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Gestão Ambiental tenso debate entre os membros

da comunidade científica e ar-


Agora que já estudamos as legislações ambientais pertinentes, co- tística para delimitar as áreas
nheceremos um pouco sobre a gestão ambiental e suas formas de do ambiente natural a serem
gestão dentro de uma empresa. Segundo Campos (2001, p. 116), a protegidas e foram criados san-
gestão ambiental é definida como sendo: tuários onde a vida selvagem
pudesse ser preservada.
[...]a administração do uso dos recursos ambientais, por meio Assim, a questão ambiental

“ de ações ou medidas econômicas, investimentos e potenciais


institucionais e jurídicos, com a finalidade de manter ou recu-
perar a qualidade de recursos e desenvolvimento social. Dessa
maneira, temos uma sociedade e empresas mais preocupadas e
conscientes de suas responsabilidades frente à exploração dos re-
era restrita a pequenos grupos
de políticos e cientistas e foi se
espalhando devido ao grau de
deterioração que o meio am-
biente estava sofrendo. Apre-
cursos naturais, assim, surgiu a necessidade de uma gestão mais sentamos alguns marcos das
especializada, com uma visão estratégica no que diz respeito à questões ambientais em âmbi-
exploração dos recursos de maneira mais racional. to mundial na Unidade 1 deste
livro. Esses marcos indicam a
Dessa forma, podemos afirmar que a gestão ambiental iniciou a crescente preocupação com o
partir da necessidade de o homem organizar sua maneira de rela- meio ambiente e exigiu das or-
cionar-se com o meio ambiente. De acordo com Valle (2002, p. 39), ganizações uma postura mais
a gestão ambiental consiste em: proativa nesse assunto.

[...] um conjunto de medidas e procedimentos definidos e

“ adequadamente aplicados que visam reduzir e controlar os


impactos introduzidos por um empreendimento sobre o
meio ambiente.

Para Barbieri (2016, p. 18), a gestão ambiental:


Abordagens da
Gestão Ambiental

Existem três diferentes aborda-


gens de que as empresas podem
se valer para lidarem com pro-
[...] compreende as diretrizes e as atividades administrativas blemas ambientais: de controle

“ realizadas por uma organização para alcançar efeitos positivos


sobre o meio ambiente, ou seja, para reduzir, eliminar ou com-
pensar os problemas ambientais decorrentes da sua atuação e
evitar que outros ocorram no futuro.
da poluição, de prevenção da
poluição e estratégica. O Con-
trole da poluição, para Barbie-
ri (2016), é caracterizado por
práticas administrativas e ope-
As ações para combater a poluição começaram a ser efetivadas racionais, que têm por intuito
somente a partir da Revolução Industrial. De acordo com Barbieri impedir os efeitos da poluição
(2016), desde a Antiguidade diversas experiências já foram tenta- gerada por certo processo pro-
das, com o intuito de retirar o lixo urbano que se alastrava ruas e dutivo. Aqui, as ações ambien-
cidades, prejudicando o meio ambiente e a saúde dos habitantes. tais são resultantes de uma pos-
Na segunda metade do século XIX, começou também um in- tura reativa da organização.

UNIDADE 9 217
O Quadro 1 resume as abordagens da gestão ambiental empresarial:
Quadro 1 - Abordagens da gestão ambiental empresarial
CARACTERÍSTICAS ABORDAGEM DO ABORDAGEM DA ABORDAGEM
CONTROLE DA POLUIÇÃO POLUIÇÃO ESTRATÉGICA
Preocupação Cumprir legislação e Uso eficiente dos Competitividade.
Básica respostas às pressões da insumos.
comunidade.
Postura Reativa. Reativa e proativa. Reativa e proativa.
Ações Típicas Corretivas; uso de tecno- Corretivas e preven- Corretivas, preventi-
logias de remediação e fim tivas; conservação vas e antecipatórias.
de tubo; aplicações de nor- e substituição de
mas de saúde e segurança insumos; tecnologias
do trabalho. limpas.
Percepção dos Custo adicional. Redução do custo; Vantagens competi-
Empresários aumento de produti- tivas.
vidade.
Envolvimento da Esporádico. Periódico. Permanente e siste-
alta administração mático.
Áreas envolvidas Áreas geradoras da poluição. Crescente envol- Atividades ambientais
vimento de outras disseminadas pela or-
áreas, como pro- ganização; ampliação
dução, compras, das ações ambientais
desenvolvimento de para a cadeia de
produto e marketing. suprimentos.
Fonte: Barbieri (2016, p. 86).

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UNIDADE 9 219
As normas ISO 14.000 são uma família de normas que procuram estabelecer ferramentas e sistemas
para gestão ambiental de uma organização, buscam a padronização de algumas ferramentas-chave
de análise, tais como a auditoria ambiental e a análise do ciclo de vida.

