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Quando você for atuar em projetos reais, sempre certifique-se de estar acessando a versão
atual das normas acima referidas, ou se for o caso, de alguma nova norma que tenha
surgido.
6.1 DEFINIÇÕES
- PVC (NBR 7362-1, Jan 1999): fornecido de 100 a 400mm; a partir do DN 300 o PVC
começa a ficar mais caro que os tubos de C.A. de mesmo diâmetro;
- Concreto simples (NBR 8889): classes S-1 e S-2, DN 200 à DN 1000
- Concreto armado (NBR 8890): classes A-2 e A-3, DN 400 a 2000.
- FoFo (ferro fundido);
- FC (fibrocimento): material não mais adotado devido à corrosão em meio ácido, mas
ainda temos redes que operam com este material. Seguia a NBR 8056 de julho de 1983,
norma já cancelada.
Figura 6.1: PV Tipo 1, com câmara de Figura 6.2: PV tipo 2, câmara de diâmetro
diâmetro 0,60m, para acoplamento de 1,00m, para acoplamento de tubos de
tubos de pequeno diâmetro. maior diâmetro.
Cabe referir um novo equipamento que em muitos casos substitui o PV nas redes de
esgotos: o TIL (tubo de inspeção e limpeza), apresentado nas Figuras 6.3 e 6.4. O mesmo
é uma solução construtiva bem mais econômica que o tradicional PV. Permite operações
de manutenção da rede através de um tubo vertical de diâmetro entre 150 e 300mm.
No topo da chaminé da Figura 6.3, é acoplada uma peça de tamponamento, que pode ser
retirada para efetuar operações de manutenção da rede.
Figura 6.3: TIL, ou Tubo de Inspeção Figura 6.4: Simulação de lançamento de rede para
e Limpeza, com cinco entradas e uma familiarização dos funcionários com o novo material, que
saída. oferece opções por distintos diâmetros de entrada e de saída.
A distância entre PV, TIL ou TL consecutivos deve ser limitada pelo alcance dos
equipamentos de desobstrução. Em geral o comprimento dos cabos de limpeza está
limitado a 80 ou 100 m. Ao elaborar um projeto de rede, deve-se atentar para distâncias
limite que devem constar no edital do processo licitatório.
O fundo de PV, TIL ou TL deve ser constituído de calhas destinadas a guiar os fluxos
afluentes em direção à saída (vide figuras 6.1 e 6.2). Lateralmente as calhas devem ter
altura coincidindo com a geratriz superior do tubo de saída. As partes superiores dos PV,
ou seu metro final superior, normalmente é construído por um terminal excêntrico, como
se observa na Figura 6.2.
6.9 RECOBRIMENTOS
equação 6.1) que é o esforço tangencial unitário exercido pelo líquido sobre o coletor, e,
portanto, sobre o material depositado no mesmo.
• A • L • sen
O esforço tangencial, ou tensão trativa, é: =
P•L
Nível d´água
F
α
A h
α
D 2 • sen
A= [ − ] , ou A = 0,125 • [ − sen ] • D2 (Eq. 6.4)
4 360 2
Sabe-se que:
Q
Q = A • V , ou V = (Eq. 6.5)
A
2/3
I 1 / 2 RH
V = (Eq. 6.6)
n
Substituindo (6.5) em (6.6), resulta:
n•Q
= A • RH
2/3
1/ 2
I
Substituindo A e RH suas expressões apresentadas nas equações 6.4 e 6.3, tem-se:
n•Q 1 • sen 1 360 • sen 2 / 3
= ( − ) • [ (1 − ]
D •I
8/3 1/ 2
4 360 2 4 2 • •
O membro esquerdo da equação acima vem a ser o FH, ou seja, o Fator Hidráulico da
seção circular de um tubo de diâmetro D, conduzindo uma vazão Q, com declividade I.
