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DIREITO APLICADO ÀS EMPRESAS - ALGUMAS

ESPECIFICIDADES
UFCD 6223
25 HORAS

Formadora: Paula Freitas


OBJETIVOS

Identificar contratos comerciais especiais.


Reconhecer legislação de proteção à propriedade
industrial.
Identificar processos de recuperação e de insolvência de
empresas.
CONTEÚDOS

 Contratos comerciais especiais


oO contrato de agência
oO contrato de concessão
oO contrato de franquia (franchising)
oO contrato de leasing
CONTEÚDOS

 Propriedade industrial
oProteção das empresas
oPropriedade industrial
oDireito da Concorrência
 Insolvência
oProcessos de recuperação
oProcessos de insolvência
DIREITO COMERCIAL

 Noções

Entende-se por Direito Comercial o corpo de normas,


conceitos e princípios jurídicos que, no domínio do Direito
Privado, regem os factos e as relações jurídico comerciais.
DELIMITAÇÕES DO OBJETO E ÂMBITO DO DIREITO COMERCIAL

A primeira conceção que surgiu foi a conceção


subjetivista, segundo ela, o Direito Comercial é o conjunto de
normas que regem os atos ou atividades dos comerciantes relativos
ao seu comércio.

Por seu turno, para a conceção objetivista, o Direito Comercial é


o ramo de Direito que rege os atos de comércio, sejam ou não
comerciantes as pessoas que os pratiquem.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE LACUNAS

 O preceito fulcral para a análise desta questão é o art. 3º CCom,


em cujos termos: “se as questões sobre direitos e obrigações
comerciais não puderem ser resolvidas, nem pelo texto da lei
comercial, nem pelo seu espírito, nem pelos casos análogos nela
prevenidos, serão decididas pelo Direito Civil”.
FONTES DE DIREITO COMERCIAL

a) A Lei
b) Os usos e costumes
c) Doutrina
d) Jurisprudência
e) Fontes internacionais
NOÇÕES DE CONTRATO

Contrato é uma espécie de acordo entre duas ou mais


pessoas, cuja finalidade é adquirir, resguardar, transferir,
modificar ou extinguir uma relação jurídica patrimonial.
CONTRATOS ESPECIAIS

O direito privado tem sido desde as suas origens romanísticas


confrontado com a acelerada evolução económico-social, motivo
pelo qual tem havido uma adaptação jurídica contínua.
Essa adaptação, vem alicerçada pela liberdade contratual para as
partes estabelecerem contratos atípicos tendentes às relações
comerciais/contratuais necessárias a cada momento.
CONTRATO DE AGÊNCIA

Como breve resenha histórica do seu surgimento, o contrato de


agência tem na sua base a necessidade de sedimentação dos
mercados já existentes assim como a procura de novos mercados,
muitas vezes distantes da zona de produção, inicialmente através de
um Contrato de Comissão.
CONTRATO DE AGÊNCIA

A noção de agência vem referida no art. 1 do DL 178/86, versando


ser o contrato pelo qual uma das partes se obriga a promover por
conta de outra a celebração de contratos, de modo autónomo e
estável e mediante retribuição, podendo-lhe ser atribuídas certas
zonas ou determinado círculo de clientes.

A agência será pois uma prestação de serviços, mais


particularmente uma modalidade de mandato, tratando-se de um
contrato oneroso.
CONTRATO DE AGÊNCIA

Possui, como referido, como principais características autonomia,


estabilidade, pagamento de uma retribuição e a assunção, pelo
agente, de uma obrigação de promover a celebração de contratos
por conta e no interesse da outra parte.

É uma atividade material e não jurídica, na qual o agente deve


procurar clientes e fazer publicidade aos bens ou serviços do
principal, apresentando as condições de venda e pagamento.
CONTRATO DE AGÊNCIA OU REPRESENTAÇÃO COMERCIAL

O agente tem autonomia, atuação e vinculação estrita ao principal, é ele


que determina os clientes que vai visitar, a que horas, com que meio,
sendo geralmente ele que assume as despesas relacionadas com a sua
atividade.

