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Assuntos Tratados

1º Horário
 Organização da Administração Pública
 Forma da Administração de prestação da atividade administrativa
 Forma de descentralização administrativa
 Administração Pública em sentido formal ou subjetivo
 Administração Pública Direta
 Teorias

2º Horário
 Administração Pública Indireta
 Conceito
 Princípios
 Integrantes
 Autarquias
 Fundações Públicas

1º HORÁRIO

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Forma de prestação da atividade administrativa


a) Forma Centralizada: ocorre quando o Estado presta atividade administrativa de forma
centralizada, por meio de seus órgãos internos.
b) Forma descentralizada: ocorre quando o Estado transfere a outra pessoa o encargo de prestar
atividade administrativa.

Obs.: desconcentração é a repartição interna de competências. É fenômeno que existe dentro de


uma pessoa.

2. Forma de descentralização administrativa


a) Descentralização geográfica ou territorial ocorre quando o Estado cria uma pessoa jurídica de
direito público com capacidade administrativa genérica (poder de polícia, fomento, etc.) e
atribuições limitada a um território. Obs. Maria Silvia Di Pietro entende que os territórios no
Brasil, poderiam ser encaixados nessa modalidade de descentralização (posição não
unânime).
b) Descentralização técnica ou por serviço ou funcional ou outorga: o Estado cria pessoa jurídica
de direito público ou direito privado e a ela transfere a execução e a titularidade da atividade
administrativa e atribui capacidade administrativa específica. Obs.: a criação da pessoa da
administração pública indireta constituí modalidades de descentralização por outorga.

José dos Santos Carvalho Filho, entende que quando o Estado descentraliza não transfere a
titularidade da atividade administrativa, e que apenas a execução é passível de transferência.
Nessas hipóteses ocorre delegação, seja por lei ou por negócio jurídico.

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c) Descentralização por colaboração ou delegação, é aquela em que o Estado transfere a uma
pessoa que já existe apenas a execução da atividade administrativa. Obs.: nessa modalidade
de descentralização está inserida a permissão, concessão, autorização.

3. Administração Pública em sentido formal ou subjetivo refere-se aos sujeitos e órgãos que
desenvolvem a atividade administrativa; compreende a Administração Pública Direta e Indireta.

Administração Pública Direta

Conceito:
- Em sentido amplo: essa expressão alcança todos os órgãos no âmbito dos três poderes
encarregados de prestar de forma típica ou atípica a atividade administrativa (art. 37, caput,
CF).
- Em sentido estrito: a administração direta é os órgãos do Poder Executivo. Nesse sentido, o
art. 4°, I, do decreto-lei 200 de 1967. O decreto foi recepcionado pela CF de 1988.

Teorias que buscaram explicar a natureza da relação entre o Estado e o seu agente público

1. Teoria do Mandato: segundo ela, o agente público seria um mandatário do Estado. O Estado é
o mandante, o agente público é o mandatário. Criticas: 1) se o Estado não tem ânimo próprio,
como ele outorga mandato? 2) O mandante não responde quando o mandatário viola a lei ou
excede os poderes do mandato, o que tornaria o Estado intocável e irresponsável.

2) Teoria da Representação: segundo ela o Agente Público seria o representante legal do Estado.
Críticas: 1) equipara o Estado ao incapaz, porque o instituto jurídico da representação existe para
suprir incapacidades. 2) Persiste o problema da responsabilidade civil, porque o representado não
responde quando o representante viola a lei.

3) Teoria do Órgão. Elaborada por Otto Gierke, sustenta que o Estado exerce suas atribuições por
meio dos seus órgãos internos, que possuem atribuições definidas em lei e que tais competências
são apenas exercidas pelos agentes públicos. Substitui-se a idéia de representação, pela idéia de
imputação.

Conceito de órgão:
- conceito doutrinário: é um centro especializado de competências.
- conceito legal: art. 1º, § 2º, II, da Lei 9.784/99.

Criação e extinção: por lei, que extingue ou cria órgãos públicos. Obs.: cuidado com o art. 84, VI,
da CF.

Principal característica do órgão público: órgão jamais tem personalidade jurídica. Obs. 1: a
Instrução Normativa 200 da Receita Federal, diz que órgão deve ter CNPJ, para fim de controle.
Ter CNPJ, não significa ter personalidade jurídica. Obs. 2: alguns órgãos têm capacidade
processual, mas isso não significa ter personalidade jurídica.

Classificação dos órgãos públicos [pelo fato do tempo ser curto, o professor não explicou esta
parte. Contudo, disponibilizou a classificação na página do material de apoio do curso.]

