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Estácio de Sá – Unidade Rio Branco

Curso: Direito

Disciplina: Direito Constitucional III

Professor: Bruno Stigert

Aluna: Juliana de Paula Carneiro Oliveira

Matricula: 201307023606 / Período: 5º / Turma: Manhã / Data: 08/04/16

Qual a justificativa constitucional para que a CF/88 se transformasse em constituição


analítica?
Valendo-se de tais critérios podemos definir a Constituição Federal Brasileira de 1988 como sendo promulgada, escrita, analítica,
formal, dogmática, rígida, reduzida e eclética.

As sintéticas são aquelas que apresentam apenas os princípios fundamentais e estruturais do Estado, não se aprofundando em
matéria alguma, se atendo apenas a conteúdos gerais e essenciais. São mais duradouras à medida que seus princípios são re -
interpretados e adequados aos novos anseios da sociedade pela atividade da Suprema Corte, exemplo clássico é a Constituição
Americana em vigor há mais de 200 anos. As analíticas por outro lado abordam todos os assuntos que a Assembleia Constituinte
entender como fundamentais, detalhando cada um e estabelecendo regras que deveriam estar nas leis infraconstitucionais. Um
exemplo é a CF/88, que trata minuciosamente dos mais diversos assuntos. Inclusive trata de assuntos como o art. 242, §2º, que
estabelece que o Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal. Ora, tal norma deveria
estar em lei infraconstitucional, e não na magna carta, é, portanto, formalmente constitucional, mas não materialmente
constitucional. Essas características de certas constituições denotam o momento histórico em que elas foram constituídas, a CF/88 se
apresenta assim, pois desde 1964 o Brasil estava sob o regime da ditadura militar, e desde 1967 sob uma Constituição imposta pelo
governo, em que as garantias individuais e sociais eram diminuídas (ou mesmo ignoradas), para garantir os interesses da ditadura,
de tal forma que depois da redemocratização do Brasil, o poder constituinte originário, digamos assim “traumatizado”, optou por
fabricar uma constituição abrangente, que não deixasse pontas soltas e disciplinasse tudo quanto fosse possível, temendo um
retrocesso na democracia.

A Constituição de 88 trouxe avanços democráticos, especialmente para um país que havia passado 21 anos sob regime militar.
Disso, ninguém discorda. Mas exatamente por ter sido feita nesse contexto de reabertura política, alguns consideram que houve
excessos no texto aprovado. Como havia uma grande sede de liberdade e defesa dos direitos individuais, a Constituição acabou por
sair com mais direitos do que deveres. Alguns também a consideram excessivamente extensa e detalhista, e criticam sua falta de
generalidade. Tais comentários baseiam-se no modelo da Constituição norte-americana, sintética, com poucos artigos. Apesar disso,
vale dizer que tal constituição, não é bem redigida, em alguns elementos é detalhista, em outros é genérica. O que é modelo na
Constituição americana é o fato de ela ser constantemente reescrita pela prática constitucional, pois uma Constituição não é um
trabalho acabado, sendo natural que sofra emendas e revisões, como a que ocorreu com a Constituição Brasileira em 1993, prevista
no ADCT (ver art. 3º, ADCT).

O então presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, batizou a Carta Magna de Constituição- Cidadã, ela
ficou conhecida por garantir e ampliar direitos individuais e coletivos, por exemplo, os dos trabalhadores. Também foi a primeira na
história do país a consagrar o princípio da proteção ao meio ambiente (ver art. 170, V) e os direitos da criança (ver art. 227,
caput) que só foram reconhecidos dois anos depois no plano internacional. Porém, mais do qualquer direito específico, o texto
constitucional foi importante para assegurar a estabilidade das instituições democráticas.

Bibliografias:

José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, 11ª edição, editora Malheiros, 1996.

Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino.,Direito Constitucional Descomplicado. Editora Método, 4ª edição, São Paulo

http://www.presidencia.gov.br/legislacao/ (Constituição da República Federativa do Brasil de 1988)

http://jus.uol.com.br/doutrina/

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