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Da Criança e do
Adolescente
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
43 p. :il. – (EaD)
CDU 342.726-053.2
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 5
Glossário 13
Atividades 14
Referências 16
Glossário 32
Atividades 33
Referências 35
3
Glossário 40
Atividades 41
Referências 43
Gabarito 45
4
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
O curso possui carga horária total de 20 horas e foi organizado em 3 unidades, conforme
a tabela a seguir.
Bons estudos!
5
UNIDADE 1 | O ESTATUTO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
6
1 O Estatuto da Criança e do Adolescente
O ECA é uma lei brasileira totalmente dedicada à proteção dos direitos das crianças
e dos adolescentes. Trata-se da Lei nº 8.069, criada em 1990, para fazer cumprir uma
determinação constitucional. Complicado? Um pouquinho, não é?
Não se assuste. Sabemos que este curso não foi feito para advogados. Mesmo assim,
precisamos estudar muita coisa que está lá na Lei. A solução é facilitar. Deixar de lado
o chamado “juridiquês” e tentar explicar da forma mais simples possível. Que tal voltar
um pouquinho antes de retomar o assunto?
7
Não entendi, se a Constituição já define todos os direitos de todas as pessoas do
país, porque, então, precisamos de outras leis?
Muito boa pergunta. Na verdade, a Lei Maior define tudo sim, mas de forma muito
ampla, generalizada. As demais leis do país detalham tudo o que foi determinado por
ela.
Pois bem, o ECA é exatamente uma dessas leis bem detalhadas. Foi elaborado para
facilitar o cumprimento da parte da Constituição que afirma que a criança, o adolescente
e o jovem merecem absoluta prioridade por parte da família, da sociedade e do Estado.
Deu para perceber que não envolve só a população infanto-juvenil? Afinal, a família,
a sociedade e o Estado têm a obrigação de defender os direitos das crianças e dos
adolescentes.
Veja, no exemplo a seguir, como a Constituição não deixa nenhuma dúvida ao tratar da
proteção à infância e à adolescência:
O ECA é uma lei que reflete o cuidado especial dedicado às crianças e aos adolescentes
pela nossa Carta Política. Uma atenção que não foi criada aqui no Brasil, mas que tem
origem na doutrina das nações unidas para a proteção dos direitos da infância e outros
dispositivos internacionais.
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Mais um motivo para que todos os cidadãos conscientes se interessem em conhecer o
ECA, pois ele protege o futuro das nossas famílias e do nosso país.
Agora que já sabemos o que é o ECA, vamos destacar rapidamente alguns pontos que
ajudarão a orientar nossa evolução no assunto. Trataremos primeiro dos beneficiários
da Lei e em seguida dos aspectos de maior importância para o objetivo geral deste
curso.
Beneficiários do ECA são aquelas pessoas que estão protegidas por essa Lei. O nome
Estatuto da Criança e do Adolescente deixa claro e o artigo 1o confirma: “Esta Lei
dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”. Mas quem é criança e
quem é adolescente? A resposta está no artigo 2o:
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto
às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade (BRASIL, 1990).
Sendo assim, não faz diferença se a Psicologia, ou os jovens em geral, definem escalas
como pré-adolescência para as pessoas com 9, 10 ou 11 anos. Para efeitos jurídicos,
valem apenas as definições legais e, nesse caso específico, é exatamente o que está
bem claro no artigo segundo do ECA.
Muito importante observar que já não são usados os termos “menor” nem “menor de
idade” ou “menor infrator”, pois são considerados discriminatórios e pejorativos.
Conforme ficou claro no art. 2o, crianças e adolescentes são pessoas. Trata-se de
diferença vital, uma vez que juridicamente pessoas são titulares de direitos, ou seja,
são seres humanos que merecem respeito e cuidado.
Vimos, então, que o ECA deixou claro em seus dois primeiros artigos quem são as
pessoas que têm direito à sua tutela. Uma proteção que está detalhada em mais de
250 artigos. Nossa! Tudo isso? E vai dar tempo de estudarmos uma lei tão grande?
9
Não. Estudar uma lei dessa requer muito tempo de estudo e dedicação. Algo que
normalmente faz parte dos conteúdos dos cursos jurídicos. Acontece que o nosso
objetivo aqui, conforme já definimos na introdução, é ampliar o conhecimento e a
reflexão em torno do ECA, para facilitar o uso em nosso cotidiano pessoal e profissional.
Portanto, foram escolhidos apenas os tópicos mais interessantes para isso.
