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GUILHERME BUENO
FLORIANÓPOLIS
2013
GUILHERME BUENO
FLORIANÓPOLIS
2013
GUILHERME BUENO
A Banca Examinadora resolveu atribuir a nota 8,5 ao aluno Guilherme Bueno na disciplina
CNM 7280 – Monografia, pela apresentação deste trabalho.
.
________________________
Profª. Dra. Karine de Souza Silva
Coordenadora do Curso
________________________
Profa. Drª. Clarissa Franzoi Dri
Professora da Disciplina
Comissão Examinadora:
________________________
Prof. Dr. Helton Ricardo Ouriques
Orientador
________________________
Prof. Dr. Pedro Antonio Vieira
Aliador
________________________
Profª. Dra. Juliana Lyra Viggiano Barroso
Avaliadora
À minha mãe, Leonice.
Ao meu pai, Jovanir.
Aos meus Irmãos, Anderson,
Ângelo e João Paulo.
“A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um
martelo para forjá-lo”
Vladimir Maiakovski
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos professores e aos funcionários da Universidade Federal de Santa Catarina pela
dedicação, disposição e paixão em dispor aos alunos as melhores condições para o estudo e
desenvolvimento pessoal e profissional.
Sinto especial gratidão pelos funcionários do Centro Sócio-Econômico, local onde passei
grande parte da minha graduação.
Agradeço, na figura do Prof. Dr. Helton Ricardo Ouriques, todos os professores que integram
o Departamento de Economia e Relações Internacionais.
Igualmente agradeço aos funcionários da Biblioteca Central e do Restaurante Universitário.
Especial agradecimento aos colegas de classe Aline, Anderson, Juliana, Luciane, Matheus e
Patrícia que passaram pelo meu caminho durante a graduação.
Agradeço aos professores Dr. André Luís da Silva Leite e ao Dr. Gerson Rizzatti Júnior pela
experiência compartilhada no desenvolvimento das atividades do estágio. Obrigado pela
oportunidade.
Obrigado Pedro Nunes de Castro, Cleber Bosetti e Daniel Lopes Bretas.
Agradeço aos que compartilharam as repúblicas onde morei.
Aos meus colegas, meu muito obrigado.
RESUMO
A Rússia, principal herdeira da URSS, passou por diferentes etapas em sua política externa
desde 1991, iniciando com a Doutrina Gaidar, passando pela Doutrina Primakov e, por
último, pela Doutrina Putin, sendo as duas últimas influenciadas do pensamento geopolítico
eurasiano em diferentes medidas. O estudo analisa a variação na política externa, que em um
primeiro momento mostra-se pró-países ocidentais, visando garantias para sua transição
política e econômica, e que em um segundo momento reescreve sua concepção política,
visando adaptar-se à nova ordem multipolar em construção e aos efeitos da globalização
voltando-se para a vizinhança imediata. A Doutrina Putin evolui com os governos eleitos nos
anos 2000, dialogando com as novas escolas de pensamentos russas e com o novo cenário
externo, visando criar mecanismos de salvaguarda para o Estado russo. Dentro desse novo
quadro, o trabalho estuda a relação da Rússia com os países do espaço pós-soviético, como
alternativa política e econômica para restabelecer a Federação Russa como ator central nas
Relações Internacionais e quais mecanismos o governo escolheu para tal objetivo. O presente
estudo visa mostrar como têm se desenvolvido as relações com o “estrangeiro próximo” na
nova perspectiva política russa de integração e cooperação e por fim, trançar um breve
panorama dos processos de integração no espaço pós-soviético.
Russia, the main heir of the USSR, has undergone different stages in its foreign policy since
1991, starting with the Gaidar Doctrine, through the Primakov Doctrine and, finally, the Putin
Doctrine; the last two being influenced the Eurasian geopolitical thinking in different
measures. The study examines the variation in foreign policy, which at first appears to be pro-
Western countries, seeking guarantees for their political and economic transition, and in a
second step rewrites its policy concept aiming to adapt to the new multipolar order under
construction and the effects of globalization, turning to the immediate neighborhood. The
Putin Doctrine evolves with elected governments in the 2000s, dialoguing with the new
Russian schools of thoughts and with the new external environment to create safeguards for
the Russian state. Within this new framework, the paper studies the relationship between
Russia and the countries of the post-Soviet space as political and economic alternative to
restore Russia as a central actor in international relations and what mechanisms the
government chose for this purpose. This study aims to show how they have developed
relations with the "near abroad" in the new Russian political perspective of integration and
cooperation and ultimately weave a brief overview of the integration processes in the post -
Soviet space.
Keywords: Russian foreign policy, Russia, Post-Soviet Space, Putin Doctrine, Integration,
EurAsEC
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13
2 PENSAMENTO GEOPOLÍTICO ................................................................................ 17
INTRODUÇÃO
Nas duas últimas décadas, com a globalização e o fim da União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS)1, abriu-se espaço para a aproximação dos Estados pelo viés
multilateral e com base no Direito Internacional. A agenda internacional foi tomada por
assuntos de governança global, desenvolvimento econômico e, em geral, assuntos que
demandam domínio de uma ampla gama de temas e atuação conjunta dos Estados.
O discurso político recente terá grande enfoque na inserção internacional como
alternativa para o crescimento econômico, na cooperação para superação dos novos desafios
sociopolíticos, na defesa dos interesses estratégicos e na preservação do domínio geopolítico.
Nesse quadro, os pesquisadores, os police markers e os homens de estado se concentram em
desenvolver a “engenharia política”2 para instrumentalizar a defesa dos interesses dos atores
na seara internacional. A criação de blocos regionais de diversos tipos e calibres reflete uma
nova ordem multipolar3, com novos e reiterados centros de poder. Nesse sentido, podemos
citar como exemplos a formação da União das Nações Sul-americanas (UNASUL) 4 , a
expansão do MERCOSUL, a criação da Comunidade Econômica Euroasiática (EurAsEC) 5, a
inserção de novos Estados-membros na União Europeia (UE)6 – dentre os quais, três são ex-
repúblicas soviéticas.
Frente a esse cenário, a Federação Russa, com o desmantelamento da URSS em
dezembro de 1991, tornou-se a principal herdeira do legado geopolítico e geoeconômico 7
dentre os 15 novos Estados independentes 8 9 e nos últimos anos tem contribuído para a
1 A União Soviética, Estado socialista localizado na Eurásia, existiu entre 1922 e 1991. O país rivalizou com os
Estados Unidos, Estado capitalista localizado na América do Norte, em diversas áreas, tais como: modelo
econômico, modelo ideológico, controle aeroespacial, etc. Esses países disputaram o domínio geopolítico e
geoeconômico do mundo no pós Segunda Guerra Mundial, confrontando seus poderes econômico, político,
militar, ideológico e cultural ao redor do planeta, sem, entretanto uma guerra direta, no que ficou conhecido
como Guerra Fria.
2 Habilidade para contornar os entraves políticos, culturais, históricos e econômicos.
3 O período da Guerra Fria era marcado pela bipolaridade, com os eixos Moscou e Washington. O fim da URSS
consequentemente pôs fim a essa ordem, emergindo uma ordem multipolar, com antigos e novos polos de poder,
tais como: Brasil, Alemanha, China, EUA, etc.
4 Organização que congrega todos os Estados independes da América do Sul e que é liderado pelo Brasil.
5 A Comunidade Econômica Euroasiática reúne Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e
Uzbequistão (suspenso) como membros plenos e Armênia, Moldávia e Ucrânia como observadores. Sítio: <
http://www.evrazes.com/en/about/>
6 Bloco econômico e político que reúne 28 Estados europeus.
principal dos países ocidentais. (Pomeranz, 2009)
8 Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Estónia, Geórgia, Letónia, Lituânia, Moldova, Quirguistão,
Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão.
