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16/02/2017

Prof. Rodrigo Borges

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ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO ESTADO

ESTADO “O Príncipe” (Maquiavel – 1513)


Convivência humana, à sociedade política, e detém o significado de
poder, força e direito.

ELEMENTOS DO ESTADO MODERNO (substituiu o Estado


Absolutista)
 POVO: agrupamento de pessoas que residem em um determinado território;

 TERRITÓRIO: área geográfica, inclui espaço aérea, terrestre, marítimo,


subsolo e embaixadas/consulados;

 PODER E SOBERANIA: arcabouço jurídico (Constituição).

CONCEITOS DE ESTADO

ESTADO
Organização burocrática que possui o poder de legislar e tributar
sobre a população de um determinado território; é a única estrutura
organizacional que possui o “poder extroverso” (poder unilateral).

ESTADO é a forma histórica de organização jurídica, limitado a um


determinado território, com população definida e dotado de
soberania, que, em termos gerais e no sentido moderno, configura-se
como um poder supremo no plano interno e um poder independente
no plano internacional.
Alexandre de Moraes (2008)

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CONCEITOS DE ESTADO
SENTIDO LATO: nação politicamente organizada; é quem detém o
poder soberano; independência externa e soberania interna.
SENTIDO JURÍDICO: pessoa jurídica de Direito Público Interno
responsável pelos atos de seus agentes; e pessoa jurídica de Direito
Público Internacional no trato com os demais países.
SENTIDO SOCIAL: agrupamento de pessoas que residem em um
determinado território e se sujeitam ao poder soberano, em que
apenas alguns exercem o poder.
SENTIDO ADMINISTRATIVO: exercício efetivo do poder através do
Governo, em prol do bem comum.

ESTRUTURA DO ESTADO BRASILEIRO

ESTRUTURA POLÍTICA: os três níveis (União,


Estados membros, Municípios e DF); os três
Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário)

ESTRUTURA FÍSICA/GEOGRÁFICA: Estados,


Municípios e DF.
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA: Governo e
Administração

ESTRUTURA JURÍDICA: sistema Constitucional


legal.

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CARACTERÍSTICAS DO ESTADO BRASILEIRO

FORMA DE ESTADO: FEDERAÇÃO


TIPO DE ESTADO: ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
REGIME POLÍTICO DE ESTADO: DEMOCRACIA SEMIDIRETA
FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA
SISTEMA/REGIME DE GOVERNO: PRESIDENCIALISMO

FORMAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO

SOBERANIA: ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO => REPÚBLICA


FEDERATIVA DO BRASIL

AUTONOMIA: União, Estados membros, DF e Municípios.

 Auto organização: mediante Constituição e leis próprias;

 Auto governo: elegerem seus governantes e demais


representantes;

 Auto administração: organização para prestação de serviços de


sua competência.

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Formada pela união indissolúvel da União, Estados, Municípios e


do DF;

Constitui um Estado Democrático de Direito;

Possui três Poderes independentes e harmônicos entre si.

 LEGISLATIVO federal/estadual/municipal

 EXECUTIVO federal/estadual/municipal

 JUDICIÁRIO federal/estadual

GOVERNO

Traduz-se no modo pelo qual o Estado é administrado.

O ESTADO É PERMANENTE, O GOVERNO É TRANSITÓRIO

Representa a parte política do Estado que atua na condução da


coisa pública;
É um instrumento do Estado;
É quem exerce o poder extroverso do Estado.

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DIMENSÕES DO CONCEITO DE GOVERNO

FORMAL: Conjunto de poderes e órgãos.

MATERIAL: Funções Legislativa, Administrativa e Judiciária.

OPERACIONAL: Condução política dos objetivos públicos.

ESTRITO: Agente público que exerce o poder.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A ideia central de administração é a ação corretamente calculada


para realizar determinados objetivos desejados.

A administração compreende todo o aparato existente (estrutura e


recursos; órgão e agentes; serviços e atividades) à disposição dos
governos para a realização de seus objetivos políticos e do objetivo
maior e primordial do Estado: a promoção do bem comum da
coletividade.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública, em sentido amplo, compreende:


 O Governo (que toma as decisões políticas);
 A Estrutura;
 E a Administração (que executa essas decisões).
A Administração Pública, em sentido estrito, compreende apenas
as funções administrativas de execução das atividades.

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EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL


ADM PÚB. ADM PÚB.
Gerencial Patrimonialista
Burocrática
Padrões hierárquicos
Ampliação Corrupção
dos serviços rígidos
Sociais
Novos
FocoPapeis Econômicos
nos processos
Nepotismo
Pós II Guerra
Lentidão Mundial
e ineficiência
Clientelismo
Aventuras Administrativas
Vícios

1938
1995 1500
PlanoDep.
Criação do DASP- Diretor daSetor
Adm. do reforma
Público
/Criado durante o Governo
do Aparelho dedeEstado
Getúlio Vargas
- PDRAE

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Estado e sociedade formam, numa democracia, um todo indivisível.

O Estado, cuja competência e limites de atuação estão definidos


precipuamente na Constituição, deriva seu poder de legislar e de tributar a
população, da legitimidade que lhe outorga a cidadania, via processo
eleitoral.

A sociedade, por seu turno, manifesta seus anseios e demandas por canais
formais ou informais de contato com as autoridades constituídas.

É pelo diálogo democrático entre o Estado e a sociedade que se definem as


prioridades a que o Governo deve ater-se para a construção de um país mais
próspero e justo.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O APARELHO DO ESTADO

Entende-se por aparelho do Estado a administração pública em sentido amplo,


ou seja, a estrutura organizacional do Estado, em seus três Poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, Estados-membros e Municípios).

O aparelho do Estado é constituído pelo governo, isto é, pela cúpula dirigente


nos três Poderes, por um corpo de funcionários, e pela força militar.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O ESTADO

O Estado, por sua vez, é mais abrangente que o aparelho, porque compreende
adicionalmente o sistema constitucional-legal, que regula a população nos limites
de um território.

O Estado é a organização burocrática que tem o monopólio da violência legal, é o


aparelho que tem o poder de legislar e tributar a população de um determinado
território.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A REFORMA

A reforma do Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias áreas do


governo e, ainda, ao conjunto da sociedade brasileira, enquanto que a reforma
do aparelho do Estado tem um escopo mais restrito:

Está orientada para tornar a administração pública mais eficiente e mais


voltada para a cidadania.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

As três formas de Administração Pública

Administração Pública Patrimonialista

Administração Pública Burocrática

Administração Pública Gerencial

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública Patrimonialista

No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do


poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza
real.

Os cargos são considerados prebendas.

A res pública não é diferenciada da res principis.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de


administração.

No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o


mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado.

Neste novo momento histórico, a administração patrimonialista torna-se uma


excrescência inaceitável.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública Burocrática

Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, como forma
de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista.

Constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização,


a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em
síntese, o poder racional legal.

Os controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são sempre


a priori.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos


cidadãos que a eles dirigem demandas.

Por isso, são sempre necessários controles rígidos dos processos, como por
exemplo na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento a demandas.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública Burocrática

Por outro lado, o controle - a garantia do poder do Estado - transforma-se na


própria razão de ser do funcionário.

Em consequência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua


missão básica, que é servir à sociedade.

A qualidade fundamental da administração pública burocrática é a efetividade no


controle dos abusos; seu defeito, a ineficiência, a auto-referência, a incapacidade
de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como clientes.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Esse defeito, entretanto, não se revelou determinante na época do surgimento


da administração pública burocrática porque os serviços do Estado eram muito
reduzidos.

O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os


contratos e a propriedade.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública Gerencial

Emerge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à


expansão das funções econômicas e sociais do Estado e, de outro, ao
desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez
que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo
anterior.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir custos e


aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-
se então essencial.

A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente


pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo
desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Na administração pública gerencial a estratégia volta-se:

Para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá


atingir em sua unidade;

Para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos


humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para
que possa atingir os objetivos contratados;

Para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio


Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades
internas.

No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis


hierárquicos tornam-se essenciais.

Em suma, afirma-se que a administração pública deve ser permeável à maior


participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e
deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O diagnóstico da administração pública brasileira envolve a resposta a algumas


perguntas básicas:

O Estado deve permanecer realizando as mesmas atividades? Algumas


delas podem ser eliminadas? Ou devem ser transferidas da União para os
estados ou para os municípios? Ou ainda, devem ser transferidas para o
setor público não-estatal? Ou então para o setor privado?

Por outro lado, dadas as novas funções, antes reguladoras que executoras,
deve o Estado criar novas instituições?

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Para exercer as suas funções o Estado necessita do contingente de


funcionários existente? A qualidade e a motivação dos servidores são
satisfatórias? Dispõe-se de uma política de recursos humanos adequada?

As organizações públicas operam com qualidade e eficiência? Seus serviços


estão voltados prioritariamente para o atendimento do cidadão, entendido
como um cliente, ou estão mais orientadas para o simples controle do
próprio Estado?

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Setores do Estado, Formas de Propriedade e de Administração

Formas de
Formas de Propriedade Administração
Estatal Pública Privada Burocrática Gerencial
Não - Estatal
NÚCLEO ESTRATÉGICO
Legislativo, Judiciário,
Presidência, Cúpula dos
Ministérios
ATIVIDADES EXCLUSIVAS
Polícia, Regulamentação
Fiscalização, Fomento,
Seguridade Social Básica

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Formas de
Formas de Propriedade Administração
SERVIÇOS
NÃO-EXCLUSIVOS
Universidades, Hospitais,
Centros de Pesquisa, Museus

PRODUÇÃO PARA O MERCADO


Empresas Estatais

Fonte: Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (1995) Plano


Diretor da Reforma do Estado

Parcial Total

Publicização Privatização

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BIBLIOGRAFIA

1. ABRUCIO, F. L. Trajetória recente da gestão pública


brasileira: um balanço crítico e a renovação da agenda de
reformas. Revista Brasileira de Administração Pública,
Salvador, v. 1, p. 77-87, 2007.

2. PALUDO, A. Histórico, reformas e evolução da


Administração Pública no Brasil. In: ______. Administração
Pública. 3 ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2013. p. 75-125.

3. MATIAS-PEREIRA, J. Administração Pública comparada: uma


avaliação das reformas administrativas do Brasil, EUA e
União Europeia. Revista de Administração Pública, Rio de
Janeiro/RJ, v. 42, n. 1, p. 61-82, 2008.

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