinadora de candidatos portadores de deficiência física
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas à habilitação para conduzir veículos automotores;
representantes de órgãos e entidades executivos da União,
dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, em
VII - (VETADO)
igual número, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito,
além de especialistas representantes dos diversos
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de
segmentos da sociedade relacionados com o trânsito, todos
administração, educação, engenharia, fiscalização,
indicados segundo regimento específico definido pelo
policiamento ostensivo de trânsito, formação de condutores,
CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente
registro e licenciamento de veículos, articulando os órgãos
coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
do Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN;
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de
anterior, serão representados por pessoa jurídica e devem
trânsito no âmbito dos Municípios; e
atender aos requisitos estabelecidos pelo CONTRAN.

X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das


§ 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos
exigências definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333.
pelos respectivos membros.

§ 4º (VETADO) XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de


reavaliação dos exames, junta especial de saúde para
examinar os candidatos à habilitação para conduzir veículos
I - (VETADO)
automotores.

II - (VETADO)
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados
pelo órgão, não cabe recurso na esfera administrativa.
III - (VETADO)
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE são
IV - (VETADO) nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito
Federal, respectivamente, e deverão ter reconhecida
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - experiência em matéria de trânsito.
CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal -
CONTRANDIFE: § 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são
nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de Federal, respectivamente.
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições;

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§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão V - supervisionar a implantação de projetos e programas


ser pessoas de reconhecida experiência em trânsito. relacionados com a engenharia, educação, administração,
policiamento e fiscalização do trânsito e outros, visando à
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do uniformidade de procedimento;
CONTRANDIFE é de dois anos, admitida a recondução.
VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de habilitação de condutores de veículos, a expedição de
trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas Administrativas de documentos de condutores, de registro e licenciamento de
Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegiados responsáveis veículos;
pelo julgamento dos recursos interpostos contra
penalidades por eles impostas. VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de
Habilitação, os Certificados de Registro e o de Licenciamento
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado Anual mediante delegação aos órgãos executivos dos
o disposto no inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e Estados e do Distrito Federal;
financeiro do órgão ou entidade junto ao qual funcionem.
VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de
Art. 17. Compete às JARI: Habilitação - RENACH;

I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos
Automotores - RENAVAM;
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e
executivos rodoviários informações complementares X - organizar a estatística geral de trânsito no território
relativas aos recursos, objetivando uma melhor análise da nacional, definindo os dados a serem fornecidos pelos
situação recorrida; demais órgãos e promover sua divulgação;

III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações
trânsito e executivos rodoviários informações sobre sobre as ocorrências de acidentes de trânsito e as estatísticas
problemas observados nas autuações e apontados em do trânsito;
recursos, e que se repitam sistematicamente.
XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à
Art. 18. (VETADO) segurança e à educação de trânsito;

Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da XIII - coordenar a administração do registro das infrações de
União: trânsito, da pontuação e das penalidades aplicadas no
prontuário do infrator, da arrecadação de multas e do
I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a repasse de que trata o § 1º do art. 320;
execução das normas e diretrizes estabelecidas pelo
CONTRAN, no âmbito de suas atribuições; XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito informações sobre registros de veículos e de
II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos condutores, mantendo o fluxo permanente de informações
órgãos delegados, ao controle e à fiscalização da execução com os demais órgãos do Sistema;
da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de
Trânsito; XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do
Ministério da Educação e do Desporto, de acordo com as
III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a implementação de
Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública, objetivando programas de educação de trânsito nos estabelecimentos de
o combate à violência no trânsito, promovendo, ensino;
coordenando e executando o controle de ações para a
preservação do ordenamento e da segurança do trânsito; XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a
educação de trânsito;
IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de
improbidade contra a fé pública, o patrimônio, ou a XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o
administração pública ou privada, referentes à segurança do trânsito;
trânsito;

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XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e
entidades do Sistema Nacional de Trânsito, e submeter à financeiro ao CONTRAN.
aprovação do CONTRAN, a complementação ou alteração da
sinalização e dos dispositivos e equipamentos de trânsito; XXX - organizar e manter o Registro Nacional de Infrações de
Trânsito (Renainf).
XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais
e normas de projetos de implementação da sinalização, dos § 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência
dispositivos e equipamentos de trânsito aprovados pelo técnica ou administrativa ou a prática constante de atos de
CONTRAN; improbidade contra a fé pública, contra o patrimônio ou
contra a administração pública, o órgão executivo de trânsito
XX – expedir a permissão internacional para conduzir veículo da União, mediante aprovação do CONTRAN, assumirá
e o certificado de passagem nas alfândegas mediante diretamente ou por delegação, a execução total ou parcial
delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito das atividades do órgão executivo de trânsito estadual que
Federal ou a entidade habilitada para esse fim pelo poder tenha motivado a investigação, até que as irregularidades
público federal; sejam sanadas.

XXI - promover a realização periódica de reuniões regionais § 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da
e congressos nacionais de trânsito, bem como propor a União disporá sobre sua estrutura organizacional e seu
representação do Brasil em congressos ou reuniões funcionamento.
internacionais;
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e
XXII - propor acordos de cooperação com organismos executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito
internacionais, com vistas ao aperfeiçoamento das ações Federal e dos Municípios fornecerão, obrigatoriamente, mês
inerentes à segurança e educação de trânsito; a mês, os dados estatísticos para os fins previstos no inciso
X.
XXIII - elaborar projetos e programas de formação,
treinamento e especialização do pessoal encarregado da § 4º (VETADO).
execução das atividades de engenharia, educação,
policiamento ostensivo, fiscalização, operação e Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das
administração de trânsito, propondo medidas que rodovias e estradas federais:
estimulem a pesquisa científica e o ensino técnico-
profissional de interesse do trânsito, e promovendo a sua I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
realização; trânsito, no âmbito de suas atribuições;

XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando
interestadual e internacional; operações relacionadas com a segurança pública, com o
objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o
XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as patrimônio da União e o de terceiros;
normas e requisitos de segurança veicular para fabricação e
montagem de veículos, consoante sua destinação; III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de
trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os valores
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do provenientes de estada e remoção de veículos, objetos,
código marca-modelo dos veículos para efeito de registro, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas
emplacamento e licenciamento; ou perigosas;

XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito
CONTRAN, ao ministro ou dirigente coordenador máximo do e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de
Sistema Nacional de Trânsito; vítimas;

XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito e V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar
submetê-los, com proposta de solução, ao Ministério ou medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de
órgão coordenador máximo do Sistema Nacional de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
Trânsito;

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VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as
podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas penalidades de advertência, por escrito, e ainda as multas e
emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais medidas administrativas cabíveis, notificando os infratores e
relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição arrecadando as multas que aplicar;
de construções e instalações não autorizadas;
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas
acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando superdimensionadas ou perigosas;
medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao
órgão rodoviário federal; VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas
administrativas cabíveis, relativas a infrações por excesso de
VIII - implementar as medidas da Política Nacional de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar
Segurança e Educação de Trânsito; e arrecadar as multas que aplicar;

IX - promover e participar de projetos e programas de IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95,
educação e segurança, de acordo com as diretrizes aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele
estabelecidas pelo CONTRAN; previstas;

X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e e do Programa Nacional de Trânsito;
compensação de multas impostas na área de sua
competência, com vistas à unificação do licenciamento, à XI - promover e participar de projetos e programas de
simplificação e à celeridade das transferências de veículos e educação e segurança, de acordo com as diretrizes
de prontuários de condutores de uma para outra unidade da estabelecidas pelo CONTRAN;
Federação;
XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de compensação de multas impostas na área de sua
acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, competência, com vistas à unificação do licenciamento, à
quando solicitado, às ações específicas dos órgãos simplificação e à celeridade das transferências de veículos e
ambientais. de prontuários de condutores de uma para outra unidade da
Federação;
Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos
rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
Municípios, no âmbito de sua circunscrição: produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de
acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de ações específicas dos órgãos ambientais locais, quando
trânsito, no âmbito de suas atribuições; solicitado;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização
veículos, de pedestres e de animais, e promover o especial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a
desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; serem observados para a circulação desses veículos.

III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os Parágrafo único. (VETADO)


dispositivos e os equipamentos de controle viário;
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de
IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua
trânsito e suas causas; circunscrição:

V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
ostensivo de trânsito, as respectivas diretrizes para o trânsito, no âmbito das respectivas atribuições;
policiamento ostensivo de trânsito;
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação,
aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores,

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expedir e cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito
Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, mediante e executivos rodoviários municipais, os dados cadastrais dos
delegação do órgão federal competente; veículos registrados e dos condutores habilitados, para fins
de imposição e notificação de penalidades e de arrecadação
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança de multas nas áreas de suas competências;
veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e licenciar
veículos, expedindo o Certificado de Registro e o XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão federal produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de
competente; acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio,
quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as ambientais locais;
diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo
medidas administrativas cabíveis pelas infrações previstas CETRAN.
neste Código, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI
e VIII do art. 24, no exercício regular do Poder de Polícia de Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do
Trânsito; Distrito Federal:

VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste I - (VETADO)


Código, com exceção daquelas relacionadas nos incisos VII e
VIII do art. 24, notificando os infratores e arrecadando as II - (VETADO)
multas que aplicar;
III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de convênio firmado, como agente do órgão ou entidade
veículos e objetos; executivos de trânsito ou executivos rodoviários,
concomitantemente com os demais agentes credenciados;
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a
suspensão e a cassação do direito de dirigir e o recolhimento IV - (VETADO)
da Carteira Nacional de Habilitação;
V - (VETADO)
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
acidentes de trânsito e suas causas; VI - (VETADO)

X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de VII - (VETADO)


atividades previstas na legislação de trânsito, na forma
estabelecida em norma do CONTRAN;
Parágrafo único. (VETADO)

XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito


Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de
e do Programa Nacional de Trânsito;
trânsito dos Municípios, no âmbito de sua
circunscrição:
XII - promover e participar de projetos e programas de
educação e segurança de trânsito de acordo com as
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
trânsito, no âmbito de suas atribuições;

XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema


II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
veículos, de pedestres e de animais, e promover o
compensação de multas impostas na área de sua
desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;
competência, com vistas à unificação do licenciamento, à
simplificação e à celeridade das transferências de veículos e
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os
de prontuários de condutores de uma para outra unidade da
dispositivos e os equipamentos de controle viário;
Federação;

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IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os XV - promover e participar de projetos e programas de
acidentes de trânsito e suas causas; educação e segurança de trânsito de acordo com as
diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia
ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento XVI - planejar e implantar medidas para redução da
ostensivo de trânsito; circulação de veículos e reorientação do tráfego, com o
objetivo de diminuir a emissão global de poluentes;
VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres,
edificações de uso público e edificações privadas de uso XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de
coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando,
e as penalidades de advertência por escrito e multa, por autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas
infrações de circulação, estacionamento e parada previstas decorrentes de infrações;
neste Código, no exercício regular do poder de polícia de
trânsito, notificando os infratores e arrecadando as multas XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de
que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito de propulsão humana e de tração animal;
edificações privadas de uso coletivo, somente para infrações
de uso de vagas reservadas em estacionamentos; XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional
de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo
VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e CETRAN;
multa, por infrações de circulação, estacionamento e parada
previstas neste Código, notificando os infratores e XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
arrecadando as multas que aplicar; produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de
acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas ações específicas de órgão ambiental local, quando
administrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de solicitado;
peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar
e arrecadar as multas que aplicar; XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização
especial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, serem observados para a circulação desses veículos.
aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele
previstas; § 1º As competências relativas a órgão ou entidade
municipal serão exercidas no Distrito Federal por seu órgão
X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento ou entidade executivos de trânsito.
rotativo pago nas vias;
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema
veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 deste
superdimensionadas ou perigosas; Código.

XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema
medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de Nacional de Trânsito poderão celebrar convênio delegando
veículos, escolta e transporte de carga indivisível; as atividades previstas neste Código, com vistas à maior
eficiência e à segurança para os usuários da via.
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão
compensação de multas impostas na área de sua prestar serviços de capacitação técnica, assessoria e
competência, com vistas à unificação do licenciamento, à monitoramento das atividades relativas ao trânsito durante
simplificação e à celeridade das transferências de veículos e prazo a ser estabelecido entre as partes, com ressarcimento
de prontuários dos condutores de uma para outra unidade dos custos apropriados.
da Federação;
CAPÍTULO III
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e
do Programa Nacional de Trânsito; DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA

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Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem: VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de
passagem, respeitadas as demais normas de circulação;
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou
obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e
animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de
privadas; trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito,
gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, em serviço de urgência e devidamente identificados por
atirando, depositando ou abandonando na via objetos ou dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação
substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo. vermelha intermitente, observadas as seguintes disposições:

Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a
públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas proximidade dos veículos, todos os condutores deverão
condições de funcionamento dos equipamentos de uso deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a
obrigatório, bem como assegurar-se da existência de direita da via e parando, se necessário;
combustível suficiente para chegar ao local de destino.
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver
seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados passado pelo local;
indispensáveis à segurança do trânsito.
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva
circulação obedecerá às seguintes normas: prestação de serviço de urgência;

I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá
as exceções devidamente sinalizadas; se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados
de segurança, obedecidas as demais normas deste Código;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral
e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública,
relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a quando em atendimento na via, gozam de livre parada e
velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo estacionamento no local da prestação de serviço, desde que
e as condições climáticas; devidamente sinalizados, devendo estar identificados na
forma estabelecida pelo CONTRAN;
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem,
se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá
passagem: ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização
regulamentar e as demais normas estabelecidas neste
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver
aquele que estiver circulando por ela; sinalizando o propósito de entrar à esquerda;

b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela; X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma
ultrapassagem, certificar-se de que:
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma
manobra para ultrapassá-lo;
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas
de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas
ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja
quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento
dos veículos de maior velocidade; c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa
extensão suficiente para que sua manobra não ponha em
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;
acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se
saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento; XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:

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a) indicar com antecedência a manobra pretendida, pedestres, exceto quando houver sinalização permitindo a
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio ultrapassagem.
de gesto convencional de braço;
Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de poderá efetuar ultrapassagem.
tal forma que deixe livre uma distância lateral de segurança;
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para
de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão
ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua
cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o velocidade.
trânsito dos veículos que ultrapassou;
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu
preferência de passagem sobre os demais, respeitadas as propósito de forma clara e com a devida antecedência, por
normas de circulação. meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo
gesto convencional de braço.
XIII - (VETADO).
Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas transposição de faixas, movimentos de conversão à direita, à
alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à esquerda e retornos.
transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela
faixa da esquerda como pela da direita. Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente
de um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta veículos e pedestres que por ela estejam transitando.
estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os
veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à
segurança dos menores, os motorizados pelos não esquerda e a operação de retorno deverão ser feitas nos
motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. locais apropriados e, onde estes não existirem, o condutor
deverá aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue pista com segurança.
tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá:
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
para a faixa da direita, sem acelerar a marcha;
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se possível do bordo direito da pista e executar sua manobra no
naquela na qual está circulando, sem acelerar a marcha. menor espaço possível;

Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo
deverão manter distância suficiente entre si para permitir possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, quando
que veículos que os ultrapassem possam se intercalar na fila houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois
com segurança. sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista
de um só sentido.
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um
veículo de transporte coletivo que esteja parado, efetuando Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção,
embarque ou desembarque de passageiros, deverá reduzir a o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas,
velocidade, dirigindo com atenção redobrada ou parar o aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista
veículo com vistas à segurança dos pedestres. da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência
de passagem.
Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias
com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos em Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser
curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas feita nos locais para isto determinados, quer por meio de
passagens de nível, nas pontes e viadutos e nas travessias de sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ou,

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ainda, em outros locais que ofereçam condições de II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir
segurança e fluidez, observadas as características da via, do a um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.
veículo, das condições meteorológicas e da movimentação
de pedestres e ciclistas. Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu
veículo, salvo por razões de segurança.
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes
determinações: Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar
constantemente as condições físicas da via, do veículo e da
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando carga, as condições meteorológicas e a intensidade do
luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis providos trânsito, obedecendo aos limites máximos de velocidade
de iluminação pública e nas rodovias; estabelecidos para a via, além de:

II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em
exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; circulação sem causa justificada, transitando a uma
velocidade anormalmente reduzida;
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por
curto período de tempo, com o objetivo de advertir outros II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo
motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção de deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem
ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a inconvenientes para os outros condutores, a não ser que
existência de risco à segurança para os veículos que circulam haja perigo iminente;
no sentido contrário;
III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e
IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de a sinalização devida, a manobra de redução de velocidade.
posição do veículo quando sob chuva forte, neblina ou
cerração; Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o
condutor do veículo deve demonstrar prudência especial,
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes transitando em velocidade moderada, de forma que possa
situações: deter seu veículo com segurança para dar passagem a
pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.
a) em imobilizações ou situações de emergência;
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe
b) quando a regulamentação da via assim o determinar; seja favorável, nenhum condutor pode entrar em uma
interseção se houver possibilidade de ser obrigado a
VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou
acesa a luz de placa; impedindo a passagem do trânsito transversal.

VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária
quando o veículo estiver parado para fins de embarque ou de um veículo no leito viário, em situação de emergência,
desembarque de passageiros e carga ou descarga de deverá ser providenciada a imediata sinalização de
mercadorias. advertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada
de passageiros, quando circularem em faixas próprias a eles deverá restringir-se ao tempo indispensável para embarque
destinadas, e os ciclos motorizados deverão utilizar-se de ou desembarque de passageiros, desde que não interrompa
farol de luz baixa durante o dia e a noite. ou perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de
pedestres.
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina,
desde que em toque breve, nas seguintes situações: Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será
regulamentada pelo órgão ou entidade com circunscrição
sobre a via e é considerada estacionamento.
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar
acidentes;
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos
estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado no
sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e

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junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções II - os animais que circularem pela pista de rolamento
devidamente sinalizadas. deverão ser mantidos junto ao bordo da pista.

§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e
estacionados ou em operação de carga ou descarga deverão ciclomotores só poderão circular nas vias:
estar situados fora da pista de rolamento.
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas protetores;
rodas será feito em posição perpendicular à guia da calçada
(meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização que II - segurando o guidom com as duas mãos;
determine outra condição.
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do especificações do CONTRAN.
condutor poderá ser feito somente nos locais previstos neste
Código ou naqueles regulamentados por sinalização Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e
específica. ciclomotores só poderão ser transportados:

Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a I - utilizando capacete de segurança;
porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem
antes se certificarem de que isso não constitui perigo para
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento
eles e para outros usuários da via.
suplementar atrás do condutor;

Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem


III - usando vestuário de proteção, de acordo com as
ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor.
especificações do CONTRAN.

Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas


Art. 56. (VETADO)
adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às condições de
segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade
com circunscrição sobre a via. Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita
da pista de rolamento, preferencialmente no centro da faixa
mais à direita ou no bordo direito da pista sempre que não
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios
houver acostamento ou faixa própria a eles destinada,
constituídos por unidades autônomas, a sinalização de
proibida a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre
regulamentação da via será implantada e mantida às
as calçadas das vias urbanas.
expensas do condomínio, após aprovação dos projetos pelo
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais
faixas de trânsito e a da direita for destinada ao uso exclusivo
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela
de outro tipo de veículo, os ciclomotores deverão circular
direita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou
pela faixa adjacente à da direita.
acostamento, sempre que não houver faixa especial a eles
destinada, devendo seus condutores obedecer, no que
couber, às normas de circulação previstas neste Código e às Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a
circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver
que vierem a ser fixadas pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via. ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for
possível a utilização destes, nos bordos da pista de
rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular
para a via, com preferência sobre os veículos automotores.
nas vias quando conduzidos por um guia, observado o
seguinte:
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição
sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser
sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde
divididos em grupos de tamanho moderado e separados uns
que dotado o trecho com ciclofaixa.
dos outros por espaços suficientes para não obstruir o
trânsito;

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Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo b) nas rodovias de pista simples:
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será
permitida a circulação de bicicletas nos passeios. 1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis,
camionetas e motocicletas;
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua
utilização, classificam-se em: 2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais
veículos;
I - vias urbanas:
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por
a) via de trânsito rápido; hora).

b) via arterial; § 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com


circunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio de
c) via coletora; sinalização, velocidades superiores ou inferiores àquelas
estabelecidas no parágrafo anterior.
d) via local;
Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à
II - vias rurais: metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as
condições operacionais de trânsito e da via.
a) rodovias;
Art. 63. (VETADO)
b) estradas.
Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser
transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será
regulamentadas pelo CONTRAN.
indicada por meio de sinalização, obedecidas suas
características técnicas e as condições de trânsito.
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para
condutor e passageiros em todas as vias do território
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a
nacional, salvo em situações regulamentadas pelo
velocidade máxima será de:
CONTRAN.
I - nas vias urbanas:
Art. 66. (VETADO)
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus
ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser realizadas
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
mediante prévia permissão da autoridade de trânsito com
circunscrição sobre a via e dependerão de:
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
I - autorização expressa da respectiva confederação
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais; desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas;

II - nas vias rurais: II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à
via;
a) nas rodovias de pista dupla:
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para terceiros;
automóveis, camionetas e motocicletas;
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais operacionais em que o órgão ou entidade permissionária
veículos; incorrerá.

3. (revogado);

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Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via o condutor, o veículo e a carga cheguem a um lugar que
arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e do ofereça a segurança e o atendimento demandados, desde
contrato de seguro. que não haja comprometimento da segurança
rodoviária.
CAPÍTULO III-A
§ 3o O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze) horas de
PROFISSIONAIS descanso, que podem ser fracionadas, usufruídas no veículo
e coincidir com os intervalos mencionados no § 1o,
Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas observadas no primeiro período 8 (oito) horas ininterruptas
profissionais: de descanso.

I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros; § 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução


apenas o período em que o condutor estiver efetivamente
ao volante, em curso entre a origem e o destino.
II - de transporte rodoviário de cargas.

§ 5o Entende-se como início de viagem a partida do veículo


§ 1o (Revogado).
na ida ou no retorno, com ou sem carga, considerando-se
como sua continuação as partidas nos dias subsequentes até
§ 2o (Revogado).
o destino.

§ 3o (Revogado).
§ 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o
cumprimento integral do intervalo de descanso previsto no
§ 4o (Revogado). § 3o deste artigo.

§ 5o (Revogado). § 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de


passageiros, embarcador, consignatário de cargas, operador
§ 6o (Revogado). de terminais de carga, operador de transporte multimodal
de cargas ou agente de cargas ordenará a qualquer motorista
§ 7o (Revogado). a seu serviço, ainda que subcontratado, que conduza veículo
referido no caput sem a observância do disposto no §
§ 8o (VETADO). 6o.

Art 67-B. VETADO). Art. 67-D. (VETADO).

Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por
de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos de controlar e registrar o tempo de condução estipulado no art.
transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de 67-C, com vistas à sua estrita observância.
transporte rodoviário de cargas.
§ 1o A não observância dos períodos de descanso
§ 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso estabelecidos no art. 67-C sujeitará o motorista profissional
dentro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de às penalidades daí decorrentes, previstas neste
transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento e Código.
o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5 (cinco)
horas e meia contínuas no exercício da condução. § 2o O tempo de direção será controlado mediante
registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo e,
§ 1o-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso ou por meio de anotação em diário de bordo, ou papeleta ou
a cada 4 (quatro) horas na condução de veículo rodoviário de ficha de trabalho externo, ou por meios eletrônicos
passageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o do instalados no veículo, conforme norma do Contran.
tempo de direção.
§ 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá
o
§ 2 Em situações excepcionais de inobservância justificada funcionar de forma independente de qualquer interferência
do tempo de direção, devidamente registradas, o tempo de do condutor, quanto aos dados registrados.
direção poderá ser elevado pelo período necessário para que

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§ 4o A guarda, a preservação e a exatidão das informações I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via
contidas no equipamento registrador instantâneo deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;
inalterável de velocidade e de tempo são de
responsabilidade do condutor. II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres
ou delimitada por marcas sobre a pista:
CAPÍTULO IV
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações
MOTORIZADOS das luzes;

Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o
ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de
acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a veículos;
autoridade competente permitir a utilização de parte da
calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao III - nas interseções e em suas proximidades, onde não
fluxo de pedestres. existam faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a
via na continuação da calçada, observadas as seguintes
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara- normas:
se ao pedestre em direitos e deveres.
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de
§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
quando não for possível a utilização destes, a circulação de
pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres
sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto não deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar
em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que sobre ela sem necessidade.
a segurança ficar comprometida.
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de
quando não for possível a utilização dele, a circulação de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica,
pedestres, na pista de rolamento, será feita com prioridade onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.
sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em
sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização
locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a
semafórica de controle de passagem será dada preferência
segurança ficar comprometida.
aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo
em caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos
§ 4º (VETADO) veículos.

§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via
serem construídas, deverá ser previsto passeio destinado à manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de
circulação dos pedestres, que não deverão, nessas pedestres em boas condições de visibilidade, higiene,
condições, usar o acostamento. segurança e sinalização.

§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para CAPÍTULO V


pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via
deverá assegurar a devida sinalização e proteção para
DO CIDADÃO
circulação de pedestres.
Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará
solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema
precauções de segurança, levando em conta,
Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação
principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos
de equipamentos de segurança, bem como sugerir
veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele
alterações em normas, legislação e outros assuntos
destinadas sempre que estas existirem numa distância de
pertinentes a este Código.
até cinqüenta metros dele, observadas as seguintes
disposições:
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema
Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as solicitações

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e responder, por escrito, dentro de prazos mínimos, sobre a do CONTRAN e do Conselho de Reitores das Universidades
possibilidade ou não de atendimento, esclarecendo ou Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, promoverá:
justificando a análise efetuada, e, se pertinente, informando
ao solicitante quando tal evento ocorrerá. I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo
interdisciplinar com conteúdo programático sobre
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer segurança de trânsito;
quais as atribuições dos órgãos e entidades pertencentes ao
Sistema Nacional de Trânsito e como proceder a tais II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o
solicitações. trânsito nas escolas de formação para o magistério e o
treinamento de professores e multiplicadores;
CAPÍTULO VI
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao
trânsito;
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e
constitui dever prioritário para os componentes do Sistema IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de
Nacional de Trânsito. trânsito junto aos núcleos interdisciplinares universitários de
trânsito, com vistas à integração universidades-sociedade na
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional área de trânsito.
em cada órgão ou entidade componente do Sistema
Nacional de Trânsito. Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao
Ministério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN,
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão estabelecer campanha nacional esclarecendo condutas a
promover, dentro de sua estrutura organizacional ou serem seguidas nos primeiros socorros em caso de acidente
mediante convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de de trânsito.
Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos pelo
CONTRAN. Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente
por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e intensificadas nos períodos e na forma estabelecidos no art.
os cronogramas das campanhas de âmbito nacional que 76.
deverão ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do
Sistema Nacional de Trânsito, em especial nos períodos Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades
referentes às férias escolares, feriados prolongados e à componentes do Sistema Nacional de Trânsito os
Semana Nacional de Trânsito. mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a
veiculação de mensagens educativas de trânsito em todo o
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito território nacional, em caráter suplementar às campanhas
deverão promover outras campanhas no âmbito de sua previstas nos arts. 75 e 77.
circunscrição e de acordo com as peculiaridades locais.
Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter promoção, nos meios de comunicação social, de produto
permanente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons oriundo da indústria automobilística ou afim, incluirá,
e imagens explorados pelo poder público são obrigados a obrigatoriamente, mensagem educativa de trânsito a ser
difundi-las gratuitamente, com a freqüência recomendada conjuntamente veiculada.
pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré- produtos oriundos da indústria automobilística ou afins:
escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de
planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie,
entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da incluídos os de passageiros e os de carga;
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas
respectivas áreas de atuação. II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos
veículos mencionados no inciso I.
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o
Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta

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§ 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda veiculação da peça publicitária até que sejam cumpridas as
de natureza comercial, veiculada por iniciativa do fabricante exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D.
do produto, em qualquer das seguintes modalidades:
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto,
I – rádio; do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do
CONTRAN, desenvolverão e implementarão programas
II – televisão; destinados à prevenção de acidentes.

III – jornal; Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos
valores arrecadados destinados à Previdência Social, do
IV – revista; Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados
por Veículos Automotores de Via Terrestre - DPVAT, de que
trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974, serão
V – outdoor.
repassados mensalmente ao Coordenador do Sistema
Nacional de Trânsito para aplicação exclusiva em programas
§ 3o Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao de que trata este artigo.
fabricante o montador, o encarroçador, o importador e o
revendedor autorizado dos veículos e demais produtos
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito
discriminados no § 1o deste artigo.
poderão firmar convênio com os órgãos de educação da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada
objetivando o cumprimento das obrigações estabelecidas
em outdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou fora neste capítulo.
da respectiva faixa de domínio, a obrigação prevista no art.
77-B estende-se à propaganda de qualquer tipo de produto
CAPÍTULO VII
e anunciante, inclusive àquela de caráter institucional ou
eleitoral.
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
especificará o conteúdo e o padrão de apresentação das Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da
mensagens, bem como os procedimentos envolvidos na via, sinalização prevista neste Código e em legislação
respectiva veiculação, em conformidade com as diretrizes complementar, destinada a condutores e pedestres, vedada
fixadas para as campanhas educativas de trânsito a que se a utilização de qualquer outra.
refere o art. 75.
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que
Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo a tornem perfeitamente visível e legível durante o dia e a
com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui noite, em distância compatível com a segurança do trânsito,
infração punível com as seguintes sanções: conforme normas e especificações do CONTRAN.

I – advertência por escrito; § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental


e por período prefixado, a utilização de sinalização não
prevista neste Código.
II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de
qualquer outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60
(sessenta) dias; § 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização nas
vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por
unidades autônomas e nas vias e áreas de estacionamento
III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete reais)
de estabelecimentos privados de uso coletivo é de seu
a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), cobrada
proprietário.
do dobro até o quíntuplo em caso de reincidência.

Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar


§ 1o As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente,
luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que
conforme dispuser o regulamento.
possam gerar confusão, interferir na visibilidade da
sinalização e comprometer a segurança do trânsito.
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo,
qualquer infração acarretará a imediata suspensão da
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e
respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de

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publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:
relacionem com a mensagem da sinalização.
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas circulação e outros sinais;
ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à prévia
aprovação do órgão ou entidade com circunscrição sobre a II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
via.
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição trânsito.
sobre a via poderá retirar ou determinar a imediata retirada
de qualquer elemento que prejudique a visibilidade da Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste
sinalização viária e a segurança do trânsito, com ônus para Código por inobservância à sinalização quando esta for
quem o tenha colocado. insuficiente ou incorreta.

Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de § 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre
trânsito com circunscrição sobre a via à travessia de a via é responsável pela implantação da sinalização,
pedestres deverão ser sinalizados com faixas pintadas ou respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta
demarcadas no leito da via. colocação.

Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas, § 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se
estacionamentos ou garagens de uso coletivo deverão ter refere à interpretação, colocação e uso da sinalização.
suas entradas e saídas devidamente identificadas, na forma
regulamentada pelo CONTRAN.
CAPÍTULO VIII

Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de


DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA
que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser
FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE
sinalizadas com as respectivas placas indicativas de
TRÂNSITO
destinação e com placas informando os dados sobre a
infração por estacionamento indevido.
Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamentos
a serem adotados em todo o território nacional quando da
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
implementação das soluções adotadas pela Engenharia de
Tráfego, assim como padrões a serem praticados por todos
I - verticais; os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito.

II - horizontais; Art. 92. (VETADO)

III - dispositivos de sinalização auxiliar; Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa
transformar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser
IV - luminosos; aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via e sem que do projeto conste área
V - sonoros; para estacionamento e indicação das vias de acesso
adequadas.
VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após de veículos e pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso
sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de não possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente
obras ou de manutenção, enquanto não estiver sinalizado.
devidamente sinalizada, vertical e horizontalmente, de
forma a garantir as condições adequadas de segurança na Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações
circulação. transversais e de sonorizadores como redutores de
velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos
ser afixada sinalização específica e adequada. pelo CONTRAN.

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Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou II - quanto à espécie:
interromper a livre circulação de veículos e pedestres, ou
colocar em risco sua segurança, será iniciada sem permissão a) de passageiros:
prévia do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição
sobre a via. 1 - bicicleta;

§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução 2 - ciclomotor;


ou manutenção da obra ou do evento.
3 - motoneta;
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito
com circunscrição sobre a via avisará a comunidade, por
4 - motocicleta;
intermédio dos meios de comunicação social, com quarenta
e oito horas de antecedência, de qualquer interdição da via,
5 - triciclo;
indicando-se os caminhos alternativos a serem utilizados.

6 - quadriciclo;
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será
punido com multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e trinta e
cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e oitenta e oito 7 - automóvel;
reais e dez centavos), independentemente das cominações
cíveis e penais cabíveis, além de multa diária no mesmo valor 8 - microônibus;
até a regularização da situação, a partir do prazo final
concedido pela autoridade de trânsito, levando-se em 9 - ônibus;
consideração a dimensão da obra ou do evento e o prejuízo
causado ao trânsito. 10 - bonde;

§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de 11 - reboque ou semi-reboque;


qualquer das normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a
autoridade de trânsito aplicará multa diária na base de 12 - charrete;
cinqüenta por cento do dia de vencimento ou remuneração
devida enquanto permanecer a irregularidade.
b) de carga:

1 - motoneta;

CAPÍTULO IX
2 - motocicleta;
DOS VEÍCULOS
3 - triciclo;
Seção I
4 - quadriciclo;
Disposições Gerais
5 - caminhonete;
Art. 96. Os veículos classificam-se em:
6 - caminhão;
I - quanto à tração:
7 - reboque ou semi-reboque;
a) automotor;
8 - carroça;
b) elétrico;
9 - carro-de-mão;
c) de propulsão humana;
c) misto:
d) de tração animal;
1 - camioneta;
e) reboque ou semi-reboque;

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2 - utilitário; Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o


veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites
3 - outros; estabelecidos pelo CONTRAN.

d) de competição; § 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de


pesagem ou pela verificação de documento fiscal, na forma
e) de tração: estabelecida pelo CONTRAN.

1 - caminhão-trator; § 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso


bruto total e peso bruto transmitido por eixo de veículos à
superfície das vias, quando aferido por equipamento, na
2 - trator de rodas;
forma estabelecida pelo CONTRAN.
3 - trator de esteiras;
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem
de veículos serão aferidos de acordo com a metodologia e na
4 - trator misto;
periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão
ou entidade de metrologia legal.
f) especial;
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá
g) de coleção; transitar com lotação de passageiros, com peso bruto total,
ou com peso bruto total combinado com peso por eixo,
III - quanto à categoria: superior ao fixado pelo fabricante, nem ultrapassar a
capacidade máxima de tração da unidade tratora.
a) oficial;
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros
b) de representação diplomática, de repartições consulares poderão ser dotados de pneus extralargos.
de carreira ou organismos internacionais acreditados junto
ao Governo brasileiro; § 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extralargos
para os demais veículos.
c) particular;
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte de
d) de aluguel; passageiros de até 15 m (quinze metros) de comprimento na
configuração de chassi 8x2.
e) de aprendizagem.
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no
Art. 97. As características dos veículos, suas especificações transporte de carga indivisível, que não se enquadre nos
básicas, configuração e condições essenciais para registro, limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN,
licenciamento e circulação serão estabelecidas pelo poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição
CONTRAN, em função de suas aplicações. sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo
certo, válida para cada viagem, atendidas as medidas de
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem segurança consideradas necessárias.
prévia autorização da autoridade competente, fazer ou
ordenar que sejam feitas no veículo modificações de suas § 1º A autorização será concedida mediante requerimento
características de fábrica. que especificará as características do veículo ou combinação
de veículos e de carga, o percurso, a data e o horário do
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que deslocamento inicial.
sofrerem alterações ou conversões são obrigados a atender
aos mesmos limites e exigências de emissão de poluentes e § 2º A autorização não exime o beneficiário da
ruído previstos pelos órgãos ambientais competentes e pelo responsabilidade por eventuais danos que o veículo ou a
CONTRAN, cabendo à entidade executora das modificações combinação de veículos causar à via ou a terceiros.
e ao proprietário do veículo a responsabilidade pelo
cumprimento das exigências. § 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões
poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição
sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo de

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seis meses, atendidas as medidas de segurança consideradas veículos novos classificados na categoria particular, com
necessárias. capacidade para até 7 (sete) passageiros, desde que
mantenham suas características originais de fábrica e não se
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente envolvam em acidente de trânsito com danos de média ou
equipado quando transitar, de modo a evitar o grande monta.
derramamento da carga sobre a via.
§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que trata
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e o § 6º será de 2 (dois) anos, desde que mantenham suas
a forma de proteção das cargas de que trata este artigo, de características originais de fábrica e não se envolvam em
acordo com a sua natureza. acidente de trânsito com danos de média ou grande
monta.
Seção II
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre
Da Segurança dos Veículos outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:

Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica
atendidos os requisitos e condições de segurança do CONTRAN, com exceção dos veículos destinados ao
estabelecidos neste Código e em normas do CONTRAN. transporte de passageiros em percursos em que seja
permitido viajar em pé;
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os
encarroçadores de veículos deverão emitir certificado de II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os
segurança, indispensável ao cadastramento no RENAVAM, de transporte de passageiros com mais de dez lugares e os
nas condições estabelecidas pelo CONTRAN. de carga com peso bruto total superior a quatro mil,
quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento
registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a
periodicidade para que os fabricantes, os importadores, os
montadores e os encarroçadores comprovem o atendimento III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos
aos requisitos de segurança veicular, devendo, para isso, automotores, segundo normas estabelecidas pelo
manter disponíveis a qualquer tempo os resultados dos CONTRAN;
testes e ensaios dos sistemas e componentes abrangidos
pela legislação de segurança veicular. IV - (VETADO)

Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases
segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de poluentes e de ruído, segundo normas estabelecidas pelo
ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na CONTRAN.
forma e periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os
itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de gases VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna
poluentes e ruído. dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor
do lado esquerdo.
§ 1º (VETADO)
VII - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal
§ 2º (VETADO) para o condutor e o passageiro do banco dianteiro.

§ 3º (VETADO) § 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos


obrigatórios dos veículos e determinará suas especificações
§ 4º (VETADO) técnicas.

§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos § 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou
veículos reprovados na inspeção de segurança e na de acessório proibido, sendo o infrator sujeito às penalidades e
emissão de gases poluentes e ruído. medidas administrativas previstas neste Código.

§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, § 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os


durante 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamento, os encarroçadores de veículos e os revendedores devem
comercializar os seus veículos com os equipamentos

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obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas
estabelecidos pelo CONTRAN. características para competição ou finalidade análoga só
poderá circular nas vias públicas com licença especial da
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.
do disposto neste artigo.
Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
o
§ 5 A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste
artigo será progressivamente incorporada aos novos I - (VETADO)
projetos de automóveis e dos veículos deles derivados,
fabricados, importados, montados ou encarroçados, a partir II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos
do 1o (primeiro) ano após a definição pelo Contran das veículos em movimento, salvo nos que possuam espelhos
especificações técnicas pertinentes e do respectivo retrovisores em ambos os lados.
cronograma de implantação e a partir do 5o (quinto) ano,
após esta definição, para os demais automóveis zero III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis
quilômetro de modelos ou projetos já existentes e veículos decorativos ou pinturas, quando comprometer a segurança
deles derivados. do veículo, na forma de regulamentação do
CONTRAN.
§ 6o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste
artigo não se aplica aos veículos destinados à Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter
exportação. publicitário ou qualquer outra que possa desviar a atenção
dos condutores em toda a extensão do pára-brisa e da
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação traseira dos veículos, salvo se não colocar em risco a
de veículo ou, ainda, quando ocorrer substituição de segurança do trânsito.
equipamento de segurança especificado pelo fabricante,
será exigido, para licenciamento e registro, certificado de Art. 112 (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)
segurança expedido por instituição técnica credenciada por
órgão ou entidade de metrologia legal, conforme norma
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as
elaborada pelo CONTRAN.
encarroçadoras e fabricantes de veículos e autopeças são
responsáveis civil e criminalmente por danos causados aos
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte usuários, a terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes de
individual ou coletivo de passageiros, deverão satisfazer, falhas oriundas de projetos e da qualidade dos materiais e
além das exigências previstas neste Código, às condições equipamentos utilizados na sua fabricação.
técnicas e aos requisitos de segurança, higiene e conforto
estabelecidos pelo poder competente para autorizar,
Seção III
permitir ou conceder a exploração dessa atividade.
Da Identificação do Veículo
Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a
autoridade com circunscrição sobre a via poderá autorizar, a
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por
título precário, o transporte de passageiros em veículo de
caracteres gravados no chassi ou no monobloco,
carga ou misto, desde que obedecidas as condições de
segurança estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN. reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o
CONTRAN.
Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador,
exceder a doze meses, prazo a partir do qual a autoridade
de modo a identificar o veículo, seu fabricante e as suas
pública responsável deverá implantar o serviço regular de
características, além do ano de fabricação, que não poderá
transporte coletivo de passageiros, em conformidade com a
ser alterado.
legislação pertinente e com os dispositivos deste
Código.
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de
prévia autorização da autoridade executiva de trânsito e
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao
somente serão processadas por estabelecimento por ela
transporte de passageiros só pode ser realizado de acordo
credenciado, mediante a comprovação de propriedade do
com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
veículo, mantida a mesma identificação anterior, inclusive o
ano de fabricação.

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§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da comunicação aos órgãos de trânsito competentes, os
autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se veículos utilizados por membros do Poder Judiciário e do
faça, modificações da identificação de seu veículo. Ministério Público que exerçam competência ou atribuição
criminal poderão temporariamente ter placas especiais, de
Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio forma a impedir a identificação de seus usuários específicos,
de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua na forma de regulamento a ser emitido, conjuntamente, pelo
estrutura, obedecidas as especificações e modelos Conselho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho Nacional
estabelecidos pelo CONTRAN. do Ministério Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de
Trânsito - CONTRAN.
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para
cada veículo e o acompanharão até a baixa do registro, § 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola
sendo vedado seu reaproveitamento. (jericos), para efeito do registro de que trata o § 4o-A, ficam
dispensados da exigência prevista no art. 106.
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira
Nacional serão usadas somente pelos veículos de § 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a
representação pessoal do Presidente e do Vice-Presidente identificação do veículo ao qual estão atreladas são
da República, dos Presidentes do Senado Federal e da dispensadas da utilização do lacre previsto no caput, na
Câmara dos Deputados, do Presidente e dos Ministros do forma a ser regulamentada pelo Contran.
Supremo Tribunal Federal, dos Ministros de Estado, do
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e
República. do Distrito Federal, devidamente registrados e licenciados,
somente quando estritamente usados em serviço reservado
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos de caráter policial, poderão usar placas particulares,
Tribunais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela
Estaduais e Municipais, dos Presidentes das Assembléias legislação que regulamenta o uso de veículo oficial.
Legislativas, das Câmaras Municipais, dos Presidentes dos
Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do respectivo Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de
chefe do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das passageiros deverão conter, em local facilmente visível, a
Forças Armadas terão placas especiais, de acordo com os inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do
modelos estabelecidos pelo CONTRAN. peso bruto total combinado (PBTC) ou capacidade máxima
de tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em
§ 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a desacordo com sua classificação.
arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar
trabalhos de construção ou de pavimentação são sujeitos ao CAPÍTULO X
registro na repartição competente, se transitarem em via
pública, dispensados o licenciamento e o DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
emplacamento.
Art. 118. A circulação de veículo no território nacional,
§ 4o-A. Os tratores e demais aparelhos automotores independentemente de sua origem, em trânsito entre o
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado
executar trabalhos agrícolas, desde que facultados a internacional, reger-se-á pelas disposições deste Código,
transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, sem pelas convenções e acordos internacionais ratificados.
ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, acessível aos componentes do Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle
Sistema Nacional de Trânsito. de fronteira comunicarão diretamente ao RENAVAM a
entrada e saída temporária ou definitiva de veículos.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso
bélico. § 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do
território nacional sem o prévio pagamento ou o depósito,
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da judicial ou administrativo, dos valores correspondentes às
placa dianteira. infrações de trânsito cometidas e ao ressarcimento de danos
que tiverem causado ao patrimônio público ou de
§ 7o Excepcionalmente, mediante autorização específica e particulares, independentemente da fase do processo
fundamentada das respectivas corregedorias e com a devida administrativo ou judicial envolvendo a questão.