O Quadro 2 apresenta as normas da família ISO 14.000:


Quadro 2 - Família ISO 14.000
NORMA ISO DESCRIÇÃO
14.001 Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Requisitos com orientações para uso
14.004 Sistema de Gestão Ambiental - Diretrizes Gerais para a implementação
14.010 Guias para Auditoria Ambiental - Diretrizes Gerais
14.011 Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditorias
14.012 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Critérios de Qualificação
14.020 Rotulagem Ambiental - Princípios Básicos
14.021 Rotulagem Ambiental - Termos e Definições
14.022 Rotulagem Ambiental - Simbologia para Rótulos
14.023 Rotulagem Ambiental - Testes e Metodologias de Verificação
14.024 Rotulagem Ambiental - Guia para Certificação com Base em Análise Multicriterial
14.031 Avaliação da Performance Ambiental
14.032 Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de Operações
14.040 Análise do Ciclo de Vida - Princípios Gerais
14.041 Análise do Ciclo de Vida - Inventário
14.042 Análise do Ciclo de Vida - Análise dos Impactos
14.043 Análise do Ciclo de Vida - Migração dos Impactos
Fonte: ABNT (2015).

A principal norma da família ISO 14.000 é a ISO 14.001, que estabelece os requisitos necessários para
implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Ela tem por objetivo gerir a organização den-
tro de um SGA certificável, estruturado e integrado à atividade geral de gestão, buscando apresentar
requisitos que sejam aplicáveis a qualquer tipo e tamanho de organização (SEIFFERT, 2011). Segundo
Barbieri (2016), de forma sucinta, o SGA proposto deve cumprir estes requisitos:
• Política Ambiental.
• Planejamento.
• Implementação e Operação.
• Verificação e Ação Corretiva.

UNIDADE 9 221
No que diz respeito à Política Ambiental, é pre- portes e segmentos. É uma norma aplicável para
ciso que a alta administração defina sua política empresas que desejam:
ambiental e assegure que ela (ABNT, 2015, p. 8):
- Implantar, manter e aprimorar um sistema


- seja apropriada à natureza, à escala e aos im-
pactos ambientais de suas atividades, produtos
ou serviços;
- inclua o comprometimento com a melhoria
contínua e com a prevenção da poluição;
“ de gestão ambiental.
- Assegurar-se do atendimento à sua política
ambiental.
- Demonstrar tal conformidade a terceiros.
- Buscar certificação/registro de seu SGA
- inclua o comprometimento com o atendi- por uma organização externa.
mento à legislação, às normas ambientais apli- - Realizar auto-avaliação e emitir declaração
cáveis e aos demais requisitos da organização; de conformidade à norma (ROBLES JR.,
- forneça estrutura para o estabelecimento e a 2003, p. 136).
revisão dos objetivos e das metas ambientais;
- seja documentada, implementada, mantida e A primeira edição da ISO 14.001 foi no ano de
comunicada a todos os colaboradores; 1996, a segunda edição em 2004, quando se bus-
esteja disponível para o público. cou esclarecer a edição de 1996 e alinhá-la me-
lhor com a norma ISO 9.001:2000. Com isso, al-
O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser gumas seções não modificadas em seu conteúdo
criado e implementado para alcançar diversos foram reescritas para alinhar à ISO 14.001:2004
objetivos. A norma ISO 14.001 pode ser aplicada com o formato, os termos e a diagramação da
a qualquer organização que deseja (DIAS, 2017): ISO 9.001:2000 e para aumentar a compatibi-
• Estabelecer, implementar e aprimorar um lidade entre as duas normas (SEIFFERT, 2011).
SGA.
• Assegurar sua conformidade com a Polí-
tica Ambiental. ISO 14.001:2015
• Demonstrar conformidade com essa
norma ao fazer uma autodeclaração ou Após onze anos da publicação da última revisão
autoafirmação; buscar confirmação da da norma ISO 14.001 (em 2004), no segundo
sua conformidade por partes interessa- semestre de 2015, ocorreu o lançamento oficial
das na organização; buscar confirmação da ISO 14.001:2015, que estabelece os requisitos
de sua autodeclaração por meio de uma para implementação e certificação do Sistema de
organização externa; buscar certificação Gestão Ambiental (SGA). Essa nova versão teve
ou registro de seu SGA por uma organi- várias modificações que ocorreram para adaptar
zação externa. a norma de acordo com a estrutura do Anexo SL,
que tem por intuito criar uma estrutura padrão
A ISO 14.001 pode ser implementada e aplica- para todas as normas que orientam a implanta-
da por qualquer tipo de organização de todos os ção e a certificação dos sistemas de gestão.

222 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental


O prazo final para transição das empresas que têm a certificação ISO 14.001:2004 foi até o final de 2018.
As empresas certificadas pela versão de 2004, da ISO 14.001, precisaram fazer a transição em 2018.

