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PROCESSO DE DISCIPULADO NA IGREJA LOCAL

A igreja necessita de um processo de discipulado, porque um ponto fundamental da GRANDE COMISSÃO; é a ordem
de Jesus de ir e “Fazer discípulos e ensiná-los todas as coisas que vos tenho mandado”. A igreja tem feito uma coisa
ou outra isoladamente, e em alguns casos, nenhuma das duas. As vezes o novo discípulo de Jesus não amadurece por
falta de ensino bíblico. Outras vezes os membros da igreja tem recebido apenas ensino bíblico, mas não tem
consciência do que significa ser discípulo de Jesus.

Discípulos sem ensino se tornam crentes raquíticos


Crentes que não são discípulos se tornam membros ativistas
Discípulos com ensino bíblico transformam o mundo

A palavra processo distingue de programa, etc. Um passo inicial numa modalidade de processo pode ser resumido da
seguinte maneira:

ORE PARA DEUS AGIR


Peça para que Deus mostre quem ele escolheu para participar do processo de discipulado e ensino bíblico
Observar, observar e observar… Depois que você orar pedindo para Deus mostrar as pessoas que devem participar de
um grupo, observe o que Ele fará. Ele começará a incomodar aquelas pessoas que deseja que participem
Orar pelas pessoas que você sente que Deus está lhe mostrando. Depois que você as identificar, comece a orar por
elas antes de convidá-las.
Fazer uma lista dos nomes
Fazer o convite para as pessoas participarem de uma reunião de apresentação do processo de discipulado, na qual
conhecerão o que significa iniciar uma caminhada como discípulo de Jesus
Não caia na tentação de se limitar a escolha de pessoas estratégicas no processo só porque elas tem cargos na igreja
ou são importantes
Não faça apelos de massa para que pessoas participem do processo. Nunca se esqueça que é Deus quem as convida.
Nosso papel é apenas chamar quem Ele já escolheu.

A REUNIÃO INICIAL
Realize um encontro informal com as pessoas convidadas, preferencialmente num horário fora de qualquer atividade
da igreja. No máximo 1h de duração e ser bem dinâmica.
Explicar o preço do discipulado. Mostrar que elas terão que abrir mão de algumas coisas para participar desse
processo, como: compromissos formais, horas de sono, viagens, tempo assistindo TV, etc. As pessoas devem ser
orientadas a orar sobre isso, pois não estão se prendendo a mais um compromisso formal, mas a algo que irá provocar
transformação em sua vida
O material utilizado normalmente tem 13 lições semanais para serem feitas, e não apenas lidas. Cada estudo toma
cerca de 40 a 60 minutos por dia em leitura da Bíblia, reflexão, oração.
Além disso, cada um terá de disponibilizar tempo para uma reunião semanal do grupo de uma hora e meia a duas
horas. O objetivo da reunião semanal não é exatamente estudar as lições, e sim para compartilhar o que Deus tem
falado durante a semana, orar uns pelos outros e compartilhar as experiências vividas
Depois de dadas as explicações, cada pessoa que participar da reunião inicial deverá orar sobre o assunto por uma ou
duas semanas e pedir de Deus a confirmação para integrar o processo de discipulado por meio de um novo grupo.
Cada pessoa só deve entrar no grupo se Deus tocar seu coração, e por nenhum outro motivo.
Aqueles que se sentirem tocados por Deus devem retornar para uma próxima reunião, onde firmarão o compromisso
de participar do grupo.
No segundo encontro será também apresentada uma visão do material que será utilizado, custo financeiro, data de
início do grupo, quantidade de pessoas por grupo e outros detalhes

A FORMAÇÃO DO GRUPO
O número ideal de pessoas no grupo é 10 a 12 incluindo o facilitador
O processo de discipulado requer um trabalho de paciência e perseverança. Durante o desenvolvimento do grupo, o
orientador deve sempre estar atento, e pedindo a direção de Deus, no sentido de que ele levante pessoas dentre o
grupo que possam começar a orientar novos grupos na próxima etapa.
Enquanto o processo de discipulado está sendo consolidado, pode-se começar a fazer ligação dele com a implantação
dos ministérios da igreja relacionados aos dons espirituais.