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§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem o II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou
cumprimento do disposto no § 1º e que posteriormente residência;
forem flagrados tentando ingressar ou já em circulação no
território nacional serão retidos até a regularização da III - for alterada qualquer característica do veículo;
situação.
IV - houver mudança de categoria.
CAPÍTULO XI
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para
DO REGISTRO DE VEÍCULOS o proprietário adotar as providências necessárias à
efetivação da expedição do novo Certificado de Registro de
Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as
reboque ou semi-reboque, deve ser registrado perante o providências deverão ser imediatas.
órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal,
no Município de domicílio ou residência de seu proprietário, § 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no
na forma da lei. mesmo Município, o proprietário comunicará o novo
endereço num prazo de trinta dias e aguardará o novo
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do licenciamento para alterar o Certificado de Licenciamento
Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais de Anual.
propriedade da administração direta, da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, de qualquer um dos § 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao
poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas, do órgão executivo de trânsito que expediu o anterior e ao
nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome RENAVAM.
o veículo será registrado, excetuando-se os veículos de
representação e os previstos no art. 116. Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de
Veículo serão exigidos os seguintes documentos:
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso
bélico. I - Certificado de Registro de Veículo anterior;

Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de II - Certificado de Licenciamento Anual;


Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos e
especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as
III - comprovante de transferência de propriedade, quando
características e condições de invulnerabilidade à falsificação
for o caso, conforme modelo e normas estabelecidas pelo
e à adulteração.
CONTRAN;

Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de


IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de
Veículo o órgão executivo de trânsito consultará o cadastro
poluentes e ruído, quando houver adaptação ou alteração de
do RENAVAM e exigirá do proprietário os seguintes
características do veículo;
documentos:
V - comprovante de procedência e justificativa da
I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou
propriedade dos componentes e agregados adaptados ou
documento equivalente expedido por autoridade
montados no veículo, quando houver alteração das
competente;
características originais de fábrica;

II - documento fornecido pelo Ministério das Relações


VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no
Exteriores, quando se tratar de veículo importado por
caso de veículo da categoria de missões diplomáticas, de
membro de missões diplomáticas, de repartições consulares
repartições consulares de carreira, de representações de
de carreira, de representações de organismos internacionais
organismos internacionais e de seus integrantes;
e de seus integrantes.
VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida
Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de
no Município do registro anterior, que poderá ser substituída
Registro de Veículo quando:
por informação do RENAVAM;

I - for transferida a propriedade;

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VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de
tributos, encargos e multas de trânsito vinculados ao veículo, propulsão humana e dos veículos de tração animal
independentemente da responsabilidade pelas infrações obedecerão à regulamentação estabelecida em legislação
cometidas; municipal do domicílio ou residência de seus
proprietários.
X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art.
98, quando houver alteração nas características originais do Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos
veículo que afetem a emissão de poluentes e ruído; automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria
agrícola ou a executar trabalhos agrícolas será efetuado, sem
XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de ônus, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
poluentes e ruído, quando for o caso, conforme Abastecimento, diretamente ou mediante convênio.
regulamentações do CONTRAN e do CONAMA.
CAPÍTULO XII
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os
agregados e as características originais do veículo deverão DO LICENCIAMENTO
ser prestadas ao RENAVAM:
Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado,
I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, reboque ou semi-reboque, para transitar na via, deverá ser
no caso de veículo nacional; licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito do
Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver registrado o
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado veículo.
por pessoa física;
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso
III - pelo importador, no caso de veículo importado por bélico.
pessoa jurídica.
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM válido, durante o exercício, o licenciamento de origem.
serão repassadas ao órgão executivo de trânsito responsável
pelo registro, devendo este comunicar ao RENAVAM, tão Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será
logo seja o veículo registrado. expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de
Registro, no modelo e especificações estabelecidos pelo
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou CONTRAN.
destinado à desmontagem, deverá requerer a baixa do
registro, no prazo e forma estabelecidos pelo Contran, § 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao
vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi de registro.
forma a manter o registro anterior.
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas de
companhia seguradora ou do adquirente do veículo trânsito e ambientais, vinculados ao veículo,
destinado à desmontagem, quando estes sucederem ao independentemente da responsabilidade pelas infrações
proprietário. cometidas.

Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só § 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar
efetuará a baixa do registro após prévia consulta ao cadastro sua aprovação nas inspeções de segurança veicular e de
do RENAVAM. controle de emissões de gases poluentes e de ruído,
conforme disposto no art. 104.
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta
comunicada, de imediato, ao RENAVAM. Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao
licenciamento e terão sua circulação regulada pelo
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o Município de
Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas de destino.
trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo,
independentemente da responsabilidade pelas infrações
cometidas.

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§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de
veículos importados, durante o trajeto entre a alfândega ou velocidade e tempo;
entreposto alfandegário e o Município de destino.
V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de extremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz
Licenciamento Anual. vermelha dispostas na extremidade superior da parte
traseira;
Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no
momento da fiscalização, for possível ter acesso ao devido VI - cintos de segurança em número igual à lotação;
sistema informatizado para verificar se o veículo está
licenciado. VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios
estabelecidos pelo CONTRAN.
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o
proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior
de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias, deverá ser afixada na parte interna do veículo, em local
cópia autenticada do comprovante de transferência de visível, com inscrição da lotação permitida, sendo vedada a
propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de condução de escolares em número superior à capacidade
ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades estabelecida pelo fabricante.
impostas e suas reincidências até a data da comunicação.
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de
Parágrafo único. O comprovante de transferência de escolares deve satisfazer os seguintes requisitos:
propriedade de que trata o caput poderá ser substituído por
documento eletrônico, na forma regulamentada pelo I - ter idade superior a vinte e um anos;
Contran.
II - ser habilitado na categoria D;
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte
individual ou coletivo de passageiros de linhas regulares ou
III - (VETADO)
empregados em qualquer serviço remunerado, para registro,
licenciamento e respectivo emplacamento de característica
IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima,
comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo
ou ser reincidente em infrações médias durante os doze
poder público concedente.
últimos meses;
CAPÍTULO XIII
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da
regulamentação do CONTRAN.
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES
Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução
municipal de aplicar as exigências previstas em seus
coletiva de escolares somente poderão circular nas vias com
regulamentos, para o transporte de escolares.
autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos de
trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para
CAPÍTULO XIII-A
tanto:

I - registro como veículo de passageiros; DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE

II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos


obrigatórios e de segurança; Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao
transporte remunerado de mercadorias – moto-frete –
somente poderão circular nas vias com autorização emitida
III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta
pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e
centímetros de largura, à meia altura, em toda a extensão
do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto:
das partes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico
ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo de
I – registro como veículo da categoria de aluguel;
carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas
devem ser invertidas;

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II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado § 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão
no chassi do veículo, destinado a proteger o motor e a perna humana e de tração animal ficará a cargo dos Municípios.
do condutor em caso de tombamento, nos termos de
regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito – § 2º (VETADO)
Contran;
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos país está subordinado às condições estabelecidas em
termos de regulamentação do Contran; convenções e acordos internacionais e às normas do
CONTRAN.
IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos
obrigatórios e de segurança. Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias
de A a E, obedecida a seguinte gradação:
§ 1o A instalação ou incorporação de dispositivos para
transporte de cargas deve estar de acordo com a I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou
regulamentação do Contran. três rodas, com ou sem carro lateral;

§ 2o É proibido o transporte de combustíveis, produtos II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não


inflamáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que trata abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda
este artigo, com exceção do gás de cozinha e de galões a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não
contendo água mineral, desde que com o auxílio de side-car, exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
nos termos de regulamentação do Contran.
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três
competência municipal ou estadual de aplicar as exigências mil e quinhentos quilogramas;
previstas em seus regulamentos para as atividades de moto-
frete no âmbito de suas circunscrições. IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado
no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito
CAPÍTULO XIV lugares, excluído o do motorista;

DA HABILITAÇÃO V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que


a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou
elétrico será apurada por meio de exames que deverão ser articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de
realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito)
ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência do lugares.
candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão,
devendo o condutor preencher os seguintes requisitos: § 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar
habilitado no mínimo há um ano na categoria B e não ter
I - ser penalmente imputável; cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser
reincidente em infrações médias, durante os últimos doze
II - saber ler e escrever; meses.

III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente. § 2o São os condutores da categoria B autorizados a conduzir
veículo automotor da espécie motor-casa, definida nos
Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação termos do Anexo I deste Código, cujo peso não exceda a
serão cadastradas no RENACH. 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação não exceda a
8 (oito) lugares, excluído o do motorista.
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à
aprendizagem para conduzir veículos automotores e § 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da
elétricos e à autorização para conduzir ciclomotores serão combinação de veículos com mais de uma unidade
regulamentados pelo CONTRAN. tracionada, independentemente da capacidade de tração ou
do peso bruto total.

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Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto I - de aptidão física e mental;
ou o equipamento automotor destinado à movimentação de
cargas ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, II - (VETADO)
de construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos
na via pública por condutor habilitado nas categorias C, D ou III - escrito, sobre legislação de trânsito;
E.
IV - de noções de primeiros socorros, conforme
Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos regulamentação do CONTRAN;
automotores destinados a executar trabalhos agrícolas
poderão ser conduzidos em via pública também por
V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo
condutor habilitado na categoria B.
da categoria para a qual estiver habilitando-se.

Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para


§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos
conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, de
respectivos examinadores serão registrados no
escolares, de emergência ou de produto perigoso, o
RENACH.
candidato deverá preencher os seguintes requisitos:
§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e
I - ser maior de vinte e um anos;
renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para
condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, no
II - estar habilitado: local de residência ou domicílio do examinado.

a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há § 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica
um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na preliminar e complementar sempre que a ele se submeter o
categoria D; e condutor que exerce atividade remunerada ao veículo,
incluindo-se esta avaliação para os demais candidatos
b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender apenas no exame referente à primeira habilitação.
habilitar-se na categoria E;
§ 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou
III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima de progressividade de doença que possa diminuir a
ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto no § 2º
doze meses; poderá ser diminuído por proposta do perito
examinador.
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de
treinamento de prática veicular em situação de risco, nos § 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo
termos da normatização do CONTRAN. terá essa informação incluída na sua Carteira Nacional de
Habilitação, conforme especificações do Conselho Nacional
Parágrafo único. A participação em curso especializado de Trânsito – Contran.
previsto no inciso IV independe da observância do disposto
no inciso III. Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante
§ 2o (VETADO). emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas em
todas as etapas do processo de habilitação.
Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir
ambulâncias, o candidato deverá comprovar treinamento § 1o O material didático audiovisual utilizado em aulas
especializado e reciclagem em cursos específicos a cada 5 teóricas dos cursos que precedem os exames previstos no
(cinco) anos, nos termos da normatização do Contran. art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de
subtitulação com legenda oculta associada à tradução
Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o simultânea em Libras.
condutor deverá realizar exames complementares exigidos
para habilitação na categoria pretendida. § 2o É assegurado também ao candidato com deficiência
auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de
Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas
exames realizados pelo órgão executivo de trânsito, na práticas e teóricas.
seguinte ordem:

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Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção § 4o É garantido o direito de contraprova e de recurso
veicular, poderão ser aplicados por entidades públicas ou administrativo no caso de resultado positivo para o exame
privadas credenciadas pelo órgão executivo de trânsito dos de que trata o caput, nos termos das normas do Contran.
Estados e do Distrito Federal, de acordo com as normas
estabelecidas pelo CONTRAN. § 5o A reprovação no exame previsto neste artigo terá como
consequência a suspensão do direito de dirigir pelo período
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, de 3 (três) meses, condicionado o levantamento da
obrigatoriamente, curso de direção defensiva e de conceitos suspensão ao resultado negativo em novo exame, e vedada
básicos de proteção ao meio ambiente relacionados com o a aplicação de outras penalidades, ainda que acessórias.
trânsito.
§ 6o O resultado do exame somente será divulgado para o
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para interessado e não poderá ser utilizado para fins estranhos ao
Dirigir, com validade de um ano. disposto neste artigo ou no § 6o do art. 168 da Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao no 5.452, de 1o de maio de 1943.
condutor no término de um ano, desde que o mesmo não
tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou § 7o O exame será realizado, em regime de livre
gravíssima ou seja reincidente em infração média. concorrência, pelos laboratórios credenciados pelo
Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, nos
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, termos das normas do Contran, vedado aos entes públicos:
tendo em vista a incapacidade de atendimento do disposto
no parágrafo anterior, obriga o candidato a reiniciar todo o I - fixar preços para os exames;
processo de habilitação.
II - limitar o número de empresas ou o número de locais em
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá que a atividade pode ser exercida; e
dispensar os tripulantes de aeronaves que apresentarem o
cartão de saúde expedido pelas Forças Armadas ou pelo III - estabelecer regras de exclusividade territorial.
Departamento de Aeronáutica Civil, respectivamente, da
prestação do exame de aptidão física e mental. Art. 149. (VETADO)

Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E deverão Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior,
submeter-se a exames toxicológicos para a habilitação e o condutor que não tenha curso de direção defensiva e
renovação da Carteira Nacional de Habilitação. primeiros socorros deverá a eles ser submetido, conforme
normatização do CONTRAN.
§ 1o O exame de que trata este artigo buscará aferir o
consumo de substâncias psicoativas que, Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores
comprovadamente, comprometam a capacidade de direção contratados para operar a sua frota de veículos é obrigada a
e deverá ter janela de detecção mínima de 90 (noventa) dias, fornecer curso de direção defensiva, primeiros socorros e
nos termos das normas do Contran. outros conforme normatização do CONTRAN.

§ 2o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre
Nacional de Habilitação com validade de 5 (cinco) anos legislação de trânsito ou de direção veicular, o candidato só
deverão fazer o exame previsto no § 1 o no prazo de 2 (dois) poderá repetir o exame depois de decorridos quinze dias da
anos e 6 (seis) meses a contar da realização do disposto divulgação do resultado.
no caput.
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante
§ 3o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira comissão integrada por 3 (três) membros designados pelo
Nacional de Habilitação com validade de 3 (três) anos dirigente do órgão executivo local de trânsito.
deverão fazer o exame previsto no § 1o no prazo de 1 (um)
ano e 6 (seis) meses a contar da realização do disposto
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos
no caput.
um membro deverá ser habilitado na categoria igual ou
superior à pretendida pelo candidato.

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§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e necessárias para o exercício das atividades de instrutor e
bombeiros dos órgãos de segurança pública da União, dos examinador.
Estados e do Distrito Federal que possuírem curso de
formação de condutor ministrado em suas corporações Art. 157. (VETADO)
serão dispensados, para a concessão do documento de
habilitação, dos exames aos quais se houverem submetido Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se:
com aprovação naquele curso, desde que neles sejam
observadas as normas estabelecidas pelo Contran.
I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão
executivo de trânsito;
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar interessado
na dispensa de que trata o § 2º instruirá seu requerimento
II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.
com ofício do comandante, chefe ou diretor da unidade
administrativa onde prestar serviço, do qual constarão o
§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na
número do registro de identificação, naturalidade, nome,
aprendizagem poderá conduzir apenas mais um
filiação, idade e categoria em que se habilitou a conduzir,
acompanhante.
acompanhado de cópia das atas dos exames prestados.

§ 4º (VETADO) § 2o Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada


durante a noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a carga
horária mínima correspondente.
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a
identificação de seus instrutores e examinadores, que serão
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em
passíveis de punição conforme regulamentação a ser
estabelecida pelo CONTRAN. modelo único e de acordo com as especificações do
CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste
Código, conterá fotografia, identificação e CPF do condutor,
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e
terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em
examinadores serão de advertência, suspensão e
todo o território nacional.
cancelamento da autorização para o exercício da atividade,
conforme a falta cometida.
§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da
Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver
Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores
à direção do veículo.
serão identificados por uma faixa amarela, de vinte
centímetros de largura, pintada ao longo da carroçaria, à
§ 2º (VETADO)
meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.

§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de


Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para
Habilitação será regulamentada pelo CONTRAN.
aprendizagem, quando autorizado para servir a esse fim,
deverá ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia altura,
faixa branca removível, de vinte centímetros de largura, com § 4º (VETADO)
a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e Dirigir somente terão validade para a condução de veículo
elétrico será realizada por instrutor autorizado pelo órgão quando apresentada em original.
executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal,
pertencente ou não à entidade credenciada. § 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação
expedida e a da autoridade expedidora serão registradas no
Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para RENACH.
aprendizagem, de acordo com a regulamentação do
CONTRAN, após aprovação nos exames de aptidão física, § 7º A cada condutor corresponderá um único registro no
mental, de primeiros socorros e sobre legislação de RENACH, agregando-se neste todas as informações.
trânsito.
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de
Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para Habilitação ou a emissão de uma nova via somente será
prestação de serviço pelas auto-escolas e outras entidades realizada após quitação de débitos constantes do prontuário
destinadas à formação de condutores e às exigências do condutor.

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§ 9º (VETADO) II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para


Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada ou
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está com suspensão do direito de dirigir:
condicionada ao prazo de vigência do exame de aptidão
física e mental. Infração - gravíssima;

§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na Penalidade - multa (três vezes);


vigência do Código anterior, será substituída por ocasião do
vencimento do prazo para revalidação do exame de aptidão Medida administrativa - recolhimento do documento de
física e mental, ressalvados os casos especiais previstos habilitação e retenção do veículo até a apresentação de
nesta Lei. condutor habilitado;

Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para
deverá ser submetido a novos exames para que possa voltar Dirigir de categoria diferente da do veículo que esteja
a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo conduzindo:
CONTRAN, independentemente do reconhecimento da
prescrição, em face da pena concretizada na sentença. Infração - gravíssima;

§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido Penalidade - multa (duas vezes);
poderá ser submetido aos exames exigidos neste artigo, a
juízo da autoridade executiva estadual de trânsito,
Medida administrativa - retenção do veículo até a
assegurada ampla defesa ao condutor.
apresentação de condutor habilitado;

§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva


IV - (VETADO)
estadual de trânsito poderá apreender o documento de
habilitação do condutor até a sua aprovação nos exames
realizados. V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida
há mais de trinta dias:
CAPÍTULO XV
Infração - gravíssima;
DAS INFRAÇÕES
Penalidade - multa;
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de
Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional
qualquer preceito deste Código, da legislação complementar
de Habilitação e retenção do veículo até a apresentação de
ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às
condutor habilitado;
penalidades e medidas administrativas indicadas em cada
artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.
VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de
audição, de prótese física ou as adaptações do veículo
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às
impostas por ocasião da concessão ou da renovação da
resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medidas
licença para conduzir:
administrativas definidas nas próprias resoluções.

Infração - gravíssima;
Art. 162. Dirigir veículo:

Penalidade - multa;
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão
para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor:
Medida administrativa - retenção do veículo até o
saneamento da irregularidade ou apresentação de condutor
Infração - gravíssima;
habilitado.
Penalidade - multa (três vezes);
Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas
condições previstas no artigo anterior:
Medida administrativa - retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado;
Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;

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Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior; Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa
que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou psíquico,
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do não estiver em condições de dirigi-lo com segurança:
artigo anterior.
Infração - gravíssima;
Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos
incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e passe Penalidade - multa.
a conduzi-lo na via:
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de
Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162; segurança, conforme previsto no art. 65:

Penalidade - as mesmas previstas no art. 162; Infração - grave;

Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art. Penalidade - multa;


162.
Medida administrativa - retenção do veículo até colocação
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer do cinto pelo infrator.
outra substância psicoativa que determine
dependência: Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem
observância das normas de segurança especiais
Infração - gravíssima; estabelecidas neste Código:

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de Infração - gravíssima;


dirigir por 12 (doze) meses.
Penalidade - multa;
Medida administrativa - recolhimento do documento de
habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § Medida administrativa - retenção do veículo até que a
4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - irregularidade seja sanada.
do Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista indispensáveis à segurança:
no caput em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses. Infração - leve;

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame Penalidade - multa.


clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar
influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam
estabelecida pelo art. 277: atravessando a via pública, ou os demais veículos:

Infração - gravíssima; Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
dirigir por 12 (doze) meses;
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento
Medida administrativa - recolhimento do documento de do documento de habilitação.
habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no §
4º do art. 270. Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres
ou veículos, água ou detritos:
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
no caput em caso de reincidência no período de até 12 Infração - média;
(doze) meses
Penalidade - multa.

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Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou Medida administrativa - recolhimento do documento de
substâncias: habilitação e remoção do veículo.

Infração - média; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista


no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze)
Penalidade - multa. meses da infração anterior.

Art. 173. Disputar corrida: Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com
vítima:
Infração - gravíssima;
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de lo;
dirigir e apreensão do veículo;
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de
Medida administrativa - recolhimento do documento de evitar perigo para o trânsito no local;
habilitação e remoção do veículo.
III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista polícia e da perícia;
no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze)
meses da infração anterior. IV - de adotar providências para remover o veículo do local,
quando determinadas por policial ou agente da autoridade
Art. 174. Promover, na via, competição, eventos de trânsito;
organizados, exibição e demonstração de perícia em
manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações
sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição necessárias à confecção do boletim de ocorrência:
sobre a via:
Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir;
dirigir e apreensão do veículo;
Medida administrativa - recolhimento do documento de
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.
habilitação e remoção do veículo.
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de
o
§ 1 As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos acidente de trânsito quando solicitado pela autoridade e
condutores participantes. seus agentes:

§ 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso Infração - grave;


de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração
anterior. Penalidade - multa.

Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem
manobra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem vítima, de adotar providências para remover o veículo do
ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de local, quando necessária tal medida para assegurar a
pneus: segurança e a fluidez do trânsito:

Infração - gravíssima; Infração - média;

Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de Penalidade - multa.


dirigir e apreensão do veículo;

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Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via Penalidade - multa;
pública, salvo nos casos de impedimento absoluto de sua
remoção e em que o veículo esteja devidamente sinalizado: Medida administrativa - remoção do veículo;

I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste
rápido: Código:

Infração - grave; Infração - média;

Penalidade - multa; Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;

II - nas demais vias: V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias
de trânsito rápido e das vias dotadas de acostamento:
Infração - leve;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de
combustível: Medida administrativa - remoção do veículo;

Infração - média; VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou


tampas de poços de visita de galerias subterrâneas, desde
Penalidade - multa; que devidamente identificados, conforme especificação do
CONTRAN:
Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração - média;
Art. 181. Estacionar o veículo:
Penalidade - multa;
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do
alinhamento da via transversal: Medida administrativa - remoção do veículo;

Infração - média; VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:

Penalidade - multa; Infração - leve;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta Medida administrativa - remoção do veículo;


centímetros a um metro:
VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre
Infração - leve; ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado
ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rolamento,
Penalidade - multa; marcas de canalização, gramados ou jardim público:

Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - grave;

III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um Penalidade - multa;


metro:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave;

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IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada Medida administrativa - remoção do veículo;
destinada à entrada ou saída de veículos:
XV - na contramão de direção:
Infração - média;
Infração - média;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado
X - impedindo a movimentação de outro veículo: e sem calço de segurança, quando se tratar de veículo com
peso bruto total superior a três mil e quinhentos
Infração - média; quilogramas:

Penalidade - multa; Infração - grave;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

XI - ao lado de outro veículo em fila dupla: Medida administrativa - remoção do veículo;

Infração - grave; XVII - em desacordo com as condições regulamentadas


especificamente pela sinalização (placa - Estacionamento
Penalidade - multa; Regulamentado):

Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - grave;

XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a Penalidade - multa;


circulação de veículos e pedestres:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave;
XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela
Penalidade - multa; sinalização (placa - Proibido Estacionar):

Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - média;

XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de Penalidade - multa;


ponto de embarque ou desembarque de passageiros de
transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização, no Medida administrativa - remoção do veículo;
intervalo compreendido entre dez metros antes e depois do
marco do ponto: XIX - em locais e horários de estacionamento e parada
proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar e
Infração - média; Estacionar):

Penalidade - multa; Infração - grave;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

XIV - nos viadutos, pontes e túneis: Medida administrativa - remoção do veículo.

Infração - grave; XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou


idosos, sem credencial que comprove tal condição:
Penalidade - multa;
Infração - gravíssima;

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Penalidade - multa; Infração - leve;

Medida administrativa - remoção do veículo. Penalidade - multa;

§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
trânsito aplicará a penalidade preferencialmente após a circulação de veículos e pedestres:
remoção do veículo.
Infração - média;
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o
calço de segurança na via. Penalidade - multa;

Art. 182. Parar o veículo: VIII - nos viadutos, pontes e túneis:

I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do Infração - média;


alinhamento da via transversal:
Penalidade - multa;
Infração - média;
IX - na contramão de direção:
Penalidade - multa;
Infração - média;
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta
centímetros a um metro: Penalidade - multa;

Infração - leve; X - em local e horário proibidos especificamente pela


sinalização (placa - Proibido Parar):
Penalidade - multa;
Infração - média;
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um
metro: Penalidade - multa.

Infração - média; Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na


mudança de sinal luminoso:
Penalidade - multa;
Infração - média;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste
Código: Penalidade - multa.

Infração - leve; Art. 184. Transitar com o veículo:

Penalidade - multa; I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de


circulação exclusiva para determinado tipo de veículo,
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conversões à
de trânsito rápido e das demais vias dotadas de direita:
acostamento:
Infração - leve;
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas circulação exclusiva para determinado tipo de veículo:
ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de
rolamento e marcas de canalização: Infração - grave;

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Penalidade - multa. Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo


ou perturbando o trânsito:
III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com
circulação destinada aos veículos de transporte público Infração - média;
coletivo de passageiros, salvo casos de força maior e com
autorização do poder público competente: Penalidade - multa.

Infração - gravíssima; Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de
batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia,
Penalidade - multa e apreensão do veículo; de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias,
quando em serviço de urgência e devidamente identificados
Medida Administrativa - remoção do veículo. por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e
iluminação vermelha intermitentes:
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de
Infração - gravíssima;
conservá-lo:

Penalidade - multa.
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de
regulamentação, exceto em situações de emergência;
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este
com prioridade de passagem devidamente identificada por
II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:
dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação
vermelha intermitentes:
Infração - média;
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando
I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para em sentidos opostos, estejam na iminência de passar um
ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo necessário, pelo outro ao realizar operação de ultrapassagem:
respeitada a preferência do veículo que transitar em sentido
contrário:
Infração - gravíssima;
Infração - grave;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de
dirigir.
Penalidade - multa;

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista


II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único
no caput em caso de reincidência no período de até 12
de circulação:
(doze) meses da infração anterior.
Infração - gravíssima;
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e
frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em
Penalidade - multa. relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a
velocidade, as condições climáticas do local da circulação e
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela do veículo:
regulamentação estabelecida pela autoridade competente:
Infração - grave;
I - para todos os tipos de veículos:
Penalidade - multa.
Infração - média;
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios,
Penalidade - multa; passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios,
ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de

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rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados Penalidade - multa.


e jardins públicos:
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte
Infração - gravíssima; coletivo ou de escolares, parado para embarque ou
desembarque de passageiros, salvo quando houver refúgio
Penalidade - multa (três vezes). de segurança para o pedestre:

Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância Infração - gravíssima;


necessária a pequenas manobras e de forma a não causar
riscos à segurança: Penalidade - multa.

Infração - grave; Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e


cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Penalidade - multa.
Infração - média;
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade
competente de trânsito ou de seus agentes: Penalidade - multa.

Infração - grave; Art. 202. Ultrapassar outro veículo:

Penalidade - multa. I - pelo acostamento;

Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante II - em interseções e passagens de nível;
gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de direção do
veículo, o início da marcha, a realização da manobra de parar Infração - gravíssima;
o veículo, a mudança de direção ou de faixa de circulação:
Penalidade - multa (cinco vezes).
Infração - grave;
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
Penalidade - multa.
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo
para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da
II - nas faixas de pedestre;
respectiva mão de direção, quando for manobrar para um
desses lados:
III - nas pontes, viadutos ou túneis;
Infração - média;
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras,
cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimento à
Penalidade - multa.
livre circulação;

Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando


V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de
solicitado:
fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples
contínua amarela:
Infração - média;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa (cinco vezes).
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da
frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
vai entrar à esquerda:
no caput em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses da infração anterior.
Infração - média;

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Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou
para aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à sem sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar de adentrar
esquerda, onde não houver local apropriado para operação às áreas destinadas à pesagem de veículos ou evadir-se para
de retorno: não efetuar o pagamento do pedágio:

Infração - grave; Infração - grave;

Penalidade - multa. Penalidade - multa.

Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:
cortejo, préstito, desfile e formações militares, salvo com
autorização da autoridade de trânsito ou de seus agentes: Infração - gravíssima;

Infração - leve; Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do


direito de dirigir;
Penalidade - multa.
Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento
Art. 206. Executar operação de retorno: do documento de habilitação.

I - em locais proibidos pela sinalização; Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de
sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer
II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis; outro obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:

III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, Infração - grave;


ajardinamento ou canteiros de divisões de pista de
rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas de veículos Penalidade - multa.
não motorizados;
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha
IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da férrea:
via transversal;
Infração - gravíssima;
V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda
que em locais permitidos: Penalidade - multa.

Infração - gravíssima; Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva
marcha for interceptada:
Penalidade - multa.
I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas,
Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à desfiles e outros:
esquerda em locais proibidos pela sinalização:
Infração - gravíssima;
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de militares e outros:
parada obrigatória:
Infração - grave;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre
e a veículo não motorizado:

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I - que se encontre na faixa a ele destinada; Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima
permitida para o local, medida por instrumento ou
II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias
sinal verde para o veículo; arteriais e demais vias:

III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20%
gestantes: (vinte por cento):

Infração - gravíssima; Infração - média;

Penalidade - multa. Penalidade - multa;

IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de
sinalização a ele destinada; 20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta por cento):

V - que esteja atravessando a via transversal para onde se Infração - grave;


dirige o veículo:
Penalidade - multa;
Infração - grave;
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de
Penalidade - multa. 50% (cinqüenta por cento):

Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem: Infração - gravíssima;

I - em interseção não sinalizada: Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do


direito de dirigir e apreensão do documento de
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória; habilitação.

b) a veículo que vier da direita; Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à
metade da velocidade máxima estabelecida para a via,
retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as
II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê
condições de tráfego e meteorológicas não o permitam,
a Preferência:
salvo se estiver na faixa da direita:
Infração - grave;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma
adequadamente posicionado para ingresso na via e sem as
compatível com a segurança do trânsito:
precauções com a segurança de pedestres e de outros
veículos:
I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações,
cortejos, préstitos e desfiles:
Infração - média;

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.

Penalidade - multa;
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem
dar preferência de passagem a pedestres e a outros veículos:
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo
agente da autoridade de trânsito, mediante sinais sonoros
Infração - média;
ou gestos;
Penalidade - multa.

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III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de
acostamento; atendimento de emergência, o sistema de iluminação
vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das
sinalizada; ambulâncias, ainda que parados:

V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada; Infração - média;

VI - nos trechos em curva de pequeno raio; Penalidade - multa.

VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho
de obras ou trabalhadores na pista; de luz alta de forma a perturbar a visão de outro condutor:

VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes; Infração - grave;

IX - quando houver má visibilidade; Penalidade - multa;

X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, Medida administrativa - retenção do veículo para


defeituoso ou avariado; regularização.

XI - à aproximação de animais na pista; Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias
providas de iluminação pública:
XII - em declive;
Infração - leve;
XIII - ao ultrapassar ciclista:
Penalidade - multa.
Infração - grave;
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os
Penalidade - multa; demais condutores e, à noite, não manter acesas as luzes
externas ou omitir-se quanto a providências necessárias para
tornar visível o local, quando:
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de
embarque e desembarque de passageiros ou onde haja
intensa movimentação de pedestres: I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou
permanecer no acostamento;
Infração - gravíssima;
II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada
imediatamente:
Penalidade - multa.

Infração - grave;
Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em
desacordo com as especificações e modelos estabelecidos
pelo CONTRAN: Penalidade - multa.

Infração - média; Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha
sido utilizado para sinalização temporária da via:
Penalidade - multa;
Infração - média;
Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização e apreensão das placas irregulares. Penalidade - multa.

Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que Art. 227. Usar buzina:
confecciona, distribui ou coloca, em veículo próprio ou de
terceiros, placas de identificação não autorizadas pela I - em situação que não a de simples toque breve como
regulamentação. advertência ao pedestre ou a condutores de outros veículos;

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II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto; Infração - gravíssima;

III - entre as vinte e duas e as seis horas; Penalidade - multa e apreensão do veículo;

IV - em locais e horários proibidos pela sinalização; Medida administrativa - remoção do veículo;

V - em desacordo com os padrões e freqüências VII - com a cor ou característica alterada;


estabelecidas pelo CONTRAN:
VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança
Infração - leve; veicular, quando obrigatória;

Penalidade - multa. IX - sem equipamento obrigatório ou estando este


ineficiente ou inoperante;
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume
ou freqüência que não sejam autorizados pelo CONTRAN: X - com equipamento obrigatório em desacordo com o
estabelecido pelo CONTRAN;
Infração - grave;
XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão
Penalidade - multa; defeituoso, deficiente ou inoperante;

Medida administrativa - retenção do veículo para XII - com equipamento ou acessório proibido;
regularização.
XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme sinalização alterados;
ou que produza sons e ruído que perturbem o sossego
público, em desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN: XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade
e tempo viciado ou defeituoso, quando houver exigência
Infração - média; desse aparelho;

Penalidade - multa e apreensão do veículo; XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter
publicitário afixados ou pintados no pára-brisa e em toda a
Medida administrativa - remoção do veículo. extensão da parte traseira do veículo, excetuadas as
hipóteses previstas neste Código;
Art. 230. Conduzir o veículo:
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas
refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas;
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou
qualquer outro elemento de identificação do veículo violado
ou falsificado; XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas
pela legislação;
II - transportando passageiros em compartimento de carga,
salvo por motivo de força maior, com permissão da XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a
autoridade competente e na forma estabelecida pelo segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de
CONTRAN; segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista no art.
104;
III - com dispositivo anti-radar;
XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:
IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
Infração - grave;
V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;
Penalidade - multa;
VI - com qualquer uma das placas de identificação sem
condições de legibilidade e visibilidade: Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização;

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XX - sem portar a autorização para condução de escolares, Penalidade - multa;


na forma estabelecida no art. 136:
Medida administrativa - retenção do veículo para
Infração - grave; regularização;

Penalidade - multa e apreensão do veículo; III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis
superiores aos fixados pelo CONTRAN;
XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais
inscrições previstas neste Código; IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos
limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem
XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização autorização:
ou com lâmpadas queimadas:
Infração - grave;
Infração - média;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa.
Medida administrativa - retenção do veículo para
XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art. regularização;
67-C, relativamente ao tempo de permanência do condutor
ao volante e aos intervalos para descanso, quando se tratar V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância
de veículo de transporte de carga ou coletivo de quando aferido por equipamento, na forma a ser
passageiros: estabelecida pelo CONTRAN:

Infração - média; Infração - média;

Penalidade - multa; Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas


ou fração de excesso de peso apurado, constante na
Medida administrativa - retenção do veículo para seguinte tabela:
cumprimento do tempo de descanso aplicável.
a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco reais
XXIV- (VETADO). e trinta e dois centavos);

§ 1o Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12 b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos
(doze) meses, será convertida, automaticamente, a quilogramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro
penalidade disposta no inciso XXIII em infração grave. centavos);

§ 2o Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) - R$
veículo fica condicionada ao pagamento ou ao depósito, 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito centavos);
judicial ou administrativo, da multa.
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) - R$
Art. 231. Transitar com o veículo: 31,92 (trinta e um reais e noventa e dois centavos);

I - danificando a via, suas instalações e equipamentos; e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilogramas)
- R$ 42,56 (quarenta e dois reais e cinquenta e seis
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via: centavos);

a) carga que esteja transportando; f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ 53,20
(cinquenta e três reais e vinte centavos);
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da
carga excedente;
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:

Infração - gravíssima;

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'VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela Penalidade - multa;


autoridade competente para transitar com dimensões
excedentes, ou quando a mesma estiver vencida: Medida administrativa - retenção do veículo até a
apresentação do documento.
Infração - grave;
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de
Penalidade - multa e apreensão do veículo; trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as
hipóteses previstas no art. 123:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave;
VII - com lotação excedente;
Penalidade - multa;
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens,
quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força Medida administrativa - retenção do veículo para
maior ou com permissão da autoridade competente: regularização.

Infração - média; Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e


de identificação do veículo:
Penalidade - multa;
Infração - gravíssima;
Medida administrativa - retenção do veículo;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
IX - desligado ou desengrenado, em declive:
Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração - média;
Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes
Penalidade - multa; externas do veículo, salvo nos casos devidamente
autorizados:
Medida administrativa - retenção do veículo;
Infração - grave;
X - excedendo a capacidade máxima de tração:
Penalidade - multa;
Infração - de média a gravíssima, a depender da relação
entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxima de Medida administrativa - retenção do veículo para
tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN; transbordo.

Penalidade - multa; Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda,
salvo em casos de emergência:
Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de
carga excedente. Infração - média;

Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos Penalidade - multa.
incisos V e X, o veículo que transitar com excesso de peso ou
excedendo à capacidade máxima de tração, não computado Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as
o percentual tolerado na forma do disposto na legislação, especificações, e com falta de inscrição e simbologia
somente poderá continuar viagem após descarregar o que necessárias à sua identificação, quando exigidas pela
exceder, segundo critérios estabelecidos na referida legislação:
legislação complementar.
Infração - grave;
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte
obrigatório referidos neste Código: Penalidade - multa;

Infração - leve;

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Medida administrativa - retenção do veículo para Infração - grave;


regularização.
Penalidade - multa;
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a
seus agentes, mediante recibo, os documentos de Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos
habilitação, de registro, de licenciamento de veículo e outros documentos.
exigidos por lei, para averiguação de sua autenticidade:
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
Infração - gravíssima;
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de
Penalidade - multa e apreensão do veículo; proteção e vestuário de acordo com as normas e
especificações aprovadas pelo CONTRAN;
Medida administrativa - remoção do veículo.
II - transportando passageiro sem o capacete de segurança,
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para na forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento
regularização, sem permissão da autoridade competente ou suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;
de seus agentes:
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma
Infração - gravíssima; roda;

Penalidade - multa e apreensão do veículo; IV - com os faróis apagados;

Medida administrativa - remoção do veículo. V - transportando criança menor de sete anos ou que não
tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do segurança:
registro de veículo irrecuperável ou definitivamente
desmontado: Infração - gravíssima;

Infração - grave; Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;

Penalidade - multa; Medida administrativa - Recolhimento do documento de


habilitação;
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de
Registro e do Certificado de Licenciamento Anual. VI - rebocando outro veículo;

Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo
ou de habilitação do condutor: eventualmente para indicação de manobras;

Infração - leve; VIII – transportando carga incompatível com suas


especificações ou em desacordo com o previsto no § 2o do
Penalidade - multa. art. 139-A desta Lei;

Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em
registro, licenciamento ou habilitação: desacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as
normas que regem a atividade profissional dos
Infração - gravíssima; mototaxistas:

Penalidade - multa. Infração – grave;

Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao Penalidade – multa;


órgão executivo de trânsito competente a ocorrência de
perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas placas Medida administrativa – apreensão do veículo para
e documentos: regularização.

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§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de
além de: rolamento, em fila única, os veículos de tração ou propulsão
humana e os de tração animal, sempre que não houver
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial acostamento ou faixa a eles destinados:
a ele destinado;
Infração - média;
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo
onde houver acostamento ou faixas de rolamento próprias; Penalidade - multa.

c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de
condições de cuidar de sua própria segurança. passageiros carga excedente em desacordo com o
estabelecido no art. 109:
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do
parágrafo anterior: Infração - grave;

Infração - média; Penalidade - multa;

Penalidade - multa. Medida administrativa - retenção para o transbordo.

§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de
não se aplica às motocicletas e motonetas que tracionem posição, quando o veículo estiver parado, para fins de
semi-reboques especialmente projetados para esse fim e embarque ou desembarque de passageiros e carga ou
devidamente homologados pelo órgão competente. descarga de mercadorias:

Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, Infração - média;


materiais ou equipamentos, sem autorização do órgão ou
entidade de trânsito com circunscrição sobre a via: Penalidade - multa.

Infração - grave; Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:

Penalidade - multa; I - deixar de manter acesa a luz baixa:

Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do a) durante a noite;


material.
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e nas
Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa rodovias;
incidirão sobre a pessoa física ou jurídica responsável.
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre coletivo de passageiros, circulando em faixas ou pistas a eles
circulação, à segurança de veículo e pedestres, tanto no leito destinadas;
da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a via
indevidamente: d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;

Infração - gravíssima; II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição


sob chuva forte, neblina ou cerração;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério
da autoridade de trânsito, conforme o risco à segurança. III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;

Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física Infração - média;


ou jurídica responsável pela obstrução, devendo a
autoridade com circunscrição sobre a via providenciar a
Penalidade - multa.
sinalização de emergência, às expensas do responsável, ou,
se possível, promover a desobstrução.
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:

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I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-
emergência; se-á como infração gravíssima no caso de o condutor estar
segurando ou manuseando telefone celular.
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes
situações: Art. 253. Bloquear a via com veículo:

a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a Infração - gravíssima;


outro condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
b) em imobilizações ou situação de emergência, como
advertência, utilizando pisca-alerta; Medida administrativa - remoção do veículo.

c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente,
o uso do pisca-alerta: interromper, restringir ou perturbar a circulação na via sem
autorização do órgão ou entidade de trânsito com
Infração - média; circunscrição sobre ela:

Penalidade - multa. Infração - gravíssima;

Art. 252. Dirigir o veículo: Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito de
dirigir por 12 (doze) meses;
I - com o braço do lado de fora;
Medida administrativa - remoção do veículo.
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua
esquerda ou entre os braços e pernas;
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos
organizadores da conduta prevista no caput.
III - com incapacidade física ou mental temporária que
comprometa a segurança do trânsito;
§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no
período de 12 (doze) meses.
IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que
comprometa a utilização dos pedais;
§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou
jurídicas que incorram na infração, devendo a autoridade
V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer
com circunscrição sobre a via restabelecer de imediato, se
sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo,
possível, as condições de normalidade para a circulação na
ou acionar equipamentos e acessórios do veículo;
via.

VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a


Art. 254. É proibido ao pedestre:
aparelhagem sonora ou de telefone celular;

I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para


Infração - média;
cruzá-las onde for permitido;

Penalidade - multa.
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou
túneis, salvo onde exista permissão;
VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em
movimento:
III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo
quando houver sinalização para esse fim;
Infração - média;
IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar
Penalidade - multa. o trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, esporte,
desfiles e similares, salvo em casos especiais e com a devida
licença da autoridade competente;

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V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou § 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não
subterrânea; elide as punições originárias de ilícitos penais decorrentes de
crimes de trânsito, conforme disposições de lei.
VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
§ 2º (VETADO)
Infração - leve;
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos
Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor ou entidades executivos de trânsito responsáveis pelo
da infração de natureza leve. licenciamento do veículo e habilitação do condutor.

VII - (VETADO). Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao


proprietário do veículo, ao embarcador e ao transportador,
§ 1º (VETADO). salvo os casos de descumprimento de obrigações e deveres
impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressamente
mencionados neste Código.
§ 2º (VETADO).

§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão


§ 3º (VETADO
impostas concomitantemente as penalidades de que trata
este Código toda vez que houver responsabilidade solidária
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja em infração dos preceitos que lhes couber observar,
permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em
respondendo cada um de per si pela falta em comum que
desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:
lhes for atribuída.

Infração - média;
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela
infração referente à prévia regularização e preenchimento
Penalidade - multa; das formalidades e condições exigidas para o trânsito do
veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante suas características, componentes, agregados, habilitação
recibo para o pagamento da multa. legal e compatível de seus condutores, quando esta for
exigida, e outras disposições que deva observar.

§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações


CAPÍTULO XVI decorrentes de atos praticados na direção do veículo.

DAS PENALIDADES § 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao


transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou no
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das peso bruto total, quando simultaneamente for o único
competências estabelecidas neste Código e dentro de sua remetente da carga e o peso declarado na nota fiscal, fatura
circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as ou manifesto for inferior àquele aferido.
seguintes penalidades:
§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa
I - advertência por escrito; ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou
quando a carga proveniente de mais de um embarcador
II - multa; ultrapassar o peso bruto total.

III - suspensão do direito de dirigir; § 6º O transportador e o embarcador são solidariamente


responsáveis pela infração relativa ao excesso de peso bruto
total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
for superior ao limite legal.
VI - cassação da Permissão para Dirigir;
§ 7o Não sendo imediata a identificação do infrator, o
principal condutor ou o proprietário do veículo terá quinze
VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem. dias de prazo, após a notificação da autuação, para
apresentá-lo, na forma em que dispuser o Conselho Nacional

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de Trânsito (Contran), ao fim do qual, não o fazendo, será § 3º (VETADO)


considerado responsável pela infração o principal condutor
ou, em sua ausência, o proprietário do veículo. § 4º (VETADO)

§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não Art. 259. A cada infração cometida são computados os
havendo identificação do infrator e sendo o veículo de seguintes números de pontos:
propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa ao
proprietário do veículo, mantida a originada pela infração, I - gravíssima - sete pontos;
cujo valor é o da multa multiplicada pelo número de
infrações iguais cometidas no período de doze meses.
II - grave - cinco pontos;

§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do


III - média - quatro pontos;
disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259.
IV - leve - três pontos.
§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de
trânsito o principal condutor do veículo, o qual, após aceitar
§ 1º (VETADO)
a indicação, terá seu nome inscrito em campo próprio do
cadastro do veículo no Renavam.
§ 2º (VETADO)
§ 11. O principal condutor será excluído do Renavam:
§ 3o (VETADO).

