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EPI / EPC - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL /

COLETIVA

O Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto,


de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos
capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.

O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for possível
tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se
desenvolve a atividade, ou seja, quando as medidas de proteção coletiva não
forem viáveis, eficientes e suficientes para a atenuação dos riscos e não
oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou
de doenças profissionais e do trabalho.

Os equipamentos de proteção coletiva - EPC são dispositivos utilizados no


ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos
inerentes aos processos.

Como o EPC não depende da vontade do trabalhador para atender suas


finalidades, a preferência pela utilização deste é maior em relação à utilização
do EPI, já que colabora no processo aumentando a produtividade e
minimizando os efeitos e perdas em função da melhoria no ambiente de
trabalho.

Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos


completamente ou se oferecer proteção parcialmente.

EPC - ABRANGÊNCIA COLETIVA

Como o próprio nome sugere, o equipamento de proteção coletiva - EPC diz


respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a
determinado risco.

Como exemplo, podemos citar o enclausuramento acústico de fontes de ruído,


a ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e
equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros.

Assim, o EPC é o equipamento que neutraliza o risco na fonte, dispensando,


em determinados casos, o uso dos equipamentos de proteção individual.

EPI - OBRIGATORIEDADE NO FORNECIMENTO

Conforme dispõe a Norma Regulamentadora 6 - NR-6, concomitantemente


com o art. 166 da CLT, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e
do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e
c) para atender a situações de emergência.

SESMT - CIPA

Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA nas empresas desobrigadas de manter o SESMT,
recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada
atividade.

Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao encarregado,


mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o
EPI adequado à proteção do trabalhador.

TIPOS DE EPI´s UTILIZADOS

Os tipos de EPI´s utilizados podem variar dependendo do tipo de atividade ou


de riscos que poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador e da parte
do corpo que se pretende proteger, tais como:
 Proteção auditiva: protetor auditivo circum-auricular, de
inserção e protetor auditivo semi-auricular;
 Proteção respiratória: respirador purificador de ar para
proteção das vias respiratórias contra poeira, névoas, fumos e
gases, respirador de adução de ar e respirador de fuga;
 Proteção visual e facial: viseiras/óculos de segurança contra
luminosidade, radiação ultravioleta, radiação infravermelha,
impactos de partículas volantes e respingos de produtos
químicos;
 Proteção da cabeça: capacetes de segurança contra impactos,
choques elétricos e contra riscos provenientes de fontes
geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio;
 Proteção para o cabelo: boné, capuz, gorro e rede de
segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de
origem térmica, respingos de produtos químicos e para
trabalhos que exigem a higiene e a prevenção de queda de
cabelo;
 Proteção para o tronco: aventais, capas e jaquetas que
ofereçam proteção ao tronco contra riscos de origem térmica,
mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade
proveniente de operações com uso de água.;
 Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes para proteção
das mãos e braços contra agentes cortantes e perfurantes,
agentes térmicos, biológicos, químicos, choques elétricos,
além de creme protetor de segurança para proteção contra
agentes químicos, de acordo com a Portaria SSST 26, de
29/12/1994;
 Proteção de pernas e pés: sapatos, calças, botas e botinas e
perneira de segurança para proteção contra impactos de
quedas de objetos, contra choques elétricos, agentes cortantes
e escoriantes, contra umidades provenientes de operações
com uso de água, contra respingos de produtos químicos;
 Proteção do corpo inteiro: conjunto e macacão de segurança
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores
contra chamas, agentes térmicos, produtos químicos e contra
umidade proveniente de operações com uso de água.
 Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões de
segurança para proteção do usuário contra riscos de queda
em trabalhos em altura e contra quedas em trabalhos com
movimentação vertical ou horizontal realizados em altura.
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado,


só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE,
de acordo com a Portaria SIT 126/2009.

OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR

Dentre as atribuições exigidas pela NR-6, cabe ao empregador as seguintes


obrigações:
 adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

 exigir seu uso;


 fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo órgão,
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
 orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
 substituir imediatamente o EPI, quando danificado ou extraviado;
 responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
 comunicar o MTE qualquer irregularidade observada;
 registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico.
OBRIGAÇÕES DO EMPREGADO

O empregado também terá que observar as seguintes obrigações:


 utilizar o EPI apensas para a finalidade a que se destina;

 responsabilizar-se pela guarda e conservação;


 comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio ao
uso; e
cumprir as determinações do empregador sob o uso pessoal;
PROTEÇÃO DO TRABALHADOR E REDUÇÃO DE CUSTOS AO
EMPREGADOR

Os Equipamentos de Proteção Individual além de essenciais à proteção do


trabalhador, visando a manutenção de sua saúde física e proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho,
podem também proporcionam a redução de custos ao empregador.

É o caso de empresas que desenvolvem atividades insalubres e que o nível de


ruído, por exemplo, está acima dos limites de tolerância previstos na NR-15.
Neste caso, a empresa deveria pagar o adicional de insalubridade de acordo
com o grau enquadrado, podendo ser de 10%, 20% ou 40%.

Com a utilização do EPI a empresa poderá eliminar ou neutralizar o nível do


ruído, já que com a utilização adequada do equipamento, o dano que o ruído
poderia causar à audição do empregado, será eliminado.

