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Psicologia.

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ISSN 1646-6977
Documento publicado em 16.06.2019

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL: UMA LEITURA PSICOLÓGICA


DE UMA CRIANÇA HOSPITALIZADA NA ÓTICA
PSICANALÍTICA, COGNITIVA-COMPORTAMENTAL
E FENOMENOLÓGICA EXISTENCIAL

2019

GARCIA, Elaine Barreto Correia


SANTOS, Lucimara Sousa
Acadêmicas do Curso Psicologia - UNIFADRA- Faculdades de Dracena (Brasil)

PARRA, Cláudia Regina


Mestre em Educação pela UNOESTE- Universidade do Oeste Paulista- Presidente Prudente-SP
(2008). Graduada em Psicologia - Licenciatura (1984) e Formação de Psicólogos (1985), pela
PUCCAMP- Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Graduação em Direito pela
UNOESTE- Universidade do Oeste Paulista (1996), professora titular no Curso de Psicologia -
UNIFADRA- Faculdades de Dracena. Tem experiência na área de psicologia clínica, com
ênfase em Psicologia cognitiva-comportamental.

BARBOSA, Andréa Frizo de Carvalho


Mestre em Neurociências e Comportamento pela Universidade de São Paulo (2004). Graduada
em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1997). Atualmente coordenadora do curso de
Psicologia das Faculdades de Dracena e professora titular no curso de Psicologia e Medicina
desta mesma instituição. Tem experiência na área de psicologia clínica, com ênfase em
Psicologia Fenomenológica Existencial.

E-mail de contato:
claudiaparra@uol.com.br

RESUMO

A constipação intestinal muitas vezes está associada a alterações emocionais, enfatizando a


importância da intervenção psicológica. Este estudo teve como objetivo analisar o caso de uma
criança com a queixa de constipação. Trata-se de um relato de experiência de estágio, onde foi
realizada uma observação participante e posteriormente recorreu-se a literatura para se proceder a
análise sob a ótica da psicologia, mais especificamente nas abordagens psicanalítica, cognitiva-
comportamental e fenomenológica existencial. Os resultados possibilitam refletir sobre a relação

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doença-sintoma- tratamento-ansiedade e angústia que impera sobre o muro da instituição hospitalar


e nos chama atenção para a compreensão e novo olhar sobre a vida. Pesquisas na área devem
contribuir para subsidiar programas de intervenção mais efetivos neste contexto.

Palavras-chave: olhar psicanalítico, olhar fenomenológico existencial, olhar cognitivo-


comportamental; constipação intestinal, ansiedade; qualidade de vida.

Copyright © 2019.
This work is licensed under the Creative Commons Attribution International License 4.0.
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

1. INTRODUÇÃO

A obstipação ou constipação intestinal é uma condição caracterizada por defecações pouco


frequentes ou de difícil passagem. As fezes apresentam-se geralmente duras e secas. Entre outros
sintomas estão dores abdominais, sensação de ventre inchado e uma sensação semelhante a não ter
defecado por completo.

Constitui queixa frequente em qualquer idade, desde crianças e adolescentes, mulheres


jovens, grávidas e mulheres na pós–menopausa, sendo menos frequente na população masculina,
exceto na infância. A prevalência da constipação intestinal no Brasil varia de 14,5% a 38,4%
(MACHADO, 2007).

No Brasil a obstipação intestinal em crianças tem aumentado significativamente, sendo a


maioria considerada crônica funcional (95% dos casos). Relata-se que 3% das consultas pediátricas
apresentam como queixa essa patologia, havendo também um aumento das pesquisas e publicações
científicas sobre esse assunto de 14,7% a 36,5 % (DEL CIAMPO, GALVÃO et al, 2002).

Para o mesmo autor a obstipação se traduz com a sensação visceral anormal, com dores,
abdômen distendido, motilidade alterada e a evacuação incompleta que podem ser de causas
fisiopatológicas e também psicossociais ( JUNIOR SANTOS, 2005).
O estudo das doenças gastrointestinais trouxe importantes avanços científicos com mudanças
e interesses pelo tema resultando no reconhecimento clínico desses sintomas a partir da década de
70, onde o enfoque biomédico deixava perpassar aspectos importantes do objeto de estudo,

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negligenciando, principalmente, seu laço indissolúvel com os seus aspectos sociais e psicológicos
(LEÃO, 2007).

