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Pamela B. Tanguay
O que é?
Distúú rbio de Aprendizagem Naã o Verbal eú úma deficieê ncia neúroloú gica,
generalizada, qúe eú caúsada por danos no circúito cerebral.
Áreas de déficit:
Taú til (percepçaã o): capacidade de identificar algo somente pelo toqúe.
Taú til (atençaã o): capacidade de atender a estrateú gias de ensino qúe exigem
contato.
Percepçaã o Visúal: capacidade de verificar com precisaã o o campo visúal oú
ambiente e processar o qúe eú visto.
Atençaã o Visúal: capacidade de atender a estrateú gias de ensino qúe útilizam
modalidade visúal.
Orientaçaã o Espacial: conscieê ncia de onde o indivíúdúo estaú no espaço e súa
proximidade fíúsica com os oútros objetos.
Coordenaçaã o Psicomotora: capacidade de comandar o seú corpo para fazer
aqúilo qúe ele deseja qúe seja feito, no momento desejado.
Generalizaçaã o da Informaçaã o: aplicaçaã o de úma informaçaã o aprendida
previamente, em úma sitúaçaã o semelhante.
Flexibilidade Mental: capacidade de assimilar e processar novas
informaçoã es oú ideias qúe iraã o inflúenciar na súa maneira de pensar sobre
úm toú pico oú úma sitúaçaã o.
Pragmaú tica: úso fúncional e praú tico da lingúagem.
Habilidade Social: capacidade de interagir apropriadamente, baseado nas
normas estabelecidas de relaçaã o social.
Adaptabilidade: capacidade de se ajústar a úma nova sitúaçaã o.
Estabilidade Emocional: consisteê ncia no bem estar emocional.
Fúnçaã o Execútora e Organizaçaã o: capacidade de organizar, priorizar e
planejar pensamentos e atividades.
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Naã o gosta qúe súa rotina seja alterada?
Dificúldade de interagir com oútras crianças?
Papel dos pais:
Os pais devem desempenhar o papel central no desenvolvimento da criança
e no programa de intervençaã o ao qúal ela seraú súbmetida.
Habilidades de auto-ajuda:
Estabelecer úma rotina de higiene o qúanto antes.
Estar atento aà s necessidades da criança no banho, para escovar os dentes e
o cabelo.
Explicar aà criança como útilizar o chúveiro, o sabonete, a escova de dentes e
os demais útensíúlios de higiene.
Explicar para a criança a importaê ncia da higiene na súa vida.
Separar as roúpas da criança na ordem qúe ela vai colocaú -las. Dizer a ela
(verbalmente) como vestir, passo a passo.
Sapatos com velcro saã o indicados, pela dificúldade de amarrar.
Evitar roúpas com botoã es e zíúper.
Avaliar a necessidade de úm terapeúta ocúpacional, se habilidades de aúto-
ajúda da criança estiverem múito comprometidas.
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Permitir qúe a criança útilize úma colher oú úm garfo, o qúe fúncionar
melhor.
Utilizar úm prato mais fúndo para qúe a comida naã o fiqúe saindo do prato,
para qúe seja mais faú cil para a criança colocar a comida na colher oú garfo.
Qúando a criança estiver aprendendo a escrever útilize úm laú pis mais
grosso e pesado. Se necessaú rio, útilize o trifaú sico qúe ajúda a criança a
colocar os dedos no lúgar correto.
Incentivar o úso de lapiseiras para ensinar pressaã o correta, de prefereê ncia
com amortecimento para redúzir a fadiga do dedo e da maã o.
Permitir qúe a criança escolha o qúe for mais confortaú vel para ela.
Esportes de Eqúipes
As regras do jogo saã o confúsas, o barúlho cria úm stress adicional e a
demanda social faz com qúe todo o exercíúcio seja estafante.
Volleyball pode ser o melhor tipo de esporte, mas deve-se agúardar ateú
ensino meú dio oú facúldade.
Esportes individúais
Assim como em todas as coisas, tambeú m no esporte oú em oútra atividade
fíúsica saã o necessaú rios os comandos verbais em formato de passo a passo.
Instrúçoã es individúais saã o recomendadas, pelo menos dúrante a
aprendizagem de úm novo esporte.
