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Curso de Pedagogia

Disciplina: Projeto de Ação Pedagógica


Professora: Ana Paula Legey De Siqueira
Acadêmico: Vinicius Santos Costa – Matricula : 2015102759
Data da entrega: 24/09/2015

FICHAMENTO DE CONTEÚDO OU DE LEITURA

Título do Artigo ou Capítulo do Livro

Referência (conforme as normas da ABNT)

Freire, Paulo. Educação e Mudança. 4ª Ed. Rio de Janeiro, Paz na Terra, 1981.
1ª parte: Informações sobre o autor e suas ideias.

1. Informações sobre o autor


Paulo Freire considerado um dos pensadores mais notáveis a história da Pedagogia mundial,
tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da
Educação Brasileira. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando
assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em
contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante.
“Educação e mudança” foi lançado no momento em que Paulo Freire, retorna do exílio após
15 anos longe das terras brasileiras.

2. Resumo
“A educação e o processo de mudança social”, inicia dizendo que é impossível refletir sobre
educação sem refletir sobre o homem. Qual seria o núcleo fundamental do homem onde se
sustenta do processo de educação? Segundo o autor, o homem se sabe inacabado e por
conseguinte busca educar-se. É um ser em busca constante de ser mais. Freire afirma que o
homem deve ser sujeito de sua própria educação e não objeto. “Por isso, ninguém educa
ninguém”. Esta não deve ser uma busca isolada mas ao lado de outros seres.
O autor enfatiza a importância do amor e respeito na educação. “Como todo saber tem em si
o testemunho do novo saber que já anuncia sua superação”, nunca podemos nos colocar
como superiores ensinando a ignorantes. Assim como existem diferentes graus de educação,
podemos afirmar também que não existem ignorantes absolutos. Todos somos sábios em
relação a algo e ignorantes em relação a outro. O saber é sempre relativo.
Educação também implica em esperança; esperança de liberdade e de mudança. Para
auxiliar a compreensão de sua proposta, Paulo Freire, fala sobre a transição em nossa
sociedade, dizendo que “temos que saber o que fomos, o que somos, para sabermos o que
seremos”. É preciso partirmos de nossa possibilidades para sermos nós mesmos.
Paulo Freire também nos alerta sobre o conceito de consciência bancária de educação onde o
professor julga-se superior , transmitindo conhecimento, e o educando é o depósito desse
saber. O professor arquiva conhecimento porque não o concebe como busca. Exemplo de
um modelo de educação onde o respeito pelo conhecimento do outro não existe e onde
enfatiza-se a consciência ingênua. Para que haja uma mudança de consciência, é necessário
um processo educativo de conscientização.

A obra de Paulo Freire teve lançamento em português quando o educador brasileiro retornou
ao Brasil depois de quinze anos de exílio.
De acordo com Paulo Freire: “mas a cada momento eu descubro que é indispensável estar
aqui para melhor entender toda a atual realidade. Quinze anos de ausência exigem uma
reaprendizagem e uma maior intimização com o Brasil de hoje.”
"Educação e Mudanças" possui a sua teoria e práxis que são tão fortes, violentas, carregadas
por um sentido existencial profundo.
Freire foi considerado o “pedagogo dos oprimidos”, depois do golpe militar de 1964.
Uma obra inquietante, revolucionária, pois exprime a ideia de libertação dos oprimidos, uma
forma de “expressão”, ilustrando a realidade de um oprimido.

Inicia-se com uma reflexão antropológico-filosófica sobre o conceito de educação imbricado


à questão da mudança. Nessa via, a educação tem caráter permanente, contínuo e o homem,
um ser incompleto, inacabado por natureza, deve estar sempre em formação; aliás, O
homem é um ser em constante aprendizagem, um “educando” jamais sabedor de tudo,
jamais ignorante absoluto:. A educação envolve várias questões. Primeiro, Freire elucida que
não há educação se amor, Assim, a educação deve estar ligada a esse respeito que não busca
apropriar-se do próximo, impor-se, pelo contrário, almeja a comunicação e interação
respeitosas. Outro ponto é que não há educação sem esperança, nem mesmo sem relações,
pois o homem é um ser de relações. Sobre relações, Freire elucida a questão das sociedades
(fechadas) cujas decisões econômicas são feitas fora delas, como é o caso dos países da
América Latina, especialmente no contexto social, econômico e político anteriores às
décadas de 1960 e 1970: “A sociedade fechada se caracteriza pela conservação do status ou
privilégio e por desenvolver todo um sistema educacional para manter este status”
(FREIRE, [1979] 2008, p. 34). Esses países de terceiro mundo só tomam decisões que não
ferem seus colonos ou aqueles que têm influência e poder muito fortes sobre os mesmos,
como é o caso dos Estados Unidos. À título de ilustração, podemos refletir sobre a
exportação do café brasileiro. Não é novidade para ninguém que os melhores produtos (aqui
produzidos) são consumidos pelos países ditos de primeiro mundo. Ademais, uma sociedade
alienada não pensa por si, é inautêntica. Apesar das mudanças ou aberturas na América
Latina, Freire destaca que há ainda uma “consciência bancária” da educação, ou seja, ao fato
de que o educador é aquele que deposita conhecimentos e o aprendiz aquele que recebe
“passivamente” os mesmos. Nessa concepção, acredita-se que quanto mais se “dá”, mais se
sabe. Tudo isso é reflexo de uma consciência ingênua, sem profundidade da realidade, sem
inquietações ou indagações. Enfim, em todas as questões tratadas nesse capítulo, é muito
relevante salientar que há uma aproximação muito forte de Freire com Marx. Assim como
este último, aquele primeiro reclama o fato de um indivíduo inserido em um contexto social,
encontrar muitas dificuldades para “romper” com seu status (ad exemplus, de operário para
professor universitário) em virtude das condições econômicas e sociais que lhe são
impostas.

