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I – DOS FATOS
O marido/convivente da Sra. Patrícia Oliveira da Silva e pai do segundo
requerente João Miguel Oliveira Guedes, de nome Ayllon Guedes da Silva, de
identidade nº 080011747-5 MD/EB e Cpf nº 018.201.642-09, Militar do exército
brasileiro na patente de Cabo, por volta das 14h do dia 14 de novembro de 2014,
o cabo do Exército Brasileiro Ayllon Guedes da Silva, lotado no 52º Batalhão de
Infantaria de Selva, em Marabá, foi atingido com um tiro, disparado por outro
colega de farda, cuja identificação não foi confirmada. O episódio ocorreu no
corpo da Guarda da Vila Militar Presidente Médici, no Núcleo Nova Marabá. De
acordo com informação da Seção de Comunicação Social da 23ª Brigada de
Infantaria de Selva, o militar foi imediatamente socorrido e encaminhado ao
Hospital da Guarnição de Marabá (HGumba), mas não resistiu ao ferimento e
morreu.
Após a constatação da morte, a primeira requerente foi informada da
morte de seu esposo pela Organização Militar. Tendo a informação que os
procedimentos legais imediatos teriam sido adotados pelo Comandante do 52º
Batalhão de Infantaria de Selva, sendo a perícia realizada por militares do 33º
Pelotão de Polícia do Exército. Porém nunca teve acesso a tal perícia e nem ao
inquérito policial milita (IPM), sendo que constituiu advogado pra representa-la
junto a instituição militar, sendo que seu advogado solicitou informações a
instituição militar acerca do IPM, mais obteve como resposta o oficio nº 62-
DivPes/S em anexo, que informa que o comando do 52° Batalhão de Infantaria
de Selva (52º BIS) não possuía o IPM solicitado e que toda a documentação
solicitada havia sido encaminhada para a 8º CJM
Ante o falecimento de seu conjugue, e pai de seu filho menor, e o não
cumprimento por parte da União/Exercito Brasileiro de suas obrigações, não
restou outra alternativa aos Autores senão buscar a tutela jurisdicional.
II - JUSTIÇA GRATUITA
Nos termos do art. 5º, incisos XXXIV e LXXIV, da Constituição Federal,
cominados com as Leis 7.510/86, art. 4º e 1.060/50, além da Lei 8.213/91, art.
129 e art. 99 do CPC, os autores requerem desde já a gratuidade da justiça.
Especialmente no caso em tela, os autores perderam sua principal fonte
de renda e sustento.
Logo, não podem arcar com custas, despesas processuais, periciais e de
honorários advocatícios, motivo pelo qual requerem o deferimento da Justiça
Gratuita.
FUNDAMENTOS DO DIREITO
Nesse sentido:
Considerando-se que a vítima era o chefe da família, toda sua renda era utilizada
para as despesas dos autores, sendo que a fonte de renda cessou de forma fatal
e abrupta em razão da perda do esposo, que à época do acidente contava com
48 anos de idade.
Nesse sentido:
Inicialmente, relevante esclarecer que, pelo aspecto econômico, como todo pai
e arrimo de família, o de cujus tinha responsabilidades financeiras, visto que,
com o seu trabalho, garantia a subsistência integral desta, com alimentos, saúde,
educação, lazer, entre outras inúmeras despesas. E vale dizer, sua remuneração
era a principal fonte de custeio do grupo familiar, motivo pelo qual, hoje, os
reclamantes encontram-se em dificuldade financeira.
Fato é, infelizmente, não há qualquer solução que supra tal dolorida ausência!!!!!
Veja-se que o ato ilícito produzido acaba por causar inúmeros efeitos psíquicos
irreversíveis ao grupo familiar, tanto a curto prazo, em virtude da ausência
imediata do de cujus, quanto a longo prazo, em face do desenvolvimento dos
filhos/netos, bem como na sequência da vida da viúva.
Ora, o prejuízo de natureza moral é latente no presente caso, uma vez que a
perda de uma pessoa tão próxima e querida, acarreta desespero, tristeza para a
conjugue e filhos/netos, que terão que viver sem a presença do marido/pai/avô,
seja para aconselhar, ensinar, encorajar, cuidar, entre outros momentos da
convivência familiar.
Ademais, é criterioso ressaltar que tal questão pode causar efeitos diretamente
na má formação dos menores envolvidos, seja moralmente – como iniciação do
processo de crescimento como cidadão, quanto fisicamente, diante da grande
possibilidade futura de auxílio psicológico e/ou, até mesmo, psiquiátrico.
Em assim sendo, no presente caso fácil é reconhecer que o fato envolve danos
morais puros e, portanto, danos que se esgotam na própria lesão à
personalidade, na medida em que estão ínsitos nela. Por isso, a prova destes
danos restringe-se à existência do ato ilícito, devido à impossibilidade e à
dificuldade de realizar-se a prova dos danos incorpóreos. Trata-se de dano moral
in re ipsa, que dispensa a comprovação da extensão dos danos, sendo estes
evidenciados pelas circunstâncias do fato.
