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DRAFT DO MANUAL DE

ESTATÍSTICA/BIOESTATÍSTICA
“O valor dum indicador reside no
valor da acção que provoca”

Por SARMENTO

Professor : ELSARRODOR 2
Capitulo I
Estatística
O seu nome, deriva do facto de ter sido aplicado primeiramente na recolha de dados
que permitiram a administração dos estados, pois com propósitos militares e
outros, o qual constituía a primeira preocupação administrativa dos antigos
impérios. Os governantes necessitavam de conhecer certa informação referente
ao n.º de soldados e riquezas de seus súbditos.

Apalavra “Estatística”, tem hoje em dia dois significados definidos:


- O término estatístico em plural, é sinónimo de dados numéricos, enquanto que a
estatística em singular, é o método utilizado no manejo dos dados anteriores,
querendo dizer:
 Estatística – é o método que se encarrega em colectar, elaborar, apresentar,
analisar e interpretar dados numéricos.

Aplicações da estatística
A estatística tem grande utilidade na planificação e programação de diversas actividades
do nosso dia a dia e é um meio auxiliar nas investigações.

As técnicas da estatística tem cada vez maior aplicação no campo das ciências medicas
de tal modo que já se consideram um instrumento de trabalho indispensável na
investigação, na epidemiologia, na saúde publica e no geral, em todo o
processo relacionado com o conhecimento dos fenómenos da saúde e de
enfermidade (doença) do ser humano.

Estatísticas usadas no campo da saúde


- Estatísticas demográficas – São aquelas que estudam as composições e
principais características da população.

- Estatísticas Vitais – É aquela que estuda o quê vai acontecer na vida do homem,
desde que nasce até que more (nascimentos, óbitos, casamentos, divórcios, etc.).

- Estatística de morbilidade – Estuda as doenças que afectam a população com o


fim de preveni-la e erradica-la.

- Estatística de recurso – Estuda os diferentes meios que dispõe a população para


o melhoramento da saúde.
Serviço: refere-se às acções que contar fim se executam com os recursos
existentes.

- Estatística de vivendas e saneamento – Estuda o meio que vive a população.

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PRINCÍPIOS DE OBSERVAÇÃO E ANÁLISE ESTATÍSTICO

Observação
A observação é um método científico de pesquisa e estudo. Ela consiste em perceber,
ver e não interpretar. Ou seja, a observação é relatada como foi visualizada, sem que as
ideias interpretativas dos observadores sejam tomadas.

Só pode se hipotetizar a situação apresentada após uma descrição minuciosa do


ambiente, e dos objectos de estudo.

Um dos critérios da observação científica é a capacidade do observador de não interferir


no ambiente, sendo completamente excluso dos processos observados.

Há excepções, quando a observação pode ser dirigida, como nas observações


experimentais em laboratório ou observação de cobaias em condicionamento.

Analise
análysis=[aná="de cada um, relativo a um todo"] +
[lysis="liberação duma parte em relação ao todo que a possui"]), lato sensu, vem a ser:

Possíveis Conceitos:
1. Acto ou efeito de analisar; ou
2. Exame de cada parte de um todo, tendo em vista conhecer sua natureza, suas
proporções, suas funções, suas relações, etc.: análise de um mecanismo; análise de
dados referentes a um grupo social; ou
3. Separação ou desagregação das diversas partes constituintes de um todo;
decomposição: análise de uma amostra de minério; análise de um organograma.

Em Estatística podemos ter:


Análise de série temporal, um método que busca compreender o comportamento de
uma série de dados em evolução ao longo de uma dada escala de tempo, permitindo,
inclusive, inferências prospectivas;

Análise de significância, um sub-ramo da análise estatística que avalia da significância


ou não de dados, estimadores ou métodos para fins de obtenção de um cenário
consistente.

Análise de variância, um conjunto de modelos estatísticos e procedimentos associados


que permitem comparar médias estatísticas de amostras e/ou populações, a partir das
observadas variações mensuradas por uma quantidade chamada variância;
Meta-análise, combina os resultados de diversos estudos e abordagens que endereçam
hipóteses de pesquisa variadas;

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MÉTODOS E PROCEDIMENTO ESTATÍSTICOS
O Trabalhador de Saúde publica necessita conhecer a comunidade em que actua e
avalia os programas desenvolvidos pelos organismos que dirige com o objectivo de
corrigir certas anomalias e medir a eficiência de tais programas, a sua experiência nos
diferentes serviços de Saúde, lhe fizeram ver como se empreendem acções sem
sistematizar os objectivos, nem avaliar os resultados com poupança de dinheiro e
esforços.
Se uma parte do conhecimento humano foi adquirido pelo homem, seja por acaso ou
por outros procedimentos, o grande avanço da ciência é o resultado de um plano e não
do acaso:

Neste contexto existem dois métodos mais usados que são:


- Método cientifico
- Método estatístico

Método cientifico
É a cadeia de passos ou acções, baseadas num aparelho conceptual determinado e em
regras que permitam avançar no processo do conhecimento do conhecido ao
desconhecido.

Etapas do método cientifico


- observação
- hipótese
- verificação da hipótese
- resolução sobre a hipótese.

Observação – consiste em observar um facto determinado, que deve se realizar em


forma metódica para ser completa, objectiva e em tudo no possível, exacto.

Hipótese – quer dizer, a enunciação de uma explicação possível dos factos observados
de acordo com o melhor conhecimento científico.

Verificação da hipótese – para ele se requerer: 1º deduzir da hipótese consequências


que possam ser detectáveis pela observação e 2º recolher sistematicamente novas
observações e submete-las a análises estatísticos, com o fim de investigar a realidade
ou a inexistência das consequências da hipótese. Se as observações são provocadas,
fala-se de método experimental.

Resolução da hipótese – esta pode consistir na sua aceitação, modificação ou


retirada. A conclusão geral que se formula ao término da investigação é o resultado de
uma indução. Pelo método indutivo chega-se a afirmar sobre a base de uma
probabilidade, depois de observar que um facto acontece de um modo determinado
num certo numero de coisas, que de igual maneira acontecerá em todas as coisas da
mesma espécie, através do tempo e do espaço.

Método estatístico
É um poderoso instrumento ou procedimento de trabalho do método científico em
numerosas ciências e para nossa ciência em particular.

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A observação cientifica deve encher uma serie de requisitos ao igual que a verificação,
que exige uma particular rigorosidade toda vez que devemos demostrar o que
propusemos como hipótese. Isto somente se consegue com uma correcta planificação
do trabalho e uma metodologia ordenada, que inclua desde os objectivos que nos
propomos, até a conclusão final a que cheguemos.

