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F7D440- CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II

Prof. Carlos Raimundo Erig Lima

1. Sistemas Discretos

1.1 Introduã a o

Um sistema dina mico G(s), contı


nuo, linear e invariante no tempo,
converte um sinal de entrada U(s) em um sinal de saı
da X(s), segundo a figura
1.1.

X(s)
E(s)
E(s) sinal de resposta
sinal de saıda do
sinal de erro controlador

CONTROLADOR PLANTA
CONTINUO CONTINUA

D(s) G(s)
Y(s)
sinal de
excitacao

FIGURA 1.1 - representa㘠o de um sistema analo gico realimentado.

Pode-se obter as funãêes de transfere ncias:

X(s) U(s)
G (s) = e D(s) = .
U(s) E (s)

No caso de um sistema contı


nuo gená rico as funãêes contı
nuas associadas
ao sistema s˜ o relacionadas atravá s de equaãêes diferenciais. A transformada
de Laplace permite que estas relaãêes diferenciais sejam transformadas em
relaãêes algá bricas.
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No caso de sistemas discretos pode-se considerar a figura 1.2.

CONTROLADOR PLANTA
DISCRETO CONTINUA

CONTROLADOR DISCRETO

Conversor Conversor
Amostrador A/D Computador Grampeador
D/A

FIGURA 1.2 - Representa㘠o de um sistema de controle gená rico com


controlador discreto. O controlador á detalhado em seus componentes bü sicos.

Na figura 1.2, o controlador discreto pode ser decomposto em sub-blocos:

• Amostrador - bloco onde o sinal analo gico de entrada á convertido em um


seque ncia de amostras.
e( t ) → e( kT) ou e( t ) → e[ k ]
• Conversor A/D - bloco onde s˜ o convertidos as amostras em palavras
binü rias.

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• Computador - elemento responsü vel pelo processamento do sinal convertido


em palavras binü rias. Alá m de computadores, podem ser usados CLPs ou
mesmo circuı
tos eletrúnicos que implementem mü quinas de estado simples.

• Conversor D/A - bloco que converte as palavras binü rias em amostras


analo gicas.

• Grampeador - bloco que garante a continuidade do sinal.

u( kT) → u( t ) ou u[ k ] → u( t )

Pode-se utilizar diversas tá cnicas jü conhecidas em controle contı


nuo para
implementar o controlador em um computador, como por exemplo, o
controlador PID. Alá m disto, o uso de um controlador digital permite a utiliza㘠o
de tá cnicas modernas como redes neurais, lo gica fuzzy (nebulosa ou difuza) e
controladores adaptativos.

1.2 Discretizaã a o

A discretiza㘠o á o processo de convers˜ o de sinais contı


nuos em sinais
discretos. Variü veis contı
nuas s˜ o convertidas, por meio de amostragem no
tempo (amostradosr) e da quantiza㘠o em amplitude (conversor A/D) em
seque ncias de palavras binü rias, passı
veis de serem tratadas por mü quinas de
estado digital. A figura 1.3 representa graficamente a discretiza㘠o.
O teorema da amostragem de Shannom/Nyquist demonstra que um sinal
amostrado pode ser reconstituı
do a partir de amostras se, e apenas se, todas as
freque ncias contidas no sinal forem menores que a metade da freque ncia de
amostragem utilizada.

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x(t) E(s) y(t)


sinal de saıda do
controlador

PLANTA
t
CONTINUA
t
G(s)

Amostrador PLANTA
DISCRETA
G(z) Grampeador

x(t) y(t)*

t t

FIGURA 1.3 - Representa㘠o grü fica da discretiza㘠o de um sinal.


O teorema da amostragem de Shannom/Nyquist demonstra que um sinal
amostrado pode ser reconstituı
do a partir de amostras se, e apenas se, todas as
freque ncias contidas no sinal forem menores que a metade da freque ncia de
amostragem utilizada.

1.3 Modelagem de sistemas discretos

Um sistema discreto contı


nuo pode ser modelado atravá s da Trasformada
de Laplace ou das equaãêes diferenciais do sistema. Do mesmo modo, um
sistema discreto pode ser modelado por equaãêes discretas ou de diferenãa ou
pelas funãêes de transfere ncia expressas em Transformada Z.
Para futuras anü lises ser˜ o considerados apenas os sistemas discretos
lineares, ou seja, aqueles sistemas que para qualquer combina㘠o linear das

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entradas amostradas, resulta na saı


da um combina㘠o linear das saı
das para
cada uma das entradas (vü lido o princı
pio da superposi㘠o).

