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Necessidades Térmicas na Produção Vegetal

A ampla relação entre clima e agricultura no espaço rural acontece pois as práticas
agrícolas são extremamente dependentes das variações atmosféricas, ou seja, alguns
fatores como a quantidade de chuvas, a temperatura e outros elementos, interferem
na produção das lavouras.
Desse modo, algumas espécies de vegetais são mais propícias de serem cultivadas
em regiões que apresentam os tipos climáticos não adequados para o seu
desenvolvimento. Apesar disso, a sociedade vem desenvolvendo técnicas para
diminuir esses efeitos, como a criação de espécies híbridas e a construção de espaços
artificiais que permitam o plantio de vegetais em localidades atípicas.
No entanto, técnicas muito avançadas costumam apresentar um custo maior e nem
sempre à mesma qualidade que as originais, no caso dos alimentos. Por esse motivo,
antes de iniciar a lavoura, é preciso saber se o que vai ser cultivado consegue se
mantiver no tipo climático em questão, além de outros fatores serem avaliados, como
o solo, a disponibilidade de água, etc. análise
Muitos processos fisiológicos das plantas de lavoura são influenciados pela
temperatura. A gama de temperaturas que permitem o crescimento é muito ampla,
algumas culturas se adaptam melhor a temperaturas baixas, outras a moderadas ou
altas, esses valores variam de acordo com a cultivar, a fase de desenvolvimento e o
condicionamento da planta.
Efeitos da temperatura no desenvolvimento vegetal
A temperatura é um fator muito importante para a vida de todos os seres vivos,
exercendo grande influência em todas as atividades fisiológicas, por controlar as taxas
das reações metabólicas nas células.
Calor e frio são estados termodinâmicos, caracterizados pela alta ou baixa energia
cinética das moléculas. O calor acelera o movimento das moléculas, enfraquecendo as
ligações entre elas e tornando as camadas lipídicas das biomembranas mais fluidas. A
redução da temperatura leva a uma diminuição da velocidade de reações químicas
vitais das plantas, além de tornar as biomembranas mais rígidas, sendo necessária
maior quantidade de energia para ativar processos bioquímicos.
Quando os vegetais encontram condições ideais de desenvolvimento, ocorre o
crescimento e o desenvolvimento dos mesmos. Geralmente, o crescimento das
plantas e aumento de sua massa é irreversível e se dá através das várias
multiplicações celulares por meio de mitoses, fazendo com que haja uma distensão,
ou seja, um aumento do volume celular.
xiste uma classificação de plantas, segundo a qual seu ciclo vital coincida ou não com
a variação anual da temperatura. Determinam se três grupos principais de plantas.
Termocíclicas: são aquelas espécies que apresentam tecidos ativos a temperatura
durante um ou mais períodos anuais de variação de temperatura. E: (plantas perenes
e bianuais)
Paratermocíclicas: é as espécies anuais com tecidos ativos a temperatura em uma
fase da termofases positivas e negativas. Ex: (trigo, cevada, etc.)
Atermocíclicas: é espécies anuais com tecidos ativos a temperatura somente na
termofase positiva do termoperiodo anual. Ex: (tomate, sorgo, milho, etc.).
Temperatura no ambiente vegetal, solo e ar.
A temperatura do solo é de grande importância, porque o solo tem influência direta na
germinação das sementes Algumas espécies germinam quando as condições
externas, como temperatura, disponibilidade de agua e concentração do oxigênio são
favoráveis. Para que ocorra a germinação a temperatura varia entre mínima, media e
máxima ligada a qual tipo de semente e espécie.
a emergência, temperaturas baixas ou altas, podem dificultar o desenvolvimento das
plantas, devido à interferência na divisão celular, impedindo o crescimento, ou então
causando a morte das células do caule rente ao solo quando o mesmo exposto à alta
temperatura. O regime térmico de um solo é determinado pelo aquecimento da
superfície pela radiação solar e transporte, por condução, de calor sensível para seu
interior. Durante o dia, a superfície se aquece, gerando um fluxo de calor para o
interior.
