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Recurso Genética Molecular 2020- perguntas das

frequências

1 ª frequência:

1. Indique 6 características da forma B do DNA.

-O DNA da forma B contém dupla hélice com cadeias antiparalelas


-Enrolamento positivo (no sentido dos ponteiros do relógio)
-Respeita a especificidade do emparelhamento de pares de bases.
-A dupla hélice é mais longa e fina comparativamente às outras
formas conhecidas de DNA.
-As cadeias têm cerca de 2nm de diâmetro e aproximadamente 10
pares de bases por cada volta de hélice completa.

2. Explique o splicing dos intrões do pré-mRNA por via


spliciossoma principal.

Para que ocorra remoção, o intrão deve reunir as seguintes características:


-Sinais de splicing na extremidade do intrão (sequência 5’ GU- AG 3’).
-Uma região rica em pirimidinas a 3’ do intrão
-Ponto de ramificação “A” entre 20-25 pb a contar da extremidade 3’
do intrão.

O processamento por spliciossoma é o mais comum. Neste mecanismo:


-U1 liga-se à extremidade 5’ e U2 liga-se à extremidade 3’
-Entre U1 e U2 liga-se um trímero de snRNP (U4, U5 e U6).
-Ocorrem diversos rearranjos dentro do spliciossoma que o
convertem para a sua forma ativa.
-Liberta-se U1 e U4 que leva a uma transesterificação.
-Ocorre uma segunda transesterificação que permite a formação da
estrutura lariat e a libertação da U2, U5 e U6.
-O spliciossoma ativo corta o intrão e os exões juntam-se.
-São necessários 3ATP.
3. Diga o que é uma célula bacteriana F, uma célula
bacteriana Hfr e uma célula bacteriana F’. O que resulta
quando cada uma destas células (F+, Hfr e F’) faz a
conjugação com uma célula F-.

Uma célula bacteriana F contém fatores de transferência de


resistência a antibióticos.
Células F+ são células de bactérias que possuem o fator de
fertilidade- células masculinas.
Células F-, por outro lado, não possuem o fator de fertilidade referido-
células femininas.
As bactérias podem conjugar entre si e transferir o fator F através
do contacto por pili F e posterior fusão entre as paredes de duas bactérias.
A célula F+ introduz uma das cadeias na célula F-, e de seguida as células
separam-se para originar duas células masculinas. Assim passam a existir
duas células F+.
A célula Hfr conjuga com a célula F-, ocorrendo transferência por
ciclos rolantes. Embora alguns genes de Hfr passem para a F-, o fator F não
vai ser transmitido, visto que as células Hfr contêm o fator F integrado no
genoma, de modo que não o podem passar a outras bactérias. Assim, quando
Hfr conjuga com F- não ocorre transferência do fator F e as células
continuam F- e Hfr.
As células f’ correspondem à excisão de partes do cromossoma
hospedeiro de células hfr que contêm f+. Forma-se assim um plasmídeo que
é designado de acordo com o gene que carrega. Quando f’ conjuga com f-
ocorre transferência do plasmídeo com o gene associado, tornando-se
ambas as bactérias F’.

3.1. Porque é que quando uma célula Hfr conjuga com uma
célula F- ela não fica F+?

-Célula HFR vai conjugar com a célula F-;


-Ocorre a transferência;
-A célula começa a replicar o seu DNA onde está integrado o fator F
em círculos rolantes;
-Começa a replicar através da OR do plasmídeo, mas, quando esta é
ativada, vai ocorrer quebra do genoma bacteriano (quebra a fusão entre as
paredes);
-Alguns genes da bactéria HFR passam para F-;
-No entanto, como os genes do fator F são os últimos a ser
replicados, o fator F não passa para a célula F-;
-apesar de a célula F- ganhar alguns genes da HFR, fica F- na mesma.

4. Indique as sequências de DNA num gene procariota


necessárias para a expressão da proteína.

-Promotor (sequência consense),


-Start point (local de inicio de formação de Rna),
-5’ UTR- sequência a 5’ que precede o códão de iniciação- ( cerca de
7-10 bases antes de AUG)
-Região codificante (codifica proteínas a partir do codão de iniciação)
-3’ UTR- sequÊncia a 3’ terminal que surge após o sinal de finalização

STOP STOP
5’ U T R AUG (start point) Codif. Região intercistrónica A U G Codif. U T R 3’

NOTA: sequência UTR- é transcrita mas não é traduzida.


sequência Shine-Delgarno - sequência que se encontra 7-10 pb a
montante de AUG que tem uma sequência complementar a 3’ da
subunidade menor do ribossoma. Logo, é aí que se liga a subunidade
menor do ribossoma para começar a tradução.

