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Considerações prévias
Para este trabalho, de comparação entre os campos de análise dos Relatórios de Avaliação Externa elaborados pela Inspecção
Geral da Educação, e os Domínios e Subdomínios do MAABE e respectivos descritores, e de acordo com as indicações das Formadoras
no Guia da Sessão, escolhemos três Relatórios. Sem que os analisemos detalhadamente, assentam neles as reflexões a que chegámos e
partem deles os campos de análise seleccionados para a elaboração do presente quadro comparativo. Gostaríamos, por isso, de
especificar alguns factores antes de procedermos à realização do trabalho propriamente dito, quer no que respeita à escolha dos
Relatórios em causa, que não foi completamente aleatória, quer no que se reporta à comparação pedida entre a organização do MAABE
Se tal fosse possível, gostaríamos de ter a possibilidade de comparar os Relatórios de Avaliação Externa de um mesmo
Agrupamento ou Escola ao longo dos três anos lectivos indicados. Como o processo da IGE não funciona dessa forma, a cada ano são
seleccionadas Escolas/Agrupamentos diferentes para serem avaliados externamente, pensámos, assim mesmo, que seria interessante
obter um exemplar de cada um dos anos lectivos escolhidos (2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009), a fim de tentar detectar
diferenças e eventuais melhorias de uns para os outros. Essa tarefa e esse pressuposto revelaram-se infrutíferos: o modelo do
Relatório da IGE não difere grandemente ao longo do tempo1 e, além disso, as diferenças detectadas serão mais em termos de estilo, o
que poderá, naturalmente, relacionar-se com o facto de as equipas inspectivas serem constituídas por inspectores diferentes, que têm
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Nem tal seria possível, uma vez que o objectivo subjacente passa por apurar semelhanças/diferenças entre as Escolas/Agrupamentos avaliados e detectar pontos
em comum, fortes e fracos, oportunidades e constrangimentos. Esses dados são, depois, compulsados num Relatório Nacional de Avaliação Externa das Escolas,
publicado anualmente pela Inspecção-Geral da Educação e, esses sim, bastante diferentes e cada vez mais directos e simplificados, com quadros gerais e gráficos
facilitadores da leitura. Pensámos ainda comparar esses documentos entre si, mas chegámos à conclusão de que não teríamos o tempo suficiente para o fazer e,
como isso se afastava da tarefa pedida para o presente workshop, deixamos apenas o apontamento do interesse que tal análise nos suscitou.
a sua própria experiência e sensibilidade, e demonstram-no de forma mais ou menos evidente em diversos pontos dos Relatórios
realizados. Assim, apesar disso, decidimos manter a escolha de um Relatório de cada ano lectivo mencionado e a nossa escolha foi mais
emocional que racional: de 2006/2007, a Escola Secundária com 3.º CEB D. Inês de Castro, em Alcobaça, que conhecemos
directamente, com cuja Professora Bibliotecária trocámos ocasionalmente materiais de pesquisa, divulgação e informações, e de cujo
bom trabalho ficámos com um registo impressionista desde a realização de umas jornadas de partilha da RBE e do testemunho de
colegas que lá leccionam; de 2007/2008, o nosso Agrupamento de Escolas, Pêro de Alenquer (antes da recente fusão no Mega-
Agrupamento Damião de Goes), em Alenquer, onde leccionamos desde 2000/2001, cuja avaliação externa foi realizada um ano depois de
termos assumido a Coordenação da Biblioteca Escolar, Centro de Recursos Educativos – o que nos permitiu tirar algumas ilações sobre o
modo incipiente como entendíamos então o nosso papel e o nosso trabalho; de 2008/2009, a Escola Secundária de Benavente, onde
leccionámos durante um ano, em 1995/1996, e de cujo ambiente de trabalho guardamos gratas recordações, além de conhecermos o
espaço, o contexto e as instalações e serviços da Biblioteca Escolar à época. Não procurámos aferir antecipadamente se havia
A comparação entre a estrutura do MAABE e destes Relatórios da IGE só consegue, a nosso ver, realizar-se muito parcialmente.
