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ESCOLA BÁSICA DA VENDA DO PINHEIRO

PORTUGUÊS
FICHA DE AVALIAÇÃO – 9.º C
2012/2013 Prof.ª Sílvia Rebocho

GRUPO I

Lê, atentamente, o texto a seguir transcrito.

Texto A
O QUE É A FUNDAÇÃO

A Fundação Eça de Queiroz é uma instituição de utilidade pública administrativa, sem fins lucrativos, que
tem como cais de partida a divulgação e promoção nacional e internacional da obra do maior nome do
romance português. Estatutariamente a Fundação é composta por um Conselho de Administração, um
Conselho Fiscal, um Conselho Cultural e um Conselho de Cofundadores.
http://www.feq.pt/o-que-e-a-fundacao.html
COMO NASCEU

Desde que, em 1970, faleceu o último filho de Eça de Queiroz, Maria Eça de Queiroz de Castro, os seus
herdeiros, eu própria, Maria da Graça Salema de Castro, e o meu marido, Manuel Pedro Benedito de Castro,
entretanto falecido, iniciámos o processo com vista à constituição da FUNDAÇÃO EÇA DE QUEIROZ.
Pertencendo-nos 2/3 dos bens deixados por Eça de Queiroz, para além da Quinta e Casa de Vila Nova em
Santa Cruz do Douro (TORMES), pensámos doar estes bens a uma fundação a instituir em vida, a qual teria,
como principais objetivos, a continuação e o enquadramento institucional da divulgação e do estudo da obra
de Eça de Queiroz, bem como o desenvolvimento de toda uma gama de iniciativas culturais, tanto de âmbito
nacional, ou internacional, como de incidência mais estritamente regional. (...) e assim começou a História da
Fundação Eça de Queiroz.
A Associação de Amigos de Eça de Queiroz, constituída por escritura pública em 23 de julho de 1988,
instituição que congrega pessoas e vontades que têm no legado cultural de Eça de Queiroz uma referência
comum, orientou-se no sentido de fomentar o aparecimento e consolidação dessa outra instituição, a
Fundação Eça de Queiroz, a quem caberá desempenhar um relevante papel na salvaguarda da memória
cultural de Eça de Queiroz através de iniciativas diversificadas. Em 9 de setembro de 1990, por iniciativa de
Maria da Graça Almeida Salema de Castro - atual presidente vitalícia - e Sociedade Anónima "João Pires, S.A.",
cria-se a Fundação Eça de Queiroz com um património avaliado, em estimativa de 1989, em cerca de 933.000
euros. Esse património, constituído pela Casa e Quinta de Vila Nova foi objeto de intervenções arquitetónicas
que numa primeira fase orçaram em cerca de 324.000 euros e que foram comparticipadas pelo I Quadro
Comunitário de Apoio, em 70%, pelo PRORN. Numa segunda fase, com início em 1994 e que terminou em
1999, realizaram-se obras no valor global de 749.000 euros, montante esse comparticipado em 75% pelo II
Quadro Comunitário de Apoio. Com as transformações arquitetónicas realizadas na Casa Mãe criou-se um
espaço museológico, uma biblioteca, um arquivo, um miniauditório e um espaço para serviços
administrativos; Realizaram-se transformações arquitetónicas em três casas de antigos caseiros, destinadas a
turismo rural.
Recuperada a eira e beiral, construído um parque de estacionamento, remodelado o estradão, os arranjos
exteriores em que se salientam o ajardinamento dos espaços e o estabelecimento da rede de rega. Foram
feitos investimentos agrícolas - implantação de 4,5 hectares vinha nova, construída e equipada a adega,
reestruturação da parte restante da vinha velha e aquisição de novos equipamentos, sendo estes projetos
financiados pelo IFADAP. Entretanto, em colaboração com o Instituto Português dos Museus, o Arquivo
Distrital do Porto, o Instituto Português da Fotografia, o Museu Soares dos Reis e o Instituto José de
Figueiredo, fez-se o tratamento museológico do espólio do escritor. Já recentemente realizou-se a
recuperação do espaço do antigo lagar de azeite, onde foi instalado o museu do azeite e uma sala polivalente
para o serviço de almoços queirosianos a grupos.
http://www.feq.pt/como-nasceu.html
1. Assinala as afirmações que, segundo o texto, são verdadeiras.
a) A Fundação Eça de Queiroz tem como objetivo divulgar as obras de novos autores.
b) A Fundação foi constituída pelos herdeiros de Eça de Queiroz.
c) Maria da Graça Salema de Castro é a presidente vitalícia da Fundação.
d) A Fundação pretende salvaguardar a memória do escritor, recorrendo a diversas iniciativas.
e) Metade dos bens deixados por Eça de Queiroz pertence aos seus herdeiros.
f) A Fundação Eça de Queiroz foi inaugurada a 23 de julho de 1988.

