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Quais as principais abordagens da Psicologia: Tipos de psicoterapia e

abordagens da Psicologia
O termo psicoterapia é genérico e costuma ser utilizado para designar qualquer tratamento
realizado com métodos e propósitos psicológicos (Zimerman, 1999).

A Psicoterapia também trabalha com Testes Psicológicos: Neste site você pode conhecer
alguns testes de psicologia, testes de inteligência e testes de personalidade. Acesse estes links.
Em Psicologia, há três referenciais onde cada um deles nos levará a sua concepção teórica e a
um procedimento técnico diante do indivíduo, paciente desse processo e objeto de um estudo
e acompanhamento clínico:

1.Behaviorista;
2.Fenomenológico – Existencial;
3.Psicanálise.

Embora as abordagens sejam diferentes, com olhares diversos sobre o objeto de estudo, cada
uma delas tem a sua importância na instrumentalização do psicólogo em sua ação
psicoterapêutica.

O modelo inicial da prática clínica em Psicologia surgiu do modelo médico. Esse buscava
estabelecer diferenças entre desordens orgânicas, endógenas e desordens orgânicas exógenas,
procurando estabelecer relações entre elas e os distúrbios do comportamento, além de fazer
relações entre distúrbios orgânicos e os distúrbios psicológicos, com o intuito de estabelecer
quadros classificatórios e dessa forma, observá-los (Trinca, 2001).

Apresentaremos uma breve descrição das três abordagens em questão, particularizando a


Psicanálise que será a destacada nesta Monografia.

1. A ABORDAGEM BEHAVIORISTA
Para Reese (1966, apud Banaco, 1997) o conceito de análise aplicada ao comportamento,
também conhecida como modificação do comportamento, teve origem a partir de trabalhos
sobre condicionamento operante em animais, realizados em laboratórios por Skinner entre os
anos de 1930 e 1960. Após esses estudos, os conceitos foram ampliados para os de
comportamento humano em diversas áreas como a educação, desenvolvimento infantil,
aconselhamento e a psicoterapia, entre outros.

A obra de Skinner pode ser comparada apenas com a de Freud sobre a Psicanálise. Seus
trabalhos tiveram imensa repercussão em todo o mundo. Segundo Fadiman e Frager (2002)
Skinner se baseou nos comportamentos observáveis das pessoas e dos animais. Sua aversão e
a desconfiança de explicações mentais, subjetivas, intervenientes ou fictícias levaram-no a
propor formas distintas de observação, discussão e compreensão da personalidade.

De acordo com Banaco (1997) o behaviorismo é uma teoria rica e profunda, que procura
chegar às raízes do comportamento humano. A abordagem comportamental, como é também
denominada, tem tentado através do estudo de modelos experimentais, entender as variáveis
de controle de vários problemas humanos. Dessa forma, seus estudos buscam descrever
causas, efeitos de variáveis e possíveis formas de modificar esses problemas.

Sua metodologia prioriza o estudo do sujeito único, em suas relações comportamentais


estabelecidas com o ambiente no qual está inserido. Mais importante do que a descrição das
respostas que levam os indivíduos aos consultórios é o conhecimento da função que essas
respostas apresentam nesse ambiente. O modelo é darwinista e baseia-se em seleção das
respostas (ditas comportamentos) por consequências, portanto, Skinner não discute as
manifestações comportamentais em termos de normal e patológicas (Banaco, 1997).

Skinner adotou uma posição como tese de que somente o comportamento pode ser totalmente
descrito, isto é, mensurável, observável e perceptível através de instrumentos de medida
(Fadiman e Frager, 2002).

Para essa abordagem, portanto, o comportamento é o objeto de estudo que tenta descrever
dentro de quais determinadas circunstâncias o indivíduo responde daquela forma e quais as
consequências seguem-se a essa resposta de forma a mantê-la. Qualquer mudança nas
circunstâncias, na resposta ou nas consequências, modificará toda a relação e, portanto, o
comportamento (Banaco, 1997).