Com efeito, partem de princípios diferentes, procuram medir realidades diversas e utilizam modalidades diferentes (o MAABE assenta
na recolha faseada, ao longo de um ano lectivo, de diversas evidências e na aplicação de questionários a diferentes actores; a IGE actua
por análise prévia de documentação enviada pela Escola/Agrupamento e consequente constituição de painéis de entrevista,
concentrados num curto espaço de tempo, dois ou três dias). Conquanto faça sentido inserir os resultados do MAABE nos Relatórios da
Avaliação Externa, esta, efectivamente, não os contempla à partida – quando muito, farão parte da oferta educativa, reflectir-se-ão
nos resultados obtidos, no sucesso, ou insucesso, constituir-se-ão enquanto oportunidades ou constrangimentos, pontos fortes ou
pontos fracos mas nenhum dos Relatórios que compulsámos pareceu encarar a BE como algo mais do que um serviço que, a funcionar
bem, se revela propiciador de boas leituras e fomentador de hábitos de estudo. Do que lemos, sempre que a BE é mencionada, ela surge
como um extra e não como aquilo que entendemos que ela é: o ponto nevrálgico da Escola e das aprendizagens. Creio que esse é um
caminho que também teremos de conseguir que os nossos outros parceiros do Ministério da Educação trilhem connosco: se não
conseguirmos provar-lhes que somos indispensáveis, por quanto tempo mais irão ignorar o nosso trabalho e as nossas potencialidades
enquanto parte integrante do processo de socialização e de ensino-aprendizagem das crianças e dos jovens?1
O quadro que preparámos assume a preponderância para o MAABE, cujos Domínios e Subdomínios foram integralmente
transcritos, na coluna da esquerda. Grosso modo, identificámo-los optando por sombrear os quatro domínios em cores próximas das que
o Modelo apresenta. Os campos de análise dos Relatórios de Avaliação Externa que venham a revelar-se compatíveis aparecerão no
seguimento de cada célula, imediatamente à direita. Queremos salientar que os analisámos na medida em que os considerámos
susceptíveis de produzirem informação pertinente para a análise do papel e relevância da BE, e não na medida em que efectivamente a
produzem e revelam… Na última coluna, “Observações”, incluímos alguns comentários nossos, ou excertos dos Relatórios de Avaliação
Externa da Inspecção-Geral da Educação em análise (e dos respectivos contraditórios, quando os mesmos foram elaborados e se
revelem pertinentes): Escola Secundária com 3.º CEB D. Inês de Castro (Alcobaça) – 11 e 12 de Abril de 2007 (e respectivo
Contraditório); Agrupamento de Escolas Pêro de Alenquer (Alenquer) – 13 a 15 de Maio de 2008 (e respectivo Contraditório);
Escola Secundária de Benavente – 18 e 19 de Maio de 2009.
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Algumas destas considerações, que nos pareceu pertinente virem referidas antes do estabelecimento do quadro, para justificar as nossas escolhas, serão
necessariamente retomadas aquando da reflexão a inserir no Fórum.
A título meramente complementar, aprecie-se a evolução dos próprios campos de análise e tópicos descritores elaborados pela
IGE para proceder, no presente ano lectivo, à avaliação externa de escola.
Ao colocarmos por ordem os campos de análise anteriores, fazendo com que os presentes se lhes adeqúem, ainda que não
respeitando a numeração atribuída, repensemos, simultaneamente, a pertinência dos novos critérios na articulação com o MAABE – é
provável que venhamos a obter maior representatividade e maior número de dados com os campos actuais.
Relatórios de Avaliação Externa das Escolas IGERelatórios de Avaliação Externa das Escolas
– campos de análise e descritores IGE – campos de análise e descritores
2006/2010 2010/2011
1. Contexto e caracterização geral da Escola
II – Caracterização da
1.1. Contexto físico e social
Escola/Agrupamento
1.2. Dimensão e condições físicas da escola
III – Conclusões da avaliação por domínio
1. Resultados 6. Resultados
1.1. Sucesso académico 6.1. Resultados académicos
1.2. Participação e desenvolvimento
5. Clima e ambiente educativos
cívico
1.3. Comportamento e disciplina 5.1. Disciplina e comportamento cívico
1.4. Valorização e impacto das
6.2. Resultados sociais da educação
aprendizagens
2. Prestação do serviço educativo 2. O Projecto Educativo
2.1. Articulação e sequencialidade 2.1. Prioridades e objectivos
2.2. Acompanhamento da prática lectiva
2.2. Estratégias e planos de acção
em sala de aula
2.3. Diferenciação e apoios
2.4. Abrangência do currículo e
valorização dos saberes e da
aprendizagem
3. A organização e gestão da Escola
3. Organização e gestão escolar
3.1. Estruturas de gestão
3.1. Concepção, planeamento e
desenvolvimento da actividade