Etapas do método estatístico


- Planificação
- Recolecção da informação
- Elaboração da informação
- Analises e conclusão

Planificação
- Natureza e importância do problema a estudar
- Conhecimentos actuais sobre o problema
- Determinação dos objectivos do estudo
- Determinação do universo a estudar
- Dados necessários
- Formas de obter dados
- Desenho de formulários
- Definição de términos usados no estudo
- Metodologia a usar no estudo
- Recursos necessários
- Formas de elaborar dados
- Tempo de estudo

Elaboração de informação
- Revisão
- Codificação
- Classificação
- Desenvolvimento

Procedimento a seguir numa investigação estatística


As fases de que compõem uma investigação estatística são as seguintes:
1. Elaboração do plano geral
2. Formulação das perguntas e redacção do questionário
3. Selecção da amostra
4. Uso de métodos para a recolha da informação
5. Critica dos modelos
6. Preparação de quadros e gráficos
7. Analise e interpretação

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Capitulo II
População e Amostra

População ou universo
- É a totalidade de indivíduos ou elementos nos quais podem se apresentar
determinadas características a estudar.

Amostra
- É uma parte ou grupo do universo, conjunto de elementos da população que tenha
sido obtida de tal forma que as suas características possam ser generalizadas a um
universo donde provêm.

Vantagens e desvantagens de uma amostra


Vantagens
- Poupa tempo, dinheiro e trabalho
- Permite maior confiança no estudo
- Permite ter maior confiabilidade numa população numerosa

Desvantagens
- Erro de amostragem
- Erro do investigador
- Erro do entrevistador
- Erro do método de observação

Condições de uma boa Amostra


As condições que uma boa amostra deve ter para que seja “boa”, quer dizer para que
possa render uma informação útil acerca do seu universo, são duas:
- Quantidade;
- Qualidade.

Amostras representativas
- São aquelas que são certas, isto quer dizer que representa todo o universo e que se
assemelham às amostras probabilisticas.

Amostras seleccionadas
- São aquelas que não dizem o certo ou seja não representa todo o seu universo, já
que se assemelham as amostras não probabilisticas.

Classe ou tipos de amostras


- Amostras probabilisticas
- Amostras não probabilisticas

Amostras probabilisticas
- São aquelas em que todos os seus elementos têm a mesma oportunidade ou
probabilidade de ser escolhido e infere ao universo.

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Amostras não probabilisticas
- São aquelas em que seus elementos são escolhidos a conveniência, pela opinião de
um indivíduo ou especialista e não podem inferir ao universo.

Tipos de amostras probabilisticas


Amostra aleatória – Confere-se um número a cada elemento e depois se selecciona
de forma aleatória a amostra desejada.

Amostra Sistemática – Este procedimento é equivalente ao anterior, partindo de uma


lista escolhemos aleatoriamente um numero de 1 a 10 e este será o primeiro elemento
seleccionado, o qual indicará que cada essa quantidade deverá escolher-se um
elemento. Utiliza-se em arquivo e registo.

Amostra estratificada – A população é dividida em sectores ou partes, e dando a


cada uma dessas partes uma proporção da amostra. Logo se escolhe aleatoriamente
ditos elementos.

Amostra por conglomerado – Utiliza-se quando existe uma lista dos indivíduos ou
elementos do universo e se escolhem grupos de elementos aleatoriamente.

Amostra multiepatica – É quando se usa a combinação de dois ou mais tipos de


amostra para escolher ditos elementos.

Capitulo III
Variáveis (escalas) de classificação
É o critério que mediante o qual são classificadas as pessoas estudadas. Um grupo de
pessoas pode ser classificado de muitas maneiras diferentes, segundo a finalidade que
se persiga. De acordo com o sexo, raça, idade, etc. As Variáveis de classificação podem
ser qualitativas e quantitativas.

Qualitativas – Permitem distribuir os indivíduos de acordo com certas características


que lhe são comuns e por meio dos quais podem distinguir-se de outros indivíduos que
não as possuem. Ao classificarmos os indivíduos em grupo de pessoas por sexo, raça,
estado civil, etc., está a se usar uma Variável qualitativa.

As Variáveis qualitativas podem ser:


- Nominal – São aquelas unidades de observação onde se investigou uma
característica ou atributo e se relaciona numa lista (não obedecem uma ordem).
Ex:
Altas Hospitalares

Hospitais Altas
HCMaputo 96
HCBeira 80
HCNampula 38
Total 214

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- Ordinal – São aquelas unidades de observação que se investigam segundo o
seu tamanho e importância (obedecem uma ordem).
Ex:
Distribuição de 100 doentes segundo seu estado

Estado N.º de Doentes


Leves 35
Moderados 40
Graves 25
Total 100

Quantitativas – são mais precisas, porque ademais de permitir a diferenciação


entre um indivíduo e outros mostram quanto grandes são as diferenças observadas;
a determinação do peso, estatura, idade, faz-se mediante o uso de Variáveis
quantitativas.

As Variáveis quantitativas podem ser:


- Continuas – Denomina-se assim quando qualquer valor intermédio entre dois
íntegros é possível. A idade de uma pessoa por exemplo, pode ser 40 anos e 10
meses e ainda poderia expressar-se como 40 anos, 10 meses, 5 horas, 15 minutos,
etc.

39 40 41

40 anos 40 anos
10 meses 11 meses
(Roberto) (Pedro)

- Descontínuas ou Discretas – Chamam-se assim quando só admite valores de


números inteiros, quer dizer, não admitem valores intermédios entre dois íntegros,
por exemplo, as famílias classificadas segundo o número de filhos ou os alunos pelo
número de dentes com cárie que tenham.

Capitulo IV
Descrição de dados amostrais
Organização dos dados

Necessidade e importância de apresentação da informação


- É necessário apresentar os dados estatísticos para o seu maior e fácil entendimento.
- É necessário o cabal conhecimento dos princípios fundamentais para a construção de
tabelas e gráficos estatísticos.

Métodos de apresentação da informação


- Apresentação escrita;
- Apresentação semi tabular;
- Apresentação tabular;

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- Apresentação gráfica.

Apresentação tabular
- Denomina-se tabela estatística a forma de apresentar os dados em filas e colunas,
com as correspondentes especificações acerca dos mesmos. É a forma mais
adequada de apresentar a informação numérica quando o seu volume o requer.
Ex:
Grupo de idades População total
-1 ano 161.169
1-4 anos 587.688
5-14 anos 2.149.662
15+ 6.415.595
Total 9.814.114
Fonte: INE- Moçambique

Tabela
- É um quadro que contem filas e colunas

Utilidade da tabela
- Serve para apresentar informações numéricas quando o seu volume o requer.

Partes da tabela
- Titulo: todo o quadro deve levar um título, o qual deve reunir os seguintes
requisitos:
 O quê? o quê se estuda? Ou seja qual é o universo que se investiga.
 Como? Como se estuda? De acordo com que tipo de características se
classificam os indivíduos estudados.
 Onde? Aonde? Ou a que lugar se referem os dados.
 Quando? A quê época refere-se o estudo.
- Quadro propriamente dito: é o corpo da tabela, que consta de um conjunto de
casinhas dispostas em colunas e em filas.

cabeçalho Coluna matriz Colunas auxiliares

//////

Quadro corpo casinha


Propriamente
Dito
 Coluna Matriz – é destinada a assentar as diferentes classes da variável de
classificação utilizada
 Colunas auxiliares – indicam a quê se referem os dados que vão na casinha
 Casinha – espaço destinado para um só acento numérico.