A grande ferramenta que os analistas do comportamento têm para descreverem e


manipularem essas relações é a análise funcional. Através desse tipo de análise é possível
encontrar as relações estabelecidas entre indivíduo e ambiente, assim como a experimentação
de modificações nessas relações, que é descrita por Banaco (1997) como técnicas
comportamentais.

No cenário clínico, há algumas técnicas que podem ser utilizadas como tratamento, como por
exemplo, as de recompensa e punição (reforço positivo e negativo) e de dessensibilização
(Fadiman e Frager, 2002).

Na teoria cognitiva, como também é denominada a abordagem behaviorista, mais


particularmente a abordagem cognitiva comportamental, o comportamento nunca é visto de
forma isolada, pois ele sempre está inserido em um contexto onde haverá a sua significação
(Banaco, 1997).

Será necessário que o terapeuta consiga identificar as contingências nas quais o indivíduo está
inserido e com base nelas efetuar intervenções de forma a criar, propor ou estabelecer
relações de contingências, auxiliando-o a elaborar melhor seu repertório e assim modificar os
comportamentos que causam sentimentos conflituosos (Banaco, 1997).

Segundo Catania (1973 e 1993, apud Banaco, 1997) na análise de contingências é importante
considerar as probabilidades condicionais que relacionam um evento a outro, ou seja, qual a
probabilidade de um evento ocorrer na presença e na ausência de um e de outro.

Diz Skinner (1953, p 5, apud Banaco, 1997) que “uma formulação adequada da interação
entre um organismo e seu ambiente deve sempre especificar três coisas: (1) a ocasião em que
a resposta ocorre; (2) a própria resposta; e (3) as consequências reforçadoras. As inter-
relações ente elas são as contingências de reforço”.

Finalizando, a observação é um pré-requisito necessário para a definição comportamental.


Assim, todo comportamento que puder ser observado durante o atendimento, seja dentro do
ambiente clínico, hospitalar, em presídios, na residência ou no dia a dia do paciente, poderá
ser tratado com essa abordagem.

2. A ABORDAGEM FENOMENOLÓGICA – EXISTENCIAL

Essa abordagem inclui uma ampla gama de técnicas e práticas em Psicologia, em função de
sua constituição filosófica. Destacaremos apenas Perls nessa abordagem, tendo como base,
suas contribuições para a Psicologia enquanto ciência e, em particular, pelo desenvolvimento
teórico e técnico da Gestalt-Terapia, uma terapia existencial pela sua natureza (Fadiman &
Frager, 2002).
Frederick S. Perls é o criador da Gestalt-Terapia, assim chamada para delimitar o campo
clínico da Psicologia da Gestalt. Ele contribuiu principalmente com os procedimentos da terapia
em si, descrevendo-a como uma terapia existencial, utilizando-se de princípios em geral,
considerados existencialistas e fenomenológicos.

Embora essa técnica tenha incorporado aspectos de várias outras teorias como a Psicanálise, o
Behaviorismo, o Psicodrama, a Psicoterapia de grupos e o Zen Budismo, acima disso a Gestalt-
Terapia é uma abordagem humanista (Fadiman & Frager, 2002).

Segundo estudos feitos por esses autores, a teoria da Gestalt foi inicialmente formulada no
final do século XIX na Alemanha e Áustria. Desenvolveu-se como um protesto contra a
tentativa de compreender a experiência através de uma análise atomística – análise na qual os
elementos de uma experiência são reduzidos aos componentes mais simples, sendo cada
componente analisado separadamente dos outros e em que a experiência é entendida como
uma soma desses componentes (Fadiman & Frager, 2002).

Os autores comentam que a Gestalt-Terapia é, sobretudo, uma síntese de abordagens que visa
a compreensão da Psicologia e dos comportamentos humanos. Isto não lhe tira a originalidade
ou utilidade. Em termos gestálticos, a originalidade e utilidade repousam na natureza do todo
e não na derivação das partes.

Nesse sentido, o princípio mais importante da abordagem gestáltica é o de propôr que uma
análise das partes nunca pode proporcionar uma compreensão do todo uma vez que o todo é
definido pela interação e interdependências das partes. As partes de uma gestalt não mantêm
sua identidade quando estão separadas de sua função e lugar no todo.

Perls sugere que o terapeuta é basicamente uma tela de projeção na qual o paciente vê seu
próprio potencial ausente. A tarefa da terapia é a recuperação desse potencial do paciente. O
terapeuta é sobretudo um habilidoso frustrador. Embora dê satisfação ao paciente dando-lhe
atenção e aceitação, o terapeuta frustra-o recusando-se lhe dar o apoio de que carece
(Fadiman & Frager, 2002).

O terapeuta age de maneira a catalisar as atitudes e comportamentos de seu paciente a fim de


evidenciá-las, tendo o intuito de ajudá-lo a perceber como ele mesmo se interrompe
constantemente e os papéis que esse desempenha, além mostrar como o paciente evita sua
própria conscientização em relação às suas fugas (Fadiman & Frager, 2002).

As projeções que estão envolvidas na relação do paciente com o terapeuta fornecem um


aspecto bastante significativo da fuga que o paciente vivencia em relação ao impasse,
salientam os autores.

De forma resumida, Fadiman & Frager (2002) dizem que dentre as contribuições importantes
que a Gestalt trouxe para a Psicologia, podem ser citadas a forma como é entendida a maneira
como as partes constituem e estão relacionadas com o todo e a de ter sugerido formas sobre
como os organismos se ordenam para alcançar sua organização e seu ótimo equilíbrio
(Fadiman & Frager, 2002).

Violet Oaklander é considerada a primeira enquanto psicoterapeuta de crianças nessa


abordagem e desenvolveu os procedimentos técnicos para a psicoterapia de crianças tendo a
Gestalt – terapia como base teórica.

A Autora utiliza desenhos e trabalhos de fantasias induzidas em crianças como instrumentos


técnicos.

3. A ABORDAGEM PSICANALÍTICA
O termo Psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e a
uma prática profissional. Para compreendermos a Psicanálise se faz necessário percorrer as
descobertas de Freud bem como seu trajeto pessoal, pois grande parte de sua produção foi
baseada em experiências pessoais (Bock, Furtado, Teixeira, 1994).

De acordo com as autoras, Freud inicialmente entendia que todos os fatos mencionados no
discurso dos pacientes tinham verdadeiramente acontecido. Posteriormente, descobriu que
poderiam ter sido imaginados, mas com a mesma força e consequências de uma situação real.
E assim postulou “que aquilo que para o indivíduo assume valor de realidade é a realidade
psíquica” (p 72).

As autoras explicam ainda que o funcionamento psíquico é concebido a partir de três pontos de
vista: o econômico (existe uma quantidade de energia que alimenta os processos psíquicos); o
tópico (o aparelho psíquico é constituído de um número de sistemas que são diferenciados
quanto a sua natureza e modo de funcionamento, o que permite considerá-lo como lugar
psíquico); e o dinâmico (no interior do psiquismo há forças que entram em conflito e que se
encontram permanentemente ativas e a origem dessas forças é a pulsão).

A pulsão se refere a um estado de tensão que busca através de um objeto, a supressão desse
estado. Freud menciona a existência das seguintes pulsões: de vida (abrange as pulsões
sexuais e as de autoconservação e está relacionada a Eros) e a de morte (pode ser
autodestrutiva ou estar dirigida para fora e manifestar-se como pulsão agressiva ou destrutiva,
relacionada a Tanatos).