I - quando houver transferência de propriedade do


§ 4o Ao condutor identificado no ato da infração será
veículo;
atribuída pontuação pelas infrações de sua
responsabilidade, nos termos previstos no § 3o do art. 257,
II - mediante requerimento próprio ou do proprietário do excetuando-se aquelas praticadas por passageiros usuários
veículo; do serviço de transporte rodoviário de passageiros em
viagens de longa distância transitando em rodovias com a
III - a partir da indicação de outro principal condutor. utilização de ônibus, em linhas regulares intermunicipal,
interestadual, internacional e aquelas em viagem de longa
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de distância por fretamento e turismo ou de qualquer
acordo com sua gravidade, em quatro categorias: modalidade, excetuadas as situações regulamentadas pelo
Contran a teor do art. 65 da Lei no 9.503, de 23 de
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro.
valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e
quarenta e sete centavos); Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão
ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via onde
II - infração de natureza grave, punida com multa no valor de haja ocorrido a infração, de acordo com a competência
R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três estabelecida neste Código.
centavos);
§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade
III - infração de natureza média, punida com multa no valor da Federação diversa da do licenciamento do veículo serão
de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis arrecadadas e compensadas na forma estabelecida pelo
centavos); CONTRAN.

IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor de § 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade
R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito centavos). da Federação diversa daquela do licenciamento do veículo
poderão ser comunicadas ao órgão ou entidade responsável
pelo seu licenciamento, que providenciará a notificação.
§ 1º (Revogado).

§ 4º Quando a infração for cometida com veículo licenciado


§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator
no exterior, em trânsito no território nacional, a multa
multiplicador ou índice adicional específico é o previsto
respectiva deverá ser paga antes de sua saída do País,
neste Código.
respeitado o princípio de reciprocidade.

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Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será remunerada ao volante, na forma que dispuser o
imposta nos seguintes casos: Contran.

I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) § 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o
pontos, no período de 12 (doze) meses, conforme a condutor que, notificado da penalidade de que trata este
pontuação prevista no art. 259; artigo, dirigir veículo automotor em via pública.

II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código, § 10. O processo de suspensão do direito de dirigir referente
cujas infrações preveem, de forma específica, a penalidade ao inciso II do caput deste artigo deverá ser instaurado
de suspensão do direito de dirigir. concomitantemente com o processo de aplicação da
penalidade de multa.
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão
do direito de dirigir são os seguintes: § 11. O Contran regulamentará as disposições deste
artigo.
I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
e, no caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de Art. 262. (REVOGADA)
8 (oito) meses a 2 (dois) anos;
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:
II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses,
exceto para as infrações com prazo descrito no dispositivo I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir
infracional, e, no caso de reincidência no período de 12 qualquer veículo;
(doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses, respeitado o
disposto no inciso II do art. 263.
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das
infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163,
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a 164, 165, 173, 174 e 175;
Carteira Nacional de Habilitação será devolvida a seu titular
imediatamente após cumprida a penalidade e o curso de
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito,
reciclagem.
observado o disposto no art. 160.

§ 3o A imposição da penalidade de suspensão do direito de


§ 1º Constatada, em processo administrativo, a
dirigir elimina os 20 (vinte) pontos computados para fins de
irregularidade na expedição do documento de habilitação, a
contagem subsequente.
autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento.

§ 4o (VETADO).
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional
de Habilitação, o infrator poderá requerer sua reabilitação,
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação,
veículo, habilitado na categoria C, D ou E, poderá optar por na forma estabelecida pelo CONTRAN.
participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no
período de 1 (um) ano, atingir 14 (quatorze) pontos, Art. 264. (VETADO)
conforme regulamentação do Contran.
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir e
§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5 o, o de cassação do documento de habilitação serão aplicadas
condutor terá eliminados os pontos que lhe tiverem sido por decisão fundamentada da autoridade de trânsito
atribuídos, para fins de contagem subsequente. competente, em processo administrativo, assegurado ao
infrator amplo direito de defesa.
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não
poderá fazer nova opção no período de 12 (doze) Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas
meses. ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as
respectivas penalidades.
§ 8o A pessoa jurídica concessionária ou permissionária de
serviço público tem o direito de ser informada dos pontos Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por
atribuídos, na forma do art. 259, aos motoristas que escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser
integrem seu quadro funcional, exercendo atividade punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na

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mesma infração, nos últimos doze meses, quando a VIII - transbordo do excesso de carga;
autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender
esta providência como mais educativa. IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia
de substância entorpecente ou que determine dependência
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o física ou psíquica;
acréscimo do valor da multa prevista no § 3º do art. 258,
imposta por infração posteriormente cometida. X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias
e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos aos seus proprietários, após o pagamento de multas e
pedestres, podendo a multa ser transformada na encargos devidos.
participação do infrator em cursos de segurança viária, a
critério da autoridade de trânsito. XI - realização de exames de aptidão física, mental, de
legislação, de prática de primeiros socorros e de direção
Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na veicular.
forma estabelecida pelo CONTRAN:
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de
reeducação; trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário a
proteção à vida e à incolumidade física da pessoa.
II - quando suspenso do direito de dirigir;
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não
III - quando se envolver em acidente grave para o qual haja elidem a aplicação das penalidades impostas por infrações
contribuído, independentemente de processo judicial; estabelecidas neste Código, possuindo caráter
complementar a estas.
IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito;
§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está Habilitação e a Permissão para Dirigir.
colocando em risco a segurança do trânsito;
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o
VI - em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN. disposto nos arts. 271 e 328, no que couber.

CAPÍTULO XVII Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos
neste Código.
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da
infração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera
situação.
das competências estabelecidas neste Código e dentro de
sua circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas
administrativas: § 2o Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o
veículo, desde que ofereça condições de segurança para
circulação, poderá ser liberado e entregue a condutor
I - retenção do veículo;
regularmente habilitado, mediante recolhimento do
Certificado de Licenciamento Anual, contra apresentação de
II - remoção do veículo;
recibo, assinalando-se prazo razoável ao condutor para
regularizar a situação, para o que se considerará, desde logo,
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; notificado.

IV - recolhimento da Permissão para Dirigir; § 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao


condutor no órgão ou entidade aplicadores das medidas
V - recolhimento do Certificado de Registro; administrativas, tão logo o veículo seja apresentado à
autoridade devidamente regularizado.
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;

VII - (VETADO)

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§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da remoção, deverá expedir ao proprietário a notificação
infração, o veículo será removido a depósito, aplicando-se prevista no § 5º, por remessa postal ou por outro meio
neste caso o disposto no art. 271. tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso reste
frustrada, a notificação poderá ser feita por edital.
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata,
quando se tratar de veículo de transporte coletivo § 7o A notificação devolvida por desatualização do endereço
transportando passageiros ou veículo transportando do proprietário do veículo ou por recusa desse de recebê-la
produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condições será considerada recebida para todos os efeitos
de segurança para circulação em via pública.
§ 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere será feita por edital.
o § 2o, será feito registro de restrição administrativa no
Renavam por órgão ou entidade executivo de trânsito dos § 9o Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade
Estados e do Distrito Federal, que será retirada após puder ser sanada no local da infração.
comprovada a regularização.
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será
§ 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas no § correspondente ao período integral, contado em dias, em
2o resultará em recolhimento do veículo ao depósito, que efetivamente o veículo permanecer em depósito,
aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271. limitado ao prazo de 6 (seis) meses.

Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste § 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados
Código, para o depósito fixado pelo órgão ou entidade por particulares poderão ser pagos pelo proprietário
competente, com circunscrição sobre a via. diretamente ao contratado.

§ 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante § 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o
prévio pagamento de multas, taxas e despesas com remoção respectivo ente da Federação estabelecer a cobrança por
e estada, além de outros encargos previstos na legislação meio de taxa instituída em lei.
específica.
§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do
§ 2o A liberação do veículo removido é condicionada ao recolhimento comprovar, administrativa ou judicialmente,
reparo de qualquer componente ou equipamento que o recolhimento foi indevido ou que houve abuso no
obrigatório que não esteja em perfeito estado de período de retenção em depósito, é da responsabilidade do
funcionamento. ente público a devolução das quantias pagas por força deste
artigo, segundo os mesmos critérios da devolução de multas
§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que indevidas.
não possa ser tomada no depósito, a autoridade responsável
pela remoção liberará o veículo para reparo, na forma
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de
transportada, mediante autorização, assinalando prazo para
Habilitação e da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante
reapresentação.
recibo, além dos casos previstos neste Código, quando
houver suspeita de sua inautenticidade ou adulteração.
§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo
poderão ser realizados por órgão público, diretamente, ou
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á
por particular contratado por licitação pública, sendo o
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código,
proprietário do veículo o responsável pelo pagamento dos
quando:
custos desses serviços.
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
§ 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no
ato de remoção do veículo, sobre as providências
necessárias à sua restituição e sobre o disposto no art. 328, II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade
conforme regulamentação do CONTRAN. no prazo de trinta dias.

§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento
no momento da remoção do veículo, a autoridade de Anual dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos
trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado da data da neste Código, quando:

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I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial,
a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado,
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; aplicando-se, além das penalidades em que incorre, as
estabelecidas no art. 210.
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não
puder ser sanada no local. Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo
veículo equipado com registrador instantâneo de velocidade
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é e tempo, somente o perito oficial encarregado do
condição para que o veículo possa prosseguir viagem e será levantamento pericial poderá retirar o disco ou unidade
efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem armazenadora do registro.
prejuízo da multa aplicável.
CAPÍTULO XVIII
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito,
sendo liberado após sanada a irregularidade e pagas as Seção I
despesas de remoção e estada.
Da Autuação
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de
penalidades previstas no art. 165. trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:

Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de I - tipificação da infração;


tolerância quando a infração for apurada por meio de
aparelho de medição, observada a legislação II - local, data e hora do cometimento da infração;
metrológica.
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em marca e espécie, e outros elementos julgados necessários à
acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de sua identificação;
trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia
ou outro procedimento que, por meios técnicos ou IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita
certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou
que determine dependência. agente autuador ou equipamento que comprovar a infração;

§ 1o (Revogado). VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta


como notificação do cometimento da infração.
§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser
caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de § 1º (VETADO)
sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran,
alteração da capacidade psicomotora ou produção de § 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da
quaisquer outras provas em direito admitidas. autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por
aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual,
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente
administrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código ao disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.
condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos
procedimentos previstos no caput deste artigo. § 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente
de trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não infração, informando os dados a respeito do veículo, além
submetendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos de dos constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento
pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade previsto no artigo seguinte.
prevista no art. 209, além da obrigação de retornar ao ponto
de evasão para fim de pesagem obrigatória. § 4º O agente da autoridade de trânsito competente para
lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário

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ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsável pela
autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito autuação oferecer essa opção.
de sua competência.
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela
Seção II notificação por meio eletrônico deverá manter seu cadastro
atualizado no órgão executivo de trânsito do Estado ou do
Do Julgamento das Autuações e Penalidades Distrito Federal.

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência § 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o
estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, proprietário ou o condutor autuado será considerado
julgará a consistência do auto de infração e aplicará a notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação no
penalidade cabível. sistema eletrônico.

Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu § 3º O sistema previsto no caput será certificado
registro julgado insubsistente: digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade,
integridade, validade jurídica e interoperabilidade da
I - se considerado inconsistente ou irregular; Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-
Brasil).
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a
notificação da autuação. Art. 283. (VETADO)

Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a
proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou data do vencimento expressa na notificação, por oitenta por
por qualquer outro meio tecnológico hábil, que assegure a cento do seu valor.
ciência da imposição da penalidade.
§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço eletrônica, se disponível, conforme regulamentação do
do proprietário do veículo será considerada válida para Contran, e opte por não apresentar defesa prévia nem
todos os efeitos. recurso, reconhecendo o cometimento da infração, poderá
efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta por cento)
do seu valor, em qualquer fase do processo, até o
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de
vencimento da multa.
repartições consulares de carreira e de representações de
organismos internacionais e de seus integrantes será
remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as § 2º O recolhimento do valor da multa não implica renúncia
providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de ao questionamento administrativo, que pode ser realizado a
multa. qualquer momento, respeitado o disposto no § 1º.

§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a § 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser
condutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de
a notificação será encaminhada ao proprietário do veículo, licenciamento e transferência, enquanto não for encerrada a
responsável pelo seu pagamento. instância administrativa de julgamento de infrações e
penalidades.
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do
prazo para apresentação de recurso pelo responsável pela § 4º Encerrada a instância administrativa de julgamento de
infração, que não será inferior a trinta dias contados da data infrações e penalidades, a multa não paga até o vencimento
da notificação da penalidade. será acrescida de juros de mora equivalentes à taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
(Selic) para títulos federais acumulada mensalmente,
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no
calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação
parágrafo anterior será a data para o recolhimento de seu
até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento)
valor.
relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo
efetuado.
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado
poderá optar por ser notificado por meio eletrônico se o

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Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis
perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual meses, cassação do documento de habilitação ou penalidade
remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias. por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN;

§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo. b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo
Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o apreciou o recurso e por mais um Presidente de Junta;
recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis
subseqüentes à sua apresentação, e, se o entender II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade
intempestivo, assinalará o fato no despacho de de trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos
encaminhamento. CETRAN E CONTRANDIFE, respectivamente.

§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando
dentro do prazo previsto neste artigo, a autoridade que houver apenas uma JARI, o recurso será julgado por seus
impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação do próprios membros.
recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.
Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser de julgamento de infrações e penalidades:
interposto no prazo legal, sem o recolhimento do seu valor.
I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o 289;
estabelecido no parágrafo único do art. 284.
II - a não interposição do recurso no prazo legal; e
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar
recurso, se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á III - o pagamento da multa, com reconhecimento da infração
devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou por e requerimento de encerramento do processo na fase em
índice legal de correção dos débitos fiscais. que se encontra, sem apresentação de defesa ou
recurso.
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa
daquela do licenciamento do veículo, o recurso poderá ser Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades
apresentado junto ao órgão ou entidade de trânsito da aplicadas nos termos deste Código serão cadastradas no
residência ou domicílio do infrator. RENACH.

Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o CAPÍTULO XIX


recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade que DOS CRIMES DE TRÂNSITO
impôs a penalidade acompanhado das cópias dos
prontuários necessários ao julgamento. Seção I

Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, Disposições Gerais
na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado
da publicação ou da notificação da decisão. Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos
automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se
provimento, pelo responsável pela infração, e da decisão de este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei
provimento, pela autoridade que impôs a penalidade. nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.

Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal
apreciado no prazo de trinta dias: culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26
de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou
entidade de trânsito da União: I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência;

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II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho
competição automobilística, de exibição ou demonstração Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do
de perícia em manobra de veículo automotor, não Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou
autorizada pela autoridade competente; residente.

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime
para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de
suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser automotor, sem prejuízo das demais sanções penais
instaurado inquérito policial para a investigação da infração cabíveis.
penal.
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no
§ 3º (VETADO). pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima,
ou seus sucessores, de quantia calculada com base no
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que
no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de houver prejuízo material resultante do crime.
1940 (Código Penal), dando especial atenção à culpabilidade
do agente e às circunstâncias e consequências § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do
prejuízo demonstrado no processo.
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a
imposta isolada ou cumulativamente com outras 52 do Código Penal.
penalidades.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se reparatória será descontado.
obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo
automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos. Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as
penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu cometido a infração:
será intimado a entregar à autoridade judiciária, em
quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com
de Habilitação. grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;

§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor adulteradas;
não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de
condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
prisional. Habilitação;

Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de
havendo necessidade para a garantia da ordem pública, categoria diferente da do veículo;
poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público ou ainda mediante V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados
representação da autoridade policial, decretar, em decisão especiais com o transporte de passageiros ou de carga;
motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para
dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados
equipamentos ou características que afetem a sua segurança
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a ou o seu funcionamento de acordo com os limites de
medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem
efeito suspensivo. VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente
destinada a pedestres.
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a
proibição de se obter a permissão ou a habilitação será

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Art. 299. (VETADO) § 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a


cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste
Art. 300. (VETADO) artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de outra substância psicoativa que determine dependência, e
trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou
flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral gravíssima.
socorro àquela.
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do
Seção II acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de
solicitar auxílio da autoridade pública:
Dos Crimes em Espécie

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o


Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo
fato não constituir elemento de crime mais grave.
automotor:

Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o


Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou
condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
por terceiros ou que se trate de vítima com morte
dirigir veículo automotor.
instantânea ou com ferimentos leves.

§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo


Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do
automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade,
acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe
se o agente:
possa ser atribuída:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Habilitação;
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
outra substância psicoativa que determine
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem dependência:
risco pessoal, à vítima do acidente;
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
conduzindo veículo de transporte de passageiros. habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência § 1o As condutas previstas no caput serão constatadas
de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que por:
determine dependência
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de
proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação álcool por litro de ar alveolar; ou
para dirigir veículo automotor.
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran,
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de alteração da capacidade psicomotora.
veículo automotor:
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico,
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova
dirigir veículo automotor. em direito admitidos, observado o direito à
contraprova.
§ 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se
ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.

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§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os Art. 310-A. (VETADO)


distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de
caracterização do crime tipificado neste artigo. Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a
segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a de embarque e desembarque de passageiros, logradouros
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
imposta com fundamento neste Código: concentração de pessoas, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de
proibição. Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente
automobilístico com vítima, na pendência do respectivo
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado procedimento policial preparatório, inquérito policial ou
que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a
293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
pública, de corrida, disputa ou competição automobilística
ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que
manobra de veículo automotor, não autorizada pela não iniciados, quando da inovação, o procedimento
autoridade competente, gerando situação de risco à preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.
incolumidade pública ou privada:
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a substituição de pena privativa de liberdade por pena
habilitação para dirigir ve ícu lo automotor. restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço
à comunidade ou a entidades públicas, em uma das
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão seguintes atividades:
corporal de natureza grave, e as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos
assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade corpos de bombeiros e em outras unidades móveis
é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
outras penas previstas neste artigo.
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e
e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o politraumatizados;
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa
de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na
prejuízo das outras penas previstas neste artigo. recuperação de acidentados de trânsito;

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento
devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito.
cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
CAPÍTULO XX
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos
ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por membros do CONTRAN no prazo de sessenta dias da
seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, publicação deste Código.
não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. dias a partir da publicação deste Código para expedir as

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resoluções necessárias à sua melhor execução, bem como receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito e
revisar todas as resoluções anteriores à sua publicação, sua destinação.
dando prioridade àquelas que visam a diminuir o número de
acidentes e a assegurar a proteção de pedestres. Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de
Trânsito poderão integrar-se para a ampliação e o
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes até aprimoramento da fiscalização de trânsito, inclusive por
a data de publicação deste Código, continuam em vigor meio do compartilhamento da receita arrecadada com a
naquilo em que não conflitem com ele. cobrança das multas de trânsito.

Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante Art. 321. (VETADO)


proposta do CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e
quarenta dias contado da publicação, estabelecer o currículo Art. 322. (VETADO)
com conteúdo programático relativo à segurança e à
educação de trânsito, a fim de atender o disposto neste Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a
Código. metodologia de aferição de peso de veículos, estabelecendo
percentuais de tolerância, sendo durante este período
Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do suspensa a vigência das penalidades previstas no inciso V do
parágrafo único do art. 281 só entrará em vigor após art. 231, aplicando-se a penalidade de vinte UFIR por
duzentos e quarenta dias contados da publicação desta Lei. duzentos quilogramas ou fração de excesso.

Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere este
de até um ano para a adaptação dos veículos de condução artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles
de escolares e de aprendizagem às normas do inciso III do estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de novembro de 1985.
art. 136 e art. 154, respectivamente.
Art. 324. (VETADO)
Art. 318. (VETADO)
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo mínimo, 5 (cinco) anos os documentos relativos à habilitação
CONTRAN, continua em vigor o disposto no art. 92 do de condutores, ao registro e ao licenciamento de veículos e
Regulamento do Código Nacional de Trânsito - Decreto nº aos autos de infração de trânsito.
62.127, de 16 de janeiro de 1968.
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser
Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste Código gerados e tramitados eletronicamente, bem como
poderão ser corrigidos monetariamente pelo Contran, arquivados e armazenados em meio digital, desde que
respeitado o limite da variação do Índice Nacional de Preços assegurada a autenticidade, a fidedignidade, a confiabilidade
ao Consumidor Amplo (IPCA) no exercício anterior. e a segurança das informações, e serão válidos para todos os
efeitos legais, sendo dispensada, nesse caso, a sua guarda
Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do disposto física.
no caput serão divulgados pelo Contran com, no mínimo, 90
(noventa) dias de antecedência de sua aplicação. § 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, o
arquivamento, o armazenamento e a eliminação de
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de documentos eletrônicos e físicos gerados em decorrência da
trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, aplicação das disposições deste Código.
engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização
e educação de trânsito. § 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema deverá
ser certificado digitalmente, atendidos os requisitos de
§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das multas de autenticidade, integridade, validade jurídica e
trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas
conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e Brasileira (ICP-Brasil).
educação de trânsito.
Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada
§ 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na anualmente no período compreendido entre 18 e 25 de
rede mundial de computadores (internet), dados sobre a setembro.

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Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Nacional § 8o O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia
de Trânsito, no que se refere à política de segurança no Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional de
trânsito, deverá voltar-se prioritariamente para o Trânsito, definirá as fórmulas para apuração dos índices de
cumprimento de metas anuais de redução de índice de que trata este artigo, assim como a metodologia para a
mortos por grupo de veículos e de índice de mortos por coleta e o tratamento dos dados estatísticos necessários
grupo de habitantes, ambos apurados por Estado e por ano, para a composição dos termos das fórmulas.
detalhando-se os dados levantados e as ações realizadas por
vias federais, estaduais e municipais. § 9o Os dados estatísticos coletados em cada Estado e no
Distrito Federal serão tratados e consolidados pelo
§ 1o O objetivo geral do estabelecimento de metas é, ao final respectivo órgão ou entidade executivos de trânsito, que os
do prazo de dez anos, reduzir à metade, no mínimo, o índice repassará ao órgão máximo executivo de trânsito da União
nacional de mortos por grupo de veículos e o índice nacional até o dia 1o de março, por meio do sistema de registro
de mortos por grupo de habitantes, relativamente aos nacional de acidentes e estatísticas de trânsito.
índices apurados no ano da entrada em vigor da lei que cria
o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo órgão
(Pnatrans). ou entidade executivos de trânsito do Estado ou do Distrito
Federal compreendem os coletados naquela
§ 2o As metas expressam a diferença a menor, em base circunscrição:
percentual, entre os índices mais recentes, oficialmente
apurados, e os índices que se pretende alcançar. I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo
rodoviário da União;
§ 3o A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá as
respectivas margens de tolerância. II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade executivos
rodoviários do Estado ou do Distrito Federal;
§ 4o As metas serão fixadas pelo Contran para cada um dos
Estados da Federação e para o Distrito Federal, mediante III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e pelos
propostas fundamentadas dos Cetran, do Contrandife e do órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
Departamento de Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das Municípios.
respectivas circunscrições.
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o Distrito
§ 5o Antes de submeterem as propostas ao Contran, os Federal, será feito pelo órgão máximo executivo de trânsito
Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia da União, ouvidos o Departamento de Polícia Rodoviária
Rodoviária Federal realizarão consulta ou audiência pública Federal e demais órgãos do Sistema Nacional de
para manifestação da sociedade sobre as metas a serem Trânsito.
propostas.
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia 31
§ 6o As propostas dos Cetran, do Contrandife e do de março de cada ano.
Departamento de Polícia Rodoviária Federal serão
encaminhadas ao Contran até o dia 1o de agosto de cada
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no decorrer do
ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito do
ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife poderão
cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e de
recomendar aos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito
exposição de ações, projetos ou programas, com os
alterações nas ações, projetos e programas em
respectivos orçamentos, por meio dos quais se pretende
desenvolvimento ou previstos, com o fim de atingir as metas
cumprir as metas propostas para o ano seguinte.
fixadas para cada um dos Estados e para o Distrito
Federal.
§ 7o As metas fixadas serão divulgadas em setembro,
durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o
14. A partir da análise de desempenho a que se refere o §
desempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do
7o deste artigo, o Contran elaborará e divulgará, também
Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes no ano
durante a Semana Nacional de Trânsito:
anterior, detalhados os dados levantados e as ações
realizadas por vias federais, estaduais e municipais, devendo
tais informações permanecer à disposição do público na rede I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Distrito
mundial de computadores, em sítio eletrônico do órgão Federal, uma referente ao ano analisado e outra que
máximo executivo de trânsito da União.

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considere a evolução do desempenho dos Estados e do II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10;
Distrito Federal desde o início das análises;
III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de crédito
II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo geral do com garantia real, segundo a ordem de preferência
estabelecimento de metas previsto no § 1o deste estabelecida no art. 186 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de
artigo. 1966 (Código Tributário Nacional);

Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade responsável
poderão ser fabricados e licenciados veículos que obedeçam pelo leilão;
aos limites de peso e dimensões fixados na forma desta Lei,
ressalvados os que vierem a ser regulamentados pelo V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do
CONTRAN. Sistema Nacional de Trânsito, segundo a ordem cronológica;
e
Parágrafo único. (VETADO)
VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título legal.
e não reclamado por seu proprietário dentro do prazo de
sessenta dias, contado da data de recolhimento, será § 7o Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os
avaliado e levado a leilão, a ser realizado preferencialmente débitos incidentes sobre o veículo, a situação será
por meio eletrônico. comunicada aos credores.

§ 1o Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser


§ 8o Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados do
iniciada após trinta dias, contados da data de recolhimento
leilão previamente para que formalizem a desvinculação dos
do veículo, o qual será classificado em duas categorias:
ônus incidentes sobre o veículo no prazo máximo de dez
dias.
I – conservado, quando apresenta condições de segurança
para trafegar; e
§ 9o Os débitos incidentes sobre o veículo antes da alienação
administrativa ficam dele automaticamente desvinculados,
II – sucata, quando não está apto a trafegar. sem prejuízo da cobrança contra o proprietário anterior.

§ 2o Se não houver oferta igual ou superior ao valor da § 10. Aplica-se o disposto no § 9o inclusive ao débito relativo
avaliação, o lote será incluído no leilão seguinte, quando será a tributo cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil,
arrematado pelo maior lance, desde que por valor não a posse, a circulação ou o licenciamento de veículo.
inferior a cinquenta por cento do avaliado.
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veículo,
§ 3o Mesmo classificado como conservado, o veículo que for por qualquer meio, os débitos serão novamente vinculados
levado a leilão por duas vezes e não for arrematado será ao bem, aplicando-se, nesse caso, o disposto nos §§ 1o, 2o e
leiloado como sucata. 3o do art. 271.

§ 4o É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata à § 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será
circulação. depositado em conta específica do órgão responsável pela
realização do leilão e ficará à disposição do antigo
§ 5o A cobrança das despesas com estada no depósito será proprietário, devendo ser expedida notificação a ele, no
limitada ao prazo de seis meses. máximo em trinta dias após a realização do leilão, para o
levantamento do valor no prazo de cinco anos, após os quais
§ 6o Os valores arrecadados em leilão deverão ser utilizados o valor será transferido, definitivamente, para o fundo a que
para custeio da realização do leilão, dividindo-se os custos se refere o parágrafo único do art. 320.
entre os veículos arrematados, proporcionalmente ao valor
da arrematação, e destinando-se os valores remanescentes, § 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao
na seguinte ordem, para: animal recolhido, a qualquer título, e não reclamado por seu
proprietário no prazo de sessenta dias, a contar da data de
I – as despesas com remoção e estada; recolhimento, conforme regulamentação do
CONTRAN.

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§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou I - data de entrada do veículo no estabelecimento;


judicial sobre o prontuário do veículo, a autoridade
responsável pela restrição será notificada para a retirada do II - nome, endereço e identidade do proprietário ou
bem do depósito, mediante a quitação das despesas com vendedor;
remoção e estada, ou para a autorização do leilão nos termos
deste artigo. III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;

§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da IV - nome, endereço e identidade do comprador;


notificação de que trata o § 14, não houver manifestação da
autoridade responsável pela restrição judicial ou policial,
V - características do veículo constantes do seu certificado de
estará o órgão de trânsito autorizado a promover o leilão do
registro;
veículo nos termos deste artigo.
VI - número da placa de experiência.
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens
automotores que se encontrarem nos depósitos há mais de
§ 2º Os livros terão suas páginas numeradas
1 (um) ano poderão ser destinados à reciclagem,
tipograficamente e serão encadernados ou em folhas soltas,
independentemente da existência de restrições sobre o
veículo. sendo que, no primeiro caso, conterão termo de abertura e
encerramento lavrados pelo proprietário e rubricados pela
repartição de trânsito, enquanto, no segundo, todas as
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do § 16
folhas serão autenticadas pela repartição de trânsito.
será realizado por lote de tonelagem de material ferroso,
observando-se, no que couber, o disposto neste artigo,
§ 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos
condicionando-se a entrega do material arrematado aos
referidos neste artigo registrar-se-ão no mesmo dia em que
procedimentos necessários à descaracterização total do bem
se verificarem assinaladas, inclusive, as horas a elas
e à destinação exclusiva, ambientalmente adequada, à
correspondentes, podendo os veículos irregulares lá
reciclagem siderúrgica, vedado qualquer aproveitamento de
peças e partes. encontrados ou suas sucatas ser apreendidos ou retidos para
sua completa regularização.
§ 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados,
§ 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais
adulterados ou estrangeiros, bem como aqueles sem
possibilidade de regularização perante o órgão de trânsito, terão acesso aos livros sempre que o solicitarem, não
podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimento.
serão destinados à reciclagem, independentemente do
período em que estejam em depósito, respeitado o prazo
previsto no caput deste artigo, sempre que a autoridade § 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao
responsável pelo leilão julgar ser essa a medida realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas com a
apropriada. multa prevista para as infrações gravíssimas, independente
das demais cominações legais cabíveis.
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os arts.
135 e 136, para exercerem suas atividades, deverão § 6o Os livros previstos neste artigo poderão ser substituídos
apresentar, previamente, certidão negativa do registro de por sistema eletrônico, na forma regulamentada pelo
distribuição criminal relativamente aos crimes de homicídio, Contran.
roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a cada
cinco anos, junto ao órgão responsável pela respectiva Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que
concessão ou autorização. passarão a integrar os colegiados destinados ao julgamento
dos recursos administrativos previstos na Seção II do
Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas Capítulo XVIII deste Código, o julgamento dos recursos ficará
ou recuperação de veículos e os que comprem, vendam ou a cargo dos órgãos ora existentes.
desmontem veículos, usados ou não, são obrigados a possuir
livros de registro de seu movimento de entrada e saída e de Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema
uso de placas de experiência, conforme modelos aprovados Nacional de Trânsito proporcionarão aos membros do
e rubricados pelos órgãos de trânsito. CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas as
facilidades para o cumprimento de sua missão, fornecendo-
§ 1º Os livros indicarão: lhes as informações que solicitarem, permitindo-lhes
inspecionar a execução de quaisquer serviços e deverão
atender prontamente suas requisições.

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Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte dias Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de
após a nomeação de seus membros, as disposições previstas setembro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, de
nos arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas pelos órgãos e 10 de novembro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de
entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários 1974, 6.308, de 15 de dezembro de 1975, 6.369, de 27 de
para exercerem suas competências. outubro de 1976, 6.731, de 4 de dezembro de 1979, 7.031,
de 20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 de dezembro de
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão 1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11
prazo de um ano, após a edição das normas, para se do Decreto-lei nº 237, de 28 de fevereiro de 1967, e
adequarem às novas disposições estabelecidas pelo os Decretos-leis nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2
CONTRAN, conforme disposto neste artigo. de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.

§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da Independência e
exercerão as competências previstas neste Código em 109º da República.
cumprimento às exigências estabelecidas pelo CONTRAN,
conforme disposto neste artigo, acompanhados pelo FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
respectivo CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou Iris Rezende
CONTRAN, se órgão ou entidade estadual, do Distrito Federal Eliseu Padilha
ou da União, passando a integrar o Sistema Nacional de
Trânsito.
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE
Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser
homologadas pelo órgão ou entidade competente no prazo
1990.
de um ano, a partir da publicação deste Código, devendo ser
retiradas em caso contrário. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras
providências.
Art. 335. (VETADO)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo
II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de trezentos e TÍTULO I
sessenta dias da publicação desta Lei, após a manifestação Dos Direitos do Consumidor
da Câmara Temática de Engenharia, de Vias e Veículos e CAPÍTULO I
obedecidos os padrões internacionais. Disposições Gerais

Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
Estados e Municípios que os compõem e, o CONTRANDIFE, defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social,
do Distrito Federal. nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições
Transitórias.
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e
fabricantes, ao comerciarem veículos automotores de Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que
qualquer categoria e ciclos, são obrigados a fornecer, no ato adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
da comercialização do respectivo veículo, manual contendo
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
normas de circulação, infrações, penalidades, direção
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas
defensiva, primeiros socorros e Anexos do Código de
relações de consumo.
Trânsito Brasileiro.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
especial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro reais), em favor montagem, criação, construção, transformação, importação,
do ministério ou órgão a que couber a coordenação máxima exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
do Sistema Nacional de Trânsito, para atender as despesas prestação de serviços.
decorrentes da implantação deste Código. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial.
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias após
a data de sua publicação. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza

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bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do


decorrentes das relações de caráter trabalhista. Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
CAPÍTULO II III - criação de delegacias de polícia especializadas no
Da Política Nacional de Relações de Consumo atendimento de consumidores vítimas de infrações penais
de consumo;
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas
o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de Especializadas para a solução de litígios de consumo;
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
vida, bem como a transparência e harmonia das relações de
Associações de Defesa do Consumidor.
consumo, atendidos os seguintes princípios:
§ 1° (Vetado).
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no
mercado de consumo; § 2º (Vetado).
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente CAPÍTULO III
o consumidor: Dos Direitos Básicos do Consumidor
a) por iniciativa direta; Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
representativas; provocados por práticas no fornecimento de produtos e
serviços considerados perigosos ou nocivos;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a
adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
igualdade nas contratações;
desempenho.
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
III - harmonização dos interesses dos participantes das
produtos e serviços, com especificação correta de
relações de consumo e compatibilização da proteção do
quantidade, características, composição, qualidade, tributos
consumidor com a necessidade de desenvolvimento
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
apresentem;
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da
Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,
fornecimento de produtos e serviços;
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do
mercado de consumo; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios
fatos supervenientes que as tornem excessivamente
eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos
onerosas;
e serviços, assim como de mecanismos alternativos de
solução de conflitos de consumo; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos
praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
desleal e utilização indevida de inventos e criações vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e
industriais das marcas e nomes comerciais e signos morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
VIII - estudo constante das modificações do mercado de
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
consumo.
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de de experiências;
Consumo, contará o poder público com os seguintes
IX - (Vetado);
instrumentos, entre outros:
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita
geral.
para o consumidor carente;

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Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo
do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às
deficiência, observado o disposto em regulamento. expensas do fornecedor do produto ou serviço.
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
decorrentes de tratados ou convenções internacionais de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos
que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
de regulamentos expedidos pelas autoridades Municípios deverão informá-los a respeito.
administrativas competentes, bem como dos que derivem
Art. 11. (Vetado).
dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e
eqüidade. SEÇÃO II
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos
responderão solidariamente pela reparação dos danos Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
previstos nas normas de consumo. estrangeiro, e o importador respondem,
independentemente da existência de culpa, pela reparação
CAPÍTULO IV
dos danos causados aos consumidores por defeitos
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem,
Reparação dos Danos
fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento
SEÇÃO I de seus produtos, bem como por informações insuficientes
Da Proteção à Saúde e Segurança ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos que dele legitimamente se espera, levando-se em
consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os
I - sua apresentação;
fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito. II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante III - a época em que foi colocado em circulação.
cabe prestar as informações a que se refere este artigo,
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de
através de impressos apropriados que devam acompanhar o
outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
produto.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e
não será responsabilizado quando provar:
utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou
serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e I - que não colocou o produto no mercado;
informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o
caso, sobre o risco de contaminação.
defeito inexiste;
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar,
de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos
nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de do artigo anterior, quando:
outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de puderem ser identificados;
consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu
apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à
fabricante, produtor, construtor ou importador;
saúde ou segurança.
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que,
posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao
tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os
deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades demais responsáveis, segundo sua participação na causação
competentes e aos consumidores, mediante anúncios do evento danoso.
publicitários.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos

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à prestação dos serviços, bem como por informações convencionada em separado, por meio de manifestação
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. expressa do consumidor.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder
comprometer a qualidade ou características do produto,
I - o modo de seu fornecimento;
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
esperam;
do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do
III - a época em que foi fornecido. bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca
ou modelo diversos, mediante complementação ou
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do
novas técnicas.
disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será
quando provar:
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato,
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; exceto quando identificado claramente seu produtor.
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. § 6° São impróprios ao uso e consumo:
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
apurada mediante a verificação de culpa.
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados,
Art. 15. (Vetado). avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à
vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo
Art. 16. (Vetado).
com as normas regulamentares de fabricação, distribuição
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos ou apresentação;
consumidores todas as vítimas do evento.
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
SEÇÃO III inadequados ao fim a que se destinam.
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as
ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido
qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou for inferior às indicações constantes do recipiente, da
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária,
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da escolha:
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária,
I - o abatimento proporcional do preço;
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
podendo o consumidor exigir a substituição das partes II - complementação do peso ou medida;
viciadas.
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
escolha:
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo
em perfeitas condições de uso;
anterior.
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver
III - o abatimento proporcional do preço. aferido segundo os padrões oficiais.
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes
inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser disparidade com as indicações constantes da oferta ou

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mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
alternativamente e à sua escolha: fácil constatação caduca em:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
cabível; produtos não duráveis;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; de produtos duráveis.
III - o abatimento proporcional do preço. § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da
entrega efetiva do produto ou do término da execução dos
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
serviços.
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do
fornecedor. § 2° Obstam a decadência:
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados I - a reclamação comprovadamente formulada pelo
para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até
aqueles que não atendam as normas regulamentares de a resposta negativa correspondente, que deve ser
estabilidade. transmitida de forma inequívoca;
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por II - (Vetado).
objetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
implícita a obrigação do fornecedor de empregar
componentes de reposição originais adequados e novos, ou § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-
que mantenham as especificações técnicas do fabricante, se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação
do consumidor.
pelos danos causados por fato do produto ou do serviço
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
Parágrafo único. (Vetado).
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
essenciais, contínuos. SEÇÃO V
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os da sociedade quando, em detrimento do consumidor,
danos causados, na forma prevista neste código. houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei,
fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
social. A desconsideração também será efetivada quando
qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o
houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
exime de responsabilidade.
inatividade da pessoa jurídica provocados por má
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço administração.
independe de termo expresso, vedada a exoneração
§ 1° (Vetado).
contratual do fornecedor.
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis
impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar
pelas obrigações decorrentes deste código.
prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
dano, todos responderão solidariamente pela reparação
prevista nesta e nas seções anteriores. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis sempre que sua personalidade for, de alguma forma,
solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
realizou a incorporação. consumidores.
SEÇÃO IV CAPÍTULO V
Da Decadência e da Prescrição Das Práticas Comerciais

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SEÇÃO I SEÇÃO III


Das Disposições Gerais Da Publicidade
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam- Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
expostas às práticas nele previstas.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus
SEÇÃO II produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para
Da Oferta informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, e
científicos que dão sustentação à mensagem.
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente
precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou
ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente
dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão,
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da
devem assegurar informações corretas, claras, precisas, natureza, características, qualidade, quantidade,
ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos produtos e serviços.
de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
os riscos que apresentam à saúde e segurança dos
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo
consumidores.
ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou
nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de
gravadas de forma indelével. forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa
oferta de componentes e peças de reposição enquanto não por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial
cessar a fabricação ou importação do produto. do produto ou serviço.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a § 4° (Vetado).
oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da
forma da lei.
informação ou comunicação publicitária cabe a quem as
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou patrocina.
reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
SEÇÃO IV
endereço na embalagem, publicidade e em todos os
Das Práticas Abusivas
impressos utilizados na transação comercial.
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços
dentre outras práticas abusivas:
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor
que a origina. I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
justa causa, a limites quantitativos;
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes
autônomos. II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda,
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
de conformidade com os usos e costumes;
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o
consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
oferta, apresentação ou publicidade; IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
equivalente;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
excessiva;
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a
perdas e danos.

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VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento pena de não o fazendo, responderem pela restituição da
e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada,
decorrentes de práticas anteriores entre as partes; podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento
do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato
praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; SEÇÃO V
Da Cobrança de Dívidas
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer
existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou tipo de constrangimento ou ameaça.
outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro
(Conmetro);
do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos
pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação
apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o
regulados em leis especiais;
endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica –
CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da
conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
SEÇÃO VI
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86,
exclusivo critério.
terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas,
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre
contratualmente estabelecido. ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser
de serviços de um número maior de consumidores que o objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil
fixado pela autoridade administrativa como máximo. compreensão, não podendo conter informações negativas
referentes a período superior a cinco anos.
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos
remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista § 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais
no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao
obrigação de pagamento. consumidor, quando não solicitada por ele.
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos
consumidor orçamento prévio discriminando o valor da seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção,
mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis,
empregados, as condições de pagamento, bem como as comunicar a alteração aos eventuais destinatários das
datas de início e término dos serviços. informações incorretas.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a
validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento consumidores, os serviços de proteção ao crédito e
pelo consumidor. congêneres são considerados entidades de caráter público.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga § 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos
os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos
negociação das partes. Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que
possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou
aos fornecedores.
acréscimos decorrentes da contratação de serviços de
terceiros não previstos no orçamento prévio. § 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do
sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços,
consumidor.
os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob

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Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor SEÇÃO II


manterão cadastros atualizados de reclamações Das Cláusulas Abusivas
fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços,
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços
indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo
que:
fornecedor.
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para
do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos
orientação e consulta por qualquer interessado.
e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos.
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor
regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
do art. 22 deste código. situações justificáveis;
Art. 45. (Vetado). II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
quantia já paga, nos casos previstos neste código;
CAPÍTULO VI
Da Proteção Contratual III - transfiram responsabilidades a terceiros;
SEÇÃO I IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
Disposições Gerais que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo
não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a V - (Vetado);
oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos
consumidor;
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e
alcance. VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de VIII - imponham representante para concluir ou realizar
maneira mais favorável ao consumidor. outro negócio jurídico pelo consumidor;
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de contrato, embora obrigando o consumidor;
consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
variação do preço de maneira unilateral;
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao
do produto ou serviço, sempre que a contratação de
consumidor;
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de
domicílio. cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja
conferido contra o fornecedor;
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de
arrependimento previsto neste artigo, os valores XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
atualizados.
ambientais;
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao
conferida mediante termo escrito.
consumidor;
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por
ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que
benfeitorias necessárias.
consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o
lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente que:
preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento,
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a
acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso
que pertence;
do produto em linguagem didática, com ilustrações.

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II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão
à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou expressos em moeda corrente nacional.
equilíbrio contratual;
SEÇÃO III
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, Dos Contratos de Adesão
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao
sido aprovadas pela autoridade competente ou
caso.
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar modificar substancialmente seu conteúdo.
dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a
qualquer das partes.
natureza de adesão do contrato.
§ 3° (Vetado).
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória,
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor,
represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em
contratual que contrarie o disposto neste código ou de
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos
tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo
e obrigações das partes.
a facilitar sua compreensão pelo consumidor.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do
envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento
consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo
ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros
sua imediata e fácil compreensão.
requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
§ 5° (Vetado)
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
CAPÍTULO VII
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
Das Sanções Administrativas
juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
IV - número e periodicidade das prestações; concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação
administrativa, baixarão normas relativas à produção,
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
industrialização, distribuição e consumo de produtos e
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de serviços.
obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
por cento do valor da prestação.
fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização,
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o
débito, total ou parcialmente, mediante redução mercado de consumo, no interesse da preservação da vida,
proporcional dos juros e demais acréscimos. da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do
consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.
§ 3º (Vetado).
§ 2° (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou
imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o
pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das mercado de consumo manterão comissões permanentes
prestações pagas em benefício do credor que, em razão do para elaboração, revisão e atualização das normas referidas
inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a no § 1°, sendo obrigatória a participação dos consumidores
retomada do produto alienado. e fornecedores.
§ 1° (Vetado). § 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos
fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos
informações sobre questões de interesse do consumidor,
duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas
resguardado o segredo industrial.
quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da
vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor
que o desistente ou inadimplente causar ao grupo. ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções

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administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e § 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à
das definidas em normas específicas: concessionária de serviço público, quando violar obrigação
legal ou contratual.
I - multa;
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada
II - apreensão do produto;
sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a
III - inutilização do produto; cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão § 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição
competente; de penalidade administrativa, não haverá reincidência até o
trânsito em julgado da sentença.
V - proibição de fabricação do produto;
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade
VII - suspensão temporária de atividade; enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus
parágrafos, sempre às expensas do infrator.
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
mesma forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz
ou de atividade; de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
XI - intervenção administrativa; § 2° (Vetado)
XII - imposição de contrapropaganda. § 3° (Vetado).
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão
aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua TÍTULO II
atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, Das Infrações Penais
inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de
procedimento administrativo. Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo
previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos
gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição seguintes.
econômica do fornecedor, será aplicada mediante
procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de
Art. 62. (Vetado).
que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores
cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais
de proteção ao consumidor nos demais casos. Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a
nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens,
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a nos invólucros, recipientes ou publicidade:
duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da
Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
que venha a substituí-lo.
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, § 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar,
de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a
fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro periculosidade do serviço a ser prestado.
do produto e revogação da concessão ou permissão de uso
serão aplicadas pela administração, mediante procedimento § 2° Se o crime é culposo:
administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem
constatados vícios de quantidade ou de qualidade por Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
inadequação ou insegurança do produto ou serviço.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos
interdição e de suspensão temporária da atividade, bem consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos
como a de intervenção administrativa, serão aplicadas cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no
mediante procedimento administrativo, assegurada ampla mercado:
defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das
infrações de maior gravidade previstas neste código e na Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
legislação de consumo.