14
9 Algumas repúblicas que proclamaram independência não foram reconhecidas pelos Estados que integravam: a
Ossétia do Sul, Abcázia e Transdinistria, que são Estados de facto.
10 Documento disponível em inglês na página da ONU: <http://www.un.org/en/documents/charter/>
11 Atores não-estatais: organizações terroristas, corporações transnacionais, organizações não-governamentais,
crime organizado internacional, entre outros.
12 Comitê Central do PCUS nomeava o secretário-geral que iria liderar o país.
15
13
Primeiro presidente russo pós-URSS. Seu governo conduzi as transformações na economia, na política e na
sociedade do modelo socialista para o capitalismo.
14
Fonte: CHERNENKO, Elena. Rússia adota novo conceito de política externa. Disponível em:
<http://gazetarussa.com.br/articles/2013/01/10/russia_adota_novo_conceito_de_politica_externa_17163.html>.
Acesso em: 10 jan. 2013.
16
15 O soft power, que em português significa “poder suave”, na concepção russa é entendido como um conjunto
de instrumentos políticos, econômicos, culturais, religiosos, linguísticos, etc., usados pela política externa
aproveitando as potencialidades da sociedade civil e técnicas humanitárias e outros métodos alternativos à
diplomacia clássica para a consecução da concepção de política externa russa.
17
1 PENSAMENTO GEOPOLÍTICO
O fim da URSS deu lugar à diversas áreas geoestratégicas, quais possuem desafios
próprios e demandam políticas específicas. Para Tomé (2007) os elementos de uniformidade
anterior (existentes na União Soviética) já não escondiam uma grande diversidade de
agrupamentos geográficos e de espaços geopolíticos naquela vasta área que compreendia o
país dissolvido. O autor classifica oito espaços principais com demandas distintas: Estados
Bálticos, Europa Oriental, Transcaucásia, Cáucaso, região do Mar Negro, região do Mar
Cáspio, Ásia Central e por fim a própria Federação Russa, gigante transcontinental, no centro
desse espaço pós-soviético (TOMÉ, 2007).
Os estudiosos da geopolítica e das relações internacionais da Rússia promoveram um
caloroso debate nas duas últimas décadas, com posições que variam entre restabelecer o poder
do período imperial e soviético ou aceitar uma condição secundária, a via da ocidentalização.
A principal corrente de pensamento recente, a eurasianista, vê a questão geopolítica russa
através do fortalecimento do Estado e pelo controle do espaço, tendo como suporte a
retomada do pensamento geopolítico do início do século XX, com releituras de Mackinder,
Houshofer e Mahan. Das escolas clássicas, a confrontação entre o poder naval e o poder
terrestre foi reformulado, sendo o Heartland (a massa terrestre representada pela Rússia) uma
conformação geográfica invulnerável ao alcance das potências marítimas. Entrentado, a
geopolítica crítica postula que o fator político-cultural prevalece sobre o elemento natural e
objetivo (TSYGANKOV, 2002), dessa forma o novo pensamento geopolítico russo será
calcado em aspectos sócio-políticos.
O desmantelamento do bloco comunista e a fragmentação da URSS provocaram uma
quebra da geopolítica existente e descortinou inúmeras questões geopolíticas. A efervescência
do ideário político e cientifico posterior criou teorizações sobre o novo papel que a Rússia
deveria exercer e, nesse contexto, tem-se o retorno da confrontação entre o atlantismo (eixo
EUA-Inglaterra-França) e o eurasianismo (TSYGANKOV, 2002). Considerando os
pressupostos da geopolítica clássica, a Rússia necessita ter meios para garantir a existência do
seu Estado em meio à confrontação com as potências marítimas. Sua posição geográfica e o
controle do pivô geográfico na Eurásia garantiriam à Rússia os meios para competir com os
EUA; vide mapa abaixo.
18
Fonte: anselm.edu
At least four categories of conflicts emerged in the post-Soviet region. The first
one concerns ethnically based domestic and international military conflicts,
especially in Caucasus, Moldova, Tajikistan and Chechnya. The second includes
economic conflicts over the Caspian Sea and issues of competition for energy
resources and of energy dependence of the former Soviet ‘haves-not,’such as the
newly independent states of Georgia, Kyrgyzstan, and Tajikistan. The third category
of conflicts have been generated by political arrangements and regimes in the former
Soviet states and their frequent inability to guarantee protection of citizens’ rights.
Repression against liberal and religious opposition in countries such as Azerbaijan,
Kazakhstan, and Uzbekistan, and growing threats of instability and terrorism in
Central Asia and Caucasus, are direct continuation of these states’ domestic political
arrangements. Finally, one must note the instability of borders with countries outside
the former Soviet Union and the emerged issues of illegal immigration and
narcotics’trafficking, especially on the Sino-Russian and Tajik-Afgan borders.
(TSYGANKOV)
removendo o eixo de influência para a Europa Ocidental, os Estados Unidos visam garantir
acesso aos recursos naturais e a preservação de regimes dóceis à expansão militar e
econômica estadunidense, a Turquia visa estreitar laços históricos com as nações de línguas
túrquicas16.
Para entendermos, então, como tem se fundamentado a política externa russa frente a
essas questões, ou seja, em um contexto que demanda novas reflexões uma vez que as escolas
clássicas já não respondem às questões colocas com o vácuo geopolítico deixado pela URSS,
será essencial jogarmos luz ao novo pensamento geopolítico russo. Para esse objetivo
usaremos a classificação feita por Tsygankov das cinco diferentes escolas geopolíticas na
Rússia, todas com distintas formações acadêmicas, vinculação orgânica e visões de mundo: a
expansionista, a restauradora, a geoeconomicista, a civilizacionista e a ocidentalista. As
quatro primeiras são compreendidas como pró-eurasiáticas e a última é pró-ocidente. O neo-
eurasianismo baseia-se nos pensamentos políticos da década de 1920, os eurasianistas
clássicos, que apontam a incompatibilidade entre a Rússia e a cultura europeia.
1.1 EURASIANISMO
16
Estados de línguas turquicas: o turco, o azeri, o turcomeno, o cazaque, o uzbeque, e o quirguiz.