Um assunto que frequentemente chama a atenção é a questão dos deveres das crianças
e dos adolescentes. Existem pessoas que afirmam que o ECA só faz deseducar e criar
malfeitores, porque, segundo o Estatuto, crianças e adolescentes só têm direitos e
nenhuma responsabilidade.
Essa é uma afirmação muito séria, falsa, preconceituosa e triste. Evidencia nossa
ignorância em relação à proteção de nossas crianças e jovens. Afinal, se uma criança
cometer uma falha, você acha mesmo que a culpa é dela? Quem seria o responsável?
Ou seja, não importa se a violação ou ameaça ocorreu por ação ou omissão da sociedade
ou do Estado, por omissão ou abuso dos pais ou responsável legal, ou em razão da
conduta da criança (art. 98). A criança não será responsabilizada pela falta, mas deve
ser protegida para que aquela ocorrência deixe de existir.
Sendo assim, crianças e adolescentes nunca cometem crime, nunca têm responsabilidade
pelos seus atos. Se cometerem alguma das condutas descritas como crime pelo Código
Penal estarão praticando um ato infracional e não um crime. Não nos referimos a
“menor infrator”, mas a “criança ou adolescente em situação de risco”.
No caso da criança, a responsabilidade por tal ato será atribuída à família, à sociedade
e ao Estado, que deixaram de proteger aquela criança com absoluta prioridade,
conforme determina a Constituição Federal. O ato infracional, então, é considerado
10
uma violação dos direitos da infância. Para corrigir ou evitar novas ocorrências poderão
ser determinadas as medidas de proteção definidas pelo art. 101 de forma isolada ou
combinadas entre si.
Exemplo: Imagine uma criança de 8 ou 11 anos que vive nas ruas e se sustenta com
pequenos furtos, algumas vezes orientadas e organizadas por adultos. Esta criança
não será punida por tais furtos, pois ela é considerada um ser inimputável. Com base
no ECA, a autoridade competente poderá aplicar medidas de proteção. Como, por
exemplo, encaminhamento aos pais, obrigar à matrícula e à frequência na escola, a
tratamento psicológico/psiquiátrico, o acolhimento em uma instituição para menores
ou em famílias substitutas. Será que essas medidas de proteção não são equivalentes
a uma punição para essa criança? O que você acha?
Esse assunto será detalhado na unidade 2, mas podemos adiantar que a pessoa entre
12 e 18 anos de idade que comete ato infracional está sujeita a uma série de medidas
socioeducativas, cujo objetivo é educar e evitar a reincidência.
Resumindo
11
• Não é correto falar “menor infrator” e sim “criança em situação de risco”
ou “adolescente em situação de risco”.
gg
Excelente recurso para enriquecer os conhecimentos relativos
ao ECA é a Cidade dos Direitos, indicada pelo Portal do Professor,
do Ministério da Educação, disponível através do link a seguir.
http://www.promenino.org.br/cidadedosdireitos/#/home
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Glossário
Estatuto: lei, conjunto de normas jurídicas que trata de um mesmo assunto ou que
define as regras de funcionamento de uma sociedade privada. Exemplos: Estatuto
da Criança e do Adolescente, Estatuto do Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte (SENAT).
Vital: sentido figurado: algo que é indispensável, que tem muita importância, essencial,
básico, fundamental, imprescindível.
13
Atividades
aa
1) Escolha a alternativa que representa um conceito correto
para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):
14
d. ( ) Criança que comete ato infracional perde o direito à
proteção do Estado.
15
Referências
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UNIDADE 2 | PRINCIPAIS
DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS
ADOLESCENTES
17
1 Principais Direitos das Crianças e dos Adolescentes
A partir de agora você estudará a parte mais interessante do nosso curso. E verá
que tudo o que aprendemos anteriormente foi superimportante para começarmos a
entender o funcionamento prático dos conhecimentos adquiridos sobre o ECA.
Vimos na unidade 1 que o ECA conceitua criança como a “pessoa” que tem até doze
anos incompletos e adolescente como a “pessoa” entre doze e dezoito anos de idade
(art. 2o).
Essa definição parece simples, mas possui enorme importância na hora de especificar
os direitos dos beneficiários do Estatuto. De fato, a partir daquela definição, a criança
e o adolescente deixaram de ser um indivíduo “menor”. De acordo com o que está
registrado no art. 3o do ECA, passaram a ser pessoa, detentora de todos os direitos a
ela inerentes.