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Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento
de retirar do mercado, imediatamente quando determinado que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou
pela autoridade competente, os produtos nocivos ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
perigosos, na forma deste artigo.
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade,
contrariando determinação de autoridade competente: Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às
informações que sobre ele constem em cadastros, banco de
Detenção de seis meses a dois anos e multa. dados, fichas e registros:

§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
correspondentes à lesão corporal e à morte.
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
também caracteriza o crime previsto no caput deste consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas
artigo. ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
informação relevante sobre a natureza, característica,
qualidade, quantidade, segurança, desempenho, Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: garantia adequadamente preenchido e com especificação
clara de seu conteúdo;
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
§ 2º Se o crime é culposo; referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na
medida de sua culpabilidade, bem como o diretor,
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover,
permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições
saber ser enganosa ou abusiva:
por ele proibidas.
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados
neste código:
Parágrafo único. (Vetado).
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
por ocasião de calamidade;
saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
IV - quando cometidos:
científicos que dão base à publicidade:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
econômico-social seja manifestamente superior à da vítima;
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de
componentes de reposição usados, sem autorização do
dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras
consumidor:
de deficiência mental interditadas ou não;
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
essenciais .
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas

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Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para
em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
disposto no art. 60, §1° do Código Penal. relação jurídica base;

Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, entendidos os decorrentes de origem comum.
observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são
I - a interdição temporária de direitos; legitimados concorrentemente:

II - a publicação em órgãos de comunicação de grande I - o Ministério Público,


circulação ou audiência, às expensas do condenado, de
notícia sobre os fatos e a condenação; II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;

III - a prestação de serviços à comunidade. III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este ou indireta, ainda que sem personalidade
código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir jurídica, especificamente destinados à defesa dos
o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus interesses e direitos protegidos por este código;
do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha
a substituí-lo. IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica dos interesses e direitos protegidos por este código,
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: dispensada a autorização assemble ar.

a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado
pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes,
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos bem jurídico a ser protegido.
neste código, bem como a outros crimes e contravenções
que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como § 2° (Vetado).
assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados
no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado § 3° (Vetado).
propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for
oferecida no prazo legal. Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
este código são admissíveis todas as espécies de ações
TÍTULO III capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Da Defesa do Consumidor em Juízo
CAPÍTULO I Parágrafo único. (Vetado).
Disposições Gerais
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos e das vítimas obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título específica da obrigação ou determinará providências que
coletivo. assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se
tratar de: § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente
será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para tutela específica ou a obtenção do resultado prático
efeitos deste código, os transindividuais, de natureza correspondente.
indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
ligadas por circunstâncias de fato;

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§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto
da multa (art. 287, do Código de Processo Civil). nos artigos seguintes.

§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito sempre como fiscal da lei.
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação
prévia, citado o réu. Parágrafo único. (Vetado).

§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, competente para a causa a justiça local:
se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
prazo razoável para o cumprimento do preceito. I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano,
quando de âmbito local;
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado
prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal,
necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se
e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade as regras do Código de Processo Civil aos casos de
nociva, além de requisição de força policial. competência concorrente.
Art. 85. (Vetado). Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão
oficial, a fim de que os interessados possam intervir no
Art. 86. (Vetado). processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não órgãos de defesa do consumidor.
haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação
associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos
de advogados, custas e despesas processuais. causados.

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação Art. 96. (Vetado).


autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação
serão solidariamente condenados em honorários Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos
responsabilidade por perdas e danos. legitimados de que trata o art. 82.

Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, Parágrafo único. (Vetado).
a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo
autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida
mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as
vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em
Art. 89. (Vetado)
sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de
outras execuções.
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas
do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho § 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das
de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência
que não contrariar suas disposições. ou não do trânsito em julgado.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
CAPÍTULO II
Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no
Individuais Homogêneos caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de
em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de
sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais

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resultantes do mesmo evento danoso, estas terão I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente
preferência no pagamento. por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer
legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a
fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso
destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei
I do parágrafo único do art. 81;
n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto
pendentes de decisão de segundo grau as ações de II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos
patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese
responder pela integralidade das dívidas. prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
interessados em número compatível com a gravidade do para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na
dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
liquidação e execução da indenização devida.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes
para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
1985.
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de
CAPÍTULO III improcedência do pedido, os interessados que não tiverem
Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de intervindo no processo como litisconsortes poderão propor
Produtos e Serviços ação de indenização a título individual.
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos
pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido,
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96
integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do a 99.
Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença
pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de
penal condenatória.
Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o
síndico será intimado a informar a existência de seguro de Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do
responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para
ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga
segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo
Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio anterior não beneficiarão os autores das ações individuais,
obrigatório com este. se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a
contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código
poderão propor ação visando compelir o Poder Público TÍTULO IV
competente a proibir, em todo o território nacional, a Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determinar
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do
a alteração na composição, estrutura, fórmula ou
Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do
acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular
Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de
se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à
defesa do consumidor.
incolumidade pessoal.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do
§ 1° (Vetado).
Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico
§ 2° (Vetado) (MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo
de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa
CAPÍTULO IV
do Consumidor, cabendo-lhe:
Da Coisa Julgada
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a
nacional de proteção ao consumidor;
sentença fará coisa julgada:

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II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, § 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que
denúncias ou sugestões apresentadas por entidades se desligar da entidade em data posterior ao registro do
representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou instrumento.
privado;
Art. 108. (Vetado).
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre
TÍTULO VI
seus direitos e garantias;
Disposições Finais
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através
Art. 109. (Vetado).
dos diferentes meios de comunicação;
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito
n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
policial para a apreciação de delito contra os consumidores,
nos termos da legislação vigente; "IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
VI - representar ao Ministério Público competente para fins Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho
de adoção de medidas processuais no âmbito de suas de 1985, passa a ter a seguinte redação:
atribuições;
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico,
infrações de ordem administrativa que violarem os estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer
interesses difusos, coletivos, ou individuais dos outro interesse difuso ou coletivo".
consumidores;
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, 1985, passa a ter a seguinte redação:
Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar
"§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
a fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
segurança de bens e serviços;
legitimado assumirá a titularidade ativa".
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º.
programas especiais, a formação de entidades de defesa do
da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
consumidor pela população e pelos órgãos públicos
estaduais e municipais; "§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado
X - (Vetado).
pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
XI - (Vetado). do bem jurídico a ser protegido.
XII - (Vetado) § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os
Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas
Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta
finalidades.
lei.
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta
solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória
às exigências legais, mediante combinações, que terá
especialização técnico-científica.
eficácia de título executivo extrajudicial".
TÍTULO V
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
Da Convenção Coletiva de Consumo
passa a ter a seguinte redação:
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe
podem regular, por convenção escrita, relações de consumo
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao
facultada igual iniciativa aos demais legitimados".
preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características
de produtos e serviços, bem como à reclamação e Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24
composição do conflito de consumo. de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o
caput, com a seguinte redação:
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro
do instrumento no cartório de títulos e documentos. “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a
associação autora e os diretores responsáveis pela
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades
propositura da ação serão solidariamente condenados em
signatárias.

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honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem II - (revogado);


prejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.
III - (revogado);
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
de 24 de julho de 1985:
IV - (revogado);
"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais V - (revogado);
e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação
autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de VI - (revogado);
advogado, custas e despesas processuais".
VII - (revogado);
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de
1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes: VIII - (revogado).
"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou
Defesa do Consumidor".
dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e provenientes de infração penal:
oitenta dias a contar de sua publicação.
I - os converte em ativos lícitos;
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em
102° da República. garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
FERNANDO COLLOR
III - importa ou exporta bens com valores não
Bernardo Cabral
correspondentes aos verdadeiros.
Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens,
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. direitos ou valores provenientes de infração penal;

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo


LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
conhecimento de que sua atividade principal ou secundária
Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema
financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único
de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras do art. 14 do Código Penal.
providências.
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser
CAPÍTULO I cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao
juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe
Valores colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes,
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do
ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime.
infração penal.
CAPÍTULO II
I - (revogado); Disposições Processuais Especiais

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Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
Lei: decorrentes da infração penal.

I – obedecem às disposições relativas ao procedimento § 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o
comum dos crimes punidos com reclusão, da competência comparecimento pessoal do acusado ou de interposta
do juiz singular; pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz
determinar a prática de atos necessários à conservação de
II - independem do processo e julgamento das infrações bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no §
penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, 1o.
cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta
Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento; § 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre
bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente
III - são da competência da Justiça Federal: da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou
para pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços Art. 4o-A. A alienação antecipada para preservação de valor
ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a
empresas públicas; requerimento do Ministério Público ou por solicitação da
parte interessada, mediante petição autônoma, que será
b) quando a infração penal antecedente for de competência autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em
da Justiça Federal. separado em relação ao processo principal.

§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da § 1o O requerimento de alienação deverá conter a relação
existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os de todos os demais bens, com a descrição e a especificação
fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de cada um deles, e informações sobre quem os detém e
de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
antecedente. 2012)

§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica § 2o O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de apartados, e intimará o Ministério Público. (Incluído pela Lei
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o nº 12.683, de 2012)
acusado que não comparecer nem constituir advogado ser
citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com § 3o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
a nomeação de defensor dativo. sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o
valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em
leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não
Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da
ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo
indícios suficientes de infração penal, poderá decretar § 4o Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada
medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do em conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte
investigado ou acusado, ou existentes em nome de disciplina: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou
proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações I - nos processos de competência da Justiça Federal e da
penais antecedentes. Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de
2012)
§ 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação
do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal
grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver ou em instituição financeira pública, mediante documento
dificuldade para sua manutenção. adequado para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683,
de 2012)
§ 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens,
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica
origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e Federal ou por outra instituição financeira pública para a
valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de

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qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas;


e III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90
(noventa) dias após o trânsito em julgado da sentença
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de
instituição financeira pública serão debitados à Conta Única boa-fé.
do Tesouro Nacional, em subconta de restituição;
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste
II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se
o saldo na conta única do respectivo ente.
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira
designada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado § 12. O juiz determinará ao registro público competente que
ou, na sua ausência, em instituição financeira pública da emita documento de habilitação à circulação e utilização dos
União; bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se
refere o caput deste artigo.
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada
Estado, na forma da respectiva legislação. § 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de
bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de
§ 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e
depósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos à
na ação penal, será: disciplina definida em lei específica.

I - em caso de sentença condenatória, nos processos de Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas
competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser
Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a
União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, sua execução imediata puder comprometer as investigações.
incorporado ao patrimônio do Estado respectivo;
Art. 5o Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz,
II - em caso de sentença absolutória extintiva de ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou
punibilidade, colocado à disposição do réu pela instituição jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos
financeira, acrescido da remuneração da conta judicial. ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante
termo de compromisso.
§ 6o A instituição financeira depositária manterá controle
dos valores depositados ou devolvidos.
Art. 6o A pessoa responsável pela administração dos bens:
§ 7o Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será
tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem satisfeita com o produto dos bens objeto da administração;
prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência de
cada ente da Federação, venham a desonerar bens sob II - prestará, por determinação judicial, informações
constrição judicial daqueles ônus. periódicas da situação dos bens sob sua administração, bem
§ 8o Feito o depósito a que se refere o § 4 o deste artigo, os como explicações e detalhamentos sobre investimentos e
autos da alienação serão apensados aos do processo reinvestimentos realizados.
principal.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens
§ 9o Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao
contra as decisões proferidas no curso do procedimento conhecimento do Ministério Público, que requererá o que
previsto neste artigo. entender cabível.
CAPÍTULO III
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal Dos Efeitos da Condenação
condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso,
da União ou do Estado: Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no
Código Penal:
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e
da fiança: I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos
daqueles aos quais não foi dada destinação prévia; e e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática

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dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11
para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter
terceiro de boa-fé; permanente ou eventual, como atividade principal ou
acessória, cumulativamente ou não:
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de I - a captação, intermediação e aplicação de recursos
administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de
liberdade aplicada. II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como
ativo financeiro ou instrumento cambial;
§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas competências,
regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação,
valores cuja perda houver sido declarada, assegurada, intermediação ou administração de títulos ou valores
quanto aos processos de competência da Justiça Federal, a mobiliários.
sua utilização pelos órgãos federais encarregados da
prevenção, do combate, da ação penal e do julgamento dos Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de
competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros
locais com idêntica função. e os sistemas de negociação do mercado de balcão
organizado:
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja
perda em favor da União ou do Estado for decretada serão II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades
inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade de previdência complementar ou de capitalização;
pública, se houver interesse na sua conservação.
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou
CAPÍTULO IV cartões de crédito, bem como as administradoras de
Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes consórcios para aquisição de bens ou serviços;
Praticados no Estrangeiro
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de
o
Art. 8 O juiz determinará, na hipótese de existência de cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou
tratado ou convenção internacional e por solicitação de equivalente, que permita a transferência de fundos;
autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias
sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de
no art. 1o praticados no estrangeiro. fomento comercial (factoring);
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente
de tratado ou convenção internacional, quando o governo VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou
do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou,
Brasil. ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante
sorteio ou método assemelhado;
§ 2o Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou
valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que
solicitação de autoridade estrangeira competente ou os exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste
recursos provenientes da sua alienação serão repartidos artigo, ainda que de forma eventual;
entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de
metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de
boa-fé. autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de
câmbio, de capitais e de seguros;
CAPÍTULO V
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras,
que operem no Brasil como agentes, dirigentes,
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) representem interesses de ente estrangeiro que exerça
qualquer das atividades referidas neste artigo;

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X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis:
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado,
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, nos termos de instruções emanadas das autoridades
pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. competentes;

XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens II - manterão registro de toda transação em moeda nacional
de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de
ou exerçam atividades que envolvam grande volume de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido
recursos em espécie; em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade
competente e nos termos de instruções por esta expedidas;
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos:
III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que internos, compatíveis com seu porte e volume de operações,
eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art.
contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes;
qualquer natureza, em operações:
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no
comerciais ou industriais ou participações societárias de Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na
qualquer natureza: forma e condições por eles estabelecidas;

b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos: V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na
periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas,
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das
investimento ou de valores mobiliários; informações prestadas.

d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de § 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa


qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou jurídica, a identificação referida no inciso I deste artigo
estruturas análogas; deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-
la, bem como seus proprietários.
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos artigo deverão ser conservados durante o período mínimo
relacionados a atividades desportivas ou artísticas de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da
profissionais; conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado
pela autoridade competente.
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção,
intermediação, comercialização, agenciamento ou § 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado
negociação de direitos de transferência de atletas, artistas também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes
ou feiras, exposições ou eventos similares; ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário,
operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela
autoridade competente.
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado
sua comercialização; e formando o cadastro geral de correntistas e clientes de
instituições financeiras, bem como de seus procuradores.
XVIII - as dependências no exterior das entidades
mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, CAPÍTULO VII
relativamente a residentes no País. Da Comunicação de Operações Financeiras

CAPÍTULO VI Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:


Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros

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I - dispensarão especial atenção às operações que, nos a) ao dobro do valor da operação;


termos de instruções emanadas das autoridades
competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente
crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se; seria obtido pela realização da operação; ou

II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira
a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para
proposta ou realização; o exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas
referidas no art. 9º;
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10,
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício
mencionado artigo; e de atividade, operação ou funcionamento.

b) das operações referidas no inciso I; § 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade
no cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da art. 10.
sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade,
forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência § 2o A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas
de propostas, transações ou operações passíveis de serem no art. 9o, por culpa ou dolo;
comunicadas nos termos do inciso II.
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas advertência, no prazo assinalado pela autoridade
no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações competente;
que, por suas características, no que se refere às partes
envolvidas, valores, forma de realização, instrumentos II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;
utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal,
possam configurar a hipótese nele prevista. III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição
formulada nos termos do inciso V do art. 10;
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista
neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a
administrativa. comunicação a que se refere o art. 11.

§ 3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem
base no inciso II do caput aos respectivos órgãos verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das
responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas a obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer
que se refere o art. 9o. reincidência específica, devidamente caracterizada em
transgressões anteriormente punidas com multa.
Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em
espécie deverão ser previamente comunicados à instituição § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de
financeira, nos termos, limites, prazos e condições fixados reincidência específica de infrações anteriormente punidas
pelo Banco Central do Brasil. com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.

CAPÍTULO VIII Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções


Da Responsabilidade Administrativa previstas neste Capítulo será regulado por decreto,
assegurados o contraditório e a ampla defesa.

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos CAPÍTULO IX
administradores das pessoas jurídicas, que deixem de Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão
aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o
competentes, as seguintes sanções: Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com
I - advertência; a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas,
receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de
II - multa pecuniária variável não superior:

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atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da


competência de outros órgãos e entidades. Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas Processo Penal), no que não forem incompatíveis com esta
mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão Lei
próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo .
COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição das Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão
pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado
no art. 12. que informam qualificação pessoal, filiação e endereço,
independentemente de autorização judicial, mantidos pela
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas
de cooperação e de troca de informações que viabilizem instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas
ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou administradoras de cartão de crédito.
dissimulação de bens, direitos e valores.
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração e tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou
Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de transferência de sigilo deverão ser, sempre que
pessoas envolvidas em atividades suspeitas. determinado, em meio informático, e apresentados em
arquivos que possibilitem a migração de informações para os
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes autos do processo sem redigitação.
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando
concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este
fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito. será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais
direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize,
Art. 16. O Coaf será composto por servidores públicos de em decisão fundamentada, o seu retorno.
reputação ilibada e reconhecida competência, designados
em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo
do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do
Superintendência de Seguros Privados, da Procuradoria- exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou
Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal ao do pagamento do tributo.
do Brasil, da Agência Brasileira de Inteligência, do Ministério
das Relações Exteriores, do Ministério da Justiça, do Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Departamento de Polícia Federal, do Ministério da
Previdência Social e da Controladoria-Geral da União, Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º
atendendo à indicação dos respectivos Ministros de Estado. da República.

§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Presidente da República, por indicação do Ministro de Iris Rezende
Estado da Fazenda. Luiz Felipe Lampreia
Pedro Malan
§ 2o Caberá recurso das decisões do Coaf relativas às
aplicações de penas administrativas ao Conselho de
Recursos do Sistema Financeiro Nacional. . LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE
Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos
em estatuto aprovado por decreto do Poder Executivo.
1998.
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.
CAPÍTULO X
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012 )
outras providências.
DISPOSIÇÕES GERAIS
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja


CAPÍTULO I suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se
Art. 1º (VETADO) refere este artigo terão a mesma duração da pena privativa
de liberdade substituída.
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática
dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes Art. 8º As penas restritivas de direito são:
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão I - prestação de serviços à comunidade;
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de
pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de II - interdição temporária de direitos;
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir
para evitá-la. III - suspensão parcial ou total de atividades;

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas IV - prestação pecuniária;


administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta
Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão V - recolhimento domiciliar.
de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na
atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de
não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração
partícipes do mesmo fato. desta, se possível.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a
que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de
prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios,
bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco
Art. 5º (VETADO) anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes
culposos.
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DA PENA Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando
estas não estiverem obedecendo às prescrições legais.
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a
autoridade competente observará: Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em
dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um
e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários
ambiente; mínimos. O valor pago será deduzido do montante de
eventual reparação civil a que for condenado o infrator.
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental; Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na
autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado,
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou
exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e dias e horários de folga em residência ou em qualquer local
substituem as privativas de liberdade quando: destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na
sentença condenatória.
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa
de liberdade inferior a quatro anos; Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;


personalidade do condenado, bem como os motivos e as

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II - arrependimento do infrator, manifestado pela q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios


espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da oficiais das autoridades competentes;
degradação ambiental causada;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de funções.
degradação ambiental;
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
e do controle ambiental. condenação a pena privativa de liberdade não superior a três
anos.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime: Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do
art. 78 do Código Penal será feita mediante laudo de
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; reparação do dano ambiental, e as condições a serem
impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao
II - ter o agente cometido a infração: meio ambiente.

a) para obter vantagem pecuniária; Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do
Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no
b) coagindo outrem para a execução material da infração; valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo
em vista o valor da vantagem econômica auferida.
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
pública ou o meio ambiente; Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre
que possível, fixará o montante do prejuízo causado para
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no
sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso; juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal,
instaurando-se o contraditório.
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos
humanos; Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível,
fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados
g) em período de defeso à fauna; pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo
ofendido ou pelo meio ambiente.
h) em domingos ou feriados;
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
i) à noite; condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor
fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para
j) em épocas de seca ou inundações; apuração do dano efetivamente sofrido.

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou
alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura disposto no art. 3º, são:
de animais;
I - multa;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
II - restritivas de direitos;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou
autorização ambiental; III - prestação de serviços à comunidade.

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por são:
incentivos fiscais;
I - suspensão parcial ou total de atividades;

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II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-
atividade; estar físico.

III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão
dele obter subsídios, subvenções ou doações. estes avaliados e doados a instituições científicas,
hospitalares, penais e outras com fins beneficentes
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas
não estiverem obedecendo às disposições legais ou § 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis
regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente. serão destruídos ou doados a instituições científicas,
culturais ou educacionais.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento,
obra ou atividade estiver funcionando sem a devida § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão
autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da
violação de disposição legal ou regulamentar. reciclagem.

§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele CAPÍTULO IV


obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
o prazo de dez anos.
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa é pública incondicionada.
jurídica consistirá em:
Parágrafo único. (VETADO)
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo,
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de
direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26
III - manutenção de espaços públicos; de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde
que tenha havido a prévia composição do dano ambiental,
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de
públicas. comprovada impossibilidade.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor
ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes
sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado modificações:
instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo
Penitenciário Nacional. I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o §
5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de
CAPÍTULO III constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a
DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;
INFRAÇÃO
ADMINISTRATIVA OU DE CRIME II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter
sido completa a reparação, o prazo de suspensão do
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus processo será prorrogado, até o período máximo previsto no
produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos. artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com
suspensão do prazo da prescrição;
§ 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu
habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições
por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput;
fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e
cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura
de novo laudo de constatação de reparação do dano
§ 2o Até que os animais sejam entregues às instituições ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser
mencionadas no § 1o deste artigo, o órgão autuante zelará novamente prorrogado o período de suspensão, até o
para que eles sejam mantidos em condições adequadas de

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máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o IV - com abuso de licença;


disposto no inciso III;
V - em unidade de conservação;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração
de extinção de punibilidade dependerá de laudo de VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de
constatação que comprove ter o acusado tomado as provocar destruição em massa.
providências necessárias à reparação integral do dano.
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do
CAPÍTULO V exercício de caça profissional.
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de
SEÇÃO I pesca.
DOS CRIMES CONTRA A FAUNA
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes répteis em bruto, sem a autorização da autoridade
da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a ambiental competente:
devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.


Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer
§ 1º Incorre nas mesmas penas: técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade
competente:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
autorização ou em desacordo com a obtida; Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar
criadouro natural; animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou
exóticos:
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda,
tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota
migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência
provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins
permissão, licença ou autorização da autoridade didáticos ou científicos, quando existirem recursos
competente. alternativos.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre
considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, morte do animal.
considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática
pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas
outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte jurisdicionais brasileiras:
de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do
território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
cumulativamente.
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção,
ainda que somente no local da infração; I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações
de aqüicultura de domínio público;
II - em período proibido à caça;

III - durante a noite;

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II - quem explora campos naturais de invertebrados IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da pelo órgão competente.
autoridade competente;
SEÇÃO II
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de DOS CRIMES CONTRA A FLORA
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais,
devidamente demarcados em carta náutica. Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de
preservação permanente, mesmo que em formação, ou
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
em lugares interditados por órgão competente:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas penas cumulativamente.
as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: à metade.

I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou
com tamanhos inferiores aos permitidos; secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração,
do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante normas de proteção:
a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não
permitidos; Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou
ambas as penas cumulativamente
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa
espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
reduzida à metade.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de
produzam efeito semelhante; preservação permanente, sem permissão da autoridade
competente:
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela
autoridade competente: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente.
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº
tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua
capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, localização:
moluscos e vegetais hidrônios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies Pena - reclusão, de um a cinco anos.
ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da
fauna e da flora. § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção
Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios
de Vida Silvestre.
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente
ou de sua família; § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de
extinção no interior das Unidades de Conservação de
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação Proteção Integral será considerada circunstância agravante
predatória ou destruidora de animais, desde que legal e para a fixação da pena.
expressamente autorizado pela autoridade competente;
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
III – (VETADO)
Art. 40-A. (VETADO)

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§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,
Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda
Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal,
Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do
Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.
Patrimônio Natural.
Art. 47. (VETADO)
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de
extinção no interior das Unidades de Conservação de Uso Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de
Sustentável será considerada circunstância agravante para a florestas e demais formas de vegetação:
fixação da pena. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
metade.
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros
públicos ou em propriedade privada alheia:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção ambas as penas cumulativamente.
de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que meses, ou multa.
possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de
vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas
assentamento humano: ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues,
objeto de especial preservação:
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 43. (VETADO) Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar


floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente:
consideradas de preservação permanente, sem prévia
autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
minerais:
§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. subsistência imediata pessoal do agente ou de sua
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, família.
assim classificada por ato do Poder Público, para fins
industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, § 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil
econômica ou não, em desacordo com as determinações hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar
legais: de hectare
.
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e
nas demais formas de vegetação, sem licença ou registro da
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou autoridade competente:
industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de
origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da
via que deverá acompanhar o produto até final Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo
beneficiamento: substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para
exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. licença da autoridade competente:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo
aumentada de um sexto a um terço se: anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a
autoridade competente, medidas de precaução em caso de
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão risco de dano ambiental grave ou irreversível.
do solo ou a modificação do regime climático;
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos
II - o crime é cometido: minerais sem a competente autorização, permissão,
concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:
a) no período de queda das sementes;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
b) no período de formação de vegetações;
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da
que a ameaça ocorra somente no local da infração; autorização, permissão, licença, concessão ou determinação
do órgão competente.
d) em época de seca ou inundação;
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar,
e) durante a noite, em domingo ou feriado. comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter
em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa
SEÇÃO III ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em
DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos
seus regulamentos:
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais
que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora: § 1o Nas mesmas penas incorre quem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput
ou os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de
§ 1º Se o crime é culposo: segurança;

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.


II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta,
reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos
§ 2º Se o crime:
de forma diversa da estabelecida em lei ou
regulamento.
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a
ocupação humana;
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa,
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, a pena é aumentada de um sexto a um terço.
ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas,
ou que cause danos diretos à saúde da população; § 3º Se o crime é culposo:

III - causar poluição hídrica que torne necessária a Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
interrupção do abastecimento público de água de uma
comunidade; Art. 57. (VETADO)

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas
serão aumentadas:
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou
gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora
desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou ou ao meio ambiente em geral;
regulamentos:
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de
Pena - reclusão, de um a cinco anos. natureza grave em outrem;

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III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
autorização da autoridade competente ou em desacordo
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo com a concedida:
somente serão aplicadas se do fato não resultar crime mais
grave. Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 59. (VETADO) Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou
monumento urbano:
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer
funcionar, em qualquer parte do território nacional, Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente
poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos § 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada
ambientais competentes, ou contrariando as normas legais em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico,
e regulamentares pertinentes: a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e
multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente.
§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o
objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam
mediante manifestação artística, desde que consentida pelo
causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos
proprietário e, quando couber, pelo locatário ou
ecossistemas:
arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com
a autorização do órgão competente e a observância das
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos
governamentais responsáveis pela preservação e
SEÇÃO IV
conservação do patrimônio histórico e artístico nacional.
DOS CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O
PATRIMÔNIO CULTURAL
SEÇÃO V
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou
ou decisão judicial; enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados
técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, licenciamento ambiental:
instalação científica ou similar protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização
ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa. ato autorizativo do Poder Público:

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
especialmente protegido por lei, ato administrativo ou
decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses
ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização
da autoridade competente ou em desacordo com a Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual
concedida: de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse
ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no
seu entorno, assim considerado em razão de seu valor Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses
paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, a um ano, sem prejuízo da multa.

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Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de
Público no trato de questões ambientais: infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou
não a defesa ou impugnação;
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, condenatória à instância superior do Sistema Nacional do
concessão florestal ou qualquer outro procedimento Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas,
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;
parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão:
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. do recebimento da notificação.

§ 1o Se o crime é culposo: Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as


seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
I - advertência;
o
§ 2 A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em II - multa simples;
decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou
enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) III - multa diária;

CAPÍTULO VI IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna


DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos
de qualquer natureza utilizados na infração;
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda
ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, V - destruição ou inutilização do produto;
promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de
infração ambiental e instaurar processo administrativo os VII - embargo de obra ou atividade;
funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema
Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as VIII - demolição de obra;
atividades de fiscalização, bem como os agentes das
Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. IX - suspensão parcial ou total de atividades;

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, X – (VETADO)


poderá dirigir representação às autoridades relacionadas no
parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de XI - restritiva de direitos.
polícia.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções
infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração a elas cominadas.
imediata, mediante processo administrativo próprio, sob
pena de co-responsabilidade. § 2º A advertência será aplicada pela inobservância das
disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções
administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa previstas neste artigo.
e o contraditório, observadas as disposições desta Lei.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração negligência ou dolo:
ambiental deve observar os seguintes prazos máximos:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas,
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão
contra o auto de infração, contados da data da ciência da competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do
autuação; Ministério da Marinha;

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CAPÍTULO VII
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO
ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha. DO MEIO AMBIENTE

§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio e os bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que
ambiente. concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a
outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para:
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento
da infração se prolongar no tempo. I - produção de prova;

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do II - exame de objetos e lugares;


caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
III - informações sobre pessoas e coisas;
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão
aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações
estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições tenham relevância para a decisão de uma causa;
legais ou regulamentares.
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação
§ 8º As sanções restritivas de direito são: em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte.

I - suspensão de registro, licença ou autorização; § 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao
Ministério da Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao
II - cancelamento de registro, licença ou autorização; órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou
a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
§ 2º A solicitação deverá conter:
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo II - o objeto e o motivo de sua formulação;
período de até três anos.
III - a descrição sumária do procedimento em curso no país
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por solicitante;
infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do
Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de IV - a especificação da assistência solicitada;
1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de
janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento,
ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão quando for o caso.
arrecadador.
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro especialmente para a reciprocidade da cooperação
cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo internacional, deve ser mantido sistema de comunicações
com o objeto jurídico lesado. apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações
com órgãos de outros países.
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será
fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, CAPÍTULO VIII
com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, DISPOSIÇÕES FINAIS
sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de
R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados,
Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os
federal na mesma hipótese de incidência. órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis
pela execução de programas e projetos e pelo controle e

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fiscalização dos estabelecimentos e das atividades § 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no


suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam § 2o e enquanto perdurar a vigência do correspondente
autorizados a celebrar, com força de título executivo termo de compromisso, ficarão suspensas, em relação aos
extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas ou fatos que deram causa à celebração do instrumento, a
jurídicas responsáveis pela construção, instalação, aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e ou jurídica que o houver firmado.
atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados
efetiva ou potencialmente poluidores.
§ 4o A celebração do termo de compromisso de que trata
o
§ 1 O termo de compromisso a que se refere este artigo este artigo não impede a execução de eventuais multas
destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas aplicadas antes da protocolização do requerimento.
físicas e jurídicas mencionadas no caput possam promover
as necessárias correções de suas atividades, para o § 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de
atendimento das exigências impostas pelas autoridades compromisso, quando descumprida qualquer de suas
ambientais competentes, sendo obrigatório que o respectivo cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força maior.
instrumento disponha sobre:
§ 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes noventa dias, contados da protocolização do
compromissadas e dos respectivos representantes requerimento.
legais;
§ 7o O requerimento de celebração do termo de
compromisso deverá conter as informações necessárias à
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob pena de
complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar indeferimento do plano.
entre o mínimo de noventa dias e o máximo de três anos,
com possibilidade de prorrogação por igual período; § 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso
deverão ser publicados no órgão oficial competente,
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do mediante extrato.
investimento previsto e o cronograma físico de execução e
de implantação das obras e serviços exigidos, com metas Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo
trimestrais a serem atingidas; de noventa dias a contar de sua publicação.

IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou Art. 81. (VETADO)
jurídica compromissada e os casos de rescisão, em
decorrência do não-cumprimento das obrigações nele Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
pactuadas;

V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE
superior ao valor do investimento previsto;
1995.
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes

§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá
de março de 1998, envolvendo construção, instalação, outras providências.
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e
jurídicas interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, CAPÍTULO I
mediante requerimento escrito protocolizado junto aos Disposições Gerais
órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado pelo
dirigente máximo do estabelecimento. Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da
Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito
Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação,
processo, julgamento e execução, nas causas de sua
competência.

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Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para
simplicidade, informalidade, economia processual e determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e
celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou para dar especial valor às regras de experiência comum ou
a transação. técnica.
Capítulo II Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar
mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às
Dos Juizados Especiais Cíveis
exigências do bem comum.
Seção I
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da
Da Competência Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os
bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para
mais de cinco anos de experiência.
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de
menor complexidade, assim consideradas: Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de
exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário
no desempenho de suas funções.
mínimo;
Seção III
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de
Processo Civil; Das Partes
III - a ação de despejo para uso próprio; Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por
esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não
público, as empresas públicas da União, a massa falida e o
excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
insolvente civil.
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o
I - dos seus julgados; Juizado Especial:
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de
quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto no § direito de pessoas jurídicas;
1º do art. 8º desta Lei.
II - as pessoas enquadradas como microempreendedores
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na
causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de
interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a 2006;
acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade
III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da
das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará no 9.790, de 23 de março de 1999;
em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido
IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos
neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o 2001.
Juizado do foro:
§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor,
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde independentemente de assistência, inclusive para fins de
aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou conciliação.
mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as
escritório;
partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; por advogado; nas de valor superior, a assistência é
obrigatória.
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas
ações para reparação de dano de qualquer natureza. § 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes
comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser
jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser,
proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.
assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao
Seção II Juizado Especial, na forma da lei local.
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos § 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio
por advogado, quando a causa o recomendar.

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§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto § 2º É lícito formular pedido genérico quando não for
aos poderes especiais. possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
§ 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma § 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do
individual, poderá ser representado por preposto Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou
credenciado, munido de carta de preposição com poderes formulários impressos.
para transigir, sem haver necessidade de vínculo
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão
empregatício.
ser alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele
intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o dispositivo.
litisconsórcio.
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de
Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a
lei. sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.
Seção IV Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes,
instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,
Dos atos processuais
dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser
realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as
dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados
normas de organização judiciária.
na mesma sentença.
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por
Seção VI
lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato processual,
inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão Das Citações e Intimações
somente os dias úteis.
Art. 18. A citação far-se-á:
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que
I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão
preencherem as finalidades para as quais forem realizados,
própria;
atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha
mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
havido prejuízo.
obrigatoriamente identificado;
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
III - sendo necessário, por oficial de justiça,
poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
independentemente de mandado ou carta precatória.
comunicação.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão
comparecimento do citando e advertência de que, não
registrados resumidamente, em notas manuscritas,
comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as
datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais
alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.
atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente,
que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão. § 2º Não se fará citação por edital.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das § 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou
peças do processo e demais documentos que o instruem. nulidade da citação.
Seção V Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para
citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.
Do pedido
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do
desde logo cientes as partes.
pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem
endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se
acessível:
eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes; indicado, na ausência da comunicação.
II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta; Seção VII
III - o objeto e seu valor. Da Revelia

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Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que
conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, possam interferir no regular prosseguimento da audiência.
reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido As demais questões serão decididas na sentença.
inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por
Seção VIII uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte
contrária, sem interrupção da audiência.
Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Seção X
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as
partes presentes sobre as vantagens da conciliação, Da Resposta do Réu
mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio,
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda
especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta
matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou
Lei.
impedimento do Juiz, que se processará na forma da
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou legislação em vigor.
leigo ou por conciliador sob sua orientação.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do
escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante sentença art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que
com eficácia de título executivo. constituem objeto da controvérsia.
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu
proferirá sentença. na própria audiência ou requerer a designação da nova data,
que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar,
de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista
nesta Lei.
Seção XI
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado,
Das Provas
independentemente de termo de compromisso, com a
escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos,
o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a
audiência de instrução. veracidade dos fatos alegados pelas partes.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos. Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de
instrução e julgamento, ainda que não requeridas
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos
previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que
critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei,
considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
podendo decidir por eqüidade.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias
parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento
subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado
levadas pela parte que as tenha arrolado,
para homologação por sentença irrecorrível.
independentemente de intimação, ou mediante esta, se
Seção IX assim for requerido.
Da Instrução e Julgamento § 1º O requerimento para intimação das testemunhas será
apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da
Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á
audiência de instrução e julgamento.
imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde
que não resulte prejuízo para a defesa. § 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz
poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, se
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização
necessário, do concurso da força pública.
imediata, será a audiência designada para um dos quinze
dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir
testemunhas eventualmente presentes. técnicos de sua confiança, permitida às partes a
apresentação de parecer técnico.
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão
ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de
sentença. ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em
pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua
confiança, que lhe relatará informalmente o verificado.

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Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos julgamento servirá de acórdão.
depoimentos.
Art. 47. (VETADO)
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a
Seção XIII
supervisão de Juiz togado.
Dos Embargos de Declaração
Seção XII
Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença
Da Sentença
ou acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil.
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção
Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de
do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
ofício.
audiência, dispensado o relatório.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por
escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da
quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.
ciência da decisão.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo
exceder a alçada estabelecida nesta Lei.
para a interposição de recurso.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá
Seção XIV
sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado,
que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito
antes de se manifestar, determinar a realização de atos
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos
probatórios indispensáveis.
em lei:
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de
I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das
conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio
audiências do processo;
Juizado.
II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três
Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;
Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição,
reunidos na sede do Juizado. III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos
representadas por advogado. no art. 8º desta Lei;
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de
contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual sentença ou não se der no prazo de trinta dias;
constarão as razões e o pedido do recorrente.
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato.
nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena
§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer
de deserção.
hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que
oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
a ausência decorre de força maior, a parte poderá ser
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.
o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável
Seção XV
para a parte.
Da Execução
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da
gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio
Lei, correndo por conta do requerente as despesas Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no Código
respectivas. de Processo Civil, com as seguintes alterações:
Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a
julgamento. conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice
equivalente;
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas
da ata, com a indicação suficiente do processo,
fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for

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II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de § 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz
juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor para a solução do litígio, se possível com dispensa da
judicial; alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre
outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou
III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível,
a prestação, a dação em pagamento ou a imediata
na própria audiência em que for proferida. Nessa intimação,
adjudicação do bem penhorado.
o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra
seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu § 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou
descumprimento (inciso V); julgados improcedentes, qualquer das partes poderá
requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do
IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em
parágrafo anterior.
julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que
poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução, § 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens
dispensada nova citação; penhoráveis, o processo será imediatamente extinto,
devolvendo-se os documentos ao autor.
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não
fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução, cominará Seção XVI
multa diária, arbitrada de acordo com as condições
Das Despesas
econômicas do devedor, para a hipótese de
inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em
poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas
condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato ou despesas.
arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do
a multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a
art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas
malícia do devedor na execução do julgado;
processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária
cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve gratuita.
depositar para as despesas, sob pena de multa diária;
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os
devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a tratar da casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,
alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que
juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor
inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o de condenação ou, não havendo condenação, do valor
pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos corrigido da causa.
casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas,
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando salvo quando:
se tratar de alienação de bens de pequeno valor;
I - reconhecida a litigância de má-fé;
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da
II - improcedentes os embargos do devedor;
execução, versando sobre:
III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à
de recurso improvido do devedor.
revelia;
Seção XVII
b) manifesto excesso de execução;
Disposições Finais
c) erro de cálculo;
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação,
curadorias necessárias e o serviço de assistência judiciária.
superveniente à sentença.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor
valor, poderá ser homologado, no juízo competente,
de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao disposto no
independentemente de termo, valendo a sentença como
Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas
título executivo judicial.
por esta Lei.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a
celebrado pelas partes, por instrumento escrito,
comparecer à audiência de conciliação, quando poderá
referendado pelo órgão competente do Ministério Público.
oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.

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Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão § 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos
estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de
abrangidas por esta Lei. instrução e julgamento poderão ser gravados em fita
magnética ou equivalente.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas
ao procedimento instituído por esta Lei. Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado,
sempre que possível, ou por mandado.
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
togados ou togados e leigos, tem competência para a Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado,
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para
de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de adoção do procedimento previsto em lei.
conexão e continência.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso
de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo
ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da
comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das
recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo
regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos
necessário, por oficial de justiça, independentemente de
da transação penal e da composição dos danos civis.
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes idôneo de comunicação.
togados ou togados e leigos, tem competência para a
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais
considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os
de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
interessados e defensores.
conexão e continência.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo
de citação do acusado, constará a necessidade de seu
comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das
comparecimento acompanhado de advogado, com a
regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos
advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
da transação penal e da composição dos danos civis.
defensor público.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial
Seção II
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais
e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 Da Fase Preliminar
(dois) anos, cumulada ou não com multa.
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,
economia processual e celeridade, objetivando, sempre que providenciando-se as requisições dos exames periciais
possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a necessários.
aplicação de pena não privativa de liberdade.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do
Seção I termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá
Da Competência e dos Atos Processuais
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida
lugar em que foi praticada a infração penal. de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a vítima.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não
conforme dispuserem as normas de organização judiciária. sendo possível a realização imediata da audiência preliminar,
será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que
preencherem as finalidades para as quais foram realizados, Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos
atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei. envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for
o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha
desta Lei.
havido prejuízo.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se
poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de
possível, o responsável civil, acompanhados por seus
comunicação.
advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da

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composição dos danos e da aceitação da proposta de § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo
para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível
conciliador sob sua orientação.
no juízo cível.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça,
Seção III
recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre
bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na Do Procedimento Sumariíssimo
administração da Justiça Criminal.
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou
e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei,
eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia
oral, se não houver necessidade de diligências
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa
imprescindíveis.
privada ou de ação penal pública condicionada à
representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao § 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada
direito de queixa ou representação. com base no termo de ocorrência referido no art. 69 desta
Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada
exame do corpo de delito quando a materialidade do crime
imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o
estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na
permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público
audiência preliminar não implica decadência do direito, que
poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças
poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser
ação penal pública incondicionada, não sendo caso de
oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
a ser especificada na proposta.
66 desta Lei.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável,
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a
o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: citado e imediatamente cientificado da designação de dia e
hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de
também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o
crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
responsável civil e seus advogados.
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma
cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos
dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência
termos deste artigo;
de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a testemunhas ou apresentar requerimento para intimação,
personalidade do agente, bem como os motivos e as no mínimo cinco dias antes de sua realização.
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil,
medida.
serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, comparecerem à audiência de instrução e julgamento.
será submetida à apreciação do Juiz.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo prevista no art. 67 desta Lei.
autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de
ou multa, que não importará em reincidência, sendo
instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver
registrada apenas para impedir novamente o mesmo
havido possibilidade de tentativa de conciliação e de
benefício no prazo de cinco anos.
oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
apelação referida no art. 82 desta Lei.

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Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu
quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do
comparecer. Juizado.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará
para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou extinta a punibilidade, determinando que a condenação não
não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão fique constando dos registros criminais, exceto para fins de
ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, requisição judicial.
interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a
se imediatamente aos debates orais e à prolação da
conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de
sentença.
direitos, nos termos previstos em lei.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e
instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as
restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será
que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
processada perante o órgão competente, nos termos da lei.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo,
Seção V
assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo
dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença. Das Despesas Processuais
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e
elementos de convicção do Juiz. aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e
76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da
dispuser lei estadual.
sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma
composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de Seção VI
jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Disposições Finais
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias,
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação
contados da ciência da sentença pelo Ministério Público,
especial, dependerá de representação a ação penal relativa
pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual
aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
constarão as razões e o pedido do recorrente.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita
ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o
no prazo de dez dias.
Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o
da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei. acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de
que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77
julgamento pela imprensa.
do Código Penal).
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na
fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em suspender o processo, submetendo o acusado a período de
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou prova, sob as seguintes condições:
omissão.
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou
II - proibição de frequentar determinados lugares;
oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da
decisão. III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorização do Juiz;
§ 2o Os embargos de declaração interrompem o prazo para
a interposição de recurso. IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica
Seção IV
subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à
Da Execução situação pessoal do acusado.