20
Suporte Linha dura das Indústria militar Burocratas estatais, setores Setor privado com
sócio- Forças Armadas privados orientados orientação
econômico nacionalmente e regionalmente ocidental
Image of
Eurasia
(former Soviet ‘Continental ‘Intersection’ of economic and A spatial non-
area) empire’ ‘Civilization’ cultural influences entity
Russia’s
security goals Adjustment,
in Eurasia Power Survival Stability Development democracy
Russia’s
politica Beyond the
borders in former Soviet Former Soviet Contemporary post-Soviet
Eurasia Union Union borders
China, India,
Germany, and other No main partners (‘multi-
Main partners Japan, Iran Eurasian states vector’ foreign policy) The West
Athlanticismor
External ‘trade Geopolitical and geoeconomic pressures from West-hostile
threats civilization‘ the West and the East states
Representative
authors Nartov; Kolosov and
reviewed Dugin Zyuganov Gadziyev Mironenko Trenin
One of these propositions is the notion of the Eurasian continent as heartland of the
world and Russia as the heart of the heartland. The heartland, however, is too
tempting a price, and every world power would want to enjoy it without sharing
with anyone. Following this logic of exclusive geopolitical competition, Russia must
take advantage of its strategic location and mobilize its resources, experience, and
will for establishing full and single-handed control over Eurasia. For Dugin, Eurasia
spreads far beyond the former USSR, and by insisting on Russia establishing control
over the region, the writer advances a far more expansionist foreign policy agenda
than that advocated by Zyuganov and Nartov. (TSYGANKOV, 2003, p. 123)
Dugin follows MacKinder’s basic geopolitical rule: that the continuous and principal
geopolitical process in history has always been the struggle between continental land
powers and islandic sea powers. He believes that the Anglo-American alliance
constitutes one pole in today’s world against the continental pole, which Russia is
accustomed to establishing for centuries. For Dugin, the task of Russia is to form,
once again, such a continental bloc against the Atlantic powers by making use of the
vast strategic and demographic potential of the Eurasian continent. Since the
Russians are in control of the Eurasian ‘Heartland’ and because of a geopolitical
necessity and reality, the Eurasian bloc should be founded under the leadership of
the Russians. The new Russian-Eurasian Empire, which will include the territories
of the former Soviet Union but without being based on the principles of territoriality
or ethnicity, can only be founded against the presence and the anticipation of a
‘common enemy’. The regional controversies between the peoples of Eurasia are not
23
significant. Against the Atlanticist threat, all other conflicts in Eurasia are secondary
(ERŞEN, 2004, p.139)
Much like Kolosov and Mironenko, Gadzhiyev views Russia as a key state of
intermediate Eurasian location. He, too, objects to linking Russia’s cultural identity
mainly to Europe and the West (321). Yet he also argues for extending the notion of
Eurasia beyond geoeconomics and into independent political and cultural area, as
well. According to the author of Introduction to Geopolitics, Russia’s role is not
merely in building a transportation or trade‘bridge’ between Europe and Asia—
something that is often advocated by Geoeconomists—but in bridging and pacifying
European and Asian civilizations, as well as maintaining a delicate equilibrium
among a wide variety of ethnic groups. After the end of the Soviet era and Russia’s
period of relative external isolation, it must formulate its foreign policy goals and
interests anew to help stabilize the region, while at the same time staying open to
variety of economic and cultural influences (316–323). The fact that Eurasia is so
culturally diverse and currently unstable politically does not mean that it is doomed
to be a battlefield for conflict between different ethnicities and civilizations, as Hunt
ington’s ‘clash of civilizations’ scenario implies (400). Instead, it may become an
arena for practicing a mutually fertile dialogue and cooperative economic and
security arrangements. Gadzhiyev’s vision of Eurasia is then that of an open region
24
hat should at the same time serve as an independent political, economic, and cultural
entity. (TSYGANKOV, 2003, p. 118)
While agreeing with Trenin that Russia should abandon the old geopolitical
thinking, Vladimir Kolosov and Nikolai Mironenko do not shy away from the task
of developing a special strategy for the country’s presence in the region. They argue
that, while traditional geopolitics is obsolete, geoeconomic strategies understood as
means of controlling global patterns of production andflows of resources (216) are
becoming prevalent. The former USSR is a place where various geoeconomic flows
meet, and Russia must take advantage of its location in the middle of the Eurasian
heartland. To do so, the country cannot orient itself primarily to the West; rather, it
should develop what the authors refer to as the ‘geopolitics of cooperation’
(vzaimodeistviye in Russian), rather than confrontation, with three main
geoeconomic poles: the West, China, and the Asia-Pacific. All three geoeconomic
actors have key interests in Eurasia, and Russia must prepare to make important
geoeconomic decisions if it is to transnation alize and break the historical pattern
of‘catching up’ with the outside world (224). Kolosov and Mironenko’s book is a
refreshing perspective on Russia’s role in the post-Soviet Eurasia, as well as an
impressive summary of various traditional and new geopolitical theories.
(TSYGANKOV, 2003, p. 115)
Todas essas escolas exerceram alguma influência nas doutrinas russas, variando de
acordo com o grupo político que a executa e aos interesses em questão. O eurasianismo está
presente da atual política externa russa e tem grande influência na Doutrina Putin.
25
Para compreender a postura das atuais lideranças russas e a repercussão dos discursos
políticos, é essencial que se apresente, mesmo que sucintamente, o desenvolvimento das
doutrinas político-econômicas adotadas desde o fim da União Soviética. O processo de
evolução pode ser balizado em três períodos, cada qual com diferentes posturas políticas e
orientações. Em um primeiro momento, entre os anos de 1992 e 1995, a Rússia visou integrar-
se ao grupo Euro-Atlântico de nações, ao passo que também desmantelava as relações com os
Estados do EPS, criando um vácuo de poder geopolítico; em um segundo período, durante os
anos de 1996 e 1999, frente à difícil incorporação ao bloco ocidental, a Rússia iniciou sua
integração pelo viés multilateral e também buscou solucionar problemas regionais; e mais
26
recentemente, o período mais marcante da política externa russa iniciou em 2000, e contínua
até os dias de hoje, sendo marcado pelo pensamento eurasianista de ascensão como centro de
projeção de poder único. (PARAMONOV & STROKOV, 2008).
The implementation of this strategy, which still influences many Russian politicians
today, is associated with the actions of prime minister Yegor Gaidar (during 1992
and 1993) and foreign minister Andrei Kozyrev (from 1992 to 1996). Although
Yegor Gaidar was replaced as prime minister in 1993 by Viktor Chernomyrdin, the
former head of the Russian energy company "Gazprom", the Russian concept of
foreign policy stayed the same. The arch-economic planner Chernomyrdin busied
himself mainly with internal economic issues and played virtually no part in
developing foreign policy, except of course insofar as the interests of Gazprom were
concerned. (PARAMONOV & STROKOV, 2008, p.2)
Para Paramanov e Strokov, “Gaidar's economic policy was the virtually complete
destruction of the unified trading and currency system that had existed between the post-
Soviet states until 1993” (PARAMONOV & STROKOV, 2008, p3). Temas relacionados a
defesa e economia no EPS, segundo Paramonov e Strokov,
A doutrina liberal impôs a duras penas um novo modelo econômico, com instituições
de mercado com livre concorrência. Entretanto o formato para as privatizações, cedendo
ações para toda a população - que nas palavras de Yeltsin criaria “milhões de proprietários,
não apenas alguns milionários” - criou um cenário totalmente incontrolável, com grupos
27
Após uma fase liberal voltada para as relações ocidentais, se iniciará uma nova fase na
diplomacia russa, agora com influência das escolas de pensamentos do eurasianismo, no
período 1996 à 1999. A política adotada por Primakov muda a perspectiva de integração russa
ao ocidente, entretanto ainda se notam ações pontuais:
From the middle of the 1990 sthere were ever-increasing signs that Russia was
trying to develop a fundamentally new foreign policy ingeneral and a new policy in
28
A Doutrina Putin pode ser compreendia através do estudo dos documentos estratégicos
adotados, que são: Estratégia de Segurança Nacional (Janeiro de 2010), Doutrina Militar
(Abril de 2000) e Concepção de Política Externa (Junho de 2000). Textos estes que marcam a
nova política externa russa, como destaca Póti:
These documents are characterized, first, by the fact that they are standard modern
documents of the post-Cold War era, second that they preceded the 9/11 attack, and
third, that they were elaborated in the Yeltsin-period. All these factors suggested a
need for renewal by the new president of Russia, and this moment arrived in late
2003. The Russian defense leadership held a so-called enlarged meeting – with the
participation of president Putin – documents. on October 2, 2003, and made public
a document that presented the Russian security perspective with unprecedented
openness and in an unprecedentedly detailed manner, partially reaffirming, partially
changing the previously mentioned security. (PÓTI. 2008)
Neste período abre-se espaço para uma nova análise sobre as recentes diretrizes
políticas do governo russo frente um cenário político e econômico instável, devido à crise de
2008 e as recentes agressões do FUKUS aos países árabes. O novo pragmatismo tem
demonstrado coerência e já perpassa os recentes governos. (PÓTI, 2008, p. 29). Desde 2000
com o governos Putin (2000 à 2008) e Medved (2009 à 2013) nota-se a construção da
Doutrina Putin, com viés pró-eurasianismo e multilateral.
