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Prof.º José Nelson (Engenheiro Civil)


jose.rocha@gmail.com
(33) 98809-2059
Plano de Trabalho 2

Disciplina: HIDRÁULICA
EMENTA
Princípios básicos. Hidrostática. Hidrodinâmica. Orifícios, bocais e tubos curtos. Estações
elevadoras, bombas e linha de recalque.

OBJETIVOS
Introduzir na formação do aluno de Engenharia Civil os conceitos básicos da Mecânica
Clássica que estudam os fluidos em repouso e movimento, preparando-os com os
fundamentos, teórico que sustentam as Ciências Hidráulicas e embasam as disciplinas da
área de Recursos Hídricos e Saneamento.
O curso de hidráulica visa fornecer subsídios aos alunos de Engenharia Civil, que
dependem desta disciplina, para melhor entender os processos que ocorrem em sistemas
pressurizados, bem como a superfície livre, através dos conceitos que caracterizam estes
sistemas, das suas peculiaridades e de suas limitações.
Plano de Trabalho 3

Disciplina: HIDRÁULICA
• PRINCÍPIOS BÁSICOS

➢ Evolução, propriedades dos fluidos;


➢ Analise dimensional;
➢ Homogeneidade dimensional;
➢ Previsão de fórmulas.

• HIDROSTÁTICA

➢ Pressões, empuxos, leis de Pascal e de Stevin;


➢ Pressão atmosférica, equilíbrio dos corpos flutuante.
Plano de Trabalho 4

Disciplina: HIDRÁULICA
• HIDRODINÂMICA:
➢ Conceito, teoremas de Bernoulli;
➢ Orifícios bocais e tubos curtos;
➢ Vertedores triangulares, de paredes espessas e proporcionais;
➢ Escoamento em tubulações, perda de carga;
➢ Análise dimensional.

• ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS:
➢ Bombas e linha de recalque;
➢ Golpe de aríete.
➢ Transiente hidráulico.
Plano de Trabalho 5

Disciplina: HIDRÁULICA
BIBLIOGRAFIA
BÁSICA:

AZEVEDO, N, JOSÉ, M. Manual de Hidráulica. 9ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2015.

FRANCO, B. Mecânica dos Fluidos -2ª edição. São Pulo: Grupo Pearson,2010.

GRIBBIN, John E. Introdução a hidráulica, hidrologia e gestão de Águas pluviais. :


Cengage Learning, 2009

COMPLEMENTAR:

WHITE,M.Frank, Mecânica dos Fluidos – Fundamentos e Aplicações. Rio de Janeiro:


Mcgraw Hill,2007.

FIALHO,B.Arivelto, Automação Hidráulica – Projetos, Dimensionamento e Análise de


Circuitos - 5ª Edição.São Paulo: Érica,2007.
Plano de Trabalho 6

BIBLIOGRAFIA

▪ APOSTILAS

▪ LIVROS
Plano de Trabalho 7

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO
1ª ETAPA: 10/02 A 28/04: 40 PONTOS
• UMA PROVA (15 PONTOS)
• 15 PONTOS DE ATIVIDADES E TRABALHOS
• Com 5 pontos referente ao Grules.
• 10 PONTOS DA INTEGRADORA
• 22/04 a 28/04 - Semana de Provas referente a 1ª Etapa de Notas

2ª ETAPA: 29/04 A 03/07: 60 PONTOS


• UMA PROVA (15 PONTOS)
• 15 PONTOS DE ATIVIDADES E TRABALHOS
• Com 5 pontos referente ao Grules.
• 30 PONTOS DA INTEGRADORA
• 25/06 a 01/07 – Semana de Provas ref.a 2ªEtapa de Notas
DEVERES E BRIGAÇÕES: 8

✓PARTICIPAÇÃO NAS AULAS (75%);


✓APS (Atividades Práticas Supervisionadas) CONTAM COMO PRESENÇA. CASO O ALUNO NÃO CONSEGUIR
POSTAR A ATIVIDADE

NA DATA, O ADX GERA UM NÚMERO DE PROTOCOLO QUE DEVERÁ SER APRESENTADO AO PROFESSOR.
✓ TRABALHOS TEM DATA PARA ENTREGA. OS ENTREGUES DEPOIS DA DATA SERÃO AVALIADOS EM
METADE DOS PONTOS.
✓ AVALIAÇÃO DE SEGUNDA CHAMADA TEM UMA DATA ESPECÍFICA QUE DEVERÁ SER
CONFIRMADA COM O PROFº. O QUANTO ANTES. O ALUNO SÓ PODERÁ FAZER A PROVA COM
REQUERIMENTO, POR ESTE MOTIVO DEVE PROCURAR A SECRETARIA COM ANTECEDÊNCIA.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 9

A palavra Hidráulica significa "condução de água"


(do grego hydor, água e aulos, tubo, condução)
No entanto, hoje estudamos o comportamento da água
e de outros líquidos, seja em repouso (hidrostática) ou
em movimento (hidrodinâmica). A hidráulica geral
aproxima-se muito do que chamamos de Mecânica dos
Fluidos.
10

Sistema Internacional
de Unidades
11
Análise dimensional
É a área da física que se interessa pela relação entre as
grandezas físicas e pelas unidades de medida dessas
grandezas.
Uma grandeza G da mecânica, tem dimensão indicada por
[G], e pode ser expressa em função de M (massa), L
(comprimento) e T (tempo) elevados a expoentes
convenientes:

[G] = M a Lb T c Em que a, b, c representa as dimensões da grandeza.

