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Est. de Minas). té hoje, como bem apontou Luclana
Genro na época, foram "blindados" por ser quem são.
'O fato de um helicóptero da família do senador ser
preendido com 450 kg de cocaína é uma evidência
que sustenta de forma concreta a suspeita de que os
grandes traficantes não estão nas favelas e sim, inclu-
ive, no Congresso Nacional." Luciana Genro.

Pra quem? Por quê?


Acriminalização é um "privilégio' das elites bran-
cas. Porque, se por um lado ela existe para alcançar
exclusivamente o povo negro [composto de pretos,
periféricos, favelados e demais marginalizados) por
outro, ela nasceu para proteger as elites brancas.
Não só a criminalização das drogas, como pratica-
mente todo o direito Penal é dirigido exclusivamen-
te ao nosso povo. A única parte do sistema que não
falta aos pobres é o direito penal. Pode te faltar
saúde, emprego, moradia, transporte, mas repressão,
nunca te faltará. Sem ela, o Estado correria o sério ris-
co de que você conseguisse ter liberdade de viver e de
e organizar para lutar pelos seus direitos. O papel dela
6 manter o negro no lugar de negro, na senzala. Todas
s manifestações da cultura negra foram perseguidas,
mas com a abolição (momento em que cerca de 80% da
população do país era composta por negros), o estado
brasileiro que era dominado por uma elite branca, pre-
cisava pensar maneiras de manter-se intacto. Sinhá no
lugar de Sinhá e escrava no lugar de escrava. Ao longo
do tempo foram construídas diversas leis e políticas
públicas que mantivessem a estratificação social imu-
tável e protegida. Independente de favorável, contrário,
ou indiferente ao processo de Impeachment de Dilma,
quem assistiu aquelas votações, além de ter confe-
rido um show de hipocrisia, pode perceber quem são
as pessoas que comandam o Brasil. Apesar de termos
60% de pessoas declarada mente negras no Brasil, dá
pra contar nos dedos quantos são os deputados e de-
putadas negras na câmara. Acredito que não pas e de
5%. E mesmo entre esses, a maioria cumpre um papel
de mucamos, construindo políticas para os brancos e
não pelo interesse do povo negro. Eles venceram essa
batalha, até aqui. Mas ainda temos uma guerra para ga-
nhar! Arrancamos nossa liberdade na base da porrada.
O negro ficou livre, mas eles que tinham as armas e o
poder do Estado e transformaram o SER NEGROem cri-
me. "Bom dia negro, você está livre, mas ... sua religião,
sua dança, sua luta, seu lazer estão proibidos. Ah, tere-
mos políticas para te marginalizar, e todos os dias esta-
remos fazendo incursões para matar, prender etorturar
seu povo. Seus salários serão menores que os nossos.
Seus filhos terão que trabalhar desde cedo. Sua escola
será precarizada. Você morrerá, seja com nossas balas,
seja nos hospitais, mas você será exterminado." E é
para atender a essa cadeia de extermínio continuado,
marginalização e cárcere do povo negro que a criminali-

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