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DIREITO PENAL para o XVIII EXAME DA OAB SEGUNDA FASE
Curso aprofundado teórico com correção de peças
Prof. Renan Araujo Aula DEMONSTRATIVA
SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação e Cronograma 01
I – Princípios – introdução 07
II - Princípio da legalidade 07
III - Princípio da individualização da pena 15
IV - Princípio da pessoalidade da pena 16
V - Princípio da humanidade 19
VI – Outros Princípios do Direito Penal 20
VII – Aplicação da lei penal 31
VIII – Princípio da territorialidade – Lei 55
processual no espaço
IX – Princípio do tempus regit actum – Lei penal 57
no tempo
X – Outros princípios do direito processual penal 60
1. Princípio da inércia 60
2. Devido processo penal 61
3. Presunção de inocência 64
4. Obrigatoriedade de fundamentação das 66
decisões judiciais
5. Publicidade processual 68
6. Isonomia processual 69
7. Duplo grau de jurisdição 70
8. Juiz natural 71
9. Vedação às provas ilícitas 73
10. Vedação à autoincriminação 00000000000
74
Lista das Questões da Aula 76
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A prova da segunda fase (prova prático-profissional) está agendada
para o dia 17 de janeiro de 2016, e a Banca, como sabemos, é a
FGV.
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rodadas e será dinâmica. Serão 2 rodadas, cada uma delas
organizada em três aulas.
Exemplificando:
Aula X.2
Aula X.3
Aula Y.2
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Régua de correção e sugestão de resposta para cada peça e
questões discursivas.
Aula Y.3
Cada aluno poderá escolher das aulas “.01”, uma peça e duas
questões para correção. A elaboração, pelo aluno, das propostas
apresentadas deverá ocorrer entre as aulas “.01” e “.02”.
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Gama Filho. Fiz o exame da OAB em 2009 e, graças a Deus, deu
tudo certo!
30/11
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sugestão de resposta.
12.3. Devolução individual da segunda rodada de
correções e comentários Gerais a respeito da 11.12
rodada.
;-)
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I – PRINCÍPIOS: INTRODUÇÃO
II – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
1°:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
1
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12 Ed. Ed. Malheiros. São Paulo, p.
255-256.
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“pelo princípio da legalidade, a elaboração de normas incriminadoras é função
exclusiva da lei, isto é, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma
pena criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência deste fato
exista uma lei definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção
correspondente.”2
2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição.
São Paulo, 2015, p. 51
3 BITENCOURT, Op. cit., P. 51
4 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 66
5 Inclusive os tratados internacionais, que devem ser incorporados ao nosso ordenamento jurídico
por meio de Lei. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 67
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Assim, é possível que haja violação ao Princípio da legalidade sem
que haja violação à reserva legal. Entretanto, havendo violação à reserva
legal, isso implica necessariamente em violação ao princípio da
legalidade, pois aquele é parte deste. Lembrem-se: Legalidade =
Reserva legal + Anterioridade da lei penal.
em branco são aquelas que dependem de outra norma para que sua
aplicação seja possível.
6
Ou, para alguns, a garantia da lex certa. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 68
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normas penais em branco são legais, não violam o princípio da reserva
legal, mas sua aplicação depende da análise de outra norma jurídica.
do réu. Assim, não pode o Juiz criar uma conduta criminosa não prevista
em lei, com base na analogia.
7
BITENCOURT, Op. cit., p. 201/202.
8
BITENCOURT, Op. cit., p. 199/200. No mesmo sentido, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op.
cit., p. 101
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contra a mulher. Aplicar a lei neste caso seria fazer uma analogia
desfavorável ao réu, pois a Lei Maria da Penha estabelece punições mais
gravosas que o art. 129 do Código Penal. Isso é vedado!
9
RHC 106481/MS - STF
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EXEMPLO: Pedro dirige seu carro embriagado no dia 20/05/2010, tendo
sido abordado em blitz e multado. Nesta data, não há lei que criminalize
esta conduta. Em 26/05/2010 é publicada uma Lei criminalizando o ato
de dirigir embriagado. O órgão que aplicou a multa remete os autos do
processo administrativa da Multa ao MP, que oferece denúncia pelo crime
de dirigir alcoolizado. A conduta do MP foi correta? Não! Pois embora
Pedro tivesse cometido uma infração de trânsito, na data do fato a
conduta não era considerada crime.