Exemplo: Velocidade – v

[v] = [∆s]/[∆t] = m/s = L / T = L·T-1

[v] = L·T-1
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Análise dimensional
Exercícios: Utilizando-se dos símbolos dimensionais das
grandezas fundamentais do S.I., determine as fórmulas
dimensionais.

1) aceleração escalar linear ( a = v/t )


2) força ( F = m·a)
3) energia cinética ( Ec = (m·v2 )/2)
4) trabalho (W = F·d)
5) quantidade de movimento ( Q = m·v)
6) área ( A = b·h )
7) volume ( V = Ab·h)
8) densidade (ρ = m/v)
9) constante elástica (K = F/x )
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Princípio da homogeneidade
“Uma equação física só pode ser verdadeira se os dois lados
da equação tiverem a mesma unidade dimensional.”

Exemplo:
1) 10 kg = 15 m/s2 ??? – equação não verdadeira
2) S = S0 + v·t
[S]= L
[S0 ] = L
[v.t] = (L/T)·T = L

Exercício: Verifique se há homogeneidade na equação:


v² = v0² + 2·a·t

Errado: deveria ser v² = v0² + 2 · a · ∆s


Análise dimensional 14

O método dos expoentes desconhecidos é uma forma de


conseguir prever o formato de uma equação física e também
pode ser usado para relembrar uma fórmula que você não
se lembre com todos os detalhes.

Exemplo: Numa experiência, verifica-se que o período (T)


de oscilação de um sistema corpo-mola depende somente
da massa (m) do corpo e da constante elástica (K) da mola.
Então: Sabe-se que o período pode ser dado em segundos
a
T = cte·m ·k b

Aplicando-se a análise dimensional:


[T] = [cte]·[m] a·[k]b
T = M a·(MT -²) b
T = M a + b · T – 2b
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Exercícios
1) A força centrípeta depende da massa (m), da velocidade escalar
(v) do objeto e do raio (r) da órbita do movimento. Determinar a
equação de definição da mesma. 𝐹𝑐𝑝 = 𝑀 ∙ 𝐿 ∙ 𝑇 −2
𝑏
𝐿
𝑚𝑎 ∙ 𝑣 𝑏 ∙ 𝑟 𝑐 → 𝑀𝑎 ∙ ∙ 𝐿𝑐 → 𝑀𝑎 ∙ 𝐿𝑏+𝑐 ∙ 𝑇 −𝑏
𝑇
𝑀 ∙ 𝐿 ∙ 𝑇 −2 = 𝑀𝑎 ∙ 𝐿𝑏+𝑐 ∙ 𝑇 −𝑏
𝑎=1 𝑎=1
𝑚∙𝑣²
ቐ𝑏 + 𝑐 = 1 ቐ𝑏=2 ∴ 𝐹𝑐𝑝 =
𝑟
−𝑏 = −2 𝑐 = −1

2) Na equação dimensional homogênea x = a·t² - b·t³, em que x tem a


dimensão de comprimento (L) e t tem (T), calcule as dimensões de
a e b.
𝑥 =𝐿
𝑎 ∙ 𝑡 2 → 𝑎 ∙ 𝑇 2 = 𝐿 → 𝑎 = 𝐿 ∙ 𝑇 −2
𝑏 ∙ 𝑡 3 → 𝑏 ∙ 𝑇 3 = 𝐿 → 𝑏 = 𝐿 ∙ 𝑇 −3
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 16

Exercício: Transformar 0,015 m³/s para m³/h, L/s e L/h.

Resposta: 54 m³/h, 15 L/s e 54.000 L/h


NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 17

Para estudarmos hidráulica, precisamos conhecer


algumas importantes propriedades dos fluidos como
Massa específica, densidade, peso específico,
viscosidade, etc.
Também alguns “fenômenos” que ocorrem com os
fluidos, que são: Pressão, Vazão, Velocidade, Perda
de carga , Golpe de aríete, vasos comunicantes, etc.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 18

MASSA ESPECÍFICA:
Ou densidade absoluta é a relação entre a massa do fluido e o volume do fluido:
𝑚 Sendo:
Material
Massa específica
𝜌= 𝜌 – massa específica (Kg/m³) (g/cm³)
𝑉 𝑚 – massa do fluido
Alumínio 2,7.10³ 2,7
𝑉 – volume do fluido
Ferro 7,9.10³ 7,9
Ela depende da pressão e da Chumbo 11,3.10³ 11,3
temperatura. Em condições normais
Platina 21,510³ 21,5
a variação desta unidade é pequena
e comumente considerada constante. Álcool 0,79.10³ 0,79
Na maioria dos problemas adota-se Água 1,0.10³ 1,0
para a água os valores da massa Azeite 0,92.10³ 0,92
específica a 4ºC sendo de 𝜌 = Mercúrio 13,6.10³ 13,6
1000𝑘𝑔/𝑚³ no SI ou 𝜌 = Observações:
102 𝑘𝑔𝑓 ∙ 𝑠²/𝑚4 no sistema - A massa específica é uma propriedade do material
que compõe o corpo;
técnico. - A massa específica depende da temperatura.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 19