Gonçalves, Magalhães e Reis (1984 p 47-48) citam que Freud publicou em 1923 uma nova
concepção sobre a estrutura da personalidade e a denominando-a de 2ª tópica, também
conhecida como concepção estrutural da personalidade. Complementou assim a 1ª tópica que
anteriormente havia apresentado os conceitos de Inconsciente, Consciente e Pré-consciente.

Explicam, ainda, os autores que na 2ª tópica, Freud dividiu a personalidade em três regiões
que possuem relações mútuas ente si: o Id, o Ego e o Superego.

Podemos entender por Id, a representação da parte obscura e inacessível da personalidade, ou


seja, seu conteúdo é de impulsos apenas em busca de descarga afetiva. “Ele é a expressão
dos impulsos de vida e de morte que Freud verá presente e todo o organismo vivo”
(Gonçalves, Magalhães e Reis, 1984 p 47-48).

“O Id é orientado exclusivamente pelo princípio do prazer e não conhece nenhum tipo de


julgamento de valor, ignorando o bem, o mal e a moralidade” (Gonçalves, Magalhães e Reis,
1984 p 48).

O Ego, na concepção freudiana não está presente no início da vida, devendo ser desenvolvido
durante a vida do indivíduo. Na ótica genética, uma parte do Id é adequadamente modificada
pela proximidade e contato com o mundo externo, sendo esse o fator decisivo na formação do
Ego (Gonçalves, Magalhães e Reis, 1984).

“O Ego tem a função de observar o mundo externo. Ele se interpõe entre os impulsos do Id e a
ação do indivíduo, com o intuito de identificar as circunstâncias em que tais impulsos poderão
ser realizados com um mínimo de conflito” (Gonçalves, Magalhães e Reis, 1984 p 48-49).

Para conseguir exercer sua função, “o Ego necessita de uma quantidade de energia que será
por ele retirada do Id. Para que isso seja possível o Ego utiliza-se de uma artimanha na qual
ele se identifica com o objeto de desejo libidinal do Id, desviando-se desta forma a libido do Id
para si próprio” (Gonçalves, Magalhães e Reis, 1984 p 49).
Os autores explicam ainda que, baseados em leitura das obras de Freud, que a outra instância
da 2ª tópica é o Superego. Ele é formado durante o término da fase do complexo de Édipo,
quando é interiorizada a imagem idealizada dos pais.

O Superego se situa face ao Ego como modelo e obstáculo. Ele é o responsável pela origem da
consciência moral, sentimentos de autoestima e de culpa.

Freud escreve três funcionalidades do superego: consciência, auto-observação e formação de


ideais (Fadiman & Frager, 1986).

A meta na interação entre as três instâncias mencionadas (Id, Ego e Superego) consiste em
estabelecer e manter, quando atingido, um nível aceitável de equilíbrio dinâmico que maximiza
o prazer e minimiza o desprazer.

O Id é inteiramente inconsciente e o Ego e o Superego o são em partes. Assim o objetivo


prático da Psicanálise “é, na verdade, fortalecer o Ego, fazê-lo mais independente do superego,
ampliar seu campo de percepção e expandir sua organização, de maneira a poder assenhorar-
se de novas partes do Id” (Freud, 1933, livro 28, p 102).

A Psicanálise estabelece que “a maneira pela qual o indivíduo se comporta diante de seus
objetos de amor ou de objetos sexuais é o critério central na avaliação do desenvolvimento do
caráter humano” e assim torna-se necessário compreender o processo de desenvolvimento
psicossexual para então se compreender a formação do caráter (Gonçalves, Magalhães e Reis,
1984, p 26),

Ainda segundo esses autores, sabe-se nesse sentido que Freud assinalou que os objetos de
amor de um indivíduo transformam-se de maneira sucessiva, assim como a relação que existe
entre o objeto e o indivíduo também se modificam.

“Os mecanismos que operam essa transformação, determinando a formação de um caráter,


são a sublimação e a formação reativa” (p 25).