10
BITENCOURT, Op. cit., p. 207/208
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retroatividade da lei penal, pois ela alcançará fatos ocorridos ANTES
DE SUA VIGÊNCIA.
Art. 5º (...)
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Estado não considera mais a conduta como tão grave a ponto de merecer
uma punição criminal.
Assim:
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fixar a pena de acordo com as peculiaridades do caso (Tipo de pena a ser
aplicada, quantificação da pena, forma de cumprimento, etc.), tudo para
que ela seja a mais apropriada para cada réu, de forma a cumprir seu
papel ressocializador-educativo e punitivo.
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12 Por esta razão, em 2006, o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo da Lei de Crimes
Hediondos (Lei 8.078/90) que previa a impossibilidade de progressão de regime nesses casos, nos
quais o réu deveria cumprir a pena em regime integralmente fechado. O STF entendeu que a
terceira fase de individualização da pena havia sido suprimida, violando o princípio constitucional.
Outra indicação clara de individualização da pena na fase de execução está no artigo 5°, XLVIII da
Constituição, que estabelece o cumprimento da pena em estabelecimentos distintos, de acordo
com as características do preso. Vejamos:
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito,
a idade e o sexo do apenado;
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Esse princípio impede que a pena ultrapasse a pessoa do infrator.
(Quinhentos mil reais), desse valor, que já pertence aos herdeiros (pelo
princípio da saisine, do Direito das Sucessões), poderá ser debitado os R$
100.000,00 (cem mil reais) que Roberto foi condenado a pagar ao filho de
Maurício. Se, porém, o patrimônio deixado por Roberto é de apenas R$
30.000,00 (Trinta mil reais), esse é o limite ao qual os herdeiros estão
obrigados.
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seu próprio patrimônio, apenas com o patrimônio eventualmente deixado
pelo de cujus.
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seu próprio patrimônio, apenas com o patrimônio eventualmente deixado
pelo de cujus.
Por fim, deve-se ter em mente que a multa não é “obrigação de reparar o
dano”, pois não se destina à vítima. A multa é espécie de PENA e,
portanto, não pode ser executada em face dos herdeiros, ainda que haja
transferência de patrimônio. Neste caso, com a morte do infrator,
extingue-se a punibilidade, não podendo ser executada a pena de multa.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
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qualquer razoabilidade. Esta ressalva é direcionada precipuamente aos
crimes militares.
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Princípio da ofensividade Não basta que o fato seja
formalmente típico (tenha previsão legal como crime) para que possa ser
considerado crime. É necessário que este fato ofenda, de maneira grave,
o bem jurídico pretensamente protegido pela norma penal. Assim,
condutas que não são capazes de afetar o bem jurídico são desprovidas
de ofensividade e, portanto, não podem ser consideradas criminosas.14
77.
16 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 65.
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Assim, por força deste princípio, num sistema punitivo, como é o
Direito Penal, a criminalização de condutas só deve ocorrer quando se
caracterizar como meio absolutamente necessário à proteção de bens
jurídicos ou à defesa de interesses cuja proteção, pelo Direito Penal,
seja absolutamente indispensável à coexistência harmônica e
pacífica da sociedade.
17 TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de Direito Penal. São Paulo: Ed. Saraiva, 1994.
p. 13-14.
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norma não podem ser consideradas crimes, pois não são capazes de
lesionar de maneira eficaz o sentimento social de paz.18 Para o STF, os
requisitos OBJETIVOS para a aplicação deste princípio são:
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aplicação deste princípio ainda quando se trate de crimes contra a
administração pública, desde que presentes os requisitos citados.20
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24(...) Afirmou, ademais, que, considerada a teoria da reiteração não cumulativa de condutas de
gêneros distintos, a contumácia de infrações penais que não têm o patrimônio como bem jurídico
tutelado pela norma penal (a exemplo da lesão corporal) não poderia ser valorada como fator
impeditivo à aplicação do princípio da insignificância, porque ausente a séria lesão à propriedade
alheia. HC 114723/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 26.8.2014. (HC-114723) – Informativo
756 do STF
25Existem decisões recentes do STF no sentido de que cabe ao Juiz de primeira instância analisar,
caso a caso, a pertinência da aplicação do princípio. Como são decisões muito recentes, ainda não
é possível afirmar que forma uma nova jurisprudência, de forma que é mais prudente aguardar a
consolidação deste entendimento.