Tipos de esportes individúais indicados: nataçaã o, skate, teê nis, golf, arco e
flexa, eqúitaçaã o, canoagem, caiaqúe, adestramento de animais, ping pong,
karateê , taekendo.
Intervençaã o precoce
Ensinar a criança a dançar, saltar e púlar.
Bolas grandes saã o boas para chútar e pegar. Uma lúva de velcro para
captúrar bola de teê nis, e úm grande bastaã o de plaú stico para bater bola de
plaú stico podem fúncionar bem. Uma raqúete com úma bola presa eú úm bom
exercíúcio de coordenaçaã o olho-maã o.
A nataçaã o pode exigir qúe voceê mova as pernas da criança com as súas
maã os, para mostrar-lhe o movimento.
Dirigir úm triciclo oú úma bicicleta pode demorar úm poúco mais para esta
criança. Considere iniciar por úm triciclo.
Gerenciando o ambiente:
Haú úma correlaçaã o direta entre o “”mal estar” da criança e a complexidade
do seú ambiente e/oú a nossa expectativa naã o real dela. Vaú rios ambientes saã o
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múito difíúceis para ela gerenciar. Ela reqúer previsibilidade, úma rotina
consistente, e úm refúú gio. EÉ importante qúe ela tenha seú proú prio qúarto.
Permita qúe a criança tenha tempo súficiente para fazer as coisas, como se
vestir, oú organizar súa mochila para a escola. Ela tem seú proú prio ritmo, e se
algúeú m estiver apressando, ela pode tornar-se confúsa e incapaz de execútar as
açoã es qúe necessita. Avisar com antecedeê ncia e dar dicas saã o boas estrateú gias para
preparar úma criança para úma múdança na súa agenda. Fornecer úm mapa do
novo ambiente, como a escola, e treinar o caminho qúe ela deve fazer na escola, da
entrada ateú a sala de aúla, saã o oú timas opçoã es. O conceito de tempo eú algo qúe ela
pode naã o entender. Uma boa opçaã o seria considerar o úso de úm reloú gio digital
com úm alarme.
Planeje com antecedeê ncia para comer fora de casa e fazer compras.
Considere fazer compras em lojas menores, em vez de levar a criança ao shopping,
oú lojas múito grandes, onde ela pode naã o se sentir bem. Festas e feriados podem
naã o fazer bem aà criança, pela múdança de rotina e aglomeraçaã o de pessoas e
barúlho. Considere o úso de tampoã es de oúvido oú úm CD player portaú til, com
fones de oúvido, se a criança estiver sobrecarregada.
Devemos incútir estrútúra e ensinar a criança a conhecer súas proú prias
necessidades, para ser capaz de identificar qúando ela estaú sobrecarregada e
porqúe, assim como a forma de reorganizar seú múndo para qúe ela possa
fúncionar de forma taã o independente qúanto possíúvel. Naã o eú faú cil, e vai demorar
múitos anos, mas pode ser feito, e esse eú o nosso objetivo.
Organização:
Crianças com TANV necessitam organizaçaã o. Desordem torna impossíúvel
para elas encontrarem algúma coisa, aúmenta o estresse e naã o permite
independeê ncia.
O problema de percepçaã o visúal dificúlta qúe a criança encontre o qúe estaú
procúrando. Organize os brinqúedos e oútros objetos em peqúenos
recipientes, como caixas oú prateleiras. Use prateleiras para roúpas em vez
de gavetas, e ganchos em vez de cabides. Organize os trajes júntos oú
compre roúpas faú ceis de combinar.
Remova as portas do closet da criança e útilize prateleiras e nichos para
armazenar os brinqúedos e oútros objetos. Use a coleçaã o como úm meio de
ensinar as habilidades de organizaçaã o aà criança.
Núnca reorganize o qúarto da criança sem a participaçaã o dela, pois súa
organizaçaã o pode ser o caos para ela. Ensine a criança a manter seú qúarto
arrúmado, transferindo aos poúcos a responsabilidade para ela, ateú qúe ela
seja capaz de fazer sozinha.
Lista e lembretes ajúdam a organizar o dia e lembrar das coisas
importantes.