A Constipação intestinal é a queixa digestiva mais comum na população geral e pode


envolver fatores de risco, como por exemplo, o câncer colorretal, que é o quinto câncer mais
frequente entre os homens e o quarto entre as mulheres no Brasil (Instituto Nacional de Câncer,
2006).

Para Ambrogini (2001) uso excessivo de laxantes, a falta de orientação terapêutica adequada
pode ter como consequências o surgimento de outros problemas como: doença diverticular do
cólon, hemorróidas, fissuras anais e fecalomas com impactação fecal (apud COLLETE et al, 2007).
Para Ambrogini, Chong, Krigger (2006, apud CASTRO, 2009), a constipação apresenta
como sintomas fezes endurecidas, dificuldade em defecar, frequência menor do que três
evacuações semanais. No contexto das manifestações clínicas estão: vômitos, sangue nas fezes,
infecções urinárias de repetição, retenção urinária e enurese. Pode estar presente a anorexia ou
diminuição do apetite como um fator de agravo e perpetuação da constipação. Para Baker et al,
1999; Espinoza M., 2002; Morais; Maffei, 2000; apud CASTRO, 2009) a sintomatologia como
náuseas, cefaléia, flatulência, e indisposição são comumente secundários ao aspecto obstrutivo ou
doloroso da constipação intestinal.

Para Naspghan (2006); Fragoso Arbelo (2004); Galal et al (2007), o objetivo central do
tratamento consiste em aliviar ou eliminar os sintomas e prevenir ou minimizar a ocorrência de
complicações. Existem várias formas de tratamento, dentre elas abordagem holística,
individualizada e multiprofissional, onde estabeleça uma relação de cooperação entre a família e
os profissionais de saúde e que contemple orientações, esvaziamento do fecaloma, tratamento de
manutenção e recondicionamento esfincteriano (apud CASTRO, 2009).

Nos últimos anos, estudiosos têm observado uma associação entre componentes emocionais
e a constipação intestinal, como presença de estresse, anorexia, depressão, ansiedade e hipocondria.
Além disso, muitos destes pacientes foram vítimas de abuso sexual prolongado durante a infância,
fato que ocorre com maior freqüência no sexo feminino (Coremas, 1996; Devroede et al., 2006;
Freitas & Mincis, 2002; Lima, Coelho & Khouri, 2000).
O acompanhamento psicológico de pacientes constipados vem apresentando resultados
positivos, ocasionando melhora dos sintomas, independente de tratamento orgânico. Enfatiza-se
que a abordagem dualista (física e mental) é superior à abordagem orgânica clássica para redução
de sintomas abdominais, como dor e disfunção intestinal. Os resultados funcionais podem ser
medidos, de tal modo que o sucesso do tratamento pode ser avaliado objetivamente, auxiliando na
modificação do comportamento mal-adaptado (Sleisenger et al., 1991).

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Alguns autores afirmam que intervenções psicológicas em pacientes com constipação


intestinal auxiliam na redução da ansiedade, com relaxamento da musculatura pélvica. Além disso,
afirmam que o tratamento psicológico pode contribuir para a modificação de conceitos
disfuncionais a respeito dos hábitos intestinais e da imagem corporal (Freitas & Mincis, 2002).

O que se pode ressaltar é que as causas psicossociais diante da patologia obstipação também
têm efeitos congruentes sobre o universo infantil, e com o caso logo mais apresentado dispomos o
tema e suas relações sobre as abordagens psicanalítica, cognitiva comportamental e
fenomenológica existencial da psicologia.

Objetivamos aqui descrever as observações, acolhida e intervenções realizadas em estágio


em um hospital púbico numa pequena cidade do interior de São Paulo, mais especificamente na
ala de pediatria e apresenta como eixo central a reflexão e discussão sobre as relações familiares e
a obstipação intestinal em crianças a partir de três abordagens da psicologia: psicanalítica,
cognitiva comportamental e fenomenológica existencial.