(Figura 6.6)
Ɵ D
Substituindo o ângulo central = f (h/D) dado pela equação 6.2, resulta FH= f (h/D). Para
simplificar os cálculos, utiliza-se a tabela seguinte, gerada dando-se valores a h/D de 0,01
a 1,00, com variação de 0,01, calculando-se os correspondentes valores de RH/D e FH.
Após a determinação de “V”, calcular a tensão trativa média, que deve ser maior que 1,0
Pa. Logo:
• v2
= 1/ 3 1,0 Pa Pela NBR 9648, tem-se: = RH I
RH • K 2
1 kg = 100.000 Pa 1 kg = 100.000 Pa 1 kg = 10 Pa
cm2 10-4m2 m2
= 1 Pa = 0,100 kg/m2
A declividade mínima que satisfaz essa condição, para n=0,013, pode ser determinada
por:
Imín = 0,0055 Qi-0,47 (Eq. 6.7)
onde: Imáx [m/m] é a declividade máxima e Qf [l/s] é a vazão de jusante do trecho no final
de plano.
Lembrar que as tubulações são dimensionadas para fim de plano de projeto (não devendo
exceder hmáx nem velocidade máxima), e verificadas para início de plano (atendimento de
min. Caso o dimensionamento de final de plano não satisfaça às condições da Norma
Brasileira para início de plano, remanejar a declividade, rearranjando o diâmetro.
k1 • k 2 • P • q • C
Q= + Qinf + ...
86.400
onde:
C = coeficiente de retorno água/esgoto, usualmente adotado igual a 0,80;
Qinf = vazão de infiltração, em l/s.km (projetista decide; usual 0,5 L/s.km)
Mas a lâmina máxima deve ser limitada a apenas 50 % do diâmetro do coletor sempre que a
velocidade final (Vf) superar a velocidade crítica (Vc). A velocidade crítica é definida por:
Vc = 6 g RH (Eq. 6.9)
onde:
Vc = velocidade crítica (m/s);
g = aceleração da gravidade (m/s2)
RH = raio hidráulico para a vazão final (m).
TABELA 6.1 - Fator Hidráulico, RH/D e h/D para o dimensionamento de redes coletoras de
esgoto sanitário.
Q = vazão (m3/s)
FH = (Q x n ) /( D 8/3 x I 1/2 ) n = coeficiente de Manning ou (SM)
D = diâmetro (m)
I = declividade (m/m)
FH de 0,0001 a 0,080 FH de 0,081 a 0,250 FH de 0,251 a 0,333
FH RH/D h/D FH RH/D h/D FH RH/D h/D
0,0001 0,0066 0,01 0,0820 0,1935 0,35 0,2511 0,2933 0,68
0,0002 0,0132 0,02 0,0864 0,1978 0,36 0,2560 0,2948 0,69
0,0005 0,0197 0,03 0,0910 0,2020 0,37 0,2610 0,2962 0,70
0,0009 0,0262 0,04 0,0956 0,2062 0,38 0,2658 0,2975 0,71
0,0015 0,0326 0,05 0,1003 0,2102 0,39 0,2705 0,2988 0,72
0,0022 0,0389 0,06 0,1050 0,2142 0,40 0,2752 0,2998 0,73
0,0031 0,0451 0,07 0,1099 0,2182 0,41 0,2798 0,3008 0,74
0,0041 0,0513 0,08 0,1148 0,2220 0,42 0,2842 0,3017 0,75
0,0052 0,0575 0,09 0,1197 0,2258 0,43 0,2886 0,3024 0,76
0,0065 0,0635 0,10 0,1248 0,2295 0,44 0,2928 0,3031 0,77
0,0080 0,0695 0,11 0,1298 0,2331 0,45 0,2969 0,3036 0,78
0,0095 0,0755 0,12 0,1350 0,2366 0,46 0,3009 0,3040 0,79
0,0113 0,0813 0,13 0,1401 0,2401 0,47 0,3047 0,3042 0,80
0,0131 0,0871 0,14 0,1453 0,2435 0,48 0,3083 0,3043 0,81
0,0152 0,0929 0,15 0,1506 0,2468 0,49 0,3118 0,3043 0,82
0,0173 0,0986 0,16 0,1558 0,2500 0,50 0,3151 0,3041 0,83
0,0196 0,1042 0,17 0,1612 0,2531 0,51 0,3183 0,3038 0,84
0,0220 0,1097 0,18 0,1665 0,2562 0,52 0,3212 0,3033 0,85
0,0246 0,1152 0,19 0,1718 0,2592 0,53 0,3239 0,3026 0,86
0,0273 0,1206 0,20 0,1772 0,2621 0,54 0,3264 0,3018 0,87
0,0301 0,1259 0,21 0,1826 0,2649 0,55 0,3286 0,3007 0,88
0,0331 0,1312 0,22 0,1879 0,2676 0,56 0,3305 0,2995 0,89
0,0362 0,1364 0,23 0,1933 0,2703 0,57 0,3322 0,2980 0,90
0,0394 0,1416 0,24 0,1987 0,2728 0,58 0,3335 0,2963 0,91
0,0427 0,1466 0,25 0,2041 0,2753 0,59 0,3345 0,2944 0,92
0,0461 0,1516 0,26 0,2094 0,2776 0,60 0,3351 0,2921 0,93
0,0497 0,1566 0,27 0,2147 0,2799 0,61 0,3353 0,2895 0,94
0,0534 0,1614 0,28 0,2200 0,2821 0,62 0,3349 0,2865 0,95
0,0572 0,1662 0,29 0,2253 0,2842 0,63 0,3339 0,2829 0,96
0,0610 0,1709 0,30 0,2306 0,2862 0,64 0,3222 0,2787 0,97
0,0650 0,1756 0,31 0,2358 0,2882 0,65 0,3294 0,2735 0,98
0,0691 0,1802 0,32 0,2409 0,2899 0,66 0,3248 0,2666 0,99
0,0733 0,1847 0,33 0,2460 0,2917 0,67 0,3117 0,2500 1,00
0,0776 0,1891 0,34
Começaremos a análise pelo trecho 1-3, assumindo a vazão que vem de montante,
aportada pelo trecho 1-2.
a) Traçado dos coletores: Na planta com curvas de nível de metro em metro, traça-se
a rede com o software, que indicará as singularidades (PV, TIL, TL e CP) e o
sentido de escoamento.
b) Distância entre singularidades: limitada pelo alcance dos equipamentos de
desobstrução.
c) Numeração dos trechos: numerar de montante para jusante, sendo o coletor mais
extenso o que receberá o número 1, e seu primeiro trecho (mais a montante) será o
trecho 1. O primeiro coletor que entroncar ao coletor 1 será o coletor 2, que terá seus
trechos numerados de mont. para jus. a partir de 1.
d) Cálculo da taxa de contribuição linear
Taxa de contribuição linear inicial
Q doméstica inicial = Qdi = C.k2.Pi.q = 0,8.1,5.2000.160 = 4,44 L/s
86.400 86.400
Extensão da rede coletora inicial: Li = 2.877m
g) Diâmetro mínimo: pela norma é 100mm, mas adotar-se-á 150mm (maioria dos
municípios adota 150mm)
h) Vazão mínima de dimensionamento: adota-se, pela norma, 1,50 L/s, que é a vazão
associada a descarga de um vaso sanitário.
Calcular tensão trativa para Qi (vide equação 6.1 página 79 notas de aula)
Trecho 1-3: Note que a montante deste trecho, temos os trechos 1-1 e 1-2, sendo que o
último deságua na cabeceira do trecho 1-3. Neste exercício, começaremos a acompanhar
o processo de dimensionamento assumindo que os trechos 1-1 e 1-2 já foram
dimensionados.
Jus 1-3
Tabela 6.3: Rede Coletora de Esgoto Sanitário (Obs: profundidade do coletor = distância da superfície do solo até geratriz inferior externa).
