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IV – OS POVOS E AS RELIGIÕES

1. OS POVOS DE ANGOLA
1.1 – DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA

A sociedade africana original caracteriza-se pelo seu pluralismo étnico, não


havendo nenhum grupo etno-linguístico dominante.
De acordo com Carlos Estermann, alguém que queira fazer um estudo
etnográfico geral de Angola, esbarra à partida com grandes dificuldades.
Primeiro é necessário fazer-se uma resenha das etnias que podem ser
descritas e quais os diferentes grupos populacionais que habitam o território.
Ainda hoje, e pensamos que a dificuldade de pesquisa no terreno se agravou
devido à guerra prolongada e às suas consequências, é difícil saber-se
exactamente quantos grupos étnicos existem em Angola e quais as suas
designações, contudo existiram tentativas de conhecer esta realidade,
podendo-se destacar o trabalho realizado por José Redinha1 (etnógrafo)
materializado na Carta Étnica da Província de Angola (figura xxx Simplificação da Carta
Étnica da Província de Angola ).

1
José Redinha, “Distribuição étnica da Província de Angola”. Luanda: Centro de Informação e
Turismo de Angola, 6ª Edição, 1970.

1
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Figura xxx – Simplificação da carta étnica (Redinha, J.)


A falta de uma divisão linguística clara levou Redinha a elaborar um mapa
que associasse o elemento étnico ao linguístico (figura xxx esboço etno-llingístico ),
representando assim as etnias que falassem a mesma língua, ou que se
pudessem entender falando a sua língua. Foi com esta definição etno-
linguística que o Poder Português actuou sobre as populações. Pode não ser
cientificamente a mais correcta, conter inúmeras imperfeições, mas constitui
uma base de trabalho face à dificuldade de se saber, com precisão, quais são
hoje as fronteiras exactas de cada etnia e a respectiva língua.

2
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Figura – Grupos etno-lingístico (Redinha, J.)


Praticamente todos os povos de Angola são Bantos. O fenómeno Banto
assenta numa característica eminentemente linguística, pelo que os
designados povos Bantos têm em comum a afinidade linguística, assim, esta
designação significa apenas que são bantufones. Este critério usado para
classificar linguisticamente a grande família Banta será o utilizado para
distinguir e classificar os grandes grupos etno-linguísticos do território.
Nos povos de origem Banta a unidade fundamental familiar é a família
extensa, baseada na descendência, composta no mínimo por duas gerações
que vivem sob o mesmo tecto ou em residências contíguas. O grupo familiar
coincide normalmente com a população da aldeia, pertencendo a chefia ao
elemento mais velho ou mais preponderante, responsável também pela
ancestrolatria.
Em Angola podemos encontrar vários grupos etno-linguísticos de Povos
Bantos e não Bantos2 (figura xxx Grupos etno-linguísticos ):

2
José Redinha, “Distribuição étnica da Província de Angola”. Luanda: Centro de Informação e
Turismo de Angola, 1ª Edição, 1962.

3
POVOS BANTOS
- Kikongo – Maiombe, Cacongo, Cabinda, Mussurongo, Muxicongo,
Muzombo, Mussuco.
- Kimbundo – Dembo, Negola, Mahungo, Jinga, Holo, Bondo, Bangala,
Xinje, Quissama, Libolo, Quibala, Mussende, Songo, Minungo.
- Lunda-Kioko ou Tchoké – Lunda, Quico.
- Umbundo – Bieno, Bailundo, Mussele, Sambo, Munganda, Hanha,
Caconda, Mundombe, Ovacuisse, Amboim, Mussumbe, Mupinda.
- Ganguela – Luimbe, Luena, Ganguela, Bundas, Vaiaúna, Vanhemba,
Ambuelas.
- Nhaneka-Humbe – Cuâncuas, Donguenas, Gambos, Handas da Mupa,
Hingas, Humbes, Muílas, Quilengues-Humbes, Quilengues-Musos,
Quipungos.
- Herero – Dimbas, Chimbas, Chavícuas, Hacavonas, Cuvales,
Cuanhocas e os Guendelengos.
- Ovambo ou Ambó - Cuanhamas, Cuamatos, Vales, Cafimas e
Dombondolas.
- Xindonga – Cussu, Nhengo, Sambio.
- Entre os Cabindas (os povos naturais do enclave), todos Kikongos,
podemos considerar os clãs Basundi, Baluango, Balingi, Bavili e os
Bauoio.