2. DESENVOLVIMENTO

O processo foi realizado na ala pediátrica, sendo realizado o atendimento de crianças e,


principalmente, de familiares acompanhantes, no período de setembro a outubro de 2018, com
carga horária total de 15 horas.

As observações, acolhimentos e intervenções ocorreram nos leitos e na sala lúdica da


pediatria. A periodicidade foi de uma vez por semana. Buscou-se nos artigos dispostos nos sites
brasileiros a fundamentação teórica que subsidiou o estudo no período de 2002 a 2017 e algumas
publicações mais antigas.

Com isso, foi possível integrar as diferentes vivências registradas nos momentos da
observação participante e intervenções no campo de estágio e realizar uma análise e reflexão
teórico-prática.
Os resultados dessa integração teórica-prática sobre constipação intestinal em crianças e as
discussões serão apresentadas nas perspectivas: psicanalítica, cognitiva comportamental e
fenomenológica existencial.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período de estágio nos chamou atenção a quantidade de casos atendidos com a queixa de
constipação e infecção de intestino. Dentre os casos atendidos cabe aqui apresentarmos um para
análise e compreensão na ótica das três abordagens: psicanalítica, cognitiva comportamental e
fenomenológica existencial.

Portanto, se faz necessário um breve relato e apresentação do caso e na ocasião utilizar-se-


á nomes fictícios para resguardar o sigilo e integridade da criança e familiares.

3.1. Caso Ana:

Ana, tem 8 anos foi internada com a queixa de retenção de fezes, dores na barriga, suspeita
de apendicite que foi refutada após a realização de exame. Segundo o relato da genitora, a criança
é muito exigente consigo, não tolera tirar menos que 10 nas atividades e provas escolares, quando
acontece dessa meta não ser atingida, ela chora. Ela também participa de várias atividades em um
projeto social, dentre estas: Balé, Projeto Guri, Banda Marcial e Karatê. Segundo a mãe, ela não
tem faltas escolares, gosta de estudar e no âmbito hospitalar, em três dias de internação, ficou
pensando nas perdas das aulas e demonstrava ansiedade para o retorno. Ana se alimenta em
pequenas quantidades, não é adepta a frutas e verduras, segue a fala da genitora “ela tem preguiça
de comer e eu dou na boca, se não for assim, não come e em decorrência sempre teve irregularidade
no funcionamento do intestino ficando até sete dias sem evacuar”. Aos 4 anos de idade Ana
presenciou a separação de seus pais. Hoje, mantém relação estreita com o genitor, passa os finais
de semana com o mesmo. Relata a genitora que sua relação com o ex-esposo é estável. Ambos têm
família recomposta sem filhos. A mãe exerce atividade laborativa em instituição financeira, relata
que a filha é muito sozinha, brincam de boneca, casinha e na terra com frequência.

Ana tem insônia, anda a noite pela casa e tem choro noturno. A genitora acolhe, pergunta o
motivo do choro, mas a criança não sabe responder, logo volta a dormir e no outro dia não se
lembra de nada.

3.2. Análise do caso na abordagem psicanalítica:

Para Freud (1908, apud PINTO e NETO, 2012) a obstipação é uma dualidade entre o filho e
a mãe. Para o filho, o reter as fezes significa em seu inconsciente levar a mãe em sua fantasia para

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a fase anal que acontece entre 18 meses aos 3 anos. O bebê depois de se alimentar, forma o bolo
fecal, e quando a criança expele obtém-se uma sensação de prazer e alívio.

Para Hall; Lindzey (1984, In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO SEXUAL,