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violência ou grave ameaça, de um grande estabelecimento
comercial do ramo de venda de alimentos dois litros de leite e
uma sacola de verduras, o que totalizou a quantia de R$10,00
(dez reais). Todas as exigências legais foram satisfeitas: a
denúncia foi recebida, foi oferecida suspensão condicional do
processo e foi apresentada resposta à acusação.
COMENTÁRIOS:
A) O Juiz deve absolver sumariamente Lucile, nos termos do art. 397, III
do CPP.
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vazia, sem qualquer conteúdo, limitando-se a informar que, no momento
oportuno, o réu provaria a sua inocência.
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O STF, inclusive, possui entendimento sumulado no sentido de que a
ausência de defesa técnica é causa de nulidade ABSOLUTA:
26
Entendimento externado pelo STJ em diversas oportunidades. Segue, como exemplo: O
procedimento adotado pelo Juízo - consistente na intimação do réu para que constituísse novo defensor e,
caso contrário, fosse-lhe oportunizado defensor dativo, encontra-se em perfeita consonância com as regras
de processo. Descabido, assim, o reconhecimento de tal nulidade, principalmente, se o acusado concordou
com a nomeação do causídico.
(...)
7. Ordem de habeas corpus não conhecida.
(HC 205.137/PA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 06/02/2014, DJe 26/02/2014)
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Absolver sumariamente o réu;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008).
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B) O fato é atípico por ausência de tipicidade material. No caso em tela,
até há tipicidade formal, pois a conduta se amolda ao tipo penal do delito
de furto (art. 155 do CP). Não há, contudo, a chamada “tipicidade
material”, que só se configura quando há efetiva lesão (ou ameaça de
lesão, nos crimes de perigo) ao bem jurídico tutelado pela norma penal.
a execução fiscal, de modo que não faz sentido aplicar o Direito Penal se
não se aplica nem o Direito Administrativo ao caso).
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A revogação, como vimos, pode ser total ou parcial. Mas pode, ainda,
ser expressa ou tácita. Diz-se que é expressa quando a nova lei diz
expressamente que revoga a lei anterior. Por exemplo, a lei 11.343/06
(nova lei de drogas) diz em seu art. 75, que ficam revogadas as
disposições contidas na lei 6.368/76.
Por sua vez, a revogação tácita ocorre quando a lei nova, embora
não diga nada com relação à revogação da lei antiga, trata da mesma
matéria, só que de forma diferente.
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Assim:
REVOGAÇÃO
EXPRESSA TÁCITA
(Lei diz expressamente que (Lei nova não diz nada, mas
a anterior fica revogada) aborda a mesma matéria, de
forma diferente)
REVOGAÇÃO
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Desta forma, a lei produz efeitos desde sua vigência até sua
revogação.
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Em termos gráficos:
|----------|-------------------------------------------------------|
Logo, podemos perceber que a lei penal, assim como qualquer lei,
somente produz efeitos durante o seu período de vigência. É o que se
chama de princípio da atividade da lei.
Nesse caso, a lei nova atribui caráter criminoso ao fato. Ou seja, até
então, o fato não era crime. Nesse caso, a solução é bastante simples: A
lei nova produzirá efeitos a partir de sua entrada em vigor, como
toda e qualquer lei, seguindo a regra geral da atividade da lei.
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B) Lex Gravior27
Frise-se que a lei nova será considerada mais gravosa ainda que não
aumente a pena prevista para o crime. Basta que traga qualquer
prejuízo ao réu28, como forma de cumprimento da pena, redução ou
eliminação de benefícios, etc.
C) Abolitio Criminis
crime.