2 Para cada item que se segue (2.1 e 2.2), assinala a opção que permite obter uma afirmação adequada ao
sentido do texto.
2.1 A Fundação Eça de Queiroz localiza-se…
a) na Estremadura.
b) no Alentejo.
c) na Beira Baixa.
d) no Douro.

2.2 O património da Fundação está estimado em cerca de…


a) 324 000 euros.
b) 749 000 euros.
c) 933 000 euros.
d) 857 000 euros.

3. Para cada uma das afirmações que se seguem (3.1 e 3.2), assinala a opção que, de acordo com o sentido
do texto, se encontra incorreta.
3.1 Participaram na recuperação deste património os seguintes organismos:
a) o PRORN.
b) o IFADAP.
c) o IPPAR.
d) o Instituto Português dos Museus.
e) o Arquivo Distrital do Porto.
f) o Instituto Português da Fotografia.
g) o Museu Soares dos Reis.
h) o Instituto José de Figueiredo.

3.2 A Casa e Quinta de Vila Nova foram objeto de várias obras de restauro, nomeadamente:
a) na Casa Mãe.
b) na capela.
c) nas três casas dos caseiros.
d) na eira e beiral.
e) no estradão.
f) nos arranjos exteriores.
g) no lagar de azeite.
h) na vinha velha.

4. Seleciona, do último parágrafo do texto, dois sinónimos de “restauro”.


Lê atentamente o excerto e responde, de forma clara e correta, às questões que te são colocadas.
Atenção: para melhor responderes a certas questões poderás ter que recordar partes do texto que não
foram aqui transcritas.

Texto B

Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, eram então, em todo o reino das Astúrias, os
fidalgos mais famintos e os mais remendados.
Nos Paços de Medranhos, a que o vento da serra levara vidraça e telha, passavam eles as tardes desse
inverno, engelhados nos seus pelotes de camelão, batendo as solas rotas sobre as lajes da cozinha, diante da
vasta lareira negra, onde desde muito não estalava lume, nem fervia a panela de ferro. Ao escurecer
devoravam uma côdea de pão negro, esfregada com alho. Depois, sem candeia, através do pátio, fendendo a
neve, iam dormir à estrebaria, para aproveitar o calor das três éguas lazarentas que, esfaimadas como eles,
roíam as traves da manjedoura. E a miséria tornara estes senhores mais bravios que lobos.
Ora, na primavera, por uma silenciosa manhã de domingo, andando todos três na mata de Roquelanes
a espiar pegadas de caça e a apanhar tortulhos entre os robles, enquanto as três éguas pastavam a relva nova
de abril – os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma moita de espinheiros, numa cova de rocha,
um velho cofre de ferro. Como se o resguardasse uma torre segura, conservava as suas três chaves nas suas
três fechaduras. Sobre a tampa, mal decifrável através da ferrugem, corria um dístico em letras árabes. E
dentro, até às bordas, estava cheio de dobrões de ouro!
No terror e esplendor da emoção, os três senhores ficaram mais lívidos do que círios. Depois,
mergulhando furiosamente as mãos no ouro, estalaram a rir, num riso de tão larga rajada que as folhas tenras
dos olmos, em roda, tremiam... E de novo recuaram, bruscamente se encararam, com os olhos a flamejar,
numa desconfiança tão desabrida que Guanes e Rostabal apalpavam nos cintos os cabos das grandes facas.
Então Rui, que era gordo e ruivo, e o mais avisado, ergueu os braços, como um árbitro, e começou por decidir
que o tesouro, ou viesse de Deus ou do Demónio, pertencia aos três, e entre eles se repartiria, rigidamente,
pesando-se o ouro em balanças. Mas como poderiam carregar para Medranhos, para os cimos da serra,
aquele cofre tão cheio? Nem convinha que saíssem da mata com o seu bem, antes de cerrar a escuridão.

Eça de Queirós, “ O tesouro “ in Contos

5. Os irmãos de Medranhos são-nos apresentados, coletivamente, no início do conto.


5.1 Caracteriza-os, por palavras tuas, a nível psicológico e social.
5.2 Por que razão te parece que eles, no início, não são apresentados e caracterizados individualmente?
5.3 Retira um exemplo do texto que remeta para a caracterização indireta dos irmãos de Medranhos. Justifica
devidamente a tua resposta.

6. A dada altura da narração, é utilizada uma elipse temporal. Explica em que consiste e retira o exemplo
que comprova a tua resposta.

7. Centra a tua atenção no momento em que os três irmãos encontram o tesouro.


7.1 Faz, exemplificando, o levantamento de todos os recursos expressivos que reforçam a reação das
personagens em questão, perante a descoberta do tesouro.

8. Atenta agora na figura do narrador.


8.1 Classifica-o quanto ao ponto de vista. Justifica e retira um exemplo que comprove a tua resposta.
9. Indica dois elementos simbólicos que estejam referidos no excerto apresentado e explicita-os.

10. Que semelhanças podemos encontrar entre este conto de autor e os contos tradicionais?

11. Explica por que razão a ação deste conto, quanto à delimitação, pode ser considerada,
simultaneamente, aberta e fechada.

GRUPO II

1. Refere as classes e subclasses das palavras sublinhadas.


“…os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma moita de espinheiros, numa cova de rocha, um
velho cofre de ferro. Como se o resguardasse uma torre segura, conservava as suas três chaves nas suas três
fechaduras. Sobre a tampa, mal decifrável através da ferrugem, corria um dístico em letras árabes. (…) No
terror e esplendor da emoção, os três senhores ficaram mais lívidos do que círios.

2. Procede à análise sintática das frases seguintes.


2.1 Naquele dia, Rui, o avisado, levantou os braços furiosamente.
2.2 As faces dos três irmãos continuavam lívidas.
2.3 O narrador descreveu Rui como o mais avisado.

3. Divide as frases em orações e classifica-as.


3.1 Rui, que era gordo e ruivo, parecia o mais sensato.
3.2 Se tivessem dividido o tesouro, viveriam os três felizes.
3.3 Embora fossem irmãos, desconfiavam uns dos outros.
3.4 O cofre tinha tantos dobrões que eles ficaram nervosíssimos.
3.5 Rui decidiu que o tesouro seria repartido entre todos.
3.6 Rui conversou com Rostabal para que este matasse o irmão.
3.7 Os irmãos foram demasiado ambiciosos, por isso acabaram por morrer.

4. Coloca a seguinte frase na voz passiva: “(…) os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma moita
de espinheiros, numa cova de rocha, um velho cofre de ferro.”.

GRUPO III

Eça de Queirós, o autor do conto “O tesouro”, é considerado um dos grandes vultos da literatura
portuguesa.
Escreve um texto expositivo, com cerca de 120 a 160 palavras, onde refiras a originalidade da
linguagem e estilo queirosianos. Procura enriquecer o teu texto, sempre que possível, com exemplos do
excerto que te foi apresentado anteriormente.
Não te esqueças de obedecer à estrutura do texto expositivo e utiliza um português claro e correto.
ESCOLA BÁSICA DA VENDA DO PINHEIRO
PORTUGUÊS
CORREÇÃO DA FICHA DE AVALIAÇÃO – 9.º C
2012/2013 Prof.ª Sílvia Rebocho

GRUPO I

1. b, c, d 2.1 d 2.2 c 3.1 c 3.2 b 4. “reestruturação”, “recuperação”

5.1. A nível psicológico, os irmãos de Medranhos eram agressivos, maus, desconfiados e ambiciosos.
Socialmente, eram fidalgos pobres que viviam na miséria e passavam necessidades.

5.2. Inicialmente, os três irmãos não são apresentados individualmente, porque eles têm características
semelhantes, funcionam como um todo e representam a união familiar.

5.3 Um exemplo de caracterização indireta utilizada pelo narrador é: “...Guanes e Rostabal apalpavam nos
cintos os cabos das grandes facas.”. Neste caso, podemos deduzir que ambas as personagens são
desconfiadas, materialistas e ambiciosas.