POVOS NÃO BANTOS - Existem no território pequenos grupos de etnia não


Banta, que se dispersam de forma irregular entre os Bantos:
- Hotentote-Bosquímano (Khoisan) – Bochimanes, Cazamas, Hotentotes
e Quedes.
- Vátua – Cuandos, Cuepes, Cuíssis.
- Europeus e mestiços.

4
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Figura – Grupos etno-linguísticos.

Destes grupos, são transfronteiriços os Kikongo, os Ganguela, os Lunda-


Kioco, os Herero, os Xindonga e os Ovambo, (figura xxx Etnias Transfronteiriças), sendo
que os restantes grupos são internos.

5
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LUNDA-KIOKO
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KIMBUNDO

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HERERO
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OCHINDONGA

-BOSQUÍMANO

Figura - Grupos etno-linguísticos transfronteiriços.

Em Cabinda, apesar da supremacia dos Kikongos, podem-se ainda


encontrar outros grupos etno-linguísticos (figura xxx Grupos etno-linguísticos - Cabinda).

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Figura. - Grupos etno-linguísticos.

1.2 BREVE CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS ETNO-LINGUÍSTICOS

A situação de guerra, e o consequente número de refugiados e deslocados


(nomeadamente em finais dos anos oitenta), associada às repercussões de
uma aculturação intensa provocaram alterações na identificação etno-
linguística, não obstante apresenta-se de seguida uma descrição sucinta das
características dominantes dos principais grupos etno-linguísticos.

- Povos Bantos

Os Kikongos, que estão em Cabinda, entre o mar e o rio Cuango, são de


tradição agrícola e cultivam essencialmente a mandioca. O Comércio também
desempenha um papel primordial, constituindo o mercado ou “quitandas” um
dos elementos mais importantes na vida dos Kikongos, servindo inclusivamente

7
de ponto de referência para a contagem do tempo. Caracterizam-se por ser um
povo muito supersticioso e inclinado para a criação de místicas religiosas.
Os Kimbundos, dominam uma vasta zona entre o mar e o rio Cuango. Este
povo cultiva sobretudo café, sendo também exímios pescadores; esta
actividade artesanal não é apenas um modo de vida material, também é
espiritual. A população Kimbundo do litoral, é a mais ocidentalizada, tendo uma
presença significativa e activa nos diversos sectores da vida nacional.
Os Umbundos são o grupo mais numeroso. Foram viajantes infatigáveis,
conservando ainda uma forte tendência imigratória. Do ponto de vista sócio-
político, possuem uma notável organização. São propensos às actividades
agrícolas e de pastorícia, sendo considerados como o povo que melhor aceita
os modelos culturais ocidentais. Até à afirmação da soberania portuguesa no
território, desempenhavam um importante papel como intermediários no
comércio de escravos e de marfim, com o declínio deste negócio dedicaram-se
ao comércio da borracha.
Os Lunda-Kioco estendem-se da fronteira nordeste até ao Sul, sendo
considerados como artesãos polivalentes. Neste grupo predominam as
instituições e o culto relacionados com a caça.
O grupo dos Ganguelas está repartido por dois territórios, um junto à
fronteira e o outro na parte superior do rio Cubango. As principais actividades
económicas são a agricultura, a pastorícia, a pesca e a apicultura.
Os Nhaneca-Humbe, predominam ao longo do curso médio do rio Cunene,
dedicando-se essencialmente à pastorícia e à agricultura, não sendo no
entanto proprietários. A actividade do pastoreio é para este grupo uma
manifestação única e muito solene do culto dos antepassados através dos
bovinos, destacando-se o cortejo anual do boi sagrado do soba.
Os Herero são agricultores mas sobretudo criadores de gado bovino,
possuindo os melhores pastos do país. Empregam três termos para designar o
Ente Supremo: ndyambi, Kalunga e Huku, porém a sua religião traduz-se
sobretudo em actos de ancestrolatria.
Os Xindongas, têm como manifestação artística e técnicas o ferro forjado e
os instrumentos musicais. Dedicam-se à pastorícia e à agricultura em pequena
escala.