EXEMPLO: Suponhamos que a Lei “A” preveja que é crime dirigir veículo
automotor sob a influência de álcool. Vindo a Lei “B” a determinar que
dirigir veículo automotor sob a influência de álcool não é crime, ocorreu o
fenômeno da abolitio criminis.
27
Também chamada de ou Novatio Legis in Pejus ou Lei nova mais gravosa.
28
BITENCOURT, Op. cit., p. 208
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29
Art. 5º (...)
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
[...]
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
30
A Lei 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, que previa o crime de atentado violento ao
pudor. Entretanto, ao mesmo tempo, ampliou a descrição do tipo penal do estupro para
abranger também a prática de atos libidinosos diversos da conjunção carnal, que era a
descrição do tipo penal de atentado violento ao pudor. Assim, o que a Lei 12.015/09 fez,
não foi descriminalizar o Atentado Violento ao Pudor, mas dar a ele novo contorno
jurídico, passando agora o fato a ser enquadrado como crime de estupro, tendo,
inclusive, previsto a mesma pena anteriormente cominada ao Atentado Violento ao
Pudor. Assim, não houve abolitio criminis, pois o fato não deixou de ser crime, apenas
passou a ser tratado em outro tipo penal.
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considerada crime, ainda que por outro tipo
penal.31
Pode ocorrer, no entanto, que a lei nova tenha alguns pontos mais
favoráveis e outros mais prejudiciais ao réu.
31
Também não há abolitio criminis quando a lei nova revoga uma lei especial
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que criminaliza um determinado fato, mas que mesmo assim, está enquadrado
como crime numa norma geral. Explico:
Imagine que a Lei “A” preveja o crime de roubo a empresa de transporte de valores,
com pena de 4 a 12 anos. Posteriormente, entra em vigor a Lei “B”, que revoga
expressa e totalmente a Lei “A”. Pode-se dizer que o roubo a empresa de transporte de
valores deixou de ser crime? Claro que não, pois a conduta, o fato, está previsto no art.
157 do Código Penal (crime de roubo). Assim, apenas deixou de existir a lei especial que
previa pena diferenciada para este fato, passando o mesmo a ser regido pelo tipo
previsto no Código Penal. Pode-se dizer, no entanto, que houve novatio legis in mellius,
ou Lex mitior, que é a superveniência de lei mais benéfica.
32
Art. 2º (...)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
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uma lei que estabelece que a pena passa a ser de 02 a 06 anos de
detenção, sem multa. Percebam que a lei nova é mais benéfica pois
extinguiu a pena de multa, e estabeleceu o regime de detenção,
mas é mais gravosa pois aumentou a pena mínima e a pena
máxima.
33
Entretanto, no julgamento do RE 596152/SP, o STF adotou posição contrária, ou seja,
permitiu a combinação de leis. Trata-se de uma decisão isolada, portanto, não
caracteriza uma “jurisprudência” de verdade.
34
E de forma a consolidar sua tese, o STJ editou o verbete nº 501 de sua súmula
de jurisprudência, entendendo, relativamente aos crimes da lei de drogas, a
impossibilidade de combinação de leis. Vejamos:
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SÚMULA Nº 611
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das
execuções a aplicação da lei mais benigna.
Mas e se a lei nova for revogada por outra lei mais gravosa?
Nesse caso, a lei mais gravosa não se aplicará aos fatos regidos pela lei
mais benéfica, pois isso seria uma retroatividade da lei em prejuízo do
réu. No momento em que a lei intermediária (a que revogou, mas foi
revogada) entrou em vigor, passou a reger os fatos ocorridos antes de
sua vigência. Sobrevindo lei posterior mais grave, aplica-se a regra geral
da irretroatividade da Lei em relação a esta última.
|----|------|------------------------------------------------------|
SÚMULA Nº 501
É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
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35
Quando a lei é aplicada fora de seu período de vigência, diz-se que há extratividade. A
extratividade pode ocorrer em razão da ultratividade ou da retroatividade, a depender do
caso. A extratividade, portanto, é um gênero, que comporta duas espécies:
retroatividade e ultratividade. BITENCOURT, Op. cit., p. 207/209
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temporária não afetaria os fatos praticados durante sua vigência. Isso
deve ser analisado com cautela.