DENSIDADE DE UM CORPO:
Ou massa volumétrica é a relação entre a massa e o volume deste corpo:
Sendo: Temperatura (°C) Densidade (kg/m3)
𝑚 𝑑 – densidade 100 958,4
𝑑= 𝑚 – massa do corpo 80 971,8
𝑉 60 983,2
𝑉 – volume do corpo
40 992,2
30 995,61
25 997,07
Desta forma pode-se dizer
22 997,80
que a densidade mede o grau 20 998,23
de concentração de massa em 15 999,13
determinado volume. 10 999,73
4 1000
0 999,87
E o Volume inclui os espaços
A densidade da água em quilogramas por metro cúbico
vazios. (sistema SI) em várias temperaturas em graus Celsius. Os
valores abaixo de 0 °C se referem a água em sobrefusão.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 20

DENSIDADE RELATIVA:
de uma substância A expressa o quociente entre a massa específica dessa substância
A e a massa específica de uma outra substância B, tomada como referência.
𝜌 Sendo:
A unidade SI para o volume
𝛿= 𝛿 – densidade relativa
específico é m³/kg.
𝜌0 𝜌 – massa específica
𝜌0 – massa específica de
referência
Geralmente o fluido de referência para líquidos é a água e para os gases é o ar. Esta
propriedade é útil, pois não depende do sistema de unidades (adimensional), isto é,
seu valor é o mesmo em qualquer sistema de unidades.

A densidade relativa também pode ser a razão entre o peso específico do fluido e o
peso específico do fluido considerado como padrão já que multiplicando e dividindo
por g a equação anterior, não alteramos o seu valor.
𝛾𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝛾𝑟 =
𝛾𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 21

VOLUME ESPECÍFICO:
É, por definição, o volume ocupado pela unidade de massa de uma substancia, ou
seja, é o inverso da massa especifica, sendo dado por
Sendo:
𝑉 1 𝑣 – volume específico
A unidade SI para o volume
𝑣= →𝑣= específico é m³/kg.
𝑚 𝜌 𝜌 – massa específica
𝑚 – massa do fluido
𝑉 – volume do fluido

PESO ESPECÍFICO:
de uma substância é o seu peso por unidade de volume.

Sendo:
𝑃 𝑚∙𝑔 𝛾 – peso específico
A unidade do S.I.
𝛾= → →𝛾 =𝜌∙𝑔 𝑔 – gravidade
para o peso
𝑉 𝑉 especifico é N/m³.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 22

Exemplo peso específico, massa específica e densidade:


Um reservatório graduado contém 500 ml de um líquido que
pesa 6 N. Determinar o peso específico, a massa específica e a
densidade do líquido (considerar g = 9,81 m/s2 ).
SOLUÇÃO:

Peso Específico ( 𝛾):


𝑉 = 500𝑚𝑙 → 0,5𝐿 → 0.5 ∙ 10−3 𝑚³
𝑃 6𝑁
𝛾= →𝛾= −3
→ 12.000 𝑁/𝑚³
𝑉 0.5 ∙ 10 𝑚³
Massa Especifica (𝜌):
12.000𝑁 12.000𝑘𝑔 ∙ 𝑚/𝑠²
𝛾 𝑚 3 𝑚 3 1.223,24𝑘𝑔
𝛾 =𝜌∙𝑔 →𝜌= → → →
𝑔 9,81𝑚 9,81𝑚 𝑚³
𝑠2 𝑠2
Densidade (𝛿):
𝜌 1.223,24𝑘𝑔/𝑚³
𝛿= → → 1,247
𝜌𝐻2𝑂 981 𝑘𝑔/𝑚³
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 23

Pressão média (P) e Tensão de cisalhamento média (τ):


A pressão pode ser definida pelo quociente de uma força de módulo constante,
perpendicular a uma superfície sujeita à sua ação, dividida pela área dessa superfície.
𝐹𝑛
𝑃=
𝐴
A tensão de cisalhamento é a força aplicada sobre um corpo sólido, por unidade de
área, e que provoca o deslocamento lateral, paralelamente a si mesmo, de um plano do
corpo.
𝐹𝜏
𝜏=
𝐴
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 24

Princípio da aderência:
partículas de fluido que estão juntas a um contorno sólido (camada
limite) apresentam a mesma velocidade do contorno (corpo) sólido.
Experiência das duas placas:
Um problema clássico é o escoamento induzido entre duas placas,
uma inferior fixa e uma superior movendo-se uniformemente a
velocidade V. Aplicando-se o princípio da aderência à experiência das
duas placas, chegamos a um perfil onde vemos que a velocidade do
fluido junto à placa fixa é nula, e a velocidade junto à placa móvel é
máxima.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 25

Lei de Newton da viscosidade:


Newton realizou o experimento das duas placas planas e verificou
que ao aplicar a força F na placa superior (móvel), esta era
inicialmente acelerada até adquirir uma velocidade constante, o
que permitiu concluir que o fluido aplicava a placa uma força
contrária ao movimento e de mesma intensidade. Após a
realização de vários experimentos, chegou a seguinte equação:

𝑑𝑉
𝜏=𝜇
𝑑𝑦
Onde:
𝜏 – Tensão de cisalhamento
𝜇 – Viscosidade
𝑑𝑉
– Gradiente de velocidade.
𝑑𝑦
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 26

Viscosidade:
É a propriedade de um fluido, devido à coesão e interação entre
moléculas, que oferece resistência para deformação de
cisalhamento. Fluidos diferentes deformam com valores diferentes
para uma mesma tensão de cisalhamento. Fluidos com uma alta
viscosidade, deformam mais lentamente que fluidos com uma
viscosidade baixa.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 27

Viscosidade Dinâmica (μ)


é definida como a força de cisalhamento, por unidade de área, (ou tensão
de cisalhamento τ), requerido para arrastar uma camada de fluido com
velocidade unitária para outra camada afastada a uma distância unitária.
𝑚
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑘𝑔 ∙ 𝑘𝑔
𝑠 2 𝑘𝑔 ∙ 𝑚 ∙ 1
𝜏 Á𝑟𝑒𝑎 𝑚² → 𝑠 2 𝑚2 → 𝑚 ∙ 𝑠² → 𝑘𝑔 ∙ 𝑠 → 𝑘𝑔
𝜇= → → 𝑚
𝑑𝑉 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚 1 1 𝑚 ∙ 𝑠² 𝑚∙𝑠
𝑠 ∙
𝑑𝑦 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑠 𝑚 𝑠
𝑚
Ou no SI:
𝑁 𝑁
𝑚² → 𝑚2 → 𝑁 ∙ 𝑠
𝑚 1 𝑚2
𝑠 𝑠
𝑚
Unidades:
𝑀 ∙ 𝐿−1 ∙ 𝑇 −1 → 𝑜𝑢 𝑁 ∙ 𝑠 ∙ 𝑚−2 → 𝑜𝑢 𝑃𝑎 ∙ 𝑠

𝜇 é também dado em Poise (P) – 10Poise = 𝑘𝑔 ∙ 𝑚−1 ∙ 𝑠 −1


NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 28

Viscosidade cinemática (ν):


é definida como a relação entre a viscosidade dinâmica e a massa
específica.

𝜇
𝜈=
𝜌

Dimensões: 𝐿2 ∙ 𝑇 −1
𝜈 também é expresso em Stokes, St, onde 104 𝑆𝑡 = 𝑚2 ∙ 𝑠 −1
Nos líquidos, a variação da viscosidade cinemática com a
temperatura é menor que a variação da viscosidade cinemática
nos gases. Isto ocorre, pois a massa específica dos líquidos
pouco varia com a temperatura, o que não ocorre com a massa
específica dos gases.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 29

Viscosidade:
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 30

Viscosidade:
Há dois fatores que estão diretamente relacionados com a viscosidade absoluta:

1. Força de coesão entre as moléculas do fluido;

2. Velocidade de transferência da quantidade de movimento;

Para sabermos o efeito da temperatura sobre a viscosidade de um fluido, é só


observarmos o seu efeito sob uma dessas duas grandezas e identificarmos qual delas é
preponderante.
Num líquido, entre as duas grandezas aquela de maior efeito é a força de coesão
e, quando a temperatura aumenta, a força de coesão entre as moléculas diminui.
Como a viscosidade é diretamente proporcional à força de coesão de um líquido,
então aumentando-se a temperatura a sua viscosidade irá diminuir.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 31

Exemplo viscosidade e tensão de cisalhamento:


Duas placas planas paralelas estão situadas a 3mm de distância. A
placa superior move-se com velocidade de 4m/s, enquanto que a
inferior está imóvel. Considerando que um óleo (cuja viscosidade
cinemática é 0,15 stokes e a massa específica 905 kg/m3) ocupa o
espaço entre elas, determinar a tensão de cisalhamento que agirá
sobre o óleo.
SOLUÇÃO: 𝜈 = 0,15 𝑠𝑡𝑜𝑘𝑒𝑠 → 0,15𝑐𝑚2 /𝑠 → 1,5 ∙ 10−5 𝑚2 /𝑠

𝜇 10−5 𝑚2 905𝑘𝑔 0,0136𝑘𝑔 𝑁∙𝑠


𝜈 = → 𝜇 = 𝜈 ∙ 𝜌 → 𝜇 = 1,5 ∙ ∙ → → 0,0136
𝜌 𝑠 𝑚3 𝑚∙𝑠 𝑚2
4𝑚
𝑑𝑉 𝑁∙𝑠 𝑠
𝜏=𝜇 → 𝜏 = 0,0136 ∙ → 18,1𝑁/𝑚²
𝑑𝑦 𝑚2 0,003𝑚

Portanto, 𝝉 = 𝟏𝟖, 𝟏𝑵/𝒎²


NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 32

Propriedades da água:
HIDROSTÁTICA 33

PRESSÃO:
A pressão é uma grandeza largamente utilizada na medição de vazão, de nível,
densidade e da própria variável pressão.

