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AVALIAÇÃO MIOFUNCIONAL

Objetivo: avaliar os órgãos fonoarticulatorios (lábios, língua, dentes, bochechas, palato duro e mole) e
as funções estomatognáticas (Respiração, Mastigação, Deglutição e Fala).

É composta pela entrevista e exame

A entrevista

O que deve ser considerado:

- A queixa do paciente

- Motivo da procura

- Aspectos respiratórios

 Rinite alérgica
 Sinusite
 Asma
 Bronquite
 Resfriados constantes
 Amigdalites
 Ronco
 Respiração oral diurna ou noturna
 Aumento da adenoide
 Baba no travesseiro

- Hábitos orais

 Chupeta mamadeira
 Sucção digital
 Bruxismo
 Briquismo
 Onicofagia

- Aspectos alimentares

 Amamentação
 Alimentação atual
 Preferências alimentares
 Mastigação
 Dificuldades alimentares

O EXAME

É composto por 4 partes

 ASPECTOS MORFOLÓGICOS E POSTURA

Tem por objetivo avaliar a forma anatômica da face do paciente e como os órgãos fonoarticulatorios se
apresentam em repouso.

o Lábios – observar se estão fechados, abertos (se quando abertos existi possibilidade
para vedamento) ou entreabertos.
A dificuldade de fechamento pode estar relacionada à que:
 Lábio superior encurtado – quando os incisivos superiores estão aparecendo
 Nariz com ângulo muito obtuso
 Frênulo de lábio curto
 Classe II com projeção da maxila

OBS: Verificar ainda se o lábio inferior possui eversão, se o superior é fino ou se são avolumados.

o Língua – formato, presença de marcas de dentes ou ferimentos e o frênulo da língua.


Localização na cavidade oral (papila palatina, região alveolar inferior, assoalho oral ou
entre os dentes), fator anatômico que impossibilite sua posição habitual (palato estreito,
frênulo de língua curto).

OBS: observar ainda se a língua permanece no assoalho ao abrir a boca.

o Bochechas – observar se há marcas ou ferimentos, se são assimétricas (mastigação


unilateral causa assimetria) ou caídas (devido a RO).

OBS: identificar os fatores que desencadeiam isso antes de iniciar o trabalho fonoaudiológico.

o Amígdalas palatinas – observar presença ou não, se são aumentadas ou hiperemiadas


(aumento da circulação sanguínea em um local, fazendo-o ficar avermelhado).

OBS: Amígdalas muitos grandes podem dificultar a posição correta de língua e deglutição.

o Dentes – tipo de dentição (decídua, mista ou permanente), presença de cáries e/ou uso
de próteses. Contar o número de dentes e ver se falta algum.
o Oclusão – tipo de oclusão dental.

Dentição decídua (anomalias no sentido vertical e anterior):

 Oclusão normal – os dentes incisivos superiores encobrem os dentes incisivos


inferiores em um terço.
 Mordida aberta anterior – há um distanciamento entre as bordas dos incisivos
 Sobremordida – incisivos superiores encobrem os inferiores além de um terço
 Mordida cruzada anterior – quando há uma inversão da oclusão dos dentes
anteriores no sentido vestíbulo-lingual.
 Mordida em topo – incisivos superiores se encontram de topo com os incisivos
inferiores.

Dentição permanente (anomalias consideradas no sentido Antero-posterior):

 Classe I, II (1ª e 2ª divisão) e III de Angle.


o Palato duro – difícil avaliação clinica. Observar sua conformação: estreito ou ogivado
(normalmente altera a postura de língua).
o Palato mole – observar se a presença de úvula bífida ou sulcada.

OBS: alterações associadas a um padrão vocal hipernasal pode ser indicativo de fissura submucosa,
necessitando de exames ORL.

o Nariz – se a base é alargada, narinas estreitas ou se há desvio de septo. Algumas dessas


alterações podem ser decorrentes ou causas de RO.
o Olhos – se são simétricos e há presença de olheiras, que podem ocorrer devido a RO.
 TONICIDADE – TÔNUS DAS ESTRUTURAS MUSCULARES
o Tônus alterado para rígido ou flácido, quando há um mau uso das estruturas e quando a
forma, função e/ou postura da musculatura estão alterados.
 MOBILIDADE – MOVIMENTAÇÃO DAS ESTRUTURAS
o Solicita-se que o paciente realize movimentos básicos de: língua, lábios, bochechas,
palato mole e mandíbula.
OBS: um tônus alterado pode levar a uma movimentação inadequada.

 FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS
o Respiração – três pontos de vedamento da cavidade oral: vedamento labial, vedamento
do terço anterior da língua da papila e vedamento do dorso da língua contra o palato.
 A respiração oral pode ser: habitual – devido ao tônus alterados dos músculos
que elevam e mantém a mandíbula na sua posição correta, ou decorrente de
uma obstrução mecânica.

OBS: verifica-se a postura de lábios e mandíbula, e se há algum ponto de vedamento da cavidade oral.

o Mastigação – essa função pode estar alterada na presença de tais alterações: falhas dentárias,
próteses, caries, troca de dentes, má oclusões dentárias, flacidez da musculatura e respiração
oral.
Observar:
 Como foi o corte do alimento
 Com que dentes ocorreu
 Qual o tamanho do alimento
 Se a mastigação ocorre com lábios fechados ou abertos. Com o sem ruídos
 Se há participação exagerada da musculatura oral.
 Lateralização do alimento.
 Predomínio de movimentos verticais ou horizontais
 Interposição do lábio inferior
 Se ocorre uni ou bilateralmente
 Tempo de mastigação
 Palpar os músculos masseter e temporal para verificar a contração e simetria de força.
o Deglutição – verificar a idade do paciente (pois o crescimento diferecial entre língua e cavidade oral
pode justificar a alta prevalência de deglutição atípica em crianças na fase de dentição decídua, pois
a língua segue a curva de crescimento dos tecidos de origem neural). Oclusão e respiração
(problemas respiratórios ocasionam alterações na posição habitual da língua, sendo assim a
respiração deve ser reabilitada antes da deglutição).
o Fala – observar através da fala espontânea, ou da fala dirigida, a omissão, substituição, excesso de
salivação, desvio de mandíbula ou qualquer tipo de dificuldade articulatória. Identificar ainda se a
presença de ceceio anterior ou lateral.

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