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Teologia Pastoral v3 PDF
Teologia Pastoral v3 PDF
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação...................................................................................................................................... 5
Introdução.......................................................................................................................................... 8
Unidade I
Ministério Pastoral.............................................................................................................................. 9
Capítulo 1
Chamada Ministerial.............................................................................................................. 11
Capítulo 2
Aconselhamento Pastoral..................................................................................................... 17
Capítulo 3
Funções Pastorais................................................................................................................. 20
Capítulo 4
Preparação ministerial e vida devocional............................................................................... 26
Capítulo 5
O sustento pastoral............................................................................................................. 28
Capítulo 6
Administração do tempo........................................................................................................ 33
Unidade II
Relacionamento Social....................................................................................................................... 41
Capítulo 7
Vida social e comunicação..................................................................................................... 43
Unidade III
Dimensão Ministerial.......................................................................................................................... 49
Capítulo 8
Ofícios ministeriais................................................................................................................ 51
Unidade IV
Administração Pastoral..................................................................................................................... 63
Capítulo 9
Práticas ministeriais.............................................................................................................. 65
Unidade V
Liturgia e Ordenanças........................................................................................................................ 83
Capítulo 10
Liturgia de culto e ordenanças.............................................................................................. 85
Referências....................................................................................................................................... 92
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários
para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica
e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal,
adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a
serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente
e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios
que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de to rná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua
caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como
instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do caderno
de estudos e pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma
didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão,
entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas,
também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Para refletir
abc
Espaço para você, aluno, fazer uma síntese dos textos e enriquecê-los com sua
contribuição pessoal.
6
Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas
Praticando
Referências
7
Introdução
A Bíblia, a Palavra de Deus, é o nosso único e perfeito manual. Nela nos inspiramos e dela aspiramos toda
gama de conhecimentos, informações, instruções e ordenanças de Deus simultaneamente reveladas com
a manifestação de Sua vontade a nosso respeito, como Igreja de Cristo e individualmente.
Entendemos bem a frase: “A liderança é uma poderosa combinação de estratégia e caráter. Mas se tiver
de passar sem um deles, que seja estratégia” para o Ministério cai como luva.
Comparando com o que o Apóstolo Paulo exortou a Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado,
como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2 Timóteo 2:15)
O ministério pastoral pode ser descrito de muitas maneiras e exercê-lo significa realizar
trabalhos diversificados.
Ser pastor é uma coisa e exercer o pastorado é realizar atividades variadas. O pastor deve projetar-se para
além do marco histórico de sua chamada. Ele avança rumo à sua realização profissional e vocacional, que
o coloca na posição de o “profissional” mais solicitado da sociedade contemporânea.
Este Caderno, portanto, tem o objetivo de proporcionar informações acerca da Teologia Pastoral, com
o compromisso de orientar os profissionais da área de Teologia, para que possam desempenhar suas
atividades com eficiência e eficácia.
Objetivos
»» Conhecer aspectos relevantes do Ministério Pastoral.
»» Identificar os aspectos do relacionamento Social Pastoral.
»» Conhecer os Ofícios Ministeriais Pastorais.
»» Identificar aspectos relevantes da Administração Pastoral.
»» Conhecer práticas de liturgia e ordenanças.
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Unidade I
Ministério Pastoral
Capítulo 1
Chamada Ministerial
Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero
com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há
de revelar.
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo
ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa
da glória.
(1 Pedro 5:1-4)
4. Teologia Bíblica – traça o progresso da verdade por meio dos diversos livros da Bíblia.
Ex.: Expiação em Levíticos, Efésios, Hebreus, o que Cristo, Paulo e Pedro dizem a
respeito etc.
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UNIDADE I | minitério pastoral
A Teologia Pastoral ou do ministério cristão seria enquadrada no ramo da Teologia Prática, apesar de
podermos abordá-la em várias perspectivas diferentes (holística), dando maior relevância a perspectiva
bíblica e prática.
Chamada ministerial
O chamado ao ministério tem origem no próprio Deus que chama homens para exercerem as mais
distintas tarefas em sua obra, e, como Ele é soberano em seus desígnios, então, não existe um método
definido para a chamada divina ao ministério pastoral. Existe, sim, o método divino, soberano e poderoso.
Jesus afirmou em João 15:16: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto
que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome”.
E em João 20:21: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou,
também eu vos envio a vós”.
A Bíblia registra a chamada de vários servos de Deus, e, por uma questão didática apenas, queremos
abordar alguns exemplos aqui.
»» Noé – Gn 6:13
»» Abraão – Gn 12:1
»» Moisés – Êxodo 3:10
»» Samuel – I Sm 3:20
»» Isaias – Is 6:9
»» Os Apóstolos – Mc 1:17; Mt 4:18-22; Jo 1:35-42
»» Paulo – At 26:19
A Chamada com o Método indireto:
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minitério pastoral | UNIDADE I
No exercício da pregação, o pastor é o profeta de Deus, aquele que representa o seu Senhor diante do
povo, e o povo diante do seu Senhor. Seu lugar no púlpito não pode ser substituído por nenhum outro
pregador. Por ser o dirigente da Igreja e aquele que conhece as necessidades do rebanho, ele mesmo deve
servir o alimento que as ovelhas necessitam.
O pastor que se descuida do ministério da pregação ou que não gosta de pregar, exercerá um ministério
pastoral mudo em sua Igreja. Todavia, o pastor não deve usar o tempo de meia hora ou mais disponível
à pregação, para ralhar com os membros ou insultá-los. Deve ter cuidado para que a proclamação do
Evangelho não se converta em uma oportunidade para ele tratar de problemas pessoais.
A pregação deve ser o bálsamo que cura os ouvintes. Portanto, deve ser terapêutica em sua recepção e
aplicação. A finalidade divina é que ela edifique e console o povo de Deus. Os bons pregadores não ferem
com o sermão. Pelo contrário, eles curam as feridas dos ouvintes.
Mas há ocasiões em que a pregação necessita ser também um chicote usado como exortação. Porém, o
pastor jamais a deverá empregar de maneira negativa. Até o uso do chicote pode se transformar em algo
positivo. O pastor deve fazer uso da exortativa para criar consciência, corrigir, admoestar e consolar.
Mas é necessário estarmos atentos para o fato de existirem crentes «masoquistas», que se deleitam com
o castigo e a dor que os pregadores lhes podem infligir. Quanto mais rigorosamente pregar o pastor ou
o pregador convidado, mais eles gostarão da pregação. E existem também os pregadores que se sentem
satisfeitos quando castigam a congregação.
Muitos pastores são deficientes na pregação. As causas dessa deficiência são múltiplas, vejamos.
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UNIDADE I | minitério pastoral
»» Não têm o hábito de separar um dia da semana para preparar suas pregações. Seria
recomendável que eles na segunda-feira mesmo, começassem meditando na mensagem
que pregarão no domingo, e continuassem assim durante toda a semana.
»» Não dão à pregação a importância que ela merece. Para eles, orar, reunir-se com os
irmãos e fazer visitas pastorais é mais importante que a pregação. O certo é que tudo isso
é importante, mais a pregação é essencial. A mais importante avaliação que uma Igreja
evangélica pode fazer de um aspirante ao púlpito é ouvindo a sua pregação.
»» Existem também aquelas pessoas que são contrárias a toda preparação homilética. Pensam
que a homilética é um produto humano, intelectual, algo que o pregador inventa. Mas a
homilética é uma ferramenta que ajuda o pregador a organizar, preparar e entregar uma
mensagem que Deus lhe deu, de maneira que o sermão alcance eficazmente o ouvinte.
»» Alguns são inimigos dos esboços anotações, isso devido a sua incapacidade homilética.
Atacam o emprego dos esboços porque não sabem preparar um esboço, ou porque
necessitam da disciplina para investir algumas horas, às vezes dias ou semanas, em
colaboração com o Espírito Santo, na preparação da mensagem divina que receberam
de Deus.
Muitas ideias ou pensamentos recebidos pelo pregador podem ser sementes de sermões poderosos. Deus
dá as mensagens aos pregadores por intermédio de meios simples, normais e naturais. O pregador deve
estar sempre à espera de mensagens.
Muitos pregadores não gostam de pregar. Na vida, existem muitas coisas desagradáveis que temos de fazer.
Nenhum pastor gosta de trabalhar no orçamento de sua Igreja. Porém, ele se vê diante da necessidade
de prepará-lo em colaboração com uma comissão de finanças. Da mesma forma, pregar é um requisito
pastoral. Aquele que não gosta de pregar, que se dedique, então, a ser um bom membro da Igreja, e não
um mal pastor.
A homilética é uma arte que requer muita destreza. Fazer um esboço ou preparar notas para pregar é
uma capacidade que nem todos os pregadores possuem. Mas graças a Deus hoje em dia podem ser
encontrados nas livrarias muitos livros de esboços. Esses livros serão de muita ajuda para pregadores
que, por falta de experiência ou tempo, não podem preparar seus próprios esboços. É necessário salientar
que, ao empregar um esboço preparado por outro, o pregador deve colocar nele seu toque pessoal. Deve
adaptá-lo ao seu estilo, acrescentando ou eliminando algo. Os títulos, muitas vezes, podem ser substituídos
por outros do agrado do pregador.
O fato de o pregador não dominar a arte da homilética não o desobriga de pregar com certa organização.
O pastor que não souber nem entender a técnica de preparar um esboço bíblico, ou expor por escrito a
estrutura do sermão, não deve desanimar.
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minitério pastoral | UNIDADE I
Esboço de pregação
Apresentaremos, a seguir, uma maneira simples por meio da qual ele poderá cumprir esse importante
aspecto de seu ministério.