x k = S( au 1k + bu k2 ) = aSu 1k + bSu k2

Do mesmo modo ser˜ o considerados apenas sistemas discretos


invariantes no tempo, ou seja, aqueles sistemas onde a resposta xk, independe
do instante de aplica㘠o de entrada uk.
Pode-se apresentar as seguintes convenãêes:

• xk á a variü vel discreta;


• ∆ xk = xk +1 - xk ou ∆ xk = xk - xk-1 á a representa㘠o da diferenãa entre dois
valores da variü vel discreta para dois valores sucessivos de tempo discreto.
• Diferenãas de ordem superior podem ser calculadas como diferenãas de
diferenãas.
∆2 xk = ∆[∆ xk] = ∆ [xk +1 - xk] = xk +2 - xk+1- xk +1 + xk = xk +2 -2 xk+1+ xk

• As condiãêes iniciais x0 , x1 ... ou x(0), x(1), ... s˜ o os valores da variü vel


discreta para k= 0, 1, ...
• Pode-se definir uma equa㘠o a diferenãas de ordem n, a coeficientes
constantes como uma soma de termos onde:

a0 ∆n xk + a1 ∆n-1 xk + a2 ∆n-2 xk +... + an-1 ∆ xk + an xk = fk ,

que pode ser reescrita como:

b0 xk+n + b1 xk+n-1 + b2 xk+n-2 +... + bn-1 xk+1 + bn xk = fk.

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Exemplo: Qual serü a equa㘠o a diferenãas de uma popula㘠o de cá lulas


que tem xo cá lulas inicialmente? Supor que a taxa de crescimento seja A e taxa
de mortalidade seja B.

Pode-se escrever que xk+1 = xk +(A-B)xk logo,

xk+1 + Cxk = 0 á a equa㘠o a diferenãas, onde C = -(1+A-B).

1.4 Sinais discretos

A nota㘠o y[k] significa uma seque ncia de nÉmeros reais ou complexos,


definida para cada inteiro k. A seque ncia y[k] serü chamada sinal digital ou sinal
discreto e o ı
ndice k tempo discreto.

Exemplo de sinais digitais:

• Seque ncia degrau, representada pela figura 1.4.

u[k]
1 se K ≥ 0
u[ k ] = 
0 se K < 0
1

k
0 1 2 3 4 5

FIGURA 1.4 - representa㘠o da seque ncia degrau

A seque ncia degrau pode ser associada com a fun㘠o degrau unitü rio em
sistemas contı
nuos, segundo a figura 1.5.

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u(t)
1 se t ≥ 0
u( t ) = 
0 se t < 0
1

t
0

FIGURA 1.5 - representa㘠o da fun㘠o degrau unitü rio para sistemas contı
nuos.

• Seque ncia delta, representada pela figura 1.6.


δ[k]

1 se K = 0
δ[ k ] = 
0 se K ≠ 0
1

-1 0 1 2 3 4

FIGURA 1.6 - representa㘠o da seque ncia delta para sistemas contı


nuos.

Pode-se usar a seque ncia delta para exemplificar a transla㘠o no tempo


discreto. A fun㘠o δ[k-n] á a representa㘠o da fun㘠o delta deslocada no tempo
discreto de n. A figura 1.7 esclarece.
δ[k]
1

k
-1 0 1 2 n-1 n
FIGURA 1.7 - Seque ncia delta deslocada no tempo discreto de n.

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A fun㘠o delta de Dirac (fun㘠o impulso) no domı


nio contı
nuo pode ser
associada com a seque ncia delta.
Exemplo: A seque ncia:
y[k]

k
-1 0 1 2

, pode ser representada como a soma de tre s outras seque ncias:

y1[k] y2[k] y3[k]

+ k + k
-1 0 1 2 k -1 0 1 2 -1 0 1 2

Assim pode-se escrever y[k] = -2 δ[k+1] +3δ[k]+ δ[k-1].

Deste exemplo infere-se que qualquer seque ncia pode ser escrita como a
soma de seque ncias Delta.

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1.5 Sistema discreto

Um sistema discreto á uma regra associando uma seque ncia de entrada


u[k] com uma seque ncia y[k] de saı
da. Ent˜ o um sistema discreto á um
mapeamento (transforma㘠o) da seque ncia y[k] na seque ncia y[k]. A nota㘠o
y[k] = f[u[k]] serü usada para este mapeamento.
Um sistema discreto pode ser n˜ o recursivo. Por exemplo, na fun㘠o
discreta y[k]= 2u[k] +3u[k-1] o valor presente de y[k] depende do valor atual
de u[k] e do valor anterior de u[k]. E um sistema n˜ o recursivo pois o valor
atual de y[k] independe de valores anteriores de y[k].
De outro modo, um sistema discreto pode ser recursivo. Por exemplo a
equa㘠o a diferenãas y[k] = y[k-1] +u[k]. Esta representa um sistema
recursivo pelo fato de que a saı
da y[k] depende da saı
da anterior y[k-1].