Dessa maneira, de acordo com a A Figura 2 apresenta a estrutura da norma ISO 14.001:2015 inte-
ABNT (2015), a nova estrutura grada ao ciclo PDCA:
da ISO 14.001, também propos-
ta no anexo SL, é:
• Introdução.
• Escopo.
• Referência normativa.
• Termos e definições.
• Contexto da organização.
• Liderança.
• Planejamento.
• Apoio.
• Operação.
• Avaliação de desempe-
nho.
• Melhoria.

Essa estrutura da nova versão é


a mesma ISO 9.001 que aborda
o Sistema de Gestão de Qua-
lidade (SGQ). A estrutura que
sustenta um SGA é baseada no
Figura 2 - Modelo do Sistema de Gestão Ambiental
ciclo PDCA (Plan-Do-Check- Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2016, p. 159).
-Act). O ciclo PDCA fornece
um processo interativo utili- A Estrutura de Alto Nível distribui as cláusulas em 10 seções (ou
zado pelas organizações para seja, em 10 itens), alinhadas com a abordagem PDCA (Figura 2), de
alcançar a melhoria contínua. modo a dar sequência lógica aos requisitos dos sistemas de gestão e
Esse ciclo pode ser aplicado a propõe texto comum para requisitos muito estáveis dos sistemas de
um sistema de gestão ambiental gestão, tais como a informação documentada, as ações corretivas,
e a cada um dos seus elemen- as auditorias internas, a revisão pela gestão, dentre outros. Assim, a
tos individuais (ABNT, 2015). nova versão da ISO 14.001 tem a estrutura apresentada no Quadro 3.

UNIDADE 9 223
Quadro 3 - Estrutura da Norma ISO 14.001:2015
0. Introdução
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Termos e definições
4. Contexto da organização
4.1 Entendendo a organização e seu contexto
4.2 Entendendo as necessidades e as expectativas de partes interessadas.
4.3 Determinando o escopo do sistema de gestão ambiental (SGA).
4.4 Sistema de Gestão Ambiental
5. Liderança
5.1 Liderança e comprometimento
5.2 Política ambiental
5.3 Papéis, responsabilidades e autoridades organizacionais
6. Planejamento
6.1 Ações para abordar riscos e oportunidades
6.1.1 Generalidades
6.1.2 Aspectos ambientais
6.1.3 Requisitos legais e outros requisitos
6.1.4 Planejamento das ações
PLANEJAR
6.2 Objetivos ambientais e planejamento para alcançá-los
6.2.1 Objetivos ambientais
6.2.2 Planejamento de ações para alcançar os objetivos ambientais
7. Apoio
7.1 Recursos
7.2 Competência
7.3 Conscientização
7.4 Comunicação
7.4.1 Generalidades
7.4.2 Comunicação interna
7.4.3 Comunicação externa
7.5 Informação documentada
7.5.1 Generalidades
7.5.2 Criando e atualizando
7.5.3 Controle de informação documentada

224 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental


8. Operação
EXECUTAR 8.1 Planejamento e controle operacionais
8.2 Preparação e resposta a emergências
9. Avaliação de desempenho
9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação
9.1.1 Generalidades
9.1.2 Avaliação do atendimento aos requisitos legais e outros requisitos
AVALIAR
9.2 Auditoria Interna
9.2.1 Generalidades
9.2.2 Programa de auditoria interna
9.3 Análise crítica pela direção
10. Melhoria
10.1 Generalidades
AGIR
10.2 Não conformidade e ação corretiva
10.3 Melhoria contínua
Fonte: adaptado de ABNT (2015).

Tipos de Auditorias Ambientais

Quanto aos tipos, as auditorias ambientais po- A auditoria Sistema de Gestão Ambiental
dem ser: de conformidade legal, due diligence, (SGA): é aquela auditoria realizada em orga-
auditoria pós-acidente, auditoria de fornecedor nizações que possuem ou estejam implemen-
e auditoria focada em questões específicas, que tando um SGA, de acordo com a ISO 14001.
serão especificadas a seguir. Ela é utilizada para determinar se as atividades
A auditoria de conformidade legal tem por de gestão ambiental da organização estão em
intuito verificar o cumprimento da legislação am- conformidade com a documentação do sistema
biental e correlata aplicável à organização. É pos- e se as práticas são implementadas de acordo
sível que incluam avaliações de diferentes origens, com o planejamento ambiental e com a políti-
tais como: exigências legais atuais ou futuras, nor- ca ambiental da organização. Essas auditorias
mas e diretrizes dos setores industriais, políticas podem ser de quatro tipos, segundo Pugliesi e
ambientais e normas internas, melhores práticas Moraes (2014):
ambientais e outros (PUGLIESI; MORAES, 2014). • Auditoria pré-certificação ou auditoria
A auditoria due diligence (devido cuidado) inicial: tem por objetivo ajustar o sistema
tem um caráter reativo, uma vez que as primeiras antes da auditoria de certificação e não é
normas legais quase sempre eram do tipo coman- obrigatória.
do e controle (BARBIEIRI, 2016). Seu principal • Auditoria de certificação: obrigatória
intuito é evitar assumir responsabilidades por ris- em processos de certificação do SGA, o
cos ambientais em potencial ou por algum tipo de resultado é a recomendação, ou não, da
passivo ambiental (PUGLIESI; MORAES, 2014). certificação do sistema.