»» Escolha um tema ou um assunto sobre o qual você gostaria de pregar. Esse tema pode
surgir de sua mente iluminada pelo Espírito Santo, da leitura de um texto bíblico, da
leitura de um livro evangélico, de uma reflexão que você fez, ou de uma observação
casual.
»» Depois de haver lido e refletido sobre o assunto que você escolheu, ou lido textos bíblicos
relativos a esse tema, escreva no canteiro do pregador (seu espaço de ideias para os
sermões) qualquer pensamento que lhe ocorrer relacionado ao tema.
»» Pense agora em uma introdução que seja curta, atrativa e interessante. É hora de você
escrever a conclusão.
»» Isto que você já tem escrito é suficiente para a pregação. Agora só lhe resta orar muito
e deixar que o Espírito Santo lhe ajude. No momento da pregação e da mensagem, use
muito a imaginação e acrescente ação às notas escritas. Mas não fique muito preso as
notas; mantenha-se livre para usá-las com naturalidade. Pregue confiando que o Senhor
Jesus Cristo lhe ajudará enquanto você estiver pregando.
Nenhum pastor deve esquecer que a competição no púlpito é cada dia maior. Os pregadores do rádio
e da televisão podem tentar substituir o pregador que entrega sua mensagem ao vivo, mas jamais
poderão substituí-lo. O rebanho do Senhor sempre espera esse alimento espiritual que cada domingo
o seu pastor lhe dá.
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UNIDADE I | minitério pastoral
É preciso um claro entendimento entre as pessoas, principalmente no que se refere ao trato do intelecto,
esclarecendo-se, então, as palavras sobre o seu real significado ou ainda a terminologia mais utilizada
no grupo. Difíceis conflitos surgem entre indivíduos que, em demoradas discussões, interpretam os
significados diferentes à mesma palavra ou termo. Assim, também a preocupação com o ponto de vista
psicossocial e o ponto de vista administrativo.
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Capítulo 2
Aconselhamento Pastoral
Seu objetivo é dar estímulo e orientação às pessoas que estão enfrentando perdas,
decisões difíceis ou desapontamentos. Seu processo pode estimular o desenvolvimento
sadio da personalidade; ajudar pessoas a enfrentar melhor as dificuldades da vida,
os conflitos interiores e os bloqueios emocionais; auxiliar os indivíduos, famílias e
casais a resolver conflitos gerados por tensões interpessoais, melhorando a qualidade
de seus relacionamentos; e finalmente ajudar as pessoas que apresentam padrões de
comportamento autodestrutivos ou depressivos a mudar de vida.1
O papel dos pastores têm sido naturalmente o de conselheiros, já que sua posição e chamado lhes
permitem estar próximos das pessoas que enfrentam dificuldades no seu dia a dia.
Independente de qual tenha sido sua formação, o pastor não tem o privilégio de
escolher se vai ou não aconselhar os membros de seu rebanho, pois é inevitável que eles
levem seus problemas até ele, em busca de orientação e de uma palavra de sabedoria.
O aconselhamento é um amplo campo e oferece ao pastor oportunidades únicas. As razões pelas quais
muitos evangélicos procuram seus pastores em busca de conselho são:
»» Não se paga pelas consultas. Os pastores aconselham e orientam sabendo que isso faz
parte do seu ministério espiritual. Esta função não é trabalho remunerado, e sim um
serviço que ele presta.
1 COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão: edição século 21 / Tradução Lucília Marques Pereira da Silva. – São Paulo: Vida Nova, 2004.
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UNIDADE I | minitério pastoral
»» O pastor é um representante de Deus que inspira confiança. Ele aconselha com ética. A
ele vêm os amigos e irmãos na fé para derramar suas lágrimas.
O pastor conselheiro pode oferecer seus serviços em muitas situações e de várias maneiras. Geralmente
ele é solicitado para aconselhar em situações pré- matrimoniais, matrimoniais em casos de falecimento e
em reuniões de jovens.
Tão logo os noivos tenham uma data para o casamento, o pastor deve marcar datas para aconselhá-los
antes do grande dia. Duas ou três reuniões seriam muito benéficas ao casal de noivos. O aconselhamento
não deve ser deixado para a véspera do casamento.
O pastor nunca deve recomendar o divórcio nem a separação aos seus aconselhados. Eles deverão tomar
a decisão.
É bom, também, conversar com os cônjuges separadamente, e, finalmente, com ambos. O conselheiro
nunca deve tomar partido em favor de um dos cônjuges. Esse aconselhamento visa a levar o casal a iniciar
uma readaptação proveitosa.
O conselheiro deve ter muito cuidado quando estiver aconselhando uma mulher separada ou divorciada,
pois há o risco da chamada transferência psicológica. Alguns conselheiros envolvem-se tanto no problema
da aconselhada, que sem querer nem percebem, mas terminam envolvendo-se emocionalmente. Tem
havido casos em que o conselheiro foi seduzido pelo problema e a necessidade emocional da aconselhada.
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minitério pastoral | UNIDADE I
Momento delicado e difícil é ter de identificar o cadáver de um ente querido, mas, muitas vezes, o pastor
tem de ir ao hospital ou ao necrotério com os parentes do falecido, para ajudá-los.
Conselhos à juventude
Enquanto houver adolescentes e jovens na Igreja, o pastor não deixará de ter trabalho como conselheiro.
A carga de aconselhar os jovens será menor se o pastor nomear para eles um conselheiro dos jovens. Deve
ler livros sobre essa faixa etária e sobre aconselhamento de jovens, e fazer cursos que lhe ajudem a tornar-
-se cada vez mais capaz.
Para que o pastor conselheiro tenha êxito em sua função, deve esforçar-se em conhecer a natureza, o
caráter, as atitudes e as filosofias dos jovens. Alguns aspectos sobre os quais os jovens necessitam de
conselhos são os seguintes.
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Capítulo 3
Funções Pastorais
Qualidades de um dirigente:
»» Líder. Alguém já disse que para uma pessoa ser líder necessita ter seguidores. Portanto,
o líder é a pessoa que convence os outros de que podem confiar nela, segui-la, e que
sabe o que diz e faz. Todo líder genuíno influencia nas aptidões (capacidades) e atitudes
(motivações) dos demais.
»» O fracasso de muitos está baseado no fato de eles quererem fazer tudo e ser tudo.
Acreditam que, sem ele, nada se conseguirá. Isto é um erro. Na vinha do Senhor existe
trabalho para todos. Um líder aprende a dar o sinal para que o povo marche. É melhor
delegar responsabilidades aos outros e passar a supervisionar essas responsabilidades,
do que tomar tudo para si e finalmente perceber que não é capaz de dar conta de tão
grande responsabilidade.
»» Administrador
1. O termo bíblico para Administração
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minitério pastoral | UNIDADE I
O apóstolo Paulo usa a palavra adaptando para a tarefa apostólica dele. A comunidade
de Deus, as pessoas de Deus são a casa dEle que Ele constrói pelo trabalho desses que
Ele chamou à tarefa, Deus delega e confia o cargo de despenseiro e mordomos da
casa. Eles não são chamados para olhar seus próprios negócios domésticos. O pastor
possui funções essenciais que, quando bem realizadas, evidenciam qualidades de um
bom administrador e um bom mordomo da causa do Senhor.
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UNIDADE I | minitério pastoral
Exerça a humildade – Jesus nobremente servia aos liderados, nem por isso perdeu
sua autoridade.
Seja agradecido.
Avalie os resultados – elogie, quando necessário, mas mostre que sabe onde
quer chegar.
Conheças as famílias de sua Igreja – Jesus mostrou interesse por famílias. Curou a
sogra de Pedro, repousou em casa de Zaqueu, esteve com Mateus, hospedou-se em
casa de Marta, Maria e Lázaro. Sorriu e chorou com eles.
Antes de o pastor recomendar o novo convertido para o batismo em águas, ele deve ter dado as
instruções necessárias.
Além de o pastor ensinar aos novos convertidos de forma responsável e contínua, a Igreja também espera
que, pelo menos uma vez por semana, ele seja professor de todos. Não existe maior bênção para o membro
de uma Igreja que reconhece que seu pastor é professor e pregador.
»» O pastor ensina verbalmente. Para isso ele deve preparar-se bem. Na pregação, ele pode
improvisar, mas no ensino a improvisação revela falta de preparação. Os estudos bíblicos
têm que ter sequência e continuidade.
»» O pastor ensina com o seu exemplo. Os crentes aprenderão por meio do exemplo que o
pastor lhe der. A contradição de muitos pastores é devido ao fato de eles ensinarem uma
coisa e fazerem outra.
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minitério pastoral | UNIDADE I
Alguns pastores gostam quando um pregador convidado prega exortando em sua Igreja. O profeta fala a
Palavra de Deus orientado pelo Espírito Santo, fazendo menção de eventos futuros, com clareza, tocando
profundamente os ouvintes.
A causa do conflito na Igreja é algumas vezes o confronto entre a família do pastor e outra família.
Também pode ser entre um líder e outro líder. O pastor deve ser sábio, não se colocando do lado de sua
família, mas no meio das duas famílias. Se ele se deixar influenciar pelo parentesco, terminará pagando
por toda a confusão.
O fogo não pode ser combatido com fogo, mas, sim, com água. Quando uma congregação está atravessando
uma crise de poder, onde uns querem exercer toda a autoridade e outros apresentam resistência, é
necessário que o pastor seja objetivo e realista.
O pastorado é uma vocação divina. O homem que Deus chamou para ser encarregado e colocado nesse
trabalho não pode se amedrontar. Mas, para isso, necessitará da convicção de que jamais estará sozinho.