2015) após os dois anos de idade a criança tem certo controle sobre os esfíncteres, e com isso ela
consegue segurar ou não as fezes, o que lhe gera sensações prazerosas. É no reter ou não que a
criança libera suas tensões. A mãe funciona como uma avaliadora, assim a reação da mãe sobre as
fezes da criança, conduzirá a composição de preceitos da mesma.
Parece que Ana, aos 4 anos de idade, sofreu um trauma com a separação de seus pais. Nota-
se no relato da mãe que, no tempo que estão juntas, brincam de boneca e casinha, o que
possivelmente revela uma regressão no sentido de que o brincar de boneca lembra a fase quando
Ana ainda era bebê e a casinha o útero materno.
Como a mãe de Ana trabalha o dia todo, e tem pouco tempo para se dedicar a mesma, o fato
da criança querer sempre alcançar a nota máxima na escola, nos remete a pensar que queira mostrar
a mãe que é uma boa aluna, ou seja, com isso tem a atenção de sua genitora.
O reter as fezes sugere que inconscientemente tem o controle da mãe sobre si, a criança
volta-se a sua forma infantilizada e o tipo de apego desenvolvido nessa relação com a mãe e
ambiente tende a influenciar no comportamento da criança. Bowlby (2002) descreve os tipos de
apego: seguro, evitante, ansioso ou ambivalente e desorganizado. O apego seguro para Bowlby
(1979/1997) é a uma formação de vínculo com alguém que o bebê tem extrema confiança. É com
a figura de apego, “a mãe” ou “cuidador”, que a criança formará uma base segura ao qual poderá
valer-se do mundo.

Para Winnicott (2001) a mãe suficientemente boa vai auxiliar na formação da mente do
bebê, como ego auxiliar, é ele quem forma o mundo, o desenvolvimento saudável se baseia na
localização do self no corpo, o que é lhe dado pela formação e junção com a mãe, ambas são uma
unidade.

Para Bowlby (2002) “numa parceria feliz existe um constante dar e receber” com essa frase
relata que relações saudáveis envolvem reciprocidade e certo equilíbrio, mas nem sempre isso é
possível. O ponto fundamental é que existe relação entre as expectativas dos filhos com seus pais
e uma capacidade de estabelecer vínculos afetivos.

3.3. Análise do caso na abordagem fenomenológica existencial:

A doença e hospitalização da criança levam a família a vivenciar sentimentos e emoções que


variam entre tristeza, medo, insegurança, angústia, impotência e outros. Ao falar sobre a

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experiência de viver com uma criança que necessita de cuidados, que segundo a genitora a criança
fica até sete dias sem defecar, vê-se a preocupação, ansiedade e angústia tanto na criança quanto
nos cuidadores exigindo assim a necessidade de oferecer apoio e suporte: “alimenta em pequenas
quantidades, não é adepta a frutas e verduras”, “ela tem preguiça de comer e eu dou na boca, se
não for assim, não come, em decorrência sempre teve irregularidade no funcionamento do
intestino”.

A ação da genitora é dotada de intenção significativa que a filha não adoeça, portanto a
doença passa ser o objeto e a intuição e evidências de mãe são constituídos pelos conteúdos
sensíveis, que compreendem, além das sensações denominadas externas, também os sentimentos
e impulsos. A tomada de consciência é doadora de sentido e significados.

A análise de Kierkegard (1979, apud BORIS, 2008) acerca da ansiedade e do desespero, bem
como as considerações intuitivas de Nietzsche (1978 apud BORIS, 2008) apresenta como conteúdo
o ressentimento, a culpa e a hostilidade como consequências da repressão emocional. Assim, a Ana
diante das questões de autocobrança e de pouca tolerância à frustração, cabe indagar: como
estabelece essa relação com a doença, que significado tem para ela, quais as possibilidades para
lidar, quais às intuições mais originárias e doação imediata para dar sentido a essa vivência?
Para Bernet (2013 apud NASCIMENTO, 2016) os fenômenos verdadeiramente
fenomenológicos só aparecem quando eu decido investigar todos os objetos possíveis e reais no
seu modo de doação em relação a mim e perceber fenomenologicamente a forma como o objeto se
doa, se apresenta à consciência, representa a condição para a análise do fundamento do
conhecimento.

Para Husserl (2012) a consciência de algo é referente a algum objeto, esse direcionamento é
possível pela intencionalidade, portanto apresenta três possíveis significados para definir a
consciência: relação das vivências psíquicas verificáveis no fluxo das vivências; percepção interna
das próprias experiências e vivência intencional.