Exercı
cio: Discretizar o filtro da figura 1.8 segundo a aproxima㘠o
y[ k ] − y[ k − 1]
y& ( t ) ≈ . Obtenha o equivalente discreto e calcule a resposta para
T
uma seque ncia impulsiva e para uma seque ncia degrau unitü rio. Considere T =
0.2 ms.
1 kΩ

u(t) yt)
1 µF

FIGURA 1.8 - Representa㘠o de filtro analo gico a ser discretizado.

A equa㘠o de malha serü : U(s) = RI(s) + 1/(sC)I(s) e sobre o capacitor


y(t) = 1/(sC).

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Y(s) sC 1 1000
Logo: = = =
U(s) 1 1 + sRC s + 1000
R+
sC
, que a fun㘠o de transfere ncia que define a dina mica do filtro
considerado.
Aplicando a anti-transformada de Laplace, tem-se:

L-1[Y(s)(s+1000)] = L -1
[U(s)1000], que á a equa㘠o diferencial que
descreve a dina mica do filtro considerado.
y[ k ] − y[ k − 1]
Discretizando-se com tem-se: + 1000y[ k ] = 1000u[ k ]
T
, de onde, para T = 0.2 ms:
1,2 y[ k ] = 0,2 u[ k ] + y[ k − 1]

, que á a equa㘠o a diferenãas que representa a dina mica do filtro


discretizado.
A tabela seguinte apresenta os resultados da aplica㘠o da equa㘠o a
diferenãas para valores iniciais nulos.

k u[k] y[k] y[k-1] k u[k] y[k] y[k-1]


0 0 0.00 0.00 16 1 9.47 9.36
1 1 1.67 0.00 17 1 9.56 9.47
2 1 3.06 1.67 18 1 9.63 9.56
3 1 4.22 3.06 19 1 9.69 9.63
4 1 5.18 4.22 20 1 9.74 9.69
5 1 5.98 5.18 21 1 9.78 9.74
6 1 6.65 5.98 22 1 9.82 9.78
7 1 7.21 6.65 23 1 9.85 9.82
8 1 7.68 7.21 24 1 9.88 9.85
9 1 8.07 7.68 25 1 9.90 9.88
10 1 8.39 8.07 26 1 9.92 9.90
11 1 8.66 8.39 27 1 9.93 9.92
12 1 8.88 8.66 28 1 9.94 9.93
13 1 9.07 8.88 29 1 9.95 9.94
14 1 9.23 9.07 30 1 9.96 9.95
15 1 9.36 9.23

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O grü fico resultante pode ser observado na figura 1.9. Observe que o
resultado obtido aproxima-se da resposta esperada de um filtro passa baixo. E
interessante obter a resposta contı
nua deste filtro e comparü -la com o resultado
grü fico obtido.

10
9
8
7
y[K] 6
5 y[k]
4
3
2
1
0
0 5 10 15 20 25 30 35
k

FIGURA 1.9 - Resposta do filtro dicretizado.

1.6 Transformada z

Um sinal contı
nuo pode ser discretizado atravá s de um amostrador que á
representado por uma chave que á fechada em instantes discretos tk durante
um intervalo de tempo d k.

f(t) f(t)*

f(t) f(t) * 1

tk, d k
t t
dk

tk

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Por simplifica㘠o considera-se um amostrador ideal, tal que d k (dura㘠o


do pulso) seja desprezı
vel e que este trem de pulsos seja representado por um
trem de impulsos.
f(t) f(t)*

f(t) f(t) * 1

T
t t

Pode-se obter o sinal amostrado pelo produto do mesmo por um trem de


impulsos unitü rios.
f(t) m(t)

* t

f(t)*


*
Pode-se escrever f (t) = f(t).m(t) onde m( t ) = ∑ δ[ t − kT] , logo:
k =0

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O valor de f(t) no k-á simo instante de amostragem serü representado por


f(kT) ou f[k] ou ainda por fk. A fun㘠o f*(t) serü uma seque ncia de nÉmeros
representada por :

f * (t) = ∑ f ( t ).δ[ t − kT] , cuja a transformada de Laplace á :
k =0

F(s) = ∫ f ( t )e
0
− st
dt

, ou seja:

F(s)= L[f*(t)]=
∞ ∞ ∞ ∞ ∞

∫ ∑ f ( kT).δ[ t − kT]e
0 k =0
− st
dt = ∑ f ( kT) ∫ δ[ t − kT]e dt = ∑ f ( kT).e − kTs
k =0 0
− st

k=0

, onde e-kTs introduz, em geral, funãêes n˜ o algá bricas que fazem com que a
anü lise de sistemas amostrados por transformada de Laplace seja
inconveniente. Para evitar estas dificuldades á proposta uma mudanãa de
variü vel:


z = esT
, que transforma o plano complexo s em um novo plano complexo s e permite
definir a transformada Z da fun㘠o f(t):

∆ ∞
Z[f(t)] = F(z) = ∑ f ( kT)z − k =
k =0
L [f (t)]
*

s = T−1 loge z

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Como apenas os valores de f[kT] = fk s˜ o usados, a transformada Z de


∆ ∞
fato á definida para seque ncias {fk}. Assim: F(z) = Z[{f k }]= ∑ f k z −k
k =0

Exemplo: Calcule a transformada Z de f(t) = bt/T, onde b á uma


constante.
A seque ncia fk á igual a fk = bkT/T = bk, cuja transfomada Z á , por
defini㘠o:
∆ ∞ ∞
F(z) = Z[{f k }]= ∑ f k z −k
= ∑ b k z −k , logo:
k =0 k =0

b b2 b3 b4
F(z) = 1 + + 2 + 3 + 4 +K
z z z z

Sabe-se que a sá rie a + ar + ar2+...+arn-1 = a(1-rn)/(1-r).


Uma condi㘠o de existe ncia da Transformada Z á que a sá rie obtida deve
convergir. Logo, considerando que | r|<1 a sá rie sempre irü convergir. Logo:

a(1 - r n ) a
limn →∞ =
1− r 1- r
b 1 z
Portanto para < 1 existirü a transformada e serü F(z) = =
z b z-b
1-
z
Resumindo: Z[bt/T] = Z[bk] =, para |z|>|b|.

Obviamente, n˜ o á interessante sempre calcular a Transformada Z de


uma express˜ o toda vez que tal transforma㘠o for necessü ria. Para tanto s˜ o
utilizadas tabelas com pares de transformadas jü calculadas, permitindo uma
rü pida obten㘠o dos resultados. Tambá m existem programas de computador
que permitem a obten㘠o da Transformada Z de modo bastante rü pido.

A tabela com alguns dos pares de transformadas mais utilizados á


apresentada no ape ndice alguns dos pares de transformadas mais utilizados.

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Propriedades da transformada Z

A Transformada Z apresenta uma sá rie de propriedades que podem ser


usadas para resolver problemas bem como justificar soluãêes encontradas no
domı
nio discreto. S˜ o apresentadas as propriedades mais comuns e necessü rias
para este curso.

• Linearidade

Se Z{f1[k]}= F1(z) e Z{f2[k]}= F2(z) pode-se afirmar que:

Z{af1[k]+b f2[k]}= aF1(z)+ bF2(z)

• Deslocamento

Se Z{f[k]}= F(z) ent˜ o:


n −1

Z{f[k+n]}= z { F( z) −
n
∑f z
k =0
k
−k
}

Esta propriedade pode ser melhor visualizada com o exemplo:

Dada uma equa㘠o a diferenãas yk+1 + 2yk = uk obter a fun㘠o de


transfere ncia associada com esta equa㘠o a diferenãas.
De acordo com a propriedade:

Z[yk+1] = z[Y(z)-y(0) ]= zY(z)-zy(0),

Z[2yk] = 2Y(z),

Z[uk] = U(z).

Para condiãêes iniciais nulas y(0) = 0, tem-se:

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(z+2)Y(z)=U(z), ou seja Y(z) /U(z) = 1/z+2, que a fun㘠o de


transfere ncia desejada.
No exemplo seguinte, esta propriedade pode ser usada para resolu㘠o
com uma equa㘠o a diferenãas. Pode-se, neste caso, traãar um paralelo com a
resolu㘠o de equaãêes diferenciais com a utiliza㘠o de Transformada de
Laplace.
Considerando-se a equa㘠o a diferenãas yk+2 + 3yk+1 + 2yk = 0, para
condiãêes iniciais y(0) = 0 e y(1) = 1. Pela propriedade apresentada:

Z[yk+2] = z2[Y(z)-y(0)-y(1)z-1 ]= z 2Y(z)-z 2y(0) -zy(1),

3Z[yk+1] = 3z[Y(z)-y(0) ]= 3zY(z)-3zy(0),

Z[2yk] = 2Y(z).

