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19.

1 Sistemas circulatórios a) o transporte de nutrientes, necessários


à alimentação das células:
Os animais têm de realizar, ininterruptamen- b) o transporte de gás oxigênio, necessário
te, trocas de substâncias com o ambiente, pois à respiração celular;
todas as suas células precisam receber nutrientes c) a remoção de gás carbônico, produzido
e gás oxigênio, e eliminar gás carbônico e outros na respiração celular:
resíduos tóxicos produzidos no metabolismo. d) a remoção das excreções (amônia e
Nos animais mais simples, como os celente- uréia, por exemplo) produzidas no metabolismo
rados e os platelmintos, as trocas de substâncias celular;
ocorrem diretamente entre as células do corpo e e) o transporte de hormônios, produzidos
o ambiente Isso só é possível porque todas as nas glândulas endócri nas;
células do organismo se encontram relativamen- f) o transporte de células e de anticorpos
te próximas tanto da cavidade gastrovascular, de do sistema imunitário, responsáveis pelo com-
onde absorvem nutrientes, como da superfície bate a agentes infecciosos que invadam o corpo.
corporal, onde ocorrem as trocas gasosas.
Já nos animais mais complexos. há órgãos
'especializados na absorção e na excreção de Tipos de sistemas circulatórios
substâncias, as quais são conduzidas a todas as
células corporais através de um sistema de trans- Os sistemas circulatórios podem ser classi-
porte: o sistema circulatório. (Fig. 19.1) ficados em dois tipos fundamentais: abertos (ou
lacunares) e fechados.
('omfmnenics dos
Sisienuis circulatórios abertos ou lacuna
Os sistemas circulatórios dos animais verte-
brados consistem de três partes fundamentais: Nos sistemas circulatórios abertos, o lí-
C
a) sangue, fluido formado por células dis- quido circulante, denominado hemolinfa, é im-
persas em um líquido; pulsionado pelo coração e segue pelo interior
h) vasos sangüíneos, tubos por onde o san- de vasos, que a conduzem até os tecidos corpo-
gue circula, atingindo todas as partes do corpo; rais. Nos tecidos, a hetnolinfa abandona os va-
c) coração, órgão musculoso cuja contração sos e cai em lacunas (hemocelas) existentes
impulsiona o sangue, fazendo-o circular no inte- entre as células. Dentro das hemocelas, a hemo-
rior dos vasos sangüíneos. lin fa entra em íntimo contato com as células ao
redor, fornecendo-lhes nutrientes e captando
Funções do sistema circulatório
suas excreções. Após irrigar os tecidos, a he-
Os sistemas circulatórios têm diversas fun- molinfa retorna a outros vasos que a conduzem
ções, entre as quais se destacam: de volta ao coração.
Figura 19.1 Celenterados
(A), esponjas (B) e platelmin-
tos (C) são animais despro-
vidos de sistema circulatório.
Neles as trocas de substân-
cias ocorrem por difusão di-
reta entre as células e o am-
biente, Animais mais com-
plexos, como um anfíbio (D),
apresentam um sistema cir-
culatório que executa o
transporte de substâncias
entre as células e os órgãos
de troca (pulmões, intestino,
tecidos corporais etc.).

Sistemas circulatórios fechados

Nos sistemas circulatórios fechados. o li-


quido circulante, denominado sangue, nunca
abandona o interior dos vasos sangüíneos. Im-
pulsionado pelo coração, o sangue caminha pelo
interior de vasos denominados artérias, que se
ramificam progressivamente em artérias meno-
res, atingindo todas as partes do corpo. Nos ór-
gãos e tecidos, artérias finíssimos, denominadas
arteriolas, ligam-se a vasos ainda mais finos, os
capilares sangüíneos, que atingem praticamen-
te todas as células do corpo. Nenhuma de nossas
células, por exemplo, situa-se a mais de 130 lun
Figura 19.2 Sistemas circulatórios aberto (acima) e fe-
(0,13 mm) de distância de um capilar sangüíneo.
chado (abaixo), Invertebrados como artrópodos e mo-
Os capilares se conectam, no lado oposto ao luscos têm sistema circulatório aberto, em que a hemo-
da conexão com as arteríolas, com vasos muito linfa sai dos vasos sangüíneos e entro em contato direto
finos denominados vênulas. Estas se unem para com os tecidos corporais. Nos sistemas circulatórios fe-
formar veias progressivamente maiores, que con- chados, como o dos anelídeos e o dos vertebrados, o
duzem o sangue de volth ao coração. (Fig. 19.2) sangue circula sempre no interior de vasos sangüíneos.

359
Artérias, veias e capilares sangüíneos O líquido sangüíneo extravasado, denomi-
nado fluido tissular, banha as células próximas
A rte r ias aos capilares, nutrindo-as e oxigenando-as. As
células, por sua vez, eliminam gás carbônico e
Artérias são vasos que levam sangue do co- outras excreções no fluido tissular.
ração para os órgãos e tecidos do corpo. A pare- A maior parte do líquido que abandonou os
de das artérias é espessa e contém três camadas vasos e banhou os tecidos é reabsorvida pelos
de tecidos. A camada mais interna é o endotélio, próprios capilares, reincorporando-se ao sangue.
um tecido epitelial formado por um único estrato Assim, ao passar pelos capilares dos tecidos, o
de células achatadas. A camada mediana da arté- sangue torna-se mais pobre em nutrientes e em
ria é constituída por tecido muscular liso e a gás oxigênio, e mais rico em gás carbônico e em
camada mais externa é constituída por tecido outras excreções.
conjuntivo, rico em fibras elásticas. No ponto de conexão entre uma arteríola e
Quando a musculatura da parede de urna arté- um capilar existe uma célula muscular lisa, en-
ria se contrai, seu diâmetro interno diminui; o rela- rolada no vaso sangüíneo, que constitui o esfínc-
xamento da musculatura arterial, por outro lado, ter pré-capilar. Quando esse esfíncter unicelu-
leva ao aumento do diâmetro interno da artéria. A lar se contrai, a passagem do sangue para o capi-
contração e o relaxamento das artérias permitem lar é diminuída ou bloqueada: desse modo é pos-
controlar a pressão sangüínea e o volume de san- sível regular o suprimento de sangue que aflui
gue que circula em determinada região do corpo. aos tecidos. (Fig. 19.3)