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14) (15) (16) (17)
Trecho Ext Tx cont Cont. Vazão Vazão Diam. I Cota Cota Prof. Y/D Prof. σi vc Obs
(m) linear do tr. mont. Jus. terreno coletor coletor singular.
(L/s.km) (L/s) (L/s) (L/s) (mm) (m/m) (m) (m) (m) jus.(m)
vi
Inicial Inicial Inicial Inicial Mont Mont Mont Mont (Pa) (m/s)
vf
Final Final final Final Jus Jus Jus Jus
1-3 96 1,64 0,157 0,208 0,365 150 0,0478 495,71 494,21 1,50 0,14 1,50 0,93 6,3 2,15
3,34 0,321 0,424 0,745 491,12 489,62 1,50 0,14 0,93
1-4 50 1,64 0,082 0,365 0,447 150 0,0372 491,12 489,62 1,50 0,15 1,50 0,86 5,2 2,22
3,34 0,167 0,745 0,912 489,26 487,76 1,50 0,15 0,86
1-5 33 1,64 0,054 5,427 5,481 150 0,0515 489,26 487,74 1,52 1,52 12,5 2,92 QP1=4,98L/s
Início e
3,34 0,110 5,892 6,002 487,56 486,04 1,52 0,28 1,46 Final de
plano
2-1 90 1,64 0,148 - 0,148 150 0,0045 487,56 486,06 1,50 1,90 0,41 1,0 2,83
3,34 0,301 - 0,301 487,56 485,66 1,90 0,26 0,41
1-6 96 1,64 0,157 5,629 5,786 150 0,0277 487,56 485,55 2,01 2,01 7,9 3,17
3,34 0,321 6,303 6,624 484,90 482,89 2,01 0,34 1,19
(4) = (2)*(3) NT
N
(5) = T
(6) = (4)+(5)
(8) = (10)Mont – (10)Jus Obs: Só define (8) após decidir (10) e (11) Prof. Recobrimento
coletor
(2)
(10) = (9) – (11)
Tabela 6.3 - Custos percentuais das diversas etapas da obra para a execução das redes
de esgoto (Fonte: Sobrinho, 2000).
Etapa Atividade Custo (%)
Implantação da obra Canteiro e locação 0,6
(3,8%) Tapumes e sinalização 2,1
Passadiços 1,1
Valas Levantamento e pavimento 1,3
(61,2%) Escavação 10,6
Escoramento 38,8
Reaterro 10,5
Assentamento de Transporte 0,4
tubulações Assentamento 4,1
(25,1%) Poços de Visita 15,5
Ligações prediais 4,6
Cadastro 0,5
Serviços Complementares Lastros e bases adicionais 0,7
(9,9%) Reposição de pavimento 9,1
Reposição de galerias de águas 0,1
pluviais
O conteúdo deste capítulo será complementado por uma palestra a ser proferida por um
fornecedor de bombas para água e esgotos.
Destinam-se à elevação de esgotos de níveis baixos para níveis altos, de forma a evitar o
aprofundamento excessivo de tubulações, encaminhando esses efluentes para cabeceiras
de rede, onde o recobrimento é mínimo. Também são adotadas para reversão de esgotos
de uma bacia de contribuição para outra, para descarga em interceptores, emissários, ETE
ou em corpos receptores, quando não for possível utilizar apenas a gravidade.
De acordo com a P-NB-569, Anexo 1, o volume mínimo do poço de sucção deve ser:
QB t
=4
V
Onde:
V = volume do poço, em m3;
QB = vazão da bomba, em m3/minuto;
t = intervalo de tempo entre duas partidas consecutivas de uma bomba, mínimo de
10 minutos (6 partidas por hora). Recomenda-se consultar os fabricantes de
motores sobre o número máximo de partidas, qualquer que seja a potência do
motor, a fim de estabelecer para o projeto o tempo de ciclo (t).