Logo:

z2Y(z) -z +3zY(z) +2Y(z) = 0 , isolando-se Y(z):

z
Y( z) = .
z + 3z + 2
2

• Teorema do valor final

Se Z[f(t)]= F(z) ent˜ o:

limt →∞ f * ( t ) = limk →∞ {fk } = limz→1 (1 − z−1 ) F( z)

• Teorema do valor inicial


Se Z[f(t)]= F(z) ent˜ o:

f ( 0) = lim t → ∞ f * ( t ) == lim z →∞ F( z)

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• Diferencia㘠o

Se Z[f(t)]}= F(z) ent˜ o:

dF( z)
Z[ tf ( t )] = − Tz
dz
• Convolu㘠o

Dadas duas seque ncias un e gn, a convolu㘠o á definida como:

n n
yn = ∑ gk un− k ou y n = ∑ g n−k u n ou {gn}*{un}
k=0 k =0

Em termos discretos:

Y(z) = Z{[gn]*[un]}=G(z).U(z),

ou seja a opera㘠o de convolu㘠o no domı


nio do tempo discreto equivale a
opera㘠o de multiplica㘠o no domı
nio Z. De modo equivalente a opera㘠o de
multiplica㘠o no domı
nio do tempo discreto equivale a opera㘠o de convolu㘠o
no domı
nio Z.
A visualiza㘠o grü fica da convolu㘠o pode ser observada considerando a
seque ncia da figura 1.10.

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gk uk
0.4 1

0.2
0.1
k
* k
0 1 2
0
T

uk g-k g-k
1
0.4 0.4
0.2
0.1 k k
k
-2 -1 0 0

uk g1-k g1-k
1
0.2 0.4 0.4
0.2
0.1
k
-2 -1 0 -1 0

uk g2-k g2-k
1
0.4 0.4
0.2 0.2
0.1 0.1
k
-2 -1 0 -2 -1 0

uk g3-k g3-k
1
0.4 0.4
0.2 0.2
0.1 0.1
k
-2 -1 0 -2 -1 0

yn = gk*un

0.7 0.7 0.7 0.7


0.6
0.4

0 1 2
0

FIGURA 1.10 - Exemplo grü fico da opera㘠o de convolu㘠o discreta.

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Resolvendo-se atravá s de equaãêes:


n
y n = ∑ g n− k u k
k =0
0
y[0] = ∑ g n − k u k = g 0 u 0 = 0.4
k =0
1
y[1] = ∑ g n − k u k = g 1 u 0 + g 0 u 1 = 0.6
k =0
2
y[2] = ∑ g n − k u k = g 2 u 0 + g 1 u 1 + g 0 u 2 = 0.7
k =0
3
y[3] = ∑ g n − k u k = g 3 u 0 + g 2 u 1 + g 1 u 2 + g 0 u 3 = 0.7
k =0

Transformada Z inversa

Aplica-se a transformada Z inversa para obter a seque ncia {fk} a partir de


F(z). S˜ o apresentadas duas opãêes:

a) Decomposi㘠o em fraãêes parciais

Faz-se a decomposi㘠o em fraãêes parciais e identifica-se atravá s de


tabelas a anti-transformada Z. Os coeficientes da expans˜ o s˜ o os resı
duos de
F(z)/z nestes po los. Por exemplo, obter a anti-transformada Z de:

10z
F ( z) = .
( z − 1)( z − 2)

Decompondo-se em fraãêes parciais:

F( z) 10 A B
= = + .
z ( z − 1)( z − 2) Z − 1 Z − 2

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F( z) 10
A = ( z − 1) = = −10 ,
z z−2
z =1 z =1

F( z) 10
B = ( z − 2) = = 10 .
z z −1
z=2 z=2

− 10z 10z
Logo: F ( z) = +
( z − 1) z − 2 .

Da tabela : fk = -10+10.2k=10(2k-1).

b) Expans˜ o em sá ries de pote ncia de z-1

A fun㘠o F(z) á expandida em sá ries de pote ncias de z-1 dividindo-se o


polinúmio do numerador pelo polinúmio do denominador. Os coeficientes da
expans˜ o constituem a seque ncia procurada. Ou seja, se:

F( z) = ∑ f k z − k = f 0 + f1 z −1 + f 2 z − 2 + f 3 z − 3 +L ,
k =0

pode-se afirmar que {fk}= fo, f1, f2, f3, s˜ o a seque ncia procurada.

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