EXEMPLO – Existe uma Lei “A” que diz que é crime vender qualquer
cerveja que não seja a cerveja “redonda” durante a realização da Copa
do Mundo no Brasil. Essa lei tem duração prevista até o dia da final da
Copa. José foi preso em flagrante, durante uma das semifinais da Copa
do Mundo, vendendo a cerveja “quadrada” e, portanto, praticando o
crime previsto na Lei “A”.
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1.2. Tempo do crime
SÚMULA Nº 711
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade
ou da permanência.
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Mas isso não ofende o princípio da irretroatividade da lei mais
gravosa? Não, pois neste caso NÃO HÁ RETROATIVIDADE. Neste
caso, a lei mais grave está sendo aplicada a um crime que ainda está
sendo praticado, e não a um crime que já foi praticado.36
SÚMULA Nº 711
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36
Cezar Roberto Bitencourt critica parcialmente a súmula, ao entendimento de que ela poderia ser
aplicável ao crime permanente, sem nenhuma violação à irretroatividade da lei mais gravosa, mas a
mesma solução não poderia ser adotada em relação ao crime continuado, por não se tratar de crime
único com execução prolongada no tempo, e sim mera ficção jurídica que considera como crime
único (para fins de aplicação da pena), uma série de delitos. BITENCOURT, Op. cit., p. 220.
A maioria da Doutrina, contudo, não tece críticas à súmula. Ver, por todos, BITENCOURT, Op. cit.,
p. 120.
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2. Aplicação da lei penal no espaço
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Ver, por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 123/124 e GOMES, Luiz Flavio.
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 222.
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O Mar territorial;
O subsolo
CPB:
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No primeiro caso, basta que o crime de genocídio tenha sido
cometido por brasileiro para que a lei brasileira seja aplicada, não
havendo qualquer condição além desta.
Assim, não basta que o crime tenha sido cometido por brasileiro, é
necessário que as condições acima estejam presentes, ou seja: O fato
deve ser punível também no local onde fora cometido o crime; deve o
agente entrar no território brasileiro; O crime deve estar incluído no rol
daqueles que autorizam extradição e não pode o agente ter sido absolvido
ou ter sido extinta sua punibilidade no estrangeiro.
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Pelo princípio da personalidade passiva aplica-se a lei brasileira
aos crimes cometidos contra brasileiro, ainda que no exterior. Nos
termos do art. 7°, §3° do CPB.
I - os crimes:
(...)
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GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 127
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ofendam bens jurídicos nacionais. Está previsto no art. 7°, I, “a, b e
c”:
I - os crimes:
sido o crime cometido contra estes bens jurídicos. Aliás, será aplicada a
lei brasileira ainda que o agente já tenha sido condenado ou absolvido no
exterior:
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cumprida no Brasil será abatida da pena cumprida no exterior, o que se
chama DETRAÇÃO PENAL. Nos termos do art. 8° do CPB:
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GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 129
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2.6. Princípio da Representação ou da bandeira ou do Pavilhão
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por extensão! CUIDADO!
2.8. Extraterritorialidade
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Entretanto, existem algumas hipóteses em que se aplica a lei penal
brasileira a crimes cometidos no exterior. Nestes casos, estamos diante
do fenômeno da extraterritorialidade da lei penal.
Princípio do 00000000000
Domicílio ou
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
Princípio da
domiciliado no Brasil;
personalidade
ativa
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A extraterritorialidade condicionada, por sua vez, está prevista
no art. 7°, II e § 3° do CP. Neste caso, a lei brasileira só será aplicada
ao fato de maneira subsidiária, ou seja, se não tiver havido julgamento do
crime no estrangeiro. Além disso, é necessário que o agente ingresse no
território nacional, que o crime esteja dentre aqueles pelos quais se
admite extradição e que haja a chamada dupla tipicidade (O fato tem
que ser crime nos dois países).
(...)
II - os crimes:
Hipóteses de
extraterritoriali a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
dade
condicionada b) praticados por brasileiro;
(...)