8
Os Ovambos (Ambós) ocupam a região delimitada pelo rios Cunene e
Cubango, isto no espaço angolano, e pelas coordenadas geográficas dos
paralelos 16º e 18º 30´ de latitude Sul, estendendo-se até perto do lago Etocha,
pelo que é um grupo transfronteiro com a Namíbia. Fora deste limite, a
expressão dos Ambós não é significativa. São um povo de índole guerreira e
temido pelos vizinhos3, com marcas de um passado de organização
aristocrática, fortemente hierarquizada. A agricultura é generalizada, sendo a
pastorícia uma actividade complementar, o gado bovino constitui uma fonte de
riqueza e prestígio, sendo relevante para a definição do estatuto social. As
migrações, constituem um movimento pendular temporário, funcionando como
rito de passagem e representam socialmente para este povo, o mesmo que a
circuncisão representa para outros povos do território, sendo difícil a um
homem casar sem ter dado essa prova de afirmação pessoal4. Este povo
sofreu influências de duas correntes de aculturação, a portuguesa e a sul-
africana, sendo a primeira extensiva a toda a sociedade ao passo que a
segunda afectava sobretudo o homem adulto, isto devido ao carácter selectivo
do movimento migratório5. As famílias conjugais deste grupo, contrariamente
aos outros povos Bantos, não vivem em moradias contíguas, mas sim isoladas
nas suas quintas (eumbos), disseminados pela mucunda. O sistema matrilinear
coincide com o patrilinear, assumindo o primeiro mais relevo, nomeadamente
no que diz respeito à sucessão do poder político e herança de gado. Dentro do
grupo etno-linguistico dos Ovambos o sub grupo dos Cuanhamas é aquele que
assume uma posição hegemónica, ao passo que os Cafimas e Dombondolas
praticamente não têm expressão demográfica 6.

- Povos não Bantos


Os Vátua são caçadores, vivem da apanha silvestre e prestam o culto aos
antepassados familiares.
Do grupo Hotentote-Bosquímano destaca-se o subgrupo dos Bochimanes,
que apesar de pouco numeroso em Angola, espalha-se sobre um território
extensíssimo, especialmente a sul. Não conhecem organização tribal,

3
Ladeiro Monteiro, “Os Ambós de Angola”. Lisboa: ISCSP, 1994, p. 19.
4
Ladeiro Monteiro, “Os Ambós de Angola”. Lisboa: ISCSP, 1994, p. 22.
5
Ladeiro Monteiro, “Os Ambós de Angola”. Lisboa: ISCSP, 1994, p. 25.

9
submetendo-se apenas à autoridade do chefe do acampamento, que não é
necessariamente um homem7. Até à década de cinquenta não se encontrava
entre eles vestígios de actividade agrícola e de criação de gado, vivendo
essencialmente da caça. A sua língua faz parte das chamadas línguas tónicas;
empregam frequentemente cliques, mudando as palavras de significado
conforme o tom com que são pronunciadas as diversas sílabas.
O grupo dos Europeus e Mestiços surge porque o carácter da colonização
impunha que o colono não levasse a família consigo, aqueles foram-se
enraizando, desposando as mulheres, as terras, as línguas e os costumes
africanos. Aparece assim a mestiçagem como resultado da união entre os dois
sistemas sociais, europeu e africano. Hoje a sociedade afro-europeia tem um
estatuto próprio e mesmo privilegiado em relação à restante população.
Também houve angolanos que abandonaram a sua sociedade de origem e
integraram-se no sistema cultural europeu.

