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Análise e Comentário Crítico

Acção de Formação: Práticas e Modelos na Auto-avaliação da Biblioteca


Escolar
Formadoras: Fernanda Freitas e Regina Campos
Formanda: Márcia Morgado
Turma: DREN T1

2010
Tendo por base a amostra de Relatórios de avaliação externa que elegeu, faça uma
análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE, nesses
Relatórios.

1. Introdução

Para a realização deste trabalho, além do Modelo de Auto-avaliação da


Biblioteca Escolar (MAABE), tive como suporte o guião da sessão, o documento
“Tópicos para a apresentação da escola: campos de análise de desempenho” e,
ainda, os Relatórios de Avaliação Externa das Escolas.

Tal como foi solicitado, procurarei analisar e comentar os dados acerca da BE


que constam nos relatórios seleccionados como amostra, de um modo objectivo e
conciso.

2. Amostra

Para a realização desta tarefa, seleccionei os Relatórios de Avaliação Externa das


seguintes Escolas:

 Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão


 Agrupamento de Escolas D. Maria II, em Vila Nova de Famalicão
 Escola Secundária D. Sancho I, em Vila Nova de Famalicão.

3. Fundamentação da escolha da amostra

A escolha recaiu em três escolas (Relatórios publicados na página da IGE) do mesmo


concelho, pois é a minha terra natal. Escolhi os anos lectivos mais recentes, com o intuito
de mostrar a actualidade do estudo realizado e analisar a importância dada à Biblioteca
Escolar nos Relatórios de avaliação externa das escolas.

[2]
4. Análise dos Relatórios de Avaliação Externa das escolas

Nesta secção, apresento, sinteticamente, os aspectos que considerei relevantes


relativamente ao cruzamento da informação contida nos relatórios citados em supra e
a estrutura do MAABE.

4.1 Escola Secundária Camilo Castelo Branco

Depois de ler e analisar o relatório de avaliação desta escola, cheguei às seguintes


conclusões:

 não há referências claras ao trabalho realizado pela Biblioteca Escolar (BE)


no Domínio A - Apoio ao Desenvolvimento Curricular;
 no Domínio B - Leitura e Literacias, verificam-se duas alusões à BE, uma na
secção IV. Avaliação por factor, mais concretamente no tópico Sucesso
académico, focando a adesão ao PNL, e no ponto 4.3 Abertura à Inovação
(pág. 11), onde a escola mostra a implementação das propostas do PNL;
 no Domínio C - Projectos, parcerias e actividades livres e de abertura à
comunidade, mais concretamente no subdomínio C.2 Projectos e parcerias,
surge na secção 4.3 Abertura à Inovação (pág. 11) a participação em
projectos de âmbito nacional, nomeadamente a RBE e o PNL;
 no Domínio D - Gestão da BE, encontra-se uma menção em relação à BE no
campo II Caracterização da escola (pág. 3), referindo que a BE funciona em
monoblocos, devido ao Programa de Modernização do Parque Escolar
(limitação do espaço).

Nota-se que o espaço limitado da BE, devido á intervenção do Parque Escolar,


limita o trabalho levado a cabo pela BE, contudo o número e o tipo de abordagens em
que se menciona a BE mostra que o papel da BE não é totalmente valorizado. Talvez,
após a reformulação do espaço físico, o conceito da BE evolua e sejam muitos os
apontamentos relativos ao trabalho realizado pela BE desta escola.

[3]
4.2 Agrupamento de Escolas D. Maria II
Após a leitura e estudo do relatório relativo a este Agrupamento, tirei as
seguintes ilações:
 no Domínio A - Apoio ao Desenvolvimento Curricular, não há
referências ao trabalho desenvolvido pela BE;
 no Domínio B - Leitura e Literacias, o relatório de avaliação, no campo
4.4 Parcerias, protocolos, projectos (p. 12), aponta a implementação das
propostas do PNL;
 o Domínio C - Projectos, parcerias e actividades livres e de abertura à
comunidade, nomeadamente no subdomínio C.2 Projectos e parcerias,
é focado na secção 4.4 Parcerias, protocolos, projectos (p. 12), já que
enumera a participação da escola em projectos de âmbito nacional,
como o PNL e a RBE;
 no Domínio D - Gestão da BE, deparamo-nos com alusões à BE em todos
os seus subdomínios. No tópico 2.4 Abrangência do currículo e
valorização dos saberes e da aprendizagem (p. 9), verifica-se que há
uma valorização do “acesso à leitura pelo investimento que é feito no
Agrupamento” e no ponto 3.3 Gestão dos recursos materiais e
financeiros (p. 10), realiza-se um investimento deste Agrupamento ao
criar uma nova BE numa das suas escolas do 1º Ciclo. No campo 2.3
Diferenciação e apoios (p.8), é dito que o espaço da BE tem boas
condições e no campo 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros
(p. 10), conhece-se a realidade do Agrupamento, isto é, têm escolas do
1º Ciclo sem BE, mas uma delas foi contemplada com uma BE com
“Muito boas condições educativas”.

Tendo em conta o Relatório, depreende-se que este Agrupamento é sensível à


importância e papel da BE, daí ter construído uma BE numa das escolas do 1º Ciclo. No
entanto, as referências ainda são poucas e vagas em relação ao trabalho realmente
desenvolvido pela BE.

[4]
4.3 Escola Secundária D. Sancho I

A leitura e investigação do relatório de avaliação da escola levam às seguintes


deduções:

 não há apontamentos para o Domínio A - Apoio ao Desenvolvimento


Curricular;
 o Domínio B - Leitura e Literacias não elementos a reter do relatório;
 no Domínio C - Projectos, parcerias e actividades livres e de abertura à
comunidade, encontram-se referências para todos os subdomínios. No
ponto 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros (p. 10), é referido
que o espaço da BE é organizado, devidamente rentabilizado e com
elevada frequência de utilização; no campo 4.4 Parcerias, protocolos,
projectos (p. 12) é salientado o papel da RBE;
 o Domínio D - Gestão da BE é tocado em todos os seus subdomínios. No
ponto II. Caracterização da escola (p.3), é incluída a BE; na secção 3.3
Gestão dos recursos materiais e financeiros (p. 10), destacam-se a
organização e a elevada frequências de utilização e a existência de um
orçamento para a BE.

Este relatório não evidencia claramente o trabalho transversal que uma BE pode/deve
desenvolver, não permitindo uma análise dos elementos correspondentes aos
diferentes domínios e subdomínios que dão corpo ao MAABE.

[5]
5. Conclusão

Após a realização deste trabalho, concluo que o relatório de avaliação externa das
Escolas, normalmente, não espelha o trabalho desenvolvido pela Biblioteca
Escolar.

A implementação do MAABE não é, na minha opinião, suficiente, para a


valorização do papel da BE.

Para a BE adquirir o seu verdadeiro lugar e importância, é necessário que o


relatório de avaliação externa das escolas contemple uma secção dedicada, em
exclusividade, a este serviço. Caso contrário não terá a sua máxima rentabilidade.

Por fim, gostava de salientar que, pelo facto de nos relatórios analisados haver
poucas menções ao trabalho desenvolvido pela BE, não significa que seja esta a
imagem real da BE e do(s) Professor(es) Bibliotecário(s).

[6]

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