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A forma mais empregada para produção de calor na indústria é a combustão, definida como a
reação entre os elementos químicos de um combustível e o oxigênio.
A oxidação dos combustíveis é uma reação exotérmica, sendo a quantidade de calor liberada
função da composição química do combustível e dos produtos finais de combustão. Observe as
reações:
C+ O2 —» CO2
Nessa reação, 1 Kg de C irá produzir 8.100 Kcal
2H2 + O2 —» 2H2O
S+ O2 —» SO2
C+ ½ O2 —» CO
CO + ½ O2 —» CO2
1 Kg de CO produzirá 5.693 Kcal
Na combustão o objetivo é obter o máximo possível de calor. Não basta porém que o
rendimento calorífico atenda às necessidades requeridas, é preciso que isto seja feito de forma
econômica. A fim de maximizar-se o rendimento da combustão, deve-se obter o melhor
aproveitamento possível do potencial energético do combustível através de alguns fatores
operacionais, como:
A íntima mistura do combustível com o ar aumenta a superfície de contato entre ambos e têm
influência decisiva na velocidade de combustão. Quanto mais íntima a união dos elementos,
melhor a combustão.
- Ar para a Combustão
Na prática, sabe-se que é muito difícil obter uma boa combustão apenas com o ar
estequiométrico. Se utilizarmos somente o "ar teórico", há grande probabilidade do combustível
não queimar totalmente (haverá formação de CO ao invés de CO2) e conseqüentemente a
quantidade de calor liberada será menor.
O excesso de ar proporciona uma melhor mistura entre o combustível e o oxidante, mas deve
ser criteriosamente controlado durante o processo de combustão. Deveremos conhecer a
quantidade ideal mínima possível de excesso a ser introduzida na queima, pois o ar que não
participa da combustão tende a esfriar a chama, sem contribuir para a reação. Quanto maior o
excesso de ar, maior o volume de gases nos produtos de combustão e conseqüentemente
maior a perda de calor pela chaminé, influindo negativamente na eficiência da combustão.
Entretanto as perdas por excesso de ar aumentam em proporção muito menor que as perdas
com combustível não queimado. Assim, nos processos de combustão industrial sempre se
trabalha com excesso de ar.
A figura abaixo apresenta uma relação entre a vazão de ar para a combustão e as perdas de
calor nos gases de exaustão da caldeira. Pode-se observar que caminhando-se da esquerda
para a direita, passa-se de uma zona onde as perdas de energia se dão através de
combustíveis não queimados para outra onde estas perdas ocorrem por excesso de ar. Existe
entretanto, na transição entre as duas curvas, uma zona de máxima eficiência de operação, ou
seja, onde as perdas são mínimas. A largura desta faixa de perdas mínimas depende das
particularidades da instalação, do tipo de queimadores e do combustível.
O teor de excesso de ar a ser utilizado varia de acordo com o tipo de combustível a ser
queimado e também com o equipamento de queima, sendo menor para combustíveis gasosos e
maior para combustíveis líquidos e sólidos.
- Cálculos Estequiométricos
C+ O2 CO2
Nesta equação, 1 Kmol de carbono reage com 1 Kmol de oxigênio formando 1 Kmol de dióxido
de carbono, ou então, 12 Kg de carbono reagem com 32 Kg de oxigênio para formar 44 Kg de
dióxido de carbono:
C+ O2 CO2
1 Kmol 1 Kmol 1 Kmol
12 Kg 32 Kg 44 Kg
Logo,
H2 + ½ O2 H20
2 Kg 16 Kg 18 Kg
Logo,
1 Kg de H2 necessita de 8 Kg de O2
S+ O2 SO2
32 Kg 32 Kg 64 Kg
Logo,
1 Kg de S necessita de 1 Kg de O2
Assim, a massa de oxigênio teórica necessária para a combustão completa do combustível será
calculada pela seguinte expressão:
onde:
onde:
moar = 11,5 (%C) + 34,8 (%H) + 4,35 (%S) – 4,35 (%O2) (kg ar/Kg comb.)
onde:
Se temos uma mO2 = 2,66 e sabemos que isso corresponde a 23% da composição em peso da
ar, então a massa total de ar irá equivaler a:
2,66 – 23%
x – 100% x = 11,5 Kg ar
8 – 23%
x – 100% x = 34,8 Kg ar
1 – 23%
x – 100% x = 4,35 Kg ar
Obs.:
n=
Logo, teremos:
n O2 =m O2 / 32
n N2 =m N2 / 28
Logo:
nº moles ar estequiométrico = n 02 +n N2
rar =
o
V ar = 8,89 (%C) + 26,9 (%H) + 3,36 (%S) - 3,36 (%O2) (m3 ar/ Kg comb.)
Onde:
Como este volume se refere a condições de P = 1atm e T = 0ºC (273 K), devemos convertê-lo
para condições de trabalho normais utilizando a seguinte expressão:
Nesses cálculos não será levado em conta a formação de CO, uma vez que a priori, não se
pode determinar quanto de carbono irá formar CO2 e quanto irá formar CO. Também admite-se
que o nitrogênio não participe da reação.
Logo, a massa e volume reais de ar a ser introduzida para queima do combustível será:
o
m ar =m ar . a (Kg ar / Kg comb.)
o
V ar =V ar . a (m3 ar / Kg comb.)
Pode-se também considerar a água presente no ar e para isso devemos fazer uso de uma carta
psicrométrica, onde dependendo da umidade relativa do ar encontraremos a quantidade de
água presente no ar:
onde: