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CONCRETO ARMADO I

Aula 03

MRS Engenharia de Projeto


Prof. Nelson Alves
April 2019
5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.1. Conceitos gerais – dimensionamento das estruturas
Objetivo do dimensionamento das estruturas:
• O dimensionamento de uma estrutura deve garantir que ela suporte
de forma segura, estável e sem deformações excessivas, todas as
solicitações a que está submetida.

• Garantir com segurança adequada que a estrutura mantenha as


características que permitam a utilização satisfatória da construção
durante sua vida útil para as finalidades que foi projetada.

• Não se pode garantir a segurança total de uma estrutura, existem


fatores de incerteza

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
Fatores que geram incerteza:
• Resistência dos materiais utilizados
• Características geométricas da estrutura
• Ações permanentes e variáveis
• Valores das solicitações calculadas

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.2. Métodos de dimensionamento da estrutura

5.2.1. Métodos Clássicos ou tensões admissíveis


a) Determinam-se as solicitações (M, N e V)
b) Calculam-se as máximas tensões correspondentes (supondo comportamento elástico dos
materiais)
c) Determinam-se as tensões admissíveis

Normalmente temos estruturas superdimensionadas

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.2.2. Método de cálculo na ruptura (Estados Limites)
a) Majoração das cargas
b) Minoração das resistências

Rd ≥ Sd NBR 6118 -
Item 12.5.2

Rd = Resistência de cálculo

Sd = Solicitações de cálculo

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.3. Valores de cálculo das resistências

Resistência de cálculo do concreto  fcd = fck / c  fcd = 35 / 1,4

Resistência de cálculo do aço  fyd = fyk / s  fyd = 50 / 1,15

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.4. Estado limite último (ELU) - Dimensionamento
Situação limite em que haverá ruptura da estrutura. Relacionado ao colapso ou outra forma de
ruína da estrutura.

A segurança das estruturas de concreto devem ser verificadas paras os seguintes estados
limites últimos:

a) estado-limite último da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido;


b) estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, devido às
solicitações normais e tangenciais, admitindo-se a redistribuição de esforços internos,
c) estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, considerando
os efeitos de segunda ordem;
d) estado-limite último provocado por solicitações dinâmicas;
e) estado-limite último de colapso progressivo;
f) estado-limite último de exposição ao fogo;
g) estado-limite último considerando ações sísmicas;
h) outros estados-limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais.

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.5. Estado limite de serviço (ELS)
Situação limite em que a construção torna-se inadequada para uso.

Relacionados ao conforto do usuário e à durabilidade, aparência e boa utilização das estruturas.

A segurança das estruturas de concreto pode exigir a verificação de alguns estados-limites de serviço.

Os Estados Limites de Serviço definidos pela ABNT NBR 6118:2014 são:

a) Estado-limite de formação de fissuras (ELS-F) estado em que se inicia a formação de fissuras. (ABNT NBR 6118:2014, item
3.2.2)

b) Estado-limite de abertura das fissuras (ELS-W) estado em que as fissuras se apresentam com aberturas iguais aos máximos
especificados na ABNT NBR 6118:2014.” (ABNT NBR 6118:2014, item 3.2.3)

c) Estado-limite de deformações excessivas (ELS-DEF) estado em que as deformações atingem os limites estabelecidos para a
utilização normal, estabelecidos na ABNT NBR 6118:2014.” (ABNT NBR 6118:2014, item 3.2.4)

d) Estado-limite de descompressão (ELS-D), descompressão parcial (ELS-DP) e compressão excessiva (ELS-CE): no caso de
concreto protendido

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
e) “Estado-limite de vibrações excessivas (ELS-VE) estado em que as vibrações atingem os limites estabelecidos para a utilização
normal da construção.” (ABNT NBR 6118:2014, item 3.2.8)

f) Casos especiais: em construções especiais pode ser necessário verificar a segurança em relação a outros estados-limites de
serviço não definidos na Norma.

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.6. Requisitos de qualidade da estrutura
Os requisitos da qualidade de uma estrutura de concreto são classificados em três grupos distintos:
• Capacidade resistente: Consiste basicamente na segurança à ruptura.
• Desempenho em serviço: Consiste na capacidade de a estrutura manter-se em condições plenas de utilização,
não devendo apresentar danos que comprometam em parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada.
• Durabilidade: Consiste na capacidade de a estrutura resistir às influências ambientais previstas e definidas em
conjunto pelo autor do projeto estrutural e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto.

A qualidade da solução adotada deve ainda considerar as condições arquitetônicas, funcionais, construtivas,
estruturais, de integração com os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar-condicionado e outros)

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.7. Exigências de durabilidade
As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que sob as condições ambientais previstas na
época do projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto conservem suas segurança, estabilidade e
aptidão em serviço durante o período correspondente à sua vida útil.

5.7.1. Vida útil de projeto


Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de
concreto, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como
de execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais. (ABNT NBR 6118:2014, item 6.2.1)
O conceito de vida útil aplica-se à estrutura como um todo ou às suas partes. Dessa forma, determinadas partes das
estruturas podem merecer consideração especial com valor de vida útil diferente do todo. (ABNT NBR 6118:2014, item
6.2.2)

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
Tabela de valores de vida útil de projeto - NBR15575

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.8. Mecânismos de deterioração
5.8.1.Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concreto
a) lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas que dissolvem e carreiam os compostos
hidratados da pasta de cimento; (ABNT NBR 6118:2014, item 6.3.2.1)
b) expansão por ação de águas e solos que contenham ou estejam contaminados com sulfatos, dando origem a reações
expansivas e deletérias com a pasta de cimento hidratado; (ABNT NBR 6118:2014, item 6.3.2.2)
c) expansão por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos agregados reativos; (ABNT NBR 6118:2014, item
6.3.2.3)
d) reações deletérias superficiais de certos agregados decorrentes de transformações de produtos ferruginosos
presentes na sua constituição mineralógica.