Frase difícil essa última, não é? Tudo bem, vamos explicá-la. Segundo a legislação válida
atualmente em nosso país, uma pessoa é um indivíduo que tem muitos direitos que são
dela pelo simples fato dela existir. Independentemente de seu sexo, idade, raça,
profissão, formação intelectual, etc.
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Outro poderoso conjunto de direitos são aqueles declarados no art. 227 da Carta
Magna. Esse artigo constitucional se reflete em toda a estrutura do ECA e impõe à
família, à comunidade, à sociedade em geral e ao Poder Público o dever de respeitar
as crianças e os adolescentes com a mais absoluta prioridade, colocando-os a salvo de
qualquer forma de discriminação ou opressão (arts. 4º e 5º do ECA e art. 227 da CF).
Segundo Digiácomo e
Digiácomo (2013, p. 6),
mesmo que o jovem entre
16 e 18 anos de idade se
emancipe, ele não perde sua
condição de adolescente,
nem a proteção do Estatuto.
Proteção esta que se inicia
mesmo antes do nascimento,
envolve o parto, o registro
de nascimento, a proteção
contra troca de bebês nas
maternidades, o aleitamento,
inclusive quando as mães
estão submetidas a medidas
privativas de liberdade, entre
outros.
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assim, relacionamos na figura acima alguns direitos de grande importância prática,
para que você possa ter ideia do quanto essa Lei pode ajudar a sua vida ou mesmo a
vida de algum parente, amigo ou conhecido.
Segundo o art. 103 do ECA, considera-se ato infracional a conduta descrita como
crime ou contravenção penal quando ela é cometida por criança ou por adolescente.
Já dissemos, mas é sempre bom repetir, pois é um dos aspectos principais do nosso
estudo: criança e adolescente não cometem crime.
O adolescente que pratica ato infracional tem direito à política de proteção integral
do Estatuto da Criança e do Adolescente. Parte desse cuidado está no uso correto da
denominação especial que recebe a conduta do adolescente praticada em conflito
com a lei. Ato infracional, e não crime. Medida socioeducativa, e não pena. Privação de
liberdade e internação, e não prisão.
O adolescente só poderá ser privado de sua liberdade, ou ter sua apreensão efetuada,
em caso de flagrante de ato infracional ou com ordem escrita da autoridade policial
competente (art. 230). Quando ocorrer a apreensão do adolescente deve ser
comunicada ao juiz e aos pais ou responsável.
Ele (adolescente) tem o direito de saber qual a autoridade que o aprendeu; de não ser
submetido à identificação compulsória (impressões digitais, fotografias), a menos que
se tenham dúvidas quanto a sua identidade; não pode ser transportado em “camburão”;
tem o direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade judicial; direito de solicitar
a presença dos pais/responsável.
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O adolescente infrator tem também alguns direitos chamados “processuais”: ao
devido processo legal; à igualdade processual; à defesa técnica e à assistência judiciária
gratuita.
Como é apurado um ato infracional do adolescente em conflito com a lei? Pode ser
interessante saber como ocorre esse procedimento, pois, conforme diz SANTOS (2011),
infrator não é uma característica pessoal que torna adolescentes desviantes de outros
“comuns” ou “normais”.
Para esse autor, infração não é uma simples função de adolescente infrator, mas sim
um comportamento praticamente natural da adolescência. Com essa afirmativa, ele
quer dizer que ninguém está livre de ter um amigo, colega de trabalho ou parente
cujo filho adolescente esteja em situação de conflito com a lei. Portanto, conhecer o
procedimento para apuração de ato infracional pode ser uma forma prática e útil de
conhecer o ECA e de ajudar a si mesmo e ao próximo.
Vejamos, então, os principais passos. A intenção não é de tratar detalhes jurídicos, mas
apenas compartilhar informações que possam ser úteis em seu dia a dia, no caso de
necessidade.
De acordo com as Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil,
conhecida como Diretrizes de Riad (1990) o adolescente não poderá ser tratado de
maneira mais rigorosa do que o adulto. Atenção! Muitas ações judiciais são invalidadas
por descumprimento desta regra, que deve ser respeitada ao longo de toda a apuração.
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O processo se inicia com uma fase policial que está detalhada nos artigos 171 a 178
do ECA. Se for um ato infracional leve o adolescente será liberado após a lavratura do
Boletim de Ocorrência, na presença dos pais ou do responsável legal.
