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APOSTILA DE ANATOMIA

VETERINÁRIA

PROFESSOR MESTRE CLÉBER CARDEAL

MÉDICO VETERINÁRIO

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CAVIDADES CORPORAIS( mamíferos)

Cavidades do Corpo

Os órgãos localizam-se dentro das cavidades corpóreas preenchendo quase


que totalmente esses espaços.

As cavidades do corpo são parte do tronco e é dividido em três porções:

 Tórax
 Abdome
 Pelve

As cavidades torácicas e Abdominais conectam-se entre si por meio de três


orifícios no diafragma: forame da veia cava caudal, hiato esofágico e hiato
aórtico. O limite entre a cavidade abdominal e pélvica é marcado pela linha
terminal que é formada pelo promontório do osso sacro, pela linha arqueada do
ílio e pela margem cranial do púbis.
As paredes dessas cavidades apresentam algumas diferenças de acordo com
a região do corpo, basicamente da superfície externa para a interna nós temos:

 Tegumento comum
 Tela subcutânea
 Estratos musculares
 Fáscia interna do tronco
 Túnica serosa

As túnicas serosas revestem as paredes internas do tronco, delimitando quatro


cavidades:

 Cavidade pleural direita e esquerda


 Cavidade peritoneal
 Cavidade pericárdica

Essa túnica serosa é constituída por uma lâmina epitelial serosa (mesotélio) e
uma lâmina própria serosa subepitelial, ela reveste os órgãos e a parede
interna das cavidades do tronco, ela é transparente, úmida, lisa e brilhante.

A serosa tem a capacidade de secretar líquido sero-aquoso e de reabsorvê-lo,


essas secreções possuem um sistema “tampão” fisiológico e células
imunológicas inespecíficas.

A túnica serosa se apoia em uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a tela


subserosa que inclui vasos sanguíneos e linfáticos, bem como tecido adiposo e
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plexos nervosos sensoriais que contribuem na percepção de estímulos
mecânicos, térmica e química na superfície serosa.

A parede das cavidades revestidas pelas serosas permite a divisão geral em


três seções:

 Serosa Parietal
 Serosa Intermédia (mesentério)
 Serosa Visceral

Serosa parietal:

Lâmina que adere internamente à parede corpórea, sempre formada por uma
fáscia corporal com a qual se liga frouxamente, em certos órgãos a serosa
parietal é designada com o prefixo “peri” seguindo o nome do órgão envolvido
(ex.: pericárdio). A serosa parietal das paredes laterais na cavidade torácica é
designada como pleura parietal e na cavidade abdominal como peritônio
parietal.

A posição dos órgãos abdominais em relação a cavidade peritoneal é


conhecida como intraperitoneal e a posição dos órgãos torácicos em relação a
cavidade torácica é chamada de intrapleural

Serosa Intermédia:

Participam da formação do mesentério, formando o prolongamento da serosa


parietal da parede lateral direita e esquerda de cada cavidade do corpo e se
desenvolve em uma lâmina serosa dupla chamada mesentério.

Os mesentérios servem para dar passagem às artérias, veias, nervos e vasos


linfáticos específicos do órgão, servindo de sustentação para linfonodos
podendo também assumir funções de sustentação e de estabilização de
órgãos.

Serosa Visceral:

Revestimento seroso das vísceras abdominais

Cavidade Torácica:

Tem inicio cranialmente no primeiro arco costal e termina na face cranial do


diafragma, na cavidade torácica encontramos dois sacos pleurais, situados a
direita e esquerda do mediastino, envolvendo os dois pulmões.

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As cavidades pleurais são delimitadas pela pleura parietal, que recobre o
diafragma e delimita o mediastino. A pleura é revestida superficialmente pela
fáscia endotorácica, que avança até o mediastino. Conforme sua posição
temos diferentes tipos de pleura:

 Pleura Parietal
- Pleura Costal
- Pleura Mediastinal
- Pleura Diafragmática

 Pleura Visceral
- Pleura pulmonar

Na cavidade pleural temos alguns recessos:

 Recesso mediastínico: local se posiciona o Lobo Acessório do Pulmão


direito, limitado cranialmente pelo pericárdio, caudalmente pelo
diafragma.
 Recesso costodiafragmático: espaço na passagem da pleura costal
para a diafragmática
 Cúpula pleural: Limite cranial do saco pleural

Mediastino:

Espaço situado entre a lâmina direita e esquerda da pleura mediastinal, se


estende cranialmente como mediastino cranial, contínuo com o mediastino
médio (contém o coração) e com o mediastino caudal.

O mediastino cranial tem inicio na entrada torácica e dá passagem aos


elementos anatômicos da cabeça e do pescoço para a cavidade torácica e
tórax para a região cervical e cefálica, contém a região ventral das primeiras
vértebras torácicas, artérias, nervos, vasos linfáticos, veias, traqueia e esôfago.

O mediastino médio contém o coração com o pericárdio, os grandes vasos


sanguíneos da base do coração, o ducto torácico, esôfago e traqueia.

O mediastino caudal estende-se entre o coração e o diafragma, dando


passagem a aorta que segue em direção caudal, esôfago e nervos.

Cavidade Abdominal e Cavidade Pélvica


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As cavidades abdominal e pélvica são revestidas pelo peritônio, o que dá
origem à cavidade peritoneal, as duas tem uma conexão aberta.

Cranialmente a cavidade abdominal é limitada pelo diafragma e nele existem


três passagens que representam as vias de acesso entre os elementos
anatômicos que servem às cavidades torácica e abdominal:

Hiato aórtico

Hiato esofágico

Forame da veia cava

A veia cava caudal está fortemente aderida ao centro tendíneo, enquanto a


aorta e o esôfago, no local da passagem, estão envolvidos por tecido
conjuntivo frouxo, o que permite liberdade de movimentos.

A parede abdominal ventral é interrompida medianamente, no feto, pelo hiato


umbilical que se fecha nos primeiros dias após o nascimento formando o
umbigo.

Cavidade Peritoneal

Abriga todo o canal gastrintestinal, com exceção do reto e ânus, localizados na


parte retroperitoneal da cavidade pélvica, além disso, contém o fígado,
pâncreas, baço e grande parte do aparelho urogenital.

Os órgãos da cavidade abdominal são revestidos pelo peritônio, onde estão


alojados vasos, nervos, estruturas linfáticas, tecido conjuntivo e adiposo.

Podemos diferenciar, conforme a posição, as seguintes relações dos órgãos


para com a cavidade peritoneal:

 Intraperitoneal
 Retroperitoneal
 Extraperitoneal

Os mesentérios servem aos vasos sanguíneos e linfáticos e aos nervos como


estruturas de condução.

A cavidade Abdominal é subdividida em três segmentos:

Epigastro: limitado cranialmente pelo diafragma e caudalmente pela margem


caudal do arco costal

Mesogastro: Limitado cranialmente pelo Epigástro e caudalmente pela margem


cranial da crista Ilíaca.

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Hipogastro: estende-se caudalmente até a linha terminal

Cavidade Pélvica:

Delimitada pelo sacro, vértebras caudais e pelos coxais que se unem na sínfise
pélvica, nela estão localizados o reto e o ânus, colo da bexiga e uretra, nas
fêmeas encontramos também o colo uterino, vagina e o vestíbulo vaginal e nos
machos encontramos ducto deferente e próstata.

A região entre o ânus e escroto do macho e entre o ânus e vulva na fêmea é


chamado de região perineal. O períneo aí localizado é constituído por uma
membrana fibroelástica.

Aves/ répteis
Cavidade corporal

Possui uma só cavidade, essa é chamada de cavidade celomática. Não existe


diafragma para separar os órgãos torácicos dos abdominais.
A cavidade celomática é dividida em oito cavidades:
Cavidade pleuras direita e esquerda
Cavidade pericárdica
Cavidade hepática dorsal direita e esquerda
Cavidade hepática ventral direita e esquerda
Cavidade celomática intestinal

A cavidade pleural e pericárdica abrigam respectivamente os pulmões e o


coração
As cinco cavidades celomáticas peritoneais são caudais ao coração.
A cavidade dorsal hepática esquerda e direita são adjacentes á parte crânio
dorsal do fígado enquanto as ventrais esquerda e direita e a cavidade
celomática intestinal estão entre a parte crânio ventral do fígado e a parede
caudal do corpo .

O pericárdio ocupa uma espécie de mediastino do peritônio entre as


extremidades craniais das cinco cavidades peritoneais.
Nas aves a cavidade pleural é isolada por uma lâmina ----- prega pulmonar

Existe membrana sacopleural( aponeurose, diafragma pulmonar)


Membrana sacoparietal( septo obliquo, diafragma toracoabdominal).

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SISTEMA DIGESTIVO

O intestino se estende desde o orifício piloro do estômago até o ânus e está


dividido em intestino delgado e intestino grosso. O intestino delgado se
divide em duodeno, jejuno e íleo e o intestino grosso em ceco, cólons e reto.
A função do intestino é de desdobrar o alimento ingerido por ação química e
enzimática e absorver nutrientes para o corpo. Essas enzimas são produzidas
pelo pâncreas e fígado além das glândulas presentes na parede do intestino. A
ação peristáltica (movimento involuntário dos intestinos) da parede muscular
intestinal mistura o alimento com as secreções das glândulas intestinais,
empurrando este distalmente, e eliminando, através das fezes, resíduos
indesejáveis. Em geral a digestão e absorção dos nutrientes ocorrem no
intestino delgado, sendo os resíduos coletados, engrossados e estocados no
intestino grosso antes de sua eliminação. Mas no equino a digestão e absorção
dos nutrientes ocorrem no intestino grosso, no ceco.

INTESTINO DELGADO
Função: digestão e absorção

Digestão: carboidratos (sulco pancreático) proteínas (sulco pancreático) e


gorduras (bile)
Absorção direta: eletrólitos e vitaminas
Delimitação: Piloro até a prega ileocecal
Grande área de superfície para a digestão e absorção, sendo ainda muito
aumentada pelas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades..
Sustentado pelo mesentério - é um prega do peritônio em forma de leque que
dá suporte ao jejuno e íleo
Motilidade por movimentos peristálticos
Ação nervo vago (parassimpática)- estímulo para motilidade, secreções e fluxo
sanguíneo do ID
Divisão

Duodeno
Porção Fixa
Recebe os ductos colédoco (fígado) e pancreático (pâncreas)
Jejuno
Maior parte do intestino delgado
Absorção de nutrientes
Íleo
Prega ileocecal
Absorção

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INTESTINO GROSSO
Função

Absorção de água e eletrólitos (sódio, cloreto, potássio, etc)


Formação do Bolo fecal
Ceco e cólon: Fermentação microbiana (equinos)
Divisão

Ceco
Cólons
Ascendente
Transverso
Descendente
Reto
Suprimento sanguíneo dos intestinos
O suprimento sanguíneo é realizado pelas artérias mesentéricas cranial e
caudal. A parte inicial do duodeno é suprida pelo ramo hepático da artéria
celíaca. A artéria mesentérica cranial irriga maior parte do intestino delgado, a
junção íleocecocolica e a parte medial do cólon. A mesentérica caudal irriga a
região final dos intestinos (cólon descendente) Anastomoses asseguram o
suprimento sanguíneo para o intestino garantindo sua sobrevivência mesmo
diante da obstrução de um vaso nutridor.