“A pressão (𝑃) exercida por uma força é definida pela razão entre o módulo da
força (𝐹) e a área (𝐴) da superfície pela qual ela se distribui.”

𝐹 F Unidades:
𝑃= - Kgf/cm²;
𝐴 - Atmosfera - atm;
- Pascal – Pa (N/m²);
- Bar;
- PSI (lbf/pol²);
- mmHg, cmHg;
A - m.c.a;
HIDROSTÁTICA 34

PRESSÃO:
Tomemos um bloco medindo 10 cm x 10 cm x 50 cm que pesa 50 kgf. Qual a
pressão que ele exerce sobre o solo?

Isto depende da área de apoio do bloco sobre o solo. Veja as duas possibilidades
abaixo.
HIDROSTÁTICA 35

PRESSÃO:
Vamos calcular a pressão exercida pela água sobre o fundo dos reservatórios.
Lembre-se que o peso específico da água é de 1.000 kgf/m³(1Kgf/l).
HIDROSTÁTICA 36

PRESSÃO:
Comparando-se a altura dos reservatórios com a pressão, pode-se observar que a
pressão não depende da área, mas somente da altura do reservatório, ou seja, a
pressão é proporcional aos METROS DE COLUNA DE ÁGUA (mca). Nos
exemplos anteriores temos:

PRESSÃO= 1000 Kgf/m²


PRESSÃO= 4000 Kgf/m²
OU 1 mca
OU 4 mca

PRESSÃO= 1000 Kgf/m²


OU 1 mca

PRESSÃO= 4000 Kgf/m²


OU 4 mca
PRESSÃO= 2000 Kgf/m²
OU 2 mca
HIDROSTÁTICA 37

UNIDADES DE PRESSÃO:
EXPERIÊNCIA DE TORRICELLI (Século XVII - ao nível do mar):
- Ao emborcar uma proveta cheia de mercúrio (Hg) na cuba, permaneceu uma coluna
de 760 mmHg .

- Concluiu-se com isto, que a Pressão Atmosférica corresponde à 760mmHg. Como a


𝛾 𝐻𝑔
densidade do Hg é : 𝛿𝐻𝑔 = 𝛾 = 13,5951
𝐻2 𝑂
- A mesma pressão atmosférica equilibraria uma coluna de água de :
13,5951 ∙ 0,76𝑚 = 𝟏𝟎, 𝟑𝟑𝟐𝟑 𝒎. 𝒄. 𝒂
- Como 𝑃 = 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ℎ (Lei de Stevin), a pressão exercida por esta coluna equivale á:
1000𝑘𝑔 9,80665𝑚 101.325,25𝑁
𝑃= ∙ ∙ 10,3323𝑚. 𝑐. 𝑎 = 𝑜𝑢 𝑃𝑎
𝑚3 𝑠2 𝑚2
HIDROSTÁTICA 38

PRESSÃO:
- Conclui-se que: 1atm = 760𝑚𝑚𝐻𝑔 = 10,3323 𝑚. 𝑐. 𝑎 = 101,325𝐾𝑃𝑎 = 10.332,3𝑘𝑔𝑓/𝑚²

1atm ≅ 1𝑏𝑎𝑟 ≅ 10 𝑚. 𝑐. 𝑎 ≅ 100𝐾𝑃𝑎 ≅ 10.000𝑘𝑔𝑓/𝑚² ≅ 1𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²


As unidades de pressão mais utilizadas são:
Kgf/cm2 ------------- Quilograma força por centímetro quadrado
m.c.a (mH2O)------- Metro de coluna de água
Lbf/pol2 (psi) ------ Libra força por polegada quadrada - 1Kgf/cm² ≅ 14,2 Lbf/pol² (psi)
Pa -------------------- Pascal
Mpa ----------------- Mega pascal = N/mm2
N/mm2 ------------ Newton por milímetro quadrado
NOTA 1: 1 bar = 100 kPa (Valor exato)
NOTA 2: A UNIDADE de pressão atmosfera (atm), não deve ser confundida com o valor da
pressão atmosférica local.
O valor médio da pressão atmosférica local apresenta uma redução de 0,012 atm (0,12 m.c.a. ou
120 kgf/m2) para cada 100 m de elevação acima do nível do mar.
HIDROSTÁTICA 39

PRESSÃO ABSOLUTA E PRESSÃO MANOMÉTRICA:


Dá-se o nome de pressão absoluta ou efetiva à pressão real que se exerce sobre um
determinado ponto. O conceito está relacionado com a pressão atmosférica e a pressão
manométrica ou relativa.