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.8.2.Mecanismos preponderantes de deterioração relativos a armadura
a) despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do gás carbônico da atmosfera; (ABNT NBR 6118:2014, item
6.3.3.1)
b) despassivação por elevado teor de íon cloro (cloreto). (ABNT NBR 6118:2014, item 6.3.3.2)

5.8.3. Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita


São todos aqueles relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações cíclicas,
retração, fluência e relaxação.

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.9. Agressividade do ambiente
A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de
concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, da retração
hidráulica e outras previstas no dimensionamento das estruturas de concreto. (ABNT NBR 6118:2014, item 6.4.1)

A agressividade ambiental deve ser classificada de acordo com o apresentado na tabela a seguir e pode ser avaliada,
simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas partes, avaliando-se em conseqüência
outros fatores determinantes na durabilidade das estruturas, altamente dependente das características do concreto e da
espessura e qualidade do concreto do cobrimento da armadura. (ABNT NBR 6118:2014, item 6.4.2)

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
5.9.1.Cobrimento
Cobrimento mínimo  Cobrimento mínimo da armadura é o menor valor
que deve ser respeitado ao longo de todo o elemento considerado e que se
constitui num critério de aceitação.

Cobrimento nominal 
Para garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem
considerar o cobrimento nominal (cnom), como sendo a soma do cobrimento
mínimo à tolerância de execução (c). Assim, cnom = cmin + c.
Nas obras correntes o valor de c ≥10 mm, valor considerado na tabela.

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5. INTRODUÇÃO A DURABILIDADE
Tabela de Classe de Agressividade Ambiental (CAA)

Classe Cobrimento nominal (mm)


de Classificação Relação
Risco de Consumo de
agressivi Agressivi- geral do tipo de água/cime Classe de Tipo de elemento
deterioração cimento por
dade dade ambiente para nto em concreto
da estrutura m3
ambienta efeito de projeto massa laje Viga/pilar
l
Rural CA  0,65  C20 20 25
I Fraca Insignificante 260
Submersa CP  0,60  C25 30 30
CA  0,60  C25 25 30
II Moderada Urbana (1),(2) Pequeno 280
CP  0,55  C30 35 35
Marinha (1) CA  0,55  C30 35 40
III Forte Grande 320
Industrial (1), (2) CP  0,50  C35 45 45
Industrial (1), (3) CA  0,45  C40 45 50
IV Muito forte Respingos de Elevado 360
CP  0,45  C40 55 55
maré

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6. AÇÕES
Definição Uma ação é tudo aquilo que gera esforços e deformações nas estruturas.
6.1. Classificação das ações

As ações podem ser classificadas em: Permanentes, variáveis e excepcionais

• Ações Permanentes: Ações permanentes são as que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a
vida da construção.
- Peso próprio
- Peso das paredes;
- Peso dos pisos e revestimentos
- Peso das instalações
• Ações permanentes diretas: - Equipamentos fixos
- Empuxos permanentes

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6. AÇÕES
- Recalques de apoio
- Protenção
• Ações permanentes indiretas:
- Retração e fluência
- Imperfeições geométricas

Ações variáveis: Ações que ocorrem com valores que sofrem variações significativas durante toda a vida da construção

- Multidão
- Veículo
- Vento
• Ações variáveis diretas:
- Água
- Impactos
- Cargas construtivas (equipamentos)

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6. AÇÕES

- Variação de temperatura
• Ações variáveis indiretas:
- Ações dinâmicas

• Ações excepcionais: Ações excepcionais de carregamento, cujos efeitos não possam ser controlados por outros
meios

- Sismos
• Ações excepcionais: - Incêndios
- Explosões

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6. AÇÕES
6.1. Ponderação das ações
As ações devem ser majoradas pelo coeficiente f , cujos valores encontram-se estabelecidos nas tabelas abaixo:
f =  f1 x f2 x f3

Coeficientes de ponderação das ações no estado limite último (ELU) - Coeficiente f =  f1 x f3

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6. AÇÕES
Valores do Coeficiente f2

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6. AÇÕES
0  Fator de redução de combinação do Estado-Limite Último

1 Fator de redução de combinação frequente do Estado-Limite de Serviço

2 Fator de redução de combinação quase permanente do Estado-Limite de Serviço

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7. COMBINAÇÕES DE AÇÕES
Definição  Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não desprezíveis de
atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período preestabelecido

7.1. Combinações últimas usuais (ELU)


• Combinações últimas normais
Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável principal, com seus valores
característicos e as demais ações variáveis, consideradas como secundárias, com seus valores reduzidos de
combinação

• Combinações últimas especiais ou de construção


Em cada combinação devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável especial, quando existir, com seus
valores característicos e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com
seus valores reduzidos de combinação

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7. COMBINAÇÕES DE AÇÕES
• Combinações últimas excepcionais
Em cada combinação devem figurar as ações permanentes e a ação variável excepcional, quando existir, com seus
valores representativos e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com
seus valores reduzidos de combinação, conforme NBR 8681.

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7. COMBINAÇÕES DE AÇÕES
Combinações últimas

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7. COMBINAÇÕES DE AÇÕES

Para Estado-limite de deformação excessivas


(ELS-DEF)

Para Estado-limite de abertura de fissuras


(ELS-W)

Para Estado-Limite de formação de fissuras


(ELS-F)

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7. COMBINAÇÕES DE AÇÕES
Exercício: Apresente os esquemas estáticos do pórtico para as combinações no ELU e ELS.

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