tf = tempo de funcionamento, ou gasto para o nível de água descer desde o máximo até o
mínimo, quando desligará:
V
tf =
Q B − Qa
Assim:
V V
t= +
Qa QB − Qa
Solução:
a) Determinação do volume útil do poço de sucção, para funcionamento sempre da mesma
bomba (adotado t = 10min para tempo entre 2 partidas sucessivas, ou ciclo de
bombeamento):
V = 2,5min . QB = 2,5min . 0,100m3/s . 60s/min = 15 m3
c) Verificação:
c.1) Para operação sempre da mesma bomba:
V 15
tp = = = 3,125 min
Qa 0,080 60
V 15
tf = = = 12,5 min
QB − Qa (0,100 − 0,080) 60
Logo, os tempos de detenção máximos no poço serão 15,625 minutos com uma bomba,
ou 7,81 minutos com duas bombas.
8. ESGOTOS PLUVIAIS
Neste semestre você apreciará neste capítulo algumas inovações que começam a ser
adotadas nos sistemas de drenagem pluvial. Apresentar-se-ão casos de Porto Alegre, de
Buenos Aires e de Barcelona.
V = K IL RH
1/ 2 2/3
Onde:
V = velocidade da água na sarjeta, em m/s;
IL = declividade longitudinal da rua, em m/m;
K = adotado igual a 60, para os pavimentos comuns das vias públicas.
RH = em m (RH = Am )
Pm
Exemplo: Para uma determinada rua, cuja declividade longitudinal (IL) da rua é 0,5% e a
declividade transversal do leito carroçável é de IT = 3 %, definir:
a) a capacidade máxima de transporte pela calha;
b) a capacidade máxima de transporte pelas sarjetas.
Admitir:
- altura global da guia (y0) = 0,15 m
- altura de água na sarjeta (y) = 0,10 m
- declividade longitudinal da rua (IL) = 0,005 m/m
Solução:
a) Primeiro caso (capacidade global da calha da rua):
Q = A V e, V = K IL
1/ 2
RH
2/3
Q = A K IL RH
1/ 2 2/3
RH = Am = 0,375 = 0,0728 m
Pm 5,15
RH = Am = 0,167 = 0,0485 m
Pm 3,43
As bocas de lobo são os pontos de admissão das águas de chuva à rede pluvial. Localizam-
se junto ao meio-fio. Em caso de topografia acidentada sua localização deve ser
procedida com cuidados. As caixas existentes junto a cada boca de lobo devem ter a
geratriz inferior do tubo de saída elevada em relação ao fundo das caixas, a fim de
possibilitar a retenção de areia, que deve ser periodicamente removida pelas equipes de
manutenção do sistema.
Ralo
- Ralos de sarjetas (grelhas): a figura que segue representa o que vem a ser o ralo
de sarjeta:
Ralo
- Ralos combinados: este tipo de boca de lobo seria uma combinação dos dois
casos anteriores, tendo-se um ralo na sarjeta e outro, de mesma largura, no meio-fio. Este
tipo de boca de lobo caracteriza-se por uma grande capacidade de admissão de água.
Ralo
Com relação à capacidade de engolimento, deve-se atentar que em terrenos planos a água
pode se aproximar pelos dois lados da sarjeta, como se vê na figura seguinte, que
apresenta uma vista frontal de uma boca de lobo (BL) de meio-fio.
BL
‘
Figura 8.7: aproximação da água pelos dois lados da sarjeta.
Se a água que se acumula sobre a boca de lobo gerar uma altura menor que a abertura na
guia, este tipo de boca (figura 8.4) pode ser considerada um vertedor e sua capacidade de
engolimento será:
Q = 1,7 L Y 3 / 2
onde:
Q = vazão de engolimento, em m3/s;
1,7 = coeficiente de descarga, adimensional;
Y = altura d’água, próximo a abertura na guia, em m;
L = comprimento da soleira, em m.