6. A elipse temporal consiste na eliminação, do discurso, de períodos mais ou menos longos da história. A
parte inicial da ação é localizada no inverno (“...passavam eles as tardes desse inverno...”) e logo a seguir o
narrador remete-nos para a primavera (“Ora, na primavera, por uma silenciosa manhã de domingo...”).

7.1 Quando encontraram o tesouro, os três irmãos ficaram espantados e alegres, mas também sentiram
medo. Depois, compreendendo o que todo aquele ouro poderia significar, riram furiosamente e desconfiaram
uns dos outros.
Os recursos expressivos que reforçam essa reação perante a descoberta do tesouro são: a antítese (“No
terror e esplendor da emoção...”), a comparação (“...mais lívidos do que círios...”), a hipérbole (“...estalaram a
rir...”), a personificação (“...as folhas tenras dos olmos, em roda, tremiam...”), a metáfora (“...com os olhos a
flamejar...”), a aliteração em r e a utilização do advérbio de modo (“...furiosamente...” e “...bruscamente...”).

8.1. O narrador, quanto ao ponto de vista, é subjetivo, já que demonstra a sua opinião e emoção, à medida
que vai contando a história (“E dentro, até às bordas, estava cheio de dobrões de ouro!”).

9.1. Um dos elementos simbólicos presentes no excerto é o número três que significa a perfeição, o elo de
união que não deve ser quebrado. Os três irmãos poderiam ter ascendido a uma essência divina (o tesouro –
outro elemento simbólico), se tivessem cooperado entre si e se a extrema ambição não os tivesse dividido.
Outro exemplo é o cofre de ferro: um cofre protege, preserva, permite que o seu conteúdo permaneça
intocado ao longo do tempo; a sua utilização é significativa do caráter precioso do conteúdo; igualmente
significativo é o facto de o cofre ser de ferro, material resistente, simultaneamente, à força e à corrupção.

10. As semelhanças que podemos encontrar entre os contos tradicionais e este conto de autor são: ambos
pretendem transmitir uma lição de moral (neste caso, “Quem tudo quer, tudo perde.”), são narrativas curtas,
com poucas personagens e onde o espaço e o tempo estão condensados.

11. A ação, quanto à delimitação, é fechada, porque sabemos o que aconteceu aos três irmãos, mas também é
aberta, uma vez que não sabemos o que aconteceu ao tesouro (“…ainda lá está, na mata de Roquelanes…”).
GRUPO II

1.
por trás de – locução prepositiva / o – pronome pessoal de c. direto, masculino, singular
resguardasse – forma verbal do verbo resguardar, no Pretérito Imperfeito do Conjuntivo, 3ª pessoa do
singular
conservava – forma verbal do verbo conservar, no Pretérito Imperfeito do Indicativo, 3ª pessoa do singular

suas – determinante possessivo, feminino, plural / sobre – preposição simples


mal – advérbio de modo / terror – nome abstrato, masculino, singular
mais – advérbio de quantidade
lívidos – adjetivo no grau comparativo de superioridade, masculino, plural

2.
2.1. Naquele dia – C. C. de Tempo / Rui – Sujeito / o avisado – Aposto
levantou os braços – Predicado / os braços – C. Direto / furiosamente – C. C. de Modo

2.2. As faces dos três irmãos – Sujeito / dos três irmãos – C. Determinativo
continuavam lívidas – Predicado Nominal / lívidas – Predicativo do Sujeito

2.3. O narrador – Sujeito / descreveu Rui como o mais avisado - Predicado


Rui – C. Direto / como o mais avisado – Predicativo do C. Direto

3.
3.1 Rui parecia o mais sensato – oração subordinante
, que era gordo e ruivo, - oração subordinada relativa explicativa

3.2 Se tivessem dividido o tesouro, - oração subordinada condicional


viveriam os três felizes. – oração subordinante

3.3 Embora fossem irmãos, - oração subordinada concessiva


desconfiavam uns dos outros. – oração subordinante

3.4 O cofre tinha tantos dobrões – oração subordinante


que eles ficaram nervosíssimos. – oração subordinada consecutiva

3.5 Rui decidiu – oração subordinante


que o tesouro seria repartido entre todos. – oração subordinada integrante

3.6 Rui conversou com Rostabal – oração subordinante


para que este matasse o irmão. – oração subordinada final

3.7 Os irmãos foram demasiado ambiciosos– oração coordenada


por isso acabaram por morrer. – oração coordenada conclusiva

4.
Um velho cofre de ferro foi encontrado pelos irmãos de Medranhos, por trás de uma moita de espinheiros,
numa cova de rocha.
ESCOLA BÁSICA DA VENDA DO PINHEIRO
PORTUGUÊS
FICHA DE AVALIAÇÃO (NEE) – 9.º C
2012/2013 Prof.ª Sílvia Rebocho

GRUPO I

Lê, atentamente, o texto a seguir transcrito.