A eliminação do ruído ou a neutralização em nível abaixo do limite de


tolerância isenta a empresa do pagamento do adicional, além de evitar
quaisquer possibilidades futuras de pagamento de indenização de danos
morais ou materiais em função da falta de utilização do EPI.

OBRIGAÇÕES DO FABRICANTE

O fabricante nacional ou o importador de EPI deverá:


 cadastrar-se no órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde do trabalho, conforme quadro abaixo;
 solicitar a emissão do Certificado de Aprovação (CA);
 solicitar a renovação do CA, quando vencido o prazo de validade
estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde do trabalho;
 requerer novo CA, quando houver alteração das especificações do
equipamento aprovado;
 responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu
origem ao CA;
 comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;
 comunicar ao órgão nacional competente quaisquer alterações dos
dados cadastrais fornecidos;
 comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional,
orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências
ao seu uso;
 fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e
 providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do
SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial), quando for o caso.
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DO EPI

Todo equipamento de proteção individual - EPI deve ser certificado e


aprovado para que possa ser comercializado. Este Certificado de Aprovação
(CA) terá validade:

a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que


não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso;
c) de 2 (dois) anos, quando não existirem normas técnicas nacionais ou
internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para
realização dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI´s terão sua
aprovação pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de
Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação,
podendo ser renovado até dezembro de 2007, quando se expirarão os
prazos concedidos.
d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI´s
desenvolvidos após a data da publicação da NR 6, quando não existirem
normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas,
ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, caso em que os
EPI´s serão aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do
Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de
fabricação.

Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial
da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI
importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

Na impossibilidade de cumprir o determinado no parágrafo anterior o órgão nacional


competente em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar forma
alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante ou importador, devendo esta
constar do CA.

QUALIDADE DO EPI - HIGIENIZAÇÃO

Os EPI´s passíveis de restauração, lavagem e higienização, serão definidos


pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) devendo manter as
características de proteção original.

FABRICANTES - CADASTRO JUNTO AO ÓRGÃO COMPETENTE

O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras será feito mediante a


apresentação de formulário único, conforme o modelo abaixo, devidamente preenchido
e acompanhado de requerimento dirigido ao órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho.

Identificação do fabricante ou importador de EPI


Fabricante: Importador: Fabricante e Importador:
Razão Social:
Nome Fantasia: CNPJ/MF:
Inscrição Estadual - IE: Inscrição Municipal - IM:
Endereço: Bairro: CEP:
Cidade: Estado:
Telefone: Fax:
E-Mail: Ramo de Atividade:
CNAE (Fabricante): CCI da SRF/MF (Importador):
2 - Responsável perante o DSST / SIT:

a) Diretores:
Nome Nº da Identidade
1
2
3
b) Departamento Técnico:
Nº do Registro
Nome Conselho Prof./Estado
Prof.
1
2
3 - Lista de EPI fabricados:
4 - Observações:
a) Este formulário único deverá ser preenchido e atualizado, sempre que houver alteração,
acompanhado de requerimento ao DSST / SIT / MTE;

b) Cópia autenticada do Contrato Social onde conste dentre os objetivos sociais da empresa, a
fabricação e/ou importação de EPI.

Nota: As declarações anteriormente prestadas são de inteira responsabilidade do fabricante ou


importador, passíveis de verificação e eventuais penalidades, facultadas em Lei.

____________,_____ de __________ de ____

____________________________________
Diretor ou Representante Legal

Além disso, para obter o Certificado de Aprovação (CA), o fabricante nacional ou o


importador, deverá requerer junto ao órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho a aprovação do EPI, mediante os seguintes documentos:
 memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento no
subitem "obrigações do fabricante" acima, suas características técnicas,
materiais empregados na sua fabricação, uso a que se destina e suas restrições;
 cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório credenciado
pelo órgão competente em matéria de segurança e saúde no trabalho ou do
documento que comprove que o produto teve sua conformidade avaliada no
âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no caso de não haver laboratório credenciado
capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo de Responsabilidade Técnica,
assinado pelo fabricante ou importador, e por um técnico registrado em
Conselho Regional da Categoria;
 cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do
estabelecimento, e,
 cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante estrangeiro
autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar o produto no
Brasil, quando se tratar de EPI importado.
MTE - COMPETÊNCIAS E FISCALIZAÇÃO

Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho:

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;


b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;
d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e) fiscalizar a qualidade do EPI;
f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e
g) cancelar o CA.
O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, sempre que
julgar necessário, poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o nome do
fabricante e o número de referência, além de outros requisitos. Cabe ao órgão regional
do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;


b) recolher amostras de EPI; e
c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo
descumprimento da NR 6.

A fiscalização do MTE poderá recolher amostras de EPI, do fabricante ou importador e


seus distribuidores ou revendedores, ou ainda, da empresa utilizadora, em número
mínimo a ser estabelecido nas normas técnicas de ensaio.

As amostras serão encaminhadas, mediante ofício da autoridade regional competente


em matéria de segurança e saúde no trabalho, a um laboratório credenciado junto ao
MTE ou ao SINMETRO, capaz de realizar os respectivos laudos de ensaios, ensejando
comunicação posterior ao órgão nacional competente.

Base legal: Art. 166 e 167 da CLT;


NR-6;
Portaria SIT 126/2009 e os citados no texto.

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