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Médico-Hospitalar I
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 1
Sumário
CONCEITOS BÁSICOS E CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
BIOMÉDICOS 5
CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÃO 5
TERMINOLOGIA EM ENGENHARIA BIOMÉDICA - GERAL 5
CONCEITUAÇÃO GERAL DE SISTEMAS E EQUIPAMENTOS BIOMÉDICOS 9
CONCEITOS BÁSICOS DE BIOESTATÍSTICA E PARÂMETROS ESTATÍSTICOS. 10
CRITÉRIOS DE PROJETOS DE EQUIPAMENTOS BIOMÉDICOS 16
RESOLUÇÃO 17
FAIXA 17
SENSIBILIDADE.............................................................................................. 17
LINEARIDADE ................................................................................................. 17
EXATIDÃO OU ERRO ....................................................................................... 18
HISTERESE 18
PRECISÃO OU REPETIBILIDADE ........................................................................ 18
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA ............................................................................. 19
RELAÇÃO SINAL/RUÍDO .................................................................................. 20
ISOLAÇÃO 20
DRIFT 20
ELETRODO 20
ELETRODO DE BIOPOTENCIAL .......................................................................... 21
BIOQUÍMICO PARA MEDIR PH .......................................................................... 22
ELETRODO BIOQUÍMICO PARA MEDIR PO2 E PCO2 DO SANGUE ........................... 23
ELETRODO PIEZOELÉTRICO 25
ELETRODO DE TEMPERATURA 27
TERMOPAR 27
TERMISTORES ................................................................................................ 29
PNEUMOTACÔMETRO 32
FLEISCH 32
TELA 33
FIO QUENTE .................................................. 34
TURBINA ................... .................................................................................... 35
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ULTRASSOM 35
FOTOSSENSORES 36
FOTOELÉTRICAS ............................................................................................. 37
FOTORRESISTORES ......................................................................................... 38
FOTODIODOS ................................................................................................. 38
FOTOTRANSISTORES ....................................................................................... 39
FOTOVOLTAICAS ............................................................................................ 39
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS 40
AMPLIFICADOR OPERACIONAL IDEAL. ............................................................... 40
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA ............................................................................. 41
ALGUMAS TOPOLOGIAS MAIS COMUNS USANDO AMPLIFICADOR OPERACIONAL ...... 41
AMPLIFICADOR DE INSTRUMENTAÇÃO ............................................................... 44
SISTEMAS DE CONDICIONAMENTO DE SINAIS. 45
FUNDAMENTOS DE BIOFÍSICA 51
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O QUE É IONIZAÇÃO? ..................................................................................... 55
TIPOS DE RADIAÇÃO...................................................................................... 55
ELETROCARDIÓGRAFO 57
O SINAL ECG ................................................................................................ 57
DERIVAÇÕES ................................................................................................. 57
EQUIPAMENTO BIOMÉDICO ELETROCARDIÓGRAFO .............................................. 58
ESTEIRA ERGOMÉTRICA 62
DESFIBRILADOR 64
FLUXÔMETRO DOPPLER. 66
EFEITO DOPPLER ............................................................................................ 67
CONSIDERAÇÕES SOBRE O FLUXO SANGUÍNEO .................................................. 67
DOPPLER DE ONDA CONTÍNUA NÃO DIRECIONAL ............................................... 68
DOPPLER DE ONDA CONTÍNUA DIRECIONAL ...................................................... 70
ECOCARDIÓGRAFO 73
SISTEMAS PULSO-ECO ................................................................................... 73
FUNCIONAMENTO ........................................................................................... 74
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 4
Instrumentação Médico-Hospitalar I
Conceituação e Definição
Inicialmente, é fundamental a definição do que se entende por equipamentos médicos,
hospitalares e odontológicos, doravante denominados equipamentos biomédicos (EB).
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 5
tecnologia elétrica ou metalomecânica. Atualmente, quase todos os EB possuem
controles e comandos eletrônicos ou têm saídas processadas por sistemas
informatizados e ainda dispõem de, pelo menos, um módulo de eletrônica embarcada.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Médico, Odontológicos, Hospitalares e
de Equipamentos de Laboratório [Abimo] - 2007), os subsetores para classificação dos
EB são:
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 6
O enquadramento da família à qual pertence determinado o equipamento é estipulado
pelos regulamentos vigentes do país de destino e a finalidade de uso. O Quadro 1,
Figura 1.1, apresenta as famílias de equipamentos (exceto os insumos) que integram
o panorama setorial, classificados conforme o Sistema de Harmonização (SH6),
utilizado por 65 países que respondem por 92% das importações mundiais.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 7
Figura 1. Quadro que exemplifica o sistema de classificação dos EB.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 8
Conceituação Geral de Sistemas e Equipamentos Biomédicos
Os equipamentos utilizados em processos de medição e instrumentação usualmente
têm uma arquitetura, em termos sistema, muito equivalente, ou seja, inicialmente o
sensoriamento da grandeza física, em seguida o processamento do sinal e ao fim o
registro. No caso do EB não é diferente, como pode ser observado mais
detalhadamente no diagrama em blocos da Figura 1.2. Os blocos do diagrama são
descritos se seguir.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 9
eletrônicos. E, em seguida, a digitalização do sinal analógico e o processamento
digital visando à melhoria do sinal a ser analisado.
Display: dispositivo que faz parte do sistema de medição que tem capacidade
de apresentar visualmente os resultados das medições.
Registro: parte do sistema de medição responsável pelo armazenamento dos
sinais e das informações inerentes do procedimento executado. As informações
devem ser ordenadamente armazenadas permitindo acessos posteriores ao
procedimento. Os dispositivos podem ser memórias físicas externas ou mesmo
virtuais.