Embora o objetivo seja compreender a obstipação a partir de seu caráter singular e não
generalizável, torna-se pertinente realizar alguns apontamentos acerca dos resultados aqui expostos
com relação aos dados encontrados na literatura geral. Nesse sentido, observa-se que o fato de Ana
ser criança é um dado que vai ao encontro das pesquisas de Moreira et al. (2010 apud BRITO et
al, 2015) e Tavares et al. (2010 apud BRITO et al, 2015), pois eles apontam a alta prevalência das
queixas somáticas em crianças e adolescentes, principalmente do sexo feminino.

No relato da genitora “ela é muito exigente, não tolera tirar menos que 10 nas atividades e
provas escolares, participa de várias atividades em um projeto social, dentre estas: balé, guri, banda
marcial e karatê” são várias atividades e responsabilidades dirigidas a ela que cabe refletir sobre o
tempo que lhe sobra para “ser criança”. Para Feijoo (2011, apud et al.,BRITO, 2015) qual o

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significado de ser-aí, há possibilidades de conseguir expressar essa singularidade, numa dimensão


ontológica e interrogar o próprio ser e ter a liberdade e escolha de poder-ser no mundo.

Ana se alimenta em pequenas quantidades, não é adepta a frutas e verduras, segue a fala da
genitora “ela tem preguiça de comer e eu dou na boca, se não for assim, não come, e em decorrência
sempre teve irregularidade no funcionamento do intestino”. Coelho e Ávilla (2007, apud BRITO
et al., 2015), por sua vez, afirmam que a somatização não deve ser considerada uma doença
específica, mas um processo, um fenômeno, uma manifestação.
Acerca dos sintomas comumente apresentados pelos pacientes, Fonseca et al. (2008) afirma
que os transtornos que envolvem a somatização podem se manifestar sob a forma de múltiplos
sintomas, como irritabilidade, insônia, crises nervosas, queixas de dor em geral, fadiga,
esquecimento. Para Moreira, Guedes & Monteiro (2010, apud BRITO et al. 2015) manifesta-se em
sintomas gastrointestinais, sintomas conversivos (pseudoneurológicos) e sintomas
cardiovasculares, alguns presentes no caso de Ana, como: insônia, choro noturno e retenção das
fezes.
A essência do Dasein está fundada em sua existência, num sentido que significa "sair",
"mostrar-se", "estar fora" o significado de ser-lançado-no-mundo e o ser-no-mundo. Ana não tolera
tirar menos que 10 nas provas e trabalho escolares revelando-se exigente no mundo. Devemos
considerar que, na realidade, dificilmente alguém é excelente em todos os segmentos da vida, o
que para Ana apresenta-se como imperfeições, gerando uma sobrecarga emocional e
desencadeando a resposta de choro.
Cabe ressaltar que dar a alimentação na boca e brincar com ela por não sentir-se sozinha,
pode estar relacionado a uma co-dependência da genitora pela criança, impossibilitando à criança
um novo vir- a- ser, a descoberta de novas possibilidades que poderiam colocá-la em transição para
um ser autêntico. O que também foi observado no decorrer do atendimento, quando a genitora
mediava o diálogo a todo o momento, respondendo as perguntas dirigidas à filha. Assim, para
Heidegger (2008/1986, apud et al, BRITO 2015), partindo dessa premissa e pensando
ontologicamente, essas atitudes levariam ao fenômeno do adoecimento e a impactos na existência
humana, compreendendo o adoecimento como um fenômeno de privação.
Os Seminários de Zollikon de Heidegger ajuda a refletir o tema a partir da compreensão do
adoecimento como um fenômeno de privação em que a doença não pode ser apenas compreendida
como ausência de saúde e muito menos considerada apenas em seus aspectos biológicos.
Corresponde também a um fenômeno de privação que indica a falta de algo que é essencial para o
ser e nas consequências dessa falta para ele; carece ou necessita de alguma coisa no sentido de
saúde que lhe falta e deve ser novamente recuperada (apud ROSSETO, 2015).

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3.4 Análise do caso na abordagem cognitiva comportamental:

Para Nogueira (2010), estudiosos vem constatando que a constipação intestinal está
associada a componentes emocionais como: presença de estresse, anorexia, depressão, ansiedade
e hipocondria, em alguns casos o paciente pode ter sido vítima de abuso sexual prolongado durante
a infância, fato que ocorre com maior frequência no sexo feminino.

