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1º Horário
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Continuação)
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista
Serviços Públicos
2º Horário
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO (Continuação)
Aplicação da Responsabilidade Objetiva
1º HORÁRIO
E) Empresas estatais
1) Conceito
Expressão ampla que abrange qualquer empresa controlada direta ou indiretamente pelo Estado.
2) Espécies
1. Conceito
- Empresa Pública – art. 5º, inciso II do Decreto-Lei 200/67 − pessoa jurídica de direito privado
formada por capital 100% público, que pode assumir qualquer forma jurídica admitida em
direito.
- Sociedade de Economia Mista – art. 5º, inciso III, do Decreto-Lei 200/67 – pessoa jurídica de
direito privado por capital público e privado (misto), tendo como única forma jurídica possível a
sociedade anônima; seu controle acionário pertence ao Estado.
2. Criação e extinção
São criadas por lei autorizativa e por registro dos atos constitutivos no órgão competente. A
extinção, também, deve ser autorizada por lei; a Administração dará baixa e arquivará.
Obs.: as EPs e as SEMs, assim como as demais pessoas da Administração Indireta, sujeitam-se
ao princípio da reserva legal, isto é, sua criação deve ser sempre precedida por lei.
3. Finalidade
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A EP e a SEM podem ter duas finalidades:
4. Regime Jurídico
A doutrina costuma dizer que é um regime jurídico híbrido, pois a personalidade é de direito
privado, mas devem ser obedecidas regras do regime jurídico de direito público.
5. Responsabilidade Civil
É um dever de reparar um dano de natureza patrimonial que se exaure com a indenização. Nas
SEMs e EPs, se prestadoras de serviço público, a responsabilidade civil é objetiva (art. 37, § 6º da
CR/88); se explora atividade econômica, a responsabilidade é objetiva.
6. Bens
Os bens das EPs e das SEMs são bens privados, mas aqueles bens das EPs e das SEMs
prestadoras de serviço e vinculados a prestação do serviço são tratados bens como públicos e,
portanto, impenhoráveis. Aplicação do princípio da continuidade do serviço público.
7. Privilégios processuais
8. Falência
EP e SEM não vão à falência, de acordo com a Lei 11.101/2005 (nova lei da falência), sem
distinção a respeito de prestarem serviços públicos ou explorarem atividade econômica.
9. Controle
Observações:
- Súmula 333, STJ: cabe MS contra ato praticado em licitação promovido por SEM e EP.
- Os contratos da EP e da SEM devem ser precedidos de licitação. Art. 173, §1º da CR/88. Art.
1º, § único da Lei 8.666/93.
- Se o contrato versar sobre atividade fim da empresa pública ou da sociedade de economia
mista exploradoras de atividade econômica, haverá hipótese de inexigibilidade de licitação por
falta de pressuposto jurídico. Se o contrato versar sobre atividade meio da EP ou da SEM, a
licitação é obrigatória.
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Regime sempre é celetista (contratual). São denominados de empregados públicos titulares de
empregos públicos e não possuem direito a estabilidade.
Em regra não gozam de privilégios. Exceção: Empresa de Correios e Telégrafos goza de todos os
privilégios inerentes à Fazenda Pública.
- Capital;
- Estrutura jurídica;
- Competência – EP federal (justiça federal – art. 109, inciso I da CR/88) vs. SEM (justiça
estadual).
Obs.: Empresa pública estadual ou municipal, quem julga é a Justiça estadual. Ver Súmula 556
STF.
Serviços Públicos
Serviço Público é uma atividade administrativa ao lado de outras atividades administrativas e sua
noção varia no tempo e no espaço. Serviço Público é uma qualificação definida pelo ordenamento
jurídico. É serviço público o que a lei ou a CR diz que é.
Serviço público: atividade material de interesse público qualificada pelo ordenamento jurídico
prestado pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes. A atividade pode ser prestada pelo Estado
de forma direta ou de forma indireta por meio das delegações de serviços públicos.
– Concessão: pode ser comum ou especial. Se for uma concessão comum aplica-se a Lei
8.987/95. Caso seja especial, aplica-se a Lei 11.079/04. A concessão especial é, também,
conhecida como “PPP” – Parcerias Públicos Privadas. Tanto a concessão comum quanto a
especial são formas de concessão.
Concessão Comum: Pode ser de serviço público ou de serviço público precedido de obra. Na
segunda hipótese, o concessionário antes de cobrar o serviço deve, ainda, construir a obra.
Ex.: aeroporto.
Concessão Especial: Pode ser uma concessão especial patrocinada ou pode ser uma concessão
especial administrativa. São conhecidas como PPP - patrocinada e PPP - administrativa.
Lei 8.987/95: art.2º, II – serviço público. Lei 8.987/95: art. 2º, III – serviço público precedido de
obra. Toda modalidade de licitação para as concessões dá-se por concorrência o que significa
que somente as pessoas jurídicas poderão participar do certame.
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PPP Patrocinada: Lei 11.079/04 art.2º, §1º.
PPP Administrativa: Lei 11.079/04 art.2º, §2º.
Obs.: Tradicionalmente, a doutrina sempre tratou a Permissão como ato administrativo, todavia a
lei discrimina a permissão como um contrato administrativo. A lei não impõe uma modalidade
específica de licitação significando que a Lei 8.666/93 é que vai disciplinar as modalidades de
permissão. Nesse sentido, é possível haver permissão tanto para pessoas jurídicas como para
pessoas físicas.