Esse pragmatismo considera o desenvolvimento das forças armadas russas e o papel da
Rússia no sistema político-militar do mundo. Nessa avaliação, a Rússia precisa conter
elementos de força para inibir as ameaças que podem vir a ameaçar o país. Também leva-se
em consideração o caráter das guerras contemporâneas e conflitos militares; e as tarefas das
forças armadas delimitam a nova estratégia militar russa.
Problemas relacionados à tendência de globalização, como o crime transnacional, o
tráfico e o terrorismo, exigem capacidade militar sendo comum o uso da força contra atores
não-Estatais. As organizações militares, ao contrário do esperado após o fim da Guerra Fria,
ganharam importância e influência na formulação de políticas para com outros países. É claro
29
o papel da OTAN, da OCS e da OTSC para coordenar ações interestatais de combate à esses
crimes.
Do ponto de vista dos interesses estratégicos russos, os documentos apontam que
regiões como a Europa, o Oriente Médio, a Ásia Central e o Pacífico passam a ser focais para
a estratégia de defesa e segurança nacional. Várias regiões foram excluídas da nova doutrina
de segurança, de modo que a não pretensão global aponta uma perspectiva mais realista e
pragmática.
Na nova doutrina, a segurança russa se depara com assuntos transfronteiriços que só
podem ser resolvidos pela cooperação regional, devido à porosidade das fronteiras e a grande
diáspora russa. A Rússia tem fronteiras terrestres com 14 países, o que demonstra a
importância da política voltada para os Estados vizinhos. Para tanto, a segurança russa
estabelecida somente pela diplomacia não é viável, havendo necessidade de expressar pujança
militar. “the security of the Russian Federation by only political means (membership in
international organizations, partnership ties, political influence) is more and more
impossible.” (PÓTI, 2008). Nesse sentido, a redução do aparato militar é mínima e não é
esperada.
Os governos Putin e Medvedev compreende que a Rússia perdeu gradualmente o
espaço de influência na Europa, pois com o fim da URSS deu-se fim aos países satélites e, em
seguida, iniciou-se uma aderência desses países à União Europeia e OTAN. Para lidar com os
problemas de segurança, Moscou também buscou aderir instituições europeias tais como:
OSCE e Conselho da Europa.
A nova política externa russa busca uma relação basicamente econômica com a UE, e
a cooperação em uma diversa gama de temas, tais como: direitos humanos, segurança e meio
ambiente. Para a segurança nacional da Rússia, a União Europeia é peça chave e objetiva,
antes de tudo, adotar um modelo moderno de cooperação com o qual possa consolidar sua
posição de global player.
A duas posições dominantes na estratégia para com a Europa,
There are two opposing views on the issue whether there is any Russian strategy
towards the region. The first – and this is held by the majority of the Russian
academic and foreign policy establishment – is that there is no Russian strategic
approach toward Central Europe, the only difference between them is that part of
this group urges the elaboration of a strategic vision, another part does not consider
it necessary. The opposing view holds that Russia has a well-formulated strategy
towards Central Europe, and its content can be summarized as “new imperialism.”
The main proponent of this approach is Janusz Bugajski, who wrote a book on the
Russian East-Central European relations entitled Cold Peace. The American analyst
summarizes in six points Russia’s alleged strategy in Eastern Europe: to achieve
30
[The] (…) international security comprises much more than issues relating to
military and political stability. It involves the stability of the global economy,
overcoming poverty, economic security and developing a dialogue between
civilizations. (...) The unipolar world that had been proposed after the Cold War did
not take place either. [It’s] (…) refers to one type of situation, namely one centre of
authority, one centre of force, one centre of decision-making. It is world in which
there is one master, one sovereign. […] And this certainly has nothing in common
with democracy. (…) Democracy is the power of the majority in light of the
interests and opinions of the minority. Incidentally, [Russia’s] constantly being
taught about democracy. But for some reason those who teach us do not want to
learn themselves.18
We are seeing a greater and greater disdain for the basic principles of international
law. And independent legal norms are, as a matter of fact, coming increasingly
closer to one state’s legal system. One State and, of course, first and foremost the
United States, has overstepped its national borders in every way. This is visible in
the economic, political, cultural and educational policies it imposes on other nations.
(…) In international relations we increasingly see the desire to resolve a given
17
Para mais informações sobre a Conferência de Munique, acesse: <http://www.securityconference.de/>
Acessado em: 12 de nov. 2013.
18
PUTIN, Vladimir. Speech and the Following Discussion at the Munich Conference on Security
Policy. Disponível em:
<http://archive.kremlin.ru/eng/speeches/2007/02/10/0138_type82912type82914type82917type84779_118123.sht
ml>. Acesso em: 19 set. 2013.
31
A última década foi marcada pela cooperação internacional com blocos econômicos e
alianças políticas ganhando mais importância na seara internacional, tais como: União
Européia, G20, BRICS e MERCOSUL. Putin questionou o domínio Atlântico-centrico, que
dará lugar ao cenário multipolar,
The combined GDP measured in purchasing power parity of countries such as India
and China is already greater than that of the United States. And a similar calculation
with the GDP of the BRIC countries – Brazil, Russia, India and China – surpasses
the cumulative GDP of the EU. And according to experts this gap will only increase
in the future. There is no reason to doubt that the economic potential of the new
centres of global economic growth will inevitably be converted into political
influence and will strengthen multipolarity. 20
(..) more opportunities are appearing (..). Experts and our western partners are
objectively evaluating these changes. As such, Russia’s OECD sovereign credit
rating improved and Russia passed from the fourth to the third group. (…) The
process of Russia joining the WTO has reached its finalstages. I would point out that
during long, difficult talks we heard words about freedom of speech, free trade, and
equal possibilities more than once but, for some reason, exclusively in reference to
the Russian market.
(…) On the one hand, financial resources are allocated for programmes to help the
world’s poorest countries – and at times substantial financial resources. But to be
honest (...) linked with the development of that same donor country’s companies.
And on the other hand, developed countries simultaneously keep their agricultural
subsidies and limit some countries’ access to high-tech products. And let’s say
things as they are – one hand distributes charitable help and the other hand not only
preserves economic backwardness but also reaps the profits thereof. The increasing
social tension in depressed regions inevitably results in the growth of radicalism,
extremism, feeds terrorism and local conflicts. And if all this happens in, shall we
say, a region such as the Middle East where there is increasingly the sense that the
world at largeis unfair, then there is the risk of global destabilisation. 21
19
Idem.
20
Idem.
21
Idem.
32
A nova PER priorizou as relações com o exterior próximo, países com os quais há um
passado comum, proximidade linguística e que são importantes parceiros comerciais e
políticos da Rússia. A recomposição da sua posição central na geopolítica e geoeconomia no
EPS guarda relação direta com sua projeção de poder.
