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Resumo do capítulo 8: CATEGORIAS, FLEXÕES E USOS DO VERBO

O verbo é uma palavra invariável que exprime ações ou um acontecimento


representando o tempo e pode variar em tempo, modo, pessoa e número. Segundo
Azeredo (2008), podemos reconhecer no verbo essas características: dictum (o que é
objeto da comunicação) e modus (a atitude do enunciador em relação ao objeto da
comunicação). O modus pode se realizar de várias maneiras: desde a entonação da frase
para exprimir certeza, dúvida etc.“Também se pode recorrer a verbos que expressam
atitudes, como “saber”, “duvidar” e “supor”, e a advérbios, como “talvez”,
“sinceramente”, “obviamente” etc. Trata-se de recursos de modalização ou
modalidade.”
O enunciado é uma parte do discurso oral ou escrito que faz associação a um
contexto. Para a linguística estrutural é um segmento de cadeia falada que utiliza marcas
formais como entonação, silêncios e pontuação. Pertence ao discurso oral e escrito. A
análise clássica da modalidade distingue quatro pares de conteúdos contrastantes:
possível/impossível, certo/contestável, obrigatório/facultativo, permitido/proibido.
O locutor/enunciador é aquele que produz o enunciado enquanto que o
interlocutor/ coenunciador é aquele que recebe.
Modo é o nome dado as diferentes formas que o verbo pode apresentar: certeza, dúvida,
suposições, ordem, etc. No português há 3 modos verbais: indicativo, subjuntivo e
imperativo. O modo indicativo é utilizado quando o falante exprime certeza do que é
enunciado. É utilizado também na construção de enunciados mais simples em que
ocorre apenas um verbo ou locução verbal. E é encontrado nos tempos passado,
presente e futuro. O modo subjuntivo exprime a existência ou não existência do fato
como uma coisa INCERTA, DUVIDOSA, EVENTUAL, ou, mesmo, IRREAL. Esse
verbo serve para exprimir os fatos em relação ao ponto de vista do enunciador e é
marcado pelo uso de expressões como é que, se ou na construção de hipóteses. Já o
modo imperativo é utilizado para dar uma ordem, fazer um pedido, uma exortação, um
conselho ou uma advertência. As formas verbais do indicativo e subjuntivo variam para
situar os fatos em diferentes períodos de tempo: (amo/presente; amei, amava,
amara/passado; amaria, amarei/futuro e ame/presente; amasse/passado e amar/ futuro)
enquanto que o modo imperativo é invariável quanto ao tempo, tendo as formas de
imperativo negativo e afirmativo. Outra questão é que não conjugamos o imperativo na
primeira pessoa do singular. Outra diferença entre os modos é com relação às funções
da linguagem. Enquanto o indicativo e subjuntivo ocorrem em todas as funções da
linguagem, o imperativo se restringe à função conativa.
“As funções da linguagem são recursos de ênfase que atuam segundo a intenção
do produtor da mensagem, cada qual abordando um diferente elemento da comunicação
(emissor, receptor, mensagem, canal, referente ou contexto, e código).” Função
referencial: tem o referente como predominante, com significação básica e é objetiva;
função conativa: está para o receptor e encontra sua expressão mais pura no vocativo e
imperativo; função emotiva: centrada no remetente e “visa a uma expressão direta da
atitude de quem fala em relação àquilo de que está falando”; função poética:a
mensagem por ela mesma e explora os recursos da retórica (metáforas, metonímias
etc.); todavia não se encontra apenas nos escritores; função metalinguistica:
Predominância do código. A mensagem é explicada em outras palavras, a fim de ser
entendida pelo destinatário e função fática: Procura estabelecer a comunicação atraindo
a atenção do destinatário. Há predominância do canal (ou contato).
Vocativo: chamamento. O vocativo também pode aplicar-se às coisas
inanimadas como se lhes emprestássemos vida: Ex: Ó mar,...
O tempo indica se o fato expressado pelo verbo se passa no presente ou
momento em que se fala, passado/pretérito, ou antes, do momento em que se fala e
futuro ou após o momento em que se fala. O presente não se divide, mas o futuro e o
pretérito têm subdivisões. Modo indicativo: presente – amo; pretérito perfeito simples –
amei - e composto – tenho amado; mais que perfeito simples – amara e composto –
tinha/havia amado; imperfeito – amava; futuro do presente simples – amarei – e
composto – terei/haverei amado; futuro do pretérito simples – cantaria – e composto –
teria/haveria cantado. Modo subjuntivo: presente – ame; pretérito imperfeito – amasse;
perfeito – tenha/ haja amado; mais-que-perfeito – tivesse/houvesse amado; futuro