Não quero limitar o ministério pastoral aos homens somente; sei que Deus também chamou mulheres
para cargos de liderança. O mesmo Senhor Jesus Cristo ajudará o pastor ou líder, homem ou mulher, o
desempenhar triunfalmente o ministério recebido.
Evangelho do servo. Com efeito, os quatro Evangelhos propõem-se apresentar uma visão panorâmica
da pessoa, obra e grandeza de Jesus Cristo. É particularmente importante o fato de que Jesus Cristo, o
Bem Amado Filho de Deus e Salvador do mundo, se permita ser chamado de servo. Ele não veio a este
mundo para ser servido, mas servir e dar sua vida em resgate de muitos. Ao mesmo tempo em que Pedro
proclamou, no Dia de Pentecoste o senhorio de Jesus Cristo (Deus o fez Senhor e Cristo, At 2:36), a Bíblia
dedica todo um capítulo (Is 42) a consideração do ministério de Jesus Cristo, “O Servo do Senhor”.
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UNIDADE I | minitério pastoral
Isaías 42
Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha
alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios.
Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade
trará justiça.
Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas
aguardarão a sua lei.
Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra,
e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos
que andam nela.
Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que
jazem em trevas.
Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei,
nem o meu louvor às imagens de escultura.
Eis que as primeiras coisas já se cumpriram, e as novas eu vos anuncio, e, antes que
venham à luz, vo-las faço ouvir.
Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as aldeias que Quedar habita; exultem
os que habitam nas rochas, e clamem do cume dos montes.
O verdadeiro pastor há de ser, primeiramente, um verdadeiro servo. Para ser líder ou senhor, é necessário,
em primeiro lugar, disposição para aprender obedecer, a ser servo.
Deus disse a Isaac que Abraão havia sido seu servo, (Gn 26:24). Eis uma razão porque o Pai da fé pode
ser chamado amigo de Deus (Is 41:8b). A vida tumultuada de Jacó permitiu-lhe aprender sérias lições
da parte de Deus. Jacó a princípio não deu importância a uma vida de obediência, no entanto, quando
os anos de aventura se passaram, ele amadureceu e começou a servir a Deus mais fielmente, pelo que
Deus também o chamou de seu servo (Is 41:8a). A primeira mensagem que encontramos no livro de
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minitério pastoral | UNIDADE I
Josué (Js 1:1) é a menção de Moisés, servo do Senhor. O povo queria atravessar o Jordão, precisava
santificar-se e obedecer plenamente a Deus e Deus lhes deu Moisés como modelo de obediência
e serviço.
Eli perdeu os privilégios espirituais, mas quando Deus começou a chamar Samuel, ele ensinou uma
verdade da qual Samuel jamais se esqueceu. Eli disse a Samuel que quando Deus o chamasse, ele deveria
atender, dizendo: “Fala, Senhor, porque teu servo ouve”. O grande líder Samuel foi primeiro um grande
servo. Deus deu ordens expressas a Natã a respeito do templo, a fim de que ele as transmitisse a “Davi,
meu servo”. Ao apascentar as ovelhas no deserto distante da casa de seu pai e da comunhão de seus
irmãos, Davi foi recebendo a comunicação espiritual de Deus que se tornou seu Senhor por toda a
vida (Sl 23:6).
Outros homens que a Bíblia menciona como servo de Deus: Elias (2 Rs 9:36); Jonas (2 Rs 14:25); Ezequias
(2 Cr 32:16); Jó (Jó 1:8); Isaías (Is 20:3); Daniel (Dn 6:20); Zorobabel (Ag 2:23); Simeão (Lc 2:19); Pedro
(2 Pd 1:1) etc.
Quando Paulo estava na cidade de Corinto e enviou uma epístola por Febe à Igreja na cidade de Roma,
esta foi a sua identificação: “Paulo, servo de Jesus Cristo...” Esta maneira de apresentar-se identificava o
verdadeiro espírito do homem de Deus. Quando o pastor se esconde no senhorio de Jesus, Deus mesmo
o exalta como quer.
Comparando os textos de Efésios 6:5-8 e Colossenses 3:22-25, tomamos um paralelo do servo comum
e encontramos algumas recomendações que se adaptam aquele que milita ao ministério do Evangelho.
Pensar em Teologia Pastoral é refletir também na necessidade da humildade na vida do obreiro, para
que sirva bem e seja aceito todo o seu trabalho pelo Senhor. Um dia cada ministro do Evangelho
encerrará sua tarefa aqui na Terra. Terá sido aprovado? (Rm 16: 10a) “Se o faço de boa mente, terei
prêmio” (1 Co 9:17). Deus nos ajude a todos, para que recebamos porção multiplicada de Sua graça e
de Seu poder, a fim de realizarmos a Obra que nos está proposta e alcancemos o fim da jornada, para
o encontro final com o Rei.
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Capítulo 4
Preparação ministerial e vida devocional
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minitério pastoral | UNIDADE I
(John Hyde)
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Capítulo 5
O sustento Pastoral
No Antigo Testamento
»» Deus fez uma aliança com Arão e seus filhos, chamando-os para o sacerdócio, e com os
levitas para servirem no Tabernáculo e prometeu supri-los com dignidade – Nm 18:1-7,
11-20, 21-24; Dt 18:1-8.
»» Não teriam campos para plantar ou criar animais, apenas pequenas propriedades para
morarem e cuidarem dos animais entregues pelo povo como dízimo e ofertas – Nm
35:1-8; Js 21. Deviam dedicar-se inteiramente ao sagrado ministério.
»» Em Israel, quando povo deixava de trazer seus dízimos e ofertas, então os levitas e
sacerdotes deixavam o altar do Senhor e partiam em busca de trabalho em outras tribos
– I Cr 31:4-11; Nm 13:10.
No Novo Testamento
A perfeita vontade de Deus é que seus ministros se dediquem inteiramente ao ministério e vivam do
ministério – II Tm 2:4; I Co 9:7-14. O sustento pastoral é ordem divina na nova aliança, sob o pacto da
graça – I Co 9:14; Gl 6:6; I Tm 5:17,18; II Co 11:8 (por inferência).
Há dois extremos que não devem servir de modelo para o sustento pastoral.
»» Pastores que exploram suas Igrejas, exigindo um alto padrão de vida, administrando
egoística e ambiciosamente as finanças da Igreja cujo dinheiro é sagrado; e, deixando de
ajudar os pobres, as viúvas e os órfãos, os deficientes físicos e a obra missionária.
O pastor poderá trabalhar profissionalmente se quiser, porém o ideal é que consagre todo seu tempo ao
ministério com disciplina e santidade, pois o “pastorado é um emprego atraente para homens preguiçosos”
– Jaime Kemp.
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minitério pastoral | UNIDADE I
Querer aplicar essa passagem contra o sustento pastoral é, além de torcer o sentido da Palavra, sentido
dessas palavras de Jesus referia-se aos dons gratuitos de Deus que Pedro disse a Simão, quando este
entendeu que podia comprar o dom do Espírito Santo. “O teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois
cuidaste que o dom de Deus se alcança com dinheiro. (At 8:20)”.
Há ainda quem argumente que Paulo, o apóstolo que maior trabalho evangélico fez, para extensão
do Reino de Deus, trabalhou com suas próprias mãos para ausentar-se; nunca recebendo ordenado
de Igreja alguma e há quem cite as seguintes passagens: “Vós mesmos sabeis que para o que me era
necessário e aos que estão comigo, estas mãos me serviram (At 20:34). “Porém, eu de nenhuma destas
coisas usei e não escrevi isto para que assim se faça comigo, porque melhor me fora morrer do que
alguém fazer vã esta minha glória. Porque, se anuncio o Evangelho não tenho de que me gloriar, pois,
me é imposta esta obrigação: e ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho”. (1 Co 9:15, 16). “Nem de
graça comemos o pão de nenhum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos
pesados a nenhum de vós”. (2 Ts 3:8).
Efetivamente, Paulo não recebia ordenado de Igreja alguma, se bem que algumas vezes recebeu auxílio
monetário de alguns irmãos, como ele mesmo declara nestes textos: “Porque os irmãos que vieram da
Macedônia supriram a minha necessidade”. (2 Co 11: 9). “Quando parti da Macedônia, nenhuma Igreja
se comunicou comigo em razão de dar e receber, se vós somente. Porque vós me mandastes duas vezes
ainda a Tessalônica o que me era necessário”. (2 Ts 4:16).
Paulo escreve para mostrar o direito que o ministro da Palavra de Deus tem ao seu sustento: “Quem
jamais milita a sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o
gado e não bebe do seu leite? Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque
na Lei de Moisés está escrito. Porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que trilha deve trilhar
com esperança de ser participantes. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós
recolhamos as coisas carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, porque não mais justamente
nós? Mas nós não usamos deste poder. Antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao
Evangelho de Cristo”.
“Não sabeis vós que os que administram as coisas sagradas comem do sagrado? E os que de contínuo
estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o Evangelho
que vivam do Evangelho”. (1 Co 9:7-14).
Na epístola a Timóteo 5:17-18, o mesmo apóstolo mostra o direito que o ministro tem ao seu salário:
“Os anciãos que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que
trabalham na Palavra e na doutrina. Porque diz a Escritura: “Não ligais a boca ao boi que debulha. Digno
é o obreiro do seu salário”.
Se lermos Gálatas 6:6 encontramos ainda o mesmo argumento de Paulo e o que é instruído na Palavra
reparta de todos os bens com o que o instruiu.
29
UNIDADE I | minitério pastoral
“Não resta a menor dúvida que o ministro da Palavra de Deus tem direito de ser sustentado pelo povo
a quem ele instrui. Nesse sentido, argumenta o apóstolo muito bem, quando diz: “Se vos semeamos as
coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?
Deve ter sido uma grande vergonha para os Coríntios quando Paulo lhes escreveu:
“Outras Igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário e quando estava presente convosco e
tinha necessidade, a ninguém fui pesado, porque os irmãos da Macedônia supriram a minha necessidade.
E em tudo me guardei e guardarei de vos ser pesado e ainda me guardarei.” (2 Co 11:8-9).
Cada crente deve tomar parte na manutenção do seu pastor – o rico segundo a sua riqueza; o pobre
segundo a sua pobreza.
Na antiga dispensação, Deus determinou um meio prático para o sustento do ministro, de forma que o
rico e o pobre tinham de contribuir na exata proporção de seus recursos. Esse meio foi o dízimo, como se
vê em Lv 27:30-32. “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são
do Senhor, no tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo
será santo do Senhor”.
Os levitas não tinham herança, para que se pudessem ocupar exclusivamente do trabalho de Deus, e,
por isso, recebiam os dízimos que lhes eram oferecidos pelos israelitas: “E eis que aos filhos de Levi
tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que administra, o ministério da
congregação... e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdarão.” (Nm 18:21-23).
Se cada crente entregasse o dízimo, não haveria falta para o sustento pastoral em nenhuma Igreja
Evangélica, podendo ainda as Igrejas aumentar o número do seus pregadores. É claro que o dízimo não
tem apenas a função de remunerar os obreiros.
De onde o ministro deverá receber o seu salário, da Igreja e de subscrições promovidas para esse fim?
Da Igreja, evitando ainda que ele tenha maior consideração para com aquele que dá a maior parte do seu
salário, com receio de lhe ser cortada uma parte de seus vencimentos.
O fato de o pastor ser pago diretamente pela Igreja dá-lhe completa liberdade de agir para com todos os
membros igualmente.
30
minitério pastoral | UNIDADE I
Um pastor que é mantido pela Igreja dedica todo seu tempo a ela e serve de grande animação ao trabalho
que lhe está confiado. Muitos trabalhos evangélicos têm permanecidos fracos, sem o menor sinal de
progresso, alguns até tem se acabado, simplesmente por falta de um pastor que disponha do tempo
necessário para visitar o povo, pregar e, enfim, fazer tudo quanto é necessário para o seu desenvolvimento.
Uma Igreja que mantém o seu pastor sabe dar a maior importância ao seu trabalho e parece até que o ama
mais, pois é uma regra natural e geral que aquilo que nos custa sacrifício é que sabemos estimar melhor e
conservar. Tenhamos como exemplo a fortuna que é ganha com verdadeiro labor e a que não custa o suor
de seu dono. Enquanto aquele perdura por gerações sucessivas, esta parece que toma asas e voa.
Poderia enumerar muitas outras vantagens, mas, para concluir esta parte, basta dizer-lhe que a Igreja
que sustenta dignamente o seu pastor está garantida para manter o seu trabalho, pois ele, com os seu
espírito descansado das lutas para manutenção da vida material, consagra-se melhor a Deus para o
serviço de sua Igreja.
Não é desonroso para um pastor receber salário da Igreja, uma vez que, como diz Jesus: “digno é o
trabalhador do seu alimento”, Mt 10:10. Fica, portanto, estabelecido o equilíbrio da responsabilidade
mútua entre o pastor e a Igreja. A Igreja não lhe paga o salário como um favor, nem os serviços do pastor
podem ser tomados como um favor feito à Igreja.
Trabalhar é um dever do pastor, portanto, a Igreja lhe paga; pagar é um dever da Igreja porque o pastor
trabalha e consagra assim o seu tempo, a sua pessoa à Igreja.
Como seria uma humilhação para o pastor receber salário sem trabalhar, assim também deve ser uma
humilhação para a Igreja ter o serviço de um pastor sem lhe pagar o seu salário, salvo se a Igreja é muito
pobre. Nesse caso, não se trata de humilhação, estabelecendo-se em tão a gratidão recíproca.
Quando o pastor recebe seu salário da Igreja, compenetra-se mais de sua responsabilidade de trabalhar,
visto que a ideia de favor tem desaparecido. Ele não trabalha mais porque lhe pagam os seus serviços,
porém, porque a sua responsabilidade torna-se maior.
31
UNIDADE I | minitério pastoral
O pastor que é pago pela Igreja ficam com o tempo necessário para estudar e com o seu Espírito
descansado para consagrar-se melhor a Deus. Pode ainda gastar mais tempo em visitar e cuidar de todas
as necessidades de seu rebanho.
Concluímos, então, afirmando que o sustento pastoral, além de ser um direito do pastor é um dever e
privilégio da Igreja, é, ainda, uma grande bênção tanto para o pastor quanto para a Igreja.
32
Capítulo 6
Administração do tempo
(Oswald Sanders)
No século em que vivemos, é necessário um planejamento diário semanal, mensal e anual de atividades,
compromissos, folgas e férias para um melhor aproveitamento do tempo e das oportunidades.
Moisés considerava o tempo tão precioso, que orava no sentido de aprender a contá-lo dia a dia, e não
ano a ano (Sl 90:12).
Administração do Tempo
(C. S. Lewis.)
(John Howe)
Aspectos fundamentais
Bons administradores devem saber administrar o tempo.
Muitas vezes para alcançarmos o sucesso, somos levados a sacrificar nossa família, o lazer e, às vezes, até
a saúde.
Normalmente, usa-se a palavra workaholic, expressão americana que teve origem na palavra alcoholic
(alcoólatra), que denota uma pessoa viciada em trabalho.
34
minitério pastoral | UNIDADE I
Esteja certo de seu chamado para todo empreendimento que você tiver à frente. Mesmo
que seja o menor empreendimento, esteja certo de seu chamado. Então, com o que
for que se encontrar, você pode aquietar seu coração com isto: eu sei que onde Deus
gostaria que eu estivesse. Nada no mundo aquietará o coração tanto quanto isto: quando
me encontro com alguma cruz, eu sei que estou onde Deus gostaria que eu estivesse,
em meu lugar e em meu chamado: estou no trabalho que Deus estabeleceu para mim2.
Segundo Efésios 5:16, devemos caminhar “remindo o tempo” e “fazendo o melhor de cada oportunidade”.
Assim como a nossa vida pertence a Deus, nosso tempo também Lhe pertence.
Deus nos permite usar nosso tempo para ganharmos o nosso sustento, nosso descanso, para recreio e
todas as demais atividades da vida.
No entanto, Deus exige de nós para o Seu serviço um dia em sete, onde a guarda do domingo não é
coisa facultativa.
2 Em The Rare Jewek of Christian Contentment, Edinburgh, banner of Truth, reimpressão, 1964 (primeira publicação em
1648. p. 217.
35
UNIDADE I | minitério pastoral
Devemos observar o shabbath do Senhor e quem não o faz está usando um tempo que não lhe pertence.
Sempre quando o povo israelita quebrava o shabbath, entrava em outros pecados e caía em um período
de decadência.
No entanto, devemos nos organizar de modo que possamos dar o máximo possível do nosso tempo
às coisas espirituais e de valor permanente, e o mínimo indispensável às coisas materiais e de valor
transitório. Façamos de cada minuto disponível uma oportunidade para glorificar a Deus3.
O tempo desperdiçado
Quem desperdiça o tempo prejudica a si mesmo, a sociedade, a Igreja, o meio em que vive, o seu próximo
e a sua família.
»» Falta de planejamento.
»» Telefonemas.
3 Cf. em Lições de Mordomia por Walter Kaschel – Editora Betânia.
36
minitério pastoral | UNIDADE I
»» Distrações.
»» Visitas inesperadas.
»» Tarefas inacabadas ou falta de disciplina no cumprimento da agenda.
»» Falta de definição clara de objetivos na execução das tarefas.
»» Falta de delegação ou centralização de poder.
»» Excesso de compromissos.
»» Incapacidade de dizer “não”.
»» Menosprezo de prioridades e cobranças em certas atividades.
»» Cobrança incompleta e descontínua.
»» Fragmentação e superficialidade.
»» Excesso de reuniões (algumas desnecessárias) e burocracia interna.
»» Indefinição de prioridades.
»» Má utilização dos recursos (telefone, fax, computador, internet).
»» Mesa entulhada ou desorganização pessoal.
»» Arquivamento ineficiente.
»» Procrastinação.
»» Conversas fúteis e inúteis (I Co 15:33; Pv 20:19).
»» Leituras sem proveito (Tm 4:13; Sl 119:18).
»» Atividades não essenciais: tempo demasiado em passeios, brinquedos, jogos e outras
atividades sociais.
Otimização do tempo
Seguem algumas sugestões para atitudes e comportamentos para otimização de nosso tempo.
»» Planejamento – cada hora dedicada em planejamento eficaz poupa três ou quatro horas
na concretização.
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UNIDADE I | minitério pastoral
»» Delegação – considerada a chave da administração eficaz, pois atribui tarefas para outras
pessoas, liberando o tempo para tarefas mais importantes (At 6).
Benefícios da delegação:
›› facilita o trabalho do pastor;
›› aumenta a produtividade;
›› dá oportunidade a outros de desenvolver a capacidade de liderança;
›› dá ao líder mais tempo de desenvolver sua vida espiritual;
›› permite ao líder se dedicar mais no ministério da oração e da Palavra.
d. Sirva – o tempo mais bem empregado é aquele que gastamos em favor de outrem.
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minitério pastoral | UNIDADE I
Conforme Gn 5:22, a Bíblia afirma que Enoque “...viveu trezentos anos...” , sem desperdícios, mas investiu
tempo para andar com Deus.