5. Tendo em conta a sequência de nucleótidos do


DNA que se encontra apresentada responda às
seguintes questões:

(cadeia 1) 5’ – GGATA ATG ATG TCG ATG CAC CCT GCT TAA GCG - 3’ codificante
(cadeia 2) 3’ – CCTAT TAC TAC AGC TAC GTG GGA CGA ATT CGC - 5’ molde- ñ
tem ATG

a. Qual a sequência de nucleotídeos do mRNA?


5’ - AUG AUG UCG AUG CAC CCU GCU UAA (codão stop) - 3’

b. Qual é a cadeia de DNA codificante?


Cadeia 1- tem ATG.
c. Qual a é a cadeia de DNA que serve para síntese de mRNA?
Cadeia 2 – não tem ATG

d. Qual a sequência de nucleótidos de t-RNA correspondente?


5’ - AUG AUG UCG AUG CAC CCU GCU UAA – 3’

e. Qual é a sequência de aminoácidos que constitui a proteína


traduzida a partir do mRNA obtido

usar mRNA- começar no codão de iniciação AUG e terminar no codão stop-


pode ser UAA UGA UAG.
mRNA 5’ - AUG AUG UCG AUG CAC CCU GCU UAA – 3’

Met Met Ser Met Hist Pro Ala


2 ª frequência:

1. Indique quais as proteínas que expressam pelo fago


durante o ciclo lisogénico.

Com a falta de glucose no meio existe a expressão de cAMP que


inibe a Hf1 do hospedeiro. Por outro lado, esta Hf1 também é
igualmente inibida pela CIII. Assim esta não degrada a proteína
CII que por sua vez ativa a CI (recetora). Deste modo a CI liga-se
na forma de dímero, inibindo a expressão do Cro promovendo a
expressão dos genes N. Assim, CI > e a bactéria entra no ciclo
lisogénico.

O fago infecta a bactéria, introduzindo o seu material genético no


genoma da bactéria, e dependendo das condições pode ocorrer o
ciclo lítico (replicação do material genético e lise celular) ou o ciclo
lisogénico (integração do DNA do fago no cromossoma da bactéria).
Com a falta de glicose no meio ocorre a expressão de cAMP que
inibe a produção de Hf1. Assim, não vai ocorrer a degradação da
proteína cII, um repressor que se liga ao operador e inibe a
expressão da proteína cro. Pela inibição da expressão de cro a
bactéria vai inibir a via lítica e favorecer a via lisogénica.
O ciclo lisogénico é o ciclo de desenvolvimento fágico em que o
DNA do fago é integrado no cromossoma bacteriano, formando um
profago. A integração do DNA fágico no genoma bacteriano
confere à bactéria imunidade contra posteriores infectores.
( O ciclo lítico está associado à proteína cro, uma proteína
repressora que se encontra à direita dos genes iniciais. Este ciclo
envolve: infeção de bactérias por injeção do material genético do
fago; replicação do material genético e proteínas; montagem dos
descendentes víricos e posterior libertação destes através da
digestão da membrana plasmática ou parede da célula hospedeira.
Existem duas proteínas responsáveis pela entrada do fago ou no
ciclo lítico ou no ciclo lisogénico.
- Gene N - encontra-se à esquerda dos genes iniciais – tem
capacidade de anti-terminação, ou seja, permite a expressão dos
genes à esquerda de N à direita de cro; está associado ao ciclo
lisogénico. cro (direita dos genes iniciais) – é um repressor; gene Q
activa a expressão dos genes tardios; associado ao ciclo lítico. )

2. Diga para que serve o teste de Ames, Como se


processa, que características devem ter as bactérias, e
como ocorre a interpretação de resultados.

