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b) móveis (podem ser deslocados sem dano, 82), semoventes (seres com movimento
próprio, 82) e imóveis (não podem ser deslocados, 79; sujeitam-se a fins sociais, § 1odo
1.228);
c) fungíveis (são os móveis que podem ser substituídos por outros, 85, ex: dinheiro),
consumíveis (se exaurem com o uso normal, como os alimentos) e infungíveis
(individuais como os imóveis e uma obra de arte);
d) divisíveis (87, imóvel, pois forma coisa autônoma com valor proporcional ao todo)
e indivisíveis (diamante grande, barco, carro)
Os FJ em sentido restrito são o terremoto em zona urbana ou o raio que atinja uma
pessoa, exemplos em que haverá consequências jurídicas: morte, sucessão, seguro, etc.
Os Atos Jurídicos são praticados pelo homem; o AJ restrito não tem intenção de
negócio, mas por acidente, surgem efeitos jurídicos (ex: descobrir um tesouro 1264,
plantar por engano em terreno alheio 1255 – no p.ú. temos a desapropriação particular,
tema bastante interessante).
Os Negócios Jurídicos são uma declaração de vontade para produzir efeito jurídico,
podendo ser mais livremente combinados pelas partes do que previamente regulados
pela lei (é informal, ex: contratos verbais do 107,112; os contratos e a propriedade são
os dois principais institutos do dir. civil, art. 170 CF), ou então o contrário (negócio
solene, ex: casamento, testamento, alienação de imóvel que exige forma escrita do 108).
O art. 104 traz os elementos do NJ, aos quais se deve acrescentar a legitimidade:
limitador da capacidade em relação a certos negócios jurídicos, ou seja, é o interesse e
autorização para agir em certos casos previstos em lei como o 497 e o 1647.
Finalmente, os atos ilícitos produzem efeitos jurídicos contrários à lei; seu autor será
punido financeiramente se provocou um dano, patrimonial ou moral, a outrem (art
186). Consequência do ato ilícito é a responsabilidade civil (art 927) que veremos em
Civil III, nas Fontes das Obrigações.
A vontade espontânea é o elemento principal dos negócios jurídicos, e tal vontade deve
corresponder ao desejo da pessoa (art. 112); porém tal vontade pode ser perturbada por
algum vício, por algum defeito, capaz de ensejar a anulação ou até a nulidade do
negócio jurídico; tais defeitos são:
c) coação: quem pratica negócio jurídico sob ameaça moral ou patrimonial, tem a
vontade viciada e o negócio é anulável – 151; se sofre violência física o ato é nulo pois
a vontade inexiste (ex: apontar arma – coação absoluta); a coação é a ameaça injusta e
seria capaz de provocar temor – 152; enquanto o dolo atinge a inteligência da parte, a
coação atinge a liberdade da parte; na violência física (ex: assine o contrato ou lhe
mato), a parte não tem opção, por isso o negócio é nulo; já na ameaça (coação relativa)
a parte pode optar entre realizar o negócio exigido ou sofrer as consequências da
ameaça (ex: sofrer calúnia, desonra por um segredo revelado); não há coação se a
ameaça é justa (ex: protestar título vencido, pedir a prisão do devedor de alimentos) ou
decorre de temor reverencial (receio de desgostar amigos e parentes), conforme art. 153;
A invalidade comporta graus, de acordo com o defeito do negócio jurídico, podendo ser:
Há ainda negócios inexistentes que não entram no mundo jurídico, são desprezados pelo
legislador e são equiparados aos negócios nulos (ex: casamento celebrado por um
prefeito, sentença proferida por um deputado, lei feita por um juiz).
8 – DOS ATOS ILÍCITOS
Conforme classificação supra dos Fatos Jurídicos (nº 4), os atos ilícitos são praticados
pelos homens mas produzem efeitos jurídicos contrários à lei; seu autor será punido
financeiramente se provocou um dano, patrimonial ou moral, a outrém (186).
Não são atos ilícitos aqueles do art. 188: legítima defesa, exercício regular de um direito
e estado de necessidade.
Abuso de Direito: é o ato praticado no exercício irregular de um direito, com abuso para
terceiros (ex: fechar a rua num protesto, greve de servidor público que tem estabilidade
no cargo, cerca elétrica num muro de mil volts); o juiz deve analisar a irregularidade,
fixar uma indenização e destruir o ato abusivo; trata-se de regra de harmonia social, pela
qual o direito de um termina onde começa o do outro (art. 187)
9 – PRESCRIÇÃO
O passar do tempo é um fato jurídico “stricto sensu” ordinário (vide item 4 supra) de
grande importância pois conduz à prescrição; conceito de prescrição: perda da ação
atribuída a um direito, em consequência do não uso dessa ação durante certo lapso de
tempo – 189; a prescrição se justifica porque “dormientibus non sucurrit jus” e para que
relações incertas (ex: posse injusta conduz à usucapião – 1208; pessoas conservarem
recibos de pagamento para sempre; o credor poder para sempre executar o devedor)
sejam resolvidas pelo tempo – estabilidade das relações sociais; a prescrição extingue o
exercício do direito e não o direito em si; a prescrição é matéria de ordem pública,
muito importante para o ordenamento jurídico, de modo que só a lei (e não o contrato –
192) pode declarar os direitos que são prescritíveis e por que prazo; a prescrição pode
ser renunciada por aquele a quem favorece (191, 193 – ex: a dívida está prescrita, mas o
devedor quer pagar ao credor e não alega a prescrição que lhe beneficiaria – obrigação
natural 882; o juiz pode declarar de ofício com a revogação do art 194.
b) suspensão: é a parada do curso do prazo após ter se iniciado ( 198, II e III, 199 III);
o tempo decorrido é integrado no prazo após o reinício, ou seja, aproveita-se o prazo já
percorrido, considera-se o tempo anterior.
Toda ação de regra é prescritível nos prazos dos arts. 205 e 206, mas alguns direitos são
imprescritíveis como os direitos de personalidade: vida, honra, nome, ação de divórcio,
investigação de paternidade, pedir alimentos (§ 2o do 206); os direitos potestativos (só
dependem de um para ser exercido), exs: art. 1.320, despedir empregado, revogar
procuração; os bens públicos são também imprescritíveis, ou seja, terceiros não
adquirem pela usucapião – prescrição aquisitiva do art. 102.
10 – DECADÊNCIA
É a perda de um direito pelo decurso do prazo (tempo) fixado para seu exercício, sem
que o titular o tivesse exercido (inércia). Enquanto a prescrição extingue diretamente as
ações e indiretamente o direito, a decadência extingue diretamente o direito. Possui o
mesmo efeito da prescrição, pois em qualquer caso haverá a extinção de um direito,
tanto que a doutrina tem dificuldade em diferenciá-las.
Os prazos de decadência estão espalhados pelo Código nos arts. 119,pú, 178, 179, e na
parte especial nos arts. 445, 501, 559, 1.481, 1.532, 1.555, 1.560; todos os prazos da
parte especial são de decadência.