Crie úma programaçaã o de horaú rios para a rotina escolar da criança. Elabore
com clareza e coloqúe úma coú pia diaú ria no bolso dela. Fiqúe atento aà s
alteraçoã es qúe podem ser feitas pelos professores, para alterar a
programaçaã o da criança logo no primeiro momento do dia. Para crianças
maiores coloqúe úma coú pia no seú caderno oú fichaú rio. Use úma agenda
diaú ria para as tarefas de casa.
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Identifiqúe os livros e demais materiais com cores especíúficas. Use úm
fichaú rio com divisoã es e fecho, para armazenar túdo qúe a criança iraú
precisar na aúla, aleú m dos livros. Expliqúe verbalmente como túdo estaú
organizado, para qúe a criança se identifiqúe com os procedimentos.
Habilidades de pensamento:
Crianças com TANV possúem habilidades fracas, oú ateú mesmo limitadas, de
pensamento críútico. Seús deú ficits no processamento de informaçoã es naã o-verbais
saã o úm obstaú cúlo significativo no desenvolvimento de habilidades de pensamento
de ordem súperior.
Se a criança naã o estaú envolvida na aprendizagem ativa, ela naã o vai alcançar
seú pleno potencial. A intervençaã o pode melhorar significativamente as
habilidades de pensamento da criança.
Habilidades de pensamento baú sicas inclúem a capacidade de categorizar,
comparar e contrastar, observar, identificar padroã es, compreender as relaçoã es de
caúsa e efeito, generalizar, e resolver problemas. Essas habilidades podem ser
ensinadas aà s crianças por meio de atividades diaú rias qúe saã o facilitadas por úm
adúlto. O adúlto deve apontar conexoã es qúe a criança naã o consegúe fazer por conta
proú pria.
Habilidades de pensamento mais avançadas inclúem a capacidade de
analisar informaçoã es e identificar o qúe saã o fatos e o qúe saã o opinioã es.
Oportúnidades para desenvolver essas habilidades tambeú m devem ser facilitadas
por úm adúlto, e podem ser ensinadas por meio de atividades do dia a dia.
Estrateú gias para melhorar a capacidade cognitiva inclúem deixar qúe as
crianças façam escolhas ensinando-lhes, contúdo, as implicaçoã es de caúsa e efeito.
Assistir televisaã o oú olhar anúú ncios saã o abordagens eficazes para ensinar a
diferença entre o compartilhamento de informaçoã es e a intençaã o de venda.
Compútadores e jogos eletroê nicos com tútorial tambeú m podem ser interessantes
para a aprendizagem destas crianças, e ainda ajúdam na melhoria da coordenaçaã o
olho-maã o e na coordenaçaã o motora fina.
Passar o tempo com a criança, seja lendo e analisando úm livro, fazendo
jardinagem, fazendo úma compra importante, andando de bicicleta oú montando
algúm qúebra-cabeça simples, contribúi de forma significativa para o
desenvolvimento de habilidades de pensamento na criança mais velha.
Habilidades de Comunicação:
Sessenta e cinco por cento oú mais da nossa comúnicaçaã o eú naã o-verbal,
consistindo de: lingúagem corporal, expressaã o facial, entonaçaã o da voz, aleú m da
integraçaã o, das palavras faladas, com estas formas de comúnicaçaã o naã o verbal.
As crianças com TANV, mesmo tendo úma boa verbalizaçaã o, precisam
conhecer os múú ltiplos significados de úma palavra, se elas estaã o oú naã o sendo ditas
diretamente, reconhecer o significado real delas, e saber se haú algúm sarcasmo oú
algúm sentido figúrativo na fala do oútro.
Crianças com TANV processam a comúnicaçaã o de forma múito concreta, e
aparentam ser rúdes, naã o cooperativas oú frias. Contúdo, isto ocorre porqúe eles
naã o saã o sensíúveis ao significado embútido na fala, mas sim ao qúe eú dito.
Estas crianças necessitam aprender qúe a lingúagem corporal, as
expressoã es faciais e a entonaçaã o da voz emitem súas proú prias mensagens, e qúe
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estas comúnicaçoã es naã o verbais podem naã o estar sincronizadas com qúe a pessoa
diz. Elas tambeú m precisam de orientaçaã o no ponto mais sútil da comúnicaçaã o,
como reconhecer desonestidade e identificar a lingúagem figúrativa. E eles ainda
precisam entender qúe as oútras pessoas teê m súas proú prias ideias e pontos de
vista.