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§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não Nelson A. Jobim
efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser
processado, no curso do prazo, por contravenção, ou
descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta
a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão DECRETO Nº 678, DE 6 DE
do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste
NOVEMBRO DE 1992
artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos Pacto de São José da Costa Rica
processos penais cuja instrução já estiver iniciada.
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos
da Justiça Militar. (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir 1969.
representação para a propositura da ação penal pública, o
ofendido ou seu representante legal será intimado para O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no exercício do cargo
oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência. de PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição,
Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem e Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos
incompatíveis com esta Lei. Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no
âmbito da Organização dos Estados Americanos, em São José
Capítulo IV da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, entrou em vigor
Disposições Finais Comuns internacional em 18 de julho de 1978, na forma do segundo
parágrafo de seu art. 74;
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados
Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e
Considerando que o Governo brasileiro depositou a carta de
competência.
adesão a essa convenção em 25 de setembro de
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as 1992; Considerando que a Convenção Americana sobre
audiências realizadas fora da sede da Comarca, em bairros Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou
ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de
prédios públicos, de acordo com audiências previamente conformidade com o disposto no segundo parágrafo de seu
anunciadas. art. 74;
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e
instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis meses, a DECRETA:
contar da vigência desta Lei.
Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da (Pacto de São José da Costa Rica), celebrada em São José da
publicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por cópia
Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, ao presente decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente
os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de como nela se contém.
menor concentração populacional.
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias Art. 2° Ao depositar a carta de adesão a esse ato
após a sua publicação. internacional, em 25 de setembro de 1992, o Governo
brasileiro fez a seguinte declaração interpretativa: "O
Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de
Governo do Brasil entende que os arts. 43 e 48, alínea d , não
1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.
incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco da
Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais
107º da República. dependerão da anuência expressa do Estado".

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Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de sua de preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais e a
publicação. sua importância para a produção da prova.

Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independência e


104° da República. § 1o A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge
ou companheiro, ascendentes, descendentes e dependentes
ITAMAR FRANCO que tenham convivência habitual com a vítima ou
Fernando Henrique Cardoso testemunha, conforme o especificamente necessário em
cada caso.

LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999. § 2o Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja


personalidade ou conduta seja incompatível com as
LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999. restrições de comportamento exigidas pelo programa, os
condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou
Estabelece normas para a organização e a manutenção de
acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas
programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas
modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual
ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a
prestação de medidas de preservação da integridade física
Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a
desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.
proteção de acusados ou condenados que tenham
voluntariamente prestado efetiva colaboração à
investigação policial e ao processo criminal.
§ 3o O ingresso no programa, as restrições de segurança e
demais medidas por ele adotadas terão sempre a anuência
da pessoa protegida, ou de seu representante legal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I § 4o Após ingressar no programa, o protegido ficará obrigado
ao cumprimento das normas por ele prescritas.
DA PROTEÇÃO ESPECIAL A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS

§ 5o As medidas e providências relacionadas com os


Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por
programas serão adotadas, executadas e mantidas em sigilo
testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a
pelos protegidos e pelos agentes envolvidos em sua
grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação
execução.
ou processo criminal serão prestadas pela União, pelos
Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas
competências, na forma de programas especiais organizados
Art. 3o Toda admissão no programa ou exclusão dele será
com base nas disposições desta Lei.
precedida de consulta ao Ministério Público sobre o disposto
no art. 2o e deverá ser subseqüentemente comunicada à
autoridade policial ou ao juiz competente.
§ 1o A União, os Estados e o Distrito Federal poderão celebrar
convênios, acordos, ajustes ou termos de parceria entre si ou
com entidades não-governamentais objetivando a realização
Art. 4o Cada programa será dirigido por um conselho
dos programas.
deliberativo em cuja composição haverá representantes do
Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos públicos
e privados relacionados com a segurança pública e a defesa
§ 2o A supervisão e a fiscalização dos convênios, acordos,
dos direitos humanos.
ajustes e termos de parceria de interesse da União ficarão a
cargo do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para
a execução da política de direitos humanos.
§ 1o A execução das atividades necessárias ao programa
ficará a cargo de um dos órgãos representados no conselho
deliberativo, devendo os agentes dela incumbidos ter
Art. 2o A proteção concedida pelos programas e as medidas
formação e capacitação profissional compatíveis com suas
dela decorrentes levarão em conta a gravidade da coação ou
tarefas.
da ameaça à integridade física ou psicológica, a dificuldade

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§ 2o Os órgãos policiais prestarão a colaboração e o apoio


necessários à execução de cada programa.
I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;

Art.5o A solicitação objetivando ingresso no programa


II - as providências necessárias ao cumprimento do
poderá ser encaminhada ao órgão executor:
programa.

I - pelo interessado;
Parágrafo único. As deliberações do conselho serão tomadas
por maioria absoluta de seus membros e sua execução ficará
sujeita à disponibilidade orçamentária.
II - por representante do Ministério Público;

Art.7o Os programas compreendem, dentre outras, as


III - pela autoridade policial que conduz a investigação
seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente
criminal;
em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as
circunstâncias de cada caso:
IV - pelo juiz competente para a instrução do processo I - segurança na residência, incluindo o controle de
criminal; telecomunicações;

V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de II - escolta e segurança nos deslocamentos da residência,
defesa dos direitos humanos. inclusive para fins de trabalho ou para a prestação de
depoimentos;

§ 1o A solicitação será instruída com a qualificação da pessoa


a ser protegida e com informações sobre a sua vida III - transferência de residência ou acomodação provisória
pregressa, o fato delituoso e a coação ou ameaça que a em local compatível com a proteção;
motiva.

IV - preservação da identidade, imagem e dados pessoais;


§2o Para fins de instrução do pedido, o órgão executor
poderá solicitar, com a aquiescência do interessado:
V - ajuda financeira mensal para prover as despesas
necessárias à subsistência individual ou familiar, no caso de
I - documentos ou informações comprobatórios de sua a pessoa protegida estar impossibilitada de desenvolver
identidade, estado civil, situação profissional, patrimônio e trabalho regular ou de inexistência de qualquer fonte de
grau de instrução, e da pendência de obrigações civis, renda;
administrativas, fiscais, financeiras ou penais;

VI - suspensão temporária das atividades funcionais, sem


II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua personalidade, prejuízo dos respectivos vencimentos ou vantagens, quando
estado físico ou psicológico. servidor público ou militar;

§3o Em caso de urgência e levando em consideração a VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;
procedência, gravidade e a iminência da coação ou ameaça,
a vítima ou testemunha poderá ser colocada
provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo órgão VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da
executor, no aguardo de decisão do conselho deliberativo, proteção concedida;
com comunicação imediata a seus membros e ao Ministério
Público.
IX - apoio do órgão executor do programa para o
cumprimento de obrigações civis e administrativas que
Art. 6o O conselho deliberativo decidirá sobre: exijam o comparecimento pessoal.

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§ 5o Cessada a coação ou ameaça que deu causa à alteração,


ficará facultado ao protegido solicitar ao juiz competente o
Parágrafo único. A ajuda financeira mensal terá um teto
retorno à situação anterior, com a alteração para o nome
fixado pelo conselho deliberativo no início de cada exercício
original, em petição que será encaminhada pelo conselho
financeiro.
deliberativo e terá manifestação prévia do Ministério
Público.
Art. 8o Quando entender necessário, poderá o conselho
deliberativo solicitar ao Ministério Público que requeira ao
Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de programa de
juiz a concessão de medidas cautelares direta ou
proteção a vítimas e a testemunhas poderá ocorrer a
indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.
qualquer tempo:

Art. 9o Em casos excepcionais e considerando as


I - por solicitação do próprio interessado;
características e gravidade da coação ou ameaça, poderá o
conselho deliberativo encaminhar requerimento da pessoa
protegida ao juiz competente para registros públicos
II - por decisão do conselho deliberativo, em conseqüência
objetivando a alteração de nome completo.
de:
§ 1o A alteração de nome completo poderá estender-se às
a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção;
pessoas mencionadas no § 1o do art. 2o desta Lei, inclusive
aos filhos menores, e será precedida das providências b) conduta incompatível do protegido.
necessárias ao resguardo de direitos de terceiros.

Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a duração


§ 2o O requerimento será sempre fundamentado e o juiz máxima de dois anos.
ouvirá previamente o Ministério Público, determinando, em
seguida, que o procedimento tenha rito sumaríssimo e corra
em segredo de justiça. Parágrafo único. Em circunstâncias excepcionais,
perdurando os motivos que autorizam a admissão, a
permanência poderá ser prorrogada.
§ 3 o Concedida a alteração pretendida, o juiz determinará na
sentença, observando o sigilo indispensável à proteção do
interessado: Art. 12. Fica instituído, no âmbito do órgão do Ministério da
Justiça com atribuições para a execução da política de
direitos humanos, o Programa Federal de Assistência a
I - a averbação no registro original de nascimento da menção Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, a ser regulamentado
de que houve alteração de nome completo em por decreto do Poder Executivo. (Regulamento)
conformidade com o estabelecido nesta Lei, com expressa
referência à sentença autorizatória e ao juiz que a exarou e
sem a aposição do nome alterado; CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES
II - a determinação aos órgãos competentes para o
fornecimento dos documentos decorrentes da alteração;
Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes,
conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da
punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha
III - a remessa da sentença ao órgão nacional competente
colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e
para o registro único de identificação civil, cujo
o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha
procedimento obedecerá às necessárias restrições de sigilo.
resultado:

§4o O conselho deliberativo, resguardado o sigilo das


I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da
informações, manterá controle sobre a localização do
ação criminosa;
protegido cujo nome tenha sido alterado.

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II - a localização da vítima com a sua integridade física consideração a cessação da coação ou ameaça que deu
preservada; causa à alteração."

III - a recuperação total ou parcial do produto do crime. Art. 17. O parágrafo único do art. 58 da Lei nº 6.015, de 31
de dezembro de 1973, com a redação dada pela Lei no 9.708,
de 18 de novembro de 1998, passa a ter a seguinte redação:
Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em
conta a personalidade do beneficiado e a natureza,
circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato "Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda
criminoso. admitida em razão de fundada coação ou ameaça
decorrente da colaboração com a apuração de crime, por
determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o
Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar Ministério Público." (NR)
voluntariamente com a investigação policial e o processo
criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes
do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação Art. 18. O art. 18 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973,
total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, passa a ter a seguinte redação:
terá pena reduzida de um a dois terços.

"Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7o, e 95,
Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na parágrafo único, a certidão será lavrada independentemente
prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e de despacho judicial, devendo mencionar o livro de registro
proteção a sua integridade física, considerando ameaça ou ou o documento arquivado no cartório." (NR)
coação eventual ou efetiva.

Art. 19. A União poderá utilizar estabelecimentos


§ 1o Estando sob prisão temporária, preventiva ou em especialmente destinados ao cumprimento de pena de
decorrência de flagrante delito, o colaborador será condenados que tenham prévia e voluntariamente prestado
custodiado em dependência separada dos demais presos. a colaboração de que trata esta Lei.

§ 2o Durante a instrução criminal, poderá o juiz competente Parágrafo único. Para fins de utilização desses
determinar em favor do colaborador qualquer das medidas estabelecimentos, poderá a União celebrar convênios com
previstas no art. 8o desta Lei. os Estados e o Distrito Federal.

§ 3 o No caso de cumprimento da pena em regime fechado, Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e o
poderá o juiz criminal determinar medidas especiais que processo criminal em que figure indiciado, acusado, vítima
proporcionem a segurança do colaborador em relação aos ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas
demais apenados. pelos programas de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.483, de 2011)

DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. Qualquer que seja o rito processual
criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o
Art. 16. O art. 57 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, depoimento das pessoas incluídas nos programas de
fica acrescido do seguinte § 7o: proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a eventual
impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o possível
"§ 7º Quando a alteração de nome for concedida em razão
prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução
de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração
criminal. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)
com a apuração de crime, o juiz competente determinará
que haja a averbação no registro de origem de menção da
existência de sentença concessiva da alteração, sem a
Art. 20. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, pela
averbação do nome alterado, que somente poderá ser
União, correrão à conta de dotação consignada no
procedida mediante determinação posterior, que levará em
orçamento.

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Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se


aos documentos de identificação civis os documentos de
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
identificação militares.

Brasília, 13 de julho de 1999; 178o da Independência e 111o Art. 3º Embora apresentado documento de identificação,
da República. poderá ocorrer identificação criminal quando:

I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO falsificação;

Renan Calheiros
II – o documento apresentado for insuficiente para
identificar cabalmente o indiciado;

III – o indiciado portar documentos de identidade distintos,


LEI Nº 12.037, DE 1º DE OUTUBRO DE com informações conflitantes entre si;
2009.
IV – a identificação criminal for essencial às investigações
policiais, segundo despacho da autoridade judiciária
LEI Nº 12.037, DE 1º DE OUTUBRO DE 2009. competente, que decidirá de ofício ou mediante
representação da autoridade policial, do Ministério Público
ou da defesa;
Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente
identificado, regulamentando o art. 5º, inciso LVIII, da V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou
Constituição Federal. diferentes qualificações;

O VICE-PRESIDENTE DA VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da


REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA localidade da expedição do documento apresentado
REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e impossibilite a completa identificação dos caracteres
eu sanciono a seguinte Lei: essenciais.

no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados
saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma
seguinte Lei: de investigação, ainda que consideradas insuficientes para
identificar o indiciado.
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei. Art. 4º Quando houver necessidade de identificação
criminal, a autoridade encarregada tomará as providências
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos necessárias para evitar o constrangimento do identificado.
seguintes documentos:
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo
I – carteira de identidade; datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos
da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito
II – carteira de trabalho; policial ou outra forma de investigação.

III – carteira profissional; Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3 o, a


identificação criminal poderá incluir a coleta de material
biológico para a obtenção do perfil genético.
IV – passaporte;
Art. 5o-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético
V – carteira de identificação funcional;
deverão ser armazenados em banco de dados de perfis
genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal.
VI – outro documento público que permita a identificação do
indiciado.
§ 1o As informações genéticas contidas nos bancos de dados
de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou

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comportamentais das pessoas, exceto determinação


genética de gênero, consoante as normas constitucionais e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
dados genéticos.

§ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis CAPÍTULO I


genéticos terão caráter sigiloso, respondendo civil, penal e Dos Crimes Contra a Ordem Tributária
administrativamente aquele que permitir ou promover sua
utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em SeçãoI
decisão judicial. Dos crimes praticados por particulares

§ 3o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis


genéticos deverão ser consignadas em laudo pericial firmado Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou
por perito oficial devidamente habilitado. reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório,
mediante as seguintes condutas:
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às
indiciado em atestados de antecedentes ou em informações autoridades fazendárias;
não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos
julgado da sentença condenatória.
inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em
documento ou livro exigido pela lei fiscal;
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua
rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de
após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em venda, ou qualquer outro documento relativo à operação
julgado da sentença, requerer a retirada da identificação tributável;
fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar
provas de sua identificação civil. documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;

Art. 7o-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota
dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de
a prescrição do delito. mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada,
ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
Art. 7o-B. A identificação do perfil genético será armazenada Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da
expedido pelo Poder Executivo.
autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser
convertido em horas em razão da maior ou menor
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao
atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no
Art. 9º Revoga-se a Lei nº 10.054, de 7 de dezembro de inciso V.
2000.
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
Brasília, 1o de outubro de 2009; 188º da Independência e I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas,
121º da República. bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se,
total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de
sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos
cofres públicos;
LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte
1990. beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela
dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e incentivo fiscal;
contra as relações de consumo, e dá outras providências

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IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre
estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas ofertantes, visando:
por órgão ou entidade de desenvolvimento;
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados produzidas;
que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou
possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei,
grupo de empresas;
fornecida à Fazenda Pública.
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
distribuição ou de fornecedores.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.
SeçãoII
III - (revogado);
Dos crimes praticados por funcionários públicos
IV - (revogado);
V - (revogado);
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária,
além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de VI - (revogado);
dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
VII - (revogado)
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:
documento, de que tenha a guarda em razão da função;
sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou
pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por
social; intermédio de distribuidores ou revendedores;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem,
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de tipo, especificação, peso ou composição esteja em
iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; desacordo com as prescrições legais, ou que não
ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar corresponda à respectiva classificação oficial;
ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes,
parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
para vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar
multa.
gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado los ou expô-los à venda por preço estabelecido para os
perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade demais mais alto custo;
de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4
IV - fraudar preços por meio de:
(quatro) anos, e multa.
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de
elementos tais como denominação, sinal externo, marca,
CAPÍTULO II embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso,
Dos crimes Contra a Economia e as Relações de Consumo pintura ou acabamento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente
oferecido à venda em conjunto;
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou
venda em separado;
eliminando, total ou parcialmente, a concorrência mediante
qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas; d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção
do bem ou na prestação dos serviços;
a) (revogada);
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou
b) (revogada);
serviços, mediante a exigência de comissão ou de taxa de
c) (revogada); juros ilegais;
d) (revogada); VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a
quem pretenda comprá-los nas condições publicamente
e) (revogada);
ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;
f) (revogada);

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VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de intermédio de outro em que o preço ao consumidor é
indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o
qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer ato por este praticado não alcança o distribuidor ou
meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária; revendedor.
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um
mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a
proveito próprio ou de terceiros; 7°:
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda I - ocasionar grave dano à coletividade;
ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou
II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de
mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
suas funções;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde.
a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de
Art. 13. (Vetado).
1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal
pública, aplicando-se lhes o disposto no art. 100 do Decreto-
CAPÍTULO III Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
Das Multas
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do
Ministério Público nos crimes descritos nesta lei,
fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a
Art. 8° Nos crimes definidos nos arts. 1° a 3° desta lei, a pena
autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os
de multa será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e
elementos de convicção.
sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime. Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos
em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor
através de confissão espontânea revelar à autoridade policial
não inferior a 14 (quatorze) nem superior a 200 (duzentos)
ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida
Bônus do Tesouro Nacional BTN.
de um a dois terços.
Art. 9° A pena de detenção ou reclusão poderá ser convertida
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de
em multa de valor equivalente a:
Abastecimento e Preços, quando e se necessário,
I - 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões) de providenciar a desapropriação de estoques, a fim de evitar
BTN, nos crimes definidos no art. 4°; crise no mercado ou colapso no abastecimento.
II - 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de
crimes definidos nos arts. 5° e 6°; dezembro de 1940 - Código Penal, passa a ter a seguinte
redação:
III - 50.000 (cinquenta mil) até 1.000.000 (um milhão de
BTN), nos crimes definidos no art. 7°. "Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação
qualidade, ou ao serviço prestado.
econômica do réu, verifique a insuficiência ou excessiva
onerosidade das penas pecuniárias previstas nesta lei, Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa".
poderá diminuí-las até a décima parte ou elevá-las ao
Art. 20. O § 1° do art. 316 do Decreto-Lei n° 2 848, de 7 de
décuplo.
dezembro de 1940 Código Penal, passa a ter a seguinte
CAPÍTULO IV redação:
Das Disposições Gerais
"Art. 316. ............................................................
§ 1° Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega
pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua autoriza;
culpabilidade.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for
efetuada por sistema de entrega ao consumo ou por

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Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro as militares, cabendo-lhe preservar a ordem e a segurança
de 1940 Código Penal, quanto à fixação da pena, passa a ter públicas.
a seguinte redação:
Parágrafo único. Constituem-se ainda funções da Polícia
"Art. 318. ............................................................ Civil:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa". I – propor ao Secretário de Estado da Segurança Pública e da
Defesa Social o planejamento e a programação dos
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
investimentos da Polícia Civil;
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário e, em
II – executar os atos administrativos de natureza disciplinar
especial, o art. 279 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de
e de gestão orçamentária e financeira referentes a pessoal,
dezembro de 1940 - Código Penal.
à compra de materiais, equipamentos e à contratação de
Brasília, 27 de dezembro de 1990; 169° da Independência e serviços no âmbito da Polícia Civil;
102° da República.
III – coordenar, controlar, orientar e exercer as atividades de
FERNANDO COLLOR polícia judiciária, a cargo das delegacias de polícia,
Jarbas Passarinho excetuando-se a competência da Polícia Federal, bem como
Zélia M. Cardoso de Mello executar em todo o Estado as atividades de prevenção e
repressão da criminalidade, ressalvadas as atribuições da
Polícia Militar;
IV – prover os meios indispensáveis ao funcionamento dos
LEI COMPLEMENTAR Nº 270, DE 13 DE órgãos que lhe são subordinados;
FEVEREIRO DE 2004. V – promover e supervisionar a execução de diligências e
investigações para a elucidação de ilícitos penais;
Lei complementar e alterações. VI – propor ao Secretário de Estado da Segurança Pública e
da Defesa Social a ampliação do aparelho policial nas áreas
Dispõe sobre a Lei Orgânica e o Estatuto da Polícia Civil do
em que ocorrer aumento da criminalidade;
Estado do Rio Grande do Norte e dá outras providências.
VII – formar e treinar permanentemente os policiais civis;
A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:
VIII – articular-se com a Polícia Militar e com os demais
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a
órgãos da SESED, do Departamento de Polícia Federal e das
seguinte Lei Complementar:
Forças Armadas, a fim de colaborar na defesa e na segurança
LIVRO I do Estado e das instituições;
DA LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO IX – manter atualizados:
RIO GRANDE DO NORTE a ) os arquivos sobre mandados de prisão e documentos
correlatos;
TÍTULO ÚNICO
b) o cadastro de fotografias de criminosos procurados,
DAS DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS E DA ESTRUTURA
providenciando, sempre que necessário, sua divulgação
ORGANIZACIONAL através dos meios cabíveis; e
CAPÍTULO I c) as estatísticas sobre crimes e contravenções;
DAS DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS X – supervisionar e controlar a ação policial, na área de sua
circunscrição, com o fim de evitar e reprimir o emprego de
Art. 1º Esta Lei Complementar dispõe sobre a organização,
violência ou de quaisquer métodos atentatórios à
as garantias, os direitos e os deveres da Polícia Civil do
integridade ou à dignidade do ser humano;
Estado do Rio Grande do Norte, na forma do artigo 24, inciso
XVI, da Constituição Federal, do artigo 20, XVI, da XI – executar, através das delegacias da Capital, da Grande
Constituição Estadual, bem como institui o Estatuto da Natal e do Interior, a investigação e a busca de pessoas
Polícia Civil Estadual. desaparecidas;
Art. 2º Incumbe à Polícia Civil do Estado do Rio Grande do XII – cumprir as determinações das autoridades judiciárias
Norte, órgão integrante e subordinado à Secretaria de nos processos criminais relacionados com prisão ou soltura
Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED), de réus ou com a execução de diligências;
ressalvada a competência da União, o exercício das funções
de polícia judiciária e a apuração das infrações penais, exceto

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XIII – exercer outras atividades correlatas, especialmente as DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


que lhe forem atribuídas pelo Secretário de Estado da
Seção I
Segurança Pública e da Defesa Social.
Das disposições gerais
Art. 3º Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se
policiais civis os servidores públicos efetivos legalmente Art. 9º A estrutura básica da Polícia Civil compõe-se de:
investidos nos cargos da carreira da Polícia Civil.
I – Órgão de Direção Geral: Delegacia-Geral da Polícia Civil
§ 1º Considera-se autoridade policial o Delegado de Polícia (DEGEPOL);
que, legalmente investido, exerce, em matéria de polícia
II – Órgãos de Assessoramento Direto à Delegacia-Geral de
judiciária, competência para consecução dos fins do Estado,
Polícia Civil:
tendo a seu cargo a direção das atividades da unidade
integrante da Polícia Civil. a) Secretaria Executiva e de Comunicação Social (SECOMS);
§ 2º O Delegado de Polícia goza de autonomia e b) Assessoria Técnico-Jurídica (ATJUR);
independência no exercício das atribuições de seu cargo.
c) Academia de Polícia Civil (ACADEPOL); e
§ 3º Considera-se agente da autoridade policial todo e
d) Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime
qualquer policial civil investido nas atribuições de seu cargo.
Organizado (DEICOR);
Art. 4º Fica assegurado à Polícia Civil autonomia
III – Órgãos de Execução Programática:
administrativa para a gestão orçamentária e financeira dos
recursos alocados em seu orçamento. a) Diretoria de Polícia Civil da Grande Natal (DPGRAN); e
Parágrafo único. A Polícia Civil é hierarquicamente b) Diretoria de Polícia Civil do Interior (DPCIN), composta
subordinada ao Governador de Estado, por intermédio da por: Divisão de Polícia Civil do Oeste do Estado (DIVIPOE) e
Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social Delegacias Regionais (DR);
(SESED).
IV – Órgãos de Atuação Instrumental:
Art. 5º São símbolos oficiais da Polícia Civil o hino, a bandeira,
a) Diretoria Administrativa; e
o brasão e o distintivo, conforme os modelos estabelecidos
por ato do Chefe do Poder Executivo. b) Diretoria de Planejamento e de Finanças.
Art. 6º São princípios básicos da Polícia Civil: § 1º A Diretoria Administrativa será composta pelos
seguintes Setores:
I – a legalidade;
I – Setor de Pessoal;
II – a hierarquia;
II – Setor de Transportes;
III – a disciplina;
III – Setor de Almoxarifado;
IV – o respeito à dignidade e aos direitos humanos;
IV – Setor de Arquivo;
V – a moralidade;
V – Setor de Informática;
VI – a unidade.
VI – Setor de Patrimônio;
Art. 7º O exercício da função policial, por suas características
e finalidades, fundamenta-se nos princípios da hierarquia e VII – Setor de Compras; e
disciplina, no cumprimento das leis, regulamentos e normas
VIII – Setor de Rádio.
de serviço de acordo com os preceitos abaixo:
§ 2º Os titulares dos órgãos que compõem a estrutura básica
I – a hierarquia da função prevalecerá sobre a hierarquia do
da Polícia Civil exercerão cargo comissionados ou função de
cargo, na forma desta Lei Complementar;
confiança.
II – a precedência entre os integrantes das Classes dos
§ 3º O provimento dos cargos comissionados de titulares da
Quadros de Pessoal da Polícia Civil será estabelecida pela
Delegacia-Geral de Polícia Civil e dos órgãos de execução
subordinação funcional.
programática na estrutura básica da Polícia Civil recairá,
Art. 8º A função policial é incompatível com qualquer outra exclusivamente, em integrantes da carreira de Delegado,
atividade, salvo com o exercício de cargo de professor, respeitadas a hierarquia e a habilitação técnica exigida.
respeitada a compatibilidade de horários entre este e o
§ 4º A indicação dos Titulares dos cargos componentes dos
regime de trabalho definido nesta Lei Complementar.
órgãos de assessoramento direto à Delegacia-Geral de
CAPÍTULO II Polícia Civil recairá sobre integrantes da carreira de Delegado

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de Polícia Civil, com exceção do disposto no art. 9º, inciso II, Das Atribuições dos Órgãos da Polícia Civil
alínea “b”, por ato do Delegado-Geral da Polícia Civil em
conjunto com o Secretário de Estado da Segurança Pública e Art. 11. As atribuições dos titulares dos órgãos que compõem
da Defesa Social. a estrutura organizacional da Polícia Civil, bem como a
competência específica de cada um dos referidos órgãos, são
§ 5º A indicação dos Titulares dos cargos integrantes dos definidas nesta Lei Complementar.
órgãos de atuação instrumental previstos no inciso IV, “a” e
“b” deste artigo, será feita por ato do Delegado-Geral da Subseção I
Polícia Civil em conjunto com o Secretário de Estado da
Segurança Pública e da Defesa Social. Da Delegacia-Geral de Polícia Civil

§ 6º Em caso da indicação prevista no § 5º deste artigo recair Art. 12. A Delegacia-Geral de Polícia, órgão de Direção-Geral
em servidor público efetivo, este somente fará jus ao da Polícia Civil, é dirigida e representada pelo Delegado-
acréscimo do valor da Representação do respectivo cargo Geral de Polícia Civil, vinculando-se à política de segurança
contido no Anexo III desta Lei Complementar. estadual.

§ 7º As funções de confiança previstas no § 1º, incisos I a IV, Art. 13. O cargo de Delegado-Geral de Polícia Civil, privativo
deste artigo, serão atribuídas exclusivamente a servidores de Delegado de Polícia Civil, criado pela Lei Estadual n.º
públicos efetivos da carreira policial do Estado, cujos valores 8.012, de 9 de novembro de 2001, será nomeado pelo
estão definidos no Anexo IV desta Lei Complementar. Governador do Estado para exercício de 2 (dois) anos, a
contar da posse, sendo permitida uma única recondução, na
§ 8º O provimento dos cargos em comissão ou designação forma desta Lei Complementar.
para a função de confiança de que tratam os §§ 3º, 4º, 5º e
6º deste artigo dar-se-á por ato discricionário do Governador § 1º Durante o exercício do cargo no período fixado no caput
do Estado, podendo delegar essa competência ao Secretário deste artigo, poderá o Governador do Estado,
de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, na forma discricionariamente e a qualquer tempo, exonerar o
do art. 64, parágrafo único, da Constituição do Estado. Delegado-Geral de Polícia Civil, procedendo a nova escolha,
dentre os membros eleitos do CONSEPOL, na forma desta
§ 9º Os órgãos que compõem a estrutura básica da Polícia Lei Complementar.
Civil terão sua estrutura e quadro de lotação de pessoal
definidos em regulamento próprio, por iniciativa do § 2º O exercício do cargo de Delegado-Geral de Polícia Civil
Delegado-Geral de Polícia Civil ou do Secretário da coincidirá com o mandato eletivo do Chefe do Poder
Segurança Pública e da Defesa Social. Executivo, e, caso isso não ocorra, o Governador eleito
poderá nomear um outro Delegado de Polícia Civil de
Art. 10. A estrutura organizacional da Polícia Civil é carreira, na forma desta Lei Complementar.
composta, ainda, pelos seguintes órgãos:
Art. 14. A escolha do Delegado-Geral de Polícia recairá sobre
I – Conselho Superior de Polícia Civil (CONSEPOL); 01 (um) Delegado de Polícia Civil de Classe Especial, da ativa,
maior de 35 (trinta e cinco) anos de idade, em efetivo
II – Colegiado de Delegados de Polícia Civil (COLDEPOL); exercício na função e na carreira há mais de 8 (oito) anos,
dentre os delegados integrantes do Conselho Superior de
III – Delegacias Especializadas da Capital e do Interior; Polícia Civil (CONSEPOL).

IV – Delegacias de Plantão da Capital e do Interior; Art. 15. Compete ao Delegado-Geral de Polícia Civil:

V – Delegacias Distritais da Capital e do Interior; I – auxiliar, imediata e diretamente, o Secretário de Estado


da Segurança Pública e da Defesa Social, assessorando-o nos
VI – Delegacias Municipais; assuntos de competência da Polícia Civil;

VII – Delegacias de Polícia da Grande Natal. II – convocar e presidir o Conselho Superior de Polícia Civil e
o Colegiado de Delegados de Polícia, ouvindo os membros
componentes desses órgãos nos casos previstos nesta Lei
Seção II
Complementar e fazendo cumprir as suas deliberações;

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III – planejar, dirigir, executar, representar, supervisionar, sugerida pelo CONSEPOL, na forma do art. 26, § 2°, XIII dessa
coordenar, controlar e fiscalizar as funções institucionais da Lei Complementar;
Polícia Civil;
XVII – exercer os demais atos necessários à eficaz
IV – zelar pela observância dos princípios básicos da Polícia administração da Polícia Civil, nos termos desta Lei
Civil; Complementar.

V – indicar os Titulares dos cargos e das funções de confiança Art. 16. O Delegado-Geral da Polícia Civil, em suas ausências
do respectivo Quadro da Polícia Civil, observado o disposto e impedimentos, é substituído pelo Delegado-Geral de
nesta Lei Complementar; Polícia Civil Adjunto.

VI – promover a lotação, a designação e a remoção dos Art. 17. Ao Delegado-Geral de Polícia Civil Adjunto, indicado
integrantes dos quadros de pessoal de apoio, operacional e pelo Delegado-Geral de Polícia, dentre os integrantes da
auxiliar da Polícia Civil, observando esta Lei Complementar e carreira de Delegado de Polícia Civil, na forma do § 4º, do art.
as disposições legais; 9º, desta Lei Complementar, além da atribuição que lhe é
prevista no art. 16 desta Lei Complementar, compete:
VII – avocar, excepcionalmente e mediante ato devidamente
motivado, inquéritos policiais para exame e redistribuição; I – assessorar o Delegado-Geral de Polícia Civil na formulação
de planos e programas e na tomada de decisões;
VIII – apreciar, em grau de recurso, o indeferimento de
pedidos de instauração de inquérito policial; II – substituir o Delegado-Geral de Polícia Civil em caso de
vacância, até a nomeação de novo titular;
IX – decidir acerca de conflito de competência suscitado
entre Delegados de Polícia Civil; III – submeter ao Delegado-Geral de Polícia Civil a proposta
do programa anual de trabalho da Polícia Civil;
X – receber e distribuir as requisições procedentes do Poder
Judiciário e do Ministério Público não relacionadas a IV – aprovar ou recomendar revisão de pesquisas, estudos,
inquéritos policiais, zelando por seu cumprimento, nos planos, programas e projetos elaborados pelas diretorias
termos da lei; específicas; e

XI – apresentar ao Secretário de Estado da Segurança Pública V – coordenar as atividades das unidades técnicas, em nível
e da Defesa Social a Proposta Orçamentária Anual da Polícia de execução programática da Polícia Civil.
Civil;
Subseção II
XII – dirigir os serviços administrativos da Delegacia-Geral de
Polícia; Da Secretaria Executiva e de Comunicação Social
(SECOMS)
XIII – determinar a instauração de processos administrativos
e disciplinares; Art. 18. Compete à Secretaria Executiva e de Comunicação
Social (SECOMS):
XIV – determinar, preventivamente, o afastamento de
servidores integrantes dos quadros de pessoal de apoio, I – coordenar, executar e divulgar as atividades relativas à
operacional e auxiliar da Polícia Civil, quando necessário à comunicação social, a relações públicas e a cerimoniais da
apuração de transgressão disciplinar ou ilícito penal; Delegacia-Geral de Polícia Civil;

XV – designar a Comissão de Concurso para ingresso na II – zelar pela imagem pública da instituição, buscando inter-
carreira policial, sugerida pelo Conselho Superior de Polícia relacionamento com órgãos de comunicação social;
Civil (CONSEPOL);
III – divulgar o trabalho e as ações da Polícia Civil, buscando
XVI – designar 3 (três) Delegados de Polícia Civil, de 3a classe a valorização das carreiras policiais;
ou de Classe Especial, para comporem a Comissão de
Avaliação de Estágio Probatório, instituída,
excepcionalmente, para avaliar os servidores não-estáveis,

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IV – desenvolver programas internos voltados ao melhor I – promover estudos técnico-científicos para o


relacionamento entre os integrantes dos quadros da Polícia aprimoramento das atividades dos ocupantes dos quadros
Civil; e funcionais do Grupo Ocupacional Polícia Civil do Estado do
Rio Grande do Norte;
V – promover ações de interação social com a Polícia Militar,
Polícia Federal e outras instituições com atribuições ligadas II – manter cursos de formação profissional para as diversas
à atividade policial. carreiras policiais, bem como para a formação funcional dos
concursados;
Subseção III
III – organizar e realizar concursos de habilitação para
Da Assessoria Técnico-Jurídica (ATJUR) ingresso nos seus diferentes cursos de formação profissional,
destinados ao preenchimento de vagas no quadro de
Art. 19. Compete à Assessoria Técnico-Jurídica (ATJUR) policiais da SESED, e proceder à apuração dos requisitos
assessorar o Delegado-Geral de Polícia Civil em assuntos de exigidos para os candidatos inscritos;
natureza jurídica, de interesse da instituição da Polícia Civil,
bem como: IV – realizar estudos e pesquisas destinados ao
aprimoramento do ensino policial;
I – organizar e produzir as informações técnico-jurídicas
solicitadas; V – conferir diplomas e certificados aos alunos aprovados
nos respectivos cursos;
II – minutar despachos e decisões sobre assuntos de
natureza jurídica; VI – conceder prêmios pela realização de trabalhos de
natureza técnica e científica;
III – examinar e opinar em processos que lhe forem
distribuídos, inclusive os que envolvam licitação; VII – promover a divulgação, nos órgãos policiais da
Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social,
IV – preparar estudos, pareceres e minutas, bem como de informações e estudos sobre novas técnicas de
colher dados, informações e subsídios, interna e prevenção e repressão à criminalidade, assistindo-os,
externamente, em apoio às decisões do Delegado- Geral de quando necessário, na sua aplicação;
Polícia de Polícia e do Delegado-Geral de Polícia Adjunto;
VIII – manter intercâmbio com estabelecimentos de ensino
V – realizar estudos, pesquisas e levantamentos policial, nacionais e estrangeiros, visando à troca de
concernentes às atividades desenvolvidas pela Delegacia- assistência técnico-cultural e de treinamento,
Geral de Polícia Civil, bem como o registro, a análise e a aperfeiçoamento e especialização dos servidores policiais;
avaliação de dados, informações e decisões relativas à
programação e ao seu desempenho; IX – firmar convênios, quando autorizados pelo Delegado-
Geral de Polícia Civil, com órgãos públicos ou entidades
VI – elaborar e rever anteprojetos de lei, decretos, portarias privadas no sentido de serem ministrados a seu pessoal
e ofícios-circulares de interesse da Delegacia-Geral de Polícia cursos de sua exclusiva competência;
do Estado; e
X – elaborar e submeter ao Governador do Estado, por
VII – exercer outras atividades que forem determinadas pelo intermédio do Secretário de Segurança Pública e da Defesa
Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado. Social, o respectivo Regimento Interno, para disciplina de
suas atividades escolares;
Subseção IV
XI – organizar e manter bibliotecas especializadas em
matéria de interesse para os serviços policiais;
Da Academia de Polícia Civil (ACADEPOL)

XII – promover a reciclagem física e técnica dos servidores


Art. 20. A Academia de Polícia Civil é o órgão responsável
policiais, através de programas de educação física,
pelo recrutamento, seleção, formação, treinamento,
aperfeiçoamento de defesa pessoal, treinamento e
aperfeiçoamento, especialização e reciclagem dos policiais
aperfeiçoamento no trato de armamentos e munições e
civis em todas as áreas e níveis, competindo-lhe:
técnicas policiais;

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XIII – difundir entre os servidores policiais noções básicas Da Diretoria Administrativa e da Diretoria de
sobre Direitos Humanos e garantias constitucionais e legais Planejamento e de Finanças
do cidadão; e
Art. 23. Compete à Diretoria Administrativa:
XIV – exercer outras atividades correlatas, especialmente as
que lhe forem atribuídas pelo Delegado-Geral de Polícia Civil. I – controlar os custos com pessoal, veículos, material de
consumo operacional e bens imobilizados, além de manter
Subseção V atualizado o cadastro central de recursos humanos;

Da Divisão Especializada em Investigações de Combate ao II – manter banco de dados atualizados com registros
Crime Organizado relativos aos direitos e deveres dos servidores, fazendo
constar as vantagens financeiras que se implementarão com
(DEICOR) o decurso do tempo;

Art. 21. Compete à Divisão Especializada em Investigações e III – manter atualizadas as anotações devidas na ficha
Combate ao Crime Organizado (DEICOR), órgão diretamente funcional dos servidores policiais civis;
vinculado à Delegacia-Geral de Polícia Civil, integrado ao
Setor de Inteligência: IV – expedir certidão funcional;

I – desenvolver ações de investigações voltadas V – sugerir, na área de sua competência, as medidas de


especificamente para o combate ao crime praticado por modernização institucional;
organizações criminosas;
VI – realizar os serviços inerentes à publicação e à divulgação
II – levantar informações para o planejamento estratégico da dos atos administrativos de interesse da Polícia Civil,
ação policial no combate às organizações criminosas; mantendo, em arquivo próprio, o Diário Oficial do Estado e
via dos atos;
III – executar ações de repressão do crime organizado a partir
de coleta de informações colhidas pelo Setor de Inteligência; VII – organizar as escalas de concessão de férias e outros
e serviços de interesse da Polícia Civil;

IV – instaurar e presidir inquéritos policiais afetos à sua VIII – manter banco de dados históricos, atualizado, de todos
competência. os veículos da Polícia Civil, com suas respectivas
manutenções em geral;
Subseção VI
IX – dirigir os setores de Pessoal, Transportes, Almoxarifado,
Das Diretorias de Polícia Civil da Grande Natal (DPGRAN), Arquivo, Informática, Patrimônio, de Compras e de Rádio; e
do Interior (DPCIN),
X – executar outras atividades correlatas que lhe sejam
da Divisão de Polícia Civil do Oeste do Estado (DIVIPOE) e atribuídas pelo Delegado-Geral de Polícia Civil.
das Delegacias
Art. 24. Compete à Diretoria de Planejamento e de Finanças:
Regionais (DR)
I – elaborar a programação financeiro-orçamentária da
Art. 22. Compete às Diretorias de Polícia Civil da Grande Polícia Civil para submeter à apreciação do órgão
Natal (DPGRAN) e do Interior (DPCIN), à Divisão de Polícia competente, bem como, as normas e diretrizes
Civil do Oeste do Estado (DIVIPOE) e às Delegacias Regionais administrativas para a execução, devendo:
(DR), a direção, a coordenação, o controle e a supervisão
administrativo-operacional em sua área de atuação a) acompanhar e controlar a execução orçamentária-
específica, além de desempenhar outras atribuições que lhe financeira;
forem conferidas ou determinadas por Regulamento.
b) programar, analisar e controlar custos;
Subseção VII
c) empenhar, liquidar e pagar as despesas;

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d) promover registro de atos orçamentários e financeiros; categoria, na mesma data em que ocorrer a eleição dos
delegados para o CONSEPOL.
e) controlar o cronograma de desenvolvimento consoante as
dotações consignadas no Orçamento Geral da Polícia Civil e § 3º São suplentes dos membros eleitos de que trata o caput
os repasses efetuados pelos órgãos competentes; deste artigo os demais votados, observada a ordem
decrescente de classificação.
f) elaborar os balancetes e prestações de contas a serem
encaminhados aos órgãos de controle interno e externo; § 4º Qualquer membro, exceto o nato, poderá desistir de
participar no Conselho Superior, ocasião em que será
g) planejar as aquisições de equipamentos e patrimônio, imediatamente substituído pelo respectivo suplente.
conforme necessidades colhidas junto aos órgãos
integrantes da Polícia Civil do Estado; Art. 26. O CONSEPOL constitui órgão deliberativo e opinativo
das matérias de relevante interesse da Instituição da Polícia
h) inventariar, classificar, registrar e manter atualizado o Civil, cujas reuniões versarão sobre a coordenação das
cadastro de bens imobilizados pertencentes a Polícia Civil do atividades da Polícia Civil na área de Segurança Pública e
Estado; sobre a resolução de matérias administrativas e disciplinares
da Instituição da Polícia Civil.
i) controlar a distribuição de bens patrimoniais entre os
órgãos e unidades policiais da Delegacia-Geral de Polícia § 1º Compete ao CONSEPOL, no que se refere às matérias de
Civil, emitindo termo de responsabilidade; coordenação das atividades da Polícia Civil na área de
Segurança Pública:
j) elaborar mensalmente demonstrativo contábil referente à
administração da Polícia Civil do Estado; e I – estudar, opinar e propor medidas de aprimoramento
técnico visando ao desenvolvimento e à eficiência da
l) desempenhar outras atividades determinadas pelo Instituição da Polícia Civil;
Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado.
II – sugerir estudos e pesquisas, objetivando o contínuo
Subseção VIII aperfeiçoamento da função policial, ou sobre eles opinar; e

Do Conselho Superior da Polícia Civil (CONSEPOL) III – zelar pela observância dos princípios e funções da Polícia
Civil.
Art. 25. O Conselho Superior de Polícia Civil, presidido pelo
Delegado-Geral de Polícia Civil, além deste, é composto por § 2º Compete ao CONSEPOL, no que se refere às matérias de
17 (dezessete) membros, sendo 9 (nove) Delegados de coordenação das atividades administrativas e disciplinares
Polícia de Classe Especial, 05 (cinco) Delegados de Polícia da instituição da Polícia Civil:
Civil de 3ª Classe, todos eleitos pelo Colegiado de Delegados
de Polícia (COLDEPOL), além de 01 (um) Corregedor-Auxiliar I – deliberar sobre modificações da estrutura organizacional
de Disciplina do Pessoal Civil, este considerado membro da Polícia Civil de carreira;
nato, de 01 (um) representante da carreira funcional de
Escrivão de Polícia Civil e 01 (um) representante da carreira II – examinar e avaliar as propostas dos órgãos da Polícia
funcional de Agente de Polícia, ambos de 4ª Classe ou de Civil, em função dos planos e programas de trabalho
Classe Especial. previstos para cada exercício financeiro, atinentes à
expansão de recursos humanos e à aquisição de materiais e
§ 1º A eleição dos Delegados de Polícia de 3a Classe e de equipamentos;
Classe Especial que comporão o CONSEPOL será realizada na
forma prevista nesta Lei Complementar Estadual, cujos III – opinar sobre anteprojetos de Leis e de Atos Normativos
mandatos serão de 2 (dois) anos, permitida a recondução que proponham ao Poder Executivo a criação, organização
por uma única vez sob a mesma forma da eleição originária. ou extinção de cargos e órgãos;

§ 2º A indicação dos Representantes dos Escrivães e dos IV – deliberar sobre as questões que lhe forem submetidas
Agentes, cujos mandatos serão de 2 (dois) anos, pelo Delegado-Geral de Polícia Civil;
reconduzidos por uma única vez, realizar-se-á por meio de
eleição direta promovida pela representação sindical da

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V – pronunciar-se sobre matéria relevante, concernente a Do Colegiado de Delegados de Polícia Civil (COLDEPOL)
funções, princípios e conduta funcional ou particular do
policial civil, com reflexos no órgão; Art. 27. Caberá ao Colegiado de Delegados de Polícia
(COLDEPOL), presidido pelo Delegado-Geral de Polícia Civil
VI – emitir pareceres em recursos interpostos perante o do Estado e integrado por todos os membros da carreira em
Secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa atividade de Delegados de Polícia Civil:
Social;
I – elaborar e deliberar, mediante voto direto, secreto e
VII – recomendar à Corregedoria-Geral de Polícia Civil a facultativo, a lista para a escolha dos Delegados de Polícia
instauração de Procedimento Disciplinar contra os membros Civil de 3a e Especial Classes que comporão o CONSEPOL;
da Polícia Civil;
II – decidir, em grau de recurso, acerca dos pedidos e
VIII – julgar os pedidos de cancelamento de punições incidentes de inscrição dos Delegados de Polícia Civil para
aplicadas aos policiais civis; concorrer à composição do CONSEPOL, na forma disposta
neste artigo; e
IX – julgar transgressões disciplinares atribuídas a
integrantes dos quadros de pessoal de apoio, operacional e III – opinar, por solicitação do Delegado-Geral de Polícia Civil,
auxiliar da Polícia Civil, mediante apuração da Corregedoria; sobre matéria relativa à autonomia da Polícia Civil, na forma
do art. 4º desta Lei Complementar, e sobre outras de
X – indicar os 4 (quatro) representantes da carreira de interesse do órgão.
Delegado de Polícia, dentre os integrantes das 1a, 2a, 3a ou
Especial Classes, para comporem a Comissão de Concurso § 1° A lista de que trata o inciso I deste artigo será elaborada
para provimento de cargos da carreira policial do Estado, na mediante eleição por voto secreto e plurinominal dos
forma desta Lei Complementar. integrantes do COLDEPOL, em um só escrutínio.