2. RELIGIÕES EM ANGOLA

A Constituição angolana permite a liberdade religiosa, respeitando o governo


na prática este direito, não requerendo sequer o registo das diversas crenças.
A filiação religiosa em Angola e na África em geral, é de difícil definição, pois
muitos daqueles que se reclamam aderentes de uma determinada confissão,
não deixam nunca de exercer práticas de religião tradicional.
Numa população total estimada entre os 10 e os 12 milhões de habitantes, a
Igreja Católica reclama para si cerca de 5 milhões de adeptos (38%), números
difíceis de verificar face à situação de guerra que o país atravessa.
A Igreja Católica tem uma implantação territorial e encontra-se dividida em 14
Dioceses ( figura xxx Províncias Eclesiásticas).

6
Ladeiro Monteiro, “Os Ambós de Angola”. Lisboa: ISCSP, 1994, pp. 18-19.
7
Carlos Estermann, “Etnografia do Sudoeste de Angola – Os povos não-Bantos e o grupo
étnico dos Ambós”. Lisboa: Junta de Investigação do Ultramar, 1956, Vol. I, p. 21.

10
Figura, - Províncias Eclesiásticas.

Estão presentes ainda no território as maiores denominações protestantes,


em simultâneo com seitas cristãs africanas e brasileiras (religiões
sincréticas). A Comunidade protestante inclui Metodistas, Baptistas, Igreja
Unida de Cristo e Congregacionalistas. No âmbito das religiões sincréticas está
presente em maioria o Kimbangismo. A restante população, nomeadamente a
rural, pratica religiões tradicionais africanas.
Há ainda uma pequeníssima comunidade islâmica (aproximadamente
5.000), baseada em imigrantes da África Ocidental, nomeadamente
Senegaleses, por enquanto radicados em Luanda.
No período de Administração Portuguesa, a população costeira era
predominantemente católica, ao passo que as missões protestantes

11
disseminaram a sua actividade pelo interior. Hoje, esta divisão, devido às
massivas deslocações de pessoas provocadas pela guerra civil prolongada, já
não é tão evidente. Porém, ainda podemos considerar que a Igreja Católica
tem uma implementação feita através das Dioceses por todo o vasto território,
ao passo que as Igrejas Protestantes estão concentradas por regiões,
predominando a Baptista entre os Kikongos, a Metodista entre os Kimbundos e
a Evangélica Congregacional entre os Umbundos.
Em Angola podemos dizer que o protestantismo inicia a sua penetração pelo
Norte, inicialmente com Missões Inglesas, depois estende-se pelo litoral e
planaltos centrais, com missões americanas e canadianas e envolveu pelo Sul
através do territórios vizinhos, implantando missões francesas e germânicas.
A penetração protestante começou de forma intensa em 1641 com a chegada
dos calvinistas na altura em que os Holandeses ocuparam Luanda, porém, só
no final do século XIX (1878) se verifica a presença dos primeiros missionários
protestantes enviados pela Baptist Missionary Society. Estes instalaram-se em
São Salvador do Congo (actual M’Banza Congo), a partir daí cresceu para
várias regiões do Congo. Em 1880 surge a Junta Missionária Americana, que
se instala em Benguela, Bailundo e Bié (actual Cuito). Passados quatro anos
chega ao Bié a Missão Cristã em Muitas Terras e surgem também, mas em
Luanda, os metodistas com a Igreja Metodista Episcopal da América. Em 1885
instalam-se os Irmãos (Plymouth Brethren) que fundam a Missão Inglesa; em
1886, aparecem os primeiros missionários da Igreja Congregacionalista do
Canadá, em 1897 é fundada a Missão Suíça; em Cabinda no ano de 1910 é
fundada a Igreja Evangélica de Angola. Em 1914 a Missão Geral da África do
Sul, em 1924 surgem os Adventistas no Bongo; em 1925 a Missão Protestante
do Norte de Angola; em 1927 a Missão Adventista do Sétimo Dia de Nova
Lisboa (actual Huambo), em 1932 a Missão Baptista do Bembe, e muitas
outras Missões vinculadas às mais diversas sociedades missionárias 8 (figura
xxx Missões Protestantes).