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Unidade II
Relacionamento Social
Capítulo 7
Vida social e comunicação
“O valor de uma vida não é calculada pela sua duração, mas por sua doação; não
importa quanto vivemos, mas, sim, a integralidade e a qualidade de nossa vida.”
(William James.)
O pastorado é um reflexo direto da vida familiar e deve ser levado a sério, com amor, abnegação e
sobriedade – I Tm 3:4-5; 5:8; I Sm 2:22-25, 27-30.
Há pastores que precisaram abandonar o ministério devido a problemas familiares. Outros, nas situações
mais difíceis e adversas do ministério, têm recebido apoio e ajuda de sua família e têm conseguido
sustentar-se.
»» Relacionamento com amigos e pessoas da Igreja, ciúmes – I Ts 5:22 (pode ser do mesmo
sexo ou do sexo oposto).
43
UNIDADE II | Relacionamento Social
»» Nosso testemunho pessoal – qualquer trabalho sem testemunho não tem nenhum valor.
›› testemunho no comportamento dentro Igreja;
»» Nossa atitude para com o Pastor e os oficiais – não podemos esquecer que somos
apenas cooperadores e que o pastor é o líder. Devemos respeitá-lo e aceitar a sua direção.
Não desviar o respeito dos crentes e sua atenção para o nosso serviço.
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Relacionamento Social | UNIDADE II
›› quando visitar os lares, tomar muito cuidado com o fuxico, até em ouvir pode haver
complicações;
›› cultivar o amor fraternal para com todos, ajudando sempre os mais necessários.
»» Postura na Igreja
›› Não devemos conversar, trocar impressões ou falar alto durante a cerimônia religiosa.
Na sociedade, devemos agir como testemunhas do Senhor Jesus Cristo, servindo de sal e iluminando por
meio da nossa vida o caminho para o pecador encontrar-se com o Senhor Jesus.
›› participar de festividades fora do contexto cristão, onde o nosso testemunho vai ficar
obscurecido;
›› ferir a religião, zombando dos ensinos errados ou comentando algum erro da vida
dos chefes religiosos.
›› Manter boas amizades, com o alvo de sempre guiar os amigos a conhecer o seu grande
amigo – O Senhor Jesus Cristo.
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UNIDADE II | Relacionamento Social
Comunicação
»» Defina o que é importante e enfatize; defina o que não é importante e tire a ênfase ou
ignore. Evite as críticas.
»» Cuidado ao falar: expresse-se de maneira a mostrar respeito pelo valor da outra pessoa
como um ser humano. Evite declarações que comecem com as palavras “Você nunca...”
»» Teste todas as suas suposições verbalmente, perguntando se estão corretas. Evite agir até
que tenha feito isto.
»» Reconheça que cada acontecimento pode ser visto de vários pontos de vista. Evite supor
que as outras pessoas veem as coisas do mesmo modo que você.
»» Identifique que as dissensões podem ser uma forma significativa de comunicação. Evite
os argumentos depreciativos.
»» Seja sincero e aberto sobre os seus sentimentos e pontos de vista. Traga à luz todos os
problemas importantes mesmo que tema que isso possa perturbar outra pessoa. Fale a
verdade em amor. Evite o silêncio mal-humorado.
»» Preocupe-se mais com o efeito de sua comunicação sobre outros do que com aquilo que
pretendia comunicar. Evite ressentir-se no caso de ser mal compreendido.
»» Tenha tato, consideração e cortesia com relação aos outros. Evite tirar proveito dos
sentimentos alheios.
»» Faça perguntas e ouça atentamente. Evite pregar ou fazer palestras (na comunicação).
»» Não use de subterfúgios. Procure não cair nas desculpas dadas por outros.
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Relacionamento Social | UNIDADE II
Envolvimento
Para realizar um bom envolvimento, deve-se realizar as seguintes ações.
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Unidade III
Dimensão Ministerial
Capítulo 8
Ofícios ministeriais
Presbíteros – (anciãos – At 11:30; 15.2) presbyteroi. Os termos episkopoi e presbyteroi são parcialmente
intercambiáveis – At 20:17 e 28; 11:30 e 15:2; Tt 1:5 e 7; I Tm 3:1 e 5:17.
Pastores e mestres – Segundo Dewey M. Mulholland (s/d, p.92), esses dois termos referem-se à mesma
pessoa uma vez que no original aparece apenas um pronome para os dois. A gramática grega, portanto,
implica que o pastor seja também mestre. O pastor pode ter talentos para administrar a Igreja ou granjear
fundos para a obra de Deus, mas se não é “apto para ensinar” não tem autorização bíblica de reivindicar
o título de “pastor”.
Pastor – poimen. Ef 4:11, é usada 18 vezes no NT. João 10:11 (Hb 13:17 – vigiar). Apascentadores, guias,
líderes, guardião, supervisores.
Em Atos 20:28 – bispo... pastoreardes – I Pd 5:1-2 – Presbíteros... pastoreai. Bispos, Presbíteros e Pastores
são invariavelmente tratados como sendo o mesmo ofício.
Em Atos 20:28 – os presbíteros no verso 17, e os bispos do verso 28 são instruídos a pastorear (no grego
poimano) a Igreja de Deus.
Em Ef 4:11 – Paulo escreve para a Igreja de Éfeso que Cristo concedeu dons à Igreja (universal), e entre
esses dons está o de pastor (poimen), cujo propósito é aperfeiçoar os santos e edificar a Igreja.
51
UNIDADE III | Dimensão Ministerial
Portanto, Bispos, Presbíteros e Pastores são termos diversos para o mesmo ofício, assim como santos e
crentes e irmãos são termos diferentes para o mesmo corpo de cristãos.
Segundo Dr. Russel Shedd, há vários aspectos do pastorado no NT que podem ser percebidos com os
títulos usados para indicar o papel do líder humano da Igreja.
c. Ancião ou Presbítero, com ideia de patriarca, pai de família – I Tm 5:17-25, com ideia
de quem é experimentado e tem capacidade de admoestar ou encorajar – I Co 4:14-21.
d. Despenseiro, Administrador, deve ser fiel na sua função (no que não lhe pertence) – I
Co 4:1-5.
2. Diáconos – 1 Tm 3:8-13.
b. Presbíteros
1. Obedecê-los.
2. Dar-lhes primazia.
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Dimensão Ministerial | UNIDADE III
»» Negativa – 1 Tm 1:3; Tt 1:7 – não atrevido, não soberbo, não vingativo nem
espancador, não dado ao vinho, não cobiçoso, não ganancioso, não obstinado,
hábil a aconselhar e ser aconselhado.
»» De boa vontade.
f. Os presbíteros e o ministério dos dons – Ef 4
53
UNIDADE III | Dimensão Ministerial
h. Diáconos – At 6:3
A palavra diácono é tradução da palavra grega diakonos, que é o termo comum que se
traduz por “servo”, quando usado em contextos não eclesiásticos.
“Diakono” que significa “servo”. Há várias maneiras e “administração”. Muitas vezes ela é
usada para designar funções e trabalhos relacionados com as atribuições de um diácono,
como, por exemplo, o trabalho dos anjos em Mt 4:11, ou de Jesus Cristo em Mt 20:28, ou
o ministério geral da Nova Aliança em 2 Co 3:3.
1. Qualificação – At 6:3
3. Apontado pelo ministério – para se saber quem deve ser escolhido e que trabalho
pode se esperar um diácono, vejamos 1 Tm 3:8-13.
h.1. Qualificações
1. Qualificações morais
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Dimensão Ministerial | UNIDADE III
2. Qualificações domésticas
3. Qualificações espirituais
O nome já diz muita coisa acerca do que se espera do diácono, pois define o que significa
“servo”. Está claro em 1 Tm 3:13, que alguns farão bom uso de suas funções ampliando
o campo de seu trabalho conforme está plenamente evidenciado no relato de Atos 6 e 7
quanto ao diácono Estevão.
a. Fiel – 1 Tm 1:12 – A Bíblia afirma que Deus é fiel, 2 Tm 2:13; A Palavra de Deus
é fiel, 1 Tm 3:1; 2 Tm 2:11; O obreiro deve ser fiel para com Deus, para com a
doutrina que prega, para com a Igreja a que serve e para consigo mesmo. Ap 2:10.
A fidelidade deve ser até a morte.
b. Irrepreensível – 1 Tm 3:2; Tito 1:6-7; palavra que vem do grego anepiletos, ou seja,
uma conduta perfeita. 1 Co 1:8; 2 Pd 3:14. À medida que o obreiro vai necessitando
ser repreendido, vai igualmente perdendo a sua autoridade de repreender.
55
UNIDADE III | Dimensão Ministerial
e. Justo – Além da justificação que tem recebido da parte de Deus (Rm 5:1), o obreiro
necessita de um senso de justiça, para aprender a reger sabiamente a obra de Deus
(Tt 1:8). A Bíblia afirma que toda injustiça é pecado, mas é justo todo aquele que
executa a justiça (1 Jo 3:7).
f. Santo – Nosso Senhor Jesus Cristo é apresentado na carta aos Hebreus como o
sacerdote SANTO. Os obreiros, que estão ao seu serviço, devem igualmente ser
santos. Santidade fala de separação, consagração e submissão (Tt 1:8).
c. Não espancador (1 Tm 3:33) – o pastor que espanca suas ovelhas perderá cedo
seu rebanho.
Ele deve ter suficiente inteligência e equilíbrio para saber a ocasião certa de aplicar
a disciplina às ovelhas faltosas, sem, no entanto, necessitar de espancamento
muito semelhante aos tempos da velha inquisição. Em alguns lugares, a porta da
graça para salvação está como que fechada, pois a graça não concorda uma obra
ministerial de sucessivos espancamentos. Ao invés de espancar, o pastor deve
tratar suas ovelhas feridas com bálsamo de Gileade.