UNIDADE 9 225
• Auditoria de manutenção: é realizada, As auditorias focadas em questões ambien-
semestral ou anualmente, entre a auditoria tais, para Barbieri (2016), são específicas e utili-
de certificação e a recertificação. zadas para detectar problemas e oportunidades
• Auditoria de recertificação: ocorre três em áreas ou atividades, a saber:
anos após a auditoria de certificação para • Fontes de controle de poluição.
renovação do certificado, apresenta maior • Uso de energia.
nível de exigência, pois busca a consolida- • Pesquisas e desenvolvimento.
ção do SGA no período avaliado. • Uso, armazenagem, manuseio, transporte
de produtos controlados.
A auditoria pós-acidente tem por objetivo • Subprodutos e desperdícios.
verificar se os procedimentos para evitar emer- • Sítios contaminados.
gências ou acidentes ambientais foram seguidos • Estações de tratamento de águas residuárias.
de acordo com normas e manuais apropriados • Reformas e manutenções de prédios e ins-
(BARBIERI, 2016). talações.
A auditoria de fornecedor é utilizada em • Panes, acidentes e medidas de emergência.
processos de seleção e avaliação de fornecedores. • Saúde ocupacional e segurança do trabalho.

O Quadro 4 apresenta os tipos de auditorias ambientais, bem como exemplos:


Quadro 4 - Tipos de auditorias ambientais
TIPO DA AUDITORIA OBJETIVO PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE REFERÊNCIA
Conformidade Legal Verificar o grau de conformi- Legislação ambiental, licenças e processos
dade com a legislação am- de licenciamento; termos de ajustamento.
biental.
Due diligence Verificar a responsabilidade Legislação ambiental, trabalhista, civil e ou-
de uma empresa perante tras; contrato social; títulos de propriedade
acionistas, credores, forne- e certidões negativas.
cedores, clientes, governos
e outras partes interessadas.
Pós-acidente Verificar as causas do aci- Legislação ambiental e trabalhista; normas
dente, identificar as res- técnicas; plano de emergência; normas da
ponsabilidades e avaliar os organização; programas de treinamento.
danos.
Fornecedor Avaliar o desempenho do Legislação ambiental; acordos voluntários
fornecedor atual e também subscritos; normas técnicas; normas da
para seleção de novos for- própria empresa; licenças, certificações e
necedores. premiações.
Questões específicas Verificar a ocorrência de pro- Legislação ambiental; acordos voluntários
blemas ambientais específi- subscritos; normas técnicas; especificações
cos e localizados. dos fabricantes.
SGA Avaliar o SGA, seu grau de Normas que especificam SGA (ISO 14001),
conformidade com os requi- legislação aplicável, requisitos de partes inte-
sitos e a política da empresa. ressadas, informação documentada do SGA;
critérios de auditoria do SGA.
Fonte: Barbieri (2016, p. 171).

226 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental


Auditoria Ambiental de É importante entendermos que as auditorias in-
Acordo com a NBR 19.011 ternas (também denominadas de primeira parte)
podem ser feitas pela própria organização, com o
A Norma Técnica 19.011 (ABNT, 2012) consis- objetivo de analisar como está o sistema de ges-
te nas Diretrizes para Auditorias de Sistemas de tão ou com o intuito de obter informações para
Gestão. Essa norma tem como escopo fornecer melhorá-lo. De acordo com a ABNT (2012), as
as orientações acerca das auditorias de sistemas auditorias internas podem formar a base para
de gestão. Nela, estão incluídos os princípios de uma autodeclaração de conformidade da orga-
auditoria, a gestão de um programa de auditoria, nização. A norma também nos apresenta concei-
a realização de auditorias de sistema de gestão, tos de auditorias externas, em que estão incluídas
assim como orientação acerca da avaliação da auditorias de segunda e terceira parte.
competência de pessoas envolvidas no processo Auditorias de segunda parte são realizadas por
de auditoria, incluindo a pessoa que gerencia o partes que apresentam algum interesse na orga-
programa, os auditores e a equipe de auditoria. nização, por exemplo clientes ou outras pessoas
A ISO 19.011:2012 não estabelece requisitos, em seu nome. As auditorias de terceira parte são
entretanto, oferece as diretrizes a respeito da gestão realizadas por organizações de auditoria indepen-
de um programa de auditoria, do planejamento dentes, tais como organismos de regulamentação
e da realização de uma auditoria de sistema de ou organismos de certificação (ABNT, 2012).
gestão, bem como da competência e da avaliação Existe, ainda, a auditoria combinada, que se
de um auditor e de uma equipe auditora (ABNT, forma quando dois ou mais sistemas de gestão
2012). Essa norma pode ser aplicável a qualquer de disciplinas diferentes, por exemplo, qualidade,
tipo de organização que necessita realizar audito- meio ambiente, segurança e saúde ocupacional,
rias internas e/ou externas de sistemas de gestão são auditados juntos e quando duas ou mais or-
ou gerenciar um programa de auditoria. A ABNT ganizações de auditoria cooperam para auditar
(2012) define auditoria como sendo um único auditado, isso é chamado de auditoria
conjunta (ABNT, 2012).
processo sistemático, documentado e inde-