Capilares sangüíneos Veias

Capilares sangüíneos são vasos muito finos Veias são vasos que levam sangue dos ór-
que ligam as arteríolas às vênulas. A parede dos gãos e tecidos de volta ao coração. A parede das
capilares é constituída por uma única camada de veias é formada por três camadas, equivalentes
células, correspondente ao endotélio de artérias às das artérias. Ennetanto, as camadas mediana 1.
e veias. As células que formam a parede dos ca- e externa das veias são menos espessas que suas
pilares deixam pequeníssimos espaços entre si, correspondentes arteriais.
por onde extravasa líquido sangüíneo. As veias de maior calibre, no homem e em
muitos animais, possuem válvulas em seu in-
terior que impedem o refluxo de sangue e ga-
rantem sua circulação em um único sentido.
(Fig. 19.4)

Figura 19.3 (A) Representação esquemática de arté-


rias, capilares e veias. No detalhe à direita, troca de
substâncias entre o sangue do capilar e os células ao
redor. (B) Controle do circulação capilar por meio dos
esfincteres pré-capilares.

360
19.2 A circulação sangüínea
humana
O homem e os demais vertebrados têm sis-
temas circulatórios fechados, de constituição ge-
ral semelhante. A comparação entre os sistemas
circulatórios dos diversos vertebrados é tratada
no Capítulo 17 deste volume.
Figura 19.4 Desenho de autoria do médico inglês
Grande parte das informações deste capítu-
William Harvey, que, no século XVI, descobriu a exis-
tência das válvulas no interior dos veias As válvulas
lo, embora relativas à circulação humana, são
impedem o refluxo do sangue, forçando-o a circular igualmente válidas para outros vertebrados.
sempre em direção ao coração. (Fig. 19.5)

Figura 19.5 O sistema circulatório humano é uma vasta rede de vasos de diversos tipos e calibres, que põem em
comunicação todos as partes do corpo. Em vermelho, estão representados os vasos que transportam sangue rico
em gás oxigênio (sangue arterial) e, em azul, os vasos que transportam sangue pobre em gás oxigênio (sangue
venoso). Os órgãos são irrigados por intrincadas redes de capilares, que entram em intimo contato com os células.

361
Q UADRO 1 9.1 O SANGUE HUMANO
O sangue humano é constituído por um líquido amarelado, o plasma, e
Componentes por três tipos de elementos celulares, genericamente chamados de ele-
do sangue mentos figurados do sangue: hemácias (células vermelhas), leucócitos
(células brancas) e plaquetas (fragmentos celulares também conhecidos
como trombácitos). Cerca de 55% do volume do sangue é devido ao plas-
ma, sendo o restante devido às células. No corpo de uma pessoa de apro-
ximadamente 70 kg há cerca de 5,6 litros de sangue. (Fig. 019.1-1)

PLASMA

[AGUA

ÍONS
Sódio Magnésio
Potássio Cloro
Cálcio Bicarbonato
LEUCÓCITOS 5 x 10 3a 6 x 103_ por
_ mrr .'
Imunidade e defesa

PROTEÍNAS
Albumino -
Fibrinogenio
Imunoglobulinas Neutráfilo

SUBSTANCIAS TRANSPORTADAS
Nutrientes
Glicose Lipídios
Arninoáciclas Vitaminas etc.
Resíduos
Amónia
Uréia
Gases respiratórios 2,5> 105 c 4 x 105 por rrien 3 I
Gás carbônico
Coagulação do sangue
Gás oxigên i o
Hormônios etc.

Figuro 019.1-1 Composição do sangue humano.

Plasma sangüíneo

No plasma sangüíneo, a água é responsável por 92% de seu peso,


sendo o restante devido à presença de proteínas (albuminas, globulinas
etc.), sais e substâncias diversas, tais como nutrientes, gases, excreções e
hormônios.
Um grupo importante de proteínas do plasma são as gamaglobulinas,
Anticorpos que constituem os anticorpos, substâncias que protegem o organismo dos
agentes infecciosos.
Outra proteína importante do plasma sangüíneo é o fibrinogènio. Se
ocorre um ferimento, o fibrinogênio se transforma em uma proteína fibrosa,
a fibrina, cujas moléculas se entrelaçam e formam um tampão na área
ferida. As hemácias, retidas na malha de fibrina, formam o coágulo, que
Impede a perda de sangue. O líquido que sobra depois de o sangue coagu-
lar é chamado soro sangüineo.
Hemáclas
As hemácias, também conhecidas por glóbulos vermelhos ou erltró-
oitos (do grego entres, vermelho, e kitos, célula), são células especializa-

362
das no transporte de gás oxigênio. A hemácia humana é um disco bicônca-
vo com 7 a 8 gm de diâmetro, e 1 a 2 um de espessura. Há cerca de
5 milhões de hemácias por milímetro cúbico de sangue em um homem, e
4,5 milhões por milímetro cúbico de sangue em uma mulher. Cada pessoa
possui, em média, cerca de 30 trilhões de hemácias em sua circulação.
As hemácias são produzidas no interior dos ossos, a partir de células
da medula óssea vermelha, denominadas eritroblastos. À medida que Hemoglobina
amadurecem, os eritroblastos produzem hemoglobina, proteína de cor ver-
melha que contém ferro. Uma vez repleto de hemoglobina, o eritroblasto
elimina o núcleo e assume sua forma discriide típica, transformando-se no
eritrócito (hemácia). Através dos vasos que irrigam a medula óssea, os eri-
trócitos maduros entram na circulação sangüínea.
Uma hemácia permanece cerca de 120 dias em circulação. Ao fim des-
se período, perde sua capacidade funcional e é fagocitada e digerida por
células do fígado ou do baço. Calcula-se que, em apenas um segundo,
cerca de 2,4 milhões de hemácias sejam destruídas ern nosso corpo. A
mesma quantidade é liberada, pela medula dos ossos, para substituir as
hemácias removidas da circulação.
Dentre os vertebrados, apenas as hemácias dos mamíferos são anu-
cleadas. Hemácias de peixes, de anfíbios, de répteis o de aves têm núcleo.
Leucócitos
Os leucócitos ou glóbulos brancos são células especializadas na
defesa do organismo; combatem vírus, bactérias e outros agentes invaso-
res que penetrem em nosso corpo. Em condições normais, há entre 5 e 10
mil leucócitos por milímetro cúbico de sangue.
Os leucócitos são produzidos na medula dos ossos e podem ser de
cinco tipos básicos: neutrófilos, basófilos, acidófilos, lInfócitos e mo- Tipos
rácitos. As quantidades dessas células no sangue e suas respectivas fun- de leucócito
ções estão mostradas na tabela 019,1-1.

Tipo de célula Quantidades normais Funções


Hemácias Homem: 4,20 6,0 x 106/rnm 2 Transporte de gás oxigênio
Mulher: 3,6 o 5,0 x 10 6/rnm]
Plaquetas 2,5 a 4,0 x 105/rnm' Coagulação do sangue
Glóbulos brancos 5 a 6,0 x 10Vmm 3 (total)
Neutráfilos =-4,0 x 103/mm3 Fagocitose
Acidáfilos 50 a 150/mm3 Reações alérgicas
Basáfilos =50/mm3 Regulação da coagulação
Monácitos ---500/mm , Originam macrafogos
Linfácitos 2,0 a 3,0 x 1 0Vmrn' Produção de anticorpos e destruição
de células estranhas

Tabela 019.11 As células do sangue humano.

Plaquetas

Em todos os vertebrados, com exceção dos mamíferos, as plaquetas


ou trombócitos são pequenas células ovais. Nos mamíferos, porém, as
plaquetas são fragmentos esféricos ou achatados de células chamadas
megacarlócitos, formadas originalmente na medula óssea. Há, em média,
300 mil plaquetas por milímetro cúbico de sangue humano.
As plaquetas participam ativamente do processo de coagulação do san-
gue dos vertebrados, Quando há um ferimento, plaquetas presentes na re- Coagulação
gião lesada liberam fatores de coagulação, que levam à formação de um sangüínea
coágulo. Diversos fatores de coagulação já foram identificados, mas o me-
canismo completo da coagulação do sangue ainda não foi totalmente es-
clarecido.

363
Um dos importantes fatores de coagulação liberados pelas plaquetas é
a enzima tromboplastina-quinase, que atua na transformação da pro-
trombina (proteína presente no sangue) em tromblna.
A trombina, por sua vez, atua enzimaticamente na transformação do
fibrinogênio (outra proteína sangüínea) em fibrina. As moléculas de fibri-
na se entrelaçam e formam uma rede que retém hemácias, o coágulo, que
veda o ferimento. (Fig. 019.1-2)
Algumas das enzimas envolvidas no processo de coagulação precisam
estar associadas a ions de cálcio para funcionar. Tal associação depende,
por outro lado, da presença de vitamina K. Assim, tanto o cálcio quanto a
vitamina K têm de estar presentes na dieta humana, pois são indispensá-
veis à coagulação sangüínea.
Na espécie humana há uma doença hereditária que afeta a coagula-
Hemofilia ção: a hemofilia. No tipo mais comum de hemofilia, a pessoa não é capaz
de produzir um fator de coagulação denominado fator VIII. Pessoas hemo-
fílicas estão sujeitas a hemorragias graves, mesmo em conseqüência de
pequenos ferimentos. O tratamento consiste em transfusão de fatores de
coagulação obtidos do sangue de pessoas normais.

Figuro Q19.1-2 Fotomicrografia ao microscópio ele-


trônico de varredura da rede de fibrina envolvendo
hemácias em um coágulo.

O coração Sístoles e diástoles

O coração é um órgão musculoso, do tama- As câmaras do coração contraem-se e dila-


nho aproximado de um punho fechado e com tam-se alternadamente, em média, 70 vezes por
peso aproximado de 400 g. Ele se localiza no minuto. A contração de uma câmara cardíaca é
meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente denominada sístole e seu relaxamento, diástole.
deslocado para a esquerda. A freqüência de movimentos do coração, ou
O coração apresenta quatro cavidades inter- seja, a freqüência cardíaca, varia de acordo
nas, genericamente denominadas câmaras car- com o grau de atividade e situação emocional em
díacas. As duas câmaras superiores são os átrios que nos encontramos. Durante o sono, por exem-
ou aurículas e as duas inferiores, os ventrí- plo, o coração de uma pessoa pode bater entre 35
culos. . e 50 vezes por minuto; já durante um exercício
O átrio direito se comunica com o ventrí- físico intenso, a freqüência cardíaca pode ultra-
culo direito por meio da válvula tricúspide. O passar 180 batimentos por minuto.
átrio esquerdo, por sua vez, se comunica com o
ventrículo esquerdo por intermédio da válvula Ciclo cardíaco
bicúspide ou mitral. A função dessas válvulas
atrioventriculares é garantir a circulação do san- Ciclo cardíaco é uma seqüência completa
gue no coração em um único sentido, sempre dos de sístoles e diástoles das câmaras do coração e
átrios para os ventrículos..(Fig. 19.6) dura cerca de 8 décimos de segundo (0,8 s).

364
Aorta

Artéria
pulmonar
Veia cavo
4,
4
superior

Veios pulmonares

Átrio esquerdo

Válvula biáspide
írnitral)

Válvulas semilunares

Ventriculo
esquerdo

Figura 19.6 Coração humano em vista frontal (A) e em vista dorsal (B). Em (C), corte longitudinal mostrando os
câmaras cardíacas, as válvulas e os vasos sangüíneos ligados ao coração. As setas em vermelho indicam o fluxo
de sangue rico em gás oxigênio. As setas em azul indicam o fluxo de sangue rico em Os carbônico. A foto
mostra a rede coronária humana evidenciada por corantes.

O inicio do ciclo cardíaco é marcado pela Passados cerca de 3 décimos de segundo do


sístole dos átrios, que bombeiam sangue para o início do ciclo, os ventrículos direito e esquerdo
interior dos ventrículos; estes, nesse momento, entram em sístole, bombeando sangue, respec-
estão em diástole. As válvulas presentes nas en- tivamente, para as artérias pulmonar e aorta. Du-
tradas das veias cavas (junto ao ventrículo direi- rante a sístole ventricular, as válvulas triedspide
to) e das veias pulmonares (junto ao ventrículo e bictispide se fecham, evitando o retorno de san-
esquerdo) se fecham. evitando refluxo de sangue. gue para os átrios.

