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 Revelia e Confissão

O principal efeito da revelia incide sobre a prova, uma vez que


o se o réu não contestar a ação, serão considerados verdadeiros
os fatos alegados pelo autor, sendo dispensada a produção de
outras provas sobre tais fatos. Se a matéria for de direito, no
entanto, não há o que se falar em confissão ficta.

Para elidir a revelia é imprescindível que se apresente e que


seja declarada expressamente a impossibilidade de comparecer
do empregador ou seu preposto.

Quanto mais zelo melhor. Por isso, ao chegar à Justiça do


Trabalho devemos fazer contato imediatamente com o
preposto ou com o Reclamante, nos certificando da chegada de
eventuais testemunhas, fazendo comentários e tirando
eventuais dúvidas sobre o processo, e ainda identificar
visualmente todos da parte contrária, mantendo-os sob nossa
vigilância, evitando assim que as testemunhas sejam
instruídas.

Comparecimento de testemunhas
Na Justiça do Trabalho, de acordo com o comando do
artigo 845 da CLT, o reclamante e o reclamado comparecerão à
audiência acompanhada das suas testemunhas,
independentemente de notificação. A única hipótese em que as
testemunhas são intimadas e se necessário conduzidas
coercitivamente, ocorre quando a parte as convida a depor,
através de uma carta convite que deverá ser juntada aos autos.
Por isso é válido encaminhar e-mail/comunicado para o
responsável por cada processo antes de todas as audiências em
que haverá a oitiva de testemunha, solicitando o
comparecimento das mesmas e ainda indicando as matérias
que serão alvos de questionamentos durante os depoimentos.
À reclamante:

Em ação de vínculo empregatício as primeiras perguntas


devem girar em torno das condições gerais do
contrato: período, salário, forma de demissão, valores
recebidos. Após, perguntas sobre o vínculo, vejamos:
1. Quando começou a trabalhar?
2. Trabalhou até que data?
3. Como ocorreu o desligamento?
4. Assinou contrato algum contrato com a reclamada?
5. Fez exame admissional ou demissional?
6. Tinha liberdade para realizar investimentos de
publicidade?
7. Podia dar descontos e fazer promoções livremente?
8. Recolhia INSS por conta própria?
9. Recebia, em média, quanto por mês?
10. Quem fez a promessa de salário mínimo mensal?
11. Tinha contato direto com funcionários da reclamada?
Com qual periodicidade?
12. Participava de reuniões?
13. Era obrigatória presença nessas reuniões?
14. Alguma vez mandou algum conhecido nas reuniões?
15. Quantas campanhas tinham por ano?
16. Quanto tempo durava em média durava cada
campanha?
17. Como funcionavam as metas?
18. Quando o cliente não pagava a compra, de quem era
o prejuízo?
19. A equipe que liderava era composta por quantas
pessoas?
A reclamada deve ser questionada sobre as características
do programa de executiva de vendas, remuneração,
exigência de meta, penalidades etc:
1. As executivas de venda atuam com exclusividade?
2. Quantas pessoas faziam parte da equipe da
reclamante?
3. Como funcionava a remuneração da reclamante?
4. Quantas campanhas são realizadas por ano?
5. Quanto tempo dura cada campanha?
6. Quanto a reclamante ganhava de comissão por
campanha?
7. A empresa paga salário fixo para executivas?
8. São realizadas reuniões periódicas com as executivas
de venda?
9. As executivas precisam fazer reuniões com as
revendedoras?
10. O que acontece se não alcançar as metas?
11. A reclamante alcançava as metas?
12. O que são cortesias?
13. As revendedoras tem meta a cumprir? Podem ser
descadastradas pelo não cumprimento?
As perguntas para as testemunhas são terreno fértil para o
advogado plantar a vitória ou não no processo. Por isso, bom
que esteja municiado para comprovar sua tese.

Como as testemunhas são “bombardeadas” por todos os lados,


ou seja, respondem para Juiz e advogados, devem estar
preparadas para responder sobre todos os temas da
reclamação: período de trabalho em comum, assinatura
de contrato comercial, como se deu o fim do contrato,
salário fixo, comissões, exclusividade, metas,
reuniões, equipe, conforme estas sugestões:
1. Trabalhou para reclamada? Qual período e função?

2. Onde trabalhava?

3. Trabalhou junto com a reclamante?

4. Havia exigência de exclusividade na revenda dos produtos


pelas executivas?

5. Havia reuniões periódicas?

6. Era obrigatório o comparecimento da executiva para


reuniões?

7. Havia penalidade caso faltassem às reuniões?

8. Viu alguma vez a reclamante pedir ajuda para algum amigo


ou parente para realizar vendas ou captação de revendedoras?

9. As revendedoras tem que participar de reuniões?

10. Recebeu promessa de pagamento de salário fixo? Sabe, se a


reclamante recebeu?

11. A empresa paga salário fixo para executivas?

12. Como funcionava a remuneração das executivas?

13. Recebia cobrança de supervisores por outros meios além de


reuniões? Se sim, quais? Isso acontecia com todas as
executivas?

14. Executiva de vendas recebe treinamento da empresa?


15. As executivas tinham metas?

16. O que acontecia se não cumprissem as metas?

17. O que eram cortesias?

18. Sabe dizer se a reclamante foi descadastrada?

As perguntas que elenquei dão o norte traçado em possível


instrução do caso vertente.

É possível saber exatamente o que pode acontecer, ou melhor,


ser perguntado. Por isso, não canso em dizer: prepare-se com
afinco, isso dará mais tranquilidade e segurança para o fiel
cumprimento do mandato.

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