PARTICULARIDADES DAS ESPÉCIES


Carnívoros
Intestinos relativamente curtos, ocupando os antímeros D e E
Jejuno: maior segmento do ID e bastante móvel
No íleo encontra-se a maior parte de linfonodos agregados do intestino
delgado;
O ceco é curto e torcido, une-se ao íleo por uma curta prega (ileocecal); No
gato é ainda menor e em forma de vírgula. Pode ser localizado à palpação
(quarta vértebra lombar);
Intestino grosso apresenta pouca mobilidade;
O cólon descendente é considerado o segmento mais comprido do IG. É o
único segmento do ID do cão que pode ser facilmente palpado;
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Suínos
O intestino delgado + no antímero D e grosso no antímero E
O íleo, próximo ao flanco esquerdo ascende para se unir ao ceco, ao qual é
ligado pela prega ileocecal;
A extremidade do íleo cria uma papila distinta no interior do ceco, provida de
um esfíncter (refluxo de ingesta);
Cólon ascendente em formato helicoidal
O cólon transverso e o cólon descendente não mostraram particularidades
diferenciadas;

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Ruminantes
ID e IG ocupam o antímero direito
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O duodeno origina-se abaixo das primeiras costelas;
O jejuno forma muitas espirais curtas na margem livre do mesentério;
O íleo é curto e sua extensão é definida pela prega ileocecal;
O ceco é a porção mais larga do intestino; A rotação do ceco junto com a
alça proximal do cólon ascendente é frequente (correção cirúrgica);
O cólon ascendente curva-se de forma bem elaborada em espiral. Nos
bovinos apresenta de uma e meia a duas voltas e em pequenos ruminantes,
existem três ou quatro voltas.
O cólon descente forma uma flexura sigmóide antes de continuar com o
reto;

Equinos

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Equino.

O ceco é acentuadamente grande e ocupa quase todo o antímero D;


Capacidade superior a 30 litros e pode medir 1m; Faz a fermentação
microbiana . Se une ao cólon descendente pela prega cecocólica

O cólon ascendente está disposto em quatro segmentos paralelos,


separados por três flexuras, cada uma delas com denominação individual
(cólon ventral direito, flexura esternal, cólon ventral esquerdo, flexura
pélvica, cólon dorsal esquerdo, flexura diafragmática, cólon dorsal
direito);

O cólon transverso é muito curto e afunila-se rapidamente a um calibre


muito menor do cólon descendente;

Cólon descendente é longo e enovelado em alças;

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Aplicação Clínica Cólica Equina
Qualquer condição dolorosa associada ao abdomen do equino.
Causas: úlceras, dieta inadequada, infecção, obstrução por parasitas ou
corpos estranhos; impactação de alimento ou de material estranho (areia);
torção intestinal e alterações na motilidade intestinal
Flexuras e a passagem para o cólon menor (descendente) são áreas com
maior risco de obstrução pela diminuição do diâmetro da alça.
Espasmódica: dor não contínua porém intensa; animal deita-se e levanta-
se, rola no solo, cabeçadas e patadas, transpira abundantemente.

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Flatulenta: distensão do TGI por gases; dor contínua porém pouco intensa.
Abdômen distendido e o animal muda constantemente de posição.

Intussuscepção
É a invaginação de um segmento intestinal (intussuscepção) no
interior de um lúmen de um segmento adjacente
ocorre normalmente em animais jovens, tendo como fator predisponente a
hipermotilidade secundária a enterites virais, bacterianas ou parasitárias;
neoplasias ou corpos estranhos.
as intussuscepções ileocólicas são as mais comuns
A obstrução do lúmen com intussuscepção pode ser completa ou
incompleta
Os principais sinais são vômitos, anorexia e depressão e pode-se incluir
distensão abdominal, diarreia, dor e choque
As obstruções intestinais devem ser tratadas cirurgicamente. O local da
intussuscepção pode ser suturado à parede abdominal para se evitar recidivas.

GLÂNDULAS ANEXAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO


Glândulas Salivares
Glândula Parótida
Glândula Mandibular
Glândula Sublingual
Glândula Zigomática (carnívoros)

Funções da Saliva
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Umidifica, amacia, e forma o bolo alimentar
Resfriamento por evaporação nos cães
Digestão pelas enzimas: Amilase (onívoros- porcos) e Lipase (bezerros)
Substância tampão em bovinos: bicarbonato de sódio e fosfato para
neutralização dos ácidos formados no estômago. Os bovinos produzem de 75 a
190 litros de saliva por dia
Localização:

Parótida: caudal ao ramo da mandíbula


Mandibular: caudal ao ramo da mandíbula (abaixo da parótida)
Sublingual: abaixo da língua (Sublingual)
Zigomática: abaixo da órbita
Formatos + arredondado (carnívoros) para as glândulas parótidas e
mandibulares e + alongadas nos herbívoros.

Drenagem
Ducto parotídeo (parótida), ducto mandibular (gl. Mandibular), ductos
monostomáticos e polistomáticos (sublingual)
Desembocadura

Parótida e Zigomática: Pré-molares e molares superiores


Mandibular: carúncula sublingual
Sublingual: carúncula sublingual

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Fígado
Maior glândula do corpo
Localização

Região cranial do abdômen


Interposto entre o diafragma e o estômago
+ voltado para o Antímero direito
Coloração vermelho-acastanhada
Funções:
Função Exócrina: produção de Bile
Função Endócrina:

Armazenamento de glicose sob a forma de glicogênio;


Armazenamento de ferro e vitaminas;

Metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios;


Ação desintoxicante; biotransformação de drogas, hormônios e substâncias
tóxicas
Destruição de hemácias velhas ou anormais;
No feto, desempenha funções hematopoiéticas;
Síntese de diversas proteínas presentes no sangue, de fatores
imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e
gorduras;

cão
suino

equino bovino

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2 faces: diafragmática e visceral
Face visceral: visualização da vesícula biliar e espaço porta hepático (hilo)
Lobulação:

Lobo Hepático Direito (lateral e medial)


Lobo Hepático Esquerdo (lateral e medial)
Lobo Quadrado
Lobo Caudado (processo papilar e caudado)

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Sistema de ductos do fígado
Ductos Hepáticos : coletam a bile produzida pelo fígado e levam até o ducto
cístico
Ducto Cístico: leva a bile para a vesícula biliar e para o ducto colédoco
Ducto Colédoco: leva a bile para o duodeno

Vesícula Biliar
Localização: entre o lobo quadrado e lobo D (Face visceral)
Função: armazenamento e concentração da bile
Forma: pera
Ausente nos equinos

Suprimento sanguíneo e inervação do fígado


Suprimento: artéria hepática (um ramo da artéria celíaca) e da veia porta
Drenagem: veias hepáticas que desembocam na veia cava caudal
A veia porta hepática é formada pela união de tributárias que drenam o
estômago, intestino, pâncreas e o baço.
A circulação através do fígado possui inúmeras anastomoses
A inervação do fígado fica a cargo de nervos simpáticos e parassimpáticos
Pâncreas
2ª maior glândula do corpo
Localização: intimamente ligado ao estômago e duodeno
Função:

Exócrina: sulco pancreático (papilas duodenais maior e menor)


Decompõe proteínas, carboidratos e gorduras
Endócrina: hormônios insulina e glucagon
Controlam os níveis de açúcar na circulação
Insulina: hipoglicemia – leva açúcar da corrente sanguínea p/ tecidos
Glucagon: hiperglicemia – açúcar armazenado no fígado p/ corrente
sanguínea
Na porção exócrina do pâncreas temos a presença de papilas que
desembocarão no duodeno com suas respectivas secreções. Segue abaixo a
lista e sua respectiva espécie.

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Suprimento sanguíneo
Artérias pancreaticoduodenais cranial (artéria celíaca) e caudal
(mesentérica Cranial)
As veias pancreáticas drenam para a veia porta.
A glândula é suprida por nervos simpáticos e parassimpáticos

Aplicação Clínica Diabetes mellitus


Acomete frequentemente cães + velhos e fêmeas
Altas concentrações de açúcar no sangue quando a produção de insulina
pelo pâncreas torna-se insuficiente.
Sinais: perda de peso, poliúria (urinar em excesso), polifagia (comer
demasiadamente) e polidipsia (excessiva sensação de sede).

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Complicações: cataratas, cetoacidose diabética, desordens do sistema
nervoso e doença renal
Tratamento: Insulinoterapia e alimentação específica.
QUESTÕES DE REVISÃO
1. Como dividimos o intestino delgado e grosso?
2. Qual a delimitação (início e fim) do intestino delgado e grosso?
3. Quais são as funções do intestino delgado e grosso?
4. O que é o mesentério? Onde ele se localiza?
5. Quais são as artérias e veias que fazem o suprimento e a drenagem
sanguínea dos intestinos?
6. Quais são as particularidades do intestino de cada espécie doméstica (cão,
suíno, bovino, equino)?
7. Identifique através dos desenhos esquemáticos fornecidos neste roteiro cada
região do intestino delgado e grosso das espécies citadas.
8. O que é a cólica equina? Quais as causas prováveis e os tipos existentes?
Quais as regiões do intestino mais predisponentes a causar impactação?
9. Quais são as glândulas anexas do sistema digestório e quais as suas
funções? Quais as secreções (produtos, hormônios, etc) que cada uma dessas
glândulas produz?
10. Quais são as principais glândulas salivares e onde estas se localizam?
Quem as drena? Qual o local de desembocadura da saliva?
11. Qual a localização e função do fígado?
12. Diferencie o fígado das espécies domésticas pela sua lobulação.
13. Quais são os ductos presentes no fígado? Qual a função de cada um
deles?

14. Onde está localizado a vesícula biliar? Qual sua função? Qual a espécie
onde esta estrutura é ausente?
15. Quais são as artérias e veias que fazem o suprimento e a drenagem
sanguínea do fígado?
16. Qual a localização e função do pâncreas ?