“ pendente para obter evidência de auditoria


e avaliá-las, objetivamente, para determinar
a extensão na qual os critérios da auditoria
são atendidos (ABNT, 2012, p. 6).
De acordo com a norma ABNT NBR ISO
Certificação

A autodeclaração de conformidade é realizada por


meio de avaliações que são conduzidas pela própria
19.011:2012, temos: organização que criou o SGA ou por uma organi-
• Evidência de auditoria: registros, apre- zação externa em seu nome (BARBIERI, 2016).
sentação de fatos ou outras informações A certificação é o procedimento em que
pertinentes aos critérios de auditoria e uma terceira parte garante por escrito que o
verificáveis. SGA está em conformidade com os requisitos
• Critério de auditoria: conjunto de polí- especificados; a terceira parte é a pessoa ou o
ticas, procedimentos ou requisitos usados organismo reconhecida como independente das
como uma referência na qual a evidência partes envolvidas no que se refere a um dado
de auditoria é comparada. assunto. O registro é o procedimento pelo qual

UNIDADE 9 227
um organismo indica as características perti- • Contribuir para eliminar as barreiras
nentes de um produto, processo ou serviço, ou técnicas.
as características particulares de um organismo • Papel importante nos processos de pro-
ou pessoa, em lista apropriada e disponível ao dução e distribuição, podendo facilitar o
público (ABNT, 2015). comércio internacional.
O SGA pode ser certificado por organizações • Aumentar a visibilidade no mercado na-
que estão relacionadas com ele em seu ambiente cional e internacional.
de negócio, por exemplo, bancos, clientes e outros • Facilitar o acompanhamento da legislação
agentes financeiros. Também é possível que a orga- e busca da conformidade legal.
nização cliente avalie o SGA dos seus fornecedores • Simplificar e uniformizar procedimentos
(DIAS, 2017). Barbieri (2016) analisa que, em situa- administrativos e operacionais.
ções práticas, a preferência das organizações são cer- • Consolidar a credibilidade junto a clientes,
tificações de terceira parte por empresas acreditadas. fornecedores e colaboradores.
O Organismo de Certificação Credenciado
(OCC) tem que atender a critérios previamente No que diz respeito às dificuldades que as orga-
estabelecidos em documentos normativos esta- nizações têm para a certificação pela ISO 14.001,
belecidos pelo órgão governamental competente. Barbieri (2016) apresenta as seguintes:
Cada país tem esquemas próprios para acreditar e • Alto custo que representa para micro e pe-
controlar as atividades de certificação de terceira quenas empresas.
parte, embora haja amplo esforço internacional • Desprendimento de capital para a área am-
para harmonizar critérios e procedimentos, tendo biental.
à frente a ISO, a International Electrotechnical • Relacionamento com os órgãos ambientais.
Commision (IEC) e o International Accreditation • Estruturação do setor ambiental na em-
Forum (IAF) (DIAS, 2017). presa.
A acreditação consiste no reconhecimento for-
mal por parte do órgão governamental competente
de um organismo, pessoa ou organização que aten-
de aos requisitos previamente definidos por leis e
regulamentos para realizar atividades específicas de
modo confiável. Um desses requisitos é a indepen- Veja a reportagem do portal GoingGreen
dência dos organismos acreditados, o que impede sobre Savona, na Itália. Essa cidade recebeu,
que eles sejam contratados para auxiliar a organiza- recentemente, o selo LEED para cidades
ção em relação ao objeto da certificação, com vistas sustentáveis, tornando-se a terceira cidade no
a facilitar a avaliação da conformidade (ONA, 2017, mundo a possuir essa certificação. Uma cidade
on-line)1. Os principais objetivos de certificar um inteira pode receber um selo de certificação
SGA pela ISO 14.001 são (DIAS, 2017): ambiental? O que foi feito em termos de gestão
• Uma organização que tem um SGA imple- ambiental para alcançar esse importante alvo?
mentado e certificado poderá equilibrar e Disponível em: http://goinggreen.com.
integrar interesses econômicos e ambien- br/2018/05/24/leed-for-cities-savona-na-italia-
tais e alcançar vantagens competitivas sig- conquista-certificacao/.
nificativas.