Relativamente à diferença entre agentes e mediadores, esta prende-se


com o facto de o mediador destinar-se a aproximar as partes no
potencial contrato de uma forma esporádica, enquanto que o agente
procura aproximar as partes de uma forma tendencialmente continuada.
CONTRATO DE AGÊNCIA OU REPRESENTAÇÃO COMERCIAL

O contrato de agência parece não estar, à partida, sujeito a


qualquer forma. Contudo o art. 1º n.º 2 do DL 178/86, atribui o
direito a qualquer das partes de exigir da outra um documento
assinado com o conteúdo do contrato, visando-se a proteção do
agente, que desta forma nunca se verá confrontado com a
nulidade do contrato por falta de forma.
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DE AMBAS AS PARTES

O agente, na celebração de contratos, deve proceder de boa fé,


zelando pelo interesse do principal e desenvolver as atividades
adequadas à realização plena do fim contratual. Estando obrigado a
respeitar as clausulas previstas nos art. 7º a 11º, nos quais, numa
enumeração meramente exemplificativa, temos o dever:
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DE AMBAS AS PARTES

- Respeitar as instruções da outra parte que não ponham em causa a sua


autonomia;
- Prestar as informações pedidas e necessárias, esclarecendo ainda o principal
sobre a situação do mercado e suas perspetivas;
- Prestar contas;
- Dever de segredo, mesmo após a cessação do contrato;
- Obrigação de não concorrência pós-eficaz, se for acordado por escrito, não
podendo, no entanto, ultrapassar o período de 2 anos;
- Dever de avisar de imediato o principal de qualquer impossibilidade sua de
cumprir o contrato.
CESSAÇÃO DO CONTRATO DE AGÊNCIA

A cessação do contrato de agência encontra-se regulada


nos art. 24º a 36º, existindo quatro formas de cessação:
por acordo das partes, por caducidade, denúncia ou
resolução.
CONTRATO DE CONCESSÃO

 Concessão: é um contrato de distribuição com um perfil


característico. Geralmente, opera em áreas que exigem
investimentos significativos e que o produtor dos bens ou serviços
a distribuir não queira ou não possa ele próprio efetuar.
Corresponde a esquemas destinados a distribuir produtos de
elevado valor.
CONTRATO DE CONCESSÃO

-Um comerciante insere-se na rede de distribuição de um produtor;


-Adquire o produto em jogo, junto do produtor e obriga-se a vendê-
lo, em seu próprio nome, na área do contrato.
CONTRATO DE CONCESSÃO

Um exemplo clássico deste tipo de contratos, é o ramo dos veículos


automóveis. Através do contrato de concessão, que o concessionário
se obriga a adquirir mercadorias a um concedente, industrial ou
produtor, pelas quais pagam preço e que venderá em nome próprio,
por ser mercadoria sua, assumindo por inteiro os riscos da operação.
CONTRATO DE CONCESSÃO

 O contrato de concessão é uma figura assente na autonomia


privada, e que à partida se trata de um contrato que não está
sujeito a qualquer forma solene. Pode ser verbal, ou pode resultar
de condutas concludentes. O seu regime resultará da
interpretação e da integração do texto que tenha sido subscrito
pelas partes.
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

 Franchising

Nos últimos anos as atividades de franchising têm aumentado


significativamente. Tal deve-se ao facto de estarmos em presença de
um negócio com enorme flexibilidade, na medida em que está ao
serviço de todos os sectores económicos.
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

 O franchising ou franquia, é um tipo contratual que não encontra


regulamentação nas legislações dos diversos países europeus,
incluindo Portugal. Por isso, é um contrato juridicamente atípico,
isto é, não previsto na lei, que se desenvolve ao abrigo do
princípio da liberdade contratual. Assim, as regras que o regem
são aquelas que as partes acordarem, revestindo por isso o
contrato importância capital.
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

O que é um franchising?
O franchising é um modelo de desenvolvimento de
negócio em parceria através do qual uma empresa,
nacional ou internacional, com um formato de
negócio já comprovado, concede a terceiros o direito
de explorar os seus produtos e serviços, de usar
marca comercial e ainda de implementar os seus
métodos de gestão, recebendo contrapartidas
financeiras.
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

 Quanto custa um franchising?


Os requisitos de investimento num franchising
variam consoante a indústria, o tipo de negócio
em causa e o prestígio da marca.

