Você está na página 1de 3

As primeiras medidas de Getúlio

Iniciam-se as estatizações. Getúlio nacionalizou o subsolo, bancos,


seguradoras e mais o que pôde. Era um protecionista em relação ao comércio
externo. Seu modelo se alinhava ao de socialistas e fascistas, afinal era o que
acontecia no mundo neste período.
O modelo era o de um capitalismo submetido aos poderes do Estado. Getúlio
Vargas estava se tornando o fuhrer brasileiro. Boa parte do Brasil de hoje foi
construído no período Vargas. O Estado começa a produzir a identidade nacional e
a formar as pessoas segundo a propaganda centralizada. Os supostos interesses da
nação são assimilados com a vontade do governante.
O nacionalismo no Brasil acabou servindo à estatização, à um capitalismo
controlado pelo Estado e os meios de comunicação de massa são usados para
reforçar tudo isso. O rádio foi o principal instrumento de difusão. Getúlio também
estatizou o rádio. A voz do Brasil surgiu em 22 de julho de 1935.
Antes mesmo de se iniciar o período da ditadura de Getúlio Vargas a educação
formal brasileira já estava instrumentalizada. Foram construídos os símbolos da
nacionalidade. Toda a educação, até superior, artistas…tudo era gerido pelo estado
para modelar o imaginário nacional. Vargas quis os intelectuais ao seu lado, mas do
seu jeito. Tanto foi assim que prendeu Graciliano Ramos e Gilberto Freyre, que não
agradavam.
O mundo enfrentava a onda totalitária, muita gente acreditava que o
liberalismo havia morrido. Houve culto à personalidades. Lenin e Stalin eram
representantes disso, junto de Mussolini e Hitler. Getúlio queria o mesmo tipo de
culto no Brasil, por isso fique atento(a) às possíveis relações entre esses líderes nos
exercícios sobre a Era Vargas.
Em 1922 é fundado o partido comunista com participação de militares. De um
lado o partido comunista (antinacionalista contava com o apoio financeiro
organizacional estratégico da União Soviética) e do outro a Ação Integralista
Brasileira (nacionalismo exagerado utilizando-se da estética fascista).
Vargas se aproveitou de ambos, se engajou neles, ia aos eventos dos dois lados
e trocava favores com todos. Mas houve rompimento!

A Intentona Comunista e a reação de Getúlio


Vargas
O primeiro golpe veio dos comunistas. O capitão do exército convertido ao
comunismo Luiz Carlos Prestes comandou um levante: a Intentona Comunista.
Tinha relações com a direção da Internacional Comunista que mantinha junto aos
golpistas militantes comunistas internacionais, entre eles a alemã Olga Benário.
Mesmo com apoio dos tenentistas, o golpe não teve sucesso. Prestes e Olga viveram
foragidos após a Intentona. Foram presos em 1936. Tal evento serviu de pretexto à
Vargas para perseguir os comunistas, anarquistas, sindicalistas e até liberais
adversários, ou seja, qualquer opositor.
Mais leis de restrição foram impostas e mais poder era concentrado nas mãos
do presidente, ajudando a preparar a ditadura de Getúlio Vargas.
As eleições se aproximavam e ele corria o risco de perder. Mas sob a alegação de
iminente golpe de estado e invasão totalitária, decretou Estado de Sítio. O Congresso
foi fechado, o legislativo e judiciário suspensos e Vargas pôde iniciar uma
implacável ditadura.

Ditadura do Estado Novo


Começa o período de ditadura do Estado Novo e em 1937 Getúlio se dirige à nação
com uma nova Constituição para justificar suas medidas. Foi a parte mais dura do período
Vargas, no qual se personifica a tirania de Estado. Por decreto todos os partidos foram
extintos, todos os prefeitos passaram a ser nomeados por governadores, que, por sua vez,
eram nomeados por Vargas. Ele controlou todas as instâncias. Foi a era da falsa
federação. As bandeiras dos estados foram queimadas, pois demonstrar regionalismo era
uma afronta ao novo regime. A bandeira do Brasil tinha que ser a única. Até línguas
estrangeiras foram proibidas. Foi no período da ditadura do Estado Novo que o time de
futebol chamado Palestra Itália passou a se chamar Palmeiras, por exemplo. Se eu fizesse
algumas questões sobre a Era Vargas, este seria um dos temas! Também nessa época foi
criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP): responsável pela censura à
imprensa. Jornalistas eram censurados e peças que exaltavam Getúlio eram produzidas.
Coisa típica de um totalitarista e ainda assim era dito o pai dos pobres, o homem do
progresso e desenvolvimento. As leis trabalhistas promulgadas por Getúlio pareciam uma
vitória para o trabalhador, mas tornaram os investimentos no Brasil uma enorme
desvantagem. Empresas eram oneradas em excesso, houve inflação, diminuição do poder
de compra e empobrecimento, menos contratados e afastamento de investidores.

Assim se entende o que é o Estado Novo: a ditadura mais rígida pela qual o Brasil passou.

Influências da Segunda Guerra


Mundial na ditadura do Estado Novo
Getúlio começa a guerra torcendo para o Eixo, ou seja, torcendo para Hitler e
companhia. Mas, o povo se manifestou pela América. Ressalte-se participação dos pracinhas,
homens que foram se sacrificar na Europa. Lembrados pelo trato afável, compartilhavam
comida com quem libertavam do jugo nazista. Tiveram baixas, mas venceram. O mundo livre
foi vitorioso e o governo Vargas estava com cicatrizes.. A dívida externa estava imensa. Em
29 de outubro de 1945 Getúlio Vargas renuncia!

Carlos Lacerda e a Tribuna da Imprensa – Forte


oposição no período Vargas

“Quem enriquece com dinheiro público não tem vocação para herói.” – Carlos
Lacerda, jornalista.

Eurico Gaspar Dutra foi o vencedor das eleições de 1945, no hiato entre o primeiro e o
segundo período varguista. Assumiu o comando após a renúncia. Getúlio não foi cassado,
nem processado judicialmente, nem mesmo exilado. O ditador que fez o que quis de
forma autoritária foi para a fazenda em São Borja e parecia uma carta fora do baralho.
O nome de Vargas começa a ser pronunciado novamente, apenas 4 anos após a renúncia.

Em 19 de abril de 1950 a candidatura de Vargas é confirmada. Carlos Lacerda publicou na


Tribuna da imprensa:

“O Sr. Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não
deve ser eleito. Eleito, não deve tomar p osse. Empossado, devemos recorrer à
revolução para impedi-lo de governar.”

Aos 68 anos Getúlio Vargas percorreu todas as regiões do Brasil em sua campanha.
Sustentou sua velha política de pai dos pobres. Porém, com ar progressista:
“Se for eleito a 3 de outubro, no ato da posse, o povo subirá comigo as escadas do
Catete. E comigo ficará no governo.””

Ele venceu as eleições com 49% dos votos! Carlos Lacerda intensificava os ataques ao
presidente, sempre criticando.

O atentado
Carlos Lacerda, ciente de que o Brasil possui uma lei que proíbe grupos estrangeiros
de controlar grupos de comunicação descobre que Samuel Wainer (jornalista financiado
por Getúlio, para ter todo um editorial com dinheiro do Banco do Brasil e produzir matérias
para ele) não era brasileiro. Era um judeu com os registros alterados para ter os benefícios
de um brasileiro nato.

Você também pode gostar