A abordagem psicológica em pacientes constipados apresenta resultados positivos,


ocasionando melhora dos sintomas, independente de tratamento orgânico. Sendo assim, a Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC) pode auxiliar no desenvolvimento de repertório cognitivo mais
adequado e proporcionar redução da ansiedade e de outros sintomas psicológicos e trabalhar os
pensamentos disfuncionais associados à evacuação, além de ansiedade antecipatória.
Na TCC as formulações iniciais gerais fornecem um relatório histórico dos problemas da
criança, resumindo as experiências iniciais, crenças centrais, suposições, eventos desencadeantes,
pensamentos automáticos, sentimentos e comportamentos.
É comum que pacientes com constipação intestinal apresentem pensamentos disfuncionais
associados à evacuação, além de ansiedade antecipatória. Sendo assim, a Terapia Cognitivo-
Comportamental (TCC) pode auxiliar no desenvolvimento de repertório cognitivo mais adequado
e proporcionar redução da ansiedade e de outros sintomas psicológicos.
No relato de caso da Ana, os conflitos vivenciados como a separação dos pais e,
posteriormente, o novo relacionamento da genitora podem ter exercido influência no
desenvolvimento do quadro. Santos-Júnior (2003) ressalta que eventos estressores podem
colaborar para o surgimento e manutenção da constipação intestinal.
Relata a mãe :

“ela é muito exigente, não tolera tirar menos que 10 nas atividades e provas escolares, e
quando isso acontece ela chora”

Vários autores postulam que a ideia de se ser perfeito é influenciada por experiências
precoces vivenciadas no ambiente familiar, e que experiências com estilos parentais disfuncionais
e com características disfuncionais do sistema familiar estão associadas com a manifestação de
perfeccionismo mal adaptativo nos jovens adultos.

Em relação a alimentação, a genitora relata que é preciso “dar o alimento na boca da criança
, se não for assim não come, não gosta muito de frutas e legumes”. Para Accioly et al. (2009), a
alimentação da criança constipada deve ser rica em frutas, principalmente aquela de efeito laxante,
como mamão, ameixa, laranja com bagaço, abacate, abacaxi, tangerina e melancia e devem ser

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oferecidos às crianças diariamente legumes e vegetais folhosos como alface, espinafre, couve,
brócolis, agrião, de preferência crus.

Para o autor a má alimentação é uma das principais causas da constipação intestinal e os


distúrbios funcionais anormais relacionados à defecação podem levar a criança a uma má
adaptação ao ato evacuatório, tendo como consequências: autoimagem negativa, má convívio
social, além de consequências emocionais (FALEIROS; MACHADO, 2009). Dentre essas
consequências a criança apresenta choro noturno que possivelmente possa estar relacionado ao
evento.

“Ela fica até sete dias sem evacuar”


Para Fleisher (2004) a constipação é insuficiente para explicar o comportamento de recusa
ao toalete, pois implica em modificações no ciclo de retenção proposto por Issenman, Filmer e
Gorski (1999), em que a constipação produz, inicialmente, impactação fecal; a seguir, ocorre dor
ao defecar, e reiniciando o ciclo, a criança se recusa a usar o toalete (apud COELHO, 2008).
Na abordagem comportamental o tratamento da constipação como caso clínico consiste em
entrevistas com os pais ou cuidadores, investigar o histórico de vida e a queixa do cliente, bem
como a alimentação, a vida escolar, os relacionamentos sociais, questões de saúde, registro de
ocorrência (frequência e intensidade) do comportamento, realizar sessões com a criança e seus
familiares e análise funcional.
A paciente aparenta ter muitas atividades o que provavelmente altera significativamente seu
quadro ansiógeno, esse é um dos fatores etiológicos frequentes da constipação, associado a
situações de "impedimento" relacionadas ao comportamento psicossocial do indivíduo (rotina
apressada, exigências sociais e condições precárias de higiene) que muitas vezes impedem a
evacuação quando o desejo é despertado.