 O que é o franchisador?
Empresa que autoriza terceiros a fazerem uso da
sua marca e da experiência, conhecimentos e
outras competências entretanto desenvolvidas por
si em redor de um negócio.
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

Quem é o franchisado?
Pessoa ou empresa que compra o direito para
implantar, operar e administrar o conceito, a
marca e os produtos ou serviços cedidas por
um franchisador através de uma loja/unidade
individual.
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

 O que significa “Master franchisado”?


Pessoa ou empresa que adquire os direitos para todo um
país ou região e que, além de abrir unidades próprias,
pode subfranchisar certos territórios.

Sites:
http://www.franchising.pt/
http://www.infofranchising.pt/
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

 Direito de Entrada

É o valor que se paga na altura da adesão à rede, normalmente na data da


assinatura do contrato. Em parte, esta taxa cobre os custos que o
franchisador teve para atrair, selecionar e formar o candidato, bem como
outros custos que ele terá até abertura da loja. Além disto, o Direito de
Entrada funciona como uma espécie de "jóia" paga pelas vantagens de se
tornar membro de uma cadeia já estabelecida no mercado e pelo direito ao
uso da marca.
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

 Royalties/Taxa Administrativa.

É o valor pago mensalmente, normalmente através de uma


percentagem da facturação, pelo uso contínuo da marca e pelos
serviços de apoio prestados pelo franchisador.
CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

 Taxa de Publicidade/Promoção.

É uma contribuição que todas as lojas fazem para um fundo


comum a ser aplicado na promoção da marca e produtos da
cadeia. Não deve ser visto como uma fonte de lucro pelo
franchisador que deve geri-lo e justificar sempre a sua correta
utilização.
CONTRATO DE LEASING

 O leasing (locação financeira) consiste numa modalidade de


financiamento através da qual o locador, de acordo com as
instruções do seu cliente (locatário), adquire um bem (móvel ou
imóvel) e cede o seu uso temporário mediante o pagamento de
uma quantia periódica (renda), por um prazo determinado e,
relativamente ao qual o locatário tem uma Opção de Compra no
final do mesmo prazo, contra o pagamento de uma quantia
contratualmente fixada (valor residual).
PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Designa um composto de direitos que visam os mesmos fins:

Assegurar a uma pessoa singular ou coletiva o pleno exercício


dos seus meios industriais e comerciais;

Garanti-lo contra intromissões de terceiros através de


usurpação e comportamentos ilícitos.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL

A Propriedade Industrial abrange:


Os direitos que respeitam às criações no domínio da invenção técnica e
do desing (Patentes, Modelos de Utilidade, Topografias de Produtos
Semicondutores, Modelos e Desenhos Industriais;
Os direitos sobre sinais distintivos:
•os que são propriedade do empresário singular ou coletivo (Marcas,
Nomes e Insígnias de Estabelecimentos, Logotipos, Recompensas);
•os que pertencem a uma região (Denominações de Origem e
Indicações Geográficas);
Os direitos relativos à concorrência desleal.
DIREITO DA CONCORRÊNCIA

É direito da ordem econômica a livre iniciativa, entretanto,


esta deve ser exercida sem abuso e sem a prática de atos
que visem a concentração de mercado, o Direito
Concorrencial visa estudar a regulamentação do
exercício da atividade privada económica de forma a
assegurar que os entes participantes não exerçam suas
atividades de forma a coibir a justa circulação de bens e
serviços.
INSOLVÊNCIA

A empresa está numa situação de insolvência quando já


não consegue cumprir as suas obrigações vencidas. São
disso exemplo os casos em que a empresa já deixou passar
os prazos para pagamento das faturas ou quando o passivo
é superior ao ativo.
INSOLVÊNCIA

Perante esta situação, a empresa, através dos seus gerentes (se for
uma sociedade por quotas) ou dos seus administradores (se for uma
sociedade anónima), tem o dever de requerer a declaração da sua
insolvência no prazo de 60 dias seguintes à data em que teve, ou
devesse ter, conhecimento da situação de insolvência, sob pena de
responderem pelos danos que causarem e a insolvência ser
considerada culposa.
INSOLVÊNCIA

Refira-se que:

se a empresa agir com intenção de prejudicar os credores no âmbito


da insolvência, como, por exemplo, fazendo desaparecer parte do
seu património, a insolvência pode ser considerada como insolvência
dolosa ou negligente, podendo os seus gerentes ou administradores
ser condenados em pena de prisão ou pena de multa.

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