01.4. PEDIDOS
Ante o exposto requer desde já a condenação da reclamada na indenização de
todos os prejuízos decorrentes da morte do pai e esposo, consistindo em:
A previsão contida no artigo 193, § 2º, da CLT não foi recepcionada pela
Constituição Federal de 1988, que, em seu artigo 7º, XXIII, garantiu de forma
plena o direito ao recebimento dos adicionais de penosidade, insalubridade e
periculosidade, sem qualquer ressalva no que tange à cumulação, ainda que
tenha remetido sua regulação à lei ordinária. A possibilidade da aludida
cumulação se justifica em virtude de os fatos geradores dos direitos serem
diversos. Não se há de falar em bis in idem. No caso da insalubridade, o bem
tutelado é a saúde do obreiro, haja vista as condições nocivas presentes no meio
ambiente de trabalho; já a periculosidade traduz situação de perigo iminente que,
uma vez ocorrida, pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se
visa proteger. A regulamentação complementar prevista no citado preceito da
Lei Maior deve se pautar pelos princípios e valores insculpidos no texto
constitucional, como forma de alcançar, efetivamente, a finalidade da norma.
Outro fator que sustenta a inaplicabilidade do preceito celetista é a introdução no
sistema jurídico interno das Convenções Internacionais nos 148 e 155, com
status de norma materialmente constitucional ou, pelo menos, supralegal, como
decidido pelo STF. A primeira consagra a necessidade de atualização constante
da legislação sobre as condições nocivas de trabalho e a segunda determina
que sejam levados em conta os “riscos para a saúde decorrentes da exposição
simultânea a diversas substâncias ou agentes”. Nesse contexto, não há mais
espaço para a aplicação do artigo 193, § 2º, da CLT. Recurso de revista de que
se conhece e a que se nega provimento. (TST, 7ª T, RR nº 1072-
72.2011.5.02.0384, Min. Rel. Cláudio Brandão, DJ 02/10/2014).
Pugna, desde já, pelo deferimento de tal direito, o qual deverá adotar como base
o salário base do autor, nos termos da Súmula 17 do E. TST.
Isso porque, iniciava por volta das 7h20/7h25 e elastecia quase que diariamente
sua jornada de trabalho para até 19h30/20/21h, dependendo do dia.
Ocorre que a reclamada teria formalizado com o autor acordo para compensação
da jornada do sábado, no entanto, exigia trabalho frequentemente em tais dias,
além de submete-lo a jornadas excessivas e extenuantes.
03.1. REQUERIMENTO
Por todo o exposto, requer:
Art. 244.
(...)
§ 2º. Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em
sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço.
Cada escala de "sobreaviso" será, no máximo, de vinte e quatro horas. As horas
de "sobreaviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço)
do salário normal.
(...)
No entanto, referida regra pode ser estendida a outras categorias, por analogia,
desde que o empregado permaneça em sua própria casa, ou fora da mesma,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço, como exigido na
norma específica.
(...)
Além disso, deve incidir o FGTS sobre todas as verbas deferidas em sentença,
nos termos da Lei.
Esta mescla da Lei 5.584/70 com o Código de Processo Civil, faz-se necessária
pelo entendimento de que o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil não
depende de regulamentação, por tratar-se de lei que contém disposições
processuais (auto-aplicáveis desde a edição, por princípio), e as normas da
legislação processual trabalhista precisam ser imediatamente adaptadas à nova
realidade, mostrando-se insuficientes para a solução de todos os casos
submetidos ao Judiciário.
Isto possibilita à parte que veio a Juízo buscar reparação ou defender-se de uma
injusta acusação, ser reposta ao “statu quo ante”.
Tal pedido tem o condão de desencorajar frequentes ações propostas por mero
espírito de emulação e totalmente infundadas, concorrendo assim, para
congestionar, ainda mais, o foro trabalhista, em detrimento daquelas que
pleiteiam verdadeiros direitos e buscam a realização da justiça.
Por outro lado, o fato dos Autores serem beneficiários da justiça gratuita
(declaração de pobreza anexa) é motivo suficiente para assegurar a condenação
em honorários, conforme têm predominado os julgados pátrios.
Isso porque, a retenção de imposto de renda de uma só vez acaba por penalizar
em demasia o empregado, posto que, se suas verbas tivessem sido pagas no
momento oportuno, a legislação tributária seria detalhadamente cumprida.
II - rendimentos do trabalho.
(grifou-se)
Devem ser aplicados juros de 1% (um por cento) ao mês, na forma do que dispõe
o artigo 406 do Código Civil de 2002, bem como deve ser aplicada a Súmula 200
do Tribunal Superior do Trabalho, bem como substituição do índice da TR pelo
IPCA-e, por mais benéfico ao trabalhador.
Dá-se à causa para efeitos fiscais o valor de R$40.000,00 (quarenta mil reais).
Nestes termos
Pede deferimento
- LEUCIMAR GANDIN -
OAB/PR 28.263
NOTAS
[1] Art. 1º. Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os
montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos
titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a
Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e
militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em
alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.
[2] Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado só será pago aos seus
dependentes habilitados à pensão por morte ou, na falta deles, aos seus
sucessores na forma da lei civil, independentemente de inventário ou
arrolamento.
(...)
[5] Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.norários advocatícios entre 10 e 20% sobre o total da condenação.