365
Enquanto a sístole ventricular progride. os
átrios entram em diástole, enchendo-se nova-
mente de sangue. Ao ocorrer a sístole atrial, terá
início um novo ciclo cardíaco.
Os sons produzidos pelo coração são causa-
dos pelo fechamento rápido das válvulas atrio-
ventriculares e semilunares, estas últimas locali- Sístole arriai
zadas nas entradas das artérias pulmonar e aorta. Fim do diástole
10,1 :5 ventriculor
Durante um ciclo cardíaco, pode-se identificar
Diástole ventricular
duas "batidas" subseqüentes: a primeira, de tom Inicio da sístole
mais baixo e menos audível, é causada pelo fe- °trio' 0,45 1 0,35
chamento das válvulas tricúspide e bicúspide, e
marca o início da sístole ventricular. A segunda,
mais aguda e alta, é causada pelo fechamento das
válvulas semilunares arteriais e marca o início
da diástole vennicular. (Fig. 19.7)
Sístole ventriculor
() ,.:011ilud•Ar., HI,,,;; Inicio da diástole
otrial

A freqüência de batimentos cardíacos é Figuro 19.7 movimentos de sístole e diástole durante


controlada por uma região especial do coração o ciclo cardíaco.
denominada nódulo sino-atrial ou marcapas.
so. O nódulo sino-atrial é um aglomerado de se propaga diretamente para a musculatura dos
células musculares especializadas, localizado átrios, provocando sua contração.
perto da junção entre o átrio direito e a veia Outra região especializada do coração. o nódu-
cava superior. lo atrioventricular, atua como distribuidor do sinal
Aproximadamente a cada segundo, as célu- gerado pelo marcapasso, estimulando a musculatura
las do marcapasso emitem um sinal elétrico que dos ventrículos a entrar em sístole. (Fig. 19.8

Átrio
direito

Fibras de Purktnie

Figura 19.8 (A} Localização dos nódulos sino atrial e atrioventricular, responsáveis pelo controle dos batimen-
-

tos cardíacos. (B) Os sinais elétricos que coordenam os batimentos cardíacos se propagam por todo o corpo.
uma vez que os tecidos são bons condutores de eletricidade, e podem ser captados por eletrodos sensíveis
colocados sobre a pele. (C) Uma máquina especial registra os sinais elétricos do coração na forma de gráficos,
conhecidos como eleirocardiog . ramas.

366
O sangue nas artérias 1 '1 e , • ;]... I !l.' FI ti

O sangue bombeado pelos ventrículos pene- . A pressão exercida pelo sangue contra a pare-
tra nas artérias sob alta pressão. Imediatamente, de das artérias é denominada pressão arterial. Em
as paredes arteriais se relaxam, aumentando de . uma pessoa jovem e com boa saúde, a pressão nas
volume e diminuindo a pressão interna. Se as ar- artérias durante a sístole ventricular, a pressãosis-
térias não relaxarem o suficiente, a pressão do san- tólica ou máxima, é da ordem de 120 mmHg (120
gue em seu interior pode 'subir a níveis perigosos, milímetros de mercúrio). Durante a diástole. a pres-
com possível ruptura nas paredes arteriais. são diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é
A cada sístole ventricular é gerada uma onda a pressão diastálica ou mínima. (Fig. 19.9)
de relaxamento da musculatura arterial, que se
propaga desde o coração até as extremidades das O sangue nas veias
arteríolas. Na diástole ventricular, quando a pres-
são sangüínea diminui, a musculatura arterial se Depois de passar por milhões de arteríolas e
contrai, mantendo a pressão adequada para que o capilares, a pressão sangüínea cai muito, atingin-
sangue continue a circular até a próxima sístole. do valores muito baixos no interior das veia,

1. Pressão arterial 2. Pressão na bolso de 3. Pressão na bolsa de 4. Pressão no bolsa


sistólica 120 mmlig ar maior que 120 mmHg ar entre 80 e 120 mmHg menor que 80 snmHg
diastálica 80 mmHg interrompe o fluxo permite fluxo de sangue permite Fluxo
sangüíneo para o braço. durante a sístole; de sangue durante
o som da passagem a sístole e a diástole;
do sangue é audível os sons são audíveis
no estetoscópio. no estetoscópio
Figura 19.9 (A) O ciclo de expansão e relaxamentá arterial, conhecido como pulsação, pode ser percebido
facilmente no artéria radial do pulso ou na artéria carótida do pescoço. A pulsação corresponde às variações
de pressão sangüínea na artéria durante os batimentos cardíacos, (B e C) As pressões arteriais máxima e
mínima podem ser detectados nas artérias do braço e medidas com um aparelho chamado esfigmomanômetro.

367

Sentido do fluxo
sangüíneo

Tipos de vasos songiiineos

Figura 19.10 À esquerda, gráfico da pressão do sangue nos diferentes


tipos de vasos sangüíneos do corpo (A, aorta; B, artérias; C, arteriolas; D,
capilares; E, veias; F, átrio). A direita, mecanismos de propulsão do san-
gue no sistema venoso. A musculatura esquelética, ao se contrair, pressio-
na o sangue no interior das veios; as válvulas fazem com que o sangue
sempre se desloque em direção ao coração.

t
O retorno do sangue ao coração deve-se. em coleta Sangue dá 'cabeça, dos braços e da parte su-
grande parte, às contrações dos músculos esque- perior do tronco. e a veia cava inferior, que cole-
léticos. As veias se situam ou entre feixes de ta sangue das pernas e da parte inferior do tronco.
músculos, de modo que a contração muscular as Do átrio direito o sangue passa-para o ventrícu-
comprime, fazendo com que o sangue se deslo- lo direito. que o bombeia para a artéria pulmonar.
que em seu interior. Devido às válvulas, o san- Esta se divide em duas (direita e esquerda), que le-
gue que se desloca nas veias somente pode se- vam sangue aos pulmões. Nos pulmões o sangue
guir rumo ao coração. (Fig. 19.10) adquire gás oxigênio e libera g á s carbônico.