- Fontes e notas explicativas: A fonte indica-nos a origem ou procedência dos


dados. As notas explicativas em ocasiões são necessárias para evitar dúvidas sobre
o conteúdo do quadro, podem ir na parte superior ou inferior, preferivelmente nesta
última, podem-se indicar com um número ou letra.

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Tipos de Tabelas
 Tabela de Distribuição de Frequências.
 Tabela de Dados de Associação.
 Tabela de Series Cronológicas.

Tabela de Distribuição de Frequências


Neste tipo de tabelas, classifica-se os indivíduos (fenómenos) de acordo com uma
variável de classificação utilizada, podendo ser qualitativa ou quantitativa.

Distribuição de 100 alunos do curso de


Instrumentação segundo sexo, ICSB – 2003
Sexo N.º de alunos
Masculino 45
Feminino 55
Total 100

Tabela de Dados de Associação


Neste tipo de tabelas, classifica-se os indivíduos (fenómenos) de acordo com duas
variáveis de classificação utilizadas, podendo ser uma qualitativa e outra quantitativa e
ambas qualitativas ou quantitativas.

Crianças vacinadas segundo grupo etário,


Distrito de Cheringoma – Fevereiro 2003
Grupo Etário
Vacinas 0-11 12 meses Total
meses e mais
BCG 126 41 167
DPT/Hep.B 1ª 153 37 190
DPT/Hep.B 3ª 162 52 241
Sarampo 160 87 247
Total 601 217 818

Tabela de Series Cronológicas


Neste tipo de tabelas a escala de classificação é o tempo, que mostra como varia o
fenómeno em relação a este.

Como o objectivo é de mostrar a variação de um fenómeno de uma época a outra,


omite-se os totais e logicamente ao não existir estes, será impossível o calculo da
respectiva coluna de percentagens. Ademais, recomenda-se acompanhar os números
absolutos de suas respectivas taxas, com os quais facilitará a comparação de dados.

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Óbitos por acidentes, país X.
1978 – 1982
Taxa X
Número de 100.000
Anos óbitos habitantes
1978 2.872 43,3
1979 3.255 47,3
1980 3.390 47,6
1981 3.217 43,7
1982 3.223 42,4

Apresentação gráfica da informação


Gráfico estatístico
- É o método apropriado para a apresentação diagramática de dados tabulares e que
têm por finalidade principal mostrar, mediante a utilização de figuras (linhas e área e
volumes), as variações das intensidades de um ou mais fenómenos mediante as
variações de outros fenómenos.

O gráfico é talvez a forma de apresentação mais clara, porque evidencia


visivelmente um facto sobre o qual é necessário tomar uma decisão.

Necessidade e utilidade de apresentação gráfica da informação


- É um meio auxiliar de apresentação tabular.
- Permite apreciar mais rapidamente os dados e abarca o seu conjunto.

Partes de um gráfico
- Titulo;
- Gráfico propriamente dito
- Notas explicativas;
- A legenda;
- Fontes de informação.

Tipos de gráficos
Gráfico linear - usa-se para apresentar a serie cronológica (dados em relação ao
tempo. Tem como variável o tempo.

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Gráfico de barras ou colunas simples - Utiliza-se para distribuições de frequências
em variáveis qualitativas e quantitativas discretas, assim também para series
cronológicas quando os dados são poucos. Este gráfico apresenta o fenómeno através
de rectângulos ou barras.

Gráfico de barras ou colunas duplas ou múltiplas - Usa-se dados de associação


em variáveis qualitativas e quando se quer comparar duas distribuições de frequências
em relação ao tempo

Gráfico de barras ou colunas compostas - utiliza-se para distribuições de


frequências de variáveis qualitativas e a sua apresentação é mediante um sou triângulo.

Gráfico circular ou de sectores - Este gráfico é um dos mais utilizados


frequentemente, utiliza-se com fins comparativos, quando se quer mostrar os diversos
componentes duma serie.

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Nele, podem representar-se números absolutos ou percentagens. Como o círculo tem
360°, a maneira mais fácil de o elaborar é expressar os dados que se estudam em
forma de percentagens, pois em tal caso, cada 1% corresponde a 3,6° do círculo.

Histograma - O fenómeno que se estuda fica representado através de rectângulo, a


diferença do gráfico de barras, estas vão estar unidas e sempre de forma verticais.
Utiliza-se para distribuições de frequências de variáveis quantitativas contínuas. (Peso,
idade, estatura).
- Histograma regular – As colunas ou barras tem a mesma dimensão no que diz
respeito a largura.
- Histograma irregular – As colunas ou barras tem a mesma dimensão no que diz
respeito a largura.

Outros gráficos
- Polígono
- Gráfico de controle (Organigrama) – Usa-se para questões organizacionais.
- Pictograma – São gráficos vistosos porem pouco precisos do ponto de vista do
rigor estatístico
- Cartograma – Utiliza-se cartas ou mapas geográficas nos quais as frequências são
assinaladas nos locais em que se verificam.

Capitulo V
Distribuição de frequências

Intervalo de Classe
Quando o atributo é contínuo, a cada grupo (classe), compreendem valores dentro de
certos limites, que se denominam intervalo de classe.
Ex: 15 – 20; 15 – 20 e 15 – 20.

a) Limites reais de classe


- Se as Alturas são tomadas com arredondamento para gramas, o intervalo de classe
15 – 20 inclui teoricamente, todas as medidas compreendidas entre 14,50 …. Até
20,50 cm. Esses números indicados, são os limites reais ou os limites verdadeiros da
classe; o menor n.º 14,5 é o limite inferior real e o maior 20,5 é o limite superior
real da classe.

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- Na prática, os limites reais de classe são obtidos adicionando-se o limite superior de
um intervalo de classe ao inferior da classe seguinte e dividindo-se a soma por 2.

As vezes utilizam-se os limites reais para simbolizar a classe.


Classe Calculo Limite real
15 – 20 (20+21)/2=20,5 20,5 – 25,5
21 – 25

Outra forma para calcular o limite real, é achando o grau de precisão (GP)
GP = (21-20)/2 = ½ = 0,5
Este valor obtido de 0,5, subtrai-se ao limite inferior e adiciona-se ao limite superior.

Amplitude do intervalo de classe


- A amplitude do intervalo de uma classe é a diferença entre os limites reais superior e
inferior dessa classe e é referida, também, a amplitude, o tamanho ou o
cumprimento da classe.
Ex: 14,5 – 20,5 20,5-14,5=6

*Aconselha-se que o numero de uma distribuição não seja maior que 20 e nem menor
que 5.