228 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental


Além disso, podemos definir como sendo uma estratégia ambiental, organização do local de
de caráter preventivo, que é aplicada a processos, produtos e serviços trabalho, limpeza, manu-
empresariais, com o intuito de utilizar eficientemente os recursos e tenção de equipamentos,
diminuir o impacto no meio ambiente (DIAS, 2017). providências para evitar
Para o CNTL (1999), a produção mais limpa é uma aplicação acidentes nos desloca-
contínua de uma estratégia ambiental, econômica e tecnológica, que mentos de materiais,
está integrada aos processos e produtos, com o intuito de aumentar coleta e separação de re-
a eficiência no uso de matérias-primas, energia e água, por meio síduos, padronização de
da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados. atividades, elaboração e
A Figura 3 apresenta os níveis de P+L. atualização de manuais,
fichas técnicas, treina-
mento e outros.
• Substituição de mate-
Minimização Reúso de
de resíduos resíduos e riais: avaliação e seleção
e emissões emissões
de materiais para redu-
Nível 1 Nível 2 Nível 3
zir ou eliminar materiais
perigosos nos processos
Redução na fonte Reciclagem produtivos ou na gera-
interna Reciclagem Ciclo
externa biogênicos ção de resíduos perigo-
sos, por exemplo, subs-
Modificação Modificação
do produto do processo Estruturas tituir solventes químicos
por solventes à base de
Housekeeping
(boas práticas) Materiais água, selecionar maté-
rias-primas e materiais
Substituição auxiliares que gerem
de materiais
menos resíduos.
Mudanças
• Mudanças na tecnologia:
de tecnologia
inovações nos processos
Figura 3 - P+L - Níveis de intervenção produtivos para redu-
Fonte: adaptada de Barbieri (2016). zir emissões e perdas,
Podemos observar, na Figura 4, que as alternativas do nível 1, que podendo ser inovações
constituem a prioridade máxima, envolvem modificações em pro- incrementais, como mu-
cessos e produtos, com o intuito de reduzir emissões e resíduos na danças nas especificações
fonte, bem como para eliminar e reduzir sua toxicidade. Para Barbieri do processo ou no layout,
(2016), essas modificações ocorrem mediante revisões de suas espe- ou radicais, como novos
cificações para reduzir geração de resíduos, realizadas por meio de: equipamentos, instala-
• Boas práticas operacionais (housekeeping): procedimen- ções e outros componen-
tos administrativos e operacionais usuais, como planeja- tes do processo (BAR-
mento e programação da produção, gestão de estoques, BIERI, 2016, p. 100).

230 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental


Emissões e ruídos que continuam Administração da
sendo gerados nos processos de- Qualidade Total (TQM)
vem ser reutilizados internamen-
te, como apresentado no nível 2. No ano de 1990, 21 empresas multinacionais formaram a Global
Já no nível 3, quando não existe Environmental Management Initiative (Gemi), que criou o con-
a possibilidade do resíduo ou da ceito de Total Quality Environmental Management (TQEM),
emissão ser utilizado na própria uma extensão dos conceitos da Administração da Qualidade Total
unidade produtiva que o gerou, (TQM). A Administração da Qualidade Total (TQM) tem como
pode ser feita a reciclagem exter- meta o defeito zero, e a Administração da Qualidade Ambiental
na, por meio de doações ou venda. Total tem como meta a poluição zero. Para alcançar seus objetivos
Caso isso ainda não seja possível, ambientais, a TQEM utiliza ferramentas típicas da qualidade, como
podem ser tratados para serem diagrama de causa e efeito, benchmarking, diagramas de fluxos
assimilados no meio ambiente, de processos, gráfico de Pareto e ciclo PDCA (BARBIERI, 2016).
como a compostagem (ciclos Veja no Quadro 5.
biogênicos) (BARBIERI, 2016).

Quadro 5 - Ferramentas da qualidade


FERRAMENTA DESCRIÇÃO
Ciclo PDCA Do inglês plan, do, check, act, propõe a análise dos processos com
vistas à sua melhoria.
Diagrama de causa e efeito Sua representação é comparada a uma espinha de peixe, em que,
na coluna do meio, sinalizada por uma seta, é representado o efeito
ou a consequência, e, na parte lateral, acima e abaixo da seta, estão
as causas que interferem no processo.
Gráfico de Pareto Pode ser utilizado para classificar causas que atuam em um pro-
cesso com maior ou menor intensidade ou, ainda, com diferentes
níveis de importância.
Lista de verificação (checklist) É um método pelo qual se faz a constatação de quantas vezes
algo ocorre e mostra a frequência de sua ocorrência. Também é
conhecida como folha de checagem. É uma das ferramentas mais
simples e mais eficientes para analisar o desenvolvimento de ati-
vidades ao longo de um processo.
Gráficos de controle Buscam trabalhar com as variações de um processo e estão res-
tritos a áreas determinadas do processo. Como regra geral, os
gráficos de controle são instrumentos para separar causas alea-
tórias das causas assinaláveis, verificam se o processo é estável,
se o processo está sob controle e se permanecem assim e, ainda,
permitem a análise das tendências do processo.
Fonte: Carvalho e Paladini (2012, p. 358).