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Sistema reprodutor
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Funções
Produz gametas: óvulos
Produz hormônios da reprodução
Recebe as células reprodutivas do macho
Fornece local para a fertilização do óvulo
Oferece ambiente propício para o crescimento e desenvolvimento do embrião
Nutre o neonato

Estruturas constituintes
Ovários
Tuba uterina
Útero
Vagina
Vestíbulo da Vagina
Vulva

Ovários
Gônadas femininas

Órgão par

Localizados na parte dorsal da cavidade abdominal, caudal aos rins

Formato
Vaca e cadela: amêndoa

Égua: grão de feijão

Porca: cacho de uva


Superfície externa
folículos em desenvolvimento

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Posição dos ovários

ovário de gata ovário de vaca

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Ovário de porca

Ovário de équa

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Função dos Ovários
Ovogênese
Produção de óvulos (Produzidos nos folículos)

Ao nascimento ou logo após, os ovários já estão formados com os todos os


ovócitos

Ovócitos: alguns irão ser maturados (óvulo) outros não


Produção Hormonal
Estrógenos: produzidos pelos folículos
Alterações físicas e comportamentais
Progestágenos: produzidos pelo corpo lúteo
Prepara o útero para a implantação do óvulo fertilizado

Mantém a gestação

Estrutura Ovariana
Córtex
Folículos em desenvolvimento
Medular
Vasos sanguíneos, linfáticos, e nervos
Na égua as regiões cortical e medular encontram-se invertidas
Ovulação somente na Fossa Ovulatória

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Fossa da ovulação

Ciclo Ovariano
Folículos em desenvolvimento Maturação do folículo
Folículo se rompe liberando o óvulo Cavidade se enche de sangue e
começa proliferação celular Forma-se o corpo lúteo

Corpo lúteo

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•Estrutura transitória e fonte importante de progesterona

Quando regridem são substituídos tecido conjuntivo cicatricial formando o


Corpo Albicans

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Corpo albicans

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Tuba Uterina
Tubos contorcidos que se estendem dos ovários ao útero
Recebe e conduz o óvulo em direção corno uterino
Local onde ocorre a fertilização

Tuba Uterina
Infundíbulo
forma de funil

Captura o óvulo através das fímbrias


projeções musculares em forma de dedo
Óstio abdominal da Tuba uterina
Entrada do óvulo na tuba uterina
Ampola
Porção dilatada onde ocorre a fecundação
Istmo
Porção de transição para o útero

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ÚTERO
Órgão muscular oco;
Forma parte da placenta;
Local onde ocorre o desenvolvimento pré-natal do embrião
É formado por:
 Endométrio: Camada mucosa (mais interna, recobre o lúmen uterino;
onde se fixa a placenta);
 Miométrio: Camada muscular intermediária;
 Perimétrio: camada serosa mais externa, contínua com o ligamento
largo do útero.
Divisão
Cornos:
Pares; é onde ocorre o desenvolvimento do embrião
Corpo:
Pequeno, intermediário; liga os cornos à cérvice.
Cérvix:
Porção final; se comunica com a vagina;

Cérvix
Forma um esfíncter muscular
Fechado: normal

Aberto: durante o estro (cio) e o parto (nascimento)

Ruminantes e suínos
Formada por anéis circulares
Égua e cadela
Relativamente lisa
Projeta-se na vagina, formando 2 fundos cegos denominados fórnix

Tipos de Útero
Bicornual
Formado por um útero com um corpo, dois cornos proeminentes e uma
cérvix;
Típico: cadela, gata, vaca, égua
Septado: porca
Simples:
Útero com um corpo proeminente e uma cérvix
Presente nos primatas
Duplo
Útero com dois corpos, dois cornos e duas cervix;
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Presente nos lagomorfos (coelho e lebre).

Vagina
Canal elástico, muscular, interposto entre o útero e vestíbulo

É o canal de nascimento (canal do parto)

Receptáculo (Órgão copulador) para o órgão reprodutor masculino

Revestimento com glândulas mucosas


Responsáveis pela lubrificação da vagina no momento do acasalamento

Vestíbulo
Localizado entre a vagina e a genitália externa

Local de desembocadura da uretra

Funcionalmente comum aos tratos urinário e reprodutivo

Demarcado pelo hímen e pelo Óstio uretral externo

Presença das glândulas vestibulares (maiores e menores)


Secreção mucosa que lubrifica a passagem ao coito e ao parto

Vulva
Genitália externa da fêmea

Inclui os lábios direito e esquerdo

Comissuras dorsal e ventral


Comissura ventral é + pendulosa

Esconde o clitóris
Estrutura de tecido erétil homóloga ao pênis do macho

Bem suprido de terminações nervosas sensitivas

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Glândulas Mamárias
Glândula pares secretórias de leite

Presentes em ambos os sexos ♀ ♂

Número de glândulas varia com as espécies

Região peitoral, torácica ou inguinal


Gata, cadela e porca: diversos pares de glândulas

Ruminantes e égua: glândulas parcialmente fundidas na região púbica,


formando um úbere

Ligamentos do Trato Reprodutor Feminino


Ligamento largo do útero
Originário do peritônio
Fixa o aparelho reprodutor feminino na cavidade abdominal e pélvica.
Formado pela junção dos seguintes ligamentos:
Mesovário: reveste os ovários
Mesossalpinge: reveste as tubas uterinas
Mesométrio: reveste o útero

* Obs: A mesossalpinge e o Mesovário juntos formam a bolsa ovariana

Placenta
Estrutura formada pela união das membranas fetais com o tecido materno do
endométrio

Função:
◦Nutrição

◦Respiração

◦Remoção de materiais residuais

◦Produção de progesterona e relaxina

Membranas Placentárias
Córion: forma a placenta
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+ externa e que está em contato direto com o endométrio
Proteção térmica, proteção contra patógenos, e juntamente com o alantóide
auxilia nas trocas gasosas;
Alantóide: aderida ao córion; forma a placenta
Remove as excretas produzidas pelo metabolismo do embrião
Âmnio: membrana mais interna, repleta de líquido
Produz o líquido amniótico (composto de eletrólitos, proteínas, aminoácidos,
substâncias nitrogenadas, lipídios, carboidratos, vitaminas,etc)
Ele evita o ressecamento do embrião e o protege contra choques mecânicos.
Saco vitelíneo:
Presente nos peixes, répteis, aves e mamíferos (pouco desenvolvido)
Armazenar reservas nutritivas durante o desenvolvimento do embrião
Tipos de Placenta
Placenta difusa
O córion está aderido em qualquer local na superfície endometrial
Presente na égua e na porca
Placenta cotiledonária
Os ruminantes possuem este tipo de placenta
O córion destes animais possui estruturas ovais denominadas de
cotilédones (vilosidades).
Os cotilédones do córion ligam-se à carúncula uterina, dando origem ao
placentoma (comunicação entre a mãe e o feto)
O cotilédones estão dispostos espaçadamente e por todo o córion
Placenta zonária
As cadelas e gatas possuem este tipo de placenta.
As vilosidades coriônicas ficam restritas na região media formando um
cinturão.
Placenta discóide
A mulher e coelhas possuem este tipo de placenta.
As vilosidades coriônicas ficam dispostas formando um círculo ou disco.

Placenta Cotiledonária

Placentomas
Local de fixação para o feto

Trocas entre mãe e feto


Cotilédones: projeções da placenta fetal

Carúnculas: projeções do endométrio

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ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS

• Funções do Aparelho Reprodutivo Masculino

• Produção de Gametas

• Produção de Hormônio

• Transporte de Gametas

• Excreção de urina

• Ejaculação

CONSTITUIÇÃO DO APARELHO REPRODUTOR

• Testículos

• Epidídimo

• Duto Deferente

• Glândulas assessórias

• Termorregulação (Bolsa Escrotal)

TIPOS DE PÊNIS

• Fibrocartilaginoso – Bovino, peq. ruminantes, suíno

• Bulbo-esponjoso – cão, gato, equino

40
POSIÇÃO DO ESCROTO NO GATO (PERINEAL),
NO CÃO (INTERMEDIÁRIA) E NO TOURO (INGUINAL)

gato

Testículo no saco escrotal

cão

touro

41
TESTÍCULO DO CÃO Funículo espermático

Corpo do epidídimo

Cabeça do epidídimo
Cauda do epididimo

Ligamento testicular próprio

42
Funículo
espermático

Ducto
deferente

Cabeça do
epidídimo

Cauda do
epidídimo

Vista medial

43
TESTÍCULO DO EQUINO

Ducto deferente

Plexo
Pampiniforme

Cauda do
Cabeça do epidídimo
epidídimo Ligamento
Testicular
próprio
Vista lateral
Corpo do
epidídimo

44
Ducto
deferente Plexo pampiniforme

Corpo do epidídimo

Cauda do
epidídimo
Cabeça do epidídimo

Ligamento testicular
próprio vista medial

SECÇÃO DO TESTÍCULO DO EQUINO

45
Ducto deferente

Plexo pampiniforme

Mediastino testicular

Cabeça do epidídimo

Cauda testicular

Parênquima testicular

46
TESTÍCULO DO BOVINO

Musculo cremáster

Cabeça do epidídimo

Corpo do epidídimo

Cauda do epidídimo

47
Músculo
cremáster

Cabeça do
Ducto epidídimo
deferente

Túnica
albugínea

Ducto
Ligamento
deferente Testicular
próprio

Cauda do
epidídimo

48
VISTA CRANIAL DO ESCROTO E TESTÍCULO DO TOURO
OS REVESTIMENTOS TESTICULARES FORAM PARCIALMENTE
DISSECADOS
Septo escrotal
Fáscia
Espermática
interna
Músculo
cremaster

Fáscia
Espermática
externa

Túnica
dartus

Túnica
Albugínea

Lâmina
visceral
Túnica da túnica
vaginal vaginal

Lâmina
parietal
da túnica
vaginal
Pele

Septo escrotal

49
• TESTÍCULOS E EPIDÍDIMO

• Localização nas diferentes espécies :

• Bovinos: Testículo: pendular

Epidídimo:cabeça dorsal, corpo posterior e cauda ventral

• Pequenos Ruminantes: Testículo: pendular

Epidídimo:cabeça dorsal, corpo posterior e cauda ventral

• Equinos: Testículo: posição horizontal, na região inguinal

Epidídimo : Cabeça anterior, corpo dorso lateral e cauda posterior

• Suínos: Testículo: posição perineal

Epidídimo: cabeça ventral, cauda dorsal

• Cão: Testículo: horizontal

Epidídimo: cabeça anterior, corpo dorso medial, cauda posterior

• Gato: Testículo perineal

Epidídimo: cabeça ventral, cauda dorsal

• O Testículo
• túnica albugínia

• Túbulos seminíferos

– espermatozóides

• Células intersticiais ( células de Leyding)

– testosterona

• Rede testicular
50
• Ductos eferentes

• Epidídimo

– cabeça

– corpo

– cauda

• Artéria espermática

• Veia espermática

• Termo regulação dos Testículos


• diminui de 2 - 4 ºC requisito para produção de espermatozóides
viáveis

• estruturas

– pele escrotal

– músculo cremaster

– tunica dartos (componente muscular pele)

– plexo pampiniforme

• Epidídimo
• Desenvolvido a partir do ducto mesonéfrico (Wolffian)

• Partes

– cabeça

– corpo

cauda

• O epidídimo é um ducto que coleta e armazena os espermatozoides


que serão produzidos no testículo. Ele é dividido em cabeça, corpo
e cauda. É nesta ultima onde irá ocorrer a maturação e o
armazenamento dos espermatozoides.

• Os espermatozoides irão passar do testículo para o epidídimo


através dos ductulos eferentes, que formará os ductos
epididimários. Esses ductos irão se fundir para formar um único
51
ducto, este percorrerá o corpo do epidídimo de forma todo
enovelado até chegar a cauda. Após chegar a cauda o
espermatozoide segue para o ducto deferente até chegar a uretra.