*Um intervalo de classe que ao menos teoricamente não tenha nem limite de classe
inferior, nem superior, denomina-se intervalo de classe aberto.
Ex: 15 – 20
21 e +

Ponto médio de uma classe


- É o ponto intermediário da classe e é obtido adicionando-se o limite inferior ao
superior e dividindo-se a soma por 2. Assim, o ponto médio do intervalo 15 – 20 é
(15+20)/2=17,5

Distribuição de frequências
- É quando se agrupam os indivíduos de acordo com uma única escala de classificação

No estudo da distribuição de frequência, costuma-se fazer uma distribuição entre a


distribuição numérica e categórica.

Diz-se que uma distribuição é numérica se os dados estão agrupados de acordo


com seu tamanho numérico (distribuição quantitativa).

Ex: Distribuição de frequência qualitativa

Altas hospitalares
Unidades Sanitárias N.º de
alunos
CS. Ponta Geia 80
CS. Munhava 96

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CS. Manga 30
TOTAL 214

Uma distribuição é categórica se os dados se dividem em categorias, de acordo com


algum tipo de descrição qualitativa (distribuição qualitativa)
Ex: Distribuição de frequência quantitativa

Idades dos alunos do 1º ano do


curso de SMI-Inicial, ICSB-2003
Idades em anos N.º de alunos
20 anos 3
21 anos 8
22 anos 15
23 anos 4
24 anos 3
TOTAL 40

Podemos distribuir os dados em series simples e agrupadas.


a) Dados em series simples
- É quando anotamos todas e cada uma das variáveis que se vão estudar:
Ex: o peso de cinco alunos: 11, 15, 10, 18 e 21

b) Dados em series agrupadas


- É quando agrupamos as variáveis porque o volume de dados é muito numeroso.
Estas series, podem ser distribuições de frequências e series de classe e
frequências.

I) Distribuições de frequências
- Para formar uma distribuição de frequência, calcula-se a amplitude total ou range
(R):

R=Vmax-Vmin
Onde:
R = amplitude ou Range; Vmax = valor máximo; Vmin = valor mínimo

*Se o valor obtido é menor que 15, é uma distribuição de frequência, sou nos resta
ordená-la em ordem ascendente ou descendente, e tabular os dados. Por ex: 7,6, 3, 12,
4, 3, 12, 7, 10, 9, 5, 11, 9, 11, 11, 4, 10, 2, 4, 9, 5, 7, 5, 2, 9, 6, 6
Vmax = 12; Vmin = 2 R = 12 - 2 = 10

Idades em anos Frequência


2 anos 2
3 anos 2
4 anos 3
5 anos 3
6 anos 3
7 anos 3
9 anos 4
10 anos 2

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11 anos 3
12 anos 2
TOTAL 27
II) Séries de classe e frequências
Não existe uma fórmula exacta para determinar o número de classes a se formar, mas a
continuação lhe daremos três fórmulas possíveis:

a) K = pode-se obter atribuindo o nº de classes que deseja formar


b) K = 5 se N ≤ 25; K = √N, para N > 25 (N = tamanho da amostra)
c) K = 1+3,22 log N (N = tamanho da amostra)

Regras gerais para formar classe


- Determinar o range ou amplitude total
- Dividir o range ou amplitude total pelo numero de classes
- Determinar o número de observações que caem dentro de cada intervalo de classe,
quer dizer, achar as frequências de cada classe.

A fórmula é:
h = R/K
(Aproximar h para maior inteiro)

Onde: h = Amplitude de cada classe a formar


R = Amplitude total ou range
K = nº de classe

Ex: a continuação estão registados pesos de 40 estudantes; constituem uma distribuição


de frequência.
138; 146; 150; 132; 144; 125; 149; 157; 146; 158; 140; 147; 136; 148; 152; 144; 168;
126; 138; 176; 163; 119; 154; 165; 146; 173; 142; 147; 135; 153; 140; 135; 161; 145;
135; 142; 150; 156; 145; 128

Tomando a formula em a) teremos:


Determinar a amplitude
Vmax= 176; Vmin=119; R= 176 – 119 = 57

Dividir a amplitude total pelo n.º de classes que desejam formar


h = R/K
h = 57/7 = 8,1 ≈ 9

Determinar o número de observações

Os dados são agrupados em classes


Peso Frequência
118 – 126 3
127 – 135 5
136 – 144 9
145 – 153 12
154 – 162 5
163 – 171 4

Professor : ELSARRODOR 17
172 – 180 2
TOTAL 40
Capitulo VI
Elementos de Estatística de saúde

Considerações gerais
Em estudos demográficos, epidemiologicos e para planeamento de um programa em
saúde pública, há necessidade de se conhecer a população alvo; para tal, lança-se mão
de dados obtidos em levantamentos periódicos ou ocasionais.

Recenseamento ou censo – É um processo de colecta, compilação, avaliação, analise


e publicação de dados demográficos, económicos e sociais, pertencentes, em uma
determinada época ou épocas a todas as pessoas de um país ou território limitado.

Estimativa – Como se viu, o censo é uma operação de alto custo e que ocorre a cada
dez anos dependendo por vezes do período estabelecido em cada país. Entretanto, em
anos anteriores ou posteriores (intermediários) ao censo, há necessidade de se
conhecer o total de habitantes de uma determinada área, para qualquer planeamento
ou avaliação de programa de saúde pública ou cálculo de coeficientes

Métodos para estimativas


- Método de incremente anual
- Método de progressão geométrica
- Outros métodos (logística, componentes)

Método do incremento natural


- Aplicável somente em áreas onde os registos de nascimentos e de óbitos são
confiáveis e também onde se disponha de dados fidedignos sobre movimentos
migratórios
Px = Po + {(N - O) + (I – E)}
Onde: Px = população que se quer conhecer
Po = população do ultimo recenseamento (ou estimativa intercensitaria)
N = total de nascimentos do mesmo período
O = total de óbitos do mesmo período
I = total de imigrantes do período considerado
E = total de emigrantes do mesmo período
Ex: P98 = 1.340.530; N = 4.000; O = 378; I = 120; E = 87
P99 = 1.340.530 + (4.000 – 378) + (120 – 87)
P99 = 1.340.530 + 3.622 + 33
P99 = 1.340.530 + 3.655
P99 = 1.344.185
R: A população de 1999 será de 1.344.185 habitantes, querendo dizer que um aumento
em cerca de 3.655 habitantes.

Registos de factos vitais


- Podem ser definidos como aqueles que se referem a tudo o que acontece a uma
pessoa desde que nasce até a morte (nascimentos vivos, nascimentos mortos,

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óbitos, casamentos, divórcios, adopções, legitimações, reconhecimento, anulações,
separações, etc.).
Nascidos vivos
- É a expulsão ou extracção completa do corpo da mãe, independentemente da
duração da gestação de um produto de concepção que, depois dessa separação,
respire ou manifesta outro qualquer sinal de vida, tais como batimento cardíaco,
pulsação do cordão umbilical ou contracção efectiva de algum músculo de
contracção voluntária, haja ou não sido cortado o cordão umbilical e esteja ou não
desprendida a placenta.