Circulações pulmonar e sistêmica


Ao se deslocar pelo corpo humano, o sangue
passa duas vezes pelo coração. Impulsionado pelo
ventrículo direito, o sangue vai aos pulmões, de
onde retorna ao coração. Impulsionado pelo ventrí-
culo esquerdo, o sanem vai para todos os sistemas
do corpo, de onde novamente retorna ao coração.
Por isso se diz que nossa circulação é dupla, sendo
o trajeto coração pulmões coração denomi-
nado circulação pulmonar (ou pequena circula-
ção) e o trajeto coração sistemas corporais
coração denominado circulação sistêmica (ou
grande circulação). (Fig. I 9.1 1)
( irealaç4n pulmonar

O sangue chega ao átrio direito do coração Figura 19.11 Representação esquemático da circula-
por duas grandes veias, a véia cava superior, que ção sistêmica (A) e da circulação pulmonar (B).

368
Circulação sistêmica glóbulos brancos presentes na linfa são linfócitos,
enquanto no sangue esse tipo de leucócito repre-
Dos pulmões o sangue, agora oxigenado, re-
senta cerca de 50% do total de glóbulos brancos
torna ao coração pelas veias pulmonares e pe-
(veja a tabela Q19.1-1, no quadro 19.1).
netra no átrio esquerdo.
Do átrio esquerdo o sangue passa para o yen -,

trículo esquerdo, que o bombeia para a artéria Gânglios linfáticos


aorta. Esta se divide em vários ramos, que levam
Em diversos pontos da rede linfática existem
sangue oxigenado a todos os sistemas do corpo.
gânglios linfáticos, que são pequenos órgãos per-
furados por canais. A linfa, em seu caminho para
Sangues arterial e vamo
o coração, circula pelo interior desses gânglios,
A maioria das artérias transporta sangue rico onde é filtrada. Partículas como vírus, bactérias e
em gás oxigênio; por isso o termo "sangue arte- resíduos celulares são fagocitadas pelos linfócitos
rial" costuma ser usado como sinônimo de san- existentes nos gânglios linfáticos. (Fig. 19.12)
gue oxigenado. Já a maioria das veias transporta Os gânglios linfáticos são órgãos de defesa
sangue pobre em gás oxigênio e rico em gás car- do organismo humano. Quando este é invadido
bônico; por isso o termo "sangue venoso" costu- por microorganismos, por exemplo, os glóbulos
ma ser usado como sinônimo de sangue pobre em brancos dos gânglios linfáticos próximos ao lo-
oxigênio. Constituem exceções as artérias pul-
monares, que levam sangue pobre em oxigênio
aos pulmões, e as veias pulmonares, que trazem
sangue oxigenado dos pulmões ao coração.

19.3 Sistema linfático


O sistema linfático é constituído por
uma vasta rede de vasos linfáticos, que se
distribuem por todo o corpo. Os vasos lin-
fáticos menores têm calibre pouco maior
que os capilares sangüíneos e diferem des-
tes por terminar em fundo cego, isto é, têm
a extremidade fechada.
Os capilares linfáticos estão mergu-
lhados entre as células dos tecidos, de onde
captam o excesso de líquido tissular, ori-
ginalmente extravasado dos capilares san-
güíneos, reconduzindo-o à circulação. A
confluência dos capilares linfáticos origi-
na vasos de calibre progressivamente maior,
que convergem para a região torácica,
onde formam dois grossos dutos linfáticos,
que se unem às veias subclávias.
Se, por algum motivo, o sistema linfá-
tico deixar de cumprir sua função de dre-
nagem do excesso de líquido tissular, este
se acumulará nos tecidos, causando um in-
chaço conhecido como edema linfático.
Figura 19.12 (A) Representação esquemático de par-
A linfa
te do sistema linfático humano. (B) Detalhe da rede de
No interior dos vasos linfáticos circula a lin- gânglios e vasos linfáticos na região do pescoço. (C)
fa, cuja constituição é muito semelhante à do san- Representação esquemática da estruturo interno de um
gue, do qual difere por não conter hernácias. A gânglio linfático, (D) Estrutura de um copilar linfático
linfa também contém glóbulos brancos, como o cortado parcialmente para mostrar as válvulas. As se-
sangue. A diferença, potém, é que quase 99% dos tas indicam o sentido de movimentação do linfa.

369
cal da invasão começam a se multiplicar ativa- mas, se houver aumento da atividade cardíaca
mente, para dar combate aos invasores. Com isso devido a um exercício físico ou a uma grande
os gânglios incham, formando as ínguas. É pos- emoção, surge a dor característica da angina,
sível, muitas vezes, detectar um processo infec-
cioso pela existência de gânglios linfáticos in-
chados. lnfarto de miocárdio