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2º HORÁRIO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

a) Conceito: é o conjunto de pessoas criadas pelo Estado, para desempenhar com


independência e autonomia, atribuições definidas na lei, de forma descentralizada.
b) Princípios. Princípio da reserva legal: para criar pessoas da Adm. Indireta é necessário que
haja lei. Principio da independência ou autonomia: as pessoas da Adm. Indireta são
autônomas, sendo vedada a interferência indevida. Principio da especialidade: a finalidade
que justificou a criação da pessoa da Adm. Indireta, vincula a sua atuação. Princípio do
controle, também chamado de tutela ou supervisão ministerial é o controle que a
Administração direta, exerce sobre a Adm. Indireta.
c) Integrantes: 1. autarquia (art. 5º, do Decreto-lei 200 de 1967). 2. Fundação pública (art. 5º, I,
do Decreto-lei 200 de 1967). 3. Empresas públicas (art. 5º, II, do Decreto-lei 200 de 1967). 4.
Sociedades de economia mista (art. 5º, III, do Decreto-lei 200 de 1967). 5. Consórcios públicos
(Lei 11.107 de 2005). Obs.: a maioria entende que é possível a criação de pessoas da
administração indireta no âmbito dos três poderes do Estado (vide art. 37, caput da CF).

1. Autarquia

a) Conceito: Legal: art. 5º, do Decreto-lei 200 de 1967. É uma pessoa jurídica de direito público,
criada para desempenhar atividade típica de administração pública.
b) Criação e extinção: por lei específica (art. 37, XIX, CF).
c) Bens: públicos, impenhoráveis, imprescritíveis (art. 98, CC).
d) controle: sujeita-se ao controle administrativo, legislativo e judicial. Obs.: ler o art. 71 da CF,
que fala do TCU.
e) Responsabilidade civil é o dever de reparar o dano e se esgota com a indenização. A
responsabilidade da autarquia é objetiva. Sendo subsidiária a responsabilidade do ente
político instituidor (art. 37, § 6º da CF).
f) Privilégios tributários: art. 150, § 2º da CF. Trata-se de imunidade tributária recíproca relativa.
É relativa porque só incide sobre os bens e serviços vinculados à autarquia.
g) privilégios processuais: 1. prazos dilatados: em dobro para recorrer e em quádruplo para
contestar. O prazo para contrarazões e outros é simples. 2. reexame necessário, também
chamado de recurso de ofício, também chamado de duplo grau de jurisdição obrigatória (vide
exceções: dir. processual civil). 3. regime especial de execução: precatórios (art. 100 da CF).
Exceção: RPV (Requisição de Pequeno Valor).
h) Prescrição: quinquenal (5 anos). Decreto 20.910 de 1932.
i) Regime de pessoal: vide aula da professora Daniela Melo.
j) Atos e contratos: pratica atos administrativos e celebra contratos administrativos (com licitação
prévia).
k) conselhos profissionais: o entendimento dominante é que essas pessoas têm natureza de
autarquia. Salvo a OAB, que, segundo o STF, nem sequer integra a administração indireta.
l) agencias reguladoras: 1. origem: essa figura surge com a reforma do Estado, inspirando-se
nitidamente no direito norte-americano. 2. Conceito: em sentido amplo, essa expressão se
refere tanto a órgãos da administração direta, quanto a pessoas da Administração Indireta,
criadas para exercer regulação, sobre serviços públicos que foram concedidos ao particular ou
sobre atividades econômicas consideradas estratégicas. Obs.: no Brasil, as agências
reguladoras, foram criadas sob a forma de autarquias de regime especial. A especialidade
da autarquia reside em sua maior independência em relação ao ente político instituidor.

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- O que a torna especial? Investidura especial dos seus dirigentes, que são nomeados pelo
PR após aprovação do Senado.
- Dirigentes possuem estabilidade no curso do mandato.
- Suas decisões administrativas não estão sujeitas a recurso hierárquico impróprio. Portanto
não podem ser alteradas administrativamente.
m) Agência executiva: é uma autarquia, ou fundação pública, que celebrou com o ministério
superior um contrato de gestão com o objetivo de aumentar sua autonomia administrativa,
ficando sujeita a controle de resultados.

2. Fundação pública: é pública, porque foi instituída pelo poder público.

Natureza Jurídica:
- 1ª corrente: toda fundação pública tem personalidade de direito privado. Hely Lopes Meireles.
Art. 5º, IV, do Decreto-lei 200 de 1967.
- 2ª Corrente: após a CF de 1988, toda fundação pública tem personalidade de direito público.
Portanto tem natureza de autarquia. Nesse sentido, Celso Antonio Bandeira de Melo.
- 3ª Corrente: quem define o regime jurídico da fundação é o ente político instituidor. Assim
podemos ter fundação pública de direito público e podemos ter fundação pública de direito
privado. Se de direito público, é a autarquia ou autarquia fundacional. Regime jurídico das
autarquias: se a fundação é de direito privado, a doutrina a chama de fundação governamental
(expressão utilizada por Di Pietro), ela é publica, mas com personalidade de direito privado. O
regime jurídico aplicado é semelhante ao das empresas públicas prestadoras de serviços
públicos. Entendimento da última corrente, também do STF. Obs.: lei complementar definirá a
área de atuação das fundações públicas (art. 37, XIX da CF). Criação e extinção apenas por
lei ordinária.

3. Empresas públicas e Sociedades de Economia Mista (...) [próxima aula]

Referências

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Editora Atlas.

CARVALHO FILHO. José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Editora Lumen Juris.

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