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Estatuto do Desarmamento

Foi aprovado a Lei nº 10.826/2003 conhecida como Estatuto do desarmamento,


regulamentada pelo decreto nº 5.123/2004, onde obriga o registro de porte e
comercialização de armas de fogo e munição no SINARM – Sistema Nacional de Armas
(SOARES, 2014).

1. Do Sistema Nacional de Armas – SINARM

De acordo com Soares, as competências do SINARM estão inseridas no art.2º, sendo


de responsabilidade do art.2º:
 Cadastro das armas de fogo producidas, importadas e vendidas no
país;
 Cadastro das transferencias de propiedades de armas de fogo,
extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os
dados cadastrais inclusive as decorrentes de fechamento de empresas
de segurança privada e de transporte de valores;
 A identificação das modificações que alterem as características ou o
funcionamento de arma de fogo;
 Cadastro das apreenções de armas de fogo , inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;
 Cadastro de identificação do cano da arma, as características das
impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado,
conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
fabricante e a informação às secretarias de segurança Públicas dos
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de
armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro
atualizado para consulta;
 A renovação e a integração dos acervos policiais e alimentar seu
banco de dados das informações das emissões de partes de armas e
o cadastro das armas de fogo que são fornecidas pela Policia Federal.
Fonte: Adaptado de SOARES (2014), editado por Jaiana Santos da Silva Araújo.

2. Diferenças entre a Lei 10.826/03 e o Projeto de Lei 3.722/2012


Além disso, o PL 3.722/12 cria agravantes para as penas dos crimes cometidos com
armas de fogo:

- Pena dos crimes cometidos com arma aumentada em 50% caso a arma seja
adulterada ou raspada.

- Pena aumentada em 50% se a arma ou munição for extraviada das forças armadas.

- Pena aumentada em 50% se o infrator já tiver condenação anterior por crimes contra
a pessoa, roubo, furto ou tráfico de drogas.

- Pena duplicada caso o infrator seja integrante das forças de segurança pública.

O PL 3.722/12, também chamado de “Estatuto do Controle de Armas de Fogo”,


propõe flexibilizar a aquisição de armas de fogo no Brasil, alterando alguns
dispositivos e criando outros novos, todos visando uma maior facilidade na circulação,
venda e registro das armas.

3. Ineficácia do Estatuto do desarmamento

As armas são utilizadas desde os primórdios da humanidade. No período


Paleolítico, o Homo Erectus manuseava pedras pontuadas como instrumento de
defesa pessoal, essas pedras ulteriormente, evoluiram para flechas e lanças
(FARNDON, 19993, p.27-32). É perceptivel a evolução das armas, assim como a
sua utilização como defesa a integridade fisíca.
No século passado o uso de armas de fogo causava medo por conta do
número de mortes ocorridas durante a Primeira Guerra Mundial, vale ressaltar que
esses conflitos a mão armada eram multilaterais, ou seja, diversos estados
confrontavam-se causando mortes de ambos os lados.
Por conta desse cenário o Brasil adotou acordos internacioanais com o
objetivo de frear o tráfico internacional de armas. O Decreto n. 3.229, de 29 de
outubro de 1999 (BRASIL, 1999). Mas a pesar da tentativa de intervir tanto
nacionalmente como internacionalmente, o governo não conseguiu mudar o cenário
de violencia no Brasil.
Os efeitos do Estatuto do desarmamento contradizem o mesmo. O Estado se
posiciona de forma omissa, deixando a desejar na segurança pública. E a proibição
de armas permite que o cidadão viva refens da marginalidade, que mesmo com leis
proibindo o uso ilegal de armas de fogo, ainda assim os marginais conseguem portar
essas armas.
O Estado não fornece seguraça adequada aos cidadãos, mesmo que garantido
na própria constituição Art. 5º que os brasileiros e estrageiros residentes no país, tem
garantia sobre “ a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade.” Sendo esses direitos considerados como bens jurídicos assegurados
aos cidadãos, e não podem ser retirados por ninguém, muito menos pelo Estado.
Surge o questionamento em que, se o Estado não oferece segurança
adequada dentro e fora de casa, deixando a população a mercer dos marginais
munidos de arma de fogo, é nítido que esse mesmo Estado não pode inibir o cidadão
de bem de tentar se defender. Então, ou o Estado oferece ao cidadão um padrão
razoável de segurança, ou permite que o cidadão tenha no minimo de meios
necessários para que não se sinta inerme, exposto à sanha do bandido (MIGALHAS,
s.d.)
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941. Art.301. Qualquer do
povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito.
O art. 301 do CPP, trata não só da liberdade de escolha do indivíduo em tomar-
se de ação contra outro cidadão dotado da mesma liberdade para agir em
desconformidade com a lei, mas também quando este por iniciativa própria age com
total liberdade para garantir a segurança - que deveria ser dever do Estado - sua e
daqueles que o norteiam (SCOFIELD). O artigo 301 do CPP transparece a
irresponsabilidade do estado, já que tanto os agentes policiais assim como o cidadão
comum são amparados pela lei em prender qualquer individuo em flagrante delito, mas
o governo age de forma imprudente já que os agentes policiais tem treinamento e armas
de fogo para defender-se, enquanto os cidadãos ao qual também é amparado por lei
não posue nem um mecanismo de defesa.
Aristóteles (1987) compreende a liberdade como a capacidade do homem em
escolher entres diversas alternativas. Isso contrapõem o artigo 301, porque a lei é
imperativa e ela impões que o cidadão comum e o agente policial prenda o individuo em
flagrante delito, mas não dar alternativas de defesa para o cidadão comum, somente
para o policial já que o mesmo tem treinamento e arma de fogo ao seu favor.

Art. 144 CF A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos,


é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I – polícia federal;

II – polícia rodoviária federal;

III – polícia ferroviária federal;

IV – policias civis;

V – policiais militares e corpos de bombeiros militares”.


CONTRA
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nao-reduz-conflitos-com-mortes-mostram-dados-cientificos.shtml ou as
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