Quando a altura d’água “y” sobre o local for maior do que o dobro da abertura na guia,
a vazão é calculada por:
Um padrão adotado com freqüência para as bocas de lobo com grelha é 0,29m de altura
por 0,87m de comprimento (para FoFo). A grelha funciona como um vertedor de soleira
livre, para profundidade de lâmina até 12 cm. Se um dos lados for adjacente à guia, este
lado (L) deve ser excluído do perímetro da mesma. A vazão é:
Q = 1,7 P Y 3 / 2
onde:
Y = altura d’água na sarjeta, sobre a grelha, em m;
P = perímetro do orifício, em m.
Passeio
Grelha adjacente
à guia
Q = 2,91 A Y 1 / 2
onde:
A = área da grade, excluídas as áreas ocupadas pelas barras, em m2;
Y = altura d’água na sarjeta, sobre a grelha, em m.
Obs: Para h < y < 2h, a boca de lobo funciona em condição de transição, instável e
indefinido, entre vertedor (Q = 1,7.P.Y3/2) e orifício (Q = 2,91.A .Y1/2).
Exemplo: Seja dimensionar a boca de lobo, para uma vazão de 94 l/s na sarjeta e uma
lâmina de água de 0,10 m. A depressão no local da boca de lobo é de 5 cm. A altura da
abertura na guia é a abertura padrão de 15cm.
L= Q = 0,94 = 1,75 m
3/2 3/2
1,7 (Y) 1,7 (0,10)
Logo, haverá a necessidade de um comprimento de 1,75 m de soleira. Pode-se optar por
duas bocas de lobo padrão, com 1,0 m cada, e guia com h = 0,15 m.
a.2) Graficamente (atentar para simbologia da figura 8.8, onde h é altura da abertura
na guia):
Figura 8.8: Capacidade de esgotamento das BL simples com depressão 5cm em pontos
baixos das sarjetas.
P= Q = 0,094 = 1,75 m
1,7(Y)3/2 1,7(0,10)3/2
Admitindo uma face “a” adjacente à guia, vem, para b = 0,29 m (padrão):
A Figura 8.9 (vide pág. seguinte – Fonte Drenagem Urbana, Manual de Projeto –
CETESB, 1986) apresenta as grandezas características de uma BL simples, com a sarjeta
em depressão (a), instalada em trechos intermediários. A vazão esgotada é dada por:
Q
= ( K + C ) • y • gy , onde K e C são adimensionais
L
Para L1 = 10a, L2 = 4a, W = 8a, o valor de K será 0,23, o valor de C é dado por:
0,45 L
C= , onde: X = e F é o número de Froude, dado por:
a • tg
2
1,12 XF
V E
F= , ou F 2 = 2 − 1
gy y
V2 (Q ) 2
Onde E = +y= 0 2 +y
2g 2 gA
Obs: se L2 = 4a, e a = b, a primeira equação apresentada no item 8.2.3.1. terá uma outra
forma, como apresentado em Drenagem Urbana, Manual de Projeto – CETESB, 1986,
pág. 287.
Q
= K • y0 • g • y0
L
Z
Onde: Z = tan Q = 0,375 • • y •8 / 3 •it
1/ 2
e,
n
L
L2
Para Q/Q0 = 90%, tem-se L = (31L/s)/(6,8 l/s.m) = 4,56 = 4,6m (largura BL, com y =
4,9cm). Adota-se uma altura para a abertura de 14cm, que é um valor usual.
Para Q/Q0 = 100%, tem-se L = (28L/s)/(6,4 l/s.m) = 4,38m (largura BL, com y = 4,9cm).
Adota-se uma altura para a abertura de 14cm, que é um valor usual.
Figura 8.10: Canaletas contínuas, cobertas por Figura 8.11: ...tornam-se praticamente à prova das
grades em toda a sua extensão... obstruções por resíduos, que afetam as bocas de
lobo tradicionais.
Figura 8.12: Sarjeta inovadora, no centro do passeio, com duas declividades opostas em
direção ao centro do passeio, em Buenos Aires.