• Tempo de trânsito no epidídimo

• touro- 7 dias

• carneiro - 16 dias

• suíno - 12 dias

• garanhão - 8 a 11 dias

52
GLÂNDULAS GENITAIS ACESSÓRIAS

DO GARANHÃO, TOURO, VARRÃO E CÃO

Vesícula urinária

Ureter

Ampola do ducto
deferente

Glândula Vesicular

Próstata

Uretra pélvica

Glândula Bulbouretral

bulbo do pênis
garanhão touro

Vesícula urinária

Ureter

Ampola do ducto deferente

Glândula Vesicular

Próstata

Uretra pélvica
Glândula
Bulbouretral

varrão Bulbo do pênis


cão
53
• Glândulas acessórias / Musculatura
do Pênis
– Glândulas vesiculares

– Glândula bulbo-uretral

– Glândula prostática

– Glândulas uretrais

– Músculo retrator do pênis

– Músculo ísquiocavernoso

As glândulas acessórias têm papel importante na formação


do sêmen, contribuindo com o armazenamento dos gametas
reprodutores e a secreção de líquidos seminais, os quais
garantem a nutrição dos espermatozoides, protegendo-os e
facilitando sua mobilidade.

• Vesículas seminais:

• As vesículas seminais são duas bolsas que secretam um líquido


viscoso composto principalmente por frutose, prostaglandinas e
várias proteínas que fornecem nutrição e energia para
o espermatozoide Localizam-se lateralmente aos ductos
deferentes. A secreção das vesículas seminais é controlada pela
testosterona. estão ausentes no carnívoro e que portanto não se
acredita serem essenciais para a reprodução

• Próstata:

• A próstata produz o líquido prostático e se localiza próxima ao reto.


Este líquido secretado é alcalino e leitoso, contribuindo na
composição do sêmen. Está presente em todas as espécies de
mamíferos domésticos. É mais importante em cães, pelas
patologias que a acometem. Consiste em duas partes, a parte
disseminata, que consiste de elementos glandulares ao longo da
uretra e o corpo situado atrás da entrada do duto deferente (
ocorre no porco e no touro). Os pequenos ruminantes possuem
somente a parte disseminata e os equinos e carnívoros somente o
corpo.

54
• Glândulas bulbouretrais:

• São duas pequenas glândulas (do tamanho de ervilhas) que se


localizam abaixo da próstata. Secretam um muco claro e tem
função lubrificante. Não está presente no cão.

55
ELEMENTOS CONSTITUINTES DO PÊNIS NO CÃO

ureter Uretra
pélvica
Ducto
deferente

Bulbo da
glande
do pênis
Osso
peniano

Bulbo
do pênis

Uretra peniana

prepúcio Glande do pênis Bulbo da


Prepúcio glande
Osso peniano do pênis

Corpo
esponjoso
óstio uretral Uretra Corpo
externo peniana esponjoso

56
VISTA CAUDO-LATERAL DO PÊNIS E
MÚSCULOS ASSOCIADOS DO TOURO

Músculo
bulboesponjoso
Músculo
Ísquiocavernoso

Músculo
uretral
Glândula
Músculo
vesicular
Ísquiocavernoso
Ureter

Ducto
deferente Músculo
retrator do pênis

Vesícula
urinária

Flexura
sigmóide

Glande
do pênis

57
SECÇÃO TRANSVERSAL DO PÊNIS
DO TOURO (A) E DO GARANHÃO (B)

Corpo
cavernoso

Uretra

Corpo esponjoso

Corpo cavernoso

Uretra

Corpo esponjoso

PARTE LIVRE DO PÊNIS FLÁCIDO (A) E ERETO (B) DO TOURO, DO


CARNEIRO (C) DO BODE (D) E DO SUÍNO (E)

58
Processo
uretral

Prepúcio Óstio uretral


externo

Glande

Processo
uretral
glande

rafe
Processo
Glande uretral

prepúcio óstio
uretral externo

Prepúcio
Glande Processo
uretral

Óstio uretral externo

Glande

Óstio uretral externo

59
PARTE LIVRE DO PÊNIS DO GARANHÃO
Processo
uretral Óstio uretral externo

Glande
Coroa
da glande

Colo
da glande

Pregas
prepuciais

60
ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS

OVÁRIO DA PORCA (A),


DA VACA COM FOLÍCULO (B)
E COM CORPO LÚTEO (C) foliculo
E DA ÉGUA (D)

d
Corpo luteo
c
Fossa ovulatório

61
OVÁRIO, TUBA UTERINA E LIGAMENTOS DA ÉGUA, VISTA VENTRAL

Extremidade
do corno uterino

Bolsa
ovariana
Ístmo
da tuba uterina

Fossa da ovulação

Óstio Abdominal
Ampola da tuba da tuba uterina
uterina

Infundíbulo
da tuba uterina

62
ÓRGÃOS GENITAIS DA ÉGUA, VISTA DORSAL

Tuba
uterina
Corno uterino
Corno
uterino
Ovário
Corpo
do útero

cervix
Vesícula
urinária

Vagina

Óstio uretral
Vestíbulo
externo
da vagina

Vulva
Clitóris

(o vestíbulo da vagina e a vagina estão seccionados)

63
OVÁRIO E TUBA UTERINA DA VACA

Corno uterino
Artéria e veia ovariana

Infundíbulo da
tuba uterina

Tuba uterina
Bolsa ovariana

64
ÓRGÃOS GENITAIS DA VACA, VISTA DORSAL
Corpo do útero

Carúnculas
uterinas
Corno
uterino

Ligamento
largo do útero
Infundíbulo (mesométrio)
da tuba
uterina

fornix

cervix

vagina

Hímen

Vestíbulo
da vagina

Vulva
Vulva

clitóris Comissura
labial ventral

65
CERVIX OU CÉRVICE UTERINA DE VACA (SECCIONADA).

Óstio Interno
do útero

Parede da cérvix

Pregas circulares da cérvix

Rugas vaginais

Fórnix

Corpo Pregas
do útero Pregas Canal Circulares
Circulares cervical da cérvix
da cérvix

fornix 66
PLACENTA BOVINA E SUAS MEMBRANAS

Carúncula Cotilédone
Uterina Placentário

placentoma

feto
Cotilédone
Placentário

67
ÓRGÃOS GENITAIS DA PORCA, VISTA DORSAL
Corpo
do útero

Mesométrio
(Lig. Largo
do útero)

Cérvix

Ovário

Tuba
Corno uterina
do útero

Vagina

Vestíbulo
da vagina

Comissura labial
Vulva dorsal

Comissura labial
ventral

68
ÓRGÃOS GENITAIS DA PORCA, VISTA DORSAL

Corno
do útero

Mucosa do corno
uterino

Corpo do útero

Vesícula
urinária
Cérvix

Parede da cérvix

Mucosa vaginal

Hímen

Vestíbulo Óstio uretral externo


da vagina

Lábios Vulvares

Clitóris

69
ÓRGÃOS GENITAIS DA CADELA, VISTA VENTRAL

Ligamento
próprio do Infundíbulo
Ovário ovário da tuba uterina

Tuba Ligamento
uterina próprio do
ovário

Cornos
uterinos

Ligamento largo

Do útero

Corpo do útero

cervix
Vesícula
urinária

Uretra

Vestíbulo
da vagina
Comissura labial ventral
Lábios vulvares

Comissura labial dorsal

70
ÓRGÃOS GENITAIS DA CADELA, VISTA DORSAL

Ligamento suspensor do
ovário

Bolsa Ovário
ovariana

Mesométrio ou
ligamento largo do
útero

Cornos
uterinos

Cérvix

Corpo do útero
Vesícula urinária

Mucosa
da vagina

Vestíbulo
da vagina

Clitóris

71
PUDENDO FEMININO

VISTA CAUDAL

Ânus
Períneo

Rima vulvar

Lábios vulvares

porca

Ânus

perineo

Labios
vulvares

Rima vulvar

cadela

72
PUDENDO FEMININO
VISTA CAUDAL

Ânus

Períneo
Comissura labial
dorsal
Rima vulvar
Lábios vulvares

Comissura
labial ventral
équa

Ânus

Períneo
Comissura labial
dorsal
Rima vulvar
Lábios vulvares

Comissura labial
ventral
vaca

73
SISTEMA CIRCULATÓRIO

Conceito:

Angiologia é a descrição dos órgãos da circulação do sangue e da linfa;


o coração e os vasos. O coração é o órgão central, muscular, oco que funciona
como uma bomba contrátil-propulsora. O tecido muscular que forma o coração
é do tipo estriado cardíaco, e constitui sua camada média o miocárdio,
internamente ao miocárdio existe o endocárdio e externamente ao miocárdio há
uma serosa revestindo-o, denominada epicárdio. A cavidade do coração é
subdividida em 4 câmaras (2 átrios e 2 ventrículos) e entre estes existem 2
orifícios com dispositivos orientadores da corrente sanguínea: são as valvas.
O coração tem a forma aproximada de um cone, apresentando uma
base (área ocupada pelas raízes dos grandes vasos), um ápice e faces,
auricular ou esquerda e atrial ou direita.
O coração fica situado na cavidade torácica, sendo que maior porção se
encontra à esquerda do plano mediano.
A função básica do sistema circulatório é a de levar material nutritivo e
oxigênio às células. Assim o sangue circulante transporta material nutritivo que
foi absorvido pela digestão dos alimentos às células de todas as partes do
organismo. Da mesma forma, o oxigênio que é incorporado ao sangue quando
este circula pelos pulmões, será levado a todas as células. Além desta função
primordial, o sangue circulante transporta também os produtos residuais do
metabolismo celular, desde os locais onde foram produzidos até os órgãos
encarregados de eliminá-los. O sangue possui ainda células especializadas na
defesa orgânica contra substâncias estranhas e microorganismos.
O sistema circulatório é fechado e nele circula os humores nutritivos: o sangue
e a linfa. Certos componentes do sangue são células produzidas pelo próprio
organismo, através dos órgãos hemopoéticos.
O sistema circulatório divide-se em:
· Sistema vascular sangüíneo: cujos componentes são os vasos
condutores de sangue (artérias, veias, capilares) e o coração (o
qual pode ser considerado como um vaso modificador).
· Sistema linfático: formado pelos vasos condutores de linfa
(capilares, linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos) e por
órgãos linfóides (linfonodos e tonsilas).
· Órgãos hemopoéticos: representados pela medula óssea e o órgão linfóides
(baço timo e linfonodos).
Coração: É um órgão muscular, oco, que funciona como uma bomba
contrátil-propulsora. O tecido muscular que forma o coração é do tipo especial
– tecido muscular estriado cardíaco, e constitui sua camada média ou
miocárdio. Forrando internamente o miocárido existe endotélio, o qual é
contínuo com a camada íntima dos vasos que chegam ou saem do coração.
Esta camada interna recebe o nome de endocárido. Externamente ao
micoárdio, há uma serosa revestindo-o, denominada epicárido. A cavidade do
coração é subdividida em quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos) e
entre átrios e ventrículos existem orifícios com dispositivos orientadores da
corrente sanguínea – são as valvas.

74
Forma:
O coração tem a forma aproximada de um cone truncado,
apresentando uma base, um ápice e faces (esternocostal, diafragmática e
pulmonar). A base do coração não tem uma delimitação nítida, isto porque
corresponde à área ocupada pelas raízes dos grande vasos da base do
coração, isto é, vasos através dos quais o sangue chega ou sai do coração.