Telemetria: os sistemas de medição estão cada vez mais integrados aos outros
sistemas sejam locais ou remotos, via web.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 10
A. População, Amostras e Dados
A.1. População - é todo conjunto de indivíduos ou objetos que possuam pelo menos
uma característica comum observável. Uma população pode tanto se referir ao
indivíduo quanto a uma característica deste. O número de componentes não permite
afirmar se um conjunto se constitui em uma população ou não. Se todos os indivíduos
ou objetos que possuem a característica observável estão presentes pode-se afirmar
que se tem uma população.
A.3. Dados - qualquer característica pode ser observada ou medida de algum modo.
Se os dados forem qualitativos denominam-se atributos; caso sejam quantitativos
serão variáveis (discretas ou continuas).
B.2. Distribuição ou Tabela de Frequências - arranjo tabular dos dados por classes,
juntamente com as frequências correspondentes.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 11
B.3. Frequência Relativa de uma Classe - número obtido a partir da divisão da
frequência de uma classe pelo número total de dados da amostra (frequência Total).
B.6. Amplitude do Intervalo - diferença entre o limite real superior e o limite real
inferior de uma classe.
C. Exemplo
Os dados do quadro, da Figura 1.3, a seguir representam a quantidade de glicose, em
miligramas por 100 mil, encontrada em uma amostra de sangue em um grupo de 50
homens adultos normais. Pede-se agrupar os dados em intervalos de classe adequados
de igual amplitude.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 12
se que o menor valor é 68, adotaremos 65 como o limite real inferior da 1a classe. O
limite superior será: 65 + 12 x 5 = 125 mg/ml.
65-70 67,5 2 4 2 4
70-75 72,5 7 14 9 18
75-80 77,5 3 6 12 24
80-85 82,5 9 18 21 42
85-90 87,5 9 18 30 60
90-95 92,5 5 10 35 70
95-100 97,5 1 2 36 72
100-105 102,5 5 10 41 82
105-110 107,5 2 4 43 86
110-115 112,5 1 2 44 88
115-120 117,5 4 8 48 96
120-125 122,5 2 4 50 100
Total 50 100
D. Representações Gráficas
D.1. Gráficos de Barras
Método gráfico útil para representar os atributos. As barras têm a mesma largura e o
mesmo espaçamento, e as suas respectivas alturas indicam as frequências ou
percentagens de cada atributo (Figura 1.4). Exemplo:
EB.
D.3. Histograma
Método mais comum para representação gráfica de dados amostrais contínuos. O
histograma consiste de uma série de retângulos contíguos de mesma largura (mais
comum) dispostos no eixo horizontal. Os retângulos ficam posicionados com o centro
da base no ponto médio de cada classe. A área de cada retângulo é proporcional à
frequência da respectiva classe (Figura 1.6).
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 14
E.1. Média (x)
Representa o melhor estimador de uma amostra. É calculada dividindo-se a soma dos
valores da amostra pelo número total de dados da mesma amostra (veja exemplo do
item E.5).
Os parâmetros estatísticos mais utilizados para medir a dispersão dos dados são a
variância (s2) e a sua raiz quadrada, o desvio-padrão (s). A variância e o desvio-padrão
são definidos por:
E.5. Exemplo
Considere a tabela de frequências abaixo e calcule a média, a moda e a variância.
Xi fi fiXi fixi2
6,1 1 6,1 37,21
7,5 4 30,0 225,00
8,3 8 66,4 551,12
10,1 9 90,9 918,09
11,2 6 67,2 752,64
12,0 2 24,0 288,00
Total 30 284,6 2.772,06
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 16
forma. Nem sempre todas as características a serem descritas são utilizadas em todos
os instrumentos, entretanto, e certamente, qualquer instrumento será caracterizado
por algumas dessas. A seguir, serão definidos cada um destes parâmetros.
Resolução
Define-se resolução como o menor incremento do sinal de entrada que pode ser
percebido ou medido pelo instrumento. No caso de um multímetro digital a resolução
seria uma unidade para mais ou para menos do último algarismo significativo (último
dígito), pois variações menores que isso não são sensíveis ao instrumento.
Faixa
Faixa ou “range” representa todos os níveis de amplitude do sinal de entrada nos quais
o equipamento opera. Um sistema que mede pressão, por exemplo, ao ser fabricado
para operar na escala de -200 mmHg até +200 mmHg, esta é definida como a faixa
de operação do equipamento.
Sensibilidade
A sensibilidade é a função de transferência do sistema de medição, ou seja, a relação
entre o estímulo de entrada e o sinal de saída produzido pelo instrumento. Exemplos:
Ohms/C para termopares; mV/mmHg para pressão.
Linearidade
A Figura 1.7 representa o procedimento de medição de um valor padrão que deveria
variar linearmente de maneira conhecida; nesse caso resultaria em uma reta (de
referência), entretanto, como sempre há algum erro, a curva obtida foge em alguns
pontos da curva ideal (linha com curvas). A distância máxima observada entre uma
medida feita pelo instrumento e o valor padrão, dividida pelo range e multiplicada por
100%, nos fornece a linearidade. A medida é feita variando-se o valor padrão
linearmente e traçando-se a curva medida.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 17
Figura 6. Definição de linearidade.
Exatidão ou Erro
É a diferença absoluta entre o valor real do padrão e o valor medido, pelo instrumento.
Pode ser dada em percentagem ou em partes por milhão (ppm), quando esse valor é
muito pequeno. É usual ser especificada a escala para qual é válida. No caso de erro
relativo, é informado em porcentagens do fundo da escala.
