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PRELIMINARMENTE
DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
A parte Autora tem prioridade na tramitação do processo porque é portadora de
neoplasia maligna, conforme relatório médico acostado. Doença permanente sem
condições de trabalhar e sem chances de recuperação das sequelas ocasionadas.
O inciso I, do art. 1048, do CPC, determina prioridade a quem tenha doença grave nos
termos do inciso XIV, do art. 6º, da Lei 7713/88, que dispõe:
XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os
percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação
mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de
Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência
adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença
tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma;
Assim, com base nos laudos médicos apresentados, requer Vossa Excelência proceda
devida valoração e conceda, sem necessidade de avaliação de médico oficial por não se
tratar de direito de isenção tributária, mas de prioridade de tramitação, conforme
autoriza o precedente do STJ (AgRg no Ag 1.194.807/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1.ª
Turma, julgado em 17.06.2010, DJe 01.07.2010; REsp 1.088.379/DF, Rel. Min.
Francisco Falcão, DJe 29.10.2008; e REsp 749.100/PE, Rel. Min. Francisco Falcão,
DJ 28.11.2005; REsp 302.742/PR, 5.ª T., Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ 02.08.2004).
DO AUXÍLIO-DOENÇA
É um absurdo lógico nessa ação, diante das condições da parte Requerente, pedir,
subsidiariamente, concessão de auxílio doença. Todavia, é necessário realizar tal
pedido, caso porventura no laudo se constate doença por tempo determinado ou
provisória, o que se admite somente por amor ao debate, porque contraria todos os
documentos médicos dos autos.
O art. 59 da Lei 8.213/91, ao reger sobre o auxílio-doença assim afirma:
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho
ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
E mais, o art. 62 da mesma Lei, alterado pela MP 739/16, assim determina:
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua
atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 739, de 2016)
Parágrafo único. O benefício será mantido até que o segurado seja considerado
reabilitado para o desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
considerado não recuperável, for aposentado por invalidez. (Incluído pela Medida
Provisória nº 739, de 2016)
Veja-se, inclusive, Excelência, que segundo os Princípios Constitucionais norteadores
do Direito Previdenciário, a incapacidade para o trabalho deve ser analisada levando-se
em conta o grau de escolaridade do segurado, a sua cultura, a sua idade, ou seja, todos
os fatores sociais que envolvem uma recolocação profissional em atividade compatível.
A perícia deve ser analisada considerando o critério biopsicossocial, esse é o
entendimento que a TNU adota e a 5ª Turma do STJ passou a adotar no
julgamento do REsp nº 965.597/PE.
Depois de reiteradas decisões a TNU publicou a Súmula 47, nos seguintes moldes:
SUMULA 47- Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve
analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão da
aposentadoria por invalidez. (Destacado)
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) O deferimento de tutela provisória de urgência inaudita altera parte, para os fins do
pedido, oficiando-se ao Instituto Nacional do Seguro Social, comunicando-lhe o
deferimento da medida, e citando-o dos termos da inicial;
b) No caso de descumprimento da tutela antecipada pelo Réu, que se aplique multa
diária, na forma do art. 497 e 537 do CPC, no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais),
por se tratar de obrigação de fazer;
c) Que após os trâmites, seja a presente julgada procedente, para confirmar a tutela
provisória de urgência e torná-la definitiva;
d) Ao final sejam julgados procedentes os pedidos da presente ação para condenar o
INSS a conceder a aposentadoria por invalidez a Requerente e, subsidiariamente,
AUXÍLIO DOENÇA, ambos a partir da data do agendamento do requerimento
administrativo (xx/xx/xxxx), conforme Resolução 438 do INSS;
e) Que seja o Requerido condenado ao pagamento de todas as parcelas vencidas e
vincendas, inclusive, abono anual, desde a data de do agendamento administrativo
(xx/xx/xxxxx);
f) Juros e correções legais;
g) Honorários advocatícios de 20% no final da demanda, por se tratar de trabalhos
que exigem conhecimentos especializados e pela demora de efetivação dos direitos
nesses tipos de ações, em razão das benesses que desfruta a Fazenda Pública em
relação aos prazos processuais e a forma de pagamento (RPV ou precatório).
Requer ainda, o deferimento do pedido dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA.
Informa que não tem interesse em audiência de conciliação por se tratar de
matéria de direito não passível de mitigação da lesão por ter sido necessário
acionar o judiciário, causando juros de mora e correção monetária para recompor
a perda patrimonial da negativa de concessão de aposentadoria.
Requer, finalmente, deferida a utilização de todos os meios de prova em direito
admitidos, principalmente perícia médica na especialidade oncologia e oitiva de
testemunhas, expedindo-se Carta Precatória para oitiva destas, juntada dos documentos
que acompanham a inicial, depoimento pessoal e depoimento do representante legal do
Requerido, sob pena de confissão e juntada de documentos novos a qualquer momento.
A fim de evitar futura arguição de nulidade no processo, requer que todas as
publicações sejam realizadas exclusivamente em nome dos patronos
xxxxxxxxxxxxx, sob pena de nulidade.
Dá-se a causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxx
Termos em que pede deferimento.
São Paulo, 12 de dezembro de 2018.
Advogado/OAB
ROL DE TESTEMUNHAS
QUESITOS
[1] http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/anal
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