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A necessidade do projeto APROXIMAGOES AO AMBIT ANTROPOLOGICO ‘Um exame teérico do fenémeno projeto arquitetdnico comegari, inevita- velmente, pela resposta A seguinte questdo: o que €0 projeto arquitetSnico, e para que serve? Obviamente, 2 resposta é conhecida no plano pratico, € o que se pretende & conduzir 0 assunto para uma aproximacdo conceitual, teGrica ¢ didatica. B requerida uma definigao. pensamento arquitet6nico convencional se caractetiza por examinar 0 fendmeno arquiteténico basicamente sob 0 ponto de vista morfoldgico e morfogritico, privilegiando os aspectos funcionais, construtivos e estéticos englobados no cléssico trinémio vitruviano, jé referido nas paginas prece- dentes: utilitas,firmitas e venuszas. No entanto, embora esta anilise possa ser precisa e correta, seré sempre incompleta. Com efeito, o fenémeno arquitetSnico comporta outras modalidades de estudo, geralmente negligen- ciadas, embora essenciais para a compreensio do substrato ideol6gico que, de modo explicito ou implicito, conforma ou deforma a maioria dos atos concretos desenvolvidos pelos individuos e coletividades humanas, entre os quais, certamente, pode ser inserida a produgéo da arquitetura. Este capitulo examina um destes aspectos, ou seja, a definicdo do projeto arguitet6nico e seu papel a partir dos esquemas antropolégicos & socioeconémicos aplicaveis ao estudo da producdo da arquitetura. Pretende- se demonstrar que 0 processo projetial na arquitetura é um evento de miilti- pla interpretagao, cujos papéis variam de acordo com o contexto socioeconémico no Ambito da etapa produtiva da arquitetura. Em outras palavras, deseja-se determinar os papéis que o projeto desem- penha no pracesso de producdo arquitetGnica, tendo em vista que este titimo € um fato cultural que transcende os limites estéticos ou técnicos costumeiramente estudados no plano tedrico convencional. Em tais condi- ¢6¢s, verificar-se-é, em siltima anslise, que 0 projeto no é apenas uma decor- réncia do processo de racionalizagéo ou aperfeigoamento das atividades hu- ‘manas, €, também, uma conseqiiéneia da instituigao da divisdo social do tra- batho e dos mecanismos de atribuic2o'e distribuigio de responsabilidades, como fenémeno histérico inseparavel do processo evolutivo das sociedades. lan E oportuno ressaltar que, em termos da qualidade artistica do produto, tal processo de aperfeigoamento e racionalizacao nfo implica necessariamente bbeneficio ou superioridade, Na realidade, a maior complexidade no relacio- rnamento das diversas partes envolvidas, ¢ préprio aumento do niimero des- tas partes, &s vezes, acaba por comprometer a eficiéncia necesséria aos pro- cessos de comunicagéo implicitos na tarefa de conformagao da. obra arquitet6nica ‘A capacidade-necessidade que 0 género humano tem de construir(omorbus aedificandi) é uma instituicao, um trago cultural. Isto nos remete a antropolo- Bia, que 6 0 estudo cientifico das diferentes culturas. Em termos bastante simplificados, pode-se afirmar que a producao da arquitetura se faz.conforme quatro modelos culturais bésicos, que se referem tanto ao desenvalvimento hist6rico quanto is estruturas socideconOmnicas da coletividade. Esta classifi- cago é proposta apenas com este fim. Evidentemente, sendo tais modelos ou esquemas rotulados como bisicos, torna-se aceitével a existincia de subvariantes, mas estas nao chegam a caracterizar tipos essencialmente dife- rentes dos quatro tipos basicos, que so estudados a seguir. PRIMEIRO TIPO t A SOCIEDADE PRIMITIVA, Deve-se reiterar que a classificagdo aqui proposta ndo pretende substi- tuir as que jé se incorporaram a