Histerese
Quando um estímulo de entrada excita um instrumento e cresce até um determinado
valor, o instrumento acusará certo valor. Entretanto, se o estímulo começar em um
valor mais elevado e decrescer até o mesmo valor anterior, o instrumento poderá
acusar um valor diferente daquele acusado antes; caracterizando a, neste caso, a
histerese (Figura 1.8). Histereses podem ocorrer por diversas razões, como, por
exemplo, atrito mecânico nos ponteiros de um instrumento de medida, resposta de
frequência, inércia molecular etc.
Precisão ou Repetibilidade
É a capacidade do instrumento de medição de obter o mesmo valor em diversas
medições sob as mesmas a condições. Pode ser dada pelo desvio-padrão das medidas
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 18
efetuadas de um mesmo valor ou pelo maior erro esperado em qualquer medida. Por
exemplo, em um lote de vários resistores de precisão 1%, a repetibilidade é o maior
erro que o valor de qualquer resistor apresenta, que é, no máximo, 1% do valor
indicado.
Resposta em Frequência
Define-se a resposta EM frequência como a faixa do espectro que determinado sistema
pode operar dentro das especificações de projeto. O diagrama de Bode é usualmente
utilizado para representar esta informação (Figura 1.9). Pela teoria de Bode, definimos
a faixa de passagem, ou largura de faixa, como o intervalo de frequências em que,
para uma determinada amplitude de entrada, a potência do menor sinal de saída é
maior ou igual à metade da potência do maior sinal. Por consequência, a razão entre
as amplitudes do menor sinal com o maior sinal é 0,707. Cada ponto no diagrama de
Bode é calculado por:
Para j = 1, 2, 3, ... , n
Onde: dB(fj) é o valor da ordenada do diagrama de Bode na frequência fj;
Ao é a amplitude do sinal de saída na frequência fj;
Ai é a amplitude do sinal de entrada na frequência;
j varia de 0 até n, sendo Fo a maior frequência de interesse.
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Relação Sinal/Ruído
É a relação entre a potência de um sinal qualquer presente na saída de um instrumento
e a potência do sinal de ruído com o sinal ausente na entrada.
Isolação
É a maior tensão que pode estar presente em um determinado circuito do instrumento
ou transdutor sem que haja ruptura da junção dielétrica entre o determinado ponto e
o potencial de terra do instrumento, provocando uma descarga elétrica para outros
pontos. É uma informação particularmente importante quando se trata de segurança
do usuário em aparelhos de medida de altas tensões ou em equipamentos médicos.
Drift
“Drift” representa, em um equipamento, a mudança de alguma variável com o passar
do tempo. Essa variação pode ser por envelhecimento, ou por temperatura, por
exemplo. A unidade de drift é geralmente uma derivada, ou seja, o drift é sempre
dado com relação a uma outra grandeza. Portanto, um resistor, pode ter sua
resistência variando de -5%/C, o que quer dizer que sua resistência desce de 5% de
seu valor para cada grau centígrado de subida de temperatura.
Eletrodo
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Eletrodo de Biopotencial
Os eletrodos de biopotencial, doravante chamados apenas de eletrodos, têm a função
de tornar mais eficiente as medições dos potenciais iônicos gerados no corpo humano
(potenciais bioeletrônicos), convertendo-os em potenciais eletrônicos antes de serem
medidos pelos métodos convencionais.
Apesar de existir uma grande variedade de eletrodos de biopotencial, neste item são
descritos apenas os eletrodos superficiais e/ou de pele, que são utilizados em ECG,
EEG, EMG.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 21
A escolha dos materiais que recobrem os eletrodos deve ser cuidadosa, pois deve-se
priorizar a estabilidade. Foi descoberto que o “eletrodo de prata-cloreto de prata” é
muito estável.
Para se tornar mais eficiente o processo, é necessário que se coloque uma pasta ou
gel (solução eletrolítica) entre o eletrodo e a pele. Na Figura 2.2 é apresentado o
diagrama do eletrodo, denominado “floating electrode”, utilizado para extrair ECG.
É importante salientar que a única diferença entre o eletrodo para ECG apresentado
na Figura 10 e aquele utilizado para EEG é o diâmetro, que no caso do EEG será menor,
ou seja, em torno de 7 mm.
eq. (2.1)
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 22
A Figura 2.3 apresenta um eletrodo que possui uma fina camada de vidro que permite
somente a passagem de íons de hidrogênio na forma de H³O+. É importante observar
que cada um dos eletrodos é responsável pela medição de metade do potencial total
(half-cell potential). O eletrodo de referência (Ag/AgCl) deve ficar em contato com a
solução na qual o pH está sendo medido. Por outro lado, o eletrodo ativo (indicador -
Ag/AgCl) deverá ficar inserido na solução altamente ácida presente no bulbo.
Esse tipo de eletrodo (vidro) é muito eficiente apenas para medir situações em que o
pH fique em torno de 7. Esses eletrodos estão sujeitos à deterioração após prolongado
uso, porém podem ser restaurados repetidamente, bastando deixá-los em um copo
com água forte, formando uma solução de bifluoreto de amônia a 20%. A impedância
desses eletrodos fica na faixa de 50 a 500 M.
Figura 11. Eletrodo para medir pH contendo o eletrodo de referência e o eletrodo ativo
para indicação do pH relativo.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 23
Figura 12. Diagrama do eletrodo PO2 com catodo de platina, mostrando o princípio de
operação.
Com o passar do tempo, nesses eletrodos de PO² há uma redução da corrente pelo
efeito de polarização, o que pode causar um erro no processo de medição.