In a few years, what Putin has achieved to re-establish presidential control over the
federation has been impressive: he eliminated the three most prominent oligarchs of
the Yeltsin era, Boris Berezovsky, Vladimir Gusinsky and Mikhail Khodorkovsky
from the economic and political arena; re-organized the Russian Federation into
seven federal districts each of which was to be under the responsibility of a
presidential representative and created a State Council subject to a more powerful
control by the president in 2000; constructed a powerful base in the Duma– the
lower house of the Russian parliament – through the Unity Party, which was
founded exclusively to support Putin’s leadership right before the 1999 Duma
elections; increased the control of the FSB (the state security service) on the
independent media and society and left no place for criticism against his harsh
military response to the Chechen issue, an issue which has carried Putin to
presidency and which continues to be a very significant one in terms of preserving
Russia’s territorial integrity. (ERŞEN, 2004)
A o novo realismo russo fica evidente após a incursão militar na Geórgia em 2008:
The new foreign policy doctrine of the Russian Federation as of 2008 gives Russian
foreign policy a new orientation, not just vis-à-vis the EU, but also vis-à-vis the
states in its immediate vicinity. Russia is not looking for an EU perspective and
repeatedly ruled out the possibility of future accession to the EU. The Russian
Foreign Minister Sergey Lavrov, who stays in office also under Prime Minister
Vladimir Putin, had already stated in 2007 that this is because Russia is “a self-
sufficient country” (samodostatochnaya strana). Unique alliances with states in the
“fraternal neighborhood” are history. As a returning great power, Russia’s new
foreign policy is aimed at the “development of the new world order” (formirovanie
novogo miroustroistva) in the framework of a “collective leadership” and dominated
by national interests. Dmitry Medvedev’s hope for a “modern European
architecture”, outlined in his address to Russia’s diplomats on 15 July 2008, and his
sharp criticism of US foreign policy also show Russia’s interest to strengthen the
role of European and global institutions in security policy. (LINDNER, 2008, p.28)
3 INTEGRAÇÃO E COOPERAÇÃO
A política externa russa voltada para o espaço pós-soviético vai ter um novo impulso
com os governos de Vladimir Putin, entre 1999 e 2008, seguindo a mesma linha no governo
de Dmitri Medvedev, de 2008 à 2012. As motivações geoeconômicas e geopolíticas que
nortearam esses governos trazem diversas incertezas e diferentes cenários possíveis para a
Rússia na sua relação com parceiros históricos, sendo que algumas repúblicas estão
experimentando pela primeira vez sua independência frente à Moscou, segundo Freire.
padrões estabelecidos. A criação da União está prevista para 2015 e a política russa já dialoga
com os parceiros regionais para aderirem ao bloco como forma de avançarem na integração
entre os países e para fazer frente aos desafios regionais, tais como: combate ao terrorismo,
controle da imigração, modernização econômica, etc. As atuais organizações que poderão
integrar a União Euroasiática são:
CEI
União Rússia-
Belarus
EurAsEC
CSTO
EBD
União Aduaneira
A política externa russa voltou-se para o EPS tendo como objetivo restabelecer a
primazia econômica da Rússia na região. Em termos gerais, foi encontrado um modelo que
permite conservar as diversas características civilizadoras e espirituais que unificam os
diversos povos, mantendo os laços produtivos, econômicos e outros (PUTIN, 2011).
22
Fonte: VOZ DA RðSSIA. Tratado que institui a Comunidade Econômica Eurasiática estará pronto até
maio de 2013. Disponível em: <http://portuguese.ruvr.ru/2012_12_19/Tratado-que-institui-a-Comunidade-
Economica-Eurasiatica-estar-pronto-at-maio-de-2013/>. Acesso em: 3 set. 2013
23
Fonte: VOZ DA RðSSIA. Medvedev propõe moeda única da União Euroasiática. Disponível em:
<http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_15/medvedev-moeda-unica/>. Acesso em: 3 set. 2013.
37
24
Aplicação de tarifa externa comum.
38
Fonte: Heritage.org
Em 2012 uma nova etapa teve lugar com a criação, em 1º de Janeiro de 2012 entre os
estados membros da união aduaneira, o Espaço Econômico Comum. A EEC permite a livre
circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, e harmoniza a política estrutural e
macroeconômica. Com a criação da União Euroasiática em 2015 esse diversos projetos serão
agregados. A Comissão Econômica Euroasiática (CEE) é o orgão da UA, composto por nove
comissários responsáveis por uma ampla gama de funções até então atribuídas às autoridades
nacionais.
O processo decisório dentro do novo ente supranacional será através do Conselho de
Representantes dos Países, baseado inicialmente em one country-one vote. E em certas
ocasiões será necessário votação unanime. As decisões supranacionais serão legais e
aplicáveis aos países partes e vai prevalecer sobre qualquer outra decisão tomada em esfera
nacional. As disputas serão resolvidas por intermédio da Corte Econômica da CEE.
O Banco de Desenvolvimento Euroasiático (BDE), sediado em Altamaty, no
Cazaquistão, tem participação de membros que não integram a UA, e são eles: Armênia,
Quirguistão e Tajiquistão. A instituição possui o Fundo Anti-crise (FAC). O BDE financia
projetos de modernização e infraestrutura para adequar os países aos padrões da UA.
40
O bloco liderado pela Rússia apresenta diversos aspectos positivos para a integração
econômica regional: a integração eliminará as barreiras tarifárias e não-tarifárias e,
consequentemente, a burocracia será eliminada; o produtores locais se beneficiarão com o
aumento do mercado para seus produtos; o acesso ao mercado regional facilitará em um
segundo momento a expansão para outros países; as cadeiras produtivas trans-fronteiriças
podem surgir, fortalecendo a industrias dos países membros; a atração de IED será
dinamizada, pois o investimento pode refletir em todos os países membros; a cooperação
poderá fortalecer as instituições políticas e econômicas desses países e a liberalização
intrarregional possibilita uma nova agenda extrarregional positiva para os interesses dos
Estados-membros.
O processo de integração traz grandes desafios e o principal deles é minimizar
possíveis efeitos negativos decorrentes da negligencia das políticas adotadas nos anos 1990. O
desvio de comércio pode favorecer produtores dos países do bloco, entretanto dificultara a
importanção de produtos industrializados, entretanto há incentivos à setores como a elevação
da tarifa para importação. Os países do bloco são majoritariamente dependentes da
exportações de commodities. A cadeia de produção, ao se torna mais integrada, pode
fortalecer a posição dos produtores.
41
Para a consecução da nova doutrina russa, tanto o hard power quanto o soft power
foram utilizados para a defesa dos interesses estratégicos russos e para a segurança nacional e
regional. A ação militar na Geórgia marca o inicio de uma nova forma de fazer na PER. Foi a
primeira vez desde 1991 que um Estado do estrangeiro próximo desafiou a capacidade militar
russa e também a primeira vez que a Rússia levou a cabo uma ação militar fora do seu
território (LINDER, 2008).
A doutrina Putin para o ESP, para Lindner, não apenas confronta a EU:
The new foreign policy doctrine of the Russian Federation as of 2008 gives Russian
foreign policy a new orientation, not just vis-à-vis the EU, but also vis-à-vis the
states in its immediate vicinity.14 Russia is not looking for an EU perspective and
repeatedly ruled out the possibility of future accession to the EU. The Russian
Foreign Minister Sergey Lavrov, who stays in office also under Prime Minister
Vladimir Putin, had already stated in 2007 that this is because Russia is “a self-
sufficient country” (samodostatochnaya strana). Unique alliances with states in the
“fraternal neighbourhood” are history. As a returning great power, Russia’s new
foreign policy is aimed at the “development of the new world order” (formirovanie
novogo miroustroistva) in the framework of a “collective leadership” and dominated
by national interests. Dmitry Medvedev’s hope for a “modern European
architecture”, outlined in his address to Russia’s diplomats on 15 July 2008, and his
sharp criticism of US foreign policy also show Russia’s interest to strengthen the
role of European and global institutions in security policy.15 (LINDNER, 2008, p.