Em Porto Alegre está sendo testada uma boca de lobo adaptada para reter resíduos. A
mesma, que pode ser apreciada nas Figuras 8.14 e 8.15, tem uma plataforma, no interior
da caixa, que retém resíduos. A limpeza desta boca de lobo pode ser feita de forma rápida
e segura, dispensando a remoção das tradicionais lajes de concreto que cobrem a caixa da
boca de lobo. Ressalte-se que esta boca de lobo adaptada agrega valor paisagístico aos
passeios. Sua cobertura vegetal subsiste pelo menos uma semana sem irrigação, graças às
atenções para com o meio que aloja o sistema radicular da vegetação.
Figura 8.14: BL antes da adaptação, com Figura 8.15: ...e após, notando-se que duas das
cobertura de quatro lajes de concreto... lajes que cobriam a caixa foram suprimidas.
Figura 8.16: Com a simples remoção dos painéis Figura 8.17:...facilitado, para que os resíduos
laterais, o acesso ao interior da caixa é... retidos possam ser retirados.
Há duas hipóteses para locação de coletores de águas pluviais: ou sob o passeio, ou sob o
eixo da via pública. O recobrimento mínimo sugerido é de 1,00m sobre a geratriz superior
externa do tubo, devendo permitir a ligação dos tubos de escoamento das bocas de lobo,
cujo recobrimento mínimo é de 0,60m.
Seja calcular a galeria circular necessária para a condução da vazão de 94 l/s, sendo I=
0,001 m/m. Adotar “n” de Manning igual a 0,013 (equivaleria a “K” de Strickler-Manning
igual a 76,9).
Solução:
3/8
Qn 0,094 0,013
3/8
Como DN 500 DN 457, a lâmina não será 100 %. Há que se obter os elementos para o
tubo parcialmente cheio.
I 1/ 2 (0,146) 2 / 3 (0,001)1 / 2
2/3
RH
RH = 0,2917 . 0,500 = 0,146 m; V = = = 0,67 m / s
n 0,013
Q = 2,78 . C . I . A
onde:
Q = vazão, em l/s;
C = coeficiente de escoamento superficial (adimensional), coeficiente de Runoff;
I = intensidade de chuva, mm/h;
A = área da bacia, em ha.
A intensidade de chuva I (equação anterior) é particular para cada localidade. A figura
seguinte apresenta as curvas de intensidade (I) e duração, para diversos períodos de
recorrência em Porto Alegre.
Cada par de bocas de lobo é ligado a um PV, conforme observa-se na figura 8.3. O
espaçamento entre pares de bocas de lobo deve ser 50 m.
As caixas de ligação, observadas na figura 8.3, são usadas quando são necessárias bocas
de lobo intermediárias em uma quadra, para evitar chegar a um PV com mais de quatro
tubos. As caixas de ligação diferem de um PV por não serem visitáveis.
A distância máxima entre PV é referida na tabela 8.5, que vale para São Paulo. Cada
município costuma ter distâncias limite próprias, geralmente inferiores as da tabela 8.5.
Em Porto Alegre, por exemplo, o caderno de encargos do DMAE, estabelece a distância
entre PV no item 5.16, anexos 5.12 a 5.18. O referido caderno pode ser baixado pela
Internet do site do DEP ou do site da ABTC.
http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/dep/default.php?p_secao=47
www.abtc.com.br/publicacoes/1.pdf
Para bacias externas grandes, pode-se adotar como tc = td inicial a: (Fórmula de Kirpich)
0 , 385
L3
tc = 57
H
onde:
L = comprimento do talvegue, em km;
H = máximo desnível ao longo de L, em km
O coeficiente de runoff varia de 0,10 a 0,95, sendo comum a adoção de valores como 0,60
e 0,70. As chuvas de projeto podem ser obtidas das curvas constantes do Manual de
Drenagem Urbana da CETESB, onde as mesmas constam em mm/min (basta transformá-
las em mm/h).
A1 A4 A7
PV1 PV3-1 PV4-1
A1 = A4 = A7
A2 = A5 = A8
2A3 = A6 =A9
sarjeta
PV2 PV3 PV4 sarjeta