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Eletrodo Piezoelétrico
Quando determinados materiais não condutivos, como cristais e cerâmicas, são
submetidos a um pressão mecânica em uma determinada direção, eles se tornam
eletricamente polarizados e, consequentemente, uma voltagem elétrica, Vp, pode ser
medida nos extremos do material (Figura 14).
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Figura 15. Transdutor piezoelétrico do equipamento Doppler CW.
Figura 16. Circuito modelo do transdutor piezoelétrico que inclui os efeitos da ressonância
mecânica em altas frequências: (a) circuito modelo; (b) resposta em
frequência.
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Eletrodo de Temperatura
Termopar
Se colocarmos dois metais diferentes em contato elétrico surgirá uma diferença de
potencial entre eles que será função da temperatura. Esse fenômeno, denominado
efeito termoelétrico, é utilizado para medir temperaturas em um espectro bem amplo.
A junção é feita soldando-se dois fios de metal diferentes por suas pontas, sem utilizar
na solda nenhum outro material que não seja os dois metais.
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Conhecendo-se a curva ou a tabela equivalente do termopar torna-se bem fácil a
medição da temperatura, bastando para tal, medir a tensão do termopar e em seguida
procurar na tabela a temperatura respectiva.
Figura 18. Montagem utilizada para eliminar variações de tensão das junções adicionais .
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 28
Nos casos em que a temperatura da junção fria não é zero grau, o procedimento seria
verificar no gráfico qual seria a respectiva tensão para a Junção fria e subtrair esta da
tensão proveniente da junção quente Essa subtração pode ser feita matemática ou
eletronicamente.
Nestes tipos de circuitos é aconselhável que o medidor, seja digital ou analógico, tenha
impedância de entrada maior que 10 kΩ e um bom CMRR a 60 Hz.
Termistores
eq. (2.2)
onde: T = T - T0.
=
R0 resistência à potência zero (veja adiante) medida a temperatura T0.
1 e 2 = constantes conhecidas como coeficientes de temperatura (TC)
que podem ser positivas (PTC) ou negativas (NTC).
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Figura 19. Típicas curvas de diferentes termistores NTC normalizados pelos valores da
resistência de potência-zero.
Perceba que a equação que rege as diferentes curvas apresentadas na Figura 19 tem
a seguinte forma:
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IV. Constante de Dissipação Térmica - razão entre a variação de potência dissipada
por variação de temperatura do corpo do termistor.
A. Composição
Os termistores são fabricados a partir de uma mistura de óxidos metálicos (manganês,
cobre, níquel, titânio, cobalto, lítio ou ferro) sintetizados sob alta pressão e altas
temperaturas.
(a) (b)
Figura 20. Circuitos típicos com termistor para medição de temperatura.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 31
II. Controle de Relé - a Figura 21 mostra um circuito simples que pode ser utilizado
para controlar um relé a partir de um termistor. O relé poderá, por exemplo, controlar
um resistor de aquecimento de água numa cuba onde algum tipo de processo deverá
ter sua temperatura constante. O termistor é colocado dentro do líquido e controla a
corrente que abre ou fecha o relé, de acordo com o ajuste efetuado através do
potenciômetro.
Pneumotacômetro
Dispositivo utilizado para medição de fluxo aéreo respiratório. Existem vários tipos de
pneumotacômetros (Pt), ou pneumotacógrafos como também são conhecidos,
descritos a seguir.
Fleisch
Consiste de um grupo de tubos capilares que formam uma colmeia, que oferece uma
pequena resistência a passagem do ar. Obedece a lei de Poiseulle para fluxos
laminares.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 32
Figura 22. Diagrama do Pt tipo Fleisch acoplado ao transdutor de pressão.
Devem ser utilizados com temperatura e viscosidade do gás nas mesmas condições da
calibração, e os fluxos devem ser laminares. Se essas condições não forem satisfeitas,
será altamente impreciso. Geralmente estão acoplados a um transdutor de
pressão/tensão (Figura 22) que converte a pressão diferencial gerada pelo Pt em
tensão elétrica.
Tela
Uma fina tela oferece resistência à passagem do fluxo, gerando, com isso, uma
pressão, do mesmo modo que no Pt tipo Fleisch (Figura 23).
Suas vantagens em relação ao Pt tipo Fleisch são: menor tamanho, maior resposta em
frequência e menor custo, podendo ser descartável.
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Figura 23. Pneumotacógrafos tipo tela. (a) metálico e bidirecional; (b) unidirecional e
descartável.
Fio quente
Ar em movimento tende a esfriar objetos. Esse é o princípio de funcionamento deste
tipo de transdutor de fluxo, ou seja, coloca-se um fino fio de platina no centro de um
tubo, aquece-se esse fio através de um circuito eletrônico que tende a manter a
temperatura constante. Ao se passar um fluxo de ar pelo tubo, o fio aquecido tenderá
a esfriar, porém o circuito eletrônico compensará esse esfriamento com o aumento da
corrente que será proporcional ao fluxo de ar.
Vantagens: alta sensibilidade a fluxos baixos; baixo custo, pois é necessário o uso do
transdutor de pressão.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 34
Figura 24. Diagrama do Pt tipo turbina. O pulso é gerado quando a turbina interrompe o
feixe luminoso.
Turbina
Vantagens: podem ser usados com fluxos turbulentos, tais como composição gasosa,
vapor d’água e temperatura diferentes da calibração, custo relativamente baixo se o
contador for acoplado a um microcomputador.
Ultrassom
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turbulência. Um redemoinho único de turbulência pode ser detectado por pulsos de
onda mecânica (ultrassom) (Figura 2.18).