Tipos de vasos sangüíneos:


Existem vários tipos de vasos sangüíneos. Estes são classificados de
acordo com a constituição e sua parede, diâmetro e sentido do tipo de sangue
em relação ao coração. Deste modo, pode-se reconhecer as artérias, os
capilares e as veias.

Artérias:
São órgãos tubulares nos quais o sangue circula centrifugando em
relação ao coração. No animal vivo, as artérias têm cor amarelada e,
apresentam pulsação característica e, quando são seccionadas o sangue sai
em esguichos. No cadáver, têm cor esbranquiçada, estão o lume mantém-se
patente. De acordo com o calibre, elas podem ser classificadas em artérias de
grande, médio e pequeno calibre e arteríolas. Nas artérias de grande calibre,
predomina o tecido elástico e por isto, são denominadas artérias elásticas. A
aorta, o tronco branquicefálico e o tronco pulmonar são artérias deste tipo. A
constituição morfológica destas artérias confere-lhes a capacidade de
dilatação. Assim, a aorta armazena um volume apreciável de sangue e é capaz
de transformar o fluxo sanguíneo intermitente, ao nível da saída do coração,
em fluxo contínuo, porém pulsátil.
As artérias de médio e pequeno calibres são conhecidas como
musculares em razão do grande contingente de fibras musculares lisas que
participam na constituição de suas paredes. O tecido elástico, embora
reduzido, ainda continua presente. A proporção entre fibras musculares lisas e
tecido elástico nestas artérias é variável. As artérias do encéfalo, por exemplo,
contêm poucas fibras musculares em suas paredes. As artérias de médio e
pequeno calibres são as mais numerosas artérias do corpo. São, portanto, as
artérias que distribuem o sangue pelo organismo animal.
As arteríolas são divisões das artérias. Em geral, elas ocorrem no
interior dos órgãos. Suas paredes são constituídas predominantemente de
fibras musculares lisas. As arteríolas oferecem grande resistência no fluxo
sangüíneo, diminuindo a pressão do sangue antes de passar para os capilares.
Durante seu percurso, as artérias dividem-se em novos ramos, à
semelhança dos galhos de uma árvore. Consideram-se como ramos terminais
aqueles que partem de um tronco principal e este então deixa de existir como
tal. Ramos colaterais, por sua vez são aqueles emitidos ao longo do percurso
de um tronco principal, sem que este perca sua identidade. Geralmente, os
ramos colaterais são emitidos do tronco principal em ângulo agudo. Quando a
emissão é em ângulo obtuso, o fluxo de sangue no ramo colateral tem sentido
inverso ao do tronco principal. Por isto, este ramo colateral recebe o nome
especial de recorrente.
Capilares:
Os capilares formam extensa rede de vasos sanguíneos
75
microscópicos situados no interior dos órgãos e na qual desembocam as
arteríolas. Suas paredes são membranas semi-permeáveis. Elas deixam
passar para o tecido o oxigênio e outros nutrientes e recebe dele CO2 e os
resíduos do metabolismo tissular. A densidade de capilares varia de um órgão
para outro, sendo mais abundante nos órgãos mais ativos. Alguns órgãos,
como epiderme, córnea, lente e cartilagens não possuem capilares.
Veias:
As veias formam a parte da rede de vasos sangüíneos que transporta o
sangue dos tecidos para o coração. O sentido da corrente sangüínea nas veias
é, portanto, contrário daquele nas artérias. Os pequenos vasos que recolhem o
sangue dos plexos capilares constituem as vênulas. Estas confluem para veias
que se tornam cada vez mais calibrosas à medida que se aproximam do
coração. A estrutura da parede das veias é semelhante à das artérias. No
entanto, a parede é mais delgada que a das artérias correspondentes. Por
outro lado, seu diâmetro é geralmente maior que das artérias correspondentes.
Sua túnica média tem poucas características, possuem dobras da superfície
interna da parede denominadas válvulas. As válvulas estão presentes na
maioria das veias exceto nas veias do cérebro e nas veias cavas, servem para
auxiliar o retorno do sangue ao coração. Em geral, elas são constituídas de 2
ou 3 cúspides.
Anastomoses:
A união entre dois ramos artérias ou entre duas veias é denominada
anastomose. Anastomoses artérias são encontradas nos membros, em vasos
sanguíneos que suprem as vísceras e na base do encéfalo. Em caso de
obstrução de um dos ramos anastomóticos, a circulação pode ser mantida por
meio de outro ramo que participa da anastomose. Este mecanismo de
manutenção do fluxo adequado de sangue denominado circulação colateral,
pode ser feito também às custas da rede capilar do órgão em tela.
Existe um tipo de anastomose que se faz diretamente entre uma
arteríola e uma vênula, em situação pré-capilar. Este tipo especial de
anastomose é encontrado na pele de certas regiões do corpo animal, bem
como no intestino. É um mecanismo de desvio de sangue da rede capilar e
acionado quando há necessidade de conservar energia.
O segmento de união entre os dois vasos anastomóticos possui uma parede de
estrutura bastante complexa, na qual se destaca uma espessa camada
muscular.

Redes Admiráveis:

Certas artérias, num determinado ponto de seu curso, dividem-se em


dezenas de ramúsculos de pequeno comprimento e calibre, os quais, logo
após, reúnem-se novamente para reconstruir o tronco arterial. Estes arranjos
artérias são encontrados nos ruminantes e porcos (Ex.: rede admirável
oftálmica e rede admirável epidural rostral).

Seios venosos:

São estruturas revestidas internamente por endotélio, de cavidade


ampla, repletas de sangue venoso e que se dispõem no curso de
76
determinados sistemas venosos. Alguns seios podem conter artérias ou
mesmo redes admiráveis. É possível que este último arranjo sirva a
mecanismos termorreguladores.

Tipos de circulação sagüínea:


Circulação sistêmica: é a circulação que se inicia no ventrículo esquerdo com o
sangue oxigenado. Este abandona o ventrículo esquerdo através da aorta e por
meio de suas artérias distribuidoras alcança os diferentes órgãos.
Após suprir seus tecidos, o sangue retorna ao coração desaguando no átrio
direito através das veias cavas, cranial e caudal.

Circulação pulmonar: é a circulação que tem início no ventrículo direito do


coração e atinge a rede capilar do pulmão, correndo inicialmente no tronco
pulmonar e depois nas artérias pulmonares. Após sofrer a hematose, o sangue
oxigenado abandona os pulmões por meio das veias pulmonares e chega ao
átrio esquerdo.

Circulação portal: nesta circulação um tronco venoso está interposto


entre duas redes capilares. Os exemplos de circulação portal é o sistema porta-
hepático e o sistema porta-hipofisário. No primeiro, a veia porta está situada
entre capilares do intestino e do fígado.

Sistema linfático: o sistema linfático auxilia o sistema vascular


sangüíneo na drenagem dos líquidos tissulares. Ele é constituído de vasos
linfáticos, tecido linfático ou linfóide e de linfa. O tecido linfático encontra-se
difuso em alguns órgãos ou organiza-se em estruturas isoladas denominadas
linfonodos. As grandes moléculas de proteínas dos líquidos tissulares que não
atravessam as paredes dos capilares sangüíneos são absorvidas pelo sistema
linfático. Além disto, o sistema produz os linfócitos que são lançados na
corrente sanguínea.

Vasos linfáticos: são formados inicialmente por uma rede capilar


linfática. Os capilares desta rede têm diâmetro irregular e são mais amplos que
os capilares sangüíneos. A linfa aí formada corre então para vasos linfáticos
maiores, visíveis macroscopicamente. Em suas paredes aparecem constrições
regulares, que lhes conferem a aspecto de rosário. Estas constrições
correspondem, internamente, à inserção das válvulas, abundantes nestes
vasos e que estão dispostas de modo a não permitir o refluxo da linfa.
Os vasos linfáticos correm em grupos e, geralmente, estão interrompidos pelos
linfonodos. Os vasos linfáticos acabam por desembocar em troncos linfáticos. A
maioria dos troncos linfáticos desemboca neste ducto. Os capilares linfáticos
estão presentes em todos os tecidos que apresentam capilares sanguíneos,
exceto no SNC.

Nódulas hemais ou glândulas hemolinfáticas: diferem dos vasos


linfáticos por sua cor estrutura e pela ausência de vasos. Sua cor é roxa escura
ou negra e de tamanho diminuto. Possuem seios periféricos que contem
sangue. Existem em grande número em bovinos e ovinos, são raros nos
caninos e faltam nos equinos e suínos. É de função desconhecida.
77
Órgão hemopoéticos: as principais estruturas formadoras de células
Sanguíneas são: medula óssea, linfonodos, baço e timo.
Na sangria, um cavalo dá de 25-30 litros de sangue; bovino: 15-25 litros;
e os suínos: 3-5 litros.

Circulação fetal: o sangue oxigenado procedente da placenta chega ao


feto através da veia umbilical. Ao nível do fígado, a veia umbilical se
anastomosa com ramos da veia aorta, formando uma dilatação – o seio
umbílico-portal – do qual parte um vaso – o ducto venoso ou ducto de Arantio –
o qual leva o sangue até a veia cava caudal. Na veia cava caudal já se
misturam, portanto, o sangue oxigenado e o sangue hipoxigenado (venoso),
mas o volume de sangue oxigenado é bem maior. A veia cava caudal
desemboca, junto com a veia cava cranial, no átrio direito, de onde o sangue
passa tanto ao ventrículo direito como, em sua maior parte, ao átrio esquerdo
através do forame oval. Ao átrio esquerdo também chega, em pequena
quantidade, sangue dos pulmões através das veias pulmonares.
Do átrio esquerdo o sangue passa ao ventrículo esquerdo e deste à aorta. O
sangue que passou do átrio direito ao ventrículo direito sai pela artéria tronco
pulmonar, mas boa parte dele e desviada para a artéria aorta através do ducto
arterial. Pela artéria aorta o sangue é distribuído a todo o corpo do feto,
voltando à placenta por meio das artérias umbilicais que são ramos das artérias
ilíacas internas.
Após o nascimento ocorrem algumas modificações na circulação,
principalmente devido à entrada em funcionamento dos pulmões. Duas
modificações são particularmente importantes: - oclusão do forame oval pelo
septo primário – devido à maior pressão existente no átrio esquerdo em
conseqüência de um maior afluxo de sangue proveniente dos pulmões.
Oclusão do ducto arterial – que se transforma no ligamento arterial, devido à
contração de suas paredes e proliferação do tecido conjuntivo em seu lume.
Da oclusão de outros vasos fetais resultam vários ligamentos: 1) ligamentos
redondos da bexiga urinária – resultantes da obliteração das artérias umbilicais.
2) ligamento redondo do fígado – resultante da oclusão da veia umbilical. 3)
ligamento venoso do fígado – resultante da oclusão do ducto venoso Arantio.

ROTEIRO PARA AULA PRÁTICA DE SISTEMA CIRCULATÓRIO

1) Identifique em um cadáver aberto, a cavidade torácica com suas vísceras.