Os custos de prevenção estão associados a ações para evitar problemas ambientais futuros. Os custos
de avaliação consistem nas ações para verificar como a organização está em relação aos cumprimentos
das normas legais. Os custos de falhas internas estão relacionados às ações para controle de impactos
ambientais, já os custos de falhas externas relacionam-se às ações para controlar, reparar e mitigar
impactos produzidos fora da empresa (DIAS, 2017).

UNIDADE 9 231
Ecoeficiência • Reconhecerem a diversidade inerente a
cada negócio.
A ecoeficiência tem por intuito o uso mais eficien- • Apoiarem o benchmarking e monitorarem
te de matérias-primas e energia, com o objetivo a evolução do desempenho.
de reduzir os custos econômicos, os impactos • Serem claramente definidos, mensuráveis,
ambientais e os riscos de acidente, melhorando a transparentes e verificáveis.
relação da organização com as partes interessa- • Serem compreensíveis e significativos para
das (DIAS, 2017). Assim, uma empresa torna-se as várias partes interessadas.
ecoeficiente para Barbieri (2016) quando: • Basearem-se em uma avaliação geral da
• Reduz o consumo de materiais com bens atividade da empresa, dos produtos e dos
e serviços. serviços, concentrando-se, principalmen-
• Reduz o consumo de energia com bens e te, nas áreas controladas diretamente pela
serviços. gestão.
• Reduz a dispersão de substâncias tóxicas. • Levarem em consideração questões rele-
• Intensifica a reciclagem de materiais. vantes e significativas, relacionadas com
• Maximiza o uso sustentável dos recursos as atividades da empresa, a montante (ex.:
naturais. fornecedores) e a jusante (ex.: utilização do
• Prolonga a durabilidade dos produtos. produto) (BARBIERI, 2016).
• Agrega valor aos bens e serviços.
A P+L e a Ecoeficiência são modelos de gestão
A ecoeficiência é baseada na ideia de que a redução que têm muitas semelhanças entre si. Contudo,
de materiais e energia, ao longo do sistema pro- a reciclagem interna e externa é muito valoriza-
dutivo, aumenta a competitividade da empresa ao da pela ecoeficiência, diferentemente da P+L, na
mesmo tempo que reduz as pressões sobre o meio qual essa reciclagem é uma opção de segundo e
ambiente (DIAS, 2017). A ecoeficiência está rela- terceiro nível.
cionada a três importantes objetivos (DIAS, 2017):
• Redução do consumo de recursos.
• Redução no impacto na natureza. Projeto para o Meio Ambiente
• Aumento de produtividade ou do valor do
produto. É um modelo de gestão focado na fase de con-
cepção dos produtos e em seus respectivos pro-
Os princípios para a definição e para a utilização cessos de produção, distribuição e utilização,
dos indicadores de ecoeficiência estão apresen- também denominado ecodesign, que busca in-
tados a seguir: tegrar um conjunto de atividades e disciplinas
• Serem relevantes e significativos na prote- que, historicamente, sempre foi tratado separa-
ção do meio ambiente e da saúde humana damente tanto em termos operacionais quan-
e/ou na melhoria da qualidade de vida. to estratégicos, como saúde e segurança dos
• Fornecerem informação aos tomadores trabalhadores e consumidores, conservação de
de decisão, com o objetivo de melhorar o recursos, prevenção de acidentes e gestão de
desempenho da organização. resíduos (DIAS, 2017).

232 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental


Barbieri (2016) explica que o ecodesign baseia-se em inovações
de produtos e processos que reduzam a poluição em todas as fases
do ciclo de vida e exige a participação de todos os segmentos da
empresa, bem como de fornecedores e outros membros do canal de
distribuição, podendo, por isso, ser considerado um modelo de gestão,
pois não se trata da realização de atividades isoladas nem episódicas.
Para organizar as atividades diante de várias possibilidades de
atuação em projeto, temos quatro estratégias (BARBIERI, 2016):
• Projeto para desmaterialização: busca a redução da quan-
tidade necessária de materiais para um produto, assim como
a energia correspondente, considerando seu ciclo de vida.
• Projeto para desintoxicação: busca reduzir ou eliminar a
toxicidade, a periculosidade ou outras características preju-
diciais ao produto.
• Projeto para revalorização: busca recuperar, reciclar e reu-
tilizar resíduos materiais e energia gerados em cada fase do
ciclo de vida do produto.
• Projeto para a renovação e a proteção do capital: busca
garantir a segurança, a vitalidade, a integridade, a produti-
vidade e a continuidade de recursos naturais, humanos e
econômicos para manter o ciclo de vida do produto.