O infarto de miocárdlo, ou ataque de cora-


19.4 Doenças do aparelho ção, é causado pela brusca isquemia do músculo
cardíaco, provocada pela obstrução de uma ou
circulatório mais artérias coronárias. As células musculares da
região isquêmica, privadas de oxigênio, morrem
Mais da metade das mortes em países indus-
em poucos minutos, originando o infarto.
trializados é causada pelas doenças cardiovas-
culares, como são genericamente chamadas as Se uma grande região do coração for afetada
doenças do coração e dos vasos sangüíneos. pelo infarto, a condução do impulso elétrico produ-
As doenças cardiovasculares mais graves zido pelo marcapasso é interrompida e o coração
deixa de bater, sobrevindo a morte. Se apenas uma
são provocadas por obstruções de artérias impor-
pequena região é afetada, o coração continua em
tantes, como as que irrigam o coração (coroná-
rias) ou o cérebro. atividade e a lesão cicatriza, com substituição das
células musculares mortas por tecido conjuntivo.
Arteriosclerose
I qiuemia cerebral
Arteriosclerose é uni processo de perda gra-
dual da elasticidade da parede das artérias, causado A isquemia cerebral é o bloqueio da circu-
pela deposição de placas de gordura (ateromas) na lação em artérias que fornecem sangue ao encé-
superfície arterial interna. A arteriosclerose provo- falo. As causas mais freqüentes da isquemia são
ca a diminuição do calibre interno das artérias, e, a formação de coágulos, devida a traumatismos
em alguns casos, os ateroma,s se impregnam de cál- ou à existência de ateromas. As células nervosas
cio e se tornam rígidos, diminuindo significativa- localizadas na área isquémica morrem, com pre-
mente a elasticidade da parede arterial. juízo da atividade cerebral.
Uma das conseqüências da arteriosclerose é Os efeitos da isquemia cerebral, bem como as
o aumento da pressão arterial sistólica, uma vez chances de a pessoa sobreviver, dependem da ex-
que as artérias endurecidas perdem a capacidade tensão e da localização da lesão. A isquem ia cere-
de se relaxar durante a sístole do coração. Além bral pode causar paralisia total ou parcial do corpo,
disso, os ateromas tornam áspera a superfície in- perda total ou parcial da fala, perda da coordenação
terna das artérias, favorecendo a formação de motora e diversas alterações no comportamento.
coágulos, que podem causar obstruções. Atero-
mas que se desprendem, por sua vez, também Ilipertenão
contribuem pára causar obstruções arteriais, com
prejuízos à circulação do sangue. Hipertensão é sinônimo de pressão sangüí-
nea elevada, conhecida popularmente como
Angina do peito "pressão alta". A hipertensão aumenta os riscos
de ataques cardíacos e derrames de sangue no
Angina do peito é uma enfermidade em que tecido cerebral.
a pessoa tem fortes dores no peito ao menor es- As causas mais comuns da hipertensão são o
forço cardíaco. A angina do peito é conseqüên- estresse emocional, a alimentação inadequada
cia do estreitamento de uma ou mais artérias co- (rica em gorduras e sais) e a vida sedentária.
ronárias, o que causa isquemia, ou seja, redu- Chamada às vezes de "matadora silenciosa",
ção da circulação do sangue em certas regiões da pois muitas pessoas hipertensas não apresentam
musculatura do coração (rniocárdio), diminuin- sintomas da doença, a hipertensão pode ser con-
do sua nutrição e oxigenação. A diminuição da trolada com medicamentos, dieta, exercícios fí-
circulação nas coronárias geralmente não chega sicos e relaxamento. Embora a pressão arterial
a comprometer a atividade' normal do coração, tenda a se elevar com o aumento da idade, deve-
370
se procurar orientação médica caso a pressão Fumo, dieta rica em gorduras e colesterol,
diastólica atinja mais de 9 ou 10 miulle e a sisto- falta de exercícios físicos e vida estressante são
lica, mais de 15 =He. alguns fatores que predispõem a doenças cardio-
vasculares.
Prevenção das doenças cardiovasculares A pessoa que quer precaver-se de doenças
cardiovasculares deve evitar o fumo, os alimen-
A constituição genética predispõe certas tos gordurosos, sobretudo os de origem animal,
pessoas a desenvolverem doenças cardiovascu- manter peso corporal compatível com sua altura
lares. Os genes, entretanto, atuam em conjunto e idade, fazer exercícios físicos regulares e evi-
com fatores ambientais que comprovadamente tar situações de estresse. Deve também medir pe-
desencadeiam doenças, e esses fatores podem ser riodicamente a pressão arterial e fazer exames
controlados de modo a promover a saúde. médicos.

L itura UMA CAÇA ARDILOSA: AS CÉLULAS GERADORAS DA MEDULA


, "'UJU,7~10212~4WIWITE4

Texto traduzido e adaptado do artigo "Elusive Quarry" Researchers


are ciosing in on the stern cell, de Tim Beardsley, publicado na revista
Scientific American, vol. 265, n? 3, 1991.

A medula óssea origina todos os tipos de células do sangue de que o organismo


necessita — leucócitos, células vermelhas e plaquetas. Os cientistas acreditam que a pro-
dução de células sangüíneas está a cargo de células geradoras (stern cells) capazes de se
multiplicar indefinidamente, diferenciando-se quando necessário. Tais células geradoras,
porém, nunca foram isoladas na espécie humana. Acredita-se que a proporção de células
geradoras presentes na medula óssea seja muito pequena e elas são aparentemente in-
distinguíveis das demais células medulares.
Atualmente, dois grupos de pesquisadores, usando métodos distintos, parecem estar
descobrindo as misteriosas células geradoras da medula óssea. O grupo liderado por Mal-
colm A. S. Moore, do Centro de Câncer do Memorial Sloan-Kettering (EUA), está competin-
do com os pesquisadores californianos Charles M. Baum, de Palo Alto, e lrving L. Weiss-
man, da Universidade de Stanford. Nos últimos meses os dois grupos aperfeiçoaram técni-
cas destinadas a isolar células geradoras em cultura de tecidos e demonstrar sua atividade.
A capacidade de obter um suprimento puro de células geradoras de medula óssea
poderia fornecer aos médicos uma importante ferramenta para salvar vidas humanas, pois
permitiria regenerar o sistema produtor de sangue em pacientes cuja medula óssea tives-
se sido danificada por doença ou por quimioterapia. As células geradoras também seriam
alvos valiosos para a terapia gênica de doenças hereditárias ou mesmo infecciosas. Como
essas células se renovam por multiplicação, genes nelas introduzidos persistiriam pelo
resto da vida do paciente.
No momento já é possível reconstituir a medula óssea de pacientes portadores de
leucemia a partir da introdução de um pequeno número de células sadias. Mas as técnicas
para eliminar as células doentes da medula óssea ainda estão longe de ser perfeitas.
procedimento é arriscado: consiste em retirar uma amostra de células medulares do pa-
ciente, preservando-as em meio de cultura. Em seguida, matam-se, por irradiação ou por
administração de drogas, todas as células restantes da medula. Mais tarde, a amostra de
células inicialmente colhida é reintroduzida na medula para regenerar o sistema produtor
de sangue. Os citados grupos de pesquisadores já conseguiram um certo grau de purifica-
ção de células geradoras. Falta, ainda, tostar se essas células serão capazes de salvar
pacientes em estado crítico. É isso o que se espera. Os testes deverão começar em breve.