8
José Júlio Gonçalves, “Protestantismo em África – Contribuição para o estudo do
protestantismo na África Portuguesa”. Lisboa: Estudos de Ciências Políticas e Sociais N.º 39,
Junta de Investigação do Ultramar, 1960. Vol. I, pp. 27-31.

12
Figura - Missões protestantes.

As principais Igrejas Protestantes que na actualidade desenvolvem acção


catequética no território, envolvem cerca de 15% da população e estão
associadas em duas organizações: o Conselho Angolano de Igrejas
Evangélicas e a Associação Evangélica de Angola.
A primeira organização está ligada ao Conselho Mundial das Igrejas, e em
Angola integra as Igrejas: Evangélica Congregacional de Angola, Evangélica
Baptista de Angola, Metodista Unida de Angola, Cristã de Angola, Evangélica
de Angola, Evangélica do Norte de Angola, Evangélica Pentecostal de Angola e
a Kimbangista.

13
A Segunda organização reúne as Igrejas: Evangélica do Sudeste de Angola
(Missão Suiça), Assembleia dos Irmãos (Plymouth), Convenção Baptista de
Angola, Cristã Evangélica e Convenção Evangélica de África. Esta Associação
liga-se à Associação Evangélica de África e Madagáscar, sediada em Lousane,
Suíça.
O protestantismo em Angola pertence ao ramo independente, apresentando
uma organização eclesiástica de dois tipos: organização congregacionalista e a
episcopal, sendo que a primeira concede autonomia à Igreja ou congregação
local e a segunda é centralizadora.
A Metodista sendo episcopal, dispõe de uma organização eclesiástica
central.
Os missionários protestantes aprendiam as línguas e dialectos locais, não só
para poderem comunicar melhor, mas sobretudo para transmitirem a sua
mensagem em língua nativa.
As escolas das missões protestantes anteciparam-se às católicas na difusão
do ensino primário e secundário. Só a partir da década de cinquenta a sua
importância foi ultrapassada em quantidade pelas escola oficiais e das missões
católicas.
Nas escolas protestantes, ao contrário das católicas, não se privilegiava o
ensino apenas ao europeu nem a formação de clero, mas sim à formação de
dirigentes leigos, pelo que um grande número de elementos da designada elite
crioula teve a sua formação em escolas protestantes, nomeadamente nas
missões. Uma das áreas de proveniência dos quadros dos movimentos
independentistas foram precisamente as missões da Igreja Metodista e
Católica.
O principal complexo escolar protestante em Angola, deve-se à missão
evangélica do Dondi, próximo de Bela Vista (actual Katchiungo), em chão
Umbundo. Jonas Savimbi, filho de Loht Malheiro Savimbi, pastor protestante,
frequentou esta escola. A segunda escola mais importante foi instalada pela
Missão Metodista do Quéssua, próximo de Malanje, em chão Kimbundo.
Agostinho Neto, primeiro presidente do MPLA era filho de um pastor Metodista,
e foi bolseiro da Junta Metodista de missões Americanas, o que lhe permitiu
formar-se me Medicina na Universidade de Coimbra (figura xxx Missões Protestantes ).