Segundo Bock, Furtado e Teixeira (1994, p 70-71), durante as investigações de Freud na


prática clínica sobre as causas e funcionamentos das neuroses, ele descobriu que “grande
maioria dos pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual,
localizados nos primeiros anos de vida dos indivíduos, que se configuravam como origem dos
sintomas atuais. Freud identificou que essas ocorrências deixavam marcas profundas na
estruturação da personalidade dos indivíduos e, assim, postulada a existência de uma
sexualidade infantil”.

Segundo Fadiman e Frager (1986), a medida em que um bebê se transforma em uma criança
e esta em um adolescente e em um adulto, ocorrem mudanças marcantes no que é desejado e
em como esses desejos são satisfeitos.

Fadiman e Frager (1986) relatam após leitura das obras de Freud que as modificações nas
formas de gratificação e as áreas físicas de gratificação são os elementos básicos das fases de
desenvolvimento.

As fases psicossexuais do desenvolvimento são vividas por todas as pessoas e são as que
seguem: oral, anal, fálica e genital, sendo que entre as duas últimas fases há duas outras
comuns a todas as pessoas, em particular, o Complexo de Édipo e o Período de latência
(Gonçalves, Magalhães e Reis, 1984).

A percepção de um acontecimento do mundo externo ou do mundo interno pode ser algo


muito desprazeroso para o indivíduo e o Ego atua nestes momentos de maneira a proteger
toda a personalidade contra as ameaças, falsificando, deformando ou negando a natureza da
realidade. Essas distorções são chamadas de mecanismos de defesa (Fadiman e Frager, 1986).

O principal problema da psique é encontrar maneiras de enfrentar a ansiedade, que por sua
vez é um obstáculo ao crescimento. Fadiman e Frager (1986) citam que há duas formas de
diminuir a ansiedade: uma é enfrentando o problema e a outra é fugindo dele. Os mecanismos
possuem a função de diminuir a ansiedade do indivíduo, ajudando-o a fugir do problema.

Os principais mecanismos de defesa citados por Freud durante suas descobertas são “o
recalque, a formação reativa, a regressão, a projeção, o isolamento e a racionalização”
(Fadiman e Frager, 1986, p 19).

A função primordial da clínica psicanalítica – a análise – é buscar a origem do sintoma ou do


comportamento manifesto, ou do que é verbalizado, com o objetivo de cura ou de
autoconhecimento. Para tanto é preciso vencer as barreiras do indivíduo, que impedem o
acesso ao inconsciente (Bock, Furtado e Teixeira, 1994).

“O tripé fundamental que caracteriza e identifica a Psicanálise, conforme postulou Freud e que
a diferencia das demais formas de terapia não psicanalíticas, são os fenômenos de
resistências, de transferência e a interpretação” (Zimerman, 1999 p 377).

De acordo com Zimerman (1999, p 291) “Freud deixou um importante material sobre a prática
da Psicanálise, consistentemente estudado e publicado entre os anos de 1912 e 1915, no qual
cita algumas regras fundamentais para o uso da prática psicanalítica por outros profissionais.
Essas regras devem reger a técnica de qualquer processo psicanalítico: Associação livre de
ideias (regra fundamental), a da abstinência, a da neutralidade e a da atenção flutuante”.

Zimerman (1999, p 291) acrescenta uma quinta regra que é “a do amor à verdade”. Outra
regra que Zimerman (1999, p 298) cita é “o estabelecimento de um setting no qual servirá de
base para o desenrolar do tratamento”.

Após Freud outros autores desenvolveram teorias baseadas nos seus postulados. Zimerman
(1999) denomina essas teorias e práticas derivadas da Psicanálise criada por Freud de escolas
de Psicanálise. Cada qual deu suas contribuições ao seu crescimento como teoria e prática
clínica, sendo que podemos citar alguns exemplos mais expressivos como Melanie Klein, Bion,
Anna Freud, Jacques Lacan e Winnicot.