À noite, o resfriamento da superfície, por emissão de radiação terrestre (ondas
longas), inverte o sentido do fluxo, que agora passa a ser do interior do solo para a
superfície. Por esse feito o plantio direto é muito importante devido a disponibilidade
da camada de matéria orgânica deixada pela cultura passada.
O clima é fundamental para o desenvolvimento dos vegetais, o fator climático como
temperatura pode interferir de forma benéfica ou maléfica no desenvolvimento da
planta. A temperatura do ar e do solo afeta todos os estágios do processo de
crescimento vegetal. Como todas as culturas tem seu limite térmico mínimo, ótimo e
máximo, os cultivos tropicais exigem altas temperaturas o ano todo como o café,
banana e cana-de-açúcar, que são sensíveis à geadas. Por outro lado, o centeio tem
necessidade de baixa temperatura e pode até suportar as temperaturas de
congelamento, durante um longo tempo hibernal de dormência.
O resfriamento prolongado das plantas, com temperaturas acima do ponto de
congelamento, retarda o crescimento vegetal e pode até matar as plantas adaptadas
somente a condições quentes. Apesar de que o resfriamento não possa matar
diretamente as células vegetais, ele reduz o fluxo de água das raízes e então interfere
na transpiração e na nutrição do vegetal.
Quando a temperatura está abaixo do ponto de congelamento, a matéria viva das
células pode congelar e pode acontecer a desidratação da célula, matando-a.
Geralmente, as altas temperaturas não são tão destrutivas para as plantas como as
baixas temperaturas, desde que o suprimento de umidade seja suficiente para evitar o
murchamento e que a planta esteja adaptada em determinada região climática. A
altitude é um fator que provoca alteração nas temperaturas. (Distância ou proximidade
do Equador), diminui com o aumento da altitude, a temperatura do ar e do solo afeta
todos os estágios do processo de crescimento das plantas.
A temperatura interfere diretamente no desenvolvimento das plantas; normalmente
quanto maior a temperatura, maior será o crescimento. As espécies vegetais, assim
como outro organismos vivos, possuem temperatura mínima e máxima para sobreviver
e temperatura ótima, onde o desenvolvimento será máximo, A temperatura interfere na
formação da clorofila, determinando uma produção maior ou menor e também uma
coloração mais forte ou mais fraca. A diferença entre a temperatura do dia e da noite é
chamada de termoperíodo e também influencia no desenvolvimento das plantas.
Alguns vegetais exigem temperaturas especiais para completarem o seu ciclo e por
isso não se adaptam (não florescem) quando são transferidas do seu hábitat natural
para outros lugares. Exemplo: algumas flores trazidas da Europa não florescem em
nosso meio.
Cada variante botânica possui uma faixa própria de temperatura mais favorável à
germinação, ao crescimento e a produção de seus compostos. O termo-período, ou
seja, a diferença entre o dia e a noite faz com que algumas plantas acelerem seu
crescimento e a floração torna-se mais abundante, pois a migração dos produtos
elaborados pela fotossíntese durante o dia é favorecida
Contribui
TERMOPERIODISMO
A variação anual, diária e aperiódica da temperatura do ar tem um efeito manifesto
sobre o desenvolvimento de plantas. Este efeito é conhecido como termoperíodo.
Esta variação, em um ciclo completo de um ano, um dia ou vários dias, constitui um
termoperíodo anual, diário ou aperiódico. O termoperíodo é caracterizado por dois
setores bem definidos: as termofases e as fases térmicas A primeira termofase
corresponde ao lapso mais quente e o segundo ao período mais frio do termoperíodo.
Por termoperiodismo, entendemos a reação das plantas à variação anual, diária ou
aperiódica da temperatura. Dependendo da resposta da planta à termoperiodidade
anual, diariamente
No aperiódico, existem três tipos de termoperiodismo: anual, diário e aperiódico.