Observe os pulmões e reconheça entre eles a região do Mediastino, veja que a
base do coração está alojada no mediastino médio. Já o seu ápice está voltado
para o antímero esquerdo e apoiado no processo xifóide do osso esterno ao
qual está preso através do ligamento esterno pericárdio, identifique-o já a base
do coração está fixada à cavidade torácica através dos grandes vasos (artéria
e veias) que têm acesso a este órgão.
2) Observe ainda o coração in situ e veja que o mesmo está envolvido
externamente por uma membrana fibrosa, o pericárdio. Aproveite para
identificar em peças previamente preparadas suas lâminas por ordem de
estratificação do exterior para o interior: pericárdio fibroso; lâmina parietal
dopericárdio seroso, cavidade pericárdica e lâmina visceral do pericárdio
seroso (epicárdio).
78
3) Veja agora em um coração isolado e fechado as câmaras (cavidades)
cardíacas, observe que os átrios (direito e esquerdo) se dispõem dorsalmente,
estando separados externamente dos ventrículos direito e esquerdo através do
sulco coronário, o qual contorna praticamente toda base do órgão. Note que
dos átrios projetam-se duas estruturas semelhantes a duas orelhas que
são as: aurícula do átrio direito e aurícula do átrio esquerdo, os ápices das
aurículas estão voltadas uma para a outra, sendo esta face do coração
chamada: face auricular ou esquerda e a oposta face atrial ou direita.
Ventralmente aos átrios, observe os ventrículos esquerdo e direito
respectivamente note que a parede do ventrículo esquerdo é mais espessa que
a do direito. Já a cavidade do ventrículo direito projeta-se no sentido dorsal,
chegando ao mesmo nível do átrio direito, sendo este segmento chamado cone
arterial e do mesmo sai a artéria tronco pulmonar. Observe ainda externamente
na região ventricular 2 sulcos que têm origem do sulco coronário e se dispõem
perpendicularmente em direção ao ápice cardíaco: o sulco interventricular
paraconal ou esquerdo (mais desenvolvido) e o sulco interventricular
subsinuoso ou direito. Internamente os sulcos correspondem aos septos que
separam as câmaras cardíacas.
4) Reconheça agora em um coração aberto suas quatro câmaras. Aproveite
para identificar inicialmente o músculo cardíaca (Miocárdio), bem como o
Endocárdio, que reveste internamente as cavidades cardíacas. Em seguida
verifique os septos trioventriculares direito e esquerdo que separam
parcialmente os átrios dos ventrículos correspondentes, bem como os óstios
atrioventriculares direito e esquerdo, observe que estes estão guarnecidos
respectivamente pelas valvas tricúspides (valva atrioventricular direita) e
bicúspide (valva mitral ou valva atrioventricular esquerda). Identifique ainda o
septo interatrial,que separa totalmente o átrio direito do átrio esquerdo, observe
que num ponto central, sua parede se mostra mais delgada, constituindo a
fossa oral, esta corresponde ao forame oval na vida fetal.
Aproveite para identifica-lo num coração de feto. Finalmente observe o septo
interventricular, separado por completo as duas cavidades ventriculares,
separado por completo as duas cavidades ventriculares. Observe que as
paredes internas dos átrios e aurículas mostram-se pregueadas constituindo os
músculos pectíneos. Já as paredes internas dos ventrículos apresentam um
pregueamento semelhante que são as trabéculas carneas. Observe ainda nas
cavidades ventriculares as trabéculas septomarginais unindo a parede do
ventrículo correspondente ao septo interventricular. Note que as valvas
tricúspide e bicúspide estão presas a elevações do miocárdio ventricular
denominados, músculos papilares, sendo que estes se interligam através das
cordas tendíneas.
5) Observe ainda em um coração aberto os orifícios dos vasos que tem acesso
ao órgão. No átrio direito: óstio da veia cava cranial (a parte deste vaso forma
externamente com a parede da aurícula do átrio direito uma depressão o sulco
terminal, o qual corresponde internamente a uma elevação a crista terminal,
óstio da veia cava caudal (o qual estão separado internamente do óstio da veia
cava cranial através de uma elevação: A crista intervenosa).
Óstio do seio coronário (situado ventralmente ao (óstio da veia cava caudal),
este corresponde ao ponto de chegada do sangue sendo oriundo do próprio
coração).
79
No átrio esquerdo: óstio da artéria tronco pulmonar na região do cone
arterial, note que este é guarnecido pela valva tronco pulmonar constituída por
três válvulas semilunares.
No ventrículo esquerdo: observe óstio da artéria aorta, este também é
guarnecido pela valva aórtica composta por três válvulas semilunares, veja que
nos bovinos adultos forma-se neste nível o osso cardíaco.
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO PERICÁRDIO

Grandes vasos

Pericárdio Seroso
(Lâmina Visceral
Ou Epicárdio)

Pericárdio
Seroso
(Lâmina
Parietal)

coração Pericárdio Fibroso

80
ANATOMIA EXTERNA DO CORAÇÃO DO BOVINO
Artéria Face auricular
Veia cava
Aorta Artéria Pulmonar
cranial

Ligamento
Arterioso

Tronco Veias pulmonares


Braquiocefálico
Aurícula
Direita
Aurícula
Esquerda
Tronco
Pulmonar

Ventrículo
Ventrículo Esquerdo
Direito Artéria Coronária
Esquerda

Ápice do Coração
Artéria aorta
Veia ázigos
V.cava cranial Face atrial

81
Veias
pulmonares Veias pulmonares

V. cava caudal

Ventrículo direito

ventrículo
esquerdo

Artérias coronárias
direita
ANATOMIA INTERNA DO CORAÇÃO

82
V cava caudal
V. cava cranial

Átrio direito Aurícula direita

Cordas tendíneas

cúspide

Musculo papilar

83
ANATOMIA INTERNA DO CORAÇÃO

Tronco pulmonar

Aurícula direita

Aurícula
esquerda

cúspide
Ventrículo
direito
Valva semilunar
pulmonar
Coras tendíneas

Musculo papilar

SECÇÃO TRANSVERSAL AO NÍVEL DO VENTRÍCULO;


ASPECTO CRANIO-DORSAL
84
Ventrículo direito

Ventrículo
esquerdo
Septo interventricular

VISTA DORSAL DA BASE DO CORAÇÃO, APÓS REMOÇÃO DOS ÁTRIOS


PARA A EVIDENCIAÇÃO DAS VALVAS CARDÍACAS

85
Valva semilunar Valva semilunar aortica
pulmonar

Valva atrioventricular
direita(tricúspide)

Valva atrioventricular esquerda

(bicúspide ou mitral)

BAÇO DAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS

86
hilo

Artéria, Veia
e nervo lienais ou
esplênicos
bovino

Artéria, Veia
e nervo
lienais
ou
Caprino/ovino
esplênicos

BAÇO DAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS

87
hilo

equino

Artéria,
Veia
e nervo
lienais ou
esplênicos

suino

cão

88
89
SISTEMA RESPIRATÓRIO

CONCEITO:
A respiração é uma função básica dos seres vivos. Consiste na absorção do
oxigênio, pelo organismo, e a eliminação do gás carbônico resultante do
metabolismo celular. Nos animais unicelulares o oxigênio é retirado
diretamente do meio onde ele vive, sendo também direta a eliminação do gás
carbônico. Nos animais, classificados superiormente na escala zoológica, o
sangue é um elemento intermediário entre as células do organismo e o meio
habitado pelo animal, servindo como condutor de gases entre eles.
O órgão respiratório, por excelência, são os pulmões, mas nestes
animais desenvolvem-se órgãos especiais que podem promover o rápido
intercâmbio entre o ar e o sangue. No conjunto, estes órgãos constituem o
sistema respiratório.
Divisão:
Funcionalmente pode se dividir em:
A) Porção de condução;
B) Porção de respiração.

A primeira porção pertence a órgão tubulares cuja função é a de levar o ar


inspirado até a porção respiratória, representada pelos pulmões e destes
conduzir o ar expirado eliminando o gás carbônico. Assim, dos pulmões o ar
expirado é conduzido pela traqueia e brônquios, órgãos que realmente
funcionam como tubos condutores de ar. Acima destes, situam-se outros
órgãos de dupla função: nariz, faringe e laringe. A laringe é também o órgão
90
responsável pela fonação. A faringe está relacionada com a digestão e o nariz
tem função olfatória.
Órgãos respiratórios:
Nariz: no seu estudo incluem-se:
- Nariz esterno;
- Cavidade nasal;
- Seios paranasais.
O nariz externo é no homem, visível na face. Rostralmente
encontra-se duas aberturas em forma de fendas, as narinas, que
comunicam o meio externo com a cavidade nasal. O esqueleto do nariz é
ósteo-cartilagíneo, além dos ossos nasais e porções das duas maxilas, fazem
parte do esqueleto nasal, diversas cartilagens.
A cavidade nasal está dividida em dois antímeros, pelo septo nasal
que é em parte cartilaginoso (cartilagem do septo nasal) e em parte
ósseo (lâmina perpendicular do osso etmóide e osso vômer).
O osso etmóide é difícil de ser isolado do crânio em boas
condições de conservação por ter paredes muito finas. Fica abaixo da
porção mediana do frontal e entre as órbitas. Consiste de duas massas de
células pneumáticas chamadas labirintos etimóidais, uma lâmina crivosa,
situada horizontalmente e unindo os labirintos, e uma
perpendicular que contribui para a formação do septo nasal. Os
labirintos etimóidais recebem também o nome de seio etmóidal.
Na superfície da parede lateral da cavidade nasal, prendem-se as
conchas nasais dorsal e ventral. As conchas etmoidais situam-se no
extremo caudal da cavidade nasal e a maior delas situa-se
imediatamente abaixo da concha nasal dorsal e é denominada de
concha nasal média.
A presença das conchas nasais determina a divisão da cavidade
em quatro meatos nasais. O meato dorsal situa-se entre o teto e aconcha
dorsal. O médio, entre a dorsal e a ventral e nele se abre os
seios paranasais, frontal, palatino e maxilar.
O meato nasal ventral situa-se entre a concha nasal ventral e o
assoalho. Os três meatos comunicam entre si, no meato nasal comum, situado
ao lado do septo nasal. A mucosa olfatória recobre parte das conchas
etmoidais. No homem, é muito pequena restringindo-se à concha nasal dorsal
e o terço dorsal do septo.
Seios paranasais:
Alguns ossos do crânio, entre eles o frontal, o maxilar, o esfenoide e o
etmóide apresentam cavidades cheias de ar revestidas de mucosas, e que se
comunicam com a cavidade nasal, denominadas seios paranasais. Sua função
é obscura, mas admitem-se as seguintes:
- Acondicionamento de ar inspirado;
- Purificação do ar;
- Serve para aumentar a superfície externa do crânio, sem,
contudo aumentar o peso da cabeça, dando maior superfície de inserção aos
músculos;
- Aumentar a resistência da cabeça contra pressões externas;
- Proteção ao encéfalo, constituindo uma caixa isolante com
finalidades termorreguladoras.
91
Os principais seios paranasais são:
- Seio frontal;
- Seio maxilar;
- Seio palatino – reduzido nos eqüinos e caprinos;
- Seio esfenoidal – ocorre em 50% dos bovinos;
- Seio etmoidal – de difícil visualização.
Faringe
É um órgão tubular que serve tanto a respiração e a digestão. Situa-se
caudalmente as cavidades nasal e oral e é seguida caudalmente pelo esôfago
e laringe. Há um entrecruzamento das vias digestivas e respiratórias ao nível
da faringe (laringo-faringe). O palato mole divide a faringe em 2
compartimentos: a parte situada dorsalmente ao palato mole é a nasofaringe, e
a ventral é a orofaringe e a porção situada caudalmente ao palato mole é a
laringo-faringe. Na nasofaringe se encontra o óstio faríngico da tuba auditiva,
que é comunicação da nasofaringe com a cavidade timpânica. A faringe se
continua com o esôfago.
Laringe
A laringe é um órgão do sistema respiratório e da fonação constituída
por cartilagens e músculos. Atua como uma válvula que se fecha durante a
deglutição e ruminação e permanece aberta na respiração e eructação. Esta
situação na região intermandibular e em parte na região ventral do pescoço. É
formada por um esqueleto cartilaginoso, mantendo a comunicação entre a
faringe e a traquéia. Suas principiais cartilagens são: tiróide, cricóide,
aritenoídes (par) e epiglote.
Traquéia e brônquios:
Traquéia: é um órgão que se situa ao plano mediano, iniciando-se na
laringe e estendendo-se por todo o pescoço e terço cranial do tórax, onde
termina bifurcando-se nos brônquios principais direito e esquerdo. É formado
por uma série de anéis cartilagíneos incompletos em forma de “C”, unidos aos
outros pelos ligamentos anulares da traquéia formados por fibras elásticas,que
dá ao órgão certa mobilidade. Os anéis são fechados por musculatura lisa.
A traquéia mede cerca de 75 a 80 cm nos bovinos cada brônquio principal,
origina-se bifurcação da traquéia e atinge o hilo pulmonar. De cada brônquio
principal origina-se os brônquios lobares (um para cada lobo do pulmão). O
lobo cranial do pulmão direito dos ruminantes e suínos é ventilado pelo
brônquio traqueal.
Pulmão:
São órgãos respiratórios onde se realizam as trocas gasosas no processo de
hematose. São órgãos pares e ocupam quase que totalmente a cavidade
pleural. No indivíduo normal, os pulmões sempre contêm ar e crepitam quando
comprimidos. Quando colocados na água, flutuam.
Os pulmões apresentam fendas profundas denominadas fissuras do
pulmão. Cada pulmão está dividido em lobos. O critério usado se baseia na
divisão dos brônquios. Todos os mamíferos domésticos possuem um lobo
cranial e um lobo caudal nos dois pulmões. Possuem também um lobo
acessório no pulmão direito. Todos eles com exceção do cavalo, apresentam
um lobo médio no pulmão direito.
Nos ruminantes, o pulmão direito apresenta quatro lobos (cranial,