14
A origem dos Movimentos Sincréticos tem múltiplas causas, umas são de
natureza sócio-cultural, devido a uma aculturação intensa, outras são de
contextura política, de tendência religiosa ou de uma pura expressão
psicológica, tendo em comum a maioria dos movimentos a xenofobia 9.
Silva Cunha considera três grandes tipos de associações religiosas: as de
forma e conteúdo primitivos, as de forma primitiva e conteúdo novo e as de
forma e conteúdo novos10.
Nas primeiras podemos considerar a Cambande ou Casango que foi
descoberta no Menongue em 1943. Tinha uma organização hierarquizada, e as
cerimónias decorriam num Jango.
Nas associações de forma primitiva e conteúdo novo, distinguem-se os Mau-
Mau, de carácter exclusivamente feiticista, que combatiam o cristianismo como
parte integrante da cultura europeia, tendo por finalidades, entre outras, obter o
self-government, recuperar a terra espoliada pelos brancos, indo deste modo
ao encontro do sentimento das tendências das massas que pretendiam
movimentar11. Podemos considerar ainda a Maiange, oriunda do ex-Congo
Belga, parece que tinha um carácter de reacção contra o Branco, procurando
em simultâneo a elevação cultural dos indígenas; os Santos e Santas, em que
alguns afirmavam querer destruir todos os feitiços e aniquilar os feiticeiros, para
tal Deus pretendia que se desfizessem dos seus bens materiais e destruíssem
as colheitas e matassem todos os animais domésticos. Os Tonche, oriundos do
ex-Congo Belga e o Grupo do Espírito Santo, derivado do Kimbangismo,
também se incluem nesta divisão.
Dentro das associações de forma e conteúdo novo, Silva Cunha inclui as
Igrejas separatistas e os movimentos sincréticos ou profetico-messiânicos,
sendo a sua formação e expansão uma das “(...) manifestações mais
características das transformações sócio-culturais produzidas pela colonização
europeia em África (...)”12. De carácter essencialmente religioso, passaram a
movimentos com fins políticos, vestidos de um nacionalismo vigoroso mas
rudimentar.

9
Eduardo dos Santos, “Religiões de Angola”. Lisboa: Estudos Missionários N.º 3, Centro de
Estudos Missionários, Junta de Investigação do Ultramar, 1969. p. 451.
10
Silva Cunha, “Aspectos dos movimentos associativos da África Negra”, Vol. I, pp. 15-29.
11
Idem, pp. 17-29.
12
Silva Cunha, “Aspectos dos movimentos associativos da África Negra”, Vol. I, p. 29.

15
Na África do Sul, surgiu, nos finais do século XIX a primeira iniciativa de
criação de uma «Igreja» negra independente. Naquele país, estas estão
distribuídas por dois grande grupos que expressam a Negritude: as seitas
etiópicas e a seitas zionistas, que se identificam no carácter profético
messiânico da sua doutrina.
O Etiopismo e o Zionismo exprimiram-se num crescendo paralelo a partir da
derrota italiana na Etiópia (Addua 1896), da revolta dos Zulus em 1906 e
novamente da derrota italiana na guerra italo-abissínia (1935), sempre se
conotando com o factor superioridade rácica. O etiopismo, era típico das áreas
mais ruralizadas, clivada de Missões na quase totalidade de protestantes, ao
passo que o zionismo era mais frequente nas zonas urbanas e periféricas.
Movimento político-religioso que pretende basear toda a sua doutrina na
Bíblia, o Etiopismo é introduzido em 1892 na África do Sul por Magena
Makone, estabelecendo um programa de reacção autonomista em relação às
Igrejas dos missionários brancos. O termo etiópico é sinónimo de africano,
defendendo o etiopismo que a raça negra remonta aos primórdios da
Humanidade e que a África foi destinada por Deus aos negros.
Procurando manter a ortodoxia das igrejas protestantes, ao mesmo tempo
que interpretam a Bíblia à maneira de ser dos Africanos, os cultos etiópicos não
transigem com as religiões tradicionais e reclamam, numa forma de racismo
que diríamos anti-racista, a “África para os Africanos Negros”, representando,
assim, o nacionalismo africano. Estes cultos, que encontraram campo favorável
à sua propagação no ambiente de segregação racial sul-africano, formam
outros tantos organismos separatistas, que repetem na sua estrutura o carácter
aristocrático das sociedades bantas sul-africanas, com um chefe político e
religioso. No entanto, todas estas igrejas separatistas estão ligadas a uma
ideologia comum profético-messiânica, apoiada na esperança de uma inversão
da ordem existente e da expulsão dos brancos.
O chefe da Igreja Etiópica procura copiar as técnicas das missões de que se
separou, tentando, no entanto e em simultâneo, integrar-se na tradição
africana, aproveitando o prestígio das chefias tribais como uma afirmação da
independência e de rebeldia contra o branco. Por outro lado, o chefe zionista
procura a independência do negro-africano de outra forma, regressando à