antropologia, pois se restringem a enqua- drar certos aspectos da produgio da arquitetura, segundo um esquema de quatro tipos. O primeito tipo refere-se 4 sociedade mais primitiva, na qual a construgdo do abrigo é uma atribuicio do préprio interessado. com ou sem o auxiio de outros membros da grei. O termo primitivo, neste con- texto, tom um significado apenas antropolégico e de referéncia, nao im- plicando posicionamento cronolégico ou histérico perfeitamente deter- minado, nem conotando um juizo de valor? Ainda ha, na 6poca presente, grupos sociais que adotam esta modalidade de produgao do alojamento, sem que isto corresponda, necessariamente, a um baixo padrio de evolu- + Segundo Christopher Alexander (1971), as sociedades, no que diz respeito & produgio da arquitetura, se dividem em dois tipos: cuturas inconscientes de si mesmas, que cxrespondem, 0 que deriominamos coletividades primitivas, ¢ culteras conscientes de si mesinas, que ‘corresponcdem aos tes dltimes esquemas da classificago adotada no presente estudo, Na cil- tura inconscieate de si mesin, 0 proprio usuério constr seu alojanenta inexistinde qualquer ‘pogio abstrata de arguitetura como disciplina ineleemal autonama. Nas calturas consientes ‘desi mesmas, itervém as figuras dos itermedidries(projetisas, consrutere, ete.) ¢ existe a ‘nogio de anquittura como categoria mais cu menos independent, doiada de doutinas exp citas, conhecimento eodifieado, etc io em outres aspectos da cultura, Mesmo nas sociedades industrializa- das modernas existem coletividades periféricas que permanecem & mar- _gem de certos processos e mecanismos sociais, culturais e teenol6gicos & ‘que, em termos da produgo do habitat, podem ser consideradas primiti- yas, Tanto na cultura primitiva propriamente dita quanto na subcultura marginal da sociedade moderna, a construgio do abrigo € realizada pelo proprio usuétio. ‘No primeito caso, a operagdo & concretizada segundo um padrio formal © de acordo com uma técnica devidamente sacivuada pela tradigio, e geral ‘monte respeita tanto os fatores ambientais quanto a disponibilidade imediata de meios de edificagio (figura 1-1) No segundo caso, no hé propriamente um modelo conereto a ser re~ produzido, mas um conjunto de circunstinejas limitadoras que tornam a propriedade como caracteristica principal do processo. Em ambas as situ- agdes 0 projeto se faz desnecessario, pois 0 abrigo ou é a reprodugio de um modelo consagrado, ou 6 apenas um rudimentar acoplamento de pegas @ materiais de construgio, que nfo obedece a nenhum designio mental prévio. "Na primeica hipétese, hd apenas a manutengio de um esterestipo, sem que se concebam alteragées sensiveis, que 56 s justificariam quando e se modi- ficagdes no modo de vida viessem a exigi-lo. Normalmente, passam-se gera- ‘oes apés geracdes antes que um fato extemo determine altesagGes importan- tes no modo de vida da comunidade considerada. ‘Na segunda hipstese, a tarefa construtiva é um exercicio de improvisago realizado sob o signo da caréncia e da necessidade. O trago comum entre a8 duas configuragées € 0 fato de que ambos os contextos desconhecem a exis téncia da arquitetura como disciplina intelectual ou categoria de conheci- mento formalizado; nem poderia ser diferente, pois a atividade de construir 0 abrigo érealizada zpenas como uma etapa inevitdvel na vida dos membros do ‘grupo, estando relacionada com a época do matriménio, da emancipagéo in- dividual e da maturidade. Sob 0 ponto de vista do presente estudo, interessa cenfatizar que, em situagdes andlogas as descritas, 0 projeto, como o concebe- mos, é totalmente prescindtvel. Repetindo, para concluir: no modelo especi- fico da sociedade primitiva, o