92
médio, caudal e acessório) e duas fissuras interlobares (cranial e caudal), e
uma única fissura interlobar. Os lobos craniais dos pulmões direito e esquerdo,
estão divididos por uma fissura pouco profunda, (interlobar) em partes cranial e
caudal.
Os pulmões são de cor clara, ligeiramente rosada, nos viventes,
podendo, em alguns animais, apresentarem de cor acinzentada em suas
superfície, principalmente os cães que vivem em grandes cidades, devido a
poluição do ar inspirado.
O tamanho dos pulmões varia de acordo com seu estado funcional,
dilatando-se na inspiração e retraindo-se na expiração. Após a morte ou depois
de se abrirem as cavidades pleurais eles também reduzem de tamanho.
Todavia o pulmão esquerdo é sempre menor que o direito e o peso em
conjunto dos dois pulmões não ultrapassa 5% do peso corporal.
Os elementos que entram ou saem do pulmão, constituem a raiz do
pulmão e o ponto de entrada ou de saída destes elementos recebem o nome
de hilo pulmonar.
Pleura:
A pleura é uma membrana serosa que reveste internamente a cavidade do
tórax, formando dois compartimentos fechados, as cavidades pleurais direita e
esquerda, separadas ao nível do plano mediano por uma área denominada
mediastino, no qual estão contidos vários órgão como o coração, a traquéia, o
esôfago, etc. Embora a pleura forme um revestimento contínuo da parede e
dos órgãos torácicos, ela é dividida em pleura parietal e visceral
ou pulmonar que revestem internamente a parede do tórax e os pulmões
respectivamente.

Lábios
superiores

narinas narinas

filtro Lábios superiores


filtro

Iabios inferiores Lábios


inferiores
Cão
suino

narinas

ovino
filtro

filtro narinas 93

caprino
narinas

Lábios narinas

superior

Lábios
inferior
es

bovino equino

VISTA MEDIAL DAS HEMI-CABEÇAS DO CÃO


A CAVIDADE NASAL E ESTRUTURAS ASSOCIADAS SÃO
EVIDENCIADAS APÓS REMOÇÃO DO SEPTO NASAL

frotal

Concha nasal dorsal

Meato nasal
dorsal

Meato nasal médio

Prega reta Palato mole

Prega alar Conchas


etmoidais
VISTA MEDIAL DAS HEMI-CABEÇAS DO Palato duro
RUMINANTE
A CAVIDADE NASAL E ESTRUTURAS ASSOCIADAS SÃO
EVIDENCIADAS APÓS REMOÇÃOMeato
DO nasal ventralNASAL
SEPTO
nasofaringe
Concha nasal ventral
94

Prega basal
Concha média

Concha dorsal Meato médio

Meato dorsal
Prega reta Conchas
etmoidais
nasofaringe
Prega alar

Meato ventral

Palato mole

Prega basal

Concha nasal ventral Palato duro

VISTA MEDIAL DAS HEMI-CABEÇAS DO EQUINO


A CAVIDADE NASAL E ESTRUTURAS ASSOCIADAS SÃO
EVIDENCIADAS APÓS REMOÇÃO DO SEPTO NASAL
Seio frontal

95
Concha média

Concha dorsal

Meato dorsal

Meato médio

Meato ventral
Prega reta Concha
etmoidal
Prega
alar Òstio faríngeo da Tuba
Auditiva

Palato mole
Palato duro
Prega basal
nasofaringe

REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA SECÇÃO TRANSVERSAL DA


CABEÇA NA ALTURA DOS DENTES MOLARES, PARA SE EVIDENCIAR
AS CONCHAS E OS MEATOS DA CAVIDADE NASAL.

96
Concha nasal
dorsal Meato nasal dorsal

Meato nasal
médio
Meato nasal
comum
Concha nasal
Ventral

Plexo cavernoso
Meato da mucosa nasal
nasal
ventral
Septo nasal

Seio Maxilar Seio Palatino

Palato duro
Dente
VISTA LATERAL DAS CARTILAGENS QUE FORMAM A LARINGE,
APARELHO HIÓIDE E TRAQUÉIA DO BOVINO.

97
Estilohióideo

Cartilagem Epiglote

Cartilagem Aritenóide
Cartilagem Cricóide

Epihióideo

Ceratohióideo

Basohióideo

Cartilagem Tiróide

Traquéia
(anel traqueal)

CARTILAGEM EPIGLOTE

98
bovino equino

CARTILAGEM ARITENÓIDEA

bovino equino

CARTILAGEM TIREÓIDEA

99
bovino

equino

CARTILAGEM CRICÓIDEA

bovino equino

Pulmões animais domésticos

100
gato
cão

Equino

101
suino

Bovino

Os répteis (do latim reptare, 'rastejar') abrangem cerca de 7 mil espécies


conhecidas. Eles surgiram há cerca de 300 milhões de anos, tendo
provavelmente evoluído de certos anfíbios. Foram os primeiros vertebrados
efetivamente adaptados à vida em lugares secos, embora alguns animais deste
grupo, como as tartarugas, sejam aquáticos.

A Terra já abrigou formas gigantescas de répteis, como os dinossauros. Hoje


esse grupo é representado por animais de porte relativamente menor, como os
jacarés, tartarugas, cobras e lagartos.
102
Os répteis dependem quase exclusivamente da respiração pulmonar. Os
pulmões dos repteis são mais complexos e eficientes que os dos anfíbios, com
maior número de câmaras internas e alvéolos.

Na maioria dos répteis um mecanismo de pressão negativa é responsável pela


ventilação dos pulmões. Um movimento das costelas e da parede corporal
expande a cavidade torácica, diminuindo a pressão nos pulmões e puxando o
ar para dentro deles. O ar é expelido pelo movimento para frente das costelas e
da parede corporal, o que comprime os pulmões.

As costelas de uma tartaruga fazem parte da carapaça, portanto, movimento da


parede corporal onde as costelas são ligadas é impossível. Elas inalam ar
contraindo músculos que aumentam o volume da cavidade visceral, criando
pressão negativa para levar ar para os pulmões. Tartarugas exalam ar
contraindo músculos que forçam as vísceras para cima, comprimindo os
pulmões. Algumas tartarugas também respiram pela mucosa da faringe.

O uso dos músculos do tronco para a respiração cria um problema para os


lagartos durante a locomoção, de forma que eles não podem respirar e correr
ao mesmo tempo. Assim, eles precisam parar para respirar enquanto se
deslocam. Alguns lagartos resolveram esse problema enchendo de ar a região
gular da garganta e forçando ar para os pulmões. Assim podem manter as
trocas gasosas durante o movimento.

A respiração dos répteis durante a alimentação e movimentação

A maioria dos répteis devem prender a respiração ao engolir, mas os


crocodilianos possuem um segundo palato feito de ossos que permite a eles
respirar embaixo d'água. As cobras estendem sua traqueia para que não
sufoquem ao comer um animal. A respiração das tartarugas enquanto em
movimento varia entre as espécies. Tartarugas marinhas não respiram ao se
mover por suas praias de desova, relata o New World Encyclopedia, mas a
tartaruga de caixa Norte Americana respira continuamente ao se mover e essa
respiração não coincide com os movimentos de seus membros. As tartarugas-
de-faces-rosadas respiram mais levemente enquanto se movem do que ao
repousar e as tartarugas de caixa podem respirar sem estender seus membros.

103
SISTEMA RENAL

FISIOLOGIA RENAL

Função Renal
• Excreção de subprodutos metabólicos
• Regulação do volume e composição do Líquido extra celular (LEC)
• Manutenção do equilíbrio ácido-básico e da pressão sanguínea
• Estímulo para a produção de hemácias

Estrutura do Rim
Macrosestrutura
• Órgãos pares e suspensos na parede dorsal da cavidade abdominal por
uma dobra peritonial
• A nutrição é feita pela artéria renal que emerge diretamente aorta e a
drenagem é feita pela veia renal que drena diretamente na cava.

104
Apresenta forma variável entre as espécies . Na maioria das espécies têm
formato de feijão. No cavalo têm forma de coração e no bovino é
lobulado
• Apresenta a córtex externamente, a medula internamente e um hilo renal
onde penetram vasos sanguíneos e nervos e emergem vasos
sanguíneos, linfáticos, nervos e ureteres.