MUDANÇAS ESPONTÂNEAS
Deus muda radicalmente a vida do grupo e a visão das pessoas em relação à sua obra, que passam a entender que
toda iniciativa da obra de Deus é dele e não nossa.
Algumas pessoas são usadas por Deus para formar novos discípulos que continuam a formar outros discípulos
As pessoas começam a se relacionar em pequenos ajuntamentos (PG/UA, etc

O primeiro ano de intencionalidade no processo discipulado numa igreja talvez não envolva mais do que 30 ou 40
pessoas.
Algumas pessoas precisam refazer o mesmo material mais de uma vez para entender bem os princípios do
discipulado, enquanto outras vão confundi-lo com mais um programa que a igreja está lançando. No entanto, é
preciso persistir.
O primeiro ano é fundamental para todo o futuro do processo. É importante que aqueles que participam dos
primeiros grupos entendam profundamente a ação de Deus em sua vida, o material e o funcionamento do processo.
São essas pessoas que vão liderar o processo de discipulado no futuro, e se a base estiver comprometida, todo o
prédio estará comprometido.
Se os princípios forem entendidos nos dois primeiros anos de funcionamento, provavelmente o processo todo
resistirá a todas as dificuldades que surgirem no futuro:

PRINCÍPIOS DO DISCIPULADO
Relacionamento com Deus
Relacionamento com as pessoas
Transformação de vidas: Mais o SER do que FAZER

No processo do discipulado todo cristão passará por CRISES na fé. Crises é uma oportunidade para crescer e
amadurecer.

SER e FAZER discípulos – disposição em aprender mais, tendo crises e fazendo ajustes em sua vida. Discipulando
amigos e alcançando-os para o Reino.

Morte do EU e REPRODUÇÃO
Ministério – o discipulado deve conduzir a pessoa à descoberta de dons espirituais e seu lugar no corpo de Cristo.
Reino – não é apenas um programa passageiro ou um novo departamento, é a prática do estabelecimento do Reino.
Sacerdócio – todos os crentes devem ministrar.

Existem alguns princípios do discipulado que precisam ser praticados sempre. Qualquer concessão que se fizer tornará
o processo frágil e comprometido. Normalmente o início do processo de discipulado numa igreja é cheio de
entusiasmo e euforia. No decorrer do tempo, as coisas tendem a se acomodar, e algumas pessoas querem continuar
fazendo várias coisas e também o discipulado. É exatamente nesta hora que são necessários ajustes.
Não estamos falando de rigidez, mas de firmeza. É preciso que os líderes sejam firmes no cumprimento dos princípios
bíblicos e práticos que regem o processo de discipulado. A estrutura do processo é dinâmica e pode mudar sempre
que necessário, mas os princípios não.
Além dos princípios fundamentais para a implantação do processo, existem os princípios práticos para o
funcionamento geral. Seja como discipulando, facilitados, orientador ou líder, cada um tem um papel que precisa ser
baseado em princípios e não regras.

O FACILITADOR
O trabalho do facilitados ou auxiliar é um ministério ligado a algum ministério da igreja, como Escola Sabatina,
Ministério Pessoal, etc.
Todos os facilitadores e auxiliares devem ter primeiro usado o material que irão ministrar, tendo participado de um
grupo. É isso que lhes garante autoridade para ministrar.
A ação do Espírito Santo na vida dos discipulados e do grupo nunca pode ser perdida de vista. Esse não é apenas um
processo de ensino e crescimento intelectual, mas de relacionamento com Deus e de crescimento espiritual.
Os discipuladores devem dedicar um período diário de oração ao grupo.
O discipulador (Facilitador) deve ter um auxiliar. Os dois devem procurar encontrar fora da reunião do grupo para
avaliar o crescimento de cada participante, o processo, e planejarem as reuniões.
O auxiliar é alguém que está sendo preparado para se tornar um facilitador no futuro
O discipulador é responsável pelas pessoas a que ministram, mesmo após o encerramento do grupo, até que elas
estejam integradas a outros grupos e ministérios.
Para ser um discipulador (facilitador), a pessoa precisa estar participando ativamente do grupo de discipuladores (se
for professores da ES, da Classe dos Professores), etc
AS REUNIÕES DO GRUPO
As reuniões podem ser feitas na igreja ou nas casas, de preferência nas casas. Se forem feitas nas casas não devem ser
unicamente regadas a bolo e refrigerante, pois o objetivo maior é o estudo da Palavra e o compartilhamento da ação
de Deus na vida das pessoas. O comer junto é uma conseqüência, e não um fim em si mesmo
O contato entre o grupo deve ser o mais informal possível, tendo o cuidado para não transformar a reunião do grupo
em terapia, mas compartilhar aquilo que Deus está fazendo na vida de cada um.
As reuniões devem ter dinâmicas para interação das pessoas e do contéudo
O professor é o Espírito Santo, o facilitador é apenas alguém usado por ele.
O que for compartilhado no grupo deve ficar restrito a este ambiente, nào devendo ser comentado fora dele em
hipótese alguma.
Todos no grupo devem ter o material de apoio
O facilitador também estuda novamente o material que irá ministrar ao grupo
O facilitador deve procurar aproveitar o máximo o tempo da reunião em grupo
Começar e terminar no horário
A duração é de 13 semanas (3 meses)
Estimular a comunhão e o feedback entre os membros do grupo fora das reuniões. O relacionamento e a comunhão
não podem ficar apenas na teoria
Promover atividades práticas sobre o que as pessoas estão aprendo, em encontros extras à reunião semanal.
Não permitir a chegada de novos componentes no decorrer do processo, o que iria dificultar a harmonia já
conquistada.