Nascido morto (perda fetal)


- É a morte do produto da concepção antes da expulsão ou extracção completa do
corpo da mãe, independentemente da duração da gestação; inexistência depois da
expulsão de um sinal de vida.
Perda fetal precoce – até 19 semanas
Perda fetal intermédia – de 20 a 27 semanas
Perda fetal tardia – de 28 semanas e mais

Óbito
- Morte, é o desaparecimento permanente de todo o sinal de vida em um momento
qualquer depois do nascimento vivo ou desaparecimento dos sinais vitais sem
possibilidade de ressuscitar.

Fontes de dados de Morbilidade


- As estatísticas de morbilidade são importantes uma vez que, permitem determinar a
incidência e prevalência de doenças, invalidez e traumatismos em uma população,
constituindo-se em valiosa fonte de informação para o estudo de numerosos
problemas:

1. Notificação obrigatória de doenças


- Consiste na declaração obrigatória de todos os casos conhecidos de determinadas
doenças, que vão sendo registados em órgãos oficiais de saúde. Este sistema de
registo é necessário porque possibilita, a qualquer momento, obter informações a
respeito, ou porque as doenças são extremamente graves ou porque representam
problemas de saúde pública. Um bom registo aliado à rapidez com que as
autoridades sanitárias tomam conhecimento dos casos podem impedir que a doença
se alastre.

Todos os países têm uma lista de doenças notificáveis. A nível nacional, temos os BES –
Boletins Epidemiológicos Semanais que contemplam as seguintes doenças: Sarampo
(055), Tétano (037), Tosse Convulsa (033), Paralisia flácida aguda (045), Malária (084),
Raiva (071), Diarreia (009), Cólera (001), Peste (020), Disenteria (009.2), Meningite
(036)

2. Estatísticas hospitalares
- Embora apresentem a restrição de serem selectivas e especiais (selectiva, porque
somente fornecem informações a respeito das doenças que exigiram hospitalização;
e parciais porque mesmo as pessoas portadoras de doenças que exigiram

Professor : ELSARRODOR 19
hospitalização podem, por varias razoes, não ter sido hospitalizadas), constituem-se
em uma das poucas fontes com que se pode contar, por terem o registro sistemático
de doenças. É preciso deixar claro, entretanto que as estatísticas hospitalares não
apresentam a morbilidade global de uma comunidade.
População
Sadios Doentes
Não vistos Vistos por medico
Não procuraram Procuram hospital
hospital
Ambulatório Hospitalização
3. Registros de óbitos
- Embora tenham como finalidade principal o estudo mortalidade, os atestados de óbitos
podem se constituir em importante fonte de dados de morbilidade de uma área

Classificação Internacional de Enfermidades (doenças)

Propósitos gerais da CIE


- Facilita a dedução de princípios gerais através do agrupamento de enfermidades
com grande afinidade.
- Classificar as enfermidades segundo o objectivo da pessoa que vai utilizar a
classificação

*Cada enfermidade codificada leva uma numeração específica


* Em todos os países utiliza-se o mesmo código

Usos e importância da Classificação Internacional de Enfermidades (CIE)


- Utiliza-se para confeccionar os índices de diagnósticos nos hospitais, com o qual
podem-se obter grupos de patologias (enfermidades) para estudos de investigação.
- Avaliar os avanços logrados nos serviços que se prestam na atenção médica.
- Obter estatísticas de mortalidade e morbilidade a diferentes níveis.

Classificação
- É ordenar por classes atendendo a categorias

Nomenclatura
- É formar listas ou catálogos que respondam a uma classificação.
Estes dois conceitos, nomenclatura e classificação, estão estreitamente relacionados e
poderíamos dizer que a classificação é o geral e a nomenclatura é o particular.
EX: Técnicos; Enfermeiros = Classificação
Nomenclatura
Técnico: RX; Laboratório; Instrumentação
Enfermeiro/a: Obstétrico; pediátrico; SMI

Ex: Classificação
I Enfermidades Infecciosas e parasitarias
Nomenclatura
001 – Cólera
001.9 – Sem especificação

Professor : ELSARRODOR 20
002 – Febre tifoideia
003 – Outras infecções

Ex: Classificação
Sífilis e Outras Enfermidades Venéreas
Nomenclatura
090 – Sífilis congénita
091 – Sífilis precoce sintomática
092 – Sífilis precoce lenta

Capitulo VII
Tipos de Analises Estatísticas
- De acordo com o seu propósito, os estudos se classificam em descritivos e
comparativos ou inferências.

Estudos Descritivos
- Os estudos descritivos interessam sobre tudo, resumir adequadamente a informação
e ao mesmo tempo destacar as características importantes do grupo que se estuda.
Interessa saber se há diferenças entre dois ou mais grupos que se estudam e se tais
diferenças existem, achar razoes que possam as explicar. Neste tipo de estudo faz-
se uma descrição de todas as propriedades do problema.

Ex: se estudamos a mortalidade, descreve-se por sexo, causa, idade, sistema sócio-
económico, região, nível de saúde.
É dizer, faz-se uma análise de todos os factos que possam alterar dita mortalidade.

Estudos comparativos ou inferências


- Este estudo vai encaminhado as propriedades essenciais do problema, quer dizer, as
fundamentais, as que o determinam e sobre a base deles se compara. Este estudo
tem como finalidade verificar se existem diferenças entre dois ou mais grupos que se
estudam e tratar de determinar as causas capazes de às explicar.

Factores que determinam o tipo de analise estatístico


- A análise de todo o tipo de estudo descritivo para decidir o uso de uma mediana ou
uma taxa, é preciso tomar em conta os seguintes factores:
 Ver se a variável é qualitativa ou quantitativa.
 Ver o nº de variáveis a descrever.

A análise de distribuição de frequências na escala qualitativa faz-se mediante


frequências relativas. Dentro da denominação geral de frequências relativas inclui-se um
conjunto de términos (Razoes, Proporções, Índices, percentagens e Taxas).
A importância das frequências relativas radica em que graças a elas podem-se por mais
facilmente presente as relações que existem entre dois ou mais nº de dados que se
estudam e facilita a comparação dos diversos resultados.

Professor : ELSARRODOR 21
Indicador
É um tipo de informação que toma a forma duma razão, duma proporção ou duma taxa.
Por outras palavras são variáveis que ajudam a medir directa ou indirectamente as
modificações na situação sanitária e a avaliar até que ponto os objectivos e as metas de
um programa estão a ser atingidos. Um indicador permite fazer comparações e medir
mudanças dum certo fenómeno num certo período de tempo.

Antes de falarmos dos indicadores relativos aos programas de Saúde, pensamos útil e
necessário esclarecer os conceitos de grupo alvo, meta e realizado.

Grupo Alvo - É uma parte duma população que necessita dum certo tipo de cuidado.

Principais Grupos Alvos


- Crianças de 0-11 meses.
- Crianças de 0-4 anos
- Mulheres gravidas
- Mulheres que dão luz (partos institucionais).
- Mulheres em idade fértil.