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Dimensão Ministerial | UNIDADE III
e. Bom testemunho dos que estão de fora – o pastor deve ter uma vida limpa. Ainda
que o verdadeiro modelo seja sempre Cristo e Sua Palavra, certo é que os crentes
(e os ímpios também) acompanham a vida do pastor pelo que este deve estar em
constante oração e severa vigilância para não ser atraído pelos laços do inimigo e
desonrar o sagrado ministério.
a. Marido e mulher – o obreiro necessita ser casado e, sendo, deve ser de uma só
mulher. Este princípio monogâmico Jesus estabeleceu em Sua Palavra; reafirmando
o que Deus decretara desde o primeiro casal (1 Tm 3:2; Tt 1:6; Mt 19:5).
c. Sóbrio – Isto é, moderado, discreto. O ministro deve saber ouvir, saber falar e
saber agir (1 Tm 3:2; 2 Tm 3:5; 1 Ts 5:6-8; 1 Pd 4:7).
f. Não cobiçoso de torpe ganância (1 Tm 3:3; Tt 1:7). Isto fala do perigo de desejar
lucros desonestos, excessivos. O obreiro não pode usar de métodos escusos para
auferir vantagens pessoais.
h. Não avarento (1 Tm 3:3) A palavra que vem do grego “aphilarguros”, que não é
amigo do dinheiro (Hb 13:5; Lc 12:15).
i. Que governa bem a sua própria casa (1 Tm 3:14) – um ponto fraco na vida de
muitos obreiros tem sido o governo do lar. Satanás não perde ocasião de tentá-lo.
Muitas vezes, o ministério do pastor é ameaçado pela personalidade impulsiva
de sua esposa que se torna uma pastora na Igreja. Às vezes, ela deseja exercer o
governo sobre a Igreja ou pelo menos sobre ele, o que é condenado nas Escrituras.
A esposa do ministro precisa devotar-lhe muita ajuda, compreensão e submissão,
para que o seu ministério não sofra e o inimigo não triunfe.
j. Tendo seus filhos em sujeição – outro ponto muito visado pelo adversário é a
família do obreiro. Desde os tempos de Eli que os filhos prejudicam o ministério.
Os cuidados principais têm de ser tomados na infância, enquanto a personalidade
se está formando, mas a vigilância e a intercessão nunca podem ter fim.
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UNIDADE III | Dimensão Ministerial
l. Idôneos (2 Tm 2:2) – há crentes que nunca amadurecem. Os tais não podem ser
conduzidos ao ministério.
n. Sofredor (2 Tm 2:3) – o ministro que não está disposto a sofrer, pode fazer o
rebanho sofrer. Faz parte do ministério o sofrimento (2 Tm 3:13)
Perigos e Tentações
c. Profissionalismo – I Co 13:2 “... sem amor NADA serei” principalmente aqueles que
não têm qualificação profissional, cursos técnicos ou superiores, e grau de escolaridade,
ou têm e fazem do ministério mais um emprego ou abraçam o ministério com uma
perspectiva profissional e não sacerdotal.
d. Fama, sucesso – Lc 6:26; 16:15b “O que entre os homens é elevado, perante Deus é
abominação” (Jimmy Swaggart).
e. Sexo – temor a Deus – I Co 10:23; Gn 39:7-14 (José, mesmo sendo vendido pelos
irmãos e sofrendo como escravo, foi fiel a Deus). II Sm 11 – Davi e a síndrome da
tentação sexual.
f. Dinheiro – I Tm 6:10; Jd 1:16; Ap 3:14-17. O dinheiro pode ser uma bênção ou uma
maldição no ministério pastoral, dependendo da motivação e dos critérios com os
quais são usados. O pastor é mordomo do tesouro da casa do Senhor, e como tal deve
administrá-lo com retidão, pureza e muita prudência. Algumas tentações perigosas
para o pastor relacionadas com finanças são estas.
58
Dimensão Ministerial | UNIDADE III
»» Aplicações financeiras dos recursos da Igreja na (sua) conta pessoal para usufruir
dos lucros dessa aplicação.
»» Desviar dinheiro da Igreja para suas necessidades pessoais e familiares (Ef 4:28).
»» Manipular os crentes pobres por meio de doações e favores financeiros.
»» Supervalorizar os crentes ricos ou de boa situação financeira e/ou tratar os pobres
com indiferença – Tg 2:1.
»» Medir o sucesso do seu ministério ou de sua Igreja local pelo orçamento financeiro,
bens móveis e imóveis, valorizando as finanças e os bens de consumo acima das
pessoas, das vidas a serem pastoreadas.
»» Desviar recursos levantados em campanhas para outros fins que não sejam os
propostos pela campanha.
»» Fazer compras para Igreja, ou despesas acima do seu orçamento, deixando-a com
dívidas sem condições de pagamento, denegrindo a imagem do Evangelho e da
denominação diante dos comerciantes e do comércio. E para sair dessa situação
fazer pressão dolosa sobre o povo de Deus para levantar fundos para se livrar
dessa situação. Passos de fé na área financeira devem ser dados com muito
discernimento, prudência e direção do Espírito para não usarmos o nome de
Deus em vão. (I Jo 3:20-22)
h. Púlpito
»» Autoexaltação – Mt 23:12.
»» Autossuficiência – II Co 3:5-6.
»» Mentir ou exagerar – Ef 4:25; Pv 12:19.
»» Pregar o que o povo quer ouvir e não o que o Espírito Santo nos ordena. Ez 2:1-8;
II Tm 4:1-2.
59
UNIDADE III | Dimensão Ministerial
Toda a epístola de Timóteo pode ser estudada e vivida por nós como padrão de
relações interpessoais, especificamente I Timóteo.
60
Dimensão Ministerial | UNIDADE III
Ética é a ciência dos deveres do homem; uma ciência que ensina como proceder
na sociedade.
A ética vem a ser, pois, um código de princípios ou de regras morais que dirigem a
conduta, considerando as ações dos homens com referência à sua justiça ou injustiça,
tendência ao bem ou ao mal.
Algumas dicas para atenção especial: aparência pessoal, a linguagem sã, amor e
respeito devido ao colega.
61
Unidade IV
Administração Pastoral
Capítulo 9
Práticas ministeriais
Apascentando o rebanho
Pregação e ensino
É a parte fundamental no ministério pastoral a pregação e o ensino da Palavra de Deus. É por meio da
pregação e do ensino que a Igreja é edificada, consolada e exortada (I Co 14:3). É por meio da pregação e
do ensino das Escrituras que a fé cristã é preservada e fortalecida (I Tm 3:16-17; I Pd 2:1-2). A pregação
e o ensino devem ser extraídos da própria Palavra de Deus, pois qualquer desvio desta perspectiva é
perigoso (Jr 1:13; Pv 30:5-6; Dt 4:1-2; 12:32 e Mt 22:29). Paulo exorta Timóteo a pregar e a ensinar a
Palavra com toda diligência, pois é esse o método divino de preservar a pureza espiritual e doutrinária de
sua Igreja (II Tm 4:1-4; I Tm 4:1-5,13-16).
A terça parte do ministério de Jesus foi gasta em pregações (Mt 4:23). A grande comissão descrita em
Marcos 16 dá ordens à pregação como forma de conquista do mundo sem Deus. Precisamos estar bem
atentos aos propósitos que movem a nossa pregação, para evitar os perigos descritos em Filipenses 1:15-
17. A pregação do Evangelho movia o coração do apóstolo Paulo (1 Co 9:16). Mas não basta pregar. É
necessário pregar bem. Pregar bem não significa em princípio pregar com erudição, com eloquência, nos
mais requintados padrões de cultura ou de homilética. Não. Pregar bem, para o Senhor Jesus significa:
»» Pregar com poder – Se a pregação não tiver poder, não produzirá resultados satisfatórios.
Jesus ordenou aos discípulos que ficassem em Jerusalém, a fim de que recebessem poder.
Somente depois deveriam pregar. Os que insistem em pregar sem poder não se admirem
se não alcançam fruto em seu trabalho. Somente depois que forem ungidos pelo Espírito
(At 10:38).
Jesus começou o seu ministério de pregação (Lc 4:18-19) após essa unção.
65
UNIDADE IV | Administração Pastoral
»» Pregar a Cristo – Pregação que não aponta a Cristo e Sua cruz, o sangue de Cristo, o
sacrifício de Cristo, a ressurreição de Cristo, jamais conduzirão almas a Cristo. Para
que o mundo vá a Cristo, é necessário primeiramente mostrar Cristo ao mundo. O
instrumento dessa demonstração é o Evangelho.
»» Pregar inspiradamente – A Bíblia é um livro inspirado. Quem usá-la para pregar deve buscar
também inspiração para si. Muitos se inspiram apenas na Bíblia e por isso pregam vazios
e secos. A Bíblia é um livro inspirado e não deve ser ministrada por um pregador morto.
Para concluir esse tópico, inserimos aqui o pensamento do escritor John D. Wilder:
O púlpito deverá ser como o trono do pastor. É ele o lugar sagrado. Nenhum
outro lugar envolve maiores responsabilidades do que ele. A ele só deveriam ir
homens puros, diferentes dos do mundo, homens cujas vidas se pautassem de
ideias nobres e fossem dotados de ambição elevada. É que o púlpito pertence a
Deus. É o caminho por onde se levam almas a Deus. Se a mensagem não alcançar
o coração do homem, quem mais poderá fazê-lo?