Vantagens: não entope facilmente com secreção ou umidade; pode ser de tamanho
reduzido.
Desvantagens: deve ser usado para baixos fluxos, pois com fluxos altos pode provocar
tanta turbulência que não será possível medir individualmente cada redemoinho.
Fotossensores
Apesar do vasto campo da optoeletrônica, este item irá restringir-se ao estudo dos
três diferentes tipos de células fotossensíveis: fotoelétricas, fotocondutivas e
fotovoltaicas (Figura 2.18).
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Figura 2.18. Classificação dos fotossensores.
Fotoelétricas
Quando um fóton incide em uma superfície metálica choca-se com os elétrons dos
átomos do material. Caso sua energia seja suficiente para retirar o elétron do átomo
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 37
do qual fazia parte, este poderá ser projetado para o espaço com certa velocidade
inicial.
Fotoresistores
Fotodiodos
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Fototransistores
São dispositivos semicondutores com duas Junções, que permitem a passagem de luz
sobre a junção base-emissor. Quanto maior a incidência de luz no diodo base-emissor,
maior a condutividade do transistor e consequentemente haverá um aumento da
corrente de coletor. As curvas são semelhantes às fornecidas em transistores comuns,
porém o parâmetro é o iluminamento (Figura 2.20).
Fotovoltaicas
Tais células produzem uma tensão elétrica quando submetidas a um fluxo luminoso.
Essa situação se verifica quando o diodo fica polarizado diretamente, forçando uma
corrente interna igual a zero. Observe também que nas células voltaicas quando a
tensão no diodo é nula temos a presença de corrente interna proporcional à
intensidade do feixe luminoso como apresentado na Figura 2.19.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 39
Fundamentos de Sistemas Amplificadores e de Condicionamento de Sinais
em Instrumentação
Amplificadores Operacionais
Neste tópico tentamos transmitir ao leitor o conhecimento necessário para que possa
compreender o funcionamento destes sistemas amplificadores, que em tópicos
posteriores (EQUIPAMENTOS) serão novamente abordados.
A. Simbologia
V1 (entrada invertida)
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 40
B . Parâmetros
1. Ganho de tensão diferencial = infinito
2. Ganho de modo-comum = 0
3. Largura de banda = infinito
4. Impedância de entrada = infinito
5. Vo = 0 Volts quando a tensão de entrada = 0 Volts
6. Desvio dos parâmetros com a temperatura = 0
7. Ruído inerente à entrada= 0
Resposta em Frequência
A partir da Figura 3.2 verificamos o comportamento do amplificador operacional (Amp
Op) no domínio da frequência. Quando configurado em malha aberta, possui um alto
ganho, porém sua resposta em frequência é bem limitada. Por outro lado, quando
configuramos em malha fechada, amplificador inversor, por exemplo (Figura 3.2), há
uma expressiva redução no ganho e um consequente aumento na banda passante.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 41
b. Inversor: Configuração inversora de ganho controlado pelo razão dos resistores
(Figura 3.4).
c. Não Inversor: Configuração não inversora de ganho controlado pelo razão dos
resistores.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 42
Figura 3.6. Circuito do Amplificador somador inversor.
Figura 3.7. Exemplo de um filtro passa-baixa ativo de segunda ordem com amplificador
operacional.
Figura 3.8. Exemplo de filtro passa-alta ativo de segunda ordem com amplificador
operacional.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 43
h. Filtro Passa-Banda:
Configuração que permite a passagem de frequências intermediárias.
Vantagens e Aplicações
Esta topologia tenta minimizar algumas das limitações encontradas no circuito
amplificador diferencial básico (Figura 3.5). Tais limitações se resumem em se
conseguir o equilíbrio entre seus quatro principais parâmetros, ou seja, alta
impedância de entrada (Zin), grande ganho diferencial (Ad), alto CMRR e, mínimo DC-
offset na saída.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 45
Figura 3.11. Diagrama em blocos de um sistema de condicionamento de sinais típico de
um instrumento de medição padrão.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 46
Conversão Analógica-Digital E Digital-Analógica E Noções De Arquitetura
Microprocessada
Figura 4.1. Exemplo de diagrama geral de um sistema que converte um sinal analógico
em digital e digital em analógico.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 47
linguagem do computador, ou seja, para a “base binária”. Essa amostra do sinal
contínuo é feita em intervalos conhecidos (T – tempo de amostragem).
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 48
O processo de conversão digital para analógico utiliza a mesma correlação
apresentada, contudo, ao final retorna-se ao sinal contínuo. Esse sinal contínuo
reconstruído, entretanto, apresenta algumas pequenas distorções, conforme pode ser
observado no exemplo apresentado na Figura 4.4. Essas distorções podem ser
estimadas e calculadas de forma se tornarem aceitáveis para atender às especificações
do sistema eletrônico. Uma das restrições mais importantes é condicionada pelo
teorema de Nyquist, o qual impõe que a frequência utilizada para fazer a amostragem
no processo de quantização (denominado em inglês “Sample/Hold”) deve ser
minimamente duas vezes a frequência do harmônico principal do sinal a ser
digitalizado/discretizado. Nesse sentido, como forma de segurança na garantia da boa
qualidade do sinal, normalmente a frequência de amostragem é pelo menos 10 vezes
superior à frequência do harmônico principal do sinal a ser digitalizado. Nesses casos,
as distorções serão totalmente imperceptíveis, atendendo completamente às
exigências de projeto.