Para estimar, em diferentes áreas do país quantas pessoas fazem parte de cada grupo-
alvo é necessário conhecer qual é a população total e a percentagem representada por
cada grupo alvo.

Em Moçambique, com base no recenseamento de 1997 os grupos alvos acima alistados


representam as seguintes percentagens da população total:

 Crianças de 0-11 meses (para a componente BCG e consultas preventivas) = 4%


 Crianças de 0-11 meses (para VAS, DTP/ HB) = 3,7%
 Crianças de 0-4 anos (componentes consultas preventivas 0-4 anos) = 17.1%
 Mulheres gravidas (partos previstos) = 5%
 Mulheres que dão luz (partos institucionais e consultas post-parto) = 4,5%.
 Mulheres em idade fértil de 15 a 49 anos (para componente planeamento
familiar) = 24.9%.

Meta - é o número de indivíduos, dentro de cada grupo alvo aos quais foi programado
dar assistência durante um certo período.

Não sendo possível assistir na totalidade os indivíduos que constituem cada grupo alvo,
é útil fixar metas porque assim resultam claro para os diferentes níveis qual é o volume
de trabalho a realizar durante um certo período numa certa área de Saúde:

As metas são fixados com base nas actividades realizadas nos anos precedentes, nas
mudanças na disponibilidade de recursos e na capacidade prevista de organizar os
serviços de Saúde e de mobilizar a população.

As metas podem ser expressas em percentagem ou números absolutos.

Professor : ELSARRODOR 22
Actividade realizada (ou o realizado) - corresponde ao número de indivíduos que,
dentro de cada grupo alvo, foram de facto vacinados ou assistidos pela primeira vez.

Características de alguns índices ou indicadores

Razão
- É um cociente que expressa a relação em tamanho, de um número com respeito ao
outro e se aceita que o indicador (numerador) e o denominador refiram-se a factos
diferentes; desta maneira relaciona-se o nº de indivíduos de uma categoria com o nº
de indivíduos de outra categoria.

R = a/b
Onde: R= Razão; a=Um facto qualquer diferente de b; b= Um facto qualquer
diferente de a.
Ex: supomos que temos uma determinada população composta por 400 indivíduos, que
se dividem em 100 homens e 300 mulheres; a razão de masculinidade será:
R=300/100=3 Querendo dizer, por cada homem há 3 mulheres na população estudada.

*Quando a razão resulta menor a unidade, pode-se multiplicar por 100 ou


1000, etc., para evitar a fracção decimal.
Ex: A razão dos rapazes com respeito as raparigas será:
36.700/39.423 = 0,93 multiplicando por 100 = 0,93 X 100 = 93
Por cada 100 mulheres há 93 homens. Sempre deve-se aclarar a base com que se fez o
cálculo.

Proporção
- Chamamos proporção a relação que existe entre o número de casos observados
num grupo particular de indivíduos com uma característica com respeito ao total de
indivíduos que possuem a característica.

P = a/(a +b)
Onde: P=Proporção; a=nº de unidade que possui o atributo a; b=nº de unidade que
possui o atributo b; a+b=N=total da população.
N=37.152 total de nados vivos
a=19.189 nados vivos sexo masculino
b=17.963 nados vivos sexo feminino

A proporção de nados vivos que possuem o atributo “a”, que designaremos por “p”
será: P = 19.189/37.152 = 0,52

Percentagem
- É uma proporção multiplicada 100. Sua fórmula geral será:

P= a X 100
(a +b)

Professor : ELSARRODOR 23
Taxa
- É a relação que sucede um facto vital sobre a população que deu origem a estes
factos ou população exposta ao risco e multiplica-se por uma constante de 10n.

Taxa = nº de vezes que ocorreu determinado fenómeno x 10n


População na qual ocorreu o fenómeno

As taxas medem a força e intensidade dos fenómenos.


*Em toda taxa, deve-se indicar claramente qual é a região a que se refere, o
período de tempo que compreende e o factor (100, 1000, etc.), pelo que se
multiplica a taxa.

Taxas gerais
- São aquelas que se calculam com respeito a população total sem atender a
nenhuma característica particular e medem em termos de probabilidade, o risco de
que o facto considerado ocorra na população total.

Taxa de Natalidade Geral


Ex: TNG = Total de Nascidos Vivos x 1000
População total

Taxa de Mortalidade Geral


TMG = Total de Óbitos x 1000
População total

Taxas Especificas
- Estas taxas definem-se em função de uma ou mais características da população
(sexo, idade, ocupação, ordem de nascimento, estado civil, etc.)

Taxa de Mortalidade Infantil


Ex: TMI = Total de Óbitos –1 ano x 1000
Total de nascidos vivos

Taxa de Mortalidade Materna


TMM = Total de Óbitos por gravidez, parto e puerperio x 1000
Total de nascido vivos

Taxa de Mortalidade - Expressa o risco de morrer


Taxa de Morbilidade – Expressa o risco de adquirir determinada doença
Taxa de Natalidade – Expressa o crescimento da população
Taxa de Letalidade – Expressa quão grandes são as doenças

Indicadores e a tomada de decisão


- Como já vimos, recolhemos dados sobre problemas de saúde, actividades e recursos
dos serviços de saúde. Estes diferentes tipos de dados produzem informações
(indicadores) indispensáveis para o ciclo de programação, gestão, e avaliação.

Professor : ELSARRODOR 24
Importância dos indicadores
- Os indicadores têm como importância a prevenção, gestão e controle dos problemas
de saúde da população.

Classificação dos indicadores de Saúde


- Indicadores sobre o estado de saúde
- Indicadores sobre recursos
- Indicadores sobre actividade
- Indicadores sobre qualidade
- Indicadores sobre eficiência
- Indicadores sobre eficácia

Indicadores sobre o estado de saúde


- Informam sobre as causas de doença e de óbito numa população
 Taxa de incidência de uma doença (diarreia, sarampo, etc.)
 Taxa de mortalidade intrahospitalar
 Taxa de mortalidade materna intrahospitalar
 Taxa de baixo peso a nascença na maternidade
 Taxa de mau crescimento

Indicadores sobre recursos


- Informam sobre a disponibilidade de materiais consumiveis, equipamentos, unidades
sanitárias, pessoal e dinheiro.
 Valor de medicamentos gastos por consulta externa
 Nº de camas por1000 habitantes
 Nº de enfermeiros por 1000 habitantes
 % de unidades sanitárias com meio de transporte

Indicadores sobre actividade


- Informa sobre o volume do trabalho realizado
 Taxa de cobertura de um programa (Parto, BCG, etc.)
 Índice de cumprimento dum plano (vacinação contra Sarampo 9-11meses)
 A utilização dos serviços (Taxa de internamento/1000 hab.)