Aconselhamento
É mais importante, profundo e valioso do que possamos imaginar. Aconselhamento não é apenas um
conselho sábio ou uma orientação criteriosa, é um processo terapêutico que pode durar horas, dias,
meses e até anos dependendo da gravidade do problema e suas consequências. É óbvio que a Palavra
de Deus é o alicerce, o fundamento, a fonte infalível para o aconselhamento cristão, porém para os
pastores que querem especializar-se nessa área por sentirem o chamado de Deus, é indispensável que
estudem para adquirirem conhecimentos no campo da Psicologia, Psicanálise e Psiquiatria e discernirem
as pressuposições científicas que vão de encontro à revelação divina, como também diagnosticarem
adequadamente pessoas com problemas dos mais diversos tipos. A unção do Espírito com o preparo
técnico é uma ferramenta preciosa nesse ministério.
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Administração Pastoral | UNIDADE IV
Visitação
É importante para o pastor visitar os membros da Igreja que pastoreia para uma aproximação maior com
eles e um conhecimento mais íntimo dos seus problemas (Pv 27:23). É gratificante para o pastor esse
tipo de ação pastoral, como também para Igreja. No caso de Igrejas grandes, o pastor pode comissionar
equipes de visitação para fazer esse serviço e prestar-lhe relatório.
Se vier a existir uma comunidade no mundo dos indivíduos, só poderá ser (e precisa
sê-lo) uma comunidade tecida em conjunto a partir do compartilhamento e do cuidado
mútuo; uma comunidade de interesse e de responsabilidade em relação aos direitos
iguais de sermos humanos e igual capacidade de agirmos em defesa desses direitos.
(BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2003, p.134).
O termo visitação, devido a sua abrangência, antes de conceituá-lo, devemos entendê-lo como um
exercício não exclusivo ao âmbito eclesiástico, mas associado ao serviço prestado por qualquer pessoa
que tenha percepção empática do sofrimento e angustia dos outro.
De acordo com o Dicionário Aurélio (1988, p. 676) visitar, entre outras coisas, significa: Ir ver alguém em
casa ou em outro lugar onde esteja, por cortesia, dever ou afeição; significa revelar Deus a alguém em sua
cólera ou em sua graça.
Segundo o Dicionário Houaiss (2009) o termo “visitar”, significa “ir vê (alguém), por cortesia, dever,
afeição etc.; ir conhecer, ir rever, ou percorrer com determinada finalidade; ir (o médico) atender (o
doente) em seu domicílio ou leito hospitalar; percorrer fiscalizando; inspecionar, vistoriar; manifestar-se
a; aparecer em, assolar, surgir, revelar (Deus) ao homem, fazer visitas mutuamente, conviver, dar-se com”.
Podemos entender, dessa forma, que o termo visitar pode ser definido como ir ao encontro de alguém ou
de alguma coisa com objetivos e propósitos bem-definidos.
Segundo a Bíblia Sagrada (1994), visitar os necessitados é a expressão de uma religião pura e imaculada,
“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações
e guardar-se da corrupção do mundo” (Ti 1:27).
Jesus Cristo em seu ministério passou a fazer parte da realidade das pessoas, Ele tratou com pessoas que,
na realidade da época, estavam à margem do convívio social.
Cook afirma: Cristo sai ao nosso encontro no caminho de nosso viver diário. Este caminho – nossa
realidade – está cheio de poças e de lama; é infestado de ladrões e de opressores. Muitas vezes, é um
caminho solitário e sumamente aterrador. Por este caminho, multidões de homens e mulheres arrastam
suas correntes e gemem de dor.
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UNIDADE IV | Administração Pastoral
Jesus não hesitava em se aproximar das pessoas, em dirigir-lhes a palavra, em tocá-las, ou ainda sentar a
mesa com elas.
“E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinado nas sinagogas deles, pregando o Evangelho do
Reino e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E, vendo as multidões, teve grande
compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor”
Jesus nos ensina que não há mal em nos aproximarmos das pessoas independentemente de suas condições,
assim, Jesus quebra os protocolos impostos pela sociedade da época e prioriza a pessoa.
Jesus reconhecia o pecado e fraqueza das pessoas, mas não se afastava dos pecadores. Pelo contrário, ele os
procurava e não colocava condições para ter comunhão com eles. [...] Jesus não exigia uma mudança ética
antes de comunhão com as pessoas. As pessoas têm a necessidade de aproximação, tanto de se tornarem
próximas, quanto de receber aproximação. É nessa ação de se avizinhar que os relacionamentos são criados.
Relacionamento e aproximação são ações que quando feitas de forma comprometida têm como resultado
a comunhão, que num sentido mais amplo toma o aspecto de compartilhar.
Quando Cristo diz Vinde a mim (Mt 11:28), podemos sentir em suas palavras o profundo senso de
compartilhar – compartilhar a esperança, compartilhar a vida, compartilhar os pesos e as cargas da vida.
Por mais que nos esforcemos, sempre daremos o segundo passo, o primeiro passo sempre será de Deus,
“Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.” (I Jo 4:19)
Ao nos conscientizarmos de que o Senhor é o sujeito da ação e que ele é quem nos trás para perto de si,
estaremos respondendo positivamente ao seu amor incondicional.
Deus visitando
As Escrituras Sagradas mostram-nos que Deus sempre buscou um relacionamento mais profundo com
o homem.
São incontáveis os exemplos bíblicos em que Deus realiza visitas e se revela pessoalmente a humanidade.
A Bíblia nos mostra muitos textos em que o próprio Deus ou seus representantes visita o povo. Podemos
destacar alguns textos bíblicos, entre os vários exemplos do Antigo Testamento, em que Deus se revela e
se relaciona com o povo por meio da visita.
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Administração Pastoral | UNIDADE IV
Jesus visitando
A visitação era uma prática de Jesus em seu ministério e demonstra que devemos imitar o que Ele deixou
como exemplo.
O Ministério de Jesus desenvolveu-se nos lares. Jesus visita os lares (as famílias em suas casas). Nas casas
Jesus curava, ensinava, pregava o Evangelho e realizava grandes milagres e maravilhas.
O primeiro milagre de Jesus se deu em um lar, no contexto familiar, quando foi convidado para um
casamento. (Jo 2:1-12). Em suas visitas, Ele tinha a oportunidade de demonstrar o seu amor, graça,
compaixão e misericórdia.
Jesus visitou Zaqueu na casa dele e nesta visita, o anfitrião encontrou sentido para sua vida e aceitou o
convite de salvação. (Lc 19:5)
Jesus visitou a casa de Marta e Maria, irmãs de Lázaro, e trouxe vida num momento de dor e perda. (Lc 10:38)
Jesus visitou a casa de Pedro e curou a enfermidade de sua sogra. (Mt 8:14-15)
Jesus visitou a casa de Mateus (Levi) e sentou à mesa com ele e seus amigos pecadores, sem fazer qualquer
exigência ética. (Mc 2:15)
Jesus sabia que em cada cidade ou aldeia estavam ali pessoas “aflitas e exaustas como ovelhas que não têm
pastor” e sua visita era necessária. (Mt 9:35-36)
Quando lemos o texto do Evangelho de João “E era-lhe necessário passar por Samaria” (João 4:4), vemos
Jesus indo ao encontro de uma mulher que só pelo fato de ser samaritana era motivo de desprezo e
desafeto pelos Judeus.
A mulher samaritana como é chamada biblicamente necessitava receber uma visita, ainda que inesperada,
e foi a partir dessa visita e do diálogo com Jesus que pode refletir sobre a sua condição e vida.
Jesus tinha percepção das necessidades das pessoas expressa no cuidado que tinha no trato de assuntos
íntimos e pessoais.
Sua prática também era vivenciada por seus discípulos, na medida em que Jesus visitava, também ensinava
seus discípulos à prática da visitação.
No contexto de toda a narrativa bíblica, o livro de Atos dos Apóstolos conta o começo da história da Igreja
estabelecida por Jesus, onde encontramos o registro de como a grande comissão começou a ser cumprida.
Os eventos narrados no livro de Atos dos Apóstolos expressam o trabalho realizado pelos apóstolos e
discípulos de Jesus Cristo, à medida que divulgavam o seu Evangelho.
E, assim, na medida em que cada pessoa ouvia a mensagem de salvação, Deus acrescentava à Igreja aqueles
que se haviam de salvar, onde cada um passava a fazer parte do Corpo de Cristo, a Igreja.
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UNIDADE IV | Administração Pastoral
No coração daqueles homens e mulheres, os primeiros cristãos, pulsavam a esperança de que Cristo
voltasse muito em breve.
Os primeiros cristãos repartiam todos os bens (At 2:44-45), vendiam suas propriedades e apresentavam
aos pés dos Apóstolos que distribuíam entre a comunidade.
Portanto, podemos entender que ninguém se torna cristão sozinho, necessitamos do outro, do cuidado
mútuo e compartilhamento – Cristianismo é relacionamento.
Relacionamos alguns textos bíblicos que servem de exemplo da práxis da visitação dos primeiros cristãos.
A aproximação
Um dos grandes ensinamentos e exemplo bíblico de aproximação bem-sucedida está descrita no texto do
Evangelho de Lucas, “a caminhada para Emaús” (Lc 24:13-32).
Se realmente somos imitadores de Jesus (Ef 5:1) devemos entender que Deus está nos chamando o
conservar o propósito de edificar a sua Igreja.
Ensinamentos práticos
A caminhada para Emaús, nos trás grandes ensinamentos, em que Cristo compartilha com aqueles
discípulos momentos de profundo sofrimento e desolação.
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Administração Pastoral | UNIDADE IV
Aprendemos que se temos a possibilidade de consolar o aflito, ela resulta da lembrança daquilo que
também sofremos um dia, nisso reside nosso poder de compaixão.