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§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei
brasileira depende do concurso das seguintes condições:
Lugar = Ubiquidade
Tempo = Atividade
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VIII – PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE DA LEI PROCESSUAL
PENAL
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NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12.º edição.
Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 92
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estão no Código Penal, mas isso não nos interessa aqui. O que nos
interessa é o seguinte: Se for caso de aplicação da Lei Penal brasileira, as
regras do processo serão aquelas previstas no CPP, em todo o território
nacional.
41
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 85-92
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Justiça Militar o CPP não é aplicável, nem mesmo de forma
subsidiária.
Assim, vocês devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha
se iniciado sob a vigência de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando
o CPP (ainda que mais gravosa ao réu), esta será aplicada aos atos
futuros. Ou seja, a lei nova não pode retroagir para alcançar atos
42
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 96. No mesmo sentido, Eugênio Pacelli.
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 16º edição. Ed. Atlas. São Paulo, 2012, p.
24.
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processuais já praticados, mas se aplica aos atos futuros dos
processos em curso.
Não ofende, pois não se trata de retroatividade da lei. Mais que isso,
esse dispositivo não se aplica às normas puramente processuais.
Ocorre, porém, que dentro de uma lei processual pode haver normas
de natureza material. Como assim? Uma lei processual pode estabelecer
normas que, na verdade, são de Direito Penal, pois criam ou extinguem
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tempo, inclusive no que se refere à possibilidade de eficácia retroativa
para benefício do réu.
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NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 96
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X – OUTROS PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. Princípio da inércia
Este princípio diz que o Juiz não pode dar início ao processo penal,
pois isto implicaria em violação da sua imparcialidade, já que, ao dar
início ao processo, o Juiz já dá sinais de que irá condenar o réu.
Mas e a ação penal privada? Mais à frente vocês verão que a ação
penal privada é de titularidade do ofendido. Assim, o Juiz já não
poderia a ela dar início por sua própria natureza, já que a lei considera
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Alguns sustentam que se adotou um sistema misto (entre acusatório e inquisitivo),
pois há caracteres de ambos. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p.71
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confundem na mesma pessoa, o que gera parcialidade do julgador,
ofendendo inúmeros outros princípios.
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Também chamado de princípio da adstrição ou princípio da correção entre acusação e
sentença. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 608
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Desta maneira, especificamente no processo penal, esse princípio
norteia algumas regras, como o Direito que o acusado possui de ser
ouvido pessoalmente (Sim, o interrogatório é um direito do réu), a fim de
expor sua versão dos fatos, bem como o direito que o acusado possui de
arrolar testemunhas, contradizer todas as provas e argumentos da
acusação etc. Todos eles tiram seu fundamento do Princípio do Devido
Processo Legal.
Art. 5 (...)
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do acusado ou a ciência do acusado pode implicar a frustração da
decisão.
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que é realizada pelo próprio réu, especialmente quando do seu
interrogatório, oportunidade na qual pode, ele mesmo, defender-se
pessoalmente, sem a intermediação de procurador. Assim, se o Juiz se
recusar a interrogar o réu, por exemplo, estará violando o
princípio da ampla defesa, por estar impedindo o réu de exercer sua
autodefesa.
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Assim, enquanto não houver uma sentença criminal
condenatória irrecorrível, o acusado não pode ser considerado culpado
e, portanto, não pode sofrer as consequências da condenação.
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CUIDADO: Existem hipóteses em que o Juiz não decidirá de acordo com princípio do in
dubio pro reo, mas pelo princípio do in dubio pro societate. Por exemplo, nas decisões de
recebimento de denúncia ou queixa e na decisão de pronúncia, no processo de competência do
Júri, o Juiz decide contrariamente ao réu (recebe a denúncia ou queixa no primeiro caso, e
pronuncia o réu no segundo) com base apenas em indícios de autoria e prova da materialidade. Ou
seja, nesses casos, mesmo o Juiz tendo dúvidas quanto à culpabilidade do réu, deverá decidir
contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas decisões não há consequências para o
réu, permitindo-se, apenas, que seja iniciado o processo ou a fase processual, na qual serão
produzidas as provas necessárias à elucidação dos fatos.