Ainda muito importante é o responsável pela comunicação entre todos estes grandes
blocos que são os barramentos. Esses barramentos são responsáveis pelo tráfego da
informação para dentro e para fora da arquitetura. São divididos em três tipos de
barramentos:
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 50
Fundamentos de Biofísica
eq. (5.1)
eq. (5.2)
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 51
Figura 5.1. Diagrama do espectro eletromagnético.
O olho humano é sensível a comprimentos de onda entre 400 e 700 nm, por isso essa
região do espectro é denominada visível. Todas as cores do arco-íris têm
comprimentos de onda entre esses extremos. Os comprimentos mais curtos do
espectro do visível correspondem à luz violeta e os mais longos, à luz vermelha. Ondas
com comprimentos inferiores e superiores a estes correspondem à radiação
ultravioleta (UV) e à radiação infravermelha (IV), respectivamente.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 52
Figura 5.2. Representação da propagação de uma onda eletromagnética.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 53
Desativações do Átomo, do Núcleo, da Molécula e por Interação
Do Átomo
O átomo tem o seu estado fundamental de energia que está associado ao seu estado
fundamental de configuração eletrônica. Entretanto, ele pode assumir outros estados:
(a) (b)
Do Núcleo
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 54
Núcleos excitados: alinham-se com campo magnético B e, se resubmetidos ao
campo eletromagnético, realinham-se com RF; e, quando RF desaparece, voltam
ao alinhamento com B emitindo onda eletromagnética (efeito da RNM).
Da Molécula
O que É Ionização?
Tipos de Radiação
• Ionizantes – Raios gama (< 0,01 nm), raios-X duros, raiosX moles, radiação UV (A,
B, C). Veja o diagrama do espectro eletromagnético na Figura 5.5.
• Não Ionizantes – Luz visível (390 a 700 nm, violeta, azul, verde, amarelo, laranja e
vermelho), Infravermelho próximo (700 a 2.200 nm), infravermelho médio (2.200 a
5.000 nm), infravermelho distante (5.000 a 20.000 nm), micro-ondas (freq = GHz),
radiofrequências (f = MHz e kHz).
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 55
Figura 5.5. Diagrama do espectro das radiações ionizantes e não ionizantes.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 56
Equipamentos Biomédicos - Cardiovascular
Eletrocardiógrafo
O sinal ECG
O eletrocardiógrafo, ECG ou EKG, é um instrumento que mostra graficamente a
atividade elétrica do coração. O registro chama-se eletrocardiograma, também
abreviado por ECG, que, por sua vez, é normalmente reproduzido em registradores de
papel a uma velocidade de 2,5 ou 5 cm/s; Eletrocardiógrafos mais recentes também
podem apresentar o sinal de ECG em monitores de Tubo de Raios Catódicos (TRC),
sendo que o processamento poderá ser tanto analógico como digital.
Derivações
O coração pode ser encarado como um gerador elétrico encerrado em um volume
condutor: a cavidade torácica. O ECG mede os potenciais existentes entre os vários
pontos na superfície desse volume condutor e estas informações são usadas para
determinar as condições clínicas do coração. A Figura 6.2 apresenta todas as
configurações para as respectivas derivações comumente utilizadas.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 57
Figura 6.2. Configurações possíveis das derivações de ECG. (a) Ligações bipolares aos
membros; (b) ligações unipolares aos membros; (c) Ligações unipolares ao
peito (precordiais).
O sistema como um todo pode ser dividido em três partes (Figura 6.3):
i. Transdução (sensores): os sensores de entrada são pares de eletrodos
afixados à superfície do corpo do paciente ou diretamente ao tecido do coração.
São responsáveis pela captura dos sinais elétricos de interesse.
ii. Amplificação: graças à baixa amplitude do sinal proveniente dos eletrodos é
necessário um estágio de amplificação que possua alta impedância com ganho
ajustável.
iii. Registro: no caso de registradores de papel, emprega-se um sistema de
galvanômetro com uma pena atrelada à agulha, registrando em fita de papel o
sinal cardíaco.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 58
Figura 6.3. Diagrama em blocos do eletrocardiógrafo.
i. Buffers: esse bloco representa a interface entre o sinal de entrada (ECG) e o sinal
que será processado. Apresenta as seguintes características: altíssima impedância de
entrada, baixa impedância de saída, ganho unitário e baixo ruído inerente.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 59
iv. Realimentador de Modo Comum (RMC): esse pequeno sistema tem como
objetivo minimizar as possíveis interferências de 60 Hz provenientes da rede elétrica.
Observa-se na Figura 6.3 que esse sistema, também denominado “Righ-Leg-
Amplifier”, consiste em injetar na perna direita do paciente a soma invertida dos
sinais interferentes que chegam aos buffers na forma de tensão de modo comum. A
impedância de saída desse estágio é relativamente alta por causa da proteção ao
paciente.
B. Características/Especificações (normas)
As características de operação de operação foram especificadas pela Associação
Americana do Coração (1975) e são as seguintes:
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 60
I. Com uma resposta de amplitude de 20 mm pico a pico em 25 Hz, a resposta
em amplitude constante para sinais senoidais na faixa de 0,14 a 25 Hz será
plana dentro de 6% (0,5 dB). A resposta em 0,05 Hz não será reduzida para
menos que 30% (-3 dB) da resposta em 0,14Hz
II. Com uma resposta em amplitude de 10 mm pico a pico em 25 Hz, a resposta
para amplitude constante a sinais senoidais na entrada acima de 50 Hz deverá
ser plana entre +6% (+0,5 dB).
III. Com uma resposta em amplitude de 5 mm pico a pico em 25 Hz, a resposta
para amplitude constante a sinais senoidais na entrada acima de 100 Hz não
será reduzida por menos que 30% (-3 dB), produzindo um registro na saída de
3,5 mm em 100 Hz.