O QUE DEVE SER COBRADO DOS DISCIPULANDOS


Compromisso e disciplina. Cada pessoa entrou no processo de discipulado direcionada por Deus e por decisão própria.
Assim é fundamental o compromisso com o estudo do material, comparecimento as reuniões, pontualidade e
participação. São as disciplinas do dia-a-dia que sustentam o compromisso assumido
Só é permitidos a cada pessoa faltar, em caso de necessidade, duas reuniões durante todo o tempo de duração de um
módulo. em caso de falta, o facilitador ou auxiliar deve repor aquela semana estudada com a pessoa em outro horário
fora da reunião do grupo.

PRINCÍPIOS PARA O DISCIPULADO INDIVIDUAL


Nem todos terão um chamado para ser um facilitador ou auxiliar de grupos de discipulado
O discipulado individual deve ser desenvolvido apenas entre pessoas do mesmo sexo.
Os encontros semanais devem ser feitos com a mesma disciplina do grupo, para que não se perca a seqüência ou
motivação.
Um discipulador não deve permanecer muito tempo com a mesma pessoa, para que não se torne dependente. Por
outro lado, é necessário que ela conheça outras pessoas da igreja e tenha relacionamento com elas
Depois de uma ou duas etapas no discipulado individual, a pessoa deve ser orientada para integrar a um grupo,
unidades de ação, etc.

Divida o processo de discipulado em cursos graduais, e cada curso em módulos


Organize os módulos de tal forma que o processo de discipulado esteja integrado, formando assim um único currículo
gradual
Estabeleça uma escalada crescente para a formação espiritual do cristão
O currículo deve abranger a todos
Estabeleça o tempo de duração para os módulos e cursos
Estabeleça os horários e dias dos cursos – tudo depende da disponibilidade das pessoas e dos orientadores.
(aconselhamos que utilize a Escola Sabatina nessa processo)
Não tente colocar todos os alunos da ES no processo de uma vez. Não adinta colocar uma camisa de força nos
membros
O processo pode ser iniciado numa Classe na Escola Sabatina, num PG, numa classe extra ou até mesmo individual
É aconselhável que os adolescentes tenham uma classe, pg, pra eles… As demais pessoas estarão livres para participar
de grupos independentes da faixa etária
No processo de discipulado é importante utilizar materiais didáticos e de estudo em todos os módulos ( O material é o
roteiro para dar direção ao processo, que não deve ser usado como “gesso”. Na sua maioria os materiais são para
estudo diário, tendo cinco estudos para sete dias. A pessoa terá que dedicar em média 25 a 35 minutos por dia para
uma assimilação e vivência. Fazendo isso durante cinco dias da semana, o sexto dia é normalmente recomendado
para revisão e o sétimo para a reunião do grupo ou do discipulador. A grande vantagem dos materiais de estudo diário
é que ajudam a pessoa a criar disciplina
A duração média dos módulos pode ser de 2 a 3 meses, com um encontro semanal de uma hora e meia a duas horas.
Pode-se delimitar os módulos em meses específicos. (tipo: Módulo 1 – Maio e Junho, etc)
Tomar o cuidado de não formar grupos muito grandes
O envolvimento das pessoas no processo de discipulado e ensino bíblico acontece a partir de uma escalada de
amadurecimento espiritual

Os facilitadores, professores devem participar de um grupo líderes, classe dos professores, aonde serão ministrados
pelo pastor ou outro orientador. Esse encontro pode ser quinzenal, mensal, etc – é necessário treinamento,
orientação e desenvolvimento na liderança
A cada trimestre é importante ter um retiro com os líderes para avaliação e reciclagem

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