28)
A nova doutrina refletiu em todo o espaço pós soviético. No Cáucaso a ação militar
russa serviu para mostrar que a segurança russa está diretamente relacionada à vizinhança e
que a Rússia já constitui mecanismos suficientes para retomar o espaço de influência. Nos
demais países serviu para dar coerência à doutrina Putin, de modo que a administração
presidencial e o ministro de relações exteriores criaram uma agência estratégica para
implementar um plano político especifico para o espaço pós soviético.
A nova agência visa cumprir uma missão, segundo Lindner:
The Federal Agency for CIS Affairs, announced by President Medvedev in May
2008, began work on 1 September. Attached to the foreign ministry, but said to be
answerable directly to the president, it will concern itself with strategic questions
and especially with soft security in Russia’s relations with its neighbours. Modeled
on USAID, it will above all assist Russia and Russian citizens living in the post-
Soviet world. Given that this population group regularly serves as political
justification for intervention, including in the frozen conflicts, hard and soft security
are very close together here.17 Thus the decisive agency for CIS policy is formally
answerable to the president, but at the same time lies in the sphere of influence of
the prime minister, through its attachment to the foreign ministry. The creation of
42
the agency underlines the importance the Russian leadership attaches to its
neighbourhood. (LINDNER, 2008)
Para melhorar as relações russas com os países vizinhos e criar condições favoráveis
para o Estado russo, diversas áreas foram centralizadas na Agência, tais como: cooperação
humanitária, contando com Interstate Fund for Humanitarian Cooperation and the Council for
Humanitarian Cooperation of the CIS member states; área educacional, enfatizada pela
"export of educational services" onde serão selecionados alunos para estudarem na Rússia
seguindo as recomendações do Ministério da Educação e Ciência; área cultural para a
promoção da língua e da cultura russa, já desenvolvida pela Rússia MIR.
A memória russa também é tratada:
Moscow’s tactics have always varied depending on who they are dealing with.
Relations have been tougher with Ukraine and Georgia, who have opted for a Euro-
Atlantic vector of development. A similar (but short) flare-up of tensions occurred
25
Fonte: LAVROV, Sergei. Speech of the Minister of Foreign Affairs of Russia Sergey Lavrov at a meeting
of Russian Science and Culture (RCSC) and representatives of the Federal Agency for CIS Affairs,
Compatriots Living Abroad and International Humanitarian Cooperation (Rossotrudnichestvo), Moscow,
September 3, 2012. Disponível em:
<http://www.mid.ru/bdomp/brp_4.nsf/e78a48070f128a7b43256999005bcbb3/ab585baee3c1072644257a6f00470
453>. Acesso em: 6 jul. 2013.
44
when Moldova rejected the “Kozak plan” and when, in the 2005 elections, the ruling
communists (Moscow then supported the centrist opposition) outlined European
priorities. The Kremlin has talked with Belarus harshly, but behind the scenes, as a
junior partner. The most difficult task for Moscow has been to build relations with
the Asian countries. Turkmenistan, Azerbaijan, and Kazakhstan—countries with
their own political ambitions who do not depend on the Russian economy—are
willing to pursue a diversified foreign policy. (STANOVAYA, 2013)
In 2005, Moscow declared that it would halt subsidies for neighboring countries,
announcing that it would transition to a market-based relationship with all
Commonwealth of Independent States countries and start to sell its gas at European
prices. As a result, the first “gas war” began with Ukraine. In the West, Russia’s
actions were perceived as the Kremlin’s attempt to use its energy resources for
political purposes. At the same time, Moscow made it clear that a return to a
constructive dialogue on a number of important (for Russia) issues would simplify
the solution of the gas problem. Consequently, Belarus, Moldova, and Armenia
received gas at a reduced price. (STANOVAYA, 2013)
Está estratégia é utilizada para tirar os países da zona de influência da União Europeia
e também para conseguir concessões políticas, segundo Stanovaya:
This strategy was based on the fact that the CIS countries would not be able to
afford to buy expensive gas and would thus be forced to make political concessions
to Moscow. The “gas war” and other subsequent “wars” with Belarus have been
orchestrated to provide Gazprom access to the controlling interest of Beltransgaz (a
goal that has almost been met) and to other industrial assets. The Kremlin expected
that Ukraine would participate in the United Economic Space, refuse to join NATO,
transfer its gas transportation system (GTS) to Russian control, create favorable
conditions for Russian investors, and so on. Moscow’s current target is to prevent
Ukraine from signing an agreement at the November Eastern Partnership Summit in
Vilnius on the creation of a free trade zone and from becoming an associate member
in the EU. Instead, they are pushing Ukraine to become a member of the Customs
Union with Russia, Belarus, and Kazakhstan. (STANOVAYA, 2013)
45
Fonte: lardbucket.org
4.1.1 Ucrânia
A Ucrânia possui um PIB de US$ 176 bilhões. Com 45 milhões de habitantes e PIB
per capita de US$ 7.832 é considerada uma aliada estratégica para o sucesso do bloco liderado
pela Rússia (MOSHES, ano). O próprio presidente russo, Putin, destacou a importância da
integração como o vizinho europeu e convocou a diplomacia para atuar ativamente na
construção de boas relações26.
Dos atuais países membros da União Aduaneira, a Belarus já possui associação com a
Rússia desde meados da década de 1990. Já o Cazaquistão optou voluntariamente por integrar
26
Discurso de posse do presidente Putin. Disponível em:< http://www.youtube.com/watch?v=yRikpp0QqGc>
Acesso em: 12 Ago. 2012.
46
e liderar junto com a Rússia a integração Euroasiática. Entretanto, na questão cazaque, para
Moshes, ocorre uma competição:
As a result, the Kremlin scored points via the Customs Union in its diplomatic game
with China. Perhaps more importantly, Moscow was able to present Brussels with a
fait accompli: from now on, the Kremlin expects the European Commission to
discuss trade issues exclusively with its Eurasian analogue. Bilateral negotiations on
a new framework agreement between Russia and the EU are frozen, and respective
competences have been transferred to the Eurasian Economic Commission.
(MOSHES, 2013, p.1)
Para o Primeiro Ministro Russo, Medvedev, a Rússia apregoou desde o inicio que
todos os Estados-partes tenham igualmente direitos e obrigações para com a UA. Para o
Ministro, "um acordo no formato Rússia, Cazaquistão, Belarus + Ucrânia ou qualquer outro
país não nos convém, como nos queremos criar a união econômica euroasiática com valores
completos e não uma união amorfa. Esse princípio nos vamos aderir no futuro”.27
Ideally, Kyiv would like to combine a privileged economic relationship with Russia
with a free trade regime with the EU. Ukraine and the EU have negotiated a deep
and comprehensive free trade agreement that could conceivably be signed in
November 2013 during the EU Eastern Partnership summit in Vilnius – if, that is,
Ukraine meets certain political conditions. Brussels, however, has made it clear that
the agreement is incompatible with membership in the Customs Union. As a
Customs Union member, Ukraine would have to partially transfer its economic
sovereignty to an organization that does not have preferential relations with the EU.
The Customs Union has little chance of establishing such relations in the near future,
given that two of its member states (Belarus and Kazakhstan) are not members of
the WTO and one (Belarus) has especially conflictual relations with the EU.
(MOSHES, 2013, p. 4)
Entretanto, Kiev tem interesse em outros projetos, como no EBD e no fundo anti-crise
da EurAsEC28. Consolidada a adesão, o país poderá contar com aportes financeiros para a
modernização do país.
27
Fonte: The National Radio Company of Ukraine. Ukraine to lose chances to join Russia's Customs Union
after signing association deal with EU, says Medvedev. Disponível em:
<http://www.nrcu.gov.ua/en/148/545039/>. Acesso em: 12 nov. 2013.
28
Fonte: The National Radio Company of Ukraine. Government of Ukraine will soon adopt decision on
joining to Eurasian Development Bank and EurAsEC anti-crisis fund.Disponível em:
<http://www.nrcu.gov.ua/en/148/547540/>. Acesso em: 12 nov. 2013
47
4.2 CÁUCASO
4.2.1 Armênia
planta nuclear armêna; a Russian Railways, que também está antecipando investimentos para
o desenvolvimento da rede ferroviária. O setor bancário russo está expandindo a cooperação
com o país. Os laços também serão estreitados através do 3º Fórum Interregional Russo-
armeno. A cooperação também será estendida para a educação superior com a presença de
instituições russas, como a USM.
A parceria estratégia em diversas áreas, tais como política, comércio, economia,
cultura, direitos humanos, militar e áreas técnicas é um reiteração do Agreement on
Friendship, Cooperation and Mutual Assistance, firmado em 29 de agosto de 1997, assim
como nos princípios contidos na Declaration of the Republic of Armenia and Russian
Federation, de 26 Setembro de 200629.
As relações com o ocidente não serão interrompidas, conforme afirmou a Primeira
Ministra Margarit Yesayan ao ser entrevistada: “nos temos dito e continuaremos afirmando
que nos possivelmente tentaremos uma relação próxima e intensa com a UE, para ser próximo
da UE30”.
Tendo em vista o estreitamento das relações da Armênia com a UA, países da União
Europeia tentaram intervir pró-ocidente. A Ministro de Relações Exteriores Edward
Nalbandia enfatizou em encontro com a contraparte polonesa que há espaço para uma
aproximação com a Europa. Em nota oficial a impressa após o encontro presidencial entre
Putin e Sargsyan foi anunciado o estreitamento dos laços econômicos e da parceria estratégica
entre os dois países. Nas palavras do líder russo:
The Russian side supports Armenia’s decision to join the Customs Union and
engage in the Eurasian integration process and its formalisation. We will assist this
process in every possible way. I am confident that Yerevan’s participation in the
Eurasian integration institutions will give a big boost to mutually beneficial
economic cooperation.31
O governo russo também trabalhará para a solução de problemas políticos, tais como a
questão Nagorno-Karabakh. O presidente Serzh Sargsyan confirmou o desejo de integrar a
União Aduaneira e de se envolverem no processo de consecução da União Euroasiática, o que
29
Fonte: The Office to the President of the Republic of Armenia. Joint Statement on the results of the visit of
the President of the Republic of Armenia to the Russian Federation.Disponível em:
<http://www.president.am/en/press-release/item/2013/09/03/President-Serzh-Sargsyan-and-President-Vladimir-
Putin-joint-statement>. Acesso em: 4 set. 2013.
30
Fonte: Aravot.am. The policy towards EU will not be interrupted. Disponível em:
<http://en.aravot.am/2013/10/03/161871/>. Acesso em: 9 out. 2013.
31
Fonte: Russian Presidential Executive Office. Press statements following Russian-Armenian
talks. Disponível em: <http://eng.kremlin.ru/transcripts/5932>. Acesso em: 15 set. 2013.
49
Now, our CSTO partners are creating a new platform for economic cooperation. I
have stated on many occasions that since we share a system of military security, it is
impossible and inefficient to isolate ourselves from the corresponding geo-
economical space. This is a rational decision; it is a decision based on Armenia’s
national interests. This decision is not a rejection of our dialogue with European
institutions. 34
4.2.2 Geórgia
O país se retirou da CEI em 2008 após a ação militar russa. Entretantp as atuais
lideranças políticas demonstram interesse em estreitar as relações comerciais com a EU.
Passados 5 anos da ação militar russa para conter a retomada, pelo governo georgiano, das
regiões separatistas pró-Moscou, a Rússia tem se esforçado para criar um imagem positiva
perante o governo e a população georgiana. A Geórgia não se demonstrou disposta a integrar
a UA e posteriormente a UEA.
Por intermédio de líderes religiosos dos dois países é sensível o interesse em
restabelecer os laços entre os dois povos. O Patriarca da Igreja Ortodoxa de toda Georgia Ilia
II disse que “I pass on our Prime Minister’s warm greetings too. He is doing everything
possible and necessary to improve relations with everyone. I think that we will be able to
settle the problems between us and will be brothers once again.”35
4.2.3 Azerbaijão
32
ARMENPRESS. Expert: Armenia's accession to Customs Union is logical step toward
integration. Disponível em: <http://armenpress.am/eng/news/731993/>. Acesso em: 5 out. 2013.
33
Fonte: PETER, Laurence. Armenia rift over trade deal fuels EU-Russia tension. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-23975951>. Acesso em: 6 out. 2013.
34
Idem.
35
Fonte: Russian Presidential Executive Office. Meeting with Catholicos Patriarch Ilia II of All
Geor. Disponível em: <http://eng.kremlin.ru/news/4885>. Acesso em: 5 out. 2013.
50
O país está receoso quanto à adesão ao projeto de integração liderado pela Rússia.
Entretanto, especialistas locais apontam as vantagens da integração para a expansão
econômica e diversificação da sua pauta comercial, que atualmente é dominada pela
exportação de commodities 36 . O país tem estreitado suas relações com países da União
Europeia, um dos principais mercados para commodities. A adesão poderia limitar os laços
econômicos com os EUA, países da EU, Turquia, entre outros.
Ainda está em aberto a questão Nagorno Karabakh. Em meados dos anos 1990 um
grande número de azerbaijanos morreram, e a responsabilidade recaiu sobre a Rússia, assim
como a culpa pela crise econômica e a instabilidade política. Sendo a Federação Rússia auto-
proclamada sucessora da URSS, a população receia que a integração possa trazer de volta os
problemas passados. Para acessar a UEA o país aponta como necessário solucionar a questão
Nagorno Karabakh. A adesão poderá considerar exceções quanto a política energética,
principal recurso do país.
A prioridade para o Estado é sua adesão ao bloco liderado pela Rússia, Cazaquistão e
Belarus, disse o presidente Ossetia Leonid Tibilov em reunião sediada em Tskhinvali, capital
do país, com chefes de vários ministérios, o assessor presidencial russo Vladislav Surkov e o
vice-secretário do Conselho de Segurança russo Rashid Nurgaliyev.
A Rússia reconheceu a independência do Estado no dia 26 de agosto de 2008, depois
da operação militar realizada para conter a tentativa de tomar o controle da região por parte do
governo georgiano. Nos últimos 20 anos a república sofreu três ataques da Geórgia37.
Ainda é cedo para avançar na integração com a Rússia, segundo o Presidente:
I wouldn't put the card before the horse because we need to put a lot of things in
order in Abkhazia for participating in any specific forms of integration. First of all
it’s about the legislation of our republic. And only when we create a more efficient
state and legal system, we will be able to think of entering these kinds of unions. If,
of course, we will be admitted.38
36
Fonte: CENTER FOR ECONOMIC AND SOCIAL DEVELOPMENT. Considering Accession to the Eurasian
Economic Union: For Azerbaijan, Disadvantages Outweigh Advantages. Disponível em: <http://cesd.az/new/wp-
content/uploads/2013/05/Azerbaijan_Membership_Eurasian_Economic_-Union1.pdf>. Acesso em: 5 out. 2013.