Prezado(a) aluno(a), nesta última unidade, abordamos aspectos


de gestão ambiental, que consiste na gestão de recursos naturais
por parte das organizações e que qualquer empresa, de qualquer
tamanho ou porte, pode implementar um sistema de gestão am-
biental que, posteriormente, pode ser certificado por meio da ISO
14001, norma certificável e voluntária, que traz muitas vantagens
competitivas para as organizações.
Vimos que a ISO 14001 passou por atualização, no ano de 2015, e
que sua estrutura está de acordo com o proposto no Anexo SL, cujo
objetivo é facilitar a integração entre as normas e que um SGA segue
os princípios do ciclo PDCA. Trabalhamos com a produção mais
limpa, que busca adotar procedimentos em processos de produção,
produtos e serviços, visando ao aproveitamento de recursos naturais
e resíduos no processo produtivo. É uma ferramenta importante de
gestão ambiental.
Também trabalhamos com outras ferramentas importantes:
administração da qualidade total, ecoeficiência e projeto para o
meio ambiente. Assim, finalizamos nosso estudo sobre o processo
de certificação e os tipos de auditoria ambiental.

UNIDADE 9 233
ABNT. NBR ISO 14.001: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão de qualidade e/ou ambiental. Brasília, 2015.

ABNT. NBR ISO 14.001:2015: Sistemas de Gestão Ambiental – Requisitos com Orientações para Uso. ABNT.
2015. Disponível em: http://abnt.org.br/PAGINAMPE/noticias/218-abnt-nbr-iso-14001-2015-sistemas-de-gest%-
C3%A3o-ambiental-%E2%80%94-requisitos-com-orienta%C3%A7%C3%B5es-para-uso. Acesso em: 3 abr. 2019.

ABNT. NBR ISO 19.011: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão de qualidade e/ou ambiental. Brasília, 2012.

BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

CAMPOS, L. M. S. SGADA – Sistema de Gestão e Avaliação de Desempenho Ambiental: uma proposta de


implementação. 2000. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2001.

CARPINETTI, L. C. R.; GEROLAMO, M. C. Gestão da Qualidade: ISO 9001: 2015 - Requisitos e Integração
com a ISO 14001:2015. São Paulo: Atlas, 2016.

CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier: ABEPRO, 2012.

CNTL. Manual: Metodologia de Implantação do Programa de Produção Mais Limpa. Porto Alegre, 1999.

DIAS, R. Gestão Ambiental. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

MORAES, C. S. B. Gestão Ambiental Empresarial: análise da contribuição dos indicadores ambientais. In: Congresso
Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2011, Porto Alegre. Anais […] Porto Alegre: CBESA/ABES, 2012.

PUGLIESI, É.; MORAES, C. S. B. (org.). Auditoria e certificação ambiental. Curitiba: InterSaberes, 2014.

ROBLES JR., A. Custos da qualidade: aspectos econômicos da gestão da qualidade e da gestão ambiental. 2. ed.
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SEIFFERT, M. E. B. ISO 14001 - Sistemas de gestão ambiental: implantação objetiva e econômica. 4. ed. São
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1
Em: https://www.ona.org.br/Pagina/33/Acreditacao. Acesso em: 3 abr. 2019.

237
1. C.

2. A.

3. A.

238
239
CONCLUSÃO

Chegamos ao final do livro Ciências do Ambiente. Compreendemos a importância


desse assunto na atuação do Engenheiro a partir de conceitos e fundamentos da
gestão ambiental.
Para isso, a partir da Unidade 1, Meio Ambiente e Sustentabilidade, apresenta-
mos as principais definições de meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Na
Unidade 2, Dinâmicas Ambientais, descrevemos os processos que estão envolvidos
nos ciclos biogeoquímicos e demonstramos a hierarquia ecológica, enfatizando a
importância destes tópicos dentro das questões ambientais.
Nas Unidades 3 e 4, trabalhamos temas importantes relacionados ao Gerencia-
mento de Recursos Hídricos. Mostramos, a você, a importância da água para os
seres vivos, além de apresentar os padrões de potabilidade para consumo humano,
bem como os tratamentos existentes. Discorremos, também, sobre Tratamento
de Efluentes e a questão de reuso de águas, uma alternativa razoável, visto a falta
desse recurso em grandes centros.
Ao longo das Unidades 5 e 6, onde tratamos dos Resíduos Sólidos, apresentamos
todas as etapas de sua gestão: geração, classificação, coleta, transporte de resíduos,
tratamentos e formas de destinação final de resíduos sólidos.
Na Unidade 7, sobre Controle e Qualidade de Emissões Atmosféricas, desta-
camos os principais poluentes atmosféricos, bem como suas fontes, métodos de
controle de emissão e padrões de qualidade. Conceituamos a poluição sonora,
bem como sua redução e o controle de ruídos.
Finalizando com as Unidades 8 e 9, desenvolvemos os conhecimentos necessá-
rios para aplicação das legislações ambientais e ferramentas de gestão nas empresas,
bem como as formas de certificação e auditoria ambiental.
Esperamos ter contribuído com sua formação e que você veja que realmente
a questão ambiental está presente em todas as formações, em especial, na área de
Engenharia.
Um forte abraço.

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