Texto A
O QUE É A FUNDAÇÃO

A Fundação Eça de Queiroz é uma instituição de utilidade pública administrativa, sem fins lucrativos, que
tem como cais de partida a divulgação e promoção nacional e internacional da obra do maior nome do
romance português. Estatutariamente a Fundação é composta por um Conselho de Administração, um
Conselho Fiscal, um Conselho Cultural e um Conselho de Cofundadores.
http://www.feq.pt/o-que-e-a-fundacao.html
COMO NASCEU

Desde que, em 1970, faleceu o último filho de Eça de Queiroz, Maria Eça de Queiroz de Castro, os seus
herdeiros, eu própria, Maria da Graça Salema de Castro, e o meu marido, Manuel Pedro Benedito de Castro,
entretanto falecido, iniciámos o processo com vista à constituição da FUNDAÇÃO EÇA DE QUEIROZ.
Pertencendo-nos 2/3 dos bens deixados por Eça de Queiroz, para além da Quinta e Casa de Vila Nova em
Santa Cruz do Douro (TORMES), pensámos doar estes bens a uma fundação a instituir em vida, a qual teria,
como principais objetivos, a continuação e o enquadramento institucional da divulgação e do estudo da obra
de Eça de Queiroz, bem como o desenvolvimento de toda uma gama de iniciativas culturais, tanto de âmbito
nacional, ou internacional, como de incidência mais estritamente regional. (...) e assim começou a História da
Fundação Eça de Queiroz.
A Associação de Amigos de Eça de Queiroz, constituída por escritura pública em 23 de julho de 1988,
instituição que congrega pessoas e vontades que têm no legado cultural de Eça de Queiroz uma referência
comum, orientou-se no sentido de fomentar o aparecimento e consolidação dessa outra instituição, a
Fundação Eça de Queiroz, a quem caberá desempenhar um relevante papel na salvaguarda da memória
cultural de Eça de Queiroz através de iniciativas diversificadas. Em 9 de setembro de 1990, por iniciativa de
Maria da Graça Almeida Salema de Castro - atual presidente vitalícia - e Sociedade Anónima "João Pires, S.A.",
cria-se a Fundação Eça de Queiroz com um património avaliado, em estimativa de 1989, em cerca de 933.000
euros. Esse património, constituído pela Casa e Quinta de Vila Nova foi objeto de intervenções arquitetónicas
que numa primeira fase orçaram em cerca de 324.000 euros e que foram comparticipadas pelo I Quadro
Comunitário de Apoio, em 70%, pelo PRORN. Numa segunda fase, com início em 1994 e que terminou em
1999, realizaram-se obras no valor global de 749.000 euros, montante esse comparticipado em 75% pelo II
Quadro Comunitário de Apoio. Com as transformações arquitetónicas realizadas na Casa Mãe criou-se um
espaço museológico, uma biblioteca, um arquivo, um miniauditório e um espaço para serviços
administrativos; Realizaram-se transformações arquitetónicas em três casas de antigos caseiros, destinadas a
turismo rural.
Recuperada a eira e beiral, construído um parque de estacionamento, remodelado o estradão, os arranjos
exteriores em que se salientam o ajardinamento dos espaços e o estabelecimento da rede de rega. Foram
feitos investimentos agrícolas - implantação de 4,5 hectares vinha nova, construída e equipada a adega,
reestruturação da parte restante da vinha velha e aquisição de novos equipamentos, sendo estes projetos
financiados pelo IFADAP. Entretanto, em colaboração com o Instituto Português dos Museus, o Arquivo
Distrital do Porto, o Instituto Português da Fotografia, o Museu Soares dos Reis e o Instituto José de
Figueiredo, fez-se o tratamento museológico do espólio do escritor. Já recentemente realizou-se a
recuperação do espaço do antigo lagar de azeite, onde foi instalado o museu do azeite e uma sala polivalente
para o serviço de almoços queirosianos a grupos.
http://www.feq.pt/como-nasceu.html
1. Assinala as afirmações que, segundo o texto, são verdadeiras.
g) A Fundação Eça de Queiroz tem como objetivo divulgar as obras de novos autores.
h) A Fundação foi constituída pelos herdeiros de Eça de Queiroz.
i) Maria da Graça Salema de Castro é a presidente vitalícia da Fundação.
j) A Fundação pretende salvaguardar a memória do escritor, recorrendo a diversas iniciativas.
k) Metade dos bens deixados por Eça de Queiroz pertence aos seus herdeiros.
l) A Fundação Eça de Queiroz foi inaugurada a 23 de julho de 1988.