A pressão atmosférica é o peso exercido pelo ar em qualquer ponto da atmosfera (a camada de


gases que rodeia o planeta). Essa pressão varia na Terra de acordo com a altitude: quanto maior
a altitude, menor a pressão atmosférica.

A pressão manométrica ou relativa, em contrapartida, é aquela que produz um meio distinto


ao da pressão atmosférica (por exemplo, aquela que é exercida pelo gás de um refresco ou de
um refrigerante sobre a garrafa/lata).
Estes dois conceitos permitem-nos retomar a ideia de
pressão absoluta, que se calcula numa determinada
superfície a partir do somatório da pressão atmosférica
e da pressão manométrica.
Se nos referimos a uma garrafa de Coca-Cola, a pressão
absoluta à qual está submetida a sua garrafa é igual à
soma da pressão atmosférica (externa à embalagem) e à
pressão manométrica (interna, pela ação das moléculas do
gás da bebida).
HIDROSTÁTICA 40

PRESSÃO ABSOLUTA E PRESSÃO MANOMÉTRICA:


Pressão absoluta: Escala de medida de pressões na Pressão manométrica ou relativa:
qual o zero é atingido quando um vácuo ideal é Escala de medida de pressão relativa à pressão atmosférica
conseguido. Ou seja, é a diferença da pressão em um local. Ou seja, é a diferença entre a pressão absoluta medida
determinado ponto de medição pela pressão do em um ponto qualquer e a pressão atmosférica.
vácuo (zero absoluto).

𝑃𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎 = 𝑃𝑎𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑎 + 𝑃𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑜𝑢 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎

Escalas de pressão:
• absoluta (barômetros), 𝑃𝑎𝑏𝑠 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 + 𝑃𝑚𝑎𝑛
• relativa (manômetros), 𝑉á𝑐𝑢𝑜 = −𝑃𝑚𝑎𝑛
• vácuo (vacuômetros), 𝑉á𝑐𝑢𝑜𝑎𝑏𝑠 = −𝑃𝑎𝑡𝑚 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙
HIDROSTÁTICA 41

PRESSÃO HIDROSTÁTICA – TEOREMA DE STEVIN:


Pressão Devido ao Líquido:

𝐹 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚 ∙ 𝑔
𝑃𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = → →
𝐴 𝐴 𝐴
𝑚
Sabe-se que a massa específica é: 𝜌 = →𝑚 =𝜌∙𝑉
𝑉
𝜌∙𝑉∙𝑔 𝜌∙𝐴∙ℎ∙𝑔
𝑃𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = Sendo o Volume = 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ ℎ →
𝐴 𝐴
𝑃𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝜌 ∙ ℎ ∙ 𝑔
HIDROSTÁTICA 42

PRESSÃO NO INTERIOR DE UM LÍQUIDO EM EQUILÍBRIO:


Onde: 𝑝0 é a pressão acima da superfície do fluido. Se o tanque estiver aberto
para atmosfera pode-se afirmar que 𝑝0 é igual a 1atm no nível do mar.

𝑃𝐴 = 𝑃0 + 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ℎ

A diferença de pressão entre dois pontos num líquido homogêneo em


equilíbrio é dada pela pressão hidrostática da coluna líquida entre estes
pontos.
𝑃𝐴𝐵 = 𝑃𝐵 − 𝑃𝐴 → 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ℎ𝐵 − 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ℎ𝐴

𝑃𝐴𝐵 = 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ∆ℎ
HIDROSTÁTICA 43

MEDIÇÃO DE PRESSÃO COM MANÔMETRO EM U:


A maioria dos manômetros usa a pressão atmosférica como referência e mede a
diferença entre a pressão absoluta no ponto de medição e a pressão atmosférica, ou
seja: 𝑃 − 𝑃𝑎𝑡𝑚 . 𝑃1 = 𝑃2
𝑃 + 𝜌 ∙ ℎ1 ∙ 𝑔 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 + 𝜌 ∙ ℎ2 ∙ 𝑔
𝑃 − 𝑃𝑎𝑡𝑚 = 𝜌 ∙ ℎ2 ∙ 𝑔 − (𝜌 ∙ ℎ1 ∙ 𝑔) 𝑃
𝑃 − 𝑃𝑎𝑡𝑚 = 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ (ℎ2 - ℎ1 )
𝑃𝑀𝑎𝑛 → 𝑃 − 𝑃𝑎𝑡𝑚 = 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ∆ℎ
Mas, se as pressões 𝑃0 e 𝑃𝑎𝑡𝑚 forem diferentes
implica em erro de medição. Este problema sempre
acontece em tanque fechado e isolado da atmosfera.