Se o MP resolver arquivar, o
processo ainda terá que ir para
o juiz, que pode discordar do
arquivamento e devolver os
autos ao MP, só que agora para
o Procurador-Geral. O MP pode
elaborar a Representação, peça
jurídica que inicia o processo
judicial para a investigação do Figura 4: Lembrete sobre o processo de apuração de ato
infracional
ato infracional.
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A fase judicial é bem detalhada e muito técnica em termos jurídicos. Entretanto, para
os objetivos do nosso curso precisamos saber dos aspectos mais importantes em
termos práticos. Conhecendo-os, fica fácil de saber se foram seguidos e até mesmo de
tirar dúvidas com o Promotor do Ministério Público.
Quando o MP resolve representar, quer dizer que ele faz um documento pedindo
ao juiz para iniciar o processo. Os pais ou responsável legal pelo adolescente serão
informados (notificados), para que possam providenciar sua defesa prévia em três
dias. Essa defesa é optativa, mas é sempre importante, pois mostrará ao juiz o nível de
interesse dos pais pelo assunto.
Caso os pais não sejam encontrados o juiz definirá um curador para o adolescente. Se
o adolescente não for encontrado o juiz suspende o processo e emite um Mandado
de Busca e Apreensão contra ele, que é um documento que autoriza os policiais a
procurarem em casa ou fora dela.
Lembram que ato infracional não é crime e que medida socioeducativa não é pena?
Pois bem, é por isso que o juiz não dá uma sentença determinando uma pena. Ele
prescreve as medidas socioeducativas que podem ser só para o adolescente infrator
ou até mesmo para ele e seus pais ou responsável.
O resultado final pode ainda ser alterado por meio de uma apelação, que deve ser
pedida em um prazo de dez dias.
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1.4 Execução de Medida Socioeducativa
Você já sabe que o adolescente que comete ato infracional se sujeita às seguintes
medidas socioeducativas, todas listadas no art.112 do ECA:
24
Não é preciso conhecer detalhes delas, mas é importante saber que elas são 7 (sete)
e quais são. Porque isso? Para evitar que o adolescente seja obrigado a cumprir uma
medida que não está prevista na lei. Tudo que estiver fora do procedimento padronizado
pode ser contestado pelos pais ou representantes que podem alegar constrangimento
ilegal.
Desde o início do curso temos dito algumas vezes que criança e adolescente não
cometem crimes. Caso elas pratiquem algumas das infrações descritas como crimes
pelo Código Penal, fica caracterizado um ato infracional. Nunca um crime. Sendo assim,
o que seriam crimes no ECA?
Os crimes do ECA estão descritos nos artigos 228 a 244-A e nunca resultam do
comportamento da criança ou do adolescente. São sempre condutas contrárias aos
direitos delas. Normalmente praticadas por adultos que deixaram de cumprir as
determinações do art. 227 da Constituição.
Além dos crimes, o ECA tipifica também as infrações administrativas que estão nos
arts. 245 a 258-B.
Em outras palavras, quem pratica os crimes tipificados no ECA jamais são crianças
ou adolescentes. Pelo contrário, quando se fala em crime ou infração administrativa
há referências a ações praticadas contra os interesses e direitos da criança e do
adolescente.
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Lembra-se das regras sobre a qual falamos nos direitos do adolescente infrator?
Explicamos que a apreensão do adolescente só pode ser feita dentro de certas
condições. Quais eram mesmo? “Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada
da autoridade judiciária competente.”
No caso do art. 241, não haverá crime se a posse deste material tiver por finalidade
comunicar as autoridades e estiver com agente público no exercício da função ou
membro de associação legalmente constituída e que inclua entre as suas finalidades a
repressão a estes crimes.
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1.6 Infrações Administrativas
As infrações administrativas estão definidas nos arts. 245 a 258-B do ECA. Entre elas,
destacam-se a do art. 250, que estabelece que crianças e adolescentes não podem
se hospedar em hotel, motel, pensão ou congênere, salvo quando acompanhados dos
pais ou responsáveis, tiver autorização por escrito ou autorização judicial.
O ECA também prevê que os pais possam ser responsabilizados caso violem os direitos
de seus filhos (art. 129, ECA). Como exemplo, considere a situação em que os pais não
cumpram a obrigação de matricular o filho na escola, ou de acompanhar sua frequência
e aproveitamento escolar.
Desde o início dos nossos estudos você está tendo a oportunidade de confirmar que
o ECA faz uma defesa ampla dos direitos da criança e do adolescente. Trata-se de uma
proteção que não ocorre apenas nos aspectos penais ou administrativos. Veja a seguir
que muitos direitos de natureza cível são também amparados por esse Estatuto.