O ambiente estressante e as dificúldades de comúnicaçaã o criam altos níúveis
de frústraçaã o em crianças com TANV, geralmente resúltando em birras oú crises
nervosas.
Se possíúvel, contar com a ajúda de úma fonoaúdioú loga para ajúdar seú filho
a melhorar súas habilidades de comúnicaçaã o. A segúir estaã o algúmas das coisas
qúe os pais podem fazer com seú filho para melhorar súa comúnicaçaã o naã o-verbal:
“Assistir pessoas” oú ver desenhos sem som, para identificar as expressoã es
faciais e a lingúagem corporal;
Praticar expressaã o facial e lingúagem corporal em frente ao espelho;
Jogar míúmica oú charadas para trabalhar expressaã o facial e lingúagem
corporal;
Identificar inconsisteê ncias, para a criança, entre as mensagens naã o-verbais e
verbais;
Ensinar qúe o respeito eú ganho, seja para úma criança oú para úm adúlto;
Ensinar a criança qúe úsar “mentiras brancas” pode servir para proteger o
sentimento dos oútros;
Ensinar qúe os pensamentos saã o segredos ateú serem compartilhados, e qúe
oútras pessoas teê m seús proú prios pensamentos, interesses e sentimentos;
Usar e ensinar as figúras de lingúagem mais comúns.
Habilidades Sociais:
Aleú m de integrar as informaçoã es verbais com as naã o verbais, a criança tem
qúe saber qúando fazer o qúeê , como e com qúem. Saã o necessaú rias diversas
habilidades adicionais para qúe a criança possa ser socialmente competente.
As crianças com TANV precisaraã o de instrúçoã es diretas nas habilidades
sociais, assim como nas habilidades de comúnicaçaã o. Se estas saã o ensinadas em
conjúnto com as habilidades de comúnicaçaã o, oú separadamente, dependeraú da
capacidade da criança e se ela estaú oú naã o participando de úm grúpo de
habilidades sociais.
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comprimento do braço eú úma estrateú gia eficaz para ensinar a criança sobre
a proximidade fíúsica. Regras escritas podem ajúdar a criança mais velha a
compreender as qúestoã es de proximidade figúrativa, como o tempo de
espera para úma chamada telefoê nica e o tempo de retorno antes de fazer
úma segúnda chamada.
Apareê ncia: a criança deve ser orientada de como a apareê ncia pode ser
interpretada pelos oútros. Olhar as pessoas e tentar interpretaú -las pela
apareê ncia pode ser úm bom exercíúcio para ensinar a criança sobre este
conceito. Ajúde a criança a determinar qúal mensagem ela qúer passar pela
súa apareê ncia.
Controle de impúlso: para crianças maiores, sitúaçoã es qúe podem caúsar
algúm problema com controle de impúlso, devem ser evitadas. Como
facilitador da interaçaã o, o adúlto poderaú controlar melhor o ambiente.
Acompanhe as interaçoã es sociais para poder discútir com a criança sobre o
qúe deú certo e o qúe naã o deú. Levantadas as sitúaçoã es, discúta sobre úm
plano para evitar os problemas no fútúro.
Perspectiva: preparar a criança para a interaçaã o social, mostrando a ela
qúais as perspectivas possíúveis. Discútir os interesses e personalidade do
amigo qúe ela iraú visitar. Explicar para a criança qúe eú importante
considerar os interesses de seú amigo dúrante a visita, oú qúe o amigo pode
naã o estar interessado em oútra visita. Júntos, determinar as atividades qúe
podem ser legais para ambas as crianças.
Interaçaã o cooperativa: habilidades sociais e boa comúnicaçaã o saã o reqúisitos
para úma efetiva interaçaã o cooperativa.
A participaçaã o em grúpos de habilidades sociais oferece oportúnidade para
qúe a criança pratiqúe seú aprendizado em ambientes segúros. Os adúltos
podem lhe dar feedback, e desenvolver nela habilidades qúe saã o
desafiadoras. Devem ser pacientes, pois esta eú claramente a maior
dificúldade de úma criança com TANV. Esta intervençaã o eú a mais
significativa para qúe ela se torne socialmente competente.