105
O principal nervo que chega ao rim é de origem simpática e suas fibras
terminam na maioria das vezes nas arteríolas glomerulares
• Ureter é um tubo muscular que conduz a urina até a vesícula urinária.
A união do ureter na vesícula urinária é feita de forma obliqua (junção
ureterovesicular) permitindo o funcionamento como uma válvula que
evita o refluxo da urina quando do enchimento.

A vesícula urinária (Bexiga) é um órgão muscular (musc. liso), oco e


complacente, formado por um epitélio de transição.
• A vesícula urinária apresenta um colo que se liga à uretra através do
esfincter externo (músculo esquelético)

Microestrutura
106
• A unidade funcional renal é o néfron . É composto pelo glomérulo, cápsula
de Bowman, Túbulo contorcido proximal (TCP), Alça de Henle ( Ramo
descendente delgado, Ramo ascendente delgado, Ramo ascendente
espesso), Túbulo contorcido Distal, Túbulo coletor cortical e Ducto
Coletor. Este último deságua na Pelve Renal.

GLOMÉRULO

• Número de néfrons entre as espécies


Bovinos - 4 milhões
Suíno – 1,25 milhões
Humanos – 1 milhão
Cão – 500 mil
Gato 250 mil
• Dentro das espécies, quando ocorre variação do tamanho do animal, não
ocorre variação no número de néfrons, ocorre um aumento do tamanho
do néfron
• Dois tipos principais de néfrons podem ser evidenciados considerando-se
a localização do glomérulo e a profundidade de penetração da alça de
Henle na medula
􀂾 Néfrons corticais ou corticomedulares associados com alça de
Henle curta
􀂾 Néfrons justamedulares associados com alça de Henle longa.

Obs* 100% dos nefrons dos cães e gatos são de alça longa . Nos humanos
representam 14% do total e nos suínos apenas 3%.

GLOMÉRULO

107
Tufo capilar onde ocorre a filtração do plasma e inicia a formação da urina.
• Apresenta uma arteríola aferente e uma arteríola eferente.
• A arteríola eferente dá origem a uma estrutura vascular (capilares
peritubulares ou Vasa Recta) que penetra na medula renal e envolve a
alça de Henle.

CÁPSULA DE BOWMAN
É uma camada de células epiteliais que envolve o glomérulo e recebe o filtrado
glomerular conduzindo-o do espaço de Bowman para o Túbulo contorcido
Proximal

ALÇA DE HENLE
• Apresenta 3 segmentos = Ramo descendente delgado, ascendente
delgado e ascendente espesso

(A diferença está na altura do epitélio do túbulo e não no calibre deste)


TÚBULO CONTORCIDO DISTAL (TCD)
• O Ramo ascendente da alça de Henle retorna até o glomérulo e passa
entre a arteríola aferente e eferente e prossegue dali como Túbulo
Contorcido Distal (TCD)
• A junção do TCD com o glomérulo é chamada de Aparelho
Justaglomerular.
• O TCD se une ao Túbulo coletor cortical que está ligado ao Duto coletor e
finalmente à Pelve Renal

108
MICÇÃO
TRANSFERENCIADA URINA PARA A VESÍCULA URINÁRIA
• o liquido tubular flui através dos túbulos em direção a pelve renal em
função do gradiente de pressão que é menor neste último segmento
• a urina é transportada nos ureteres pelo peristaltismo
• a válvula ureterovesicular impede o refluxo da urina
REFLEXOS DA MICÇÃO
• Os reflexos têm centro de controle na medula sacral tronco encefálico
(Parassimpático)
• Receptores de estiramento da vesícula urinária iniciam o reflexo sacral
que permite contrair e expulsar a urina
• O Tronco cerebral previne a contração da vesícula urinária e abertura do
esfíncter externo
• O controle cortical intervém e permite a micção.
• Uma vez iniciado o esvaziamento este é sempre completo. (Reflexo com
participação dos receptores de fluxo da uretra que mantém a vesícula
urinária sob contração)
• O controle da micção é exclusivamente parassimpático, mas durante a
ejaculação o colo da vesícula urinária se mantém contraído evitando a
ejaculação retrógrada (para dentro de vesícula urinária).

SISTEMA NERVOSO

109
O sistema nervoso é um sistema complexo de comunicação e controle no
corpo animal. Ele monitora ambiente interno e externo ao animal e dirige
atividades para manter o bem-estar do corpo. Entender como o sistema
nervoso é organizado e como funciona pode nos ajudar a apreciar o que
acontece em um animal anestesiado, intoxicado com uma neurotoxina ou
incapaz de se movimentar apropriadamente após um trauma.

Alterações externas no corpo


Dirige a informação ao SNC , Informação sensorial é captada, analisada,
estocada e integrada para produzir uma resposta .
Resposta motora instrui o corpo a fazer algo (contração de um músculo)

Alterações internas no corpo


Dirige a informação ao SNC
Informação sensorial é captada, analisada, estocada e integrada para
produzir uma resposta
Resposta motora às vísceras (músculo liso, cardíaco e glândulas)

FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO


Iniciar e regular movimentos do corpo;
Regular as secreções das glândulas;
Recolher informações sobre o ambiente externo através dos sentidos (visão,
olfato, paladar, audição, tato, equilíbrio) e mecanismos para detectar dor,
temperatura e pressão;
Coordenar sede, fome, raiva, medo e comportamento sexual apropriado para
a sobrevivência;

NEURÔNIOS E CÉLULAS DE SUPORTE

Neurônio: Unidade funcional básica do Sistema nervosa


Alta exigência de oxigênio
Após no nascimento do animal os neurônios perdem a capacidade de se
reproduzir, mas podem se regenerar se o corpo celular permanecer intacto

110
Lesões são frequentemente debilitantes e de efeitos duradouros
Estrutura básica: dendritos (terminal de recepção), Corpo celular (centro
metabólico) e Axônio (Terminal de transmissão)
Corpo celular (soma ou pericário)
Dendritos: recebem estímulos ou impulsos de outros neurônios e conduzem
ao corpo celular. Podem ser transformados em receptores sensoriais: recebem
ou sentem estímulos como calor, frio, tato, pressão, estiramento etc…
Axônios (nervos): conduzem impulsos nervosos para longe do corpo celular
em direção a outro neurônio ou à célula efetora. Quando cobertos por uma
bainha de mielina: aumentam a velocidade de condução dos impulsos
nervosos
NEURÓGLIAS
Neuróglia ou células da glia: células de suporte e de proteção dos neurônios.
Formam a bainha de mielina

SINAPSES
Região de Transmissão do impulso nervoso

111
NERVOS
Nervos aferentes (sensitivos ou sensoriais): conduzem impulsos nervosos
da periferia em direção ao SNC. Conduzem sensações dos receptores
sensoriais da pele e de outras localizações

Nervos eferente (motores): conduzem impulsos nervosos do SNC para a


periferia (músculos e outros órgãos)
REFLEXOS E O ARCO REFLEXO
Reflexos: respostas rápidas a estímulos, concebidos para proteger o
organismo e manter a homeostasia

Arco Reflexo: estrutura básica do reflexo

Receptor Sensorial: Detecta alterações


N. Sensorial (Aferente): Leva impulso ao SNC
Comunicação entre o n. Sensorial e Inter neurônios - Resposta integrada.
Resposta é levada p/ n. motor (eferente) ao órgão alvo

112
DIVISÃO ANATÔMICA DO SN
Sistema nervoso central (SNC): encéfalo e medula espinhal
Sistema nervoso periférico (SNP): nervos e terminações nervosas

113
O ENCÉFALO
Divisão Embriológica

Divisão Anatômica
Formado pelo cérebro, cerebelo, diencéfalo e tronco encefálico
Cérebro

Controla comportamentos
Coordena a maior parte das funções motoras e sensitivas do organismo
Cerebelo
Controle motor: equilíbrio e coordenação dos movimentos
Tronco encefálico

Controle das funções de suporte básicas do corpo (controla coração,


respiração, diâmetro dos vasos sanguíneos, deglutição e vômito)

114
CÉREBRO (Telencéfalo)
Hemisférios cerebrais D e E - Separados por uma fissura longitudinal e outra
transversal
Sulcos e Girus

115
CEREBELO (Metencéfalo)
Verme do cerebelo
Hemisfério cerebelar D e E

116
TRONCO ENCEFÁLICO (Diencéfalo, Mesencéfalo e Mielencéfalo)

DIENCÉFALO
Tálamo; epitálamo e hipotálamo
Tálamo: conectam os hemisférios cerebrais com o tronco encefálico e medula
espinhal
Epitálamo:

Glândula pineal; importante papel no ciclo circadiano e reprodutivo pela


secreção da melatonina. Também controla o cio, o crescimento de pelos e
penas, a muda das mesmas e a postura dos ovos. Com isso tem papel
importante no ciclo reprodutivo sazonal de animais.

Hipotálamo:
Glândula pituitária (hipófise): regula a produção e liberação de hormônios. É
o centro principal do comando víscera, responsável pelas funções vitais dos
animais como fome, sede e sexo.

117
118
MESENCÉFALO
Pedúnculos: conectam a medula espinhal e o tronco encefálico aos
hemisférios cerebrais
Colículos: rostrais (reflexos visuais) e caudais ( audição)

119
MIELENCÉFALO
Bulbo ou Medula oblonga: continuação cranial da medula espinhal; contém
centros autônomos e núcleos de nervos cranianos

120
SISTEMA VENTRICULAR
Cavidades por onde circula o líquor ou líquido cefalorraquidiano
Proteção mecânica ao encéfalo
Ventrículos laterais direito e esquerdo (I e II )(localizados no hemisférios
cerebrais);
III ventrículo (localizado no diencéfalo)
IV ventrículo (localizado no tronco encefálico.
O III e o IV ventrículo se comunicam através do aqueduto mesencefálico

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MENINGES
São membranas fibrosas que revestem o sistema nervoso central
Dura-máter: membrana mais externa, rica em colágeno, o que a torna
espessa e resistente
Aracnóide: membrana justaposta entre à dura-mater e a pia-máter, formada
por várias trabéculas por onde passa o líquor. Contém vasos e nervos.

Pia-máter: meninge mais delicada e mais interna. Adere intimamente ao tecido


nervoso.

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QUESTÕES DE REVISÃO
Qual a importância do sistema nervoso para o organismo animal?
Como ocorre a integração do corpo (alterações internas e externas) com o SN?
Quais as funções do Sistema Nervoso?
O que são os neurônios, quais são as suas partes e a sua função?
O que são as neuroglias?
O que são sinapses?
Quais os tipos de nervos existentes? Qual a função de cada um deles?
O que é um reflexo ?
O que é um arco reflexo? Como ele acontece?
Qual é a divisão anatômica do Sistema Nervoso?
Qual é a divisão embriológica do Encéfalo?
Qual é a divisão anatômica do encéfalo? Qual a função de cada uma das
partes?
Quais são as estruturas presentes no encéfalo em todas as regiões? Qual a
função de cada uma delas?
O que é o sistema ventricular? Qual líquido importante temos passando neste
sistema? Quais os ventrículos existentes e onde cada um deles se localiza?
O que são e quais são as meninges que protegem o sistema nervoso? Onde se
localizam cada uma delas?

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ORGÃOS DOS SENTIDOS

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