3. Citações (entre aspas e indicação de páginas)

2ª parte: elaboração pessoal (fichador).

1. Comentários (parecer e crítica)


Paulo Freire encerra o primeiro capítulo pontuando a grande sombra ameaçando o
compromisso verdadeiro: a alienação cultural que sofre nossa sociedade. Essa alienação é
característica de sociedades-objetos que estão a mercê das sociedades-matrizes, detentoras
das decisões econômicas e culturais. Ao importarmos técnicas e tecnologias de outros
países, simultaneamente importamos uma cultura alheia à nossa. Acabamos sendo “seres
para o outro”; homens que vivem ingenuamente, almejando a vida do outro, repetindo e
nunca criando.
Neste primeiro capítulo, são identificados por Freire, na relação do homem profissional e
sociedade três tipos de homem: o autenticamente comprometido (solidário, está ao lado dos
"precisados"); o falsamente comprometido (solidário até o ponto onde é beneficiado) e o
impedido de se comprometer verdadeiramente. Define compromisso profissional como uma
dívida do homem para com a sociedade, assumida à medida que se fez profissional. Logo
após, coloca a necessidade do constante aperfeiçoamento do profissional, ao mesmo tempo
faz uma crítica ao tecnicismo, afirmando a necessidade da superação do especialismo e
afirmando a exigência do profissional em ser o senhor das técnicas e não escravo delas.
A obra aqui resenhada expõe de forma singular a alienação, advinda das importações de
idéias e técnicas alheias à realidade, como ameaça ao compromisso verdadeiro. Exprime se
na existência de tais importações as mesmas devem ser adaptadas à realidade local. E
menciona a criatividade como meio de superação na hora da efetivação das mudanças.

2 . Ideias e novas perspectivas (ideação)


Fica evidente na exposição das idéias feita pelo autor, referente ao compromisso, a
capacidade de exclusividade do compromisso, cujo mesmo atribui essa capacidade à
humanidade. Ele condiciona a existência do compromisso verdadeiro, ao engajamento do
homem com a realidade. Define compromisso verdadeiro, como aquele ligado à
solidariedade, no entanto, não significa compromisso em dar bens materiais, mas em estar
companheiro de pessoas, determinadas pela sociedade como objetos de manobras (coisas).
O compromisso do profissional com a sociedade afirmando que para poder assumir um ato
de comprometimento, a primeira condição está na capacidade de agir e refletir. O homem só
existe por meio da ação e reflexão e isso só se dá na relação do homem com o mundo onde
vive. A questão é, se a realidade dificulta movimentos de ação e reflexão , como transformá-
la para que os homens possam verdadeiramente pensar e agir?
O compromisso do profissional está relacionado ao seu compromisso como homem situado
em um contexto histórico-social. Se seu compromisso como homem não pode fugir de seu
compromisso com o mundo e com os homens na busca da humanização, seu compromisso
profissional é também uma dívida.

O autor afirma que quanto mais nos capacitamos como profissionais, mais aumenta nossa
responsabilidade com os homens.
"Educação e Mudanças", uma das várias obras escritas por Freire, destaca-se pela
objetividade pela qual o educador expõe suas idéias e método relevantes à alfabetização de
adultos, cujo mesmo construiu com base em experiências da sua práxis (ação-reflexão)
educacional. é feita uma analise, e uma apresentação das idéias e concepções "freiriana" a
respeito de homem, compromisso, e compromisso do profissional.
Para Paulo Freire, somente o homem, quando capaz de em sua reflexão-ação poder
"distanciar-se" de sua realidade para com ela ficar capaz de observá-la para, objetivando-a,
transformá-la e, transformando, ver-se transformado pela sua própria criação; o homem que
é e está sendo no tempo, é em seu tempo um ser histórico, somente este pode comprometer-
se.

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