2 Para cada item que se segue (2.1 e 2.2), assinala a opção que permite obter uma afirmação adequada ao
sentido do texto.
2.1 A Fundação Eça de Queiroz localiza-se…
e) na Estremadura.
f) no Alentejo.
g) na Beira Baixa.
h) no Douro.

2.2 O património da Fundação está estimado em cerca de…


e) 324 000 euros.
f) 749 000 euros.
g) 933 000 euros.
h) 857 000 euros.

3. Para cada uma das afirmações que se seguem (3.1 e 3.2), assinala a opção que, de acordo com o sentido
do texto, se encontra incorreta.
3.1 Participaram na recuperação deste património os seguintes organismos:
i) o PRORN.
j) o IFADAP.
k) o IPPAR.
l) o Instituto Português dos Museus.
m) o Arquivo Distrital do Porto.
n) o Instituto Português da Fotografia.
o) o Museu Soares dos Reis.
p) o Instituto José de Figueiredo.

3.2 A Casa e Quinta de Vila Nova foram objeto de várias obras de restauro, nomeadamente:
i) na Casa Mãe.
j) na capela.
k) nas três casas dos caseiros.
l) na eira e beiral.
m) no estradão.
n) nos arranjos exteriores.
o) no lagar de azeite.
p) na vinha velha.

4. Seleciona, do último parágrafo do texto, dois sinónimos de “restauro”.


Lê atentamente o excerto e responde, de forma clara e correta, às questões que te são colocadas.
Atenção: para melhor responderes a certas questões poderás ter que recordar partes do texto que não
foram aqui transcritas.

Texto B

Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, eram então, em todo o reino das Astúrias, os
fidalgos mais famintos e os mais remendados.
Nos Paços de Medranhos, a que o vento da serra levara vidraça e telha, passavam eles as tardes desse
inverno, engelhados nos seus pelotes de camelão, batendo as solas rotas sobre as lajes da cozinha, diante da
vasta lareira negra, onde desde muito não estalava lume, nem fervia a panela de ferro. Ao escurecer
devoravam uma côdea de pão negro, esfregada com alho. Depois, sem candeia, através do pátio, fendendo a
neve, iam dormir à estrebaria, para aproveitar o calor das três éguas lazarentas que, esfaimadas como eles,
roíam as traves da manjedoura. E a miséria tornara estes senhores mais bravios que lobos.
Ora, na primavera, por uma silenciosa manhã de domingo, andando todos três na mata de Roquelanes
a espiar pegadas de caça e a apanhar tortulhos entre os robles, enquanto as três éguas pastavam a relva nova
de abril – os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma moita de espinheiros, numa cova de rocha,
um velho cofre de ferro. Como se o resguardasse uma torre segura, conservava as suas três chaves nas suas
três fechaduras. Sobre a tampa, mal decifrável através da ferrugem, corria um dístico em letras árabes. E
dentro, até às bordas, estava cheio de dobrões de ouro!
No terror e esplendor da emoção, os três senhores ficaram mais lívidos do que círios. Depois,
mergulhando furiosamente as mãos no ouro, estalaram a rir, num riso de tão larga rajada que as folhas tenras
dos olmos, em roda, tremiam... E de novo recuaram, bruscamente se encararam, com os olhos a flamejar,
numa desconfiança tão desabrida que Guanes e Rostabal apalpavam nos cintos os cabos das grandes facas.
Então Rui, que era gordo e ruivo, e o mais avisado, ergueu os braços, como um árbitro, e começou por decidir
que o tesouro, ou viesse de Deus ou do Demónio, pertencia aos três, e entre eles se repartiria, rigidamente,
pesando-se o ouro em balanças. Mas como poderiam carregar para Medranhos, para os cimos da serra,
aquele cofre tão cheio? Nem convinha que saíssem da mata com o seu bem, antes de cerrar a escuridão.