A importância da periodicidade anual da temperatura se manifesta na distribuição
geográfica das culturas. O sucesso ou o fracasso das apresentações de espécies
exóticas dependem, em grande parte, da semelhança ou não, entre as condições
anuais de termoperíodo da regiões de origem e as regiões onde serão cultivadas.
Existem três tipos dependendo da resposta do vegetal ao termoperiodismo que é
completado em um ano, em um dia ou aperiodicamente (anual, diário ou aperiódico,
respectivamente).
Termoperiodismo diário: em 1944, foi demonstrado a influência da variação diária do
temperatura na floração e frutificação do tomate. Esta espécie mostra crescimento
indefinido se for mantido constantemente a 26ºC, mas não floresce ou frutifica. Para
induzir estes Os processos reprodutivos exigem um resfriamento noturno a 18ºC. No
caso do trigo, tem ação favorável, o termo-termo negativo do termoperíodo diário
durante seu estado juvenil, por um pico normal. No caso da Apple Tree Red delicious,
a descida noturna da temperatura favorece a intensidade da cor vermelha.
Thermoperiodism apodíparo ou assíncrono: refere-se à reação particular de certos
espécies de plantas contra o comportamento aperiódico da temperatura. A
temperatura tem uma marcha regular em direção a um valor máximo no ano e, em
seguida, uma diminuição para um valor mínimo.
Quando esta marcha periódica ocorre de forma irregular, estamos na presença de um
temperatura aperiódica ou assíncrona causada pela advecção de massas de ar com
temperaturas superiores ou inferiores ao local. A influência do termoperiodismo
assíncrono é é exemplificado na má adaptação às condições climáticas da
amendoeira e avelã A ocorrência de um certo número de dias com temperaturas
anormalmente elevadas atinge que a amendoeira e a avelã florescem prematuramente
na estação de inverno cheia. Esta floração é, certamente danificado pelas baixas
temperaturas dos dias seguintes. No caso de Avelã, as baixas temperaturas do início
do inverno atendem aos requisitos da catkins masculinos. Eles florescem e podem
produzir pólen antes de serem receptivos.
Estigmas da flor feminina, que tem maior exigência a baixas temperaturas. Está
determinadoassim, uma esterilidade permanente em áreas de temperaturas
assíncronas.

Vernalização
A vernalização, também, constitui-se um dos mecanismo de destaque, pois é a
indução ou aceleração da floração por temperatura baixa. Estes dois sistemas de
controle permitem a sincronização da reprodução das plantas, sincronização esta que
tem vantagens adaptativas, pelo fato de favorecer a polinização cruzada e permiter
que o florescimento coincida com ambientes favoráveis, principalmente no que se
refere à água e à temperatura. Vernalização, segundo Lysenko (1928), significa um
comportamento correspondente à primavera. É evidente que as temperaturas
representam indicativos climáticos importantes para as plantas e que são um sinal das
mudanças de estação. Uma grande parte das espécies tem a sua floração induzida
por temperaturas baixas, principalmente espécies bianuais e perenes. Existem
também espécies que florescem em resposta a altas temperaturas como espinafre,
aster chinesa e Rudbeckia. Entende-se portanto, por VERNALIZAÇÃO os efeitos de
baixas temperaturas sobre o florescimento. O termo vernalização inclui: a) a indução
real da floração em espécies que requerem baixas temperaturas, como por exemplo
repolho, salsão e beterraba e b) a aceleração da floração em espécies que tem a sua
floração apenas quantitativamente promovida pelas baixas temperaturas como por
exemplo os grãos de inverno, alface e rabanete. Em geral, as plantas de inverno
anuais são vernalizadas como plântulas, enquanto as plantas bianuais são
vernalizadas após a primeira estação de crescimento. Como exemplos de espécies
bianuais que precisam passar por um período de frio antes da ocorrência do
florescimento podem ser citadas: beterraba (Beta vulgaris), salsão (Apium graveolens),
repolho e outras formas cultivadas do gênero Brassica. Estas plantas apresentam
