Psicanálise Winnicott e Watterson: diálogo mais que pertinente
Autor: Jose Antonio Mariano | Publicado na Edição de: Março de 2015
Categoria: Psicanálise 1. Introdução
William B. Watterson II publicou “Calvin and Hobbes” pela primeira vez em
11 de novembro de 1985; nascia assim um dos personagens mais instigantes do mundo dos quadrinhos, alguém capaz de se transformar em tiranossauro, tubarão, detetive, astronauta, super-herói, todos alter-egos de um menino que se existisse seria tido como hiperativo e talvez medicado com metilfenidato e não vivenciaria seu “objeto transicional” presente em seu tigre de pelúcia, Hobbes; sem medicação “morreu” em 1º de janeiro de 1996, deixando órfãos fãs saudosos de um moleque de seis anos que varava o mundo real dos adultos perseguido por seu tigre de pelúcia e com uma perspicácia tão insinuante quanto embaraçosa.
O Brincar nas Perspectivas: Freudiana, Kleiniana e Winnicottiana
Resumo: Quando se refere ao brincar existe a impressão de algo recreativo e
divertido, porém, para psicologia e psicanálise, vai além das linhas do recreativo. O brincar ocupa um valor significativo no desenvolvimento humano. Neste trabalho tentou-se mostrar a importância do brincar na vida do infante e no processo terapêutico nas perspectivas dos teóricos: Freud, Klein e Winnicott. Visto que na psicanálise o brincar é utilizado como instrumento de avaliação e intervenção, permitindo ao analista acompanhar o desenvolvimento emocional da criança. Dando destaque à atividade lúdica da criança com expressão de seus desejos, traumas e elaboração dos seus conflitos.
A Psicanálise com Crianças
Resumo: A visão sobre a infância tem passado por diversas transformações ao
longo da história, de “pecadora ou anjo” a “esperança da sociedade”. E embora a experiência analítica com crianças não seja um campo a parte do referencial teórico da psicanálise, possui algumas especificidades. Tais particularidades variam de acordo com cada criança e devem estar em conformidade com o momento estrutural no qual esta se encontra. O objetivo final deste artigo é que os leitores tenham uma primeira aproximação com as teorizações referentes à clínica psicanalítica com crianças. O Monstro e a Transmissão da Violência
Resumo: A violência é um tema que perpassa nossos dias, mas que
provavelmente sempre atravessou a história da sociedade. Durante gerações, a violência mudou de formas expressivas e de contextos socialmente aceitos para outros, de um grupo social para outro, mas nunca deixou de existir. Em muitas de suas formas de expressão é possível que a violência resulte em assassinato. Esse ato carrega em si sentimentos como raiva, desejo de vingança e aniquilação do outro, diretamente ou indiretamente ligados à vítima. O autor desse tipo de violência – o assassino – geralmente é visto como um monstro. Porém, a violência só pode ser estudada de forma multidisciplinar, pois são vinculados à violência alguns conceitos culturais, problemas de ordem social e econômica, além das psicopatologias individuais, sendo que ela pode ser perpetuada e tomar para si outros modos de se colocar ao longo das gerações e das relações, instituindo formas de se relacionar com o outro e com a vida. Mas o que leva um indivíduo a cometer o assassinato? Qual a história social e familiar por trás disso? Este artigo, enfim, tem por objetivo discutir a violência e sua transmissão, sendo frequentemente projetados nas vítimas os traumas que se iniciaram com as figuras parentais, tendo concomitantemente o meio social e os problemas de ordem econômica como pano de fundo. Sendo assim, o artigo tem como ilustração o filme “Monster – Desejo Assassino”, dirigido e escrito por Patty Jenkins e baseado em uma história real.
Fantasia e Gozo na Obra O Pequeno Príncipe
Resumo: Este artigo propõe um diálogo entre a Literatura e a Psicanálise,
através da história de um menino que sente a necessidade de fugir do seu planeta e desbravar pelo desconhecido em busca de respostas. Trata-se da conhecida história do Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry. Temos, então, um príncipe que sente a responsabilidade de cuidar e proteger sua rosa, único ser que lhe faz companhia e que, ao mesmo tempo, demanda-lhe um amor quase insuportável. A busca do garoto é alucinante, ele percebe que há um vazio e vai ao encontro daquilo que supostamente possa preencher essa hiância, mesmo que não compreenda exatamente o que é.
O Lado Obscuro da Paternidade: Pais que Intencionalmente Matam seus Filhos
Resumo: O amor paternal é um dado inquestionável em nossa sociedade.
Acredita-se que os pais amam e veneram seus filhos acima de qualquer coisa, evitando, assim, muitas vezes pensar na violência familiar, que é parte inerente de nossas vidas e esteve presente desde os tempos mais remotos. Por mais que temos a certeza de que a violência é comum com crianças, negamos falar sobre estes assuntos, e evitamos ainda mais falar ou pensar na morte de um filho. E quando esta morte é praticada pelo próprio pai é como se todos os sonhos e perspectivas futuras fossem esvaídos. Desta forma, este artigo tem o objetivo de investigar e analisar os aspectos envolvidos em pais que intencionalmente mataram seus filhos. A pesquisa foi realizada por meio da entrevista psicanalítica na modalidade de estudo de caso, com um pai que ateou fogo em sua própria casa, matando três de seus filhos. O método utilizado para a interpretação dos dados foi o psicanalítico, no qual o objeto de pesquisa e o pesquisador são formados no próprio ato de pesquisa, e não se considera hipóteses prévias ou etapas predefinidas. Com esta pesquisa se pode perceber que, apesar de o pai estar envolvido no assassinato dos filhos, este nega o crime, mesmo havendo evidências e condenação para tal. Constatou-se nessa pesquisa que apesar de o pai considerar o filho como tudo em sua vida, ele coloca fim a esse tudo e as expectativas e desejos futuros em relação ao filho. Nesta perspectiva, torna-se fundamental o estudo sobre o filicídio e os aspectos envolvidos na relação parental.
Sabina Spielrein: Uma das Primeiras Mulheres da História Psicanalítica
Resumo: Este artigo é fruto de uma revisão bibliográfica acerca do apanhado
de vida de Sabina Spierlrein, simultaneamente representando o seu percurso inicial e final em sua relação com a psicanálise. O assunto tema explanado foi possível ser articulado através de recortes históricos, pesquisas bibliográficas e do filme "Jornada da Alma’’, com o intuito de primeiramente resgatar fases e desdobramentos de seu histórico de vida, assim como dados relevantes registrados por autores como David Cronenberg, John Kerr, Aldo Carotenuto, entre outros, que correlatam influências e evidências acerca da trajetória existencial de Spielrein, fazendo com que o seu nome seja imortalizado na história psicanalítica. Outro ponto importante, juntamente com a homenagem dedicada a Sabina Nikolajevna Spielrein, é o destaque de como a histeria apresenta-se na atualidade, no século XXI.
Sobre A Toxicomania e Psicanálise: O Sujeito Adicto na Clínica e as
Intervenções
Resumo: Segundo artigo “Psicanálise: A mente segundo a teoria de Sigmund
Freud” (Noções básicas de Psicanálise – Charles Brenner – Editora Imago 5ª Edição), o método se popularizou de tal forma que suas teorias são, muitas vezes, veiculadas de modo errôneo, como tudo que passa por um processo de grande divulgação, em especial numa sociedade de massas como a nossa. Assim, é preciso esclarecer o significado dessa expressão. O que é psicanálise? Em primeiro lugar, uma teoria que pretende explicar o funcionamento da mente humana. Além disso, a partir dessa explicação, ela se transforma num método de tratamento de diversos transtornos mentais. Há uma dificuldade do público leigo em diferenciar os profissionais psi. A princípio, mesmo que outros utilizem teoricamente o termo, o psicanalista é o único terapeuta que trabalha considerando a presença e ação do Inconsciente. E para fazer um curso de formação, na maioria das escolas, bem como ser membro Pesquisador ou Profissional, o candidato tem que ter nível superior, além da formação em Psicanálise, que dura cerca de dois anos. Porém, a Psicanálise não se resume ao consultório. Pretendo, nesta tese, apresentar situações em que a Teoria Psicanalítica pode ser utilizada e adequada a cada situação, inclusive, que foge às quatro paredes da clínica. A vida diária é tão complexa quanto o inconsciente, portanto, para cada ato encontramos respostas na Psicanálise, obtendo assim um diálogo com a Filosofia. Pensar e agir conforme a Teoria Psicanalítica pode ser a chave para grandes questões e paradigmas que afligem o ser humano nos tempos atuais. O problema com a drogadicção é amplamente dissertado na tese e ainda pontuo situações onde o poder público não se faz eficaz e o que deveria fazer com relação à dependência química. A internação de curta duração é um caminho viável.