16
religião tradicional transformada à luz da doutrina cristã, aparecendo os cristos
negros13.
Podemos considerar ainda os movimentos sincréticos não africanos
readaptados, dos quais se destaca o Watch Tower ou Testemunhas de Jeová,
fundado por Charles Russell, na Pensilvânia. Este atacava como falsas todas
as religiões do mundo, afirmando repensar o verdadeiro cristianismo. As
Testemunhas de Jeová foram banidas do território em 1978, devido à negação
dos seus adeptos em prestarem o serviço militar.
O primeiro movimento sincrético verificado no ex-Congo Belga foi o
Kimbangismo, formado por Simão Kimbângu em 1921. Os três preceitos
fundamentais do seu movimento eram a destruição dos feitiços, interdição da
poligamia e proibição das danças licenciosas. Pregava a leitura da bíblia, os
banhos rituais e o culto dos antepassados14. Este movimento tornou-se hostil à
Administração Belga. Simão Kimbâmgu morreu em 1951, desterrado no
Katanga (República Democrática do Congo) e convertido ao cristianismo. Este
movimento conheceu grande incremento na clandestinidade, até que em 1951
o poder Belga, permitiu que a direcção do Kimbangismo se instalasse em
Léopoldville (actual Kinshasa), situação consumada em 1954, com a saída da
clandestinidade forma-se a Igreja Jesus Cristo Sobre a Terra pelo Profeta
Simão Kimbângu.
O Amicalismo, constituído sobre os alicerces do quinbangismo, popularizou-
se no antigo Congo Francês um movimento com o nome de Mikale. Foi André
Grenard que em 1926, em Paris, fundou a Société Amicale de l´Afrique
Équatoriale Française. O amicalismo original cindiu-se em dois elementos, uns
pretendiam o reino temporal, e os outros o espiritual. André Grenard, ou
Matswa, permaneceu à frente dos primeiros, e passou a encarnar as
pretensões da raça Lári.
O primeiro destes movimentos refenciados em Angola foi a Igreja ou Missão
dos Negros. Fundada por Simão Mpádi, e estruturada pela Armée du Salut.
Esta Igreja transformou-se numa poderosa organização de carácter militar,

13
Joaquim da Silva Cunha, “Aspectos dos movimentos associativos da África Negra”, Vol. I, p.
36.
14
Eduardo dos Santos, “Religiões de Angola”. Lisboa: Estudos Missionários N.º 3, Centro de
Estudos Missionários, Junta de Investigação do Ultramar, 1969. p. 456.