𝑃𝑀𝑎𝑛 → 𝑃 − 𝑃0 = 𝜌𝐻𝑔 ∙ 𝑔 ∙ ∆ℎ 𝑃

Para solucionar esta inconveniência basta ligar o


outro lado do manômetro em U no topo do tanque.
HIDROSTÁTICA 44

EXEMPLOS DE PRESSÃO:
1. Qual o módulo da força que a atmosfera exerce, de cima pra baixo, sobre uma pessoa de área na ordem de
0,025m², no nível do mar? Dados: 1𝑎𝑡𝑚 = 1,01 ∙ 105 𝑃𝑎
SOLUÇÃO: 𝐹
𝑃= → 𝐹 = 𝑃 ∙ 𝐴 → 𝐹 = 1,01 ∙ 105 𝑃𝑎 ∙ 0,025𝑚² → 𝐹 = 2525𝑁
𝐴
2. Um mergulhador novato, praticando em uma piscina, inspira ar suficiente do tanque de mergulho para
expandir totalmente os pulmões antes de abandonar o tanque a uma profundidade L e nadar para a superfície.
Ele ignora as instruções e não exala durante a subida. Ao chegar à superfície, a diferença entre a pressão
externa a que está submetido e a pressão do ar nos pulmões é 9,3kPa. De que profundidade o mergulhador
partiu? Que risco possivelmente fatal ele está correndo? (Dados: a massa específica tem valor de 998 kg/𝑚³)
SOLUÇÃO:
A pressão a uma profundidade h de um líquido de massa específica ρ é dada pela Eq: 𝑃 = 𝑃0 + 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ℎ
Quando o mergulhador enche os pulmões na profundidade L, a pressão externa sobre ele (e, portanto, a
pressão do ar nos pulmões) está a cima do normal e é dada pela Eq: 𝑃 = 𝑃0 + 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ 𝐿
Na superfície, a diferença entre a pressão nos pulmões e a pressão no sangue é: ∆𝑃 = 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ 𝐿
∆𝑃 9300𝑃𝑎
𝐿= → → 0,95𝑚
𝜌 ∙ 𝑔 998𝑘𝑔/𝑚³ ∙ 9,8𝑚/𝑠²
Apesar de não ser profundo, a diferença de pressão é suficiente para romper os pulmões do mergulhador e forçar a passagem de ar dos pulmões
para a corrente sanguínea despressurizada, que então transporta o ar para o coração matando o mergulhador.
Se ele seguir as recomendações do instrutor e exalar o ar gradualmente durante a subida, permitirá que a pressão do ar nos pulmões se torne igual
à pressão externa, eliminando o perigo.
HIDROSTÁTICA 45

EXEMPLOS DE PRESSÃO:
3. Um mergulhador raciocina que, se um respirador de 20 cm funciona, um de
6,0 m também funcionaria. Se ele insensatamente utilizar um tubo como esse,
qual seria a diferença de pressão entre a pressão externa sobre ele e a pressão do
ar em seus pulmões? Por que ele se encontra em perigo? Dados: 𝑔 = 9,81𝑚/𝑠²
SOLUÇÃO: ∆𝑃 = 𝑃 − 𝑃0 = 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ 𝐿

1000𝑘𝑔 9,81𝑚
∆𝑃 = 3
∙ 2
∙ 6𝑚
𝑚 𝑠
58.860𝑘𝑔 4 𝑃𝑎 ≅ 0,59𝑎𝑡𝑚
∆𝑃 = → 5,886 ∙ 10
𝑚 ∙ 𝑠2
Essa diferença de pressão, cerca de 0,6atm, é suficiente para arruinar os
pulmões, forçando o sangue pressurizado para dentro deles, processo
conhecido como compressão dos pulmões.
HIDROSTÁTICA 46

PRESSÃO:
Qual dos dois reservatórios tem a maior pressão?
HIDROSTÁTICA 47

PRESSÃO DE VAPOR OU TENSÃO DE VAPOR (𝐡𝐯 𝐨𝐮 𝑷𝐯 ):


Corresponde ao valor da pressão na qual o líquido passa da fase líquida para a gasosa.
Na superfície de um líquido há uma troca constante de moléculas que escapam para a
atmosfera (evaporação) e outras que penetram no líquido (condensação). Visto que este
processo depende da atividade molecular e que esta depende da temperatura e da
pressão, a pressão de vapor do líquido também depende destes, crescendo o seu valor
com o aumento da pressão e da temperatura

Quando a pressão externa, na superfície do líquido, se iguala à pressão de vapor, este se


evapora. Se o processo no qual isto ocorre é devido ao aumento da temperatura do
líquido, permanecendo a pressão externa constante, o processo é denominado de
EVAPORAÇÃO.
Caso isto se dê pela mudança da pressão local enquanto a temperatura
permanece constante, o fenômeno é conhecido por CAVITAÇÃO. Este fenômeno
ocorre, normalmente, em escoamentos sujeitos às baixas pressões, próximos à mudança
de fase do estado líquido para o gasoso e constitui um grande problema em válvulas e
sucção de bombas.
HIDROSTÁTICA 48

PRESSÃO DE VAPOR OU TENSÃO DE VAPOR (𝐡𝐯 𝐨𝐮 𝑷𝐯 ):


Se retirarmos o ar de um
recipiente estanque que
contém um líquido:

Haverá o O equilíbrio é
desenvolvimento de atingido.
uma pressão devido as
moléculas que
escapam da superfície
do líquido.
HIDROSTÁTICA 49