modo de fazer a edificago ou é determinado pela tradigac e pelo contexto cultural, que fornece um modelo concreto, ou & imposto pelz precariedade dos meios, que impossibilitam um prévio estigio de racionalizagao de seu emprego. Deve-se chamar atengio para o fato de que, na sociedade primitiva, nao havia propriamente a figura do arquiteto (ou construter) de oficio, pois, nesse estigio, a atividade de construir ndo constituia uma profissio, isto é, uma ‘ocupagdio constante de prestagio de servigo. A OBRA XECUOKO © UTLIZACKS io © us 2 MoDELo_cononeTo Figura 11-0 pranio tipo sci primitva, Nesta si prod 2 ima. Nesta sagt, abrign 6 o oreno sien geaienerepoduns am exercdpe eu nodclo comely tees oe as pela ee paae Imeios de edificagio Se ‘¢ bem conhecidos. Nio existe a Sgr coner os nem cnet sitet esq so fina i de conhecimento; neste contexto, o projeto é totalmente dispeasdvel e inconcebtvel. - SEGUNDO TIFO A SOCIEDADE INTERMEDIARIA ‘Osegundo modelo diz respeito uma sociedade um pouco mais desenvolvida, em que 0 processo de produgao de'bens possibilita ou mesmo determina uma ‘nova estruturagio da sociedade, que passou, conseqlentemente, a comportar a diviséio social do trabalho. Neste modelo, alguns membros da coletividade con- seguem eximir-se de certas tarefas ¢ logram desfrutar de certos privilégios. Ou- ‘ros acabam por especializar-se narealizagio de atividades mais ou menos exclu- sivas, ¢ com elas garantem sua subsisténcis, O ancestral domodemo arquiteto foi ‘ohomem que abandonou a caga, a pesca, a agricultura ou o pastoreio para dedi- ‘car-se ao rerunerado mister de edificar casas para 0s outros que, por sua Vez, jf ‘iio cram mais obrigados a envolver-se com tais ocupagdes. Eventualmente, esse cdificador primevo poderia ser um servo ou escravo, mas “especializado” na arte de construir. Naturalmente, 0 aparecimento do construtor profissional ndo si ficou o desaparecimento completo da primeira modalidade, posto que a maioria das pessoas nao alcangou a posigio de isengéo e privilégio e continuo a cons- ‘tuir seu pr6prio alojamento, O construtor surgiu no apenas como apareeimento de novos programas e novas tipologias de edificios, mas também como afirma- ‘$40 da estratificagao socioecondmica que permitia a algumas minorias dominan- tes isentar-se do trabalho edificatério. De qualquer forma, neste segundo esque ma (figura 1.2), 0 consirutor é essencialmente um executor material da obra, © ‘que nio significa, necessariamente, atividade criativa, Efetivamente, 0 processo ai representado se caracteriza pela sioplicidade das formas de comunicaclo € pelo limitado elenco de altemativas construtivas e estéticas. Neste estigio, por um lado, ainda existe a tradigdo, com seu modelo ou modelos; ¢, por outro, os meios de edificagio sio tais que permite ou mesmo exigem a manipulago direta, sem prévia codificagdo em termos abstratos ¢ puramente racionais. NZo hi portanto, necessidade de projeto. TERCEIRO TIPO A SOCIEDADE ORGANIZADA (0 terceiro esquema retrata uma etapa mais avangada, na qual o grau de hierarquizacio da sociedade 6 mais nitido; o que também ocorre com a divisfio social do trabalho e coma especializacdo profissional. Neste estigio, a produ- ‘do do edificio, além de excluir a participagao direta do usuario — que, de um ‘modo geral,limita-se a explicitar, para 0(5) projetista(s), suas aspiragdes e/ou proferéncias —, admite ou requer o envolvimento de outro ou outros interme- digrios. As necessidades do usudtio sAo, inicialmente, interpretadas por um dos ¢ © a ° < SQ OOd00e © CONSTRUTOR comunicaezo ©8 USUARIOS Fgu1.2-O tgundotp ascites Na soi mas deseo aparece Aguado centr, que sabe uso em concgoe de exmiese carta