requerimento obrigatório de vernalização, sendo que em regiões com inverno ameno,
o repolho, por exemplo, pode crescer por vários anos e não florescer. Existem outras
espécies que apresentam requerimento facultativo de frio, ou seja o florescimento é
acelerado pelo frio, mas ocorrerá mesmo em plantas não vernalizadas. Entre estas
espécies incluem-se o espinafre (Spinacea oleracea), a alface (Lactuca sativa) e
variedades de ervilha (Pisum sativum) que apresentam florescimento tardio. Muitas
espécies perenes também precisam do frio para florescer como o azevém
(Lolium perenne), e as primulas (Primula vulgaris). Plantas com bulbos que
florescem na primavera como o narciso (Narcissus) não apresentam
requerimento de frio para a iniciação floral, já que o primórdio floral se
estabelece dentro do bulbo durante o verão anterior, mas o seu crescimento é
grandemente afetado pela temperatura. Em espécies que são vernalizadas
como plântulas é o embrião que "percebe" a temperatura baixa enquanto em
plantas mais crescidas é a região apical da parte aérea que precisa ser
resfriada para que a vernalização seja efetiva. Vernalização é uma técnica
agrícola que expõe as sementes ou plantas a temperaturas baixas, o que acelera a
produção de flores ou frutos.[1]
A indução floral é iniciada a partir de temperaturas entre 0ºC e 7ºC, e deve ocorrer por
ciclos indutivos que podem ser de 1 a 90 dias de acordo com a espécie. É capaz de tornar
a planta menos exigente em fotoperíodo e temperaturas baixas, permitindo a diferenciação
e formação de bulbos em locais que não possuem as condições climáticas adequadas
para determinado
Acredita-se que podem ser vernalizados apenas os tecidos que possuem células em
divisão. O processo de vernalização pode ser revertido pela exposição dos grãos
embebidos a temperaturas relativamente altas (25-40o C) por períodos de até quatro
dias. Plantas tratadas deste modo apresentam florescimento reduzido e são
denominadas de "desvernalizadas".

CONCLUSÂO
Apesar dos recentes avanços tecnológicos e científicos, o clima ainda é a variável
mais importante na produção agrícola. Qualquer sistema agrícola é um ecossistema
feito pelo homem, que depende do clima para funcionar de forma semelhante ao
sistema natural. Os principais elementos que afetam a produção agrícola são os
mesmos que influenciam a vegetação natural entre eles estão à radiação solar, a
temperatura, a umidade, a velocidade do vento, a precipitação e o fotoperíodo.
Esses parâmetros que vão determinar em larga escala a distribuição global dos
cultivos, assim como a produção agrícola dentro de uma zona climática. Todos os
cultivos apresentam seus limites climáticos para a produção econômica. Deve-se levar
sempre em conta, que uma variável climática pode se modificar mediante outra
variável. Estão inter-relacionadas na influência que exercem sobre a lavoura. Também
as variáveis diárias, sazonais e anuais. Ao se considerar os ambientes climáticos, nos
quais as lavouras se desenvolvem os microclimas em torno da lavoura, são de vital
importância, assim como no interior do solo e nas proximidades do terreno em que os
cultivos crescem, que podendo ser bastante diferentes no ar logo acima.
A escolha da cultura a ser desenvolvida começa pelas características locais climáticas,
uma vez que cada cultura depende de certo tipo de solo, calor, precipitação, umidade
relativa, além da sazonalidade. Outros fatores que são de suma importância e que
estão vinculados ao clima são a luminosidade que influi na fotossíntese além do. As
regiões que recebem maior radiação e que são mais favoráveis à agricultura são
regiões do polo ao equador, mais significante de 0° à 30º. Por isso nessa região há
uma maior biodiversidade do planeta, as florestas tropicais.
todas as plantas e vegetais possuem uma temperatura mínima que jamais pode ser
menor, para que sobreviva; uma temperatura ótima, que é a ideal para o desenvolvimento;
e uma temperatura máxima que indica o quanto ela aguenta para que não morra

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