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EPISTEMOLOGIA HISTÓRICA DE GASTON BACHELARD

Para Bachelard termos como deformação, retificação e mutação não devem implicar
valores, se referem a não existência de uma metodologia eternamente fecunda. Não existiria
uma evolução na ciência, pois esse termo estaria ligado a uma melhoria. Assim as ciências de
hoje não são mais evoluídas que as de antigamente, elas são diferentes.

Toda ideia de como funciona a ciência é oposta a filosofia. A filosofia quer um


conhecimento imediato, universal e generalista, para tentar dar conta da verdade, esta verdade
esta no domínio ético que aparece na dimensão do sujeito. Assim surgem as ideias do
racionalismo.

O debate entre o racionalismo e o empirismo, na dimensão do sujeito é um debate


interno da filosofia, a ciência em momento algum deve se preocupar com isso, o sistema
filosófico tenta alcançar o absoluto que é impossível para a ciência.

Devemos entender que objeto científico como um dado a priori é completamente


diferente de objetividade. Segundo Bachelard a ciência não fala de um objeto a priori mais
sim da construção ou produção de um objeto, deve existir um grau de objetividade nessa
construção, mas a ciência não se define pelo seu objeto. Um objeto passa a ser cientifico a
partir do momento que ele é produzido ou construído. Existe a objetivação de um domínio.

Bachelard diz que os sentidos são responsáveis por trair o cientista, assim o real deve
ser tornado racional. E o cientista deve utilizar métodos e tecnologia para produzir o real que
vai ser por ele estudado. Logo, para ele a ciência nunca é alienada.

Para Bachelard é preciso conhecer o método antes do objeto. É necessário haver antes
de qualquer experiência, que se pretenda ser instrutiva, uma problemática que seja
fundamentada numa dúvida que venha do objeto ainda desconhecido.

O método científico busca uma ideia nova e não uma verdade universal e absoluta. O
espírito científico tem em si uma constante busca do fracasso de seu método. Porque, segundo
Bachelard, o fracasso é o fato novo, a ideia nova.

Para a ciência toda crise no método é uma consciência de sua reorganização. A


multiplicidade de métodos não prejudica o saber científico, pelo contrário, a proposição de
novos métodos eleva cada vez mais a ciência, e a renova.

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