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A determinação de regressão de
regime do cumprimento de pena
(pena que está sendo cumprida em
razão de outro delito) em razão da
prática de novo delito, mesmo antes
do trânsito em jugado.
Viola o princípio:
(...)
informação;
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Portanto, quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a
sentença, deve fundamentar seu ato, dizendo em que fundamento se
baseia para indeferir a prova ou para tomar a decisão que tomou na
sentença (condenando ou absolvendo).
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5. Princípio da publicidade
(...)
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natural. Assim, o Juiz poderá mandar que este se retire da sala,
permanecendo, porém, o seu advogado. Aos procuradores das partes
(advogado, membro do MP, etc.) nunca se pode negar publicidade
dos atos processuais! Gravem isso!
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
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47 Por fim, vale registrar que no Tribunal do Júri (que tem regras muito específicas) o voto dos
jurados é sigiloso, por expressa previsão constitucional, caracterizando-se em mais uma exceção
ao princípio. Nos termos do art. 5°, XVIII, b, da Constituição:
Art. 5º (...)
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
(...)
Assim, nesse caso, não há publicidade do voto proferido pelo jurado, mas a sessão secreta onde
ocorre o julgamento pelos jurados (depósito dos votos na urna) é acessível aos procuradores.
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No campo processual este princípio também irradia seus efeitos,
devendo a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualitária,
conferindo-lhes os mesmos direitos e deveres. Por exemplo: Os prazos
recursais devem ser os mesmos para acusação e defesa, o tempo para
sustentação oral nas sessões de julgamento também devem ser idênticos,
etc.
48 Por exemplo, quando a lei estabelece que a Defensoria Pública possui prazo em dobro para
recorrer, não está ferindo o princípio da isonomia, mas está apenas corrigindo uma situação de
desequilíbrio. Isso porque a Defensoria Pública é uma Instituição absolutamente assoberbada, que
não pode escolher se vai ou não patrocinar uma demanda. Caso o assistido se enquadre como
hipossuficiente, a Defensoria Pública deve atuar. Um escritório de advocacia pode, por exemplo, se
recusar a patrocinar uma defesa alegando estar muito atarefado.
49
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 52.
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Assim, proposta a ação penal, ela será distribuída para um dos Juízes
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PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 37
51
Outra situação que também NÃO VIOLA o princípio do Juiz Natural é a atração, por
conexão ou continência, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um
dos denunciados (súmula 704 do STF). Veremos mais sobre isso na aula sobre
jurisdição e competência.
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Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 52
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designação pelo Procurador-Geral de Justiça de um Promotor para atuar
especificamente num determinado caso. Isso seria simplesmente um
acusador de exceção, alguém que não estava previamente definido como
o Promotor (ou um dos Promotores) que poderia receber o caso, mas
alguém que foi definido como o acusador de um réu após a prática do
fato, cuja finalidade é fazer com que o acusado seja processado por
alguém que possui determinada característica (Promotor mais brando ou
mais severo, a depender do infrator).
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A) Os argumentos da defesa de Laura procedem?
COMENTÁRIOS:
SÚMULA 704
B) Laura não terá assegurado o duplo grau de jurisdição. Isto porque não
há recurso “ordinário” previsto para impugnar a decisão do TJ. Será
possível manejar Recurso Especial e Recurso Extraordinário, mas o
manejo destes recursos depende da presença de alguns requisitos
específicos, e não são destinados ao revolvimento de matéria fática.
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Em razão disso, às partes é conferido o direito de produzir as provas
que entendam necessárias para convencer o Juiz a acatar sua tese.
Entretanto, esse direito probatório não é ilimitado, encontrando
limites nos direitos fundamentais previstos na Constituição. Essa limitação
encontra-se no art. 5°, LVI da Constituição. Vejamos:
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Este princípio pode ser extraído da conjugação de três dispositivos
constitucionais:
Direito ao silêncio
Presunção de inocência
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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LISTA DAS QUESTÕES DA AULA
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Nesse sentido, tendo como base apenas as informações contidas no
enunciado, responda, justificadamente, aos itens a seguir.
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