De acordo com o guia do terapeuta Bons Pensamentos-Bons sentimentos deve se estabelecer


o vínculo, fazer com que seja hábito o comportamento e respostas fisiológicas relacionadas à
defecação e dessensibilização ao vaso sanitário, reforços positivos e estímulos ao comportamento
de autonomia e assertividade, orientação com os pais e responsáveis a cerca de estratégias de treino
e uso do toalete, propor situações de defecação por meio de atividades lúdicas, propor mudanças
alimentares, favorecer a interação familiar, ensinar a análise funcional, registrar comportamentos
e monitoramento, estabelecer rotina, horários e tarefas e avaliar o desempenho do cliente.
Não obstante, é sempre relevante estar atento como se dá as relações familiares, neste
caso, a relação mãe e filha que ao que se observou parece se estabelecer de forma rígida, com
baixa afetividade, os momentos de proximidade entre as duas aparentam proximidade, no entanto
com baixo acolhimento, talvez essa mãe precise desenvolver novas habilidades no acolhimento
dessa filha.

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Outros fatores, como conflitos vivenciados durante a gestação, e as alterações no estilo de


vida impostas pela mudança de residência, podem ter exercido influência no desenvolvimento do
quadro. Santos-Júnior (2003) ressalta que eventos estressores podem colaborar para o surgimento
e manutenção da constipação intestinal.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência nos propiciou repensar as análises em relação a doenças, sintomas, fatores


culminantes, tratamento, ansiedade e angústia que impera sobre o muro da instituição hospitalar e
nos chama atenção para a compreensão e novo olhar sobre a vida. Por um lado tem a instituição
com as funções de cuidar, medicar, tratar, por outro, temos o paciente/familiar frente às novas
adaptações ao diagnóstico, vivenciando momentos de transitoriedade (alivio, medo, insegurança,
dor, dentre outros), requisitando o reconhecimento de suas demandas e necessidades que vão muito
além da questão “doença” ou “incômodo de constipação”, perpassando aspectos emocionais,
decorrentes dos fatores socioeconômicos, da qualidade dos vínculos, interações sociais, privações,
violências, dentre outros.
O desgaste, as perdas e os declínios no âmbito hospitalar são inevitáveis e desencadeiam
desafios adaptativos que mudam as rotinas habituais da criança e familiares, assim, muitas vezes
eles se sentem perdidos no tempo e no espaço e necessitam de suporte e acolhimento para lidar
com o enfrentamento.
Portanto cabe ressaltar a necessidade do trabalho integrado, multidisciplinar e a importância
do respeito ao saber específico de cada profissão para que ambos se complementem, em especial,
a importância do psicólogo hospitalar presente na visita aos leitos para estar de frente a essas
demandas apresentadas e ter olhar compreensivo que vai além do que está explícito na queixa.
No que se refere à abordagem psicanalítica cabe ressaltar o quão é importante à relação mãe
e bebê para o processo de simbolização e atuação com as pulsões do ambiente. No âmbito
hospitalar observamos que a maioria dos acompanhantes das crianças era a figura materna ou avó.

Na abordagem fenomenológica consideramos o significado do sentido de experenciar o ato


(constipação) e se reconstituir diante do fato, tomar consciência deste e se reconhecer em sua
totalidade como ser único que se relaciona com o mundo. No caso de Ana se reconhecer enquanto
pessoa, ter espaço no ambiente/lar para representação de suas angústias, liberdade e autenticidade.

No contexto cognitivo comportamental os componentes emocionais levaram a construção de


crenças que puderam contribuir de maneira significativa para a problemática, sendo que os reflexos
desta podem ser trabalhados no acompanhamento psicoterápico, auxiliando o paciente a identificar

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o desejo em evacuar, desmistificando o medo de ir ao banheiro e reduzindo o desconforto e


sintomas físicos.

Diante da temática apresentada é importante considerar a escassez de materiais e publicações


sobre esse assunto tão relevante e cada vez mais presente nos leitos hospitalares. No tocante das
abordagens, consideramos que nenhuma é menos efetiva que a outra, todas assumem sua
importância, com técnicas diferentes e eficazes para trabalhar uma mesma problemática.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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