ie Autor comp Creer a Sma com am me 0 ‘hinds ne per envoiess O prop, nesta ipstes,espensivel ema posa eco ‘ua fermade paint do prssn de connie ous ocenstue intermediaries, que as registra convenientemente ¢ elabora um documento —o pprojeto— que possibilita 20(8) segundo(s)intermedisrio(s) a compreenso tanto das necessidades & aspiragbes do usuario quanto das intengdes do primeiro intermedirio, agora convertidoem projetista’ Assim sendo, pode-se conceber © projeto como decorréncia da associagio da divisio social do trabalho coma complexidade crescente verificada no relacionamento ¢ no proceso de intercomunicagdo das diversas partes envolvidas na tarefa edificatéria. Neste contexto, o projeto se estabelece como uma etapa necesséria na ativi- dade de prosugio do edificio, pois, torna-se indispenstivel a existéncia de um. meio de registro ¢ comunicagao, ou seja, de um proiocolo que defina a lingua- gem mais ou menos comum entre as partes envolvidas no mister construtivo (figura 1.3). No contexto da diviséo do trabalho, o projeto desempenha o papel de género de “manual de instrugdes”, que informa aos executores da obra como faz8-lo. O projeto representa, nesta circunstincia, uma descti¢ao do objeto a ser confeccionado. Se existesse 0 modelo concreto desse objeto, no haveria necessidade de representi-lo, E oportuno lembrar que 0 substantivo paradigma, equivalente a “modelo” ou “padrio”, deriva do grego paradeigma, que desig- hava a maquete que, na cultura grega, substitufa 0 projeto desenhado. QUARTO TRO A SOCIEDADECOMPLEXA A quarta c nais complicada modalidade de produgio arquitetOnica é peculi- ar As coletividades mais desenvolvidas e As situaces de maior complexidade, quando o grau de especializacio que se requer € ainda maior eas respoasabili- Na antiga Roun da época de Vitrivio (Marcus Vitruvius Pollo, écalo 1 aC), os diversos ‘elementos eavolvidos com & pradugio do edifico j4inkam suas auibuigbes devidamente definidas © subordinacas a uma hieraruia. Havia o mechanicus, que era responsével pela ‘concepgi0 e elaboragio dos projetos; havia 0 geometra, que era responsavel pela locagéo da ‘obra e enceagos similares, e havia 0 architects, a quem competi a dres%o dos trabalhos de construgio propriaments ditos (Uniack, 1968). ‘A OBRA 08 USUARIOS © CONSTRUTOR © PROVETISTA Figura 1.3 -O terceito tipo: a sociedad organizacia. Na coletividade onde a divisto do taba ho é mais caracterizada, a especializ2~30 profissional é maior e a definigdo de competéncias € responsabilidadesdifere 0 projetisa do executor da obra. Nesta stuaeo,o projets se estabe- lece como uma etapa necessérin ma turefa edificatSria, onde desempenha a fungi deregistro € ‘comunicagao das deisbes relativas & operagto construtiva. Neste caso. o projeto se destaca como elemento de regisiro e comunicagaio das caracteristicas da obra pretendida, o que envolve, também, o desempenho de uma funcdo juridica ou documental, além de estritamente técnica, Efeti- vamiente, nesta quarta hipétese, cabe a0 projelo, ou aos projetos, contribuir para a definigio dos encargos, direitos ¢ deveres das partes intervenientes, 10 ue se refere & complexa tarefa de materializacdo da obra pretendida. Disto se infere que o projeto ni representa um papel fixo e unidimensional no processo de produgio da arquitetura, pois sua importancia e caracteristicas, dependem do contexto sociocultural e socioecondmico em que se insere aquele processo. As sociedades mais organizadas ou mais complexas, por exemplo, tendem a controlar a atividade dos cidadios, em nome daquilo que se ‘convencionouchamar de “interesse paiblico”; o controle (ousestrigo) do direi- to de consttuir implica legislagio urbanistica (cédigo de edifieagdes e plano diretor) e sua decorrente fiscalizagdo. Dai deriva a necessidade de aprovagzo prévia do projeto pelos organismos competentes (no sentido administrative do vocdbuulo) da burocracia governamental. Esta necessidade acrescenta mais uma dimensio ao projeto, que tem sua fungio documental ampliada (figura 1.4). AMPLIACOES Os diversos papéis que 0 projeto desempenha no processo de produgo arquiteténica 2odem, portanto, traduzir-se em interpretagées diferenciadas tanto no plana légico quanto no plano filos6fico. Podem-se arrolar elementos conclusivos da andlise esquemtica efetuada nas linhas precedeates. Constata-se, por exemplo, que quando o usustio € 0 préprio ‘executor da obrae esta 6 realizada de modo empitico, diretamente sobre os meios de eificagao, o conceito do projeto toma-se inaplicdvel, pois a maioria das deci- ‘s6es 6 tomada xo momento em que se apresentam os problemas consirutivos, que sio solucionados diante da situago concreta. Analogamente, se o responsével, pela concepgac prévia ¢ tamixém o responsivel pela realizago material do edit cic grau de pormenorizagio do projeto pode serrelativamente baixo, pois neste contexto éjgualmente possivel adiar-se a maioria das decisées para.a ocasidoem, ‘que as quest®es construtivas se apresentarem.' Por outro lado, come ja foi visto, “Na opintio de Alexander, esta sere a forma coreta do se consti. Diz ele: “suponhamnos que Se vd consinir unm janeln em certahabitago e que eu tao de slucionaresta poga mum boca de papel; sobre o qual cu decido exatameate cormo vai sexe onde vai fica. Fazerdo assim, & Joncla resulta fine sem graca. Masse ratarmos dacosacomo hemem que realmente Val vivet ali qua, situané.-se na pore lla 20 redoratentamentse dig: ‘ereio que gostariaqucestivesse ali’, endo a janelateré uma relae4o com esta pessoa, e nfo ser como um outa cpualquer, pois ‘oupard a posigo exata deseja par quem vai utiliza" (Dois, 1979), ‘A OBRA 8 OPERARIOS exeoveio OS EMPREITEIROS © PROJETISTA Figura 1.4- 0 quarto tipo: a sociedade complexa. Quando a tarefa edificatésia adquise maior complexidade c passa a exigir a paticipagao de elementos de diferentes formagées einteresses,o projeto assume também a fungio de documento, além das fungacs de regis. {0 e comunicagio se 0 usuario, 0 projetista e o construtor sfo pessoas distintas, com interesses, nocessidades, aspiracdes, expectativas ¢ motivagdes nem sempre convergentes, 2 rocessidade de que precisem de comunicagao determina outro género de exigén- cins. Neste quatro, 5 Nerifica que a propria liberdade de conuribuigiio do constru- tor tende a ser supitmida, em nome da integridade e da unidade de concepeao. Deve-se acrescentar que unidade e integridade de concepeao nfo decorrem ape- nas de imperativos de orem estética: no quarto tipo de produgio arquitetOnica (figura 1.4) 0 pojeto assume o papel de uma colegio de prescrigGes¢ instrugtes, pressupondo, dos respunisiveis pela execuyo, uma estrita observéncia das dispo- sigdes projetuais. Nesta hipétese prevalecemrazdes de ordem econdmica, egal © administrativa, qe exigem que o projeto seja objeto de um orgamento detalhado ‘e de um correspondents: contrato que nao devem, em principio, admitir pontos suscetiveis de interpretacio a posteriori. Nestas condigdes, dat-se-ia o chamado discurso despético em que se pode converter 0 projeto, ao se revestir do eardter de mensagem unidirecional, que apenas informa, sem permit possibilidade de resposta e reformulagos Podemos canceituar o projeto como um instrumento adotado para evitar & surpresa ¢ 0 desconhecido. Quando a produgio da arquitetura é mera repro-

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