Eça de Queirós, “ O tesouro “ in Contos

5. Os irmãos de Medranhos são-nos apresentados, coletivamente, no início do conto.


5.1 Caracteriza-os, por palavras tuas, a nível psicológico e social.
5.1.1 Retira do texto um exemplo que comprove uma das características psicológicas e outro que justifique
uma característica social.
5.2 Por que razão te parece que eles, no início, não são apresentados e caracterizados individualmente?

6. A dada altura da narração, é utilizada uma elipse temporal. Retira do texto o exemplo que a justifica.

7. Centra a tua atenção no momento em que os três irmãos encontram o tesouro.


7.1 Explica, de forma completa, como reagiram eles a essa descoberta.
7.2 Retira do texto um exemplo de um recurso expressivo que reforce uma dessas reações.

8. Atenta agora na figura do narrador.


8.1 Por que razão podemos dizer que é um narrador subjetivo? Retira um exemplo que comprove a tua
resposta.
9. O número “três” e o “cofre de ferro” são dois dos vários elementos simbólicos que Eça de Queirós utiliza
neste conto. Explica o seu significado.

10. Que semelhanças podemos encontrar entre este conto de autor e os contos tradicionais?

11. Explica por que razão a ação deste conto, quanto à delimitação, pode ser considerada,
simultaneamente, aberta e fechada.

GRUPO II

1. Escolhe cinco palavras do excerto que te é apresentado e refere as suas classes e subclasses.
“…os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma moita de espinheiros, numa cova de rocha, um
velho cofre de ferro. Como se o resguardasse uma torre segura, conservava as suas três chaves nas suas três
fechaduras. Sobre a tampa, mal decifrável através da ferrugem, corria um dístico em letras árabes. (…) No
terror e esplendor da emoção, os três senhores ficaram mais lívidos do que círios.

2. Procede à análise sintática das frases seguintes.


2.1 Naquele dia, Rui, o avisado, levantou os braços furiosamente.
2.2 As faces dos três irmãos continuavam lívidas.
2.3 O narrador descreveu Rui como o mais avisado.

3. Divide as frases em orações e classifica-as.


3.1 Rui, que era gordo e ruivo, parecia o mais sensato.
3.2 Se tivessem dividido o tesouro, viveriam os três felizes.
3.3 Embora fossem irmãos, desconfiavam uns dos outros.
3.4 O cofre tinha tantos dobrões que eles ficaram nervosíssimos.
3.5 Rui decidiu que o tesouro seria repartido entre todos.
3.6 Rui conversou com Rostabal para que este matasse o irmão.
3.7 Os irmãos foram demasiado ambiciosos, por isso acabaram por morrer.

4. Coloca a seguinte frase na voz passiva: “(…) os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma moita
de espinheiros, numa cova de rocha, um velho cofre de ferro.”.

GRUPO III

Eça de Queirós, o autor do conto “O tesouro”, é considerado um dos grandes vultos da literatura
portuguesa.
Escreve um texto expositivo, com cerca de 120 a 160 palavras, onde refiras a originalidade da
linguagem e estilo queirosianos. Procura enriquecer o teu texto, sempre que possível, com exemplos do
excerto que te foi apresentado anteriormente.
Não te esqueças de obedecer à estrutura do texto expositivo e utiliza um português claro e correto.
ESCOLA BÁSICA DA VENDA DO PINHEIRO
PORTUGUÊS
CORREÇÃO DA FICHA DE AVALIAÇÃO – 9.º C (NEE)
2012/2013 Prof.ª Sílvia Rebocho

GRUPO I

1. h, i, j 2.1 h 2.2 g 3.1 k 3.2 j 4. “reestruturação”, “recuperação”

5.1. A nível psicológico, os irmãos de Medranhos eram agressivos, maus, desconfiados e ambiciosos.
Socialmente, eram fidalgos pobres que viviam na miséria e passavam necessidades.

5.1.1. Um exemplo que justifica uma das características psicológicas referidas é “E de novo recuaram,
bruscamente se encararam, com os olhos a flamejar, numa desconfiança tão desabrida que Guanes e Rostabal
apalpavam nos cintos os cabos das grandes facas.”
O exemplo que comprova o estatuto social dos três irmãos de Medranhos é “Os três irmãos de
Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, eram então, em todo o reino das Astúrias, os fidalgos mais famintos e os
mais remendados.”.