Indicadores sobre qualidade


- Informa sobre a qualidade com que as actividades são realizadas
 Frequência de atendimento nas consultas pré-natais
 Quebra vacinal das vacinas tríplices (DPT1/DPT3 e DPT1/VAS)

Indicadores sobre eficiência


- Dizem respeito ao volume de actividades realizadas através dum certo recurso e,
portanto revelam que recursos são bem aproveitados, subaproveitados e os que são
explorados demais.
 Taxa de ocupação de camas
 Partos por parteira
 Tempo médio de internamento
 Rendimento de cama

Professor : ELSARRODOR 25
Indicadores sobre eficácia
- Mostra até que ponto o resultado desejado duma actividade foi alcançado
 Vacinas administradas com boa qualidade produzem uma redução da morbi-
mortalidade das doenças – alvo que será mais ou menos próxima do desejado.
 Taxa de incidência das doenças alvos do PAV
 Taxa de mortalidade materna intrahospitalar
 Taxa de natimortalidade com foco positivo a entrada intrahospitalar
 Taxa de cura do tratamento contra tuberculose

Capitulo VIII
Estatística Demográfica

Taxa de Natalidade
- É a relação por cociente existente entre o número de nascidos vivos ocorridos em
certos períodos de tempo e a população media por 10n
Número total de nados vivos num período de tempo determinado entre a população
estimada multiplicada por 10n.

Taxa de Natalidade
TN = Total de nados vivos x 10n
População total

Ex: No ano de 1990 ocorreram 1.250 nascimentos vivos e a população é de 58.872


habitantes.
TN = (1.250/58.872) x1000 = 21,2
Por cada 1000 habitante, ocorrem 21 nascimentos vivos.

Causa de Morte
- são todas aquelas enfermidades, estado moribundo ou lesões que produziram a
morte ou que coisas contribuíram a ela e a circunstância do acidente ou da violência
que produziu dita lesão.

Taxa de Mortalidade
- É a relação por cociente existente entre o número de óbitos corridos em certo
período de tempo e a população média por 10n.
Número total de óbitos num determinado período de tempo entre a população estimada
multiplicado por 10n.

Taxa de Mortalidade
TN = Total de óbitos x 10n
População total
Ex: Total de óbitos = 67.352
População estimada = 10.506.900
TM = (67.352/10.506.900) x1000 = 6,4
Por cada 1000 habitante ocorrem 6 óbitos

Professor : ELSARRODOR 26
Taxa de mortalidade especifica

Taxa de Mortalidade por causa


TM = Total de óbitos por causa x 1000
População total

Taxa de Mortalidade Infantil


TMI = Total de óbitos –1 ano x 1000
Total de nados vivos

Taxa de Mortalidade Materna


TMM = Total de óbitos maternos x 1000
Total de nados vivos

Medida de fecundidade e fertilidade


- Expressa a relação existente entre os nascidos vivos e a população feminina em
idade fértil (15-49 anos) por mil

Taxa de Fecundidade
TF = Total de Nados vivos x 1000
Pop. Feminina (15-49 anos)

Ex: Total de nados vivos = 224.556


População feminina 15-49 anos = 2.043.180
TF = (224.556/2.043.180) x1000 = 109.9
Por cada 1000 mulheres na idade fértil, nascem 110 crianças vivas.

Capitulo IX
Analise estatístico descritivo de dados quantitativos
A análise descritiva das distribuições quantitativas alcança-se mediante a determinação
de certos parâmetros que ao serem universais permitem a descrição e
comparação da serie. Os parâmetros que se utilizam geralmente são:
- Medidas de posição ou de tendência central
- Medidas de dispersão ou de variabilidade
- Medidas de assimetria

Medidas de tendência central


As medidas de tendência central ou de posição, o seu nome devem-se ao facto de que
os seus valores tendem a ocupar posições centrais ou intermédias entre os
valores menores e maiores do conjunto de dados a partir dos quais se
calculam.

Alguns tipos de medidas de posição podem ser definidos e é o mais comum a media
aritmética ou media, a mediana, a moda, a media geométrica e a media harmónica.

Professor : ELSARRODOR 27
Cada uma tem suas vantagens e desvantagens e dependem dos dados e dos propósitos
a que estão dirigidas.
Propriedade
Qualquer que seja uma boa medida de tendência central, deve reunir as seguintes
propriedades:
- Deve definir-se rigorosamente.
- Deve basear-se em todas as observações.
- Deve ser simples e fácil de compreender.
- Deve ser fácil de calcular.
- Deve prestar-se facilmente ao cálculo algébrico.
- Não deve estar demasiado influído pelas flutuações da variável.

Média aritmética (series simples)


É a média de um conjunto de n números x1, x2, x3, …., xn e simboliza-se por
X (x barra ou traço) e se define como:

X = x1 + x2 + x3 + xn = ∑x Formula
n n
Onde:
X = A média aritmético
x1, x2 …= Os valores individuais dos elementos (n em número)
∑x = O somatório de todos os valores individuais de x1 até xn

exemplo: Se nos sete dias de uma certa semana, faleceram 44, 61, 56, 38, 42, 50 e 45
pessoas, a média aritmética da mortalidade por dia nela resulta:

X = x1 + x2 + x3 + xn = ∑x
n n

X = 44 + 61 + 56 + 38 + 42 + 50 + 45 = 336
7 7
X = 48 falecidos

Média ponderada
Se nos fossem conhecidas as frequências ou intensidade com que cada um dos valores
da variável operou e se repetiu, e desejaríamos ter em conta o seu diferente peso e
importância no volume total do fenómeno em estudo, então a formula apropriada seria:

X = fi1 x1 + fi2 x2 + …. Fin xn = ∑fix Formula


fi1 + fi2 + … fin n
Onde:
fi = frequências
n = total da amostra ou numero de observações (frequência)

Símbolos
fi = frequência absoluta
Fi = frequência absoluta acumulada
hi = frequência relativa

Professor : ELSARRODOR 28
Hi = frequência relativa acumulada
C = intervalo de classe
n = total de dados de uma amostra
N = total de dados da população
Xi = ponto médio ou marca da classe
X = variável em estudo

Exemplo: Se tivéssemos atendido duas crianças de 3 Kgs; três de 4Kgs; quatro de 5Kgs
e cinco de 7Kgs, a média seria:

Peso em Kgs (x) fi fix


3 2 6
4 3 12
5 4 20
7 5 35
Total 14 73

X = fi1 x1 + fi2 x2 + …. Fin xn = ∑fix


fi1 + fi2 + … fin n

X = (3 x 2) + (4 x 3) + (5 x 4) + (7 x 5) = 73 = 5,2 Kgs
2+3+4+5 14

Média em series de classe e frequências


Quando os dados estão agrupados numa distribuição de frequência por classes, a forma
apropriada seria.

X = fi1x1 + fi2x2 + ….. finxn = ∑fix Formula


fi1 + fi2 + ….fin n
onde:
x1, x2, …. Xn = Os valores da variável no ponto médio de cada classe
fi1, fi2, … fin = As frequências correspondentes a cada classe.