XI – votar para a promoção do Policial Civil por Merecimento; § 2° A relação dos inscritos é tornada pública mediante ato-
circular amplamente divulgado nas Unidades Policiais, até 3
XII – indicar os 3 (três) representantes da carreira de (três) dias antes da data da deliberação.
Delegado de Polícia, dentre os integrantes da 3a Classe ou
Classe Especial, para comporem a Comissão de Avaliação dos § 3° Fica proibido o voto via postal ou voto por procuração.
servidores policiais em estágio probatório;
§ 4° Serão escolhidos para comporem o CONSEPOL os 9
XIII – apreciar em grau de recurso as impugnações das (nove) Delegados de Polícia Civil de Classe especial e os 5
decisões tomadas pela Comissão examinadora do Concurso (cinco) Delegados de Polícia Civil de 3a Classe que receberam
Público, na forma do artigo 37, parágrafo único, desta Lei o maior número de votos.
Complementar;
§ 5º Havendo empate, serão adotados como critérios para
XIV – recomendar correições extraordinárias; e solução, sucessivamente, o maior tempo na Classe, na
carreira, maior tempo de serviço público e idade mais
XV – exercer outras atribuições previstas em lei. avançada.

§ 3º Serão convocados todos os membros do CONSEPOL para § 6° Os trabalhos da eleição dos candidatos a comporem o
a participação nas reuniões de que trata o § 1º deste artigo, CONSEPOL serão dirigidos por Mesa Eleitoral, dentre os
ficando as de ordem administrativa e disciplinar restritas aos integrantes do Colegiado de Delegados de Polícia, composta
seguintes membros: DEGEPOL, os Delegados de Polícia Civil de 3 (três) membros dessa carreira, em efetivo exercício,
de 3a Classe ou de Classe Especial e o Corregedor-Auxiliar de sendo 1 (um) Delegado de Classe especial, a quem cabe a
Disciplina do Pessoal, integrantes do CONSEPOL. Presidência, e 2 (dois) Delegados de Polícia de 3ª Classe, ou,
na ausência destes, de 2a Classe, sucessivamente.
§ 4o As decisões expedidas pelo Conselho Superior, tomadas
por maioria simples dos seus membros, deverão ser § 7º A constituição da Mesa Eleitoral deve realizar-se até 20
motivadas. (vinte) dias antes da data prevista para a escolha dos
membros do CONSEPOL, prazo esse que será reduzido à
Subseção IX metade no caso de vacância antecipada do cargo.

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§ 8º Compete à Mesa Eleitoral: em vigor e em outros atos normativos que vierem a dispor
sobre a matéria.
I – tornar pública a abertura das inscrições para o
preenchimento das vagas existentes no CONSEPOL; Art. 29. Cada unidade policial terá 01 (um) Delegado Titular,
designado pelo Delegado-Geral de Polícia Civil, escolhido
II – decidir acerca dos pedidos de inscrição; dentre os servidores integrantes da carreira de Delegado de
Polícia Civil do Estado.
III – resolver os incidentes ocorridos durante a eleição;
§ 1º Nas licenças e afastamentos temporários da autoridade
IV – apurar os votos e proclamar o resultado; titular, o Delegado-Geral indicará um Delegado de Polícia
para substituí-lo.
V – lavrar as atas dos trabalhos, de que constem o número
de votantes, os incidentes ocorridos, a votação de cada § 2º Compete ao Titular da Unidade Policial, além das
candidato e a indicação dos mais votados, encaminhando-as atribuições pertinentes ao cargo:
ao Colegiado de Delegados de Polícia Civil nas 24 (vinte e
quatro) horas seguintes da eleição; I – coordenar as atividades do Delegado-Adjunto, dos
Escrivães e Agentes lotados na Unidade Policial que exerça a
VI – publicar a relação dos Delegados de Polícia Civil mais chefia;
votados, na quantidade prevista no §4º deste artigo, ou do
número de vagas abertas e vagas. II – incentivar a iniciativa dos servidores policiais para a
melhoria, aperfeiçoamento e celeridade dos trabalhos
§ 9º Caberá recurso para o Colegiado de Delegados de Polícia policiais da Unidade Policial;
Civil das decisões da Mesa:
III – comunicar, imediatamente, à Corregedoria-Geral da
I – da inscrição dos candidatos, no prazo de 48 (quarenta e SESED as faltas disciplinares dos servidores policiais lotados
oito) horas, a contar da publicação da relação nominal de na Unidade Policial;
que trata o § 8º deste artigo quando o recorrente houver
impugnado a de alguns deles; IV – prezar pela boa e amistosa convivência dos servidores
policiais sob sua direção;
II – dos incidentes da votação e apuração, até a assinatura da
ata, quando interposto pelo suscitante; e V – promover reuniões internas no sentido de melhorar a
qualidade do serviço e do atendimento ao público em geral;
III – da proclamação do resultado, no prazo do inciso I deste
parágrafo, contado de sua publicação. VI – distribuir as atividades, dentre as atribuições relativas ao
cargo de que trata esta Lei Complementar, entre os
§ 10. O recurso previsto no § 9º deste artigo deve ser servidores policiais sob sua direção, de acordo com o perfil
decidido no prazo de 24 (vinte e quatro) horas e os demais por eles demonstrado;
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, com efeito
suspensivo. VII – enviar ao Delegado-Geral, trimestralmente, relatório
das ocorrências registradas na Unidade Policial; e
§ 11. As decisões do Colegiado de Delegados de Polícia Civil,
quanto à matéria do § 9º deste artigo, são finais. VIII – indicar ao Delegado-Geral de Polícia Civil o Escrivão e o
Agente, dentre os integrantes das respectivas carreiras, a
Subseção X serem designados para exercerem, respectivamente, a
função de Chefia de Cartório e de Chefia de Investigações da
Unidade Policial, cuja titularidade lhe pertence.
Das Unidades Policiais

Art. 30. Cada unidade policial terá 01 (um) Chefe de


Art. 28. As Delegacias de Polícia Civil, distritais, municipais e
Investigação e 01 (um) Chefe de Cartório, indicado pela
especializadas são unidades diretamente subordinadas às
autoridade policial da referida delegacia, designado pelo
respectivas diretorias e delegacias regionais, com
Delegado-Geral de Polícia, escolhido entre os ocupantes dos
competência para a execução de suas atividades-fim de
cargos, respectivamente, de Agente e Escrivão de Polícia
polícia judiciária e administrativa, nos termos da legislação
Civil, de 3a, 4a ou Especial Classes.

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§ 1º Inexistindo Agentes e Escrivães das Classes referidas no V – exercer o comando na revista e vigilância dos presos,
caput deste artigo, a escolha será realizada pelo critério de velando pela sua incolumidade; e
antiguidade.
VI – comunicar, imediatamente e por escrito, ao Delegado
§ 2º Nas licenças e afastamentos temporários do chefe de Titular qualquer irregularidade e ilegalidade de que tome
investigação e chefe de cartório, a autoridade policial conhecimento no âmbito da Unidade Policial.
indicará um substituto, cuja designação será feita pelo
Delegado-Geral de Polícia, a ser escolhido dentre os Seção III
servidores lotados na mesma Unidade Policial.
Dos Cargos da Polícia Civil
§ 3º Compete ao Chefe de Cartório, afora as atribuições
pertinentes ao cargo: Art. 31. A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte é
composta, para todos os fins de direito, pelos cargos
I – sugerir ao Delegado Titular da Unidade Policial as integrantes da carreira de Delegado, de Escrivão e Agente,
atividades a serem distribuídas entre os Escrivães de Polícia, cujas atribuições específicas encontram-se definidas nesta
de acordo com o perfil apresentado; Lei Complementar.

II – manter, sob seu controle, toda a escrituração dos livros Subseção I


pertencentes ao cartório da Unidade Policial, mediante
controle e saída de documentos; Das Atribuições do Cargo de Delegado da Polícia Civil

III – ter em depósito exclusivo os valores das fianças fixadas Art. 32. Compete ao Delegado de Polícia Civil:
pela autoridade policial, bem como os objetos, valores e
coisas apreendidos no curso de procedimentos policiais,
I – instaurar e presidir inquéritos policiais e demais
acondicionando-os em mobiliário adequado cuja chave
procedimentos que se iniciem na Polícia Judiciária,
somente o Delegado- Titular de Unidade Policial terá uma
destinados a apurar a materialidade e a autoria das infrações
cópia;
penais;

IV – manter atualizados os mapas de controle de inquéritos,


II – exercer atribuições previstas na legislação processual
processos e boletins; e
penal de competência da autoridade policial;

V – proibir a entrada e permanência de pessoas estranhas no


III – requisitar a realização de prova pericial, quando
Cartório e no Setor de Arquivo da Unidade Policial, para a
necessária, ou de quaisquer outros exames que julgar
salvaguarda dos documentos policiais sob sua
imprescindíveis à elucidação do fato;
responsabilidade.
IV – prestar às autoridades judiciárias as informações
§ 4º Compete ao Chefe de Investigações, afora as atribuições
necessárias à instrução e ao julgamento dos processos
pertinentes ao cargo:
penais sob sua direção;

I – sugerir ao Delegado-Titular da Unidade Policial as


V – realizar as diligências requisitadas pelo Juízo Penal ou
atividades a serem distribuídas entre os Agentes de Polícia,
pelo Ministério Público;
de acordo com o perfil apresentado;
VI – dar cumprimento a mandados de prisão expedidos pela
II – comandar o Setor de Investigações, implementando
Autoridade Judiciária;
medidas que levem a celeridade das atividades;
VII – conceder e arbitrar fiança, nos termos da lei;
III – gerenciar o atendimento ao público e o registro de
ocorrências criminais e operacionais, como também o
encaminhamento de providências; VIII – representar acerca de prisão preventiva ou temporária
e de insanidade mental do indiciado;
IV – organizar a ordem de cumprimento de mandados e de
IX – adotar medidas necessárias ao controle da
ordens de serviços expedidas pela Autoridade Policial ou
criminalidade;
Judiciária competente;

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X – atender ao público, encaminhando providências e VI – preparar ordens de serviço, mandados de intimação,


determinando o registro das ocorrências policiais; mandados de condução coercitiva e demais documentos
necessários às missões policiais de ordem da autoridade
XI – orientar equipes subordinadas, visando à coordenação, policial;
ao controle e ao desenvolvimento técnico do trabalho
policial; VII – ter sob a sua responsabilidade inquéritos policiais,
termos circunstanciados de ocorrência, processos penais,
XII – dirigir-se aos locais de crime, providenciando para que além de quaisquer outros procedimentos policiais e penais
não se alterem, enquanto necessário, o estado e a que estejam sob a sua guarda;
conservação das coisas, supervisionando todos os atos;
VIII – receber e recolher fianças, quando determinado pela
XIII – cumprir e fazer cumprir as ordens, normas e instruções autoridade policial;
emanadas de superior hierárquico;
IX – acondicionar, relacionar e etiquetar objetos, valores e
XIV – fornecer aos seus subordinados ordem de serviço, por coisas apreendidos;
escrito, das ações que a eles determinar;
X – expedir certidões, atestados e declarações, de ordem da
XV – exercer, quando designados pela autoridade autoridade policial;
competente, cargos e funções integrantes da estrutura
básica da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da XI – preparar ofícios, memorandos e outras espécies de
Defesa Social do Estado; e documentos de comunicação administrativa, internos e
externos;
XVI – exercer outras atribuições correlatas ao cargo.
XII – manter atualizada a escrituração de livros sob sua
Subseção II responsabilidade, procedendo às suas aberturas;

Das Atribuições do Cargo de Escrivão da Polícia Civil XIII – preencher mapas de controle de inquéritos, processos
e boletins;
Art. 33. Compete ao Escrivão de Polícia Civil:
XIV – manter em perfeita ordem os arquivos, fichários e
I – dar cumprimento às formalidades processuais, na demais documentos sob sua responsabilidade;
lavratura de autos, termos, mandados e demais atos
próprios do seu ofício definidos em lei; XV – cumprir e fazer cumprir as ordens, normas e instruções
emanadas de superior hierárquico;
II – lavrar autos de prisão em flagrante delito, autos de
exibição e apreensão em flagrante delito e termos e boletins XVI – prestar as informações requisitadas por superior
circunstanciados de ocorrência, quando determinado pela hierárquico;
autoridade policial;
XVII – acompanhar, quando necessário, e em razão de sua
III – elaborar termos de entrega de objetos e valores condição funcional, a autoridade policial em diligência; e
apreendidos, de ordem da autoridade policial;
XVIII – exercer outras atividades correlatas ao cargo.
IV – reduzir a termo as declarações, os interrogatórios, os
depoimentos, os autos de prisão em flagrante, as Subseção III
acareações, os reconhecimentos, as resistências, as
reconstituições, os recolhimentos e outros procedimentos Das Atribuições do Cargo de Agente da Polícia Civil
policiais assemelhados;
Art. 34. Compete ao Agente de Polícia Civil:
V – autuar, preparar e ordenar documentos e peças de
inquéritos policiais e processos penais sob sua guarda, I – levantar todas as informações que conduzam ao
submetendo-os regularmente a despacho da autoridade esclarecimento dos delitos denunciados, subsidiando o
policial; Delegado de Polícia Civil com os elementos necessários para
a conclusão do inquérito policial;

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II – efetuar prisões em flagrante, busca pessoal e Parágrafo único. Os integrantes do Conselho Superior da
apreensões; Polícia Civil não participarão da Comissão de Concurso.

III – cumprir mandados expedidos pela autoridade policial Art. 37. As decisões da Comissão Examinadora serão
competente; tomadas por maioria absoluta, cabendo ao Presidente o voto
de desempate.
IV – dirigir, conforme habilitação e de acordo com a devida
designação, veículos automotores em missões policiais e no Parágrafo único. Das decisões tomadas pela Comissão
desempenho de atividades nos diversos setores da Polícia Examinadora caberão recursos para o CONSEPOL, no prazo
Civil; de 48 (quarenta e oito) horas.

V – operar equipamentos de comunicação, zelando por sua Art. 38. O Delegado-Geral de Polícia Civil, no interesse do
segurança e manutenção; serviço, poderá dispensar das atribuições normais os
membros da instituição integrantes da Comissão de
VI – executar revista e vigilância de presos apenas durante o Concurso.
período do inquérito policial de réu preso;
LIVRO II
VII – cumprir e fazer cumprir as ordens, normas e instruções DO ESTATUTO DOS POLICIAIS CIVIS DO ESTADO
emanadas de superior hierárquico; e
TÍTULO I
VIII – exercer outras atividades correlatas ao cargo. DA ESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA
Art. 39. As carreiras de Delegado, Escrivão e Agente de
Polícia Civil do Estado serão estruturadas da seguinte forma:
I – Delegado de Polícia Civil:
a) Delegado de Polícia de Classe Especial;
b) Delegado de Polícia de 3ª Classe;
Seção IV c) Delegado de Polícia de 2ª Classe;
d) Delegado de Polícia de 1ª Classe; e
Do Órgão Auxiliar
e) Delegado de Polícia Substituto;
Subseção Única II – Escrivão de Polícia Civil:
a) Escrivão de Polícia de Classe Especial;
Da Comissão de Concurso
b) Escrivão de Polícia de 4ª Classe;
Art. 35. A Comissão de Concurso, órgão auxiliar de natureza
c) Escrivão de Polícia de 3ª Classe;
transitória, será constituída por Delegados de Polícia
efetivos, designados pelo Delegado-Geral de Polícia Civil, na d) Escrivão de Polícia de 2ª Classe;
forma do art. 15, XV, desta Lei Complementar Estadual, de e) Escrivão de Polícia de 1ª Classe; e
01 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil,
Secção do Estado do Rio Grande do Norte (OAB/RN) e de 01 f) Escrivão de Polícia Substituto;
(um) representante do Ministério Público Estadual. III – Agente de Polícia Civil:

Art. 36. O Conselho Superior de Polícia Civil indicará ao a) Agente de Polícia de Classe Especial;
DEGEPOL 4 (quatro) representantes da carreira de Delegado b) Agente de Polícia de 4ª Classe;
de Polícia, integrantes das 1a, 2a, 3a ou Especial Classes, para
comporem a Comissão de Concurso com antecedência c) Agente de Polícia de 3ª Classe;
mínima de 2 (dois) meses da data de sua realização, d) Agente de Polícia de 2ª Classe;
preferencialmente, entre especialistas das disciplinas
específicas exigidas no instrumento convocatório. e) Agente de Polícia de 1ª Classe; e
f) Agente de Polícia Substituto.
TÍTULO II

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DO INGRESSO NA CARREIRA VIII – não ter sido punido com pena de demissão aplicada por
órgão ou entidade federal, estadual ou municipal,
CAPÍTULO I
integrantes da Administração Pública Direta e Indireta;
DISPOSIÇÕES GERAIS
IX – gozar de boa saúde física e mental;
Art. 40. O ingresso na carreira dos servidores policiais civis
X – possuir temperamento adequado ao exercício da função
far-se-á na Classe inicial de Delegado de Polícia Civil
policial, apurado em exame psicotécnico, a ser realizado com
Substituto, Escrivão de Polícia Civil Substituto e Agente de
base em critérios técnico-científicos e objetivos; e
Polícia Civil Substituto.
XI – habilitação prévia em concurso público de provas ou de
§ 1º Será necessária a abertura de concurso para provimento
provas e títulos.
do cargo público efetivo quando o número de vagas exceder
1/5 (um quinto) dos cargos iniciais de cada carreira policial, § 3º Será exonerado o servidor que, depois de nomeado e
a juízo do Conselho Superior de Polícia Civil. durante o estágio probatório, omitiu fato que
impossibilitaria sua matrícula no Curso de Formação Policial.
§ 2° Verificada a existência das vagas, o Delegado-Geral de
Polícia Civil convocará, no prazo de 8 (oito) dias, o Conselho Art. 42. A investidura ocorrerá com a posse.
Superior de Polícia Civil para fazer a indicação dos membros
Art. 43. Os cargos integrantes da estrutura organizacional da
da Comissão do Concurso Público, na forma do art. 36 desta
Polícia Civil serão preenchidos por:
Lei Complementar.
I – nomeação;
§ 3° O concurso abrangerá as vagas existentes e as que
ocorrerem durante o prazo de validade, salvo deliberação II – promoção;
em contrário do Conselho Superior de Polícia Civil, limitando
III – reintegração;
o número de vagas a serem oferecidas.
IV – aproveitamento;
Art. 41. Os cargos da Polícia Civil, acessíveis a todos os
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos nesta V – readaptação;
Lei Complementar, subdividem-se em cargos de provimento
VI – reversão; e
efetivo ou em comissão.
VII – recondução.
§ 1º Os cargos de provimento efetivo são os que integram as
carreiras segmentadas em Classes de categorias funcionais, § 1º As funções são providas mediante designação.
exigindo-se para seu preenchimento habilitação prévia em
§ 2º O provimento por eleição restringe-se aos casos
concurso público de provas ou de provas e títulos.
previstos em Lei.
§ 2º São requisitos para o ingresso nas carreiras que
CAPÍTULO II
integram o Grupo Ocupacional Polícia Civil:
DO CONCURSO PÚBLICO
I – nacionalidade brasileira;
Art. 44. O ingresso na Classe inicial das carreiras
II – estar em dia com as obrigações eleitorais e no pleno
pertencentes à Polícia Civil do Estado far-se-á mediante
exercício dos direitos políticos;
concurso público de prova ou provas e títulos, em que sejam
III – estar quite com o serviço militar, se do sexo masculino, avaliadas as qualificações e aptidões específicas para o
sendo portador de certificado de Reservista ou de Dispensa desempenho do cargo.
de Incorporação;
§ 1º O concurso para ingresso na Classe inicial das carreiras
IV – possuir diploma de conclusão do 2º grau devidamente de Policial Civil será realizado em 4 (quatro) etapas,
registrado por autoridade competente, no caso de Escrivão sucessivas e eliminatórias:
e Agente de Polícia, ou ter concluído o curso de Bacharel em
I – a primeira etapa, de caráter eliminatório e classificatório,
Direito, obtido em instituição de Ensino Superior legalmente
compreenderá a avaliação de conhecimentos teóricos gerais
reconhecida, na hipótese de Delegado de Polícia Civil;
e específicos, por meio de prova escrita, com base em
V – ter completado 18 (dezoito) anos de idade; matéria objeto do programa definido em Edital, publicado no
Diáriom Oficial do Estado;
VI – possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
II – a segunda etapa consistirá no exame psicotécnico;
VII – não possuir antecedentes criminais, provado por meio
de apresentação de certidões negativas expedidas pelos III – a terceira etapa será a avaliação física;
órgãos federal e estadual, consoante as exigências do Edital;

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IV – a quarta etapa consistirá na habilitação em curso de desempenho para o exercício do cargo, sendo promovida
formação específico, promovido pela Academia de Polícia uma investigação social.
Civil ou órgão oficial congênere.
§ 2º Para o provimento do cargo de Escrivão de Polícia, § 2º O candidato que não preencher os requisitos do § 1º
exigir-se-á como terceira etapa do Concurso uma prova será desligado do Curso e eliminado do concurso, após
prática de datilografia e/ou de operador em micro procedimento administrativo instaurado especialmente para
computador, em substituição à avaliação física. este fim, assegurados a ampla defesa e o contraditório.

§ 3º Para o provimento do cargo de Delegado de Polícia Civil, § 3º As notas obtidas pelos candidatos concorrentes no
além dos requisitos exigidos nesta Lei Complementar, é decorrer do Curso de que trata este artigo somente serão
obrigatória a habilitação de Bacharel em Direito em utilizadas subsidiariamente, para fins de desempate de
estabelecimento de ensino superior, comprovado pela candidatos quanto à nota final do concurso.
apresentação de diploma reconhecido pelo órgão federal
competente.
§ 4º Após a homologação do concurso, os candidatos, uma
vez nomeados e empossados, passarão a exercer suas
§ 4º É requisito para provimento dos cargos de Escrivão e funções nas diversas Unidades Policiais indicadas pelos
Agente de Polícia Civil a apresentação de diploma de órgãos de execução programática de que trata esta Lei
conclusão do nível médio, devidamente reconhecido pela Complementar.
autoridade competente.
§ 5º Enquanto for aluno de curso de formação técnico-
§ 5º Somente serão convocados para participar do Curso de profissional realizado para o provimento de cargos
Formação Profissional Policial, quarta etapa do certame, 3 integrantes da carreira de policial civil, o candidato fará jus a
(três) vezes o número de vagas constante do edital do uma bolsa de estudos no valor de 50% (cinquenta por cento)
concurso público deflagrado, compreendido neste os da parcela única da Classe inicial do cargo a que se
candidatos habilitados até a terceira etapa do concurso, de candidatou, constante do Anexo I desta Lei Complementar.
acordo com o cargo objeto de inscrição.
CAPÍTULO III
Art. 45. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos,
contados a partir da data da homologação do concurso pela
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
autoridade competente, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
Art. 47. O estágio probatório compreende o período de 3
(três) anos de efetivo exercício, durante o qual são apurados
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua
os requisitos imprescindíveis à permanência do servidor
realização serão fixados em edital, que será publicado no
público, que deverá preencher os seguintes requisitos:
Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação.
I – a idoneidade e a compatibilidade da conduta com o
§ 2º Competirá ao Delegado-Geral de Polícia Civil proceder à
exercício do cargo;
homologação de cada etapa do concurso para ingresso na
carreira policial de que trata esta Lei Complementar.
II – a aptidão, a disciplina, a assiduidade, a pontualidade, a
urbanidade, a dedicação ao serviço, a eficiência e a
§ 3º Caberá recurso do ato que trata o § 2º para o Secretário
responsabilidade.
de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social.
§ 1º A apuração da conduta de que trata o inciso II do caput
Seção Única
deste artigo abrangerá, inclusive, o tempo anterior à
nomeação.
Do Curso de Formação Profissional
§ 2º Somente serão computado como tempo de efetivo
Art. 46. O Curso de Formação Profissional constitui a última exercício, para fins de estágio probatório, os dias
etapa do concurso público para ingresso na carreira policial, efetivamente trabalhados e os de descanso deles
de caráter eliminatório. decorrentes, os dias de trânsito, de férias, e os de outros
cursos específicos para a Classe.
§ 1º Durante o Curso de Formação Profissional, os
candidatos serão avaliados também quanto às aptidões e § 3º A avaliação de desempenho será instaurada 4 (quatro)
meses antes de findo o período do estágio por uma Comissão

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instituída para esse fim, na forma do artigo 26, § 2º, XII, desta Art. 50. A posse é o ato inicial que completa a investidura em
Lei Complementar. cargo público, que se dará pela assinatura do respectivo
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
§ 4º O resultado do trabalho da Comissão para avaliação do responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado,
estágio probatório será submetido à homologação do somente alterados por Lei Complementar.
Delegado-Geral de Polícia Civil, para, conforme o caso,
confirmar o estagiário ou propor sua exoneração ao § 1º A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias, contados
Governador do Estado. da publicação do ato de provimento, prorrogável por igual
período, a requerimento do interessado.
§ 5º Durante o estágio, os servidores policiais somente
poderão ter exercício em órgão policial ou técnico, vedada a § 2º Em se tratando de titular de outro cargo ou função
requisição a qualquer título, ressalvado o disposto no art. 56 públicos, em gozo de licença ou afastamento por qualquer
desta Lei Complementar. outro motivo legal, o prazo será contado a partir do término
do impedimento.
§ 6º Durante o estágio, é vedado ao policial civil concorrer à
promoção na carreira, ressalvado o disposto no art. 61, §§ 1º § 3º Exigir-se-á a posse nos casos de provimento do cargo
e 2º desta Lei Complementar. por nomeação, designação, eleição ou aproveitamento em
outro cargo.
Art. 48. O servidor que, em estágio probatório, não satisfizer
qualquer dos requisitos previstos no art. 47 desta Lei § 4º No ato da posse, o servidor obrigatoriamente
Complementar será exonerado após apuração criteriosa, apresentará declaração de bens e valores que constituam
ocasião em que lhe será assegurado o contraditório e a patrimônio e declaração relativa ao exercício ou não de
ampla defesa, sob pena de invalidação do ato. outro cargo, emprego ou função pública.

CAPÍTULO IV § 5º Operar-se-á a caducidade, com a consequente extinção


dos efeitos jurídicos do ato de nomeação, na hipótese de a
DA NOMEAÇÃO posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.

Art. 49. A nomeação far-se-á: Art. 51. A posse, que compreende a assinatura no Termo de
Posse e a entrega da identidade funcional, dependerá de
I – em caráter efetivo, na Classe inicial da carreira, prévia inspeção perante Junta Médica do Estado, que
condicionada à anterior aprovação em concurso público, certificará se o candidato encontra-se apto, físico e
conforme dispuser o Edital; e mentalmente, para o exercício do cargo público.

II – em comissão, para cargo de confiança, de livre Parágrafo único. O termo de posse será assinado pelo
exoneração. nomeado, no qual o servidor policial assumirá o seguinte
compromisso: “Prometo desempenhar minhas funções com
desprendimento e probidade, respeitando a dignidade e a
§ 1º A nomeação de caráter efetivo obedecerá
integridade física do ser humano, observar rigorosamente as
rigorosamente à ordem de classificação dos candidatos
Constituições Federal e Estadual, as leis, os princípios e
aprovados em concurso público, de acordo com o ato de
normas contidas na Lei Orgânica da Polícia Civil”.
homologação do concurso a ser publicado na Imprensa
Oficial, e o número de vagas existentes para o cargo.
Art. 52. São autoridades competentes para dar a posse:
§ 2º A nomeação para as funções de direção, chefia e
assessoramento das atividades da Polícia Civil recairá, I – o Governador do Estado; e
exclusivamente, sobre servidores públicos ocupantes de
cargo de provimento efetivo da carreira policial, nos termos II – o Secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa
desta Lei Complementar. Social.

Seção I Parágrafo único. O ato de posse para ser realizado pelas


autoridades do inciso II deste artigo dependerá de prévia
Da Posse delegação do Governador do Estado, nos termos do art. 64,
parágrafo único, da Constituição do Estado do Rio Grande do
Norte.

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Seção II DA PROMOÇÃO

Do Exercício Seção I

Art. 53. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do Das disposições gerais
cargo ou função.
Art. 57. Promoção é a elevação do servidor de uma Classe
§ 1º O prazo para o servidor entrar em exercício é de 30 para outra imediatamente superior àquela em que se
(trinta) dias, contados da data da posse ou da publicação do encontrava na categoria funcional a que pertencer, na
ato de readaptação, reversão, aproveitamento, respectiva série de Classes da categoria.
reintegração, recondução, remoção, redistribuição ou
relocação. Art. 58. A promoção realiza-se pelos critérios de Antiguidade
de Classe e de Merecimento, alternadamente, iniciando-se
§ 2º O prazo do § 1º deste artigo não se aplica ao servidor pelo primeiro.
investido por eleição, cujo exercício se reputa iniciado com a
assinatura do termo de posse, do qual deve constar Art. 59. Para cada categoria, serão elaboradas 02 (duas) listas
declaração nesse sentido. de classificação, concomitantemente, para os critérios de
Antiguidade e de Merecimento.
§ 3° Será exonerado o servidor empossado que não entrar
em exercício no prazo previsto no § 1º deste artigo. Art. 60. As promoções obedecerão obrigatoriamente à
ordem de classificação e as vagas abertas para o
§ 4º A competência para dar exercício, no caso do § 1º deste preenchimento de cada Classe.
artigo, é do dirigente do órgão ou entidade onde for lotado
o servidor. Art. 61. Os servidores policiais civis somente poderão ser
promovidos após 1 (um) ano de efetivo exercício na Classe,
Art. 54. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do salvo os de Classe inicial para a Classe seguinte, cujo lapso
exercício serão registrados no assentamento individual do será de 3 (três) anos de efetivo exercício.
servidor.
§ 1º Serão dispensados os interstícios de que trata o caput
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor deste artigo se não houver quem preencha tal requisito na
apresentará ao órgão competente os elementos necessários carreira respectiva ou se quem o preencher recusar a
ao seu assentamento individual. promoção.

Art. 55. A promoção não interrompe o tempo de exercício, § 2º Ocorrendo a dispensa do interstício na forma do § 1º
que é contado no novo posicionamento na carreira, a partir deste artigo, poderá ser promovido o servidor policial civil
da data da publicação do ato que promover o servidor. que se encontrar em estágio probatório sem que a hipótese
implique confirmação na carreira.
Art. 56. O policial civil somente poderá ser cedido para ter
exercício em órgão que não componha a estrutura Art. 62. Será declarada sem efeito a promoção indevida, não
desconcentrada da Secretaria de Estado da Segurança ficando o servidor, nesse caso, obrigado à restituição de
Pública e da Defesa Social (SESED), respeitando o limite de valores percebidos a esse título, salvo na hipótese de
3% (três por cento) do respectivo quadro da respectiva declaração falsa ou omissão intencional.
categoria.
Art. 63. Não poderão concorrer às promoções os Policiais
Parágrafo único. O ônus do disposto no caput recairá Civis que:
exclusivamente sobre o órgão cessionário.
I – estiverem com a prisão preventiva decretada, ou presos
TÍTULO III em flagrante delito;

DAS FORMAS DE ROVIMENTO DERIVADO II – forem condenados pela prática de crime, enquanto durar
o cumprimento da pena, mesmo em caso de suspensão
CAPÍTULO I condicional da pena; e

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III – estiverem respondendo a Processo Administrativo Seção II


Disciplinar ou Criminal.
Da Promoção por Merecimento
Parágrafo único. Em qualquer das hipóteses dos incisos I e III
deste artigo, se o servidor vier a ser, posteriormente, Art. 69. Merecimento é a demonstração positiva pelo
absolvido ou tiver o processo disciplinar arquivado e, servidor policial civil, durante sua permanência na Classe, de
somente por esses motivos não tiver sido promovido à época pontualidade e assiduidade, de capacidade e eficiência,
em que fazia jus a este direito, deverá ser promovido, compreensão dos deveres, aprimoramento da sua formação
independentemente de vaga, desde que requeira intelectual e jurídica.
administrativamente.
§ 1º Para fins de avaliação de promoção por Merecimento,
Art. 64. Verificada a existência de vagas, o Setor de Pessoal, será levado em consideração especialmente o período de
até o dia 5 (cinco) de março e 5 (cinco) de setembro de cada exercício na Classe e carreira aferidas, com a prevalência dos
ano, providenciará: seguintes critérios objetivos:

I – a distribuição do modelo padrão informativo de I – a pontualidade e dedicação no cumprimento das


Merecimento às Unidades Policiais respectivas para o obrigações funcionais e das instruções da Polícia Civil,
preenchimento pelos chefes imediatos dos servidores aquilatadas pelas informações originadas na Corregedoria
concorrentes; Geral de Polícia, relativa às ocorrências de sua vida funcional
e a seus assentamentos individuais, em especial os títulos
II – a organização e publicação das relações de Antiguidade capazes de atestar o mérito intelectual e operacional do
e de Merecimento; e servidor policial;

III – a publicação das listas de Antiguidade e de Merecimento II – a eficiência no desempenho das funções, verificadas
será fixada nos quadros de aviso da Polícia Civil e no boletim pelas referências dos chefes dos órgãos da Polícia Civil nas
administrativo do Estado. inspeções permanentes;

Art. 65. O servidor policial civil declarado inválido III – o diploma de Especialização, Mestrado ou Doutorado,
definitivamente em razão do serviço, será promovido à realizado por instituições públicas ou privadas, legalmente
Classe imediatamente superior por critério de Merecimento reconhecido, na área Jurídica ou congênere à atividade
e aposentado com a Parcela Única da nova Classe, constante policial;
do Anexo I desta Lei Complementar.
IV – o aprimoramento de sua capacidade cognitiva, jurídica
Parágrafo único. A promoção de que trata o caput deste ou funcional, mediante participação em cursos de
artigo não será considerada para efeito de alternância dos aperfeiçoamento, promovidos pela Instituição, Órgãos ou
critérios de promoção. Instituições de combate a criminalidade ou da Administração
Pública Federal, Estadual ou Municipal, com carga horária
Art. 66. Serão considerados promovidos os servidores que mínima de 180 (cento e oitenta) horas;
falecerem durante o processo promocional, mesmo sem o
processamento da promoção a que tinham direito por V – obtenção de prêmios relacionados com a carreira
Antiguidade. policial;

Art. 67. As promoções serão realizadas em abril e outubro de VI – publicação de livros, teses, estudos e artigos de natureza
cada ano, obedecendo aos limites, procedimentos e jurídica ou policial; e
condições pessoais do servidor policial concorrente,
estabelecidos nesta Lei Complementar, existentes até o VII – as informações constantes dos relatórios referentes às
último dia imediatamente anterior à análise do órgão visitas de inspeção e correição, devendo constar a
competente. assiduidade, a pontualidade de chegada ao local de trabalho
e o cumprimento dos prazos processuais para entrega dos
Art. 68. Os direitos e vantagens que decorrerem da procedimentos policiais pelo servidor policial civil
promoção serão contados a partir da publicação do ato, concorrente à promoção por Merecimento.
salvo quando publicado fora do prazo legal, caso em que
retroagirão ao dia em que deveria ter ocorrido a promoção. § 2º Nenhum curso será tido como pré-requisito para
promoção dos servidores da Polícia Civil.

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§ 3º Não poderá concorrer à promoção por Merecimento o § 3º No caso do § 2º deste artigo, após a decisão final do
servidor policial afastado de suas funções em razão de: recurso, proceder-se-á à promoção com efeito retroativo à
data em que deveria ter ocorrido.
I – estar em exercício de mandato eletivo federal, distrital,
estadual ou municipal; Art. 73. O Merecimento é adquirido especificamente na
Classe; promovido, o servidor policial civil começará a
II – estar exercendo, exclusivamente, mandato classista; adquirir Merecimento a contar de seu ingresso na nova
Classe.
III – estar em gozo de licença para tratar de assunto
particular; Seção III

IV – ter sofrido penalidade de advertência ou suspensão, no Da Promoção por Antiguidade


período de 1 (um) ano imediatamente anterior à ocorrência
da vaga, em caso de advertência, ou de 2 (dois) anos, em Art. 74. A Antiguidade será apurada na categoria do servidor
caso de suspensão; e policial civil, determinada pelo tempo de efetivo exercício na
Classe.
V – estar cedido a órgãos não integrantes da estrutura
desconcentrada da Secretaria de Estado da Segurança § 1º Por Antiguidade na Classe, entende-se o tempo que o
Pública e da Defesa Social. servidor contar, na Polícia Civil do Estado, deduzidos os
interregnos ocorridos ou qualquer interrupção prevista na
§ 4º É obrigatória a promoção do servidor policial civil que legislação, exceto:
figurar por 3 (três) vezes consecutivas ou 5 (cinco) vezes
alternadas em lista de Merecimento, ressalvada a hipótese I – o tempo de licença por motivo de saúde;
do § 3º deste artigo.
II – o tempo de licença por motivo de casamento ou
§ 5º A promoção por merecimento orientar-se-á pelos falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos;
critérios objetivos expostos no § 1º deste artigo, devendo a
decisão pela escolha do promovido ser escrita e III – o período de licença-prêmio;
fundamentada.
IV – o período de afastamento em virtude de representação
Art. 70. A promoção por Merecimento dependerá de lista ou missão oficial da Polícia Civil;
tríplice para cada vaga, organizada pelo Conselho Superior
de Polícia Civil, na forma do art. 26, § 2º, inciso XI, desta Lei V – o tempo de afastamento em virtude de processo criminal
Complementar. que terminar por arquivamento ou absolvição;

Art. 71. Competirá ao Delegado-Geral da Polícia Civil a VI – o período de licença para realização de curso de
decisão final na composição da lista de promoção por aperfeiçoamento profissional no país ou no exterior na
Merecimento, expedida por meio de ato administrativo forma do art. 131 desta Lei Complementar;
devidamente motivado.
VII – o tempo de exercício de mandato classista; e
Art. 72. Da apuração do Merecimento será dada ciência ao
servidor, sendo-lhe assegurada a ampla defesa e os meios a
VIII – o período em que o servidor público se encontrar
ela inerentes para se defender da avaliação realizada.
cedido na forma do art.