A Permissão é menos estável do que a Concessão. Ela é um contrato, inclusive por meio de
interpretação do STF.
– Autorização:
Autorização é o ato administrativo discricionário, unilateral, precário, oneroso ou gratuito pelo qual
a Administração faculta a um particular a prestação de um serviço público. A autorização é ato
administrativo e, por isso, não é necessário ser precedido de licitação.
Obs.: Não se deve confundir Autorização, Permissão, Concessão para prestação de serviço
público de Autorização, Permissão e Concessão de uso de um bem público. São conceitos
distintos para realidades totalmente diversas.
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Obs.: Não se deve confundir a Autorização, o ato de polícia, com a
autorização para prestação de serviço público e autorização para utilização de um bem público.
Conceito de Encampação: Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder
concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei
autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.
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Observações finais importantes
I - Poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, sob cuja competência
encontre-se o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de
concessão ou permissão; ou seja, Poder Concedente é o ente político titular do serviço público,
pois só o titular pode delegar.
Situações em que os contratos por meio de PPP são proibidos: Art.2º, §4º da Lei 11.079/04
Obs.: Pode haver PPP com fornecimento de mão de obra, mas esse fornecimento não pode ser o
único objeto da PPP.
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§ 1o A transferência do controle da sociedade de propósito específico
estará condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos
termos do edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do
art. 27 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
§ 2o A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de
companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no
mercado.
§ 3o A sociedade de propósito específico deverá obedecer a padrões de
governança corporativa e adotar contabilidade e demonstrações
financeiras padronizadas, conforme regulamento.
§ 4o Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do
capital votante das sociedades de que trata este Capítulo.
§ 5o A vedação prevista no § 4o deste artigo não se aplica à eventual
aquisição da maioria do capital votante da sociedade de propósito
específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso
de inadimplemento de contratos de financiamento.
2º HORÁRIO
A pessoa Estado desempenha uma atividade administrativa, uma atividade legislativa e uma
atividade jurisdicional.
Art. 37 §6º
Em regra, o Estado não responde quando da prática de atos legislativos. Ocorrerá quando houver
edição de leis inconstitucionais. Também ocorrerá em relação à lei de efeito material, pois tem
conteúdo de ato administrativo em razão de seus efeitos concretos.
1 – Evolução Histórica
Na primeira fase vigorou a Teoria da Irresponsabilidade. (O Estado não responde aos danos
causados ao cidadão – O Rei não erra!).
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Em seguida, surgem as Teorias Civilistas no final do Século XVII
até o início do Século XVIII. Surgem os Estados de Direito e junto a eles o reconhecimento de que
o Estado deve responder sobre os danos oriundos de seus atos. Todavia, a fundamentação era
baseada nas teorias civilistas que são por sua essência, subjetivistas, baseando-se na culpa do
agente.
Teorias Publicistas: a responsabilidade civil do Estado não pode ser explicada por meio das
teorias civilistas. É necessário organizar a responsabilidade civil do Estado com base em
princípios e normas de Direito Público. Nesse terceiro momento surgem as seguintes teorias:
agente público causador do dano – basta que esteja caracterizado o mau funcionamento do
serviço. Todavia, a teoria, ainda que fundada em direito público, seja baseada na culpa.
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– Pessoas Jurídicas de Direito Público: União, Estados, Municípios, DF, Autarquias, etc.
– Exige-se a qualidade de agente público ao causador do dano. Quem causa dano não é o Estado
e sim o agente público que manifesta a vontade estatal. Se o agente público não tiver essa
qualidade o Estado não será responsável pelo dano. Ex.: Policial militar que agride cidadão enseja
a responsabilidade do Estado. Já o mesmo policial que, em seu dia de folga, agride sua esposa, o
Estado não será responsabilizado.
– O art.37 §6º traz uma duplicidade de relações jurídicas. Entre a vítima e o Estado há uma
relação jurídica fundada na responsabilidade objetiva. Há, além disso, uma relação jurídica entre o
Estado e o agente público fundada numa responsabilidade subjetiva. O Estado só pode cobrar do
agente público se for comprovado o dolo ou a culpa por parte de seu agente. O agente público só
responde subjetivamente.
2 – Fundamento: Teoria do Risco administrativo e/ou Princípio da repartição dos encargos (se a
administração praticou um ato para interesse de toda a sociedade, é razoável que toda a
sociedade arque com o dano sofrido por uma pessoa).
– Culpa exclusiva da vítima. Porque a culpa exclusiva da vítima rompe o nexo de causalidade.
– Força Maior e caso fortuito: Para Hely Lopes força maior corresponde a uma ação do homem, já
caso fortuito é um evento da natureza. Celso Antônio e Maria Sylvia dizem que a força maior
corresponde a um evento da natureza e o caso fortuito a uma ação do homem. Para José dos
Santos Carvalho Filho tanto a força maior como o caso fortuito são fatos imprevistos ou o acaso.
– Maria Sylvia e Celso Antônio dizem que apenas a força maior exclui a responsabilidade civil do
Estado.
Obs.: Dupla causa: É a existência de mais de uma causa. Não exclui a responsabilidade do
Estado, contudo atenua o valor da indenização. Ex.: Chuva e desabamento em morros e favelas
seria omissão do Estado.
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