PRESSÃO DE VAPOR OU TENSÃO DE VAPOR (𝐡𝐯 𝐨𝐮 𝑷𝐯 ):


Implicações:

a) - A temperatura de ebulição da água muda com a altitude (pressão atmosférica). Por


exemplo, a água entra em ebulição à temperatura de 100 ºC quando a pressão é 1,0332
kgf/cm² (1atm), ou seja, ao nível do mar, mas também pode ferver a temperaturas mais baixas
se a pressão também for menor (ou seja, em locais mais altos).

b) - A máxima altura possível de sução da bomba é limitada pela pressão de vapor do líquido.
As tubulações de sucção nas bombas que não trabalham afogadas, como as usadas na maioria
dos projetos de irrigação, trabalham com pressão inferior à pressão atmosférica. Se na entrada
da bomba houver pressão inferior à pressão de vapor da água, haverá formação de bolhas de
vapor, podendo até interromper a circulação da água ou formar muitas bolhas menores, que,
ao atingirem as regiões de pressão positivas, ocasionam implosões, causando ruídos
(martelamento) e vibrações no sistema. Tal fenômeno denomina-se CAVITAÇÃO e provoca
a “corrosão” das paredes da carcaça da bomba e das palhetas do rotor, bem como reduz a sua
eficiência.
- Na prática, recomendam-se os seguintes valores máximos para a altura de sucção: 6,5 m ao
nível do mar, 5,5 m para a altitude de 1.500 m e 4,5 m para a altitude de 3.000 m, contudo,
quanto menor for a altura de sucção, melhor será o desempenho da bomba.
HIDROSTÁTICA 50

Nos cálculos habituais de hidráulica, no sistema internacional de unidades, quando a temperatura não é especificada,
utiliza-se :
1.000𝐾𝑔 1.000𝑘𝑔 −6
𝑚2
ρ= 𝛾 = 𝜈 = 1,003 ∙ 10
𝑚3 𝑚3 𝑠
HIDROSTÁTICA 51

VASOS COMUNICANTES
Vasos comunicantes é um termo utilizado para designar a ligação de dois recipientes
através de um duto aberto. Um exemplo de vasos comunicantes é o tubo em U.

Uma aplicação também importante deste princípio


é que ele nos permite calcular a densidade absoluta
dos líquidos.
Suponhamos um vaso comunicante, no qual
colocamos dois líquidos imiscíveis, por exemplo,
água e óleo.
𝜌 ℎ
𝑃𝐴 = 𝑃𝐵 → 𝜌𝑂 ∙ 𝑔 ∙ ℎ𝐵 = 𝜌𝐴 ∙ 𝑔 ∙ ℎ𝐴 → 𝑂 = 𝑂
𝜌𝐴 ℎ𝐴
HIDROSTÁTICA 52

VASOS COMUNICANTES
Um tubo em ‘U’ contém dois líquidos em equilíbrio estático: água de
densidade 𝜌𝐴 no braço direito e óleo de densidade desconhecida 𝜌, no
esquerdo. Medindo as alturas, encontramos 𝑙 = 135𝑚𝑚 e 𝑑 = 12,3𝑚𝑚.
Qual é a densidade de óleo?
SOLUÇÃO:
𝑃𝐴 = 𝑃𝐵
𝜌𝑂 ∙ 𝑔 ∙ 𝑙 + 𝑑 = 𝜌𝐴 ∙ 𝑔 ∙ 𝑙

𝜌𝐴 ∙ 𝑙
𝜌𝑂 =
𝑙+𝑑
𝜌𝑂 = 916𝑘𝑔/𝑚³
1000𝑘𝑔/𝑚³ ∙ 135𝑚𝑚
𝜌𝑂 =
135𝑚𝑚 + 12,3𝑚𝑚
HIDROSTÁTICA 53

Princípio de Pascal
Pela lei de Stevin, a diferença de pressão entre dois pontos em um líquido
homogêneo em equilíbrio é constante, dependendo apenas do desnível
entre os pontos. Portanto se produzimos uma variação de pressão num
ponto de um líquido em equilíbrio essa variação se transmite a todo
líquido, ou seja, todos os pontos sofrem a mesma variação de pressão.
HIDROSTÁTICA 54

Princípio de Pascal
Principio de Pascal: “Uma variação de pressão aplicada em um fluido
incompressível é inteiramente transmitido para toda porção do fluido e
para as paredes do recipiente.”
𝐹𝑖 𝐹𝑜
∆𝑝 = =
𝐴𝑖 𝐴𝑜
EX: Os dois êmbolos tem, respectivamente, as
áreas 𝐴1 = 10𝑐𝑚2 e 𝐴2 = 100𝑐𝑚2 . Se for
aplicada uma força de 200N no êmbolo (1), qual
será a força transmitida para o êmbolo (2):
SOLUÇÃO:
𝐹1 𝐹2 200𝑁 𝐹2
= → =
𝐴1 𝐴2 10𝑐𝑚² 100𝑐𝑚²

𝐹2 = 2.000𝑁
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