17
empenhada em hostilizar as missões cristãs e alimentar ódio ao branco15. Os
fins da organização eram políticos e de carácter totalitário, implicando a ruptura
de relações com as missões religiosas europeias, bem como o abandono das
práticas tradicionais16.
Em Angola os movimentos mais importantes eram o Tocoismo,e o Lasismo.
O primeiro foi fundado por Simão Toco em 1949, com influência da Watch
Tower porém sem ligações a esta. Como todos os outros movimentos
profético-messiânicos, baseia-se na Bíblia, nomeadamente no velho
testamento, donde se extraem preceitos sobre a divindade e o culto e sobre os
procedimentos a ter na vida social. As bases da sua doutrina assentam num
sincretismo das doutrinas evangélicas da Watch Tower, do Kimbangismo e de
certos elementos de religião tradicional africana. Ao nível das formas de culto,
nos principais actos de ritual destacam-se a consagração da criança a Deus, o
baptismo, a comunhão, a ceia, o casamento e a oração em comum. Os
tocoistas estão organizados em congregações formadas por núcleos de fieis de
cada localidade, tendo cada congregação um conselho dos mais velhos. É um
movimento fortemente centralizado e de uma disciplina interna muito rigorosa.
Tem como símbolo uma estrela branca de forma variável, com oito ou cinco
pontas, sobre um fundo vermelho. O Tocoismo foi reconhecido oficialmente em
1988.
O Lassismo foi fundado por Lassy Simon Zéphérin, de Pointe-Noire (Congo).
Foi a 5 de Junho de 1948 que a Luz de Jesus Cristo lhe falou pela primeira vez.
Começou a pregar a sua doutrina a partir de Julho de 1953 e denominava-se o
libertador das consciências oprimidas pelos feitiços. Exorta os seus fieis a
creditarem nos seus dons proféticos, recorrendo a citações bíblicas. O ritual
baseia-se numa imitação do rito católico, nomeadamente no uso de imagens
de cristo e nas vestes usadas pelos chefes do movimento, desempenhando a
água papel de destaque durante o culto. A maior influência vêm-lhe das seitas
protestantes, nomeadamente da Armée du Salut. Em Angola a penetração do
Lassismo verificou-se nomeadamente em Cabinda.

15
Eduardo dos Santos, “Religiões de Angola”. Lisboa: Estudos Missionários N.º 3, Centro de
Estudos Missionários, Junta de Investigação do Ultramar, 1969. p. 468.
16
Silva Cunha, “Aspectos dos movimentos associativos da África Negra”, Vol. I, p. 45.

18
Cerca de 47% da população de Angola pratica uma Religião Tradicional
Africana. Existem inúmeras religiões tradicionais em Angola, podemos mesmo
dizer que pelo menos tantas quantos os grupos étnicos ou mesmo secções
desses. Dois ou mais grupos podem partilhar elementos específicos de
crenças, rituais, princípios de organização, mas a configuração desses
elementos será certamente entre grupos.
De uma forma geral, em Angola, assim como em toda a África, a noção de
um Deus único, supremo e criador é quase generalizada. Considerado
geralmente demasiado distante dos homens, quase inacessível, pelo que o
culto é orientado para divindades secundárias, que são verdadeiros
intermediários entre Ele e os homens.
A força vital é o valor supremo da vida, ocupando os espíritos dos mortos
lugar de relevo nas divindades secundárias. Recorrendo a práticas de
ancestolatria, concebe hierarquicamente os antepassados, tendo por centro a
linhagem unilinear que regula as relações entre os membros do grupo, também
escalonados.
Actividades específicas do mundo dos humanos nem sempre são explicadas
pela referência a Deus, nem o culto lhe é dirigido. Este é dirigido sobretudo aos
ancestros e a espíritos naturais. Os espíritos dos antepassados são
considerados relevantes para a vida e bem estar dos descendentes, e os
espíritos naturais para o bem estar comunitário.
O culto dos antepassados deve ser honrado com um ritual, por forma a que
possam interceder a favor dos seus descendentes. Este ritos são praticados na
maioria das vezes individualmente; por vezes são ritos colectivos.
Por exemplo, os Bochimanes praticam a ancestrolatria, e um monoteísmo
primitivo, e, pensa-se que efectuam um culto dirigido à Lua. O Ente supremo é
conhecido por Gaua, que é sempre invocado nas necessidades. Os Vátua
prestam o culto aos antepassados familiares; os Hereros apesar de
empregarem três termos para designar o Ente Supremo: ndyambi, Kalunga e
Huku, a sua religião traduz-se sobretudo em actos de ancestrolatria.

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Fontes e Bibliografia:

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das Colónias, 1943. Vols. IV, V e VI.
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20
N.º 3, Centro de Estudos Missionários, Junta de Investigação do Ultramar,
1969.

http://www.sil.org/ethnologue/countries/Ango.html
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http://atheism.about.com/culture/atheism/library/world/bl_ReligionMain.htm
http://www.theodora.com/wfb/angola_people.html

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