O termo Psicanálise, porém alude unicamente a modalidade de tratamento que se restringe às


referências e fundamentos da ciência psicanalítica tal como ela foi legada por Freud. Dessa
forma o terapeuta trabalha essencialmente com a noção dos princípios e leis que regem o
inconsciente dinâmico e a prática clínica conserva uma obediência aos requisitos psicanalíticos
básicos como a instituição e criação de um “setting” adequado, uma atenção prioritária na
existência de um campo analítico com as respectivas resistências, transferências e
contratransferências, além de uma continuada atividade interpretativa (Zimerman, 1999).

O processo pelo qual ocorre a cura na abordagem psicanalítica está associado à expansão do
campo de consciência. Nesse sentido, o papel da interpretação “insight” é fundamental na
produção da mudança psíquica, tanto a enunciada pelo analista como aquela que o paciente
entende, elabora e que promove as modificações terapêuticas necessárias.

Indo além do paradigma celebrado por Freud de tornar consciente aquilo que for inconsciente,
a Psicanálise se amplia com a noção de que mais importante é a maneira como o consciente e
o inconsciente do paciente comunicam-se entre si (Zimerman, 1999).

Para fechamento deste subcapítulo, apresentaremos a definição de transferência e


contratransferência.
Freud propôs que a transferência seria a revivência dos conflitos psíquicos e as relações com
as figuras dos pais no analista. Seria ainda novas edições dos impulsos e fantasias que são
criados e que se tornam conscientes durante o andamento da análise, sendo característica
constituinte a substituição de uma figura anterior pela figura do analista (Zimerman, 1999).

A contratransferência consiste nos sentimentos que surgem no inconsciente do terapeuta,


como influência nele dos sentimentos inconscientes do paciente. Freud destacou o quanto era
imprescindível que o analista reconhecesse essa contratransferência em si próprio, bem como
a necessidade de superá-la (Zimerman, 1999, p 348).

A Psicanálise não se resumiu a uma condição de tratamento, mas como uma ciência, que
influenciou toda a área médica e as aquelas ligadas à promoção da saúde.

Bioenergética
Contribuições winnicottianas à compreensão da análise
bioenergética dos pacientes esquizóides

O texto tem como objetivo central realizar uma discussão sobre o diagnóstico, sintomatologia e
tratamento psicoterápico de pacientes esquizoides, pondo em diálogo os conceitos
desenvolvidos por D. W. Winnicott, em sua teoria psicanalítica das relações objetais e
Alexander Lowen, criador da Análise Bioenergética. Apesar dos paradigmas diferenciados,
percebemos muitas semelhanças na forma de compreender a esquizoidia como fenômeno
clínico, no tocante a etiologia ligada a falhas graves do ambiente no desenvolvimento
emocional que interromperam a continuidade do ser do bebê, bem como uma terapêutica
preocupada com o restabelecimento da capacidade de vincular-se, propiciando ao paciente um
setting aberto e regressivo de confiabilidade e holding para suportar as angústias indizíveis de
enlouquecimento e dissociação. Diferenças teóricas e técnicas são ressaltadas: a noção de
estrutura caracterológica descrita por Lowen, a utilização ativa de técnicas corporais, bem
como a necessidade de atividade interpretativa. No entanto, conclui-se que essas ideias podem
perfeitamente entrar em diálogo, de forma a contribuir para um maior potencial de saúde e
integração psicossomática nesse tipo de pacientes.