simples – amar e composto – tiver/houver amado. Modo Imperativo: presente
afirmativo – ama, cante; negativo – não ames, não cante.
O presente do indicativo serve para enunciar um fato que está ocorrendo no
momento da enunciação, mas também pode ser usado para indicar ações e estados
permanentes, pára expressar uma faculdade do sujeito ou uma ação habitual e para dar
vivacidade a fatos ocorridos no passado ou marcar um fato no futuro próximo. Ex1:
Está tarde. 2: Marcos é gordo. 3: A verdade dói. 4: Janto contigo em outra ocasião.
O pretérito se divide em perfeito, mais-que-perfeito e imperfeito. O imperfeito
indica uma ação incompleta ou inacabada que se realizou no passado, para indicar uma
ação realizada no passado habitual ou repetida e para indicar fatos concebidos como
contínuos ou permanentes no passado. É o tempo utilizado nos contos de fadas e
historias.
O perfeito possui duas formas, a simples e a composta. A simples é utilizada
para descrever uma ação realizada no passado que foi completamente concluída. É
empregado para descrever o passado tal como aparece a um observador situado no
presente e que o considera do presente.O pretérito composto indica uma ação realizada
no passado que se repete até o momento da fala.
O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação que ocorreu antes de outra ação
passada. A forma simples e composta tem o significado semelhante, embora a simples
seja usualmente empregada em usos formais da escrita, a forma composta é utilizada na
fala.
O futuro do indicativo é o tempo verbal que situa a ação ou o estado num
momento posterior ao momento em que se fala e apresenta duas formas: futuro do
presente e futuro do pretérito. O futuro do presente pode ser simples e composto.
Quando simples pode indicar fatos certos, prováveis e incertos. O composto é para
indicar que uma ação futura está consumada antes da outra, para exprimir certeza de
uma ação futura, e também para expressar incertezas sobre fatos do passado.
O futuro do pretérito também é dividido em simples e composto. Quando
simples, designa ações posteriores à época de que se fala além de empregado para ações
condicionais que não se realizaram e que possa não se realizar. Quando composto
indica um fato realizado no passado, exprime a possibilidade de um fato passado e a
incerteza sobre fatos passados, em certas frases interrogativas que dispensa a resposta
do interlocutor
O presente do subjuntivo situando um fato num intervalo de tempo simultâneo
ou posterior a presente, o presente do subjuntivo representa-o como não concluído. O
pretérito do subjuntivo pode ser perfeito, imperfeito ou mais-que-perfeito.
O imperfeito do subjuntivo pode ter valor de passado, presente e futuro. O
perfeito exprime um fato passado supostamente concluído e um fato futuro concluído
em relação a outro fato futuro. O mais-que-perfeito pode indicar uma ação anterior a
mencionada ou algo irreal do passado.
O futuro do subjuntivo apresenta-se como simples e composto. No simples
marca eventualidade no futuro e é também usado nas orações subordinadas: a)
adverbiais – condicionais conformativas e temporais; b) adjetivas cuja principal venha
enunciada no futuro ou no presente.
O futuro do subjuntivo composto indica uma ação futura concluída em relação a
outra. Ex: Quando tiver terminado a leitura, poderá sair.
O imperativo só possui um tempo verbal: o presente e pode ser dividido em
afirmativo e negativo. Na construção do modo afirmativo, podemos ver uma mistura
entre o tempo presente do indicativo e do subjuntivo. Na forma negativa basta colocar o
não na frente do verbo.
“O aspecto refere-se à duração do processo verbal, independentemente da época
em que esse processo ocorre. Essa duração pode ser representada como momentânea ou
contínua eventual ou habitual, completa ou incompleta.” O aspecto é centrado na linha
do tempo e nada tem a ver com enunciador.
a) a oposição entre o conteúdo perfectivo — pretérito perfeito e mais-que-perfeito
(cantei/cantara) — e o conteúdo imperfectivo — pretérito imperfeito (cantava);
b) a oposição entre as formas perifrásticas de estar + gerúndio e as respectivas formas
simples (estou cantando X canto);
c) a oposição entre as formas compostas de ter + particípio e as formas
imperfectivas simples (tenho cantado X cantava).
Pode ser concebido de duas formas: completo e concluído; incompleto e não
concluído. E como processo pode ser progressivo, isto é, algo que se estende no tempo e
não progressivo ou algo simples.

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