IV. Dentro da banda, nenhuma frequência terá a resposta excedida aos limites
superiores especificados para a faixa de 0,14–50 Hz.
V. No aparelho deve haver um sinal padrão de amplitude igual a 1 mV para servir
de calibração.
VI. A velocidade gráfica é padronizada em 2,5cm/s ou 5cm/s.
VII. O instrumento não deve admitir correntes superiores a 1 μA através do paciente
(correntes de fuga inferiores a 10 μA já são aceitáveis).
VIII. O ganho deverá estar disponível em três opções: 5, 10 e 20 mm/V.
IX. O desvio de linearidade deve ser menor que 5% da saída pico a pico, para um
sinal cuja amplitude na saída esteja entre 5 e 50 mm no gráfico. Para amplitudes
pico a pico menores que 5 mm, o desvio de linearidade não deve ser maior que
0,25 mm. Esses requisitos cobrem sinais compostos de componentes de
frequência entre 0,05 e 100 Hz.
X. Rejeição de modo comum: para cada posição da chave seletora de entrada,
com o ganho do registrador ajustado em 10 mm/mV e com todas as linhas de
entrada de eletrodos conectadas, aplica-se a essa junção de eletrodos, por meio
de um capacitor de 22 pF, um sinal de 120 VRMS 60 Hz de fonte, cujo segundo
terminal foi aterrado. Sob estas condições a deflexão de pena não deve exceder
20 mmpp Essa especificação deverá ainda ser válida quando uma resistência
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 61
de 100 kΩ for colocada em série com uma ou mais linhas de entrada em
qualquer das combinações de eletrodos.
XI. A impedância de saída deve ser menor que 100 Ω e o fundo de escala deve ser
de +1 V.
Esteira Ergométrica
A esteira é constituída por um motor com uma alta potência (3 CV), responsável pelo
deslocamento do piso, com controle de velocidade, que pode ser elétrico/eletrônico ou
mecânico, e outro motor de menor potência que o primeiro, responsável pela
inclinação do piso.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 62
A bicicleta, também chamada de ciclo ergômetro, é fixada a um plano e acionada pelo
próprio paciente, sendo o controle da velocidade executado por ele em um painel
indicativo (velocímetro). A carga a ser acrescida ao esforço de pedalar é colocada
gradativamente pelo operador e a velocidade deve ser mantida constante pelo
paciente.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 63
Equipamentos Biomédicos Cardiovasculares – Continuação
Desfibrilador
O coração é uma bomba síncrona, ou seja, há um perfeito casamento entre os
movimentos de contração (sístole) e dilatação (diástole) dos músculos de suas
cavidades: átrios e ventrículos. Quando se caracteriza a perda deste sincronismo
denominamos o fenômeno de “fibrilação”. A fibrilação tanto pode ser atrial como
ventricular. A fibrilação atrial é traumática para o paciente, porém, pode autocorrigir-
se, ou seja, dificilmente leva à morte o indivíduo em curtos espaços de tempo. Por
outro lado, os casos de fibrilação ventriculares podem levar o indivíduo à morte em
poucos minutos, pois o fenômeno não é autocorrigível.
Figura 7.1.(a) Circuito básico do desfibrilador cardíaco. (b) Curva de descarga típica.
Figura 7.2. Curva de carga e descarga do desfibrilador que traz menos riscos ao paciente.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 65
Apenas com o objetivo de otimizar o desempenho do desfibrilador representado na
Figura 7.1, finalmente, desenvolveu-se um desfibrilador, usado até os dias de hoje,
que possui a curva truncada, tanto em amplitude como no tempo. Como podemos
verificar na Figura 7.3, a curva tem a amplitude razoavelmente constante e a duração
da descarga pode ser ajustada pelo operador. Para garantir esse desempenho, o
equipamento deve possuir dois circuitos adicionais: limitador de tensão e temporizador
(circuito lógico). Ainda nesse equipamento foram introduzidos os eletrodos utilizados
até hoje, ou seja, pás-discos de metal de 8-10 cm.
Normalmente, o desfibrilador possui uma perda interna relativa ao que ele apresenta
em seu indicador (W-seg) e o que realmente será aplicado ao paciente, podendo
chegar em algumas situações a 40%. Desse modo, é recomendado que se faça a
calibração do equipamento com regularidade preventiva.
Fluxômetro Doppler
Um suprimento adequado de sangue para todos os órgãos é necessário; de fato, um
suprimento debilitado de sangue pode ser causa de várias doenças. A capacidade de
medir o fluxo sanguíneo que supre um determinado órgão seria de grande ajuda nos
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 66
diagnósticos de tais doenças. Infelizmente, o fluxo sanguíneo não é facilmente medido,
forçando a utilização de um método indireto para se conseguir este objetivo. Em
particular, será exemplificado e descrito o método de medição baseado no princípio
do “Efeito Doppler” presente na interação com ondas ultrassônicas. Em outras
palavras, será apresentado o “fluxômetro Doppler de onda contínua direcional e não
direcional”; antes, porém, será feita uma rápida explanação sobre os princípios físicos
do “efeito Doppler”. Vale ainda ressaltar, que a técnica a ser descrita, em geral não é
invasiva e, portanto, não traz danos ao paciente.
Efeito Doppler
Pelo efeito Doppler, o movimento relativo entre o transmissor e o receptor produz uma
mudança na frequência do sinal (oriundo do transmissor) que chega ao receptor. O
desvio da frequência é proporcional à velocidade relativa entre o receptor e o
transmissor. Em aplicações biomédicas, o efeito Doppler é utilizado principalmente
quando a superfície refletora se move e o transmissor e o receptor estão parados. A
Equação 7.1 relaciona o desvio da frequência (fd), da onda refletida em relação à onda
emitida.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 67
Figura 7.4. Sinal representativo em amplitude do fluxo sanguíneo.