Centrada na Pessoa

Experiência de Tendência Atualizante em Amputado numa


Perspectiva Fenomenológica

Resumo: Este artigo foi um estudo de caso em amputado onde visou compreender a
experiência de tendência atualizante em um amputado, bem como descrever essa experiência
numa perspectiva fenomenológica. Parte-se da Teoria Rogeriana de que todo sujeito tem uma
tendência a autoatualização. A construção desse trabalho deu-se através de um estudo de
caso e baseia-se na história de vida do sujeito pesquisado, onde se busca investigar e
descrever sua experiência para posterior análise no referencial teórico. A Abordagem Centrada
na Pessoa de Carl R. Rogers serviu de base para comprovar a experiência de tendência
atualizante. Utilizou-se livros, artigos e tese para construção do referencial teórico. Conclui-se
que a pesquisa atendeu aos objetivos propostos, visto que a experiência comprova no sujeito a
experiência de tendência atualizante.

A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP)

Resumo: Esse trabalho tem a finalidade de refletir e analisar a contribuição de Carl Rogers
acerca da Abordagem Centrada na Pessoa, que situa-se na corrente humanista da Psicologia.
Desse modo, a pesquisa de cunho bibliográfica visou entender as premissas fundamentais da
teoria, expor os conceitos sobre tendência atualizante e não diretividade e explicitar os
conceitos de aceitação positiva incondicional e congruência. Nesse sentido, a visão de Rogers
trouxe um novo olhar para Psicologia, no sentido de acreditar que a pessoa tem um potencial
para a mudança, bem como tem um núcleo básico da personalidade direcionado à tendência à
saúde.

A Psicopedagogia e a Abordagem Centrada na Pessoa

Resumo: O presente trabalho pretende verificar como a Abordagem Centrada na Pessoa


poderá contribuir com a Psicopedagogia, procurando conhecer a história da Psicopedagogia no
Brasil e de seus pressupostos. A Psicopedagogia é uma área científica recente e ainda busca
uma teoria para fundamentar sua prática, que vem sendo aplicada com resultados bastante
efetivos. Desenvolvida a partir de diversas outras áreas do conhecimento, tem sua base
principal na Pedagogia e na Psicologia, e como objetivos compreender a construção do
conhecimento com todos os fatores que a influenciam, facilitando o aprendizado e
identificando o que impede o sujeito de aprender. Porém, este é um conceito novo e só através
do estudo da história da Psicopedagogia pode-se entender como ocorreu a evolução desta
área. Com a mudança de paradigma, a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), corrente de
pensamento psicológico criada por Carl Rogers traz uma nova forma de se compreender a
aprendizagem que passou a envolver significância e experiência, e entendimento de que o
sujeito aprendente possui todas as potencialidades para aprender e é por meio de uma
comunicação empática que o psicopedagogo age como um facilitador para o aprendizado e a
mudança do aluno. Conclui-se que a prática psicopedagógica aplicada com base na teoria da
Abordagem Centrada na Pessoa pode melhorar os resultados das intervenções nos processos
de dificuldade de aprendizagem.

Carl Rogers - Biografia

Carl Ransom Rogers nasceu no dia 8 de janeiro de 1902 em Oak Park, Illinois nos EUA. Era
psicopedagogo estadunidense. Um dos mais influentes pensadores americanos. Sua linha
teórica é conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Publicou 16 livros, dentre os
quais se destacam: "Tornar-se Pessoa", "Um Jeito de Ser" e "Terapia Centrada no Cliente"
Psicologia Positiva

Um Novo Movimento Chamado Psicologia Positiva

Desde seu surgimento oficial em 1879, a Psicologia vem produzindo cada vez mais
conhecimento e desde que adotara o método científico, tal conhecimento é cada vez mais
confiável. Isso soa bastante positivo, mas há um aspecto ruim nesta questão. Se o
conhecimento que é científico, é confiável. O conhecimento que não é científico, logo não é
confiável. Eis que surge um problema. Todo o conhecimento que era visto como não-científico
passou a ser visto como não-confiável e foi-se dando cada vez menos importância a ele. A
história da Psicologia está repleta de autores pouco estudados por terem um conhecimento
“não-científico”.

Fonte: https://psicologado.com/abordagens/psicologia-positiva/ © Psicologado.com

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