§ 1º Será de 10 (dez) dias o prazo para recorrer das fases ou


56 desta Lei Complementar.
dos atos do processo promocional, em petição dirigida ao
DEGEPOL.
§ 2º Ocorrendo empate na classificação, tanto por
Merecimento quanto por Antiguidade, terá precedência,
§ 2º A apresentação do recurso suspenderá a promoção até
sucessivamente, o candidato que tiver:
a decisão final, apenas no tocante à relação de Merecimento
impugnada.
I – mais tempo de efetivo exercício na Classe;

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II – mais tempo de efetivo exercício no cargo atualmente IV – da manifestação expressa e fundamentada do interesse
ocupado neste Estado; e no retorno do disponível pela Administração Superior da
Polícia Civil.
III – melhor classificação final do concurso de ingresso na
carreira, referente ao cargo em que estiver ocupando. § 1º O aproveitamento será feito no cargo anteriormente
ocupado pelo disponível, asseguradas as promoções por
Art. 75. Aplica-se à promoção por Antiguidade, no que
Antiguidade a que teria direito se em atividade estivesse.
couber, o disposto no arts. 70, 72 e 73 desta Lei
Complementar. § 2º Provada, em inspeção médica, a incapacidade definitiva
do servidor policial civil em disponibilidade, essa situação
CAPÍTULO II
deverá ser convertida em aposentadoria compulsória com as
DA REINTEGRAÇÃO vantagens a que teria direito se efetivado o seu retorno.
Art. 76. A reintegração é o retorno do servidor policial CAPÍTULO IV
estável ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante
DA READAPTAÇÃO
de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por
decisão administrativa ou judicial, transitada em julgado, Art. 78. A Readaptação é a investidura de servidor, ocupante
com a reconstituição da respectiva carreira e com o de cargo efetivo, em outro cargo de atribuições e
ressarcimento de todas as vantagens relativas ao cargo, responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha
corrigidos os valores pecuniários de juros e correção sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em
monetária. inspeção de saúde.
§ 1º A decisão administrativa que determinar o retorno será § 1º Se julgado incapaz para o serviço público o readaptando
proferida em processo de revisão, nos termos desta Lei será aposentado.
Complementar.
§ 2º A readaptação efetiva-se em cargo de atribuições afins,
§ 2º A reintegração será feita no cargo anteriormente respeitada a habilitação exigida.
ocupado, sendo-lhe asseguradas as promoções a que o
CAPÍTULO V
servidor policial faria jus se estivesse na atividade, inclusive
com a contagem de tempo de serviço. DA REVERSÃO
§ 3º Na hipótese de estar provido o cargo no qual foi Art. 79. A Reversão é o retorno à atividade de servidor
reintegrado o servidor policial, o seu ocupante passará à aposentado por invalidez, quando, por junta médica oficial,
disponibilidade remunerada até posterior aproveitamento. forem declarados insubsistentes os motivos da
aposentadoria.
§ 4º Extinto o cargo e não existindo, na mesma unidade
policial ou na Classe, vaga a ser ocupada pelo reintegrado, § 1º A reversão efetivar-se-á no mesmo cargo ou no cargo
será ele posto em disponibilidade remunerada ou resultante de sua transformação.
aproveitado, nos termos desta Lei Complementar,
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá
facultando-lhe a escolha da Unidade Policial onde aguardará
suas atribuições como excedente até a ocorrência de vaga.
aproveitamento.
§ 3º Fica vedada a reversão de aposentado que já tiver
§ 5º O servidor policial reintegrado será submetido à
completado 70 (setenta) anos de idade.
inspeção médica e, se considerado incapaz, será aposentado
compulsoriamente, com as vantagens a que teria direito se CAPÍTULO VI
efetivada a reintegração.
DA RECONDUÇÃO
CAPÍTULO III
Art. 80. A Recondução é o retorno do servidor estável ao
DO APROVEITAMENTO cargo anteriormente ocupado e decorre de:
Art. 77. O Aproveitamento é o retorno à atividade do I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;e
servidor policial em disponibilidade no mesmo cargo e
II – reintegração do anterior ocupante.
dependerá:
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem,
I – da habilitação em processo seletivo específico realizado
o servidor deverá ser aproveitado em outro.
pela Academia de Polícia Civil (ACADEPOL);
CAPÍTULO VII
II – de exame médico oficial;
DA REMOÇÃO
III – da existência de vaga; e
Art. 81. A remoção de pessoal da Polícia Civil poderá ser
feita:

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I – a pedido; Art. 84. São garantias dos Delegados de Polícia:


II – por interesse do serviço; e I – a independência funcional no desempenho de suas
atribuições;
III – por permuta.
II – a inamovibilidade relativa;
§ 1º Os Delegados de Polícia Civil serão removidos por
interesse do serviço, na forma do art. 92 desta Lei III – a irredutibilidade da parcela única remuneratória;
Complementar.
IV – a estabilidade, após a confirmação na carreira, na forma
§ 2º O policial civil em exercício no interior do Estado, com do art. 47 desta Lei Complementar.
filhos matriculados em estabelecimentos de ensino na
Art. 85. São garantias dos Escrivães e Agentes Policiais:
localidade, só poderá ser removido nas férias letivas, salvo
nos casos previstos nos incisos I ou III deste artigo, na forma I – a irredutibilidade da parcela única remuneratória;
desta Lei Complementar.
II – a estabilidade, após a confirmação na carreira, na forma
§ 3º A remoção por permuta será requerida mediante do art. 47 desta Lei Complementar.
pedido escrito e conjunto, subscrito por ambos os
Art. 86. Além das garantias asseguradas pela Constituição
pretendentes, dirigida ao DEGEPOL, que apreciará o pedido
Federal de 1988, o policial civil gozará das seguintes
em função da conveniência do serviço e emitirá decisão
prerrogativas:
fundamentada, de acordo com as respectivas chefias.
I – receber tratamento compatível com o nível do cargo
§ 4º A remoção a pedido ou por permuta não confere direito
desempenhado;
à ajuda de custo.
II – ser recolhido em dependência ou sala especial quando
§ 5º Dar-se-á a remoção para outra localidade, por motivo
sujeito a qualquer modalidade de prisão provisória;
de saúde, comprovado por Junta Médica do Estado,
ressalvado o disposto no art. 92 desta Lei III – cumprir pena, até o trânsito em julgado da sentença,
separado dos demais condenados;
Complementar.
IV – ter a prioridade nos serviços de transporte e
§ 6º Os servidores policiais civis serão removidos por
comunicação, públicos e privados, quando em missão de
interesse do serviço mediante decisão fundamentada do
caráter urgente, podendo requisitá-los, se necessário;
Delegado-Geral de Polícia, cabendo recurso ao Secretário de
Estado da Segurança Pública e da Defesa Social. V – portar arma, mesmo na inatividade;
VI – ter livre acesso aos locais sujeitos à fiscalização policial,
quando em serviço e na forma do Regulamento;
CAPÍTULO VIII
VII – não ser preso, senão por ordem judicial escrita, ou em
DA EXONERAÇÃO
flagrante delito, casos em que a autoridade fará no prazo
Art. 82. A exoneração do servidor policial dar-se-á: máximo de 24 (vinte e quatro) horas, a comunicação e a
apresentação do policial ao Delegado-Geral de Polícia Civil,
I – a pedido;
sob pena de responsabilidade;
II – no caso de não confirmação na respectiva carreira,
VIII – gozar do benefício da gratuidade nos transportes
durante o período de estágio probatório.
coletivos intermunicipais, quando em efetiva e comprovada
Art. 83. Ao servidor policial sujeito a processo administrativo perseguição ou ação urgente; e
ou judicial somente será concedida a exoneração depois de
IX – possuir carteira de identificação funcional, com fé
julgado o processo e cumprida a pena disciplinar imposta.
pública, válida em todo o território nacional, inclusive como
Parágrafo único. Não sendo decidido o processo disciplinar documento de identidade civil.
no prazo estabelecido no art. 196, § 1º desta Lei
§ 1o As garantias e prerrogativas previstas nesta Lei
Complementar, a exoneração será automaticamente
Complementar não excluem as que sejam estabelecidas em
concedida.
outras Leis.
TÍTULO IV
§ 2o As garantias e prerrogativas dos membros da Polícia
DAS GARANTIAS, DAS PRERROGATIVAS E DOS DIREITOS Civil são inerentes ao exercício de suas funções e são
irrenunciáveis.
DOS SERVIDORES POLICIAIS CIVIS DO ESTADO
Art. 87. Quando, no curso de investigação policial, houver
CAPÍTULO I
indícios de prática de ilícito penal atribuído a policial civil, a
DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS autoridade competente remeterá, imediatamente, cópia do

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procedimento ao Corregedor-Geral de Polícia, que deverá I – de segunda a quinta-feira, das 18h às 8h do dia seguinte,
tomar as providências cabíveis para a instauração do por 72 (setenta e duas) horas de descanso ininterruptas, e
processo administrativo disciplinar, sob pena de incorrer em
II – de sexta-feira a domingo, plantões de 24 (vinte e quatro)
crime de responsabilidade funcional.
horas, por 72 (setenta e duas) horas de descanso.
Art. 88. O policial civil, em atividade ou aposentado, tem
Seção Única
direito à identidade funcional equivalente à identidade civil.
Da Inamovibilidade do Delegado de Polícia Civil
Art. 89. Ficam instituídos como instrumentos de trabalho de
uso permanente por cada servidor policial civil, a serem Art. 92. O Delegado de Polícia Civil do Estado não poderá ser
fornecidos pelo Estado: removido de uma unidade para outra em prazo inferior a 1
(um) ano, contado de sua posse, na unidade policial em que
I – carteira policial, composta de estojo e cédula de
for lotado.
identidade funcional, criada pelo Decreto Estadual n.º
16.320, de 12 de setembro de 2002; Parágrafo único. O Delegado de Polícia Civil só poderá ser
removido em face da necessidade do serviço, definida em
II – 1 (um) par de algemas metálicas;
ato motivado do Delegado-Geral de Polícia Civil, cabendo
III – 1 (uma) arma de fogo, com munição suficiente e recurso ao Secretário de Estado da Segurança Pública e da
adequada, em plena condição de uso; Defesa Social.
IV – 1 (um) distintivo. CAPÍTULO II
§ 1º Para cada Unidade Policial serão disponibilizados coletes DA REMUNERAÇÃO
a prova de balas, em plenas condições de uso.
Art. 93. A remuneração dos servidores policiais civis será
§ 2º Será de total responsabilidade do servidor policial a constituída em parcela única remuneratória prevista no
perda de qualquer dos instrumentos relacionados no caput Anexo I dessa Lei Complementar, sobre a qual incide
deste artigo, devendo, nesse caso, ser instaurado processo exclusivamente o adicional por tempo de serviço, à razão de
administrativo disciplinar, com o objetivo de apurar o fato e 1% (um por cento) ao ano, até o limite de 35 (trinta e cinco)
suas circunstâncias, bem como recompor ao acervo aquênios e ainda o salário-família, não podendo ultrapassar,
patrimonial da Polícia Civil do Estado o bem suprimido. em nenhuma hipótese, o limite previsto no art. 37, XI, da
Constituição Federal.
Art. 90. O policial civil não deverá entregar sua arma ou
respectiva munição a qualquer pessoa ou autoridade, Art. 94. A remuneração mensal dos Policiais Civis é fixada no
pública ou privada, sob pena de responsabilidade, salvo nas Anexo I da presente Lei Complementar.
seguintes hipóteses:
Art. 95. As parcelas únicas de remuneração dos servidores
I – esteja submetido a estado de flagrante delito; policiais civis será fixada em nível condizente com a
relevância da função e de forma a compensar todas as
II – receba ordem de autoridade pública competente,
vedações e incompatibilidades específicas que lhe são
quando o motivo o autorize;
impostas.
III – compareça à audiência judicial ou correcional, a critério
Art. 96. As parcelas únicas de remuneração dos Delegados,
do juiz competente, da autoridade corregedora, sindicante
Agentes e Escrivães de Polícia Civil serão fixadas com
ou processante; e
diferença de 10% (dez por cento) de uma para outra Classe
IV – receba ordem de autoridade corregedora, sindicante ou da respectiva carreira.
processante.
Seção Única
Art. 91. Os ocupantes dos cargos compreendidos no Grupo
Da substituição
Ocupacional Polícia Civil estão sujeitos ao regime de trabalho
de 40 (quarenta) horas semanais, de segunda a sexta-feira, Art. 97. O policial civil convocado ou designado para
em 2 (dois) turnos. substituição cumulativa com o exercício do cargo na Polícia
Civil de que é Titular, terá direito à percepção de 1/3 (um
§ 1º Poderá haver redução para 6 (seis) horas diárias
terço) do valor da parcela única da remuneração do
ininterruptas de acordo com a necessidade do serviço.
substituído.
§ 2º O regime de trabalho definido no caput deste artigo não
§ 1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, o substituto
se aplica aos servidores policiais lotados nas Equipes de
não poderá acumular mais de uma substituição.
Plantão da Polícia Civil, que deverão observar a seguinte
disciplina: § 2º Quando a substituição não for cumulativa com o
exercício das funções do cargo de que é titular, o substituto,

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se de categoria inferior, percebe a mesma parcela única Subseção I


remuneratória do substituído.
Da Ajuda de Custo
CAPÍTULO III
Art. 101. Ao servidor policial civil designado, de ofício, para a
DAS VANTAGENS sede de exercício que implique alteração do domicílio legal,
será paga uma ajuda de custo correspondente ao
Art. 98. Além da parcela única fixada no Anexo I desta Lei
desembolso da despesa da mudança, devidamente
Complementar, poderão ser pagas ao servidor policial civil
comprovado, limitado a 1 (um) mês de remuneração, a ser
do Estado, em decorrência da natureza e das condições com
paga pela Delegacia-Geral de Polícia Civil (DEGEPOL).
que desempenha suas atividades profissionais, bem como do
tempo de efetivo serviço por ele prestado, as seguintes § 1º À família do servidor policial que falecer na nova sede, é
vantagens: assegurada, dentro do prazo de 1 (um) ano contado do óbito,
ajuda de custo, nos termos do caput deste artigo, para o
I – indenizações;
retorno à localidade de origem, dentro do Estado, em que
II – gratificações; e mantenha vínculos familiares ou de amizade e que tenha o
servidor policial exercido as suas atribuições.
III – adicionais.
§ 2º Não terá direito à ajuda de custo de que trata o caput
§ 1º Os adicionais de caráter permanente incorporam-se à
deste artigo o servidor policial com residência no lugar onde
remuneração ou aos proventos, nos casos e condições
passar a exercer o cargo ou aquele cuja movimentação
indicados nesta Lei Complementar, devendo sobre a
ocorra a pedido ou por permuta.
totalidade desta remuneração incidir o imposto
previdenciário para o órgão estadual responsável pela § 3º O tempo mínimo para a percepção de uma nova ajuda
arrecadação. de custo será de 180 (cento e oitenta) dias, excetuando-se os
casos em que haja interesse da administração, sendo os
§ 2º Além das vantagens previstas neste artigo, outras
casos omissos resolvidos pelo CONSEPOL.
poderão ser auferidas pelo servidor policial civil, de acordo
com as normas pertinentes, inclusive as aplicáveis ao Art. 102. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de
servidor em geral, ressalvado o disposto no art. 37, inciso II, custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova
da Constituição Federal. sede no prazo de 30 (trinta) dias.
§ 3º É vedada, sob pena de invalidação do ato e Art. 103. A ajuda de custo não será restituída pelo servidor
responsabilidade administrativa e civil da autoridade policial ou seus herdeiros, quando:
responsável, a concessão de gratificação, adicional ou outra
I – após ter seguido destino, for mandado regressar; e
vantagem pecuniária à conta de recursos de fundo, convênio
ou outra fonte pagadora diversa da dotação orçamentária de II – ocorrer seu falecimento antes de seguir destino para a
pessoal. nova sede.
Art. 99. As vantagens pecuniárias não serão computadas, Subseção II
nem acumuladas para efeito de concessão de quaisquer
Das Diárias
outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título
ou idêntico fundamento. Art. 104. O servidor policial civil que se afastar da sede a
serviço em caráter eventual ou transitório para execução de
Seção I
missão policial ou realização de cursos de aprimoramento
Das Indenizações técnico-profissional, fará jus a passagens e diárias, para
cobrir as despesas de estada, alimentação e locomoção.
Art. 100. Indenização é o quantitativo, isento de qualquer
tributação, concedido ao servidor policial para § 1º O valor da diária será estabelecido por lei.
ressarcimento de despesas decorrentes de obrigações
§ 2º A diária será concedida por cada dia de afastamento,
impostas pelo exercício pleno de suas atribuições.
sendo devida pela metade quando o deslocamento não
§ 1º As indenizações a que o servidor policial tem direito são exigir pernoite fora da sede.
as seguintes:
§ 3º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir
I – ajuda de custo; e exigência permanente do cargo, o servidor policial não fará
jus a diárias.
II – diárias.
Art. 105. A depender de ato autorizador do Delegado-Geral,
§ 2º Não são incorporáveis à remuneração ou aos proventos
Secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social
do servidor policial quaisquer das vantagens pecuniárias
ou do Governador do Estado, fará jus à percepção de diárias
previstas no § 1º deste artigo.
e passagens o servidor policial que se afastar do Estado, por

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prazo não superior a 30 (trinta) dias, em missão relacionada Subseção II


com a instituição da Polícia Civil, inclusive para participação,
Do Adicional por Tempo de Serviço
como autor de tese, membro de comissão técnica ou
representante do órgão policial, em congressos, simpósios, Art. 112. Será deferida aos servidores policiais civis a
seminários e outros conclaves. gratificação adicional de 1% (um por cento) sobre a
remuneração, por ano de serviço.
Art. 106. O servidor que receber diárias e passagem e não se
afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí- Parágrafo único. Computar-se-á como tempo de serviço para
las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. o disposto neste artigo aquele prestado diretamente à
União, aos Estados, aos Municípios e suas respectivas
§ 1º Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
menor do que o previsto para o afastamento, restituirá as
economia mista.
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput
deste artigo. Subseção III
§ 2º O servidor beneficiário de diárias, no regresso, deverá Do Adicional de férias
apresentar relatório circunstanciado sobre o deslocamento.
Art. 113. É devido ao servidor, ao entrar em gozo de férias,
Seção II adicional de 1/3 (um terço) da remuneração do período
correspondente, que lhe é pago independentemente de
Das Gratificações e dos Adicionais
solicitação.
Art. 107. Além da parcela única prevista no Anexo I desta Lei
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer cargo de
Complementar são oferecidas ao servidor policial civil, as
provimento em comissão ou função de confiança, a
seguintes:
respectiva vantagem é considerada no cálculo do adicional
I – gratificações: de que trata este artigo.
a) de Chefia de Investigação e Chefia de Cartório, com CAPÍTULO IV
atribuições previstas no art. 30, §§ 3º e 4º desta Lei
DOS DIREITOS
Complementar; e
Seção I
b) natalina (13º salário);
Das Férias
II – adicionais:
Art. 114. Os servidores policiais civis terão direito a férias
a) por tempo de serviço; e
anuais por 30 (trinta) dias corridos, conforme escala
b) de férias. elaborada pela Delegacia-Geral de Polícia, publicada na
primeira quinzena de dezembro de cada ano.
Subseção I
§ 1º O direito a férias será adquirido após o primeiro ano de
Da gratificação natalina (13º salário)
exercício.
Art. 108. A gratificação natalina, devida a ocupante de cargo
§ 2º Na organização da escala de férias, a Delegacia-Geral de
de provimento efetivo ou em comissão, corresponde a 1/12
Polícia conciliará as exigências do serviço com as
(um doze avos) da remuneração a que fizer jus no mês de
necessidades dos servidores policiais civis, consideradas as
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
sugestões que lhe forem remetidas até o dia 31 (trinta e um)
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de outubro de cada ano.
será considerada como mês integral.
§ 3º As pessoas casadas ou que comprovadamente
Art. 109. A gratificação natalina será paga no mês de mantenham união estável, e trabalhem na mesma
dezembro. Instituição Policial Civil, terão direito a gozar férias no
mesmo período, se assim o desejarem.
Parágrafo único. Juntamente com a remuneração do mês de
junho, poderá ser paga até a respectiva metade como § 4º As férias não poderão ser fracionadas, e somente podem
adiantamento da gratificação. acumular-se em razão da necessidade do serviço, sendo
vedado ultrapassar 2 (dois) períodos.
Art. 110. O servidor exonerado perceberá sua gratificação
natalina proporcionalmente aos meses de exercício, Seção II
calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.
Das Licenças
Art. 111. A gratificação natalina não pode servir de base de
Art. 115. Os policiais civis terão direito às seguintes licenças:
cálculo para nenhuma outra vantagem.

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I – licença para tratamento de saúde do próprio servidor § 3º Na hipótese de não existir médico oficial na Secretaria
policial; de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social ou no
órgão onde se encontrar o servidor, será aceito atestado
II – por motivo de:
passado por médico particular, ficando os respectivos
a) acidente de serviço ou doença profissional; efeitos, condicionados à sua homologação por médico ou
junta oficial do Estado.
b) doença em pessoa da família;
Art. 119. Findo o prazo da licença de que trata esta Subseção,
c) gestação, adoção ou guarda judicial;
o servidor policial civil é submetido à nova inspeção médica
d) afastamento do cônjuge ou companheiro; oficial, que opine, conforme o caso, por sua volta ao
trabalho, pela prorrogação ou pela aposentadoria.
III – para fins de:
Art. 120. O servidor policial civil que apresentar indícios de
a) serviço militar;
lesões orgânicas ou funcionais é submetido, de ofício, à
b) atividade política; inspeção médica.
c) desempenho de mandato classista; Art. 121. No curso da licença, o servidor policial civil poderá
requerer inspeção médica, caso se julgue em condições de
IV – licença-prêmio por assiduidade;
reassumir o exercício do cargo.
V – licença para tratar de interesses particulares;
Subseção II
VI – licença para o aperfeiçoamento profissional; e
Da Licença de Acidente de Serviço ou Doença Profissional
VII – licença por acidente em serviço § 1º As licenças
Art. 122. A licença por acidente em serviço é concedida nos
previstas nos incisos I, II, “a”, “b” e “c”, III, “c”, IV, VI e VII do
casos em que do fato resultar dano físico ou mental que se
caput deste artigo serão concedidas sem prejuízo da
relacione, direta ou indiretamente, com o exercício das
remuneração, vantagem ou qualquer direito inerente ao
atribuições inerentes ao cargo ou função.
cargo, salvo disposição legal expressa em contrário.
§ 1º Equipara-se a acidente em serviço:
§ 2º É vedado o exercício de atividade remunerada durante
a licença prevista nos incisos I e II, “a”, “b” e “c”, do caput I – a agressão sofrida e não provocada pelo servidor policial
deste artigo. civil, no exercício do cargo ou função; e
Art. 116. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do II – a doença profissional, assim entendida a que é causada
término de outra da mesma espécie será considerada como pelas condições de serviço ou por fatos nele ocorridos.
prorrogação.
§ 2º Considera-se como ocorrido em serviço o acidente
Art. 117. As licenças serão concedidas pelo Delegado-Geral sofrido pelo servidor policial civil no percurso de sua
de Polícia Civil a requerimento do interessado ou de oficio. residência para o local de trabalho e vice-versa.
Parágrafo único. As licenças do Delegado-Geral da Polícia § 3º A prova do acidente deverá ser feita no prazo de l0 (dez)
Civil serão concedidas pelo Secretário de Estado da dias contados de sua ocorrência, prorrogável quando as
Segurança Pública e da Defesa Social. circunstâncias o exigirem.
Subseção I Subseção III
Da Licença para Tratamento de Saúde do Próprio Servidor Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Policial
Art. 123. A licença de que trata esta subseção será precedida
Art. 118. A licença para tratamento de saúde será concedida por exame perante a Junta Médica Oficial, considerando-se
a pedido ou de oficio, com base em inspeção de saúde. pessoas da família o cônjuge ou companheiro, os
ascendentes, os descendentes ou dependentes que vivam às
§ 1º Na hipótese de ser concedida licença por prazo superior
expensas do servidor policial civil e constem de seu
a 30 (trinta) dias ou havendo requerimento de prorrogação
assentamento funcional.
que implique licença por período ininterrupto, também
superior a 30 (trinta) dias, a concessão deverá ser precedida § 1º A licença de que trata este artigo somente será deferida
de perícia médica oficial. se a assistência direta do servidor policial civil for
indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
§ 2º A perícia será feita por médico oficial, se necessário, na
com o exercício do cargo ou mediante compensação de
residência do examinando ou no estabelecimento hospitalar
horário do trabalho.
em que estiver internado.
§ 2º A licença será concedida sem prejuízo da remuneração
do cargo efetivo, até 90 (noventa) dias, podendo ser

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prorrogada por igual período, mediante parecer da junta § 2º Finda a causa da licença, o servidor policial deverá
médica oficial, e, excedida a prorrogação, a licença deixa de reassumir o exercício dentro de 30 (trinta) dias, sob pena de
ser remunerada. incorrer em abandono de cargo.
§ 3º O servidor policial civil que tenha descendente portador § 3º A concessão da licença impedirá a promoção por
de necessidades especiais terá direito à redução de 02 (duas) Merecimento do servidor policial civil, enquanto estiver em
horas na sua jornada de trabalho, desde que o filho esteja se gozo.
submetendo a tratamento médico especializado,
§ 4º Ao servidor policial civil em período de estágio
devidamente comprovado perante Junta Médica oficial.
probatório que for concedida a licença de que trata este
Subseção IV artigo, terá suspensa a contagem do respectivo período, nos
termos fixados no art. 47, § 2º, desta Lei Complementar.
Da Licença por Motivo de Gestação, Adoção ou Guarda
Judicial Subseção VI
Art. 124. A licença à gestante, por 120 (cento e vinte) dias Da Licença para o Serviço Militar
consecutivos, observará as seguintes condições:
Art. 126. Ao servidor convocado para o serviço militar é
I – poderá ter início no primeiro dia do 9o (nono) mês de concedida licença, na forma e condições previstas na
gestação, salvo antecipação por prescrição médica; legislação específica.
II – no caso de nascimento prematuro, a licença terá início a Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor tem
partir do parto; até 30 (trinta) dias, sem remuneração, para reassumir o
exercício do cargo.
III – no caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do
evento, a mãe será submetida a exame médico e, se julgada Subseção VII
apta, reassumirá o exercício;
Da Licença para Atividade Política
IV – em caso de aborto atestado por médico oficial, a licença
Art. 127. Salvo disposição em contrário da legislação
dar-se-á por 30 (trinta) dias, a partir de sua ocorrência;
eleitoral, a licença para exercício de atividade política
V – a servidora que adotar ou obtiver a guarda judicial de abrange o período entre a escolha do servidor, em
criança de até 1 (um) ano de idade, são concedidos 90 convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a
(noventa) dias de licença; e véspera do registro de sua candidatura.
VI – para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 (seis) § 1º O servidor candidato a cargo eletivo, na localidade onde
meses, a servidora lactante tem direito, durante a jornada de desempenha suas funções, e que exerça cargo em comissão
trabalho, a 1 (uma) hora de descanso, que pode ser ou função de direção ou chefia, cujo cargo tenha atribuições
parcelada em 2 (dois) períodos de ½ (meia) hora. de arrecadação, fiscalização ou outras indicadas na
legislação eleitoral, é dele afastado, a partir do dia imediato
§ 1º Se a criança, no caso do inciso V deste artigo, tiver mais
ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral,
de 1 (um) ano de idade, o prazo da licença é de 30 (trinta)
pelo prazo estabelecido nessa legislação.
dias.
§ 2º Durante o prazo do § 1º deste artigo, o servidor faz jus
§ 2º Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor policial
à licença como se em efetivo exercício estivesse, com direito
civil tem direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias
à remuneração do cargo efetivo.
consecutivos.
Subseção VIII
Subseção V
Da Licença para Desempenho de Mandato Classista
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou do
Companheiro Art. 128. É assegurado ao servidor policial civil, sem prejuízo
da remuneração, direito à licença para o desempenho de
Art. 125. O servidor policial civil, casado ou que mantenha
mandato em associação de Classe ou sindicato
união estável, nos termos da lei, terá direito à licença sem
representativo da categoria, observadas as seguintes
remuneração quando o cônjuge, servidor público estadual
condições:
ou federal, for mandado servir em outro ponto do Estado, ou
fora deste, inclusive em território estrangeiro ou ainda eleito I – para os representantes do Sindicato representativo da
para Congresso Nacional. categoria somente farão jus à licença os eleitos para cargos
de direção ou representação, em número máximo de 4
§ 1º A licença dependerá de requerimento devidamente
(quatro) representantes; e
instruído, devendo o pedido ser renovado a cada 2 (dois)
anos.

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II – para os representantes de associação de classe Art. 130. É assegurada a licença para tratar de interesses
representativa da categoria, somente terão direito a tal particulares ao policial civil, pelo prazo de até 3 (três) anos
licença o número máximo de 2 (dois) representantes. consecutivos, sem remuneração.
§ 1º A licença terá duração igual a do mandato, podendo ser § 1º A licença de que trata o caput deste artigo poderá ser
prorrogada, por uma única vez, no caso de reeleição. interrompida, a qualquer tempo, a pedido do interessado ou
no interesse do serviço.
§ 2º Ao servidor policial será assegurada inamovibilidade, a
partir do registro de sua candidatura a cargo de direção ou § 2º A licença para trato de interesses particulares, sem
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até 1 remuneração, pode ser renovada uma única vez, por igual
(um) ano após o término do mandato, salvo se a pedido ou período.
em caso de falta grave, nos termos da lei.
§ 3º A concessão da licença de que trata esta subseção
§ 3º No caso dos Delegados de Polícia Civil, findo o período impedirá a promoção por Merecimento do servidor policial
de licenciamento supramencionado, o servidor terá o direito civil, enquanto estiver em gozo.
de ser lotado nas unidades policiais da Capital ou nos órgãos
§ 4º Ao servidor policial civil em período de estágio
que compõem a estrutura básica da Polícia Civil, exceto se
probatório que for concedido a licença de que trata este
preferir sua lotação nas Unidades Policiais do interior do
artigo, terá suspensa a contagem do respectivo período, nos
Estado, caso em que encaminhará requerimento ao
termos fixados no art. 47 desta Lei Complementar.
Delegado-Geral de Polícia manifestando seu interesse, o
qual decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Subseção XI
§ 4º Da decisão disposta no § 3º deste artigo caberá recurso Da Licença para Aperfeiçoamento Profissional
ao Secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa
Art. 131. A licença para aperfeiçoamento profissional será
Social.
deferida pelo Secretário de Estado da Segurança Pública e da
Subseção IX Defesa Social, a fim de permitir a qualificação profissional do
servidor policial civil em Cursos de Pós-Graduação em área
Da Licença-Prêmio por Assiduidade
de natureza jurídica ou policial, oferecidos por Instituição de
Art. 129. A licença-prêmio será devida após cada quinquênio Ensino Superior legalmente reconhecidas pelo Ministério da
ininterrupto de exercício, pelo prazo de 3 (três) meses, a Educação.
título de prêmio por assiduidade.
§ 1º A ausência de que trata esta subseção não excederá a 2
§ 1º A licença de que trata o caput deste artigo poderá ser (dois) anos, e findo o Curso, somente decorrido igual período
convertida em pecúnia em favor dos beneficiários do policial concedido, será permitida nova ausência.
civil falecido, que não a tiver gozado.
§ 2º Ao servidor policial beneficiado pelo disposto neste
§ 2º Não se concede licença-prêmio por assiduidade ao artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar
servidor policial que, no período aquisitivo: de assuntos de interesse particular antes de decorrido
período igual ao da licença, ressalvada a hipótese de
I – tenha sofrido penalidade de suspensão;
ressarcimento da despesa havida com a licença.
II – tenha se afastado do cargo em virtude de:
§ 3º O número de servidores policiais em gozo simultâneo da
a) licença por motivo de doença em pessoa da família, sem licença de que trata o caput deste artigo não pode ser
remuneração; superior a 2% (dois por cento) do corpo efetivo para cada
Classe do cargo da carreira da Polícia Civil.
b) licença para tratar de assuntos particulares;
§ 4º Na hipótese de não haver o preenchimento do
c) condenação a pena privativa de liberdade por sentença
percentual de 2% (dois por cento) de uma determinada
definitiva; e
Classe do cargo da carreira policial, poderão outros
d) afastamento para acompanhar o cônjuge ou servidores de outras Classes de igual carreira pleitear a
companheiro. licença de que trata o caput deste artigo.
§ 3º O número de servidores policiais em gozo simultâneo de Seção III
licença-prêmio não pode ser superior a 1/3 (um terço) da
Dos Afastamentos
lotação da respectiva unidade policial.
Art. 132. O servidor policial civil terá direito aos seguintes
Subseção X
afastamentos:
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
I – para exercício de Mandato Eletivo; e
II – para desempenho de Missão Oficial.

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Art. 133. Ao servidor investido em Mandato Eletivo aplicam- Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, é
se as seguintes disposições: exigida a compensação de horário na repartição, respeitada
a duração semanal do trabalho.
I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, fica
afastado do cargo; Art. 138. Ao servidor estudante que mudar de sede no
interesse da Administração é assegurada, na localidade da
II – investido no mandato de Prefeito, é afastado do cargo,
nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, na forma
de ensino congênere, em qualquer época,
estabelecida pela Constituição Federal de 1988;
independentemente de vaga.
III – investido no mandato de vereador:
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo estende-
a) havendo compatibilidade de horários, percebe as se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, aos enteados do
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do servidor que vivam em sua companhia, bem como aos
cargo eletivo; menores de idade sob sua guarda, com autorização judicial.
b) não havendo compatibilidade de horários é afastado do Seção V
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
Do Tempo de Serviço
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribui
Art. 139. É contado, para todos os efeitos, o tempo de serviço
para a seguridade social como se em exercício estivesse.
público estadual, ressalvados os casos em que a lei exija
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo, no caso do exercício ininterrupto ou no mesmo cargo.
inciso III, não pode ser removido ou redistribuído de ofício
Art. 140. A apuração do tempo de serviço é feita em dias, que
para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
são convertidos em anos, considerado o ano como de 365
Art. 134. O servidor pode ausentar-se para o exterior, ou (trezentos e sessenta e cinco) dias.
para outros pontos do território nacional, sem perda da
Art. 141. Além das ausências ao serviço previstas no art. 131
remuneração, para cumprimento de missão oficial, a serviço
desta Lei Complementar, são consideradas como de efetivo
do Estado, por prazo não superior a 4 (quatro) anos,
exercício as decorrentes de:
mediante autorização do Governador do Estado.
I – férias;
Parágrafo único. Finda a missão, somente após o decurso de
igual período, é admissível nova ausência do servidor. II – exercício de:
Art. 135. O afastamento de servidor para atuar em a) cargo ou função de governo ou administração, em
organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qualquer parte do território nacional, por nomeação ou
qual coopere, dar-se-á com perda total da remuneração. designação do Presidente da República, ou do Governador
do Estado;
Seção IV
b) cargo em comissão ou função de direção, chefia ou
Das Concessões
assessoramento em órgão ou entidade dos Poderes do
Art. 136. Sem qualquer prejuízo, pode o servidor ausentar-se Estado, da União, de outro Estado ou Município, do Distrito
do serviço: Federal ou de Território Federal;
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue; III – missão oficial, a serviço do Estado, no exterior ou no
território estadual;
II – por 8 (oito) dias consecutivos, em razão de:
IV – afastamento para estudo, estágio ou treinamento;
a) casamento;
V – desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
municipal, exceto para efeito de promoção por
padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda judicial ou
merecimento;
tutela e irmãos; e
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
c) frequência a palestras, seminários e cursos de curta
duração nas áreas afetas às atribuições da Polícia Civil, desde VII – licença:
que autorizado pelo Delegado-Geral de Polícia Civil.
a) por motivo de gestação, adoção ou guarda judicial;
Art. 137. É obrigatória a concessão de horário especial ao
b) para tratamento da própria saúde;
servidor estudante, quando comprovada a
incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição c) para o desempenho de mandato classista;
em que estiver servindo, sem prejuízo do exercício do cargo.
d) por assiduidade;

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e) por convocação para o serviço militar; ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias, e decididos em
30 (trinta) dias, contados do seu registro no protocolo.
VIII – deslocamento para nova sede no caso do artigo 81
desta Lei Complementar; § 2º O silêncio da autoridade, no prazo para decidir, implica
denegação do pedido.
IX – participação em competição esportiva nacional ou
convocação para integrar representação desportiva Art. 146. Cabe recurso:
nacional, no País ou no exterior, conforme estabelecido em
I – do indeferimento do pedido de reconsideração; e
Lei específica.
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente
Art. 142. Conta-se apenas para efeito de aposentadoria,
interpostos.
disponibilidade e adicional por tempo de serviço:
§ 1º O recurso é dirigido à autoridade imediatamente
I – o tempo de serviço público prestado à União, a outro
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão,
Estado, a Município ou ao Distrito Federal, e suas respectivas
e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
autoridades.
economia mista;
§ 2º O recurso é encaminhado na forma do art. 144, segunda
II – o período de licença;
parte, desta Lei Complementar.
III – o tempo de serviço em atividade privada vinculada à
§ 3º Aplica-se ao recurso o disposto no art. 145, § 2º, desta
Previdência Social, que não poderá exceder ao tempo de
Lei Complementar.
serviço público estadual;
Art. 147. O prazo para interposição de pedido de
IV – o tempo relativo a tiro de guerra; e
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar
V – o tempo de serviço prestado em virtude de contrato da publicação ou da ciência pessoal, pelo interessado, da
temporário, se o interessado vier a ocupar cargo público. decisão recorrida.
§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado é Art. 148. O pedido de reconsideração e o recurso não têm
contado apenas para nova aposentadoria. efeito suspensivo, mas, uma vez providos, os efeitos da
decisão retroagem à data do ato impugnado.
§ 2º O tempo correspondente ao desempenho de mandato
eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao § 1º O efeito suspensivo deve ser admitido, pela autoridade
ingresso no serviço público estadual, contase para efeito da competente, quando de sua falta puder resultar a ineficácia
aposentadoria, disponibilidade e adicional por tempo de da decisão final que acolher o pedido.
serviço.
§ 2º No caso do § 1º deste artigo, a autoridade competente
§ 3º Fica vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço pode exigir depósito ou fiança.
prestado concomitantemente em mais de um cargo, função
Art. 149. O direito de requerer prescreve:
ou emprego em órgão ou entidade de direito público ou
privado, dos Poderes ou órgãos equivalentes do Estado, da I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de
União, de outro Estado ou Município ou do Distrito Federal. cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que
afetem interesse patrimonial ou créditos resultantes das
Seção VI
relações de trabalho;
Do Direito de Petição
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
Art. 143. Fica assegurado ao servidor o direito de requerer quando outro prazo for fixado em Lei.
aos Poderes Públicos em defesa de direito ou interesse
§ 1º O prazo de prescrição é contado da data da publicação
legítimo.
do ato ou, na falta desta, da ciência pessoal do interessado.
Art. 144. O requerimento é dirigido à autoridade
§ 2º A prescrição ocorre em caso de ato omissivo na hipótese
competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio
do art. 145, § 2º, desta Lei Complementar.
daquela a que estiver imediatamente subordinado o
requerente. § 3º A prescrição interrompe-se com o requerimento, o
pedido de reconsideração e o recurso.
Art. 145. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não Art. 150. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
podendo ser renovado. relevada pela administração.
§ 1º O requerimento e o pedido de reconsideração, de que Art. 151. Para o exercício do direito de petição, é assegurada
tratam os arts. 143 e 144 desta Lei Complementar, devem vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor
ou a procurador por ele constituído.

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Parágrafo único. Em se tratando de advogado, legalmente III – o descendente estudante que frequente curso de nível
habilitado, é-lhe facultado receber o processo ou médio ou superior em estabelecimento de ensino, e que não
documento, pelo prazo legal, para exame fora da repartição. exerça atividade remunerada, até a idade de 24 (vinte e
quatro) anos;
Art. 152. A administração deve rever seus atos, a qualquer
tempo, quando eivados de ilegalidade, desde que observado IV – a esposa ou companheira, desde que não exerça
o prazo prescricional. atividade remunerada; e
Art. 153. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos V – os ascendentes, sem economia própria.
neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
§ 2º Compreendem-se nos incisos I, II e III do § 1º deste artigo
TÍTULO V os descendentes, os enteados, a criança e o adolescente que,
mediante autorização judicial, viverem sob a guarda e o
DA ASSISTÊNCIA E PREVIDÊNCIA
sustento do servidor policial civil.
CAPÍTULO I
Art. 156. Fica assegurada aos dependentes do servidor
DISPOSIÇÕES GERAIS policial civil falecido a percepção de salário-família, nas
mesmas bases e condições estabelecidas anteriormente.
Art. 154. São benefícios a que faz jus o servidor policial civil
estadual ou sua família: Art. 157. O salário-família relativo a cada dependente será
devido a partir do mês em que se verificar o ato ou fato que
I – aposentadoria;
lhe der origem.
II – salário-família;
Parágrafo único. Deixará de ser pago o salário-família
III – auxílio-funeral; relativo a cada dependente no mês seguinte ao ato ou fato
que houver determinado sua suspensão.
IV – auxílio-natalidade;
Seção II
V – auxílio-reclusão;
Do Auxílio-Funeral
VI – pensão; e
Art. 158. O auxílio-funeral é devido a família do servidor
VII – recompensa.
falecido em atividade ou aposentado, em valor equivalente
§ 1º A pensão, o auxílio-natalidade, o auxílio-funeral e o às despesas comprovadamente efetuadas, mediante a
auxílio-reclusão são concedidos e mantidos pela instituição apresentação de nota fiscal, não podendo ser superior a 5
previdenciária estadual e os demais benefícios pela (cinco) vezes o valor da menor remuneração paga ao Policial
Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social. Civil de sua categoria.
§ 2º O recebimento indevido de benefícios, obtidos Parágrafo único. O auxílio-funeral deverá ser pago no prazo
mediante dolo ou fraude, obriga à devolução do total de 48 (quarenta e oito) horas, a contar da apresentação dos
auferido, com atualização monetária e juros de mora, sem comprovantes da despesa, por meio de procedimento
prejuízo da apuração da responsabilidade penal, civil e administrativo, à pessoa da família que houver custeado o
administrativa cabíveis. funeral.
CAPÍTULO II Art. 159. Se o funeral foi custeado por terceiro, este deverá
ser indenizado, observado o disposto no art. 158 desta Lei
DOS BENEFÍCIOS
Complementar.
Seção I
Art. 160. Falecendo o servidor em serviço, fora do local do
Do Salário-Família trabalho, inclusive no exterior, as despesas com o transporte
do corpo são custeadas pelo Estado, autarquia ou fundação
Art. 155. O salário-família será pago aos servidores policiais
pública estadual a que servia, ao tempo do óbito.
civis ativos e inativos que possuírem dependentes definidos
nesta Lei Complementar, no percentual de 1% (um por Seção III
cento) da remuneração do seu cargo.
Do Auxílio-Natalidade
§ 1º Consideram-se dependentes aqueles que vivam total ou
Art. 161. O auxílio-natalidade é devido ao servidor policial
parcialmente às expensas do servidor policial civil:
civil, por motivo de nascimento de filho, em quantia
I – o descendente menor de 18 (dezoito) anos; equivalente à menor parcela única de cargo da carreira
policial fixada nesta Lei, inclusive no caso de natimorto.
II – o descendente inválido de qualquer idade;
Parágrafo único. Na hipótese de parto múltiplo, o valor é
acrescido de 50% (cinquenta por cento) por nascituro.

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Seção IV outra fonte, inclusive pensão ou proventos de


aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo:
Do Auxílio-Reclusão
a) os filhos de qualquer condição ou enteados, até 18
Art. 162. À família do servidor policial civil ativo é devido o
(dezoito) anos de idade, não emancipados, ou, se inválidos,
auxílio-reclusão, nos seguintes valores:
enquanto durar a invalidez;
I – 2/3 (dois terços) da parcela única referente à Classe do
b) o irmão órfão, até 18 (dezoito) anos de idade, não
servidor policial, quando afastado por motivo de prisão, em
emancipado, ou se inválido, enquanto durar a invalidez, que
flagrante ou preventiva, ou de sentença de pronúncia,
comprovem dependência econômica do servidor;
enquanto perdurar a medida;
c) o irmão órfão, até 18 (dezoito) anos de idade, e o inválido,
II – 1/2 (metade) da parcela única referente à Classe do
enquanto durar a invalidez, que comprovem dependência
servidor policial, durante o afastamento em virtude de
econômica do servidor; e
condenação, por sentença definitiva, cuja pena não
determine a perda do cargo. d) a pessoa designada que viva na dependência econômica
do servidor, até 18 (dezoito) anos de idade, ou, se inválida,
Parágrafo único. O pagamento do auxílio-reclusão cessa a
enquanto durar a invalidez.
partir do dia imediato àquele em que o servidor for posto em
liberdade, ainda que condicional, ou do trânsito em julgado § 1º A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que
de sentença condenatória de que resulte a perda do cargo. tratam as alíneas “a” e “c” do inciso I deste artigo exclui
desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas
Seção V
“d” e “e”.
Da Pensão
§ 2º A concessão da pensão temporária aos beneficiários de
Art. 163. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso II deste artigo exclui
uma pensão mensal de valor correspondente ao da desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas
respectiva remuneração, observados os limites “c” e “d”.
constitucionais, a partir da data do óbito.
Art. 166. A pensão vitalícia é concedida integralmente ao seu
Art. 164. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em titular, exceto se existirem beneficiários da pensão
vitalícias e temporárias. temporária, observados os limites constitucionais.
§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas § 1º Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão
permanentes, que somente se extinguem ou revertem com vitalícia, o seu valor é distribuído em partes iguais entre os
a morte de seus beneficiários. beneficiários habilitados.
§ 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que § 2º Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária,
podem extinguir-se ou reverter por motivo de morte, metade do valor cabe ao titular ou titulares da pensão
cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário, vitalícia, sendo a outra metade rateada em partes iguais,
observados os limites constitucionais. entre os titulares da pensão temporária.
Art. 165. São beneficiários das pensões: § 3º Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o
valor integral da pensão é rateado, em partes iguais, entre
I –vitalícia:
os que se habilitarem.
a) o cônjuge;
Art. 167. A pensão pode ser requerida a qualquer tempo,
b) a pessoa separada judicialmente ou divorciada, com prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há mais
percepção de pensão alimentícia; de 5 (cinco) anos.
c) o companheiro ou companheira designado que comprove Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova
união estável como entidade familiar; posterior à habilitação tardia que implique exclusão de
beneficiário ou redução de pensão só produz efeitos a partir
d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do
da data em que for apresentada.
servidor;
Art. 168. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos, e a
prática de crime doloso de que tenha resultado morte do
pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a
servidor, do qual era dependente.
dependência econômica do servidor;
Art. 169. É concedida pensão provisória por morte
II – temporárias, observando que não se configura a
presumida do servidor, nos seguintes casos:
dependência econômica quando o beneficiário do salário-
família perceber rendimento de trabalho ou de qualquer

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I – declaração de ausência, pela autoridade judiciária I – o elogio;


competente;
II – a Medalha do Mérito Policial; e
II – desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio
III – a Medalha do Serviço Policial.
ou acidente não caracterizado como em serviço;
§ 2º A recompensa constante do inciso I deste artigo, será
III – desaparecimento no desempenho das atribuições do
conferida pela prática de ato que mereça registro especial ou
cargo ou em missão de segurança.
ultrapasse o cumprimento normal de atribuição, ou se
Parágrafo único. A pensão provisória é transformada em revista de relevância.
vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco)
§ 3º A Medalha do Mérito Policial destina-se a premiar o
anos de sua vigência, ressalvando o eventual
servidor público policial que praticar ato de bravura ou de
reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício é
excepcional relevância para a organização policial ou para a
automaticamente cancelado.
sociedade.
Art.170. Acarreta a perda da qualidade de beneficiário:
§ 4º A Medalha do Serviço Policial destina-se a premiar o
I – o seu falecimento; servidor público policial, pelos bons serviços prestados à
causa da ordem pública, ao organismo policial e à
II – a anulação de casamento, quando a decisão ocorrer após
coletividade policial.
a concessão da pensão ao cônjuge.
§ 5º As características e forma de concessão das medalhas
III – a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário
serão regulamentadas por decreto do Chefe do Poder
inválido;
Executivo.
IV – a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada,
Art. 176. São competentes para conceder as recompensas
aos 18 (dezoito) anos de idade;
estabelecidas pelo art. 175 desta Lei Complementar:
V – a acumulação de mais de 2 (duas) pensões, ressalvado o
I – nos casos do inciso I:
direito de opção;
a) o Secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa
VI – a renúncia expressa.
Social, em relação às chefias superiores e Delegados de
Art. 171. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a Polícia;
respectiva cota reverte:
b) o Delegado-Geral da Polícia Civil, em relação ao demais
I – da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão servidores.
ou para os titulares da pensão temporária, se não houver
II – nos casos dos incisos II e III do art. 175, desta Lei
pensionista remanescente da pensão vitalícia;
Complementar, as autoridades indicadas na respectiva
II – da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na regulamentação.
falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.
Parágrafo único. Os elogios serão fundamentadamente
Art. 172. As pensões são automaticamente atualizadas na propostos, devendo ser homologados pelo Conselho
mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos Superior de Polícia Civil, sendo computados para efeito de
vencimentos dos servidores em atividade, observados os promoção.
limites constitucionais.
TÍTULO VI
Art. 173. Estendem-se aos inativos quaisquer benefícios ou
DO REGIME DISCIPLINAR
vantagens posteriormente concedidos aos servidores em
atividade, inclusive quando decorrentes de transformação CAPÍTULO I
ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a
DOS DEVERES
aposentadoria, observados os limites constitucionais.
Art. 177. São deveres do servidor policial civil, além daqueles
Art. 174. Ressalvado o direito de opção, é vedada a
inerentes aos demais servidores públicos civis:
percepção cumulativa de mais de 2 (duas) pensões.
I – observar as normas legais e regulamentares;
Seção VI
II – zelar pela dignidade da função policial;
Da Recompensa
III – cumprir as ordens superiores, exceto quando
Art. 175. Recompensa é o reconhecimento por serviços
manifestamente ilegais;
prestados pelo servidor público policial.
IV – observar a disciplina e a hierarquia;
§ 1º Além de outras previstas em lei ou regulamentos
especiais, são recompensas: V – ter conduta pública irrepreensível;