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e o bebê; a identificação mínima deve incluir identificação plantar e digital do bebê
e digital da mãe; todos os documentos do parto e suas intercorrências devem ficar
arquivados por 18 anos, no mínimo.
Para que não se perca no tempo, o Estatuto da Criança e do Adolescente precisa ser
atualizado sempre que surjam novas situações ou entendimentos que eventualmente
venham a gerar dúvidas sobre a proteção absoluta que deve ser garantida. Essa
atualização pode ser feita diretamente no próprio ECA ou por meio da criação de
outras leis que passam a fazer parte do sistema de proteção.
28
Não é a mãe que tem o direito. O direito ao reconhecimento do estado de filiação é da
criança e do adolescente, portanto a mãe não pode abrir mão desse direito. Ou seja,
uma mãe não pode dizer simplesmente: o filho é meu eu registro e pronto. Será que o
pai sabe da existência daquela criança? Será que ele não tem interesse em reconhecê-
la como filho(a)? E se não tiver esse interesse, ele deverá ser obrigado pela justiça a
reconhecer o estado de filiação.
Sendo assim, nos casos em que a criança não tem a paternidade reconhecida, é
indispensável iniciar um procedimento para investigação de paternidade. A mãe deve
ser orientada a fazê-lo por conta própria, se tiver condições para isso, ou a procurar a
Defensoria Pública para que garanta os direitos de seus filhos.
gg
Assista ao vídeo educativo sobre o ECA produzido pelo Centro
Integrado de Aprendizagem da Rede da Universidade Federal
de Goiás, disponível no link a seguir. Confira!
https://youtu.be/y5r6vThH_XU?list=LL-
IYmprUYL9UoDeotlpDaUQ
29
Resumindo
30
Glossário
Detentora: que tem ou conserva a posse em nome de outro com quem, p.ex., se acha
em relação de dependência e a cujas ordens ou instruções atende.
Oitiva informal: expressão jurídica que significa ouvir fora do processo judicial.
Tipificar: termo jurídico que significa associar a conduta da pessoa a algo que está
descrito na lei como crime.
31
Atividades
aa
1) Considerando seus estudos sobre o ECA, marque a
afirmativa correta.
32
b. ( ) Todos os direitos das crianças e dos adolescentes estão
no ECA, não tendo nada em outras leis.
33
Referências
ONU, Organização das Nações Unidas. Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção
da Delinquência Juvenil (Diretrizes de Riad). Resolução 45/112 de 14 de Dezembro
de 1990. Disponível em: <http://www.sdh.gov.br/assuntos/criancas-e-adolescentes/
pdf/SinasePrincpiosdeRiade.pdf>. Acesso: 10 jul. 2016.
34
UNIDADE 3 | O CONSELHO
TUTELAR
35
1 O Que É e Como Funciona o Conselho Tutelar
De acordo com o art. 131 do ECA, o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo,
não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos
da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Como o membro do Conselho Tutelar não faz parte do Poder Judiciário, nem é policial,
ele pode tender a se aproximar mais das crianças e dos adolescentes com menor risco
de desconfiança. Essa realidade ajuda a alcançar o efetivo respeito aos direitos e
garantias legais e constitucionais.
Essa simples informação é de grande utilidade em nosso dia a dia. Acione o Conselho
Tutelar sempre que testemunhar situações de agressão aos direitos infanto-juvenis.
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Adultos que exploram crianças, por exemplo, mantendo-as nas ruas em situação de
mendicância ou de insinuação à prostituição, devem ser imediatamente denunciados.
O Conselho Tutelar está apto a buscar a efetiva solução desse tipo de problemas,
facilitando a proteção integral prometida pelo art. 1º do ECA.
Você tem dúvidas e não sabe a quem acionar? Não tem problemas. Chame o Conselho
Tutelar que ele tem condições de tomar as providências para investigar a questão.
37
Resumindo
• Foi criado para garantir maior alcance nas políticas de proteção às crianças
e adolescentes.
• Você pode fazer parte do Conselho Tutelar, cujos membros são escolhidos
por meio de processo que é obrigatoriamente democrático.
Glossário
38
Atividades
aa
1) O Conselho Tutelar:
39
b. ( ) Suas ações estão sujeitas ao controle de legalidade e
adequação pelo Poder Judiciário.
40
Referências
41
Gabarito
Unidade 1 B A C A D
Unidade 2 A B A D B
Unidade 3 B C B B B
42