371
ROTEIRO PARA "ESUMO .
1WWWWWW:

FICHA 1
SISTEMAS CIRCULATÓRIOS

1. Sobre os sistemas circulatórios dos vertebrados, responda:


a) Quais são seus componentes fundamentais?
b) Quais as suas principais funções?
2. Caracterize, em linhas gerais. sistemas circulatórios abertos e fechados.
3. Caracterize, quanto à estrutura e à função, artérias, veias e capilares sangüíneos.
4. Qual é o papel das válvulas presentes no interior das vcias?

FICHA 2
A CIRCULAÇÃO SANGÜÍNEA HUMANA

1. Faça um esquema simplificado do coração humano. Use legendas para denominar as câma-
ras cardíacas e as válvulas atrioventriculares, além das artérias e veias ligadas ao coração.
2. Conceitue sístole e diástole.
3. O que é freqüência cardíaca?
4. O que é ciclo cardíaco?
5. Que mecanismo produz o som típico das "batidas" do coração?
6. Qual é a região do coração responsável pelo controle da freqüência cardíaca?
T. Defina pressão arterial.
8. Defina pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica. Que valores são considera-
dos normais para essas pressões, em urna pessoa jovem?
9. Explique resumidamente os mecanismos que possibilitam o retorno do sangue presente
nas veias ao coração,
10. Caracterize circulação pulmonar e circulação sistêmica.
11. Utilizando-se de esquemas simplificados, indique o trajeto do sangue:
a) na circulação pulmonar; b) na circulação sistêmica.
12. Caracterize, sob o ponto de vista da oxigenação, sangue arterial e sangue venoso. Que
artérias conduzem sangue venoso? Que veias conduzem sangue arterial?

QUESTÕES DE VESTIBUL.,1R

i'l,LOCO. 2 cruLaço san g iluezt iturnana

372
SISTEMA LINFÁTICO
1 FICHA 3

1. Descreva resumidamente a estrutura geral e a função do sistema linfático.


2. O que é edema linfático?
3. Comente duas diferenças entre a composição da linfa e a do sangue.
4. O que são gânglios linfáticos? Qual é sua principal função?
5. O que são ínguas?

FICHA 4
DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO

1. Caracterize a arteriosclerose.
2. Caracterize a angina do peito.
3. Explique resumidamente como ocorre o infarto de miocárdio.
4. Quais são as possíveis causas e conseqüências da isquemia cerebral?
5. O que é hipertensão? Quais são as possíveis causas da doença e que conseqüências pode
trazer à saúde?

6. Quais são as principais medidas que podem ser adotadas por qualquer pessoa para pre-
venir ou reduzir o risco da ocorrência de doenças cardiovasculares?

.
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\'''45.4 4 g•WM:5.24.X.
.,

A. TESTES I. gases respiratórios


hormônios
Bloco 1. Sistemas circulatórios excretas
IV. alimentos
1. (PUC-SP) Assinale a frase que melhor define a Nos mamíferos, o sangue transporta:
função do aparelho circulatório nos vertebrados: a) apenas 1, H e Hl. (1) apenas II, III e IV.
a) Transformar compostos nitrogenados e resí- b) apenas I, e IV. e) I, II, III e IV.
duos metabólicos produzidos pelas células. c) apenas TI c ni
b) Distribuir substâncias nutritivas por todo o
corpo e recolher substâncias tóxicas resultan- 3. (Fesp-PE) Observe os esquemas A c B. que mos-
tes do metabolismo celular. tram, de modo simplificado, o sentido da corren-
e) Transformar as substâncias alimentares em te circulatória em diversos grupos de animais, que
produtos assimiláveis pelo organismo. apresentam o sistema circulatório:
d) Oxidar o alimento pelo 0,, produzindo E-1 20,
CO2 e energia.
c) Receber estímulos, processar, armazenar seus
Coração —Artéria s —4. Lacunas
corporais
Coração Artérias

efeitos e gerar respostas.

2. (F. Objetivo-SP) O sangue pode transportar as


seguintes substâncias:'
Brânquias -o-- 1 1
Veias
"[. ;
Capi Lire:

373
Assinale a alternativa correta: 3. leva 02 para os tecidos ( ) artéria pulmonar
a) A é fechado, presente em artrópodos em geral 4. conduz sangue venoso ( ) grande circulação
e cefalópodos; B é aberto, encontrado em ne- 5. retira CO2 de circulação ( coronária
matelmintos e répteis. A correta seqüência numérica da segunda colu-
b) A é aberto, presente em crustáceos e moluscos na, de cima para baixo, de conformidade com a
em geral; B é fechado, encontrado em verte- primeira, é:
brados. a) 2, 5,4, 3, 1. c) 5, 3, 2, 4, 1.
c) A é fechado, presente em anelídeos; B é fe- b) 1. 3, 4, 5, 2, d) 4, 2, 3, 1, 5.
chado, encontrado em mamíferos.
d) A é aberto, presente em planária; B é fechado, 9. (FGV-SP) Chamamos artéria a todo vaso sangüí-
encontrado em anfíbios e peixes. neo que:
e) Ambos são fechados, encontrados tanto em in- a) chega ao coração.
vertebrados como em vertebrados. b) conduz sangue venoso.
c) parte do coração.
4. (LIFSC) São animais que apresentam aparelho
d) chega às aurículas.
circulatório do tipo aberto:
e) conduz sangue arterial.
a) molusco e artrópodo. d) mamífero e molusco.
b) molusco e anelídeo, e) mamífero e artrópodo. 10. (F. Objetivo-SP) O coração funciona como uma
c) anelídeo e artrópodo. bomba. Nos mamíferos, o sangue com baixo teor
5. (Mackenzie-SP) Observando um corte transver- de oxigênio é enviado aos pulmões. Por outro
sal de uma artéria e de uma veia, de acordo com o lado, o sangue oxigenado nos pulmões é manda-
esquema abaixo, podemos afirmar. do para os vários setores do organismo. Assinale
Endotélio a opção correta entre as abaixo representadas:
a) O sangue que sai do ventrículo esquerdo é en-
viado aos pulmões para a oxigenação.
b) O átrio direito recebe sangue das veias cavas e
o envia para o organismo.
c) As veias pulmonares levam o sangue oxigena-
Fibros do para o átrio esquerdo.
cológenos d) O ventrículo direito recebe o sangue oxigena-
a) A é artéria, pois possui muito mais musculatu- do e o envia para o organismo.
ra lisa e fibras elásticas. e) A aorta sai do ventrículo direito e transporta o
b) B é artéria, mostrando o sistema de válvulas sangue oxigenado.
para evitar o refluxo do sangue.
c) A é veia, indicando o fechamento da válvula. (1-1 (UFRS) No esquema abaixo, referente ao sistema
d) A e B são artérias, sendo que A sai do coração circulatório humano, as letras A e 13 podem ser
e B chega ao coração. substituídas, respectivamente, por:
e) A e B são veias, sendo que A chega ao coração A
e B sai do coração. se,
Sangue tico
6. (U. E. Londrina-PR) A função das válvulas exis- em CO2
tentes nas veias é:
a) retardar o fluxo sangüíneo.
b) impedir o refluxo do sangue. a) pulmões, células. d) coração, tecidos.
c) acelerai os batimentos cardíacos, b) coração, pulmões. e) tecidos, pulmões.
d) retardar as pulsações. c) células, coração.
e) reforçar as paredes dos vasos.
12. (PUC-SP) As veias cavas, a artéria aorta e a arté-
Bloco 2. A circulação sangüínea humana ria pulmonar estão indicadas, respectivamente,
pelas setas: 2
7. (Mogi-SP) Sístole e diástole são, respectivamente:
a) contração do coração e relaxamento dos pulmões.
b) contração do diafragma e relaxamento dos
músculos intercostais.
c) relaxamento do coração e contração dos pulmões.
d) relaxamento do diafragma e contração dos
m ás culos intercostais.
e) contração e relaxamento das partes do coração.
8. (LIECE) Relacione as colunas:
I. irrigação do miocárdio ( ) veia pulmonar a)1,2e3. c)2,3e I. e)4,2e1.
2, conduz sangue arterial ' ( ) pequena circulação b) 1, 4 e 2. d) 4, 1 e 2.