O teste de Ames é um teste para identificar compostos com


potencial mutagénico. Para se poder usar este teste, as bactérias
devem possuir algumas características:
-Serem auxotróficas para a histidina;
-Possuírem sistema de reparação por excisão inativo;
-Não possuírem camada polisacarídica;
Na realização do teste usam-se 2 culturas de bactérias:
-Na 1ª, a cultura de controlo;
-Na 2ª, agente que se suspeita ser mutagénico;
As colónias resultantes da 1ª cultura resultam de mutações
espontâneas, contrariamente às colónias da 2ªcultura, que
resultam de mutações induzidas pelo agente. Ou seja, um maior
número de revertentes, significa um aumento de potencial
mutagénico.
Após análise de culturas, para a interpretação dos dados, deve-se
calcular o IM (índice de mutagenicidade) que resulta da razão
entre o nº de revertentes induzidos sobre o nº de revertentes
espontâneos.
Onde o resultado significa:
=1 Não houve indução de revertentes
<0.6 e 0,7 Indicativo de toxicidade
>1 Índice de indução de revertentes
>2 Substância considerada mutagénica
3. Diga se há produção de B-Galactosidase e de permease
na presença de lactose (lac).

Genótipo B-galactosidase Permease


c/lac s/lac c/lac s/lac
Is P+ Oc Z- Y+ - - + +
I+ P+ O+ Z+ Y- + - - -
conjunto - - + +

No genótipo (1), o repressor apresenta uma mutação que faz com


que ele se ligue irreversivelmente ao operador (impede que o
indutor se ligue ao operador). No entano o operador também tem
uma mutação que impede a ligação do repessor. Para além disso,
também existe a mutação no gene Z que permite a sua produção, no
entanto a B-galactosidase não é funcional.
Assim, no genótipo (1), há produção de B-galactosidase não
funcional (com e sem lactose) e há a produção de permease
funcional (com e sem lactose), ficando a linha do genótipo (1) (-/-
/+/+).

No genótipo (2), o repressor, na presença de lactose, não se


consegue ligar ao operador (o indutor liga-se ao repressor e impede
a sua ligação ao operador) permitindo a produção de b-
galactosidase e permesase, mas comoexiste a mutação no gene da
permease, apesar de ela ser produzida não vai ser funcional.Na
ausência de lactose, o repressor liga-se ao operador e impede a
produção tanto de b-galactosidase como de permesae, assim a linha
deste genótipo (2) fica (+/-/-/-).

No conjunto dos genótipos, o repressor com a mutação (Is), apesar


de nunca se ligar ao Oc, tem a capacidade de se ligar
irreversivelmente ao O+ (do genótipo 2), não permitindo a produção
de b-galactosidase , nem de permease. No entanto, como no
genótipo 1, o repressor nunca se consegue ligar ao operador, há
sempre a produção de b-galactosidase e permease, só que devido à
mutação no Z, só a permease é que é funcional ficando a linha do
conjunto dos genótipo (-/-/+/+).

4. Diga o significado das mutações


I- ou Ic Mutação que impede a ligação do repressor ao operador, logo ocorre
transcrição.
Is (super inibidor/repressor) mutação no repressor que faz com que este se
ligue ao operador permanentemente, logo a transcrição não acontece.
I+ O repressor está ativo e impede a transcrição basal dos genes estruturais
Os (super operador) Mutação no operador que liga o repressor
permanentemente, não havendo transcrição.
Oc (Operador construtivo) A sequência está mutada no operador e o repressor
não se consegue ligar a este, ou seja, há sempre transcrição dos genes.
Z+ Produção de beta-galactosidase funcional, visto que o gene estrutural Z
está ativo e degrada a lactose em glucose e galactose.
Z- Produção de beta-galactosidase não funcional
P- Mutação no promotor que impede a ligação da RNA polimerase.
P+ Mutação no promotor que permite a ligação da RNA polimerase.
Y- Produção de permease não funcional
Y+ Produção de permease funciona

NOTA: mutações no promotor e operador são cis-acting(só atuam naquele


cromosoma do fragmento de DNA), mas mutações no inibidor/repressor são
trans-acting(atuam nos 2 fragmentos de DNA dos 2 cromossomas)
5. Preencha o quadro seguinte:

Dímeros de Lesão
Mutações Locais Ap
tímina oxidativa
Metabolismo aeróbio
Fatores normais
Causas Luz UV normal das bases do
intrinsecos
DNA
Sistema
Recombinação Homóloga
Reparação Fotoliase ou PRE Sistema GO
(RCCA)
Procariotas
Sistema NER – reparação BER- reparação
Recombinação Homóloga
Reparação por excisão por excisão de
(BRCA 1 e 2)
Eucariotas nucleótidos bases

Cancro fígado
Consequências Cancro de pele Promoção apoptose
Cancro Pulmão

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