Perceba que a análise do fluxo sanguíneo através do sinal apresentado na Figura 7.4
permite concluir que não há simultaneidade de fluxos: direto e reverso. Essa conclusão
é incorreta, pois já é de conhecimento que existem momentos de coexistência dos dois
tipos de fluxos. Essa observação é importante, porém não afeta os propósitos.
iii. Detector - circuito formado por transistor, responsável pelo “batimento” das
frequências recebidas. Nesse módulo ocorre o processo de eliminação da
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 68
portadora através da seleção/sintonia da frequência deslocada (Doppler). Esses
sinais detectados estão dentro da faixa audível.
iv. Amplificador de Áudio - a frequência Doppler fica na faixa audível, porém para
que possamos escutar através de autofalantes é necessário que este sinal seja
amplificado. Normalmente antes desse estágio amplificador coloca-se um filtro
passa-faixa operando na faixa de 100 a 15 KHz.
vi. Filtro Passa-Baixa (FPB) - o sinal na saída do zero-crossing é uma série de pulsos.
Esse sinal passa pelo FPB com frequência de corte superior em 25 Hz (que
reproduzem as frequências de interesse do fluxo sanguíneo), onde serão
removidas as componentes de alta frequência. Finalmente, a saída desse FPB
produzirá um sinal analógico proporcional à velocidade do sangue.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 69
Figura 7.6. Sinal-padrão de um equipamento Doppler não direcional.
A comparação entre os sinais representados nas Figuras 7.4 e 7.6 demonstra que esse
tipo de equipamento Doppler apresenta uma grave limitação, ou seja, não é capaz de
detectar o sentido do fluxo sanguíneo.
Sistemas mais atuais utilizam outras técnicas, como por exemplo, “Phase Locked Loop”
(processamento analógico) e “Fast Fourier Transform” (processamento digital). Esse
tipo de equipamento é bastante utilizado atualmente em exames vasculares em geral
(Figura 7.6).
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 70
Figura 7.6. Diagrama em blocos de um Doppler direcional de onda contínua que utiliza o
“detector por quadratura de fase” e o “sistema set-reset”.
Observando-se a Figura 7.6, verifica-se que dois sinais de referência, seno e coseno,
gerados a partir do circuito oscilador, são injetados em dois somadores/misturadores
(na frequência). Os sinais de referência e o sinal à saída do amplificador de RF são
linearmente misturados, produzindo sinais sem a presença da portadora. Esses sinais
sem a portadora devem passar por respectivos filtros passa-faixa para que se eliminem
as frequências indesejáveis. Eliminando-se os níveis DC residuais, chega-se aos
seguintes sinais:
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 71
Figura 7.7. Diagrama no tempo relativo ao sistema set-reset.
A Figura 7.6 mostra a lógica que detecta o sinal da fase. Essa lógica faz o papel do
sistema set-reset, que, por sua vez, desempenha a função do zero-crossing nesse
equipamento. O canal respectivo ao sinal C controla o comparador (1), de quem a
saída é conectada às entradas das duas portas lógicas AND (Figura 7.7), que não
trocam com o sentido do fluxo. O canal S sincroniza/controla um monoestável que
deve gerar pulsos de pequena largura. Dependendo do sentido do fluxo, o
monoestável sincroniza o pulso no início ou meio do período, como mostrado na Figura
7.7. Assim, as portas AND guiam esses pulsos para as entradas “+” e “-” do
amplificador diferencial, que, então, produz a saída bidirecional.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 72
Equipamentos Biomédicos Cardiovasculares – Continuação
Ecocardiógrafo
Sistemas Pulso-Eco
Esse sistema apresentado na Figura 8.1 é denominado Modo A de operação, que por
sua vez não tem muita aplicação em EB. A seguir, a Figura 8.2 apresenta a
diagramação dos modos B e M de operação, sendo este último utilizado em
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 73
Ecocardiógrafos. Como pode ser observado, o modo M representa graficamente na
tela do osciloscópio um corte ultrassônico dos tecidos. Nesse modo, os pontos
apresentados na modalidade B passam a se deslocar no osciloscópio com velocidade
conhecida o tempo e o espaço, pois o eixo X representará o tempo e o Y a distância.
Figura 8.2. Representação dos modos A, B e M de operação dos sistemas pulso-eco: (a)
representação esquemática de uma seção através do corpo (b) modo A; (c)
modo B; (d) modo B com a linha de varredura síncrona com a direção do probe
e (e) modo B de duas dimensões, ou modo M, integrado por várias varreduras
individuais, cada uma similar a (d).
Funcionamento
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 74
Como o próprio nome menciona, o circuito gerador de pulsos produzirá os pulsos, que
após serem amplificados, excitarão as cerâmicas piezoeléctricas do transdutor. Tais
pulsos têm a duração de 1 a 2 μs, sendo 500 a 1.000 μs o intervalo entre eles. Assim,
nos 999 μs restantes, o transdutor receberá os ecos de ultrassom provenientes das
diversas interfaces dos tecidos. Esses pulsos-eco serão amplificados e, em seguida,
desmodulados e filtrados, a fim de se eliminar ruídos.
Antes de esse sinal ser injetado no filamento respectivo ao brilho do TRC, deverá
passar pelo circuito “amplificador de vídeo”, que elevará os níveis de tensão do sinal.
INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALAR I 76
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
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