374
13. (PUC-SP) Em relação ao esquema anterior, os 17. (UFRS) Quando o coração bombeia sangue com
vasos indicados por I, 2, 3 e 4 transportam, res- toda a força:
pectivamente, sangue: a) as artérias se distendem em virtude da pressão.
a) venoso, venoso, arterial e arterial. b) as veias se contraem.
b) arterial, venoso, arterial e venoso. c) a pressão arterial é mínima.
c) arterial, arterial, venoso e venoso. d) ele encontra-se em diástole.
d) venoso, arterial, arterial e venoso. e) o fluxo sangüíneo diminui.
e) venoso, arterial, venoso e arterial.
B. QUESTÕES DISCURSIVAS
14. (Fuvest-SP) O esquema representa um corte lon-
gitudinal do coração de um mamífero. O sangue 18. (Fuvest-SP) Caracterize aparelho circulatório
que deixa o ventrículo direito (VD) e o que deixa aberto e aparelho circulatório fechado. Dê um
o ventrículo esquerdo (VE) seguirão, respectiva- exemplo de cada.
mente, para:
19. (PUC-SP) O es-
quema ao lado é
referente ao cora-
ção de um mamí-
fero.

a) aurícula direita e aurícula esquerda.


b) veia cava e artéria pulmonar. a) Que números indicam artérias e veias?
c) ventrículo esquerdo e pulmões. b) Que números indicam vasos por onde circu-
d) pulmões e artéria aorta. lam sangue arterial e sangue venoso?
e) pulmões e ventrículo direito. c) Que números indicam vasos que participam da
circulação pulmonar e da circulação sistêmica?
15. (U. F. Fluminense-RJ) No aparelho circulatório,
as trocas gasosas entre o sangue e os tecidos ocor- 20. (Fuvest-SP) Na linguagem comum é freqüente
rem a nível de: dizer que as artérias carregam sangue arterial
a) vênulas. c) arterfolas. e) alvéolos. (rico em oxigênio) e as veias carregam sangue
b) capilares. d) linfáticos. venoso (pobre em oxigênio). Essa caracterização
é válida para qualquer vaso sangüíneo de um ma-
16. (Cesgranrio) No coração humano, as válvulas tri- mífero? Justifique a resposta.
cúspide e mitral estão localizadas, respectivamente:
a) entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo 21. (Fuvest-SP) Qual o caminho percorrido por um
e entre o átrio direito e o ventrículo direito. glóbulo vermelho desde o ventrículo direito até o
b) entre o átrio direito e o átrio esquerdo c entre o átrio esquerdo de um mamífero?
ventrículo direito e o ventrículo esquerdo.
c) entre a artéria, aorta e o ventrículo esquerdo e 22. (U. F. Uberlândia-MG) Descreva OU esquematize a
entre a artéria pulmonar e o ventrículo direito. pequena e a grande circulação na espécie humana.
d) entre o átrio direito e o ventrículo direito e en-
tre b átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. 23. (Fuvest-SP) Explique, em linhas gerais, como é
e) entre o átrio direito e a veia cava superior e constituído nosso sistema linfático e qual sua fun-
entre o átrio direito e a veia cava inferior. ção no organismo.

1. Doenças como a arteriosclerose provocam endu- 3. Uma das principais funções do sistema linfático é
recimento e perda de elasticidade das artérias. a drenagem do fluido sangüíneo extravasado dos
Levando em conta o papel das artérias na manu- capilares. A elefantíase é uma doença parasitária
tenção da pressão sangüínea, o que voq..ê poderia causada por um verme que bloqueia e prejudica os
dizer a respeito das pressões sistólica e diastólica vasos e gânglios linfáticos, obstruindo-os. Em ge-
em um indivíduo que sofre de arteriosclerose? ral, o verme aloja-se nos membros inferiores, que
se tornam inchados e deformados, lembrando a
2, Que vantagem (ou vantagens) apresenta a circula- pata de um elefante. Como você explicaria esse
ção dupla, completa, como a dos mamíferos, sobre inchaço, conhecendo o local da parasitose e a fun-
a circulação encontrada em anfíbios? Discuta. ção do sistema linfático no organismo?

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