Quer dizer, considera-se o ponto médio da classe como representativo, multiplicam-se


os diversos valores médios pelas frequências correspondentes, somam-se os produtos e
divide-se o resultado pelo número total de observações.
Exemplo: seja o caso do quadro

Total de pessoas doentes por grupos de idade:


X
Idade (anos) fi Ponto médio fix
0 – 19 29 10 290
20 – 39 11 30 330
40 – 59 26 50 1.300
60 – 79 13 70 910
80 – 100 1 90 90
Total 80 /////////// 2.920

X = ∑fix = 2.920 = 36,5 anos

Professor : ELSARRODOR 29
n 80

Mediana
- É uma medida de tendência central que algumas vezes se utiliza em lugar da média
para descrever o centro “meio” de um grupo de dados. Define-se simplesmente como o
valor do término central quando os mesmos tenham sido formados em forma crescente
ou decrescente.

Calculo em series simples


A mediana de um conjunto de número disposto em ordem de magnitude (em
ordenamento), é o valor médio ou a média aritmética dos dois valores centrais.

1º. No caso em que a variável seja discreta y N impar a mediana será o valor da
variável na posição: N +1 onde: N = Tamanho da amostra
2
Ex: Suponhamos que uma área da saúde, existem cinco casos de sarampo de acordo
com a idade, calcule a idade média: 15; 21; 16; 10 e 19.

O que se faz em primeiro lugar é ordenar a serie: 10; 15; 16; 19 e 21

O valor que ocupa o posto N + 1 = 5 + 1 = 3


2 2
isto é, que o terceiro valor, contando de um extremo é o valor da mediana neste caso é
16.

2º. No caso em que a variável seja discreta e N par, não existe um valor que ocupa o
centro, por ele a mediana é indeterminada, pois qualquer valor que se encontra entre os
pontos N e N + 1, pode ser considerado o centro da variável.
2 2
Neste caso, convém que se considere como mediana de uma variável discreta de
número par de términos, à media aritmética dos valores que se encontram entre
NeN+1
2 2

Ex: Se tomamos as frequências das quatro primeiras idades do caso anterior: 15; 21; 16
e 10

Ordenamos as idades nesta forma: 10; 15; 16 e 21. A mediana será dada pela média
aritmética dos valores que ocupam os postos N e N + 1 ou seja:
2 2

4= 2, o segundo valor (15)


2

4+ 2 = 3, o terceiro valor (16)


3
A mediana será 15 + 16 = 31 =15,5
2 2

Professor : ELSARRODOR 30
Calculo em distribuição de frequências
Para calcular a mediana numa serie de frequência, primeiramente determinamos o valor
central da serie (N). A seguir se coloca (ou posiciona) N na classe que lhe corresponde.
2

Quando N < O somatório das frequências acumuladas


2
Dias Doentes
x Fi Fi
3 5 5
Yj1 4 2 7 (∑Fi)1
Yj 5 7 14 (∑Fi)
6 1 15
Total 15 /////////////////
N = 15 = 7,5 ≈ 8 (∑Fi) > N
2 2 2
14 > 8
Me = yj + yj1
2
Me = 5 + 4 = 4,5 ≈ 5
2

Quando N = A somatório das frequências acumuladas


2
Dias Doentes
x Fi Fi
8 3 3
9 5 8
10 8 16 (∑Fi)
11 3 19
12 13 32
Total 32 /////////////////

N = 32 = 16
2 2
(∑Fi) = N, neste caso a mediana é 10, não há que aplicar formulas
2

Calculo em distribuição de classe e frequências


Para o cálculo da mediana nas distribuições de classes e frequências, o que se faz em
primeiro lugar é determinar o valor central da serie (N).

A seguir, se estabelece em que classe está compreendido o caso N


2
para o qual obtém-se a frequência acumulada e assim, determinar a classe em que se
encontra o caso N. Posteriormente calcula-se o valor da mediana
2

Professor : ELSARRODOR 31
Formula:
N – (∑Fi)1
Me = Li + 2 .C
fi
Onde:
Li = limite de classe real inferior da classe mediana (quer dizer, da classe que
contem a mediana)
N = número de dados observados (quer dizer, frequência total)
(∑Fi)1 = soma das frequências de todas as classes inferiores a classe mediana
(frequência acumulada da classe anterior).
fi = frequência da classe mediana (frequência absoluta)
C = Tamanho do intervalo da classe mediana

Ex: ache a mediana do peso de 40 doentes dado o quadro abaixo:

Peso fi Fi
118 – 126 3 3
127 –135 5 8
136 – 144 9 17 (∑Fi)1
145 – 153 12 29 (∑Fi)
154 – 162 5 34
163 – 171 4 38
172 – 180 2 40
Total 40 /////////////////

N – (∑Fi)1
Me = Li + 2 .C
fi
40 - 17
Me = 144,5 + 2 .9
12
Me = 144,5 + 20 – 17 . 9
12
Me = 144,5 + 3 . 9
12
Me = 144,5+0,25 . 9 Me = 144,5 +2.3 Me = 146,8

A moda
É o valor mais frequente numa serie. Trata-se do valor mais comum. Apesar do seu
significado simples, a sua obtenção apresenta algumas dificuldades. A moda pode não
existir ou incluso se existe, pode não ser única.

Calculo em series simples


Nesta serie não existe a moda
Ex: 5; 6; 8; 4; 16; 12 Não existe

Professor : ELSARRODOR 32
Calculo em distribuição de frequências
Ex1: 22; 24; 25; 22; 23; 28; 22 A moda é “22” e é unimodal
Ex2: 36; 34; 37; 36; 35; 39; 42; 37; 36; 37 A moda é “36” e “37” e é
bimodal
Ex3: 42; 41; 48; 45; 41; 46; 48; 42 A moda é “42”, “41” e “48” e é
multimodal

Cálculos em distribuição de classes e frequências

Idade Doentes
15 – 19 10
20 – 24 14
25 – 29 24
30 – 34 20
35 – 39 12
Total 80

Formula :
Mo = Li + ∆1 . C
∆1 + ∆2
Onde:
Li = limite de classe real inferior da classe modal (quer dizer, da classe que
contem a moda)
∆1 = Subtrair a frequência maior a anterior
∆2 = Subtrair a frequência maior a seguinte
C = Intervalo da classe onde aparece a Moda

Mo = 24,5 + 24 – 14 .5
(24 – 14) + (24 – 20)

Mo = 24,5 + 10 .5
10 + 4
Mo = 24,5 + 0,7 . 5
Mo = 24,5 + 3,5
Mo = 28

Professor : ELSARRODOR 33
Bibliografia

BERCQUO & SOUZA, Bioestatística. São Paulo: Editora Pedagógica e


Universitária, Lda, 1990.
FLEITAS, Martha Cardet et all. Curso Posbásico de Estadística Docente. Habana:
Editora Pueblo y Educacion, 1987.
REYES, Nérida Delgado e TROYA, Manuel Becerra. Bioestadística para
Estudiantes de Estomatologia. Habana: Combinado Poligráfico Osvaldo
Sánchez, 1985.
SPIEGEL, Murray R.. Teoria y problemas de Estadística. Habana: Editora Pueblo
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Professor : ELSARRODOR 34

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