5.2. Inicialmente, os três irmãos não são apresentados individualmente, porque eles têm características
semelhantes, funcionam como um todo e representam a união familiar.

6. A elipse temporal está presente nos seguintes exemplos: “...passavam eles as tardes desse inverno...” e
“Ora, na primavera, por uma silenciosa manhã de domingo...”.

7.1 Quando encontraram o tesouro, os três irmãos ficaram espantados e alegres, mas também sentiram
medo. Depois, compreendendo o que todo aquele ouro poderia significar, riram furiosamente e desconfiaram
uns dos outros.

7.2 Um dos recursos expressivos que reforça essa reação perante a descoberta do tesouro é: a comparação
(“...mais lívidos do que círios...”).

8.1. O exemplo que comprova a subjectividade do narrador é “E dentro, até às bordas, estava cheio de
dobrões de ouro!”.

9.1. Um dos elementos simbólicos presentes no excerto é o número três que significa a perfeição, o elo de
união que não deve ser quebrado. Os três irmãos poderiam ter ascendido a uma essência divina (o tesouro –
outro elemento simbólico), se tivessem cooperado entre si e se a extrema ambição não os tivesse dividido.
Outro exemplo é o cofre de ferro: um cofre protege, preserva, permite que o seu conteúdo permaneça
intocado ao longo do tempo; a sua utilização é significativa do caráter precioso do conteúdo; igualmente
significativo é o facto de o cofre ser de ferro, material resistente, simultaneamente, à força e à corrupção.

10. As semelhanças que podemos encontrar entre os contos tradicionais e este conto de autor são: ambos
pretendem transmitir uma lição de moral (neste caso, “Quem tudo quer, tudo perde.”), são narrativas curtas,
com poucas personagens e onde o espaço e o tempo estão condensados.

11. A ação, quanto à delimitação, é fechada, porque sabemos o que aconteceu aos três irmãos, mas também é
aberta, uma vez que não sabemos o que aconteceu ao tesouro (“…ainda lá está, na mata de Roquelanes…”).
GRUPO II

1. Hipótese de resposta

por trás de – locução prepositiva / o – pronome pessoal de c. direto, masculino, singular


resguardasse – forma verbal do verbo resguardar, no Pretérito Imperfeito do Conjuntivo, 3ª pessoa do
singular
conservava – forma verbal do verbo conservar, no Pretérito Imperfeito do Indicativo, 3ª pessoa do singular

suas – determinante possessivo, feminino, plural / sobre – preposição simples


mal – advérbio de modo / terror – nome abstrato, masculino, singular
mais – advérbio de quantidade
lívidos – adjetivo no grau comparativo de superioridade, masculino, plural

2.
2.1. Naquele dia – C. C. de Tempo / Rui – Sujeito / o avisado – Aposto
levantou os braços – Predicado / os braços – C. Direto / furiosamente – C. C. de Modo

2.2. As faces dos três irmãos – Sujeito / dos três irmãos – C. Determinativo
continuavam lívidas – Predicado Nominal / lívidas – Predicativo do Sujeito

2.3. O narrador – Sujeito / descreveu Rui como o mais avisado - Predicado


Rui – C. Direto / como o mais avisado – Predicativo do C. Direto

3.
3.1 Rui parecia o mais sensato – oração subordinante
, que era gordo e ruivo, - oração subordinada relativa explicativa

3.2 Se tivessem dividido o tesouro, - oração subordinada condicional


viveriam os três felizes. – oração subordinante

3.3 Embora fossem irmãos, - oração subordinada concessiva


desconfiavam uns dos outros. – oração subordinante

3.4 O cofre tinha tantos dobrões – oração subordinante


que eles ficaram nervosíssimos. – oração subordinada consecutiva

3.5 Rui decidiu – oração subordinante


que o tesouro seria repartido entre todos. – oração subordinada integrante

3.6 Rui conversou com Rostabal – oração subordinante


para que este matasse o irmão. – oração subordinada final

3.7 Os irmãos foram demasiado ambiciosos– oração coordenada


por isso acabaram por morrer. – oração coordenada conclusiva

4.
Um velho cofre de ferro foi encontrado pelos irmãos de Medranhos, por trás de uma moita de espinheiros,
numa cova de rocha.

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