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VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as II – retirar da repartição, salvo autorização da autoridade


irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; competente, no interesse do serviço, qualquer documento
ou objeto oficial;
VII – frequentar com assiduidade, para fins de
aperfeiçoamento e atualização de conhecimentos III – recusar fé a documentos públicos;
profissionais, os cursos instituídos periodicamente pela
IV – opor resistência injustificada:
Academia de Polícia Civil ou estabelecimento congênere, em
que haja sido efetivamente matriculado; a) ao cumprimento de ordem na forma do artigo 177, III,
desta Lei Complementar, ao andamento de documento ou
VIII – atender com zelo e presteza:
processo ou à execução de obra ou serviço;
a) ao público em geral, prestando informações requeridas,
b) à realização de inspeção médica, a que deva submeter-se
ressalvadas as protegidas por sigilo.
por determinação de autoridade competente;
b) ao requerimento de expedição de certidões para defesa
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no
de direito ou esclarecimento de situações de interesse
recinto da repartição;
pessoal;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; e
previstos em lei, o desempenho de atribuição de sua
d) aos serviços a seu cargo e aos que, na forma da Lei, lhes responsabilidade ou subordinado;
sejam atribuídos;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de se filiarem
IX – zelar pela economia do material e a conservação do a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
patrimônio público;
VIII – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
X – não utilizar para fins particulares, qualquer que seja o outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
pretexto, o material pertencente ao órgão, ou destinado à
IX – dar posse a servidor sem lhe exigir a declaração de bens
correspondência oficial;
e valores;
XI – guardar sigilo sobre assuntos do órgão;
X – exercer pressão sobre auxiliar, com ameaça de
XII – manter conduta compatível com a moralidade preterições funcionais ou outros meios intimidativos, para
administrativa; forçá-lo a consentir em relacionamento sexual;
XIII – ser assíduo e pontual ao serviço; XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
XIV – tratar com urbanidade as pessoas;
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo
XV – representar contra a ilegalidade, omissão ou abuso de grau e de cônjuge ou companheiro;
poder no cumprimento da lei.
XII – exigir ou aceitar propina, comissão, presente ou
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XV vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
deste artigo será encaminhada à autoridade imediatamente atribuições;
superior ao representado e apreciada pelo chefe do órgão,
XIII – praticar usura sob qualquer de suas formas;
ocasião em que este servidor deverá assegurar-lhe a
oportunidade de se defender. XIV – proceder de forma desidiosa;
CAPÍTULO II XV – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
serviços ou atividades particulares, próprios ou de terceiro,
DAS PROIBIÇÕES
ou autorizar outrem, subordinado ou não, a fazê-lo;
Art. 178. Além de outros casos previstos nesta Lei
XVI – cometer a outro servidor atribuição estranha ao cargo
Complementar e em normas específicas, ao servidor policial
por ele ocupado, salvo em situações de emergência ou
civil é proibido:
transitórias e no estrito interesse do serviço;
I – ausentar-se:
XVII – dar curso a ato, operação, documento ou objeto sem
a) do serviço, durante o expediente, sem prévia autorização exigir o cumprimento da obrigação tributária, a que esteja
do chefe imediato; e sujeito, ou sem comunicar o fato, previamente, à autoridade
fiscal competente;
b) do País, sem autorização do Chefe do Poder ou órgão
equivalente, ou do dirigente da entidade, salvo em gozo de XVIII – exercer outras atividades que sejam incompatíveis
férias ou de licença-prêmio assiduidade e de outras previstas com o cargo ou função ou com o horário de trabalho.
nesta Lei Complementar;

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Parágrafo único. A enumeração deste artigo não exclui V – ser displicente ou negligente no exercício da função
outras proibições legalmente previstas. policial;
CAPÍTULO III VI – fornecer intencionalmente informação inexata, que
altere ou desfigure a verdade;
DAS RESPONSABILIDADES
VII – faltar ao serviço ou permuta, sem causa justificável
Art. 179. O servidor policial responde civil, penal e
legal, ou autorização;
administrativamente, pelo exercício irregular de suas
atribuições. VIII – não comunicar, com antecedência mínima de 48
(quarenta e oito) horas, à autoridade a que estiver
Art. 180. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
subordinado, a impossibilidade de comparecer ao órgão,
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
salvo justo motivo;
Erário ou a terceiros.
IX – negligenciar ou retardar a execução de qualquer ordem
§ 1º Após o processo disciplinar ou administrativo, a
legítima escrita;
indenização de prejuízo resultante de culpa ou dolo é
liquidada pela forma do art. 50 da Lei Complementar X – negligenciar a guarda de objetos pertencentes ao órgão,
Estadual n.º 122, de 30 de junho de 1994. e que tenham-lhe sido confiados em decorrência da função
ou para o seu exercício, possibilitando que se danifiquem ou
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiro, responde o
extraviem; e
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva, na
forma do § 1º deste artigo. XI – indicar ou insinuar nomes de advogados para assistir a
pessoas que se encontrem respondendo a processos ou
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
inquéritos policiais, ou cujas atividades sejam objeto de ação
sucessores e contra eles é executada até o limite do valor da
policial.
herança recebida.
Art. 185. São transgressões disciplinares de natureza média:
Art. 181. A responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputados ao servidor nesta qualidade. I – agir com deslealdade no exercício da função;
Art. 182. A responsabilidade administrativa decorre de ato II – valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de obter
ou omissão constitutivo de transgressão disciplinar. proveito de natureza político-partidária para si ou para
outrem;
Parágrafo único. A responsabilidade de que trata o caput
este artigo é afastada no caso de absolvição do servidor por III – usar indevidamente os bens da repartição sob sua
sentença criminal, transitada em julgado, que haja negado a guarda ou não;
existência do fato ou da sua autoria.
IV – deixar de concluir, nos prazos legais, sem motivo justo,
inquéritos policiais, sindicância ou processos
administrativos;
CAPÍTULO IV
V – utilizar-se de veículo oficial para transporte pessoal;
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
VI – patrocinar acordos pecuniários entre partes
Art. 183. As transgressões disciplinares classificam-se em:
interessadas, no interior das repartições ou fora delas;
I – leves;
VII – retirar ou ceder, sem prévia autorização da autoridade
II – médias; e competente, qualquer documento, cópia ou objeto da
repartição;
III – graves.
VIII – deixar de tratar superiores hierárquicos, pares,
Art. 184. São transgressões disciplinares de natureza leve:
subordinados, advogados, testemunhas, servidores do
I – impontualidade habitual; Poder Judiciário e o povo em geral com a deferência e a
urbanidade devidas;
II – simular doença para esquivar-se do cumprimento de suas
atribuições; IX – não se apresentar, sem motivo justo, ao fim de licença
para o trato de interesse particular, férias ou dispensa de
III – apresentar-se como representante ou servidor lotado no
serviço, ou ainda, depois de saber que quaisquer delas foram
órgão ou unidade de trabalho a que não pertencer, sem estar
interrompidas por ordem superior;
expressamente autorizado;
X – ingerir bebida alcoólica em serviço ou apresentar-se ao
IV – não comparecer às convocações de autoridade superior,
serviço em estado de embriaguez;
quando previamente convocado ou notificado em razão de
serviço, salvo por motivo justificável;

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XI – consumir substância entorpecente ou que cause XI – solicitar ou receber propinas ou comissões, ou auferir
dependência química em serviço, ou apresentar-se ao vantagens e proveitos pessoais de qualquer espécie e sob
serviço em estado alucinógeno decorrente do consumo de qualquer pretexto, em razão de função ou cargo que exerça
tais substâncias; ou tenha exercido;
XII – fazer uso indevido de arma que lhe haja sido confiada XII – cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer
para o serviço; outra despesa que não tenha fundamento legal;
XIII – permitir que pessoas que estejam sob custódia XIII – confiar a pessoas estranhas a organização policial o
provisória conservem em seu poder instrumentos com que desempenho de encargos próprios ou da competência de
possam causar danos a si ou a terceiros nas dependências seus subordinados;
em que estejam recolhidos;
XIV – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de ordem
XIV – ordenar ou executar medida privativa de liberdade do Chefe imediato ou de decisão judicial;
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
XV – eximir-se do cumprimento de suas atribuições
poder; e
funcionais;
XV – usar de violência desnecessária no exercício da função
XVI – abandonar o cargo, sem justa causa, ausentando-se da
policial.
repartição por mais de 30 (trinta) dias consecutivos;
Art. 186. São transgressões disciplinares de natureza grave:
XVII – ausentar-se do serviço, sem causa justificável, por mais
I – coagir os servidores policiais subordinados com objetivos de 60 (sessenta) dias intercaladamente, durante 1 (um) ano;
político-partidários;
XVIII – abandonar o serviço para o qual tenha sido designado,
II – praticar usura em quaisquer de suas formas; quando informado previamente;
III – apresentar requerimento, queixa ou representação XIX – constituir-se procurador, ou servir de intermediário
contra servidores policiais, pares, subordinados ou perante qualquer repartição pública, salvo para tratar de
superiores hierárquicos, sabendo-as infundadas, buscando interesse legítimo de parente até segundo grau;
confundir investigação que exista, ou possa vir a existir
XX – praticar ato definido como infração penal que, por sua
contra sua própria pessoa, ou para prejudicar colegas ou
natureza e configuração, torne-o incompatível para o
terceiros;
exercício da função policial;
IV – ceder insígnia ou cédula de identidade funcional,
XXI – praticar ato lesivo à honra ou ao patrimônio da pessoa,
armamento ou indumentária de identificação policial de uso
natural ou jurídica, com abuso ou desvio de poder, ou sem
pessoal;
competência legal;
V – provocar, velada ou ostensivamente, animosidade entre
XXII – lesar os cofres públicos, ou dilapidar o patrimônio
os servidores policiais ou estes e os seus chefes imediatos;
público;
VI – utilizar, ceder ou permitir que outrem use objetos
XXIII – revelar fato ou informação de natureza sigilosa de que
arrecadados, recolhidos ou apreendidos pela Polícia, salvo as
tem ciência em razão do cargo ou função, salvo quando se
exceções previstas no Decreto-Lei Federal n.º 6.368, de 21
tratar de depoimento em processo judicial, policial ou
de outubro de 1976 e desde que esteja na forma e nos
administrativo;
parâmetros estabelecidos naquela legislação especial;
XXIV – utilizar o anonimato para prejuízo da instituição ou de
VII – exercitar atividade particular para cujo desempenho
companheiros;
sejam necessários contatos com repartições policiais, ou que
com elas tenham qualquer relação ou vinculação; XXV – extraviar ou facilitar o extravio, por negligência, de
armas, algemas e outros bens do patrimônio da instituição,
VIII – exercer atividades particulares que prejudiquem o fiel
que estejam sob a sua guarda ou responsabilidade, desde
desempenho da função policial e que sejam, social ou
que o ato não constitua crime;
moralmente, nocivas à dignidade do cargo, ou afetem a
presunção de imparcialidade; XXVI – adquirir, para revenda, de associações de Classe ou
entidades beneficentes em geral, gêneros, objetos ou
IX – deixar de comunicar fatos caracterizados como
quaisquer mercadorias;
transgressões disciplinares que tenham chegado ao seu
conhecimento, cometidos por servidores da instituição; XXVII – submeter pessoa, sob sua guarda ou custódia, a
tortura, vexame ou constrangimento; e
X – esquivar-se, na ausência da autoridade competente, de
atender a ocorrências de intervenção policial, que presencie XXVIII – atentar, com abuso de autoridade ou prevalecendo-
ou de que tenha conhecimento imediato; se dela, contra a inviolabilidade de domicílio.

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CAPÍTULO V § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a


penalidade da suspensão pode ser convertida em multa, na
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
base de 50% (cinquenta por cento) por dia de remuneração,
Art. 187. São sanções administrativas disciplinares: ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
I – advertência; Art. 191. As sanções disciplinares de advertência e suspensão
terão seus registros cancelados após o decurso de 3 (três) e
II – suspensão;
5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
III – demissão; servidor não houver, nesse período, praticado nenhuma
infração disciplinar.
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
Art. 192. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
V – destituição de função de confiança; e
I – condenação em conduta tipificada como crime contra a
VI – destituição de cargo comissionado.
Administração Pública;
Art. 188. Na aplicação das penalidades serão considerados a
II – abandono de cargo;
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que
dela provierem para o serviço público, as circunstâncias III – condenação em conduta tipificada como ato de
agravantes e atenuantes, os antecedentes funcionais e as improbidade administrativa;
causas de justificação.
IV – insubordinação grave em serviço;
§ 1º São circunstâncias agravantes a transgressão disciplinar
V – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
haver sido cometida em concurso com dois ou mais policiais,
as causas excludentes de ilicitude previstas na legislação
bem como a reincidência, em qualquer grau de classificação.
vigente;
§ 2º São circunstâncias atenuantes a boa conduta funcional,
VI – aplicação irregular de dinheiro público;
a relevância do serviço prestado, a transgressão disciplinar
cometida em defesa de direitos próprios ou de terceiros, ou VII – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
para evitar dano maior. cargo;
§ 3º São causas de justificação o motivo de força maior VIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
plenamente comprovado e a transgressão disciplinar no estadual;
interesse do serviço, da ordem ou da segurança pública.
IX – corrupção, sob qualquer de suas formas;
Art. 189. A advertência é aplicada por escrito, nos casos de
X – ocultação de nova investidura, de que resulte
não observâncias de dever funcional e da vedação de desvio
acumulação proibida; e
de servidor para o exercício de atribuições diversas das
inerentes ao seu cargo efetivo, bem como na violação de XI – acumulação ilegal de cargos, funções ou empregos
proibição constante do artigo 178, I a III e V a VII desta Lei públicos.
Complementar, quando não couber pena mais grave.
Art. 193. Verificada, em processo disciplinar, acumulação
Art. 190. A suspensão é aplicada em caso de: remunerada de cargos constitucionalmente proibida, mas
havendo comprovada boa-fé do servidor, este deverá optar
I – reincidência em conduta punida com advertência;
por um dos cargos.
II – violação de proibição diversa das enumeradas no art. 189
Art. 194. As destituições de cargo em comissão ou função de
desta Lei Complementar e que não tipifique falta sujeita à
confiança serão aplicadas nos casos de qualquer infração
penalidade de demissão;
disciplinar sujeita às sanções administrativas previstas nesta
III – transgressões disciplinares previstas nos arts. 184, 185 e Lei Complementar.
186 desta Lei Complementar, que não tipifique pena de
CAPÍTULO VI
demissão, na seguinte gradação:
DA COMPETÊNCIA PARA IMPOSIÇÃO DAS SANÇÕES
a) de 1 (um) a 10 (dez) dias, nas transgressões de natureza DISCIPLINARES
leve;
Art. 195. É competente para a aplicação das penalidades
b) de 11 (onze) a 30 (trinta) dias, nas transgressões de
previstas nesta Lei Complementar:
natureza média; e
c) de 31 (trinta e um) a 90 (noventa) dias, nas transgressões I – o Governador do Estado, quando se tratar de demissão e
de natureza grave. cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
§ 1º A suspensão não pode exceder 90 (noventa) dias.

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II – o Delegado-Geral da Polícia Civil ou Secretário de Estado III – o Corregedor-Geral da SESED.


da Segurança Pública e da Defesa Social, nos demais casos.
Art. 199. O servidor policial que tiver ciência de condutas
CAPÍTULO VII ilícitas no serviço é obrigado a comunicar ao Chefe imediato,
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE que deverá adotar as providências legais cabíveis.

Art. 196. Extingue-se a punibilidade da conduta tipificada Art. 200. As denúncias sobre ilegalidades serão objeto de
como transgressão disciplinar: apuração, desde que contenham a identificação e o
endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
I – pela morte do policial civil transgressor; e confirmada a autenticidade.

II – pela prescrição. Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar


evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será
§ 1º Extingue-se a punibilidade pela prescrição: arquivada por falta de objeto.

I – da falta sujeita à pena de advertência, em 180 (cento e Seção II


oitenta) dias; Da Sindicância

II – da falta sujeita à pena de suspensão, em 2 (dois) anos; e Art. 201. A autoridade competente designará uma comissão,
formada por 3 (três) membros dentre os integrantes da
III – das faltas puníveis com demissão, cassação de carreira da Polícia Civil, de Classe igual ou superior ao
aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em indiciado.
comissão, em 5 (cinco) anos.
§ 1º O prazo para conclusão da sindicância será de 30 (trinta)
§ 2º Os prazos de prescrição previstos em legislação penal dias, podendo ser prorrogado por igual prazo, uma única vez,
aplicam-se às infrações disciplinares tipificadas também pela autoridade competente, em despacho fundamentado.
como crime.
§ 2º Poderá a Comissão sindicante, por meio despacho
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo fundamentado nos autos, sobrestar os autos, desde que
disciplinar interrompe a prescrição. justificado por motivos que impeçam o prosseguimento das
diligências, dada a ciência ao Corregedor Pessoal Civil.
§ 4º A transformação de sindicância para processo
administrativo não reinicia o prazo de contagem § 3º Constitui motivo suficiente para o sobrestamento do
prescricional. processo disciplinar, a espera de laudos periciais e outros
§ 5º Interrompido o curso de prescrição, o prazo recomeça a documentos, precatórias, recursos para diligências, retorno
correr a partir do dia em que cessar a interrupção. de pessoas cujas ausências impossibilitem a formalização de
procedimentos nos autos, e outros que, justificadamente,
CAPÍTULO VIII impossibilitem a continuidade da persecução administrativa.
DO PROCESSO DISCIPLINAR
Seção I § 4º O sobrestamento suspenderá o prazo da sindicância e
Das Disposições Gerais será retomado quando cessados os motivos que impediram
as diligências.
Art. 197. O processo administrativo ou a sindicância são
instaurados a fim de apurar as condutas comissivas ou Art. 202. O Corregedor Geral da SESED ou a Autoridade
omissivas do servidor policial civil passíveis de sofrerem Policial que houver solicitado a instauração da sindicância ou
sanção administrativa disciplinar. do processo disciplinar providenciará, inicialmente:

Art. 198. São competentes para determinar a instauração de I – a remessa à Comissão designada, em 3 (três) vias, dos
processo administrativo as seguintes autoridades: documentos referentes ao fato que será apurado com o
respectivo ato; e
I – o Governador do Estado;
II – a instauração do inquérito policial quando o fato puder
II – o Secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa configurar-se como ilícito penal.
Social;

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Art. 203. Após a instrução, havendo indiciamento, este será Art. 209. Caberá a uma ou mais comissões permanentes de
detalhado por meio de despacho nos autos com a disciplina ou transitória, composta por 3 (três) membros da
qualificação civil do indiciado, a exposição do fato censurável carreira, presidida por 1 (um) Delegado de Polícia Civil,
e a classificação da transgressão disciplinar, do qual deverá promover a apuração de fatos indiciários de transgressão
ser notificado o indiciado, assegurando-lhe o contraditório e disciplinar previstos nesta Lei Complementar.
os meios inerentes à ampla defesa.
Parágrafo único. As comissões permanentes de disciplina são
§ 1º O indiciado terá ciência mediante mandado de órgãos integrantes da Corregedoria-Geral da Secretaria de
notificação pessoal em que o sindicante determinará o prazo Estado da Segurança Pública e da Defesa Social.
para a defesa que não será superior a 5 (cinco) dias.
Art. 210. Quando da instauração do processo administrativo,
§ 2º Se o indiciado deixar de apresentar a defesa no prazo o Corregedor-Geral determinará:
determinado, será declarado revel por despacho com a
designação de um defensor para apresentá-la em prazo I – remessa, em 3 (três) vias, dos documentos referentes ao
fixado. fato que será apurado com o respectivo ato da Comissão
designada.
§ 3º Havendo 2 (dois) ou mais indiciados o prazo será comum
e de 10 (dez) dias. II – a instauração do inquérito policial, quando o fato for
configurado como ilícito penal.
§ 4º Os autos somente poderão ser examinados dentro da
repartição, ressalvado o direito de retirá-los ao advogado Art. 211. A Comissão disciplinar exerce suas atividades com
legalmente constituído pelo indiciado. independência e imparcialidade, assegurado o sigilo
necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo interesse
Art. 204. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão da administração.
apresentará relatório que deverá concluir pela culpa ou
isenção de responsabilidade, individualizando a tipificação § 1º A Comissão tem, como secretário, 1 (um) servidor
da infração apurada. policial designado pelo seu presidente, podendo a indicação
recair em um de seus membros.
Art. 205. Não poderá ser encarregado de proceder à
sindicância, o parente, consanguíneo ou em linha reta ou § 2º Não poderá participar da Comissão de sindicância ou de
colateral, até terceiro grau, do denunciante ou indiciado, ou inquérito, cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo
de servidor a eles subordinados. ou afim, do indiciado, em linha reta ou colateral, até o 3º
grau.
Parágrafo único. Ao servidor designado incumbirá § 3º Também não poderá participar da Comissão de
comunicar, desde logo, a autoridade competente, o sindicância ou de inquérito, servidor policial civil de Classe
impedimento que houver de acordo com este artigo. inferior à do indiciado.

Art. 206. Os membros da Comissão Permanente, bem como § 4º As reuniões e as audiências das comissões têm caráter
os respectivos secretários, dedicarão todo o seu tempo aos reservado, exceto às partes e seus advogados.
trabalhos pertinentes aos processos administrativos e às
sindicâncias a que foram designados. Art. 212. O processo disciplinar apresenta as seguintes fases:

Art. 207. As comissões serão presididas por membros da I – deflagra tória, formalizada em termo lavrado pela
Polícia Civil de carreira, de Classe igual ou superior à do Comissão processante, após a publicação do ato que a
indiciado. constituiu;

Art. 208. Sempre que a conduta tipificada como ilícita II – instrutória; e


praticada pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de
suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, III – decisória.
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, será
obrigatória a instauração imediata de processo disciplinar. Art. 213. O prazo para a conclusão do processo
administrativo-disciplinar não deve exceder a 60 (sessenta)
Seção III dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
Do Processo Administrativo Disciplinar Comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo,
quando as circunstâncias o exigirem.

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§ 1º Aplica-se ao processo administrativo disciplinar, o Art. 219. As testemunhas são intimadas a depor mediante
disposto nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 201, desta Lei mandado expedido pelo Presidente da Comissão, devendo a
Complementar, estendendo-se também, o sobrestamento segunda via, com o ciente da testemunha, ser anexada aos
quando o fato for ainda classificado como crime contra a autos.
Administração Pública.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a
§ 2º As reuniões da Comissão são registradas em atas que expedição do mandado é imediatamente comunicada ao
devem detalhar as deliberações adotadas. chefe da repartição em que servir com a indicação do dia e
hora marcados para a inquirição.
Art. 214. É facultada aos indiciados em processos
administrativos disciplinares, em causa própria ou por seus Art. 220. O depoimento será prestado pessoalmente e o seu
patronos, advogados ou defensores dativos, nos termos da teor reduzido a termo.
Lei, a sustentação oral perante o plenário do Conselho
Superior de Polícia, sendo estabelecido o tempo de 30 § 1º Fica proibido, em qualquer hipótese, que a testemunha
(trinta) minutos, prorrogável por mais 15 (quinze) minutos possa apresentar o depoimento por escrito.
nos casos de tréplica ou aparte.
§ 2º As testemunhas são inquiridas, separadamente, sem
Seção IV que uma presencie o depoimento de outra.
Da Instrução Processual
§ 3º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
Art. 215. A instrução processual observará o contraditório e infirmem, reciprocamente, caberá à Comissão promover a
a ampla defesa, com a utilização dos meios de prova acareação entre os depoentes.
juridicamente admitidos.
Art. 221. Concluída a inquirição das testemunhas, a
Art. 216. Os autos da sindicância, quando meramente Comissão, se ainda não tiver ouvido o indiciado e, se possível
preparatória, integram os da instrução processual como for, promoverá seu interrogatório, observados os
peça informativa. procedimentos previstos nesta Lei Complementar.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância § 1º Havendo mais de um indiciado, cada um deles será
concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a ouvido separadamente e, sempre que divergirem em suas
autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida
Corregedor-Geral de Polícia Civil, independentemente da acareação entre eles.
imediata instauração do processo disciplinar.
§ 2º O procurador do indiciado poderá assistir ao
Art. 217. Na fase instrutória, a Comissão promoverá a interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas,
tomada de depoimentos, acareações, investigações e sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas,
diligências cabíveis, objetivando a coleta de provas, facultando-lhe, porém, reinquiri-las por intermédio do
recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos de modo presidente da Comissão.
a permitir a completa elucidação dos fatos.
Art. 222. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
Art. 218. Fica assegurado ao servidor indiciado o direito de indiciado, a Comissão proporá à autoridade competente que
acompanhar as fases procedimentais pessoalmente ou por ele seja submetido a exame por Junta Médica Oficial, da qual
intermédio de um procurador, arrolar testemunhas, produzir participe pelo menos 1 (um) médico psiquiatra.
provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar
de prova pericial. Parágrafo único. O incidente de sanidade mental é
processado em auto apartado e apenso ao processo
§ 1º O Presidente da Comissão poderá denegar pedidos principal, após a apresentação do laudo pericial.
considerados impertinentes, meramente protelatórios ou de
nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos, desde Art. 223. Caracterizada a infração disciplinar, será formulada
que devidamente fundamentado. a indicação do servidor, com a especificação dos fatos a ele
imputados, das normas infringidas e das provas que
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a fundamentam a imputação.
comprovação do fato independer de conhecimento especial
de perito.

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§ 1º O indiciado é citado por mandado, assinado pelo Art. 228. O processo disciplinar, com o relatório da Comissão,
presidente da comissão, para apresentar defesa escrita, no será remetido à autoridade que determinou a sua
prazo de 10 (dez) dias, sendo-lhe assegurada vista do instauração, para decisão.
processo na repartição, ressalvado o disposto no parágrafo
único, do art. 126, da Lei Complementar Estadual n.º 122, de Seção V
30 de junho de 1994. Da Fase Decisória

§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo é comum de Art. 229. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
20 (vinte) dias. recebimento do processo, a autoridade competente
proferirá sua decisão.
§ 3º O prazo de defesa pode ser prorrogado até o dobro, para
o cumprimento de diligências reputadas indispensáveis. § 1º Se a sanção administrativa a ser aplicada exceder a
competência para aplicação da autoridade instauradora do
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na processo ou sindicância, os autos serão encaminhados à
cópia do mandado de citação, o prazo para defesa conta-se autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
da data declarada, em termo próprio, pelo membro da
Comissão que a tenha efetuado, com a assinatura de 02 § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
(duas) testemunhas. o julgamento caberá à autoridade competente para a
imposição da sanção mais grave.
Art. 224. O indiciado que mudar de residência fica obrigado
a comunicar à Comissão processante o novo endereço onde Art. 230. A decisão não fica restrita às conclusões do
possa ser encontrado. relatório da Comissão processante, mas vincula-se às provas
dos autos.
Art. 225. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial do § 1º Caso não concorde com a conclusão da Comissão
Estado. processante, a autoridade deverá motivar as razões por que
discorda, por meio de despacho fundamentado nos autos.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para a
defesa é de 15 (quinze) dias, a partir da última publicação do § 2º Quando o relatório da Comissão contrariar as provas dos
edital. autos, a autoridade julgadora poderá, fundamentadamente,
declarar a responsabilidade do servidor ou isentá-lo.
Art. 226. Considera-se revel o indiciado que, regularmente Art. 231. Verificada a existência de vício insanável, a
citado, não apresentar defesa no prazo legal. autoridade julgadora declarará a invalidade total ou parcial
do processo e ordenará a constituição de outra Comissão,
§ 1º A revelia é declarada por termo, nos autos do processo, para a instauração de novo processo, desde que não haja o
e devolve o prazo para a defesa. decurso do prazo prescricional.

§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade que Parágrafo único. O julgamento fora do prazo legal não
determinou a instauração do processo designa, como implica invalidade do processo.
defensor dativo, o servidor ocupante de cargo de nível igual
ou superior ao do indiciado. Art. 232. Quando a infração estiver capitulada como crime, o
processo disciplinar é remetido à autoridade policial
Art. 227. Após a defesa, a Comissão elaborará relatório competente para a instauração do inquérito policial, ficando
minucioso, onde deverão ser resumidas as peças principais traslado na repartição.
dos autos e mencionadas as provas em que se baseou para
formar a sua convicção. Art. 233. O servidor policial que responder a processo
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado
§ 1º O relatório é sempre conclusivo quanto à inocência ou voluntariamente, após a conclusão do processo e o
responsabilidade do servidor. cumprimento da sanção administrativa, caso seja aplicada.

§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a Comissão § 1º Para o atendimento das disposições do caput deste
indica o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem artigo, os requerimentos de exoneração a pedido serão
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. instruídos, obrigatoriamente, com informação da
Corregedoria Geral.

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§ 2º Tratando-se de servidor policial civil em estágio Art. 240. A Comissão revisora terá o prazo de 60 (sessenta)
probatório, a confirmação, no caso deste artigo, fica dias para a conclusão dos trabalhos.
suspensa até a decisão do processo na esfera administrativa.
§ 3º Se exonerado o servidor policial civil em estágio Art. 241. Aplicam-se aos trabalhos da Comissão revisora, no
probatório, no curso do processo, o ato é convertido em que couber, as normas e procedimentos próprios à Comissão
demissão, quando couber, com efeito retroativo à data de do processo administrativo disciplinar.
sua vigência.
Art. 242. O julgamento cabe à autoridade que aplicou a
Art. 234. São assegurados transporte e diárias: penalidade, nos termos do art. 195 desta Lei Complementar.
Parágrafo único. O prazo para julgamento é de 20 (vinte)
I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual
sede de sua repartição, na condição de testemunha, a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
denunciado ou indiciado;
Art. 243. Julgada procedente a revisão, será declarada sem
II – aos membros da Comissão e ao secretário, quando efeito ou retificada a penalidade, restabelecendo-se os
obrigados a se deslocar da sede dos trabalhos para a direitos do servidor, na medida do alcance da decisão.
realização da missão essencial ao esclarecimento dos fatos,
obedecendo-se ao disposto no art. 104, § 2º, desta Lei § 1º Quando a penalidade aplicada tiver sido a de destituição
Complementar. de cargo em comissão ou função de direção, chefia ou
assessoramento, faz-se a sua conversão em exoneração ou
CAPÍTULO IX dispensa, conforme o caso.
DA REVISÃO DO PROCESSO
§ 2º Da revisão do processo não pode resultar agravamento
Art. 235. O processo disciplinar pode ser revisto, a qualquer de penalidade.
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos
novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência Art. 244. O direito à revisão é imprescritível, quanto ao efeito
do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. de reabilitação, total ou parcial, do servidor, mas o ato só
produz efeitos financeiros quando requerido no prazo do art.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento 149.
do servidor policial civil, qualquer pessoa da família pode
requerer a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão é TÍTULO VI
requerida pelo respectivo curador. DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 245. A partir de 1o de julho de 2004, para os Delegados,
Art. 236. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao
e a partir de 1o de abril de 2004, para os Escrivães e Agentes,
requerente.
fica alterado o regime jurídico concernente à remuneração
dos membros da Polícia Civil do Estado, que passa a ser
Art. 237. A simples alegação de injustiça da penalidade não
constituída de parcela única, na forma do art. 144, § 9º, da
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos
Constituição Federal de 1988.
novos, ainda não apreciados no processo originário.
§ 1º Após as datas fixadas neste artigo, à exceção do
Art. 238. O requerimento de revisão do processo é dirigido adicional por tempo de serviço, do salário-família e dos
ao Titular da SESED ou autoridade equivalente, que, se o acréscimos pecuniários decorrentes desta Lei
deferir, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou Complementar, ficam todos os demais, sob forma de
entidade onde se originou o processo disciplinar. adicionais ou gratificações, pagos a qualquer título, em
caráter permanente ou transitório, aos Policiais Civis,
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade extintos, ficando os respectivos valores representados pelas
competente providenciará a constituição de Comissão, na Parcelas Únicas constantes do Anexo I desta Lei
forma do art. 201 desta Lei Complementar. Complementar.
§ 2º As gratificações de Representação de Polícia Judiciária
Art. 239. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
(GRPJ), de Habilitação Policial (GHPC) e de Risco de Vida
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente poderá
(GRV) pagas aos policiais civis em decorrência do sistema
pedir o dia e a hora para a produção de provas e inquirição
remuneratório em vigor não se incorporam à remuneração
das testemunhas que arrolar.
instituída por esta Lei Complementar.

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§ 3º As vantagens pecuniárias referidas no § 2º deste artigo, TÍTULO VII


percebidas pelos servidores policiais até a implementação
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
do sistema remuneratório previsto nesta Lei Complementar,
serão levadas em consideração para fins de contribuição Art. 251. Os atuais cargos de Agente de Polícia Classes: “E”,
previdenciária. “D”, “C”, “B”, “A” e Especial, juntamente com seus
integrantes, ficam transformados em Agentes de Polícia
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se aos policiais civis
Classes: substituto, 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e Especial, respectivamente.
aposentados ou pensionistas.
Art. 252. Os atuais cargos de Escrivão de Polícia Classes: “E”,
§ 5º Aos policiais civis em atividade, aposentados e aos
“D”, “C”, “B”, “A” e Especial, juntamente com seus
pensionistas que, atualmente, percebam remuneração,
integrantes, ficam transformados em Escrivão de Polícia
proventos ou pensões em valor superior ao limite
Classes: substituto, 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e Especial, respectivamente.
estabelecido neste artigo, fica assegurado o direito à
percepção da diferença a título de vantagem pessoal, Art. 253. Ficam criados e incluídos no Quadro Geral do
observados os limites constitucionais. Pessoal do Estado, parte I, Tabela I, seguintes cargos de
carreira, de provimento efetivo:
Art. 246. Quando houver a vacância de todos os cargos de
Investigador de Polícia Civil, estes cargos serão I – da carreira de Delegado de Polícia Civil:
automaticamente extintos da carreira policial constante da
a) 2 (dois) cargos de Delegado de Polícia de Classe Especial;
Parte I, Tabela I, do Quadro Geral de Pessoal do Estado –
Grupo Ocupacional Segurança Pública. b) 4 (quatro) cargos de Delegado de Polícia de 3ª Classe;
§ 1º Competem ao Investigador de Polícia Civil, enquanto c) 2 (dois) cargos de Delegado de Polícia de 2ª Classe; e
não extinto o cargo, as mesmas atribuições inerentes ao
d) 2 (dois) cargos de Delegado de Polícia 1ª Classe.
cargo do Agente de Polícia.
II – da carreira de Escrivão de Polícia Civil:
§ 2º Estender-se-ão aos Investigadores de Polícia Civil
inativos todos os benefícios concedidos aos Agentes de a) 10 (dez) cargos de Escrivão de Polícia de Classe Especial;
Polícia Civil.
b) 10 (dez) cargos de Escrivão de Polícia de 4a Classe;
§ 3º O Investigador de Polícia Civil da Classe Especial
c) 10 (dez) cargos de Escrivão de Polícia de 3a Classe;
perceberá a mesma remuneração do Agente de Polícia Civil
de Classe Especial. d) 10 (dez) cargos de Escrivão de Polícia de 2a Classe; e
Art. 247. Fica estipulado o prazo de até 90 (noventa) dias, a f) 10 (dez) cargos de Escrivão de Polícia de 1a Classe.
contar da publicação desta Lei Complementar, para ser
III – da carreira de Agente de Polícia Civil:
expedido o Decreto que trate da Organização e
Funcionamento do Conselho Superior de Polícia Civil a) 35 (trinta e cinco) cargos de Agente de Polícia Civil de
(CONSEPOL), adaptado às disposições desta Lei Classe Especial;
Complementar.
b) 40 (quarenta) cargos de Agente de Polícia Civil de 4a
Art. 248. Fica alterado para “Grupo Ocupacional Polícia Civil” Classe; e
a que pertencem os servidores policiais civis de que trata c) 40 (quarenta) cargos de Agente de Polícia Civil de 3a
esta Lei Complementar, em detrimento de “Grupo
Classe.
Ocupacional Segurança Pública”, constante da Parte I, Tabela
I, do Quadro Geral de Pessoal do Estado, instituído pela Lei Art. 254. Ficam extintos do Quadro Geral do Pessoal do
Estadual n.º 5.074, de 20 de outubro de 1981. Estado, parte I, Tabela I, os seguintes cargos de carreira, de
provimento efetivo, 10 (dez) cargos de Delegado de Polícia
Art. 249. A primeira eleição do Conselho Superior de Polícia
Classe Substituto.
ocorrerá 06 (seis) meses após a publicação desta Lei
Complementar, cabendo ao atual Delegado-Geral de Polícia Art. 255. Os cargos das carreiras de Delegado, após a criação
Civil, publicar edital de eleição, bem como expedir e extinção dos cargos dos arts. 253, I, e 254, desta Lei
regulamento referente à mesma em consonância com as Complementar, ficam estruturados da seguinte forma:
diretrizes estabelecidas na presente Lei Complementar. I – 28 (vinte e oito) cargos de Delegado de Polícia de Classe
Art. 250. A partir do ano de 2008, será exigido como requisito Especial;
para o ingresso na carreira de Agentes e Escrivães de Polícia II – 30 (trinta) cargos de Delegado de Polícia de 3ª Classe;
a conclusão em Curso de Graduação (3º grau), comprovada
por meio de diploma devidamente reconhecido por III – 40 (quarenta) cargos de Delegado de Polícia de 2ª Classe;
Instituição de Ensino Superior credenciada pela autoridade
pública competente.

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IV – 50 (cinquenta) cargos de Delegado de Polícia de 1ª Art. 259. Na Polícia Civil farão jus à Representação pelo
Classe; e cargo, o Delegado- Geral de Polícia Civil, o Delegado-Geral de
Polícia Civil Adjunto, o Secretário Executivo e de
V – 102 (cento e dois) cargos de Delegado de Polícia
Comunicação Social, o Assessor Técnico-Jurídico, o Diretor
Substituto.
da Academia de Polícia Civil, o Diretor da Divisão
Art. 256. A carreira de Escrivão de Polícia Civil, após a criação Especializada em Investigação e Combate ao Crime
dos cargos prevista no art. 253, II, desta Lei Complementar, Organizado, o Diretor da Polícia Civil da Grande Natal, o
possui a seguinte estrutura: Diretor de Polícia Civil do Interior, os Diretores
Administrativo e de Planejamento e Financeiro, o Subdiretor
I – 43 (quarenta e três) cargos de Escrivão de Polícia de Classe
de Polícia Civil do Oeste, os Delegados Regionais, os Chefes
Especial;
dos Setores de Pessoal, Transportes, Almoxarifado e
II – 52 (cinquenta e dois) cargos de Escrivão de Polícia de 4ª Arquivo.
Classe;
Art. 260. Ficam extintos na Parte II Tabela I, do Quadro Geral
III – 70 (setenta) cargos de Escrivão de Polícia de 3ª Classe; de Pessoal do Estado – Polícia Civil, a partir do período para
a transição do sistema remuneratório fixado nesta Lei
IV – 76 (sessenta e seis) cargos de Escrivão de Polícia de 2ª
Complementar, as seguintes funções gratificadas:
Classe;
I – 3 (três) Funções gratificadas de Delegado Chefe Executivo,
V – 91 (noventa e um) cargos de Escrivão de Polícia de 1ª
criadas pela Lei n.º 8.012/01;
Classe; e
II – 4 (quatro) funções de Chefe de Grupo Auxiliar, e
VI – 164 (cento e sessenta e quatro) cargos de Escrivão de
Polícia Substituto. III – 2 (duas) Chefias de unidade instrumental, criadas pela
Lei Complementar n.º 163/99.
Art. 257. A Carreira de Agente de Polícia Civil, após a criação
dos cargos prevista no art. 253, III, desta Lei Complementar, Art. 261. Quando todas as Delegacias em sede de Comarcas
possui a seguinte estrutura: forem titula rizadas por Delegados de Polícia Civil de carreira,
as 27 (vinte e sete) Funções de Direção Chefia Segurança
I – 102 (cento e dois) cargos de Agente de Polícia de Classe
Pública – FDCS IV e as 105 (cento e cinco) Funções de Direção
Especial;
e Chefia FDCS V, criadas pela Lei Complementar Estadual n.º
II – 150 (cento e cinquenta) cargos de Agente de Polícia de 163, de 05 de fevereiro de 19999, serão automaticamente
4ª Classe; extintas.
III – 220 (duzentos e vinte) cargos de Agente de Polícia de 3ª Art. 262. Os prazos constantes da presente Lei
Classe; Complementar começam a correr a partir da data da
cientificarão oficial, excluindo-se da contagem o dia do
IV – 330 (trezentos e trinta) cargos de Agente de Polícia de
começo e incluindo-se o do vencimento.
2ª Classe;
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil
V – 433 (quatrocentos e tinta e três) cargos de Agente de
seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver
Polícia de 1ª Classe; e
expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
VI – 512 (quinhentos e doze) cargos de Agente de Polícia
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo
Substituto.
contínuo.
Art. 258. Ficam criados e incluídos no Quadro Geral do
§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data
Pessoal do Estado, Parte I, Tabela I, os seguintes Cargos de
a data. Se no mês do vencimento não houver o dia
provimento em comissão e funções de confiança:
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o
I – 1 (um) cargo de Delegado-Geral de Polícia Civil Adjunto; último dia do mês.
II – 1 (um) cargo de Secretário Executivo e de Comunicação Art. 263. O dia 21 de abril é consagrado ao servidor policial
Social (SECOMS); civil.
III – 1 (um) cargo de Assessor Técnico-Jurídico; Art. 264. Ficam revogados, com a publicação da presente Lei
Complementar, os seguintes dispositivos: Art. 3o da Lei
IV – 1 (um) cargo de diretor da Divisão Especializada em
Estadual n.º 8.012, de 09 de novembro de 2001; arts. 1o, 2o,
Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR);
4o, 7o, I, todos da Lei Estadual n.º 5.936, de 19 de outubro
V – 1 (um) cargo de Diretor Administrativo; e de 1989; arts. 1o e 6o da Lei Estadual n.º 5.993, de 09 de abril
VI – 1 (um) cargo de Diretor de Planejamento e Financeiro. de 1990; arts. 1o, 2o, 3o, 4o, 9o e 10 da Lei Estadual n.º
6.049, de 31 de outubro de 1990; Lei Estadual n.º 6.595, de

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22 de abril de 1994; arts. 1o, 2o, 3o, 5o, 6o, parágrafo único, IV – Quadro das funções de Direção, Chefia e
8o, 17, 18, 19, da Lei Estadual n.º 5.074, de 20 de outubro de Assessoramento da Polícia Civil do Estado (Anexo IV).
1981; art. 2o da Lei Complementar Estadual n.º 249, de 24
Art. 270. Na hipótese de aumento geral dos servidores
de junho de 2003; o Decreto Estadual n.º 10.902, de 26 de
públicos estaduais, inclusive durante o período de
dezembro de 1990, no que dispuser ao contrário da presente
implantação das tabelas em anexo, seus valores serão
Lei Complementar e os demais dispositivos até a expedição
automaticamente atualizados pelo índice geral aplicado.
de regulamento na forma do art. 247; o Decreto Estadual n.º
15.764, de 28 de novembro de 2001; os arts. 1o a 14 do Art. 271. As despesas decorrentes desta Lei Complementar
Decreto Estadual n.º 10.854, de 28 de novembro de 1990; e ocorrerão à conta do Orçamento Geral do Estado.
demais disposições legais em contrário.
Art. 272. A presente Lei Complementar entra em vigor na
Art. 265. Ficam revogados a partir do dia 1º de abril de 2004 data de sua publicação, revogadas as disposições em
os seguintes dispositivos: o art. 1º, II, da Lei Estadual n.º contrário.
8.012, de 09 de novembro de 2001; o art. 7o Lei Estadual n.º
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 13 de
5.993, de 09 de abril de 1990; o art. 12 da Lei Estadual n.º
fevereiro de 2004, 116º da República.
5.074, de 20 de outubro de 1981; e demais disposições legais
em contrário. WILMA MARIA DE FARIA
Art. 266. Ficam revogados a partir de 1o de julho de 2004 os Cláudio Manoel de Amorim Santos
seguintes dispositivos: os arts. 1º, I, 12, da Lei Estadual n.º
8.012, de 9 de novembro de 2001; o art. 5o da Lei Estadual
n.º 5.936, de 19 de outubro de 1989; e demais disposições
legais em contrário.
Art. 267. A partir de 1o de abril de 2004, ficam
transformadas:
I – 152 (cento e cinquenta e duas) funções gratificadas de
segurança pública (FGSPU-3) criadas no art. 7º, III, da Lei
Estadual n.º 7.851, de 28 de junho de 2000, em 76 (setenta
e seis) funções pela Chefia de Cartório e 76 (setenta e seis)
funções pela Chefia de Investigação; e
II – 76 (setenta e seis) funções gratificadas de segurança
pública (FGSPU-3) criadas na Lei Complementar Estadual n.º
163, de 05 de fevereiro de 1999, em 38 (trinta e oito) funções
pela Chefias de Cartório e 38 (trinta e oito) funções pela
Chefia de Investigação.
Art. 268. Aplicam-se subsidiariamente aos servidores da
Polícia Civil as disposições da Lei Complementar Estadual n.º
122, de 30 de junho de 1994, que instituiu o Regime Jurídico
Único, dos Servidores Públicos Civis do Estado e das
Autarquias e Fundações Públicas, no que não contrariar com
as disposições da presente Lei Complementar.
Art. 269. Integram as Disposições Transitórias:
I – Tabela da Parcela Única atribuída aos cargos da carreira,
de provimento efetivo, da Polícia Civil (Anexo I);
II – Quadro das Representações atribuídas aos cargos de
provimento em comissão dos órgãos de Direção-Geral, de
Assessoramento Direto, de Execução Programática e outros
integrantes da Polícia Civil (Anexo II);
III – Quadro das representações atribuídas aos cargos de
provimento em comissão do órgãos de Atuação Instrumental
da Polícia Civil (Anexo III); e

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