37
Fonte: ITAR-TASS. President Tibilov: Georgia should recognise genocide of South Ossetian people. Disponível em:
<http://www.itar-tass.com/en/c35/850872.html>. Acesso em: 5 out. 2013
38
Fonte: President of the Republic of Abkhazia. Alexander Ankvab: "We don’t believe in the American "melting
pot". Disponível em: <http://www.abkhaziagov.org/en/president/press/news/2013-09-26>. Acesso em: 6 out. 2013.
51
At the same time, after Russia has recognized independence of Abkhazia and we
have signed the big Treaty of Friendship, Cooperation and Mutual Aid, the Russian-
Abkhazian relationship is constantly improving and getting better. For now our
states have signed about 80 agreements, and this process is going on. Ties between
Abkhazia and Russia didn't break even in the hardest time for our republic, both
during the 1992-1993 war, and during the post-war blockade. Only two states out of
all the CIS countries Turkmenistan and Belarus didn't participate in it. As you know,
Russia lifted the blockade sanctions only when Vladimir Putin came to power. And
since then a new period of development of our relationship has begun. 39
A Ásia Central tem cinco estados e até o momento somente um faz parte da UA, o
Cazaquistão, entretanto dois Estados acenaram positivamente para a integração. A região foi a
que sofreu o maior impacto com a desintegração soviética, devido a pouca infraestrutura de
logística (dentro da organização do trabalho no período soviético não tinha industrias
significativas). Cada Estado demanda ações políticas da UA específicas, e o sucesso da
incorporação de um dos Estados pode refletir na posição dos demais. O provável próximo
membro pleno será o Quirguistão.
Fonte: nationsoline.org
39
Fonte: President of the Republic of Abkhazia. Alexander Ankvab: "We don’t believe in the American "melting
pot". Disponível em: <http://www.abkhaziagov.org/en/president/press/news/2013-09-26>. Acesso em: 8 out. 2013.
52
4.3.1 Quirguistão
I asked the Head of Cabinet of Ministers of the Russian Federation Vladimir Putin to
support us in the issue, related to country’s joining the Customs Union. In
Kyrgyzstan, people think that we are invited to CU and that we do not need it. In
fact, we cannot let people wake up in the morning and find out that POL prices has
skyrocketed. Then, every body will say about the necessity to join the CU. This
issue must be solved in advance. Besides, we talked about the credit of EurAsEC
Anti-crisis Fund in amount of $106 million. We received the support of Russia and
Kazakhstan. Today, Minister of Finance of the RF said about it.42
40
Fonte: Radio Free Europe. Kyrgyz PM Proposes Customs Union Fund. Disponível em:
<http://www.rferl.org/content/kyrgyzstan-customs-union-fund/25117839.html>. Acesso em: 10 out. 2013.
41
Fonte: THE GAZETTE OF CENTRAL ASIA. Almazbek Atambayev: Kyrgyzstan is interested to join the CU as
soon as possible. Disponível em: <http://www.satrapia.com/news/article/almazbek-atambayev-kyrgyzstan-is-interested-to-
join-the-cu-as-soon-as-possible/>. Acesso em: 9 out. 2013.
42
Fonte: 24.KG NEWS AGENCY.. Almazbek Atambayev: Kyrgyzstan is interested to join the CU as soon as
possible. Disponível em: <http://eng.24.kg/cis/2011/05/20/18199.html>. Acesso em: 9 out. 2013.
43
Fonte: Trend News Agency. Russia to support Kyrgyzstan in joining Customs Union. Disponível em:
<http://en.trend.az/regions/casia/kyrgyzstan/2194810.html>. Acesso em: 8 out. 2013.
53
Diversas questões políticas e sociais podem ser resolvidas com a adesão, como a
diáspora quirguiz, marcante na Rússia e no Cazaquistão. A adesão ao bloco possibilitará a
regularização da situação dos trabalhadores e estudantes quirguizes, pois se estima que mais
de 1 milhão tenham migrado, a maioria de forma irregular, para a UA44.
Para Moshes,
The deepening of Eurasian integration is thus up for question. The expansion of the
Customs Union to Kyrgyzstan and Tajikistan is under discussion, but this is not a
solution. Both countries are very small economically and unattractive as export
markets. Their capacity to enforce new regulations or to protect the borders of the
Customs Union (from smuggling) is weak. Most importantly, the prospect of
granting these states, especially Tajikistan, freedom of labor mobility, which they
would be entitled to if they joined the union, is politically very risky in Russia’s
current domestic political context, tainted as it is with anti-immigrant sentiment.
(MOSHES, 2013, p. 2)
This amplifies racism in the country as well as the negative image of Central Asia
and the Caucasus. As intellectuals in Central Asia continue to use Russian as their
primary language, this black propaganda is spread to the Russian-speaking urban
intellectuals of Central Asia as well. This leads to the emergence of a new
generation of young intellectuals who belittle their own nations and are alienated
from them.
44
Fonte: KANBOLAT, Hasan. The new member of the Customs Union: Kyrgyzstan. Disponível em:
<http://www.todayszaman.com/columnists/hasan-kanbolat-329024-the-new-member-of-the-customs-union-
kyrgyzstan.html>. Acesso em: 15 out. 2013.
45
Fonte: LOGISTIC.RU. Customs union may drive Uzbeks, Turkmens toward Iran, China. Disponível em:
<http://www.rzd-partner.com/press/365889/>. Acesso em: 21 out. 2013.
54
The countries near Kyrgyzstan -- Russia, Kazakhstan, Uzbekistan and China -- are
military, geographic, political, economic and demographic giants. Kyrgyzstan sees
its ties with Turkey as a counterweight to its relations with its powerful neighbors,
the Russian Federation and China. As Turkish-Russian relations improve and
normalize, ties between Central Asia and Turkey are improving as well. This
enables Central Asian countries to develop ties with Turkey more easily.
(KANBOLAT, 2013)
4.3.2 Tajiquistão
O Tajiquistão, outra pequena nação asiática, expressou interesse em aderir a UA. Para
o Embaixador da Rússia no país, Yuri Popov, “the entry of Tajikistan in the Customs Union is
possible only after the accession of Kyrgyzstan for obvious reasons, the question is already
topical”. Os mesmos problemas apontados quanto aos quirguizes podem ser considerados
para os tajiques.46
46
Fonte: The Gazette of Central Asia. Tajikistan Expresses Readiness to Become Customs Union Member. Disponível
em: <http://www.satrapia.com/news/article/tajikistan-expresses-readiness-to-become-customs-union-member/>. Acesso em:
25 out. 2013.
47
Fonte: LOGISTIC.RU. Customs union may drive Uzbeks, Turkmens toward Iran, China. Disponível em:
<http://www.rzd-partner.com/press/365889/>. Acesso em: 21 out. 2013.
55
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos Estados que fazem fronteira com a Rússia, o ocidente forjou a criação da opinião
pública e a produção de mecanismos de contestação ao poder russo – a citar, o softpower
ocidental voltado para barrar a criação da União Eurasiática.
A percepção política dos Estados do estrangeiro próximo quanto à incursão russa pode
ser classificada em três grupos: os que necessitam da Rússia e vêm os russos como aliados e
estão dispostos a cooperar com os projetos em curso; os Estados que esperam mais sinais de
solidez na política russa e que não terão a política nacional ditada por Moscou; e os que
buscam completa dissociação política, com integração às esferas de influências
intrarregionais.
Esse estudo não esgota o tema: a proposta foi jogar luz na compreensão da evolução
recente da política russa para o espaço pós-soviético. A adesão de novos países à UA e a
futura UEA ainda depende da adequação às exigências e padrões demandados por essas
Organizações, assim como da atuação política da Rússia em sintonia com o Cazaquistão e
com a Belarus.
57
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