O amor ao nosso irmão começa quando aprendemos escutá-lo. (DIETRICH, p. 85, 2009)
Na passagem de Emaús, Jesus preocupou-se em escutar aqueles discípulos, mesmos tendo ciência de
tudo, Ele demonstrou a preocupação em ouvir.
Diante dessa observação, podemos entender que Deus não nos deu somente a sua Palavra, mas seus
ouvidos que estão sempre atentos a ouvir nosso clamor.
Jesus, quando se aproxima, parece que está alheio aos últimos acontecimentos e é entendido até como
um forasteiro. Mesmo percebendo que naquele momento aqueles homens não enxergavam nada, Ele dá
espaço para que eles pudessem colocar seus sentimentos para fora.
O sentimento que nutria aqueles homens foi o que Jesus usou como ponto de partida. A preocupação
era o que é o que aqueles homens sentiam? Jesus começa o diálogo pelas suas realidades e os motivam a
falarem a partir de suas realidades e relações.
Considera-se que não foram apenas as palavras de Jesus, foram os gestos e o desejo de compartilhar que
fizeram aqueles homens reconhecerem a Cristo.
Nota-se que, logo depois que aqueles discípulos abriram seus olhos, Jesus desapareceu, não criou
dependência e agora eles saberiam como andar cheios de fé e esperança.
Nos exemplos de Jesus, encontramos lições de como a comunidade cristã deve utilizar o visitar, o servir, o
ouvir, o consolar, o buscar e o comunicar como instrumentos para edificação da comunidade.
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UNIDADE IV | Administração Pastoral
»» Desempregados.
»» Idosos.
»» Disciplinados.
Cuidados especiais
»» Não sair para visitar acompanhado apenas com uma pessoa do mesmo sexo.
»» Visitar senhoras casadas, viúvas, divorciadas ou solteiras sem a presença da esposa e/ou
pelo menos duas irmãs maduras que acompanhem o pastor – I Co 9:5.
Discipulado
Esse princípio foi ordenado pelo Senhor Jesus Cristo à sua Igreja. Ele próprio gastou 3 anos discipulando
12 homens que revolucionaram o mundo – Lc 6:12-16; Mt 28:18-20. O pastor, para formar discípulos de
Cristo, tem de ele mesmo ser um discípulo, caso contrário o discipulado não terá efeito (Jo 15:5).
Discipulado não é: Classe de catecúmenos, curso de liderança cristã, evangelismo ou educação religiosa,
tudo isso pode ser uma iniciação ao discipulado bíblico, todavia o discipulado requer:
»» tempo;
»» dedicação;
»» convivência e exemplo de vida.
O pastor que deseja discipular os membros de sua Igreja deve trabalhar com poucas pessoas, e, quanto
menos, melhor será o proveito do discipulado nunca deve discipular pessoas do sexo oposto, seria um
erro fatal, porém irmãs idôneas poderão discipular algumas moças ou mulheres da Igreja.
Ninguém deverá discipular outra pessoa sem que antes seja discipulado primeiro pelo pastor e por ele
orientado e comissionado para discipular outros. O discipulado reproduz-se com profundidade e raízes
que perduram e resistem ao tempo, às tentações e às duras provas, pois o alicerce do discipulado é o
conhecimento pessoal e íntimo com Deus e submissão ao senhorio de Cristo (Fm 1:10-19).
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Administração Pastoral | UNIDADE IV
Para um pastor que lidera uma Igreja com base em certo programa tradicional, é mais difícil desenvolver
uma atividade que requer tanta dedicação. Contudo, é possível tentar e alcançar êxito.
Disciplina
A disciplina faz parte vital da ação pastoral para edificação e santificação da Igreja. É também um princípio
divino para a Igreja de Cristo (Mt 18:15-19; I Co 5:1-5, 11-15; II Ts 3:6-12; Rm 16:17-18). Dependendo do
tipo de governo de cada Igreja local a disciplina deve se processar de acordo com os princípios bíblicos e
a hierarquia eclesiástica da Igreja.
A disciplina é uma benção e uma necessidade na Igreja (At 5:1-11; 2 Ts 3:6-14; Rm.16:17-18; I Co 5).
Como o Pai disciplina os seus filhos na família, assim deve haver disciplina na Igreja. Apesar de a Igreja
não ter condições de obrigar a consciência do membro, ela tem de julgar sobre a observação dos ensinos
bíblicos e cristãos por parte dos que a ela pertencem (Hb. 12:5-11).
»» Propósito da Disciplina
A disciplina não deve ter um caráter negativo por parte da Igreja, e sim positivo. Seu
caráter é corrigir, restaurar e manter o bom testemunho da Igreja (2 Co 4:7-9 , Gl 6:1,
2 Tm 1:11). O propósito da disciplina é restaurar e conscientizar o faltoso a rever sua
conduta e trazê-lo de volta ao convívio da Igreja.
›› Imoralidade (1 Co 5).
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UNIDADE IV | Administração Pastoral
Se o caso for de flagrante escândalo para a Igreja, ao ser comprovado, deve ser
imediatamente disciplinado ou excluído da Igreja dependendo do caso, tudo porém
com justiça.
Em vez disso, devemos ganhá-lo de novo (Tg 5:19-20). Esta é uma tarefa para pessoas
espirituais, o disciplinado poderá ser posteriormente restaurado, desde que se revele
realmente arrependido.
›› Ao voltar, tudo deve ser sanado; ninguém tem o direito de trazer à memória os
fatos perdoados.
›› Ter a consciência que a disciplina não é um castigo, ela visa a redimir e a restaurar.
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Administração Pastoral | UNIDADE IV
»» O objetivo é duplo – despertar temor de Deus na Igreja e corrigir a pessoa para promover
arrependimento e restauração – Tm 5:20; II Co 2:5-11; Hb 12:4.
»» A pessoa disciplinada deve saber porque foi disciplinada e que tipo de disciplina
ela sofreu.
Evangelização
Um dos maiores desafios para a Igreja desta geração é apresentar o Evangelho de forma compreensível e
inteligível fazendo uso das mais diversas estratégias. O serviço prestado à comunidade no contexto atual
pode ser realizado com criatividade e diversidade, não obstante tenha a Teologia como termômetro, ou
seja, toda estratégia deve estar submissa à Teologia e esta deve atender ao caráter da “Missio Dei”.
A evangelização é fruto de um trabalho pastoral sério, consciente e perseverante, pois a Igreja tem como
vocação divina anunciar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (I Pe 2:9).
Um bom programa evangelístico requer planejamento, estratégias, organização e acima de tudo muita
oração. Cada um de nós, portanto, deve procurar alguma maneira de incorporar a sabedoria da estratégia
de Jesus em nosso contexto adequando o método preferido para evangelização. A variedade está
entretecida na própria estrutura da criação, e qualquer método que Deus tenha resolvido usar é um bom
método, embora isso não exclua a possibilidade de melhoramento em nossa maneira de fazer as coisas.
Está na hora de a Igreja brasileira confrontar a situação atual de modo realista e avançar com ousadia e
força aproveitando sua liberdade fazendo a diferença pelos quatro cantos dessa terra.
“A missão cristã deve orientar-se para a restauração de toda a pessoa e de todas as pessoas.” (Rene Padilla)
»» Edificação da Igreja (Ef 4:12). “edificação” é, de fato, um antigo vocábulo que incorporou
significações modernas, em virtude da forte analogia com sua etimologia. A tarefa de
“edificação” assume o significado de promover crescimento em sabedoria, graça, virtude
e santidade original: ato de edificar, de construir, de fundar ou criar.
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UNIDADE IV | Administração Pastoral
O Crescimento é obra do Deus que também requer a participação da Igreja e de cada cristão. A nutrição
espiritual foi providenciada pelo próprio Deus: a Bíblia. Ela é o “leite espiritual puro” que dá crescimento.
Ela ilumina o caminho, guarda contra tentação, purifica do pecado. A Bíblia é toda útil.
»» Edificar a Igreja.
»» Equipar os crentes.
»» Despertá-los.
»» Treiná-los.
»» E enviá-los, acompanhando e supervisionando o trabalho de evangelização.
Isso significa que o pastor não possa evangelizar, nem participar da ação evangelizadora da Igreja local,
mas que ele deve exercer o pastorado de maneira sábia para não ser escravizado pela polivalência de
função e pelo ativismo.
76
Administração Pastoral | UNIDADE IV
“Assim brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a
vosso Pai que está nos céus”. Mt 5:6-7, 14a, 15a, 16.
Verifique:
E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei
para herdar a vida eterna?
E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda
a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo
como a ti mesmo.
Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas
mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o
meio morto.
E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.
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UNIDADE IV | Administração Pastoral
Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos
salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da
mesma maneira.
Lucas 10:25-37
Nesta parábola o Senhor expõe o sacerdote e o levita como pessoas insensíveis ao sofrimento e a
necessidade do seu próximo mesmo sendo religiosas e líderes espirituais do judaísmo, e ele levanta um
questionamento sobre a atitude desses homens, e enfatiza imperativamente que o mandamento de amar a
Deus e amar ao próximo deve expressar-se em obras e em verdade: Vai, e faze da mesma maneira.
O apóstolo Paulo em Atos 20:35 também enfatiza a importância de socorrer os necessitados, os enfermos,
motivados pelas palavras do Senhor Jesus: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.”
Em Efésios 2:10, Paulo nos diz que as obras são frutos naturais da nossa fé cristã; e Tiago reforça essa ideia
quando afirma que a “fé sem obras é morta em si mesma” (Tg 2:17).
Portanto é responsabilidade da Igreja e, consequentemente, dos seus líderes, os pastores e suas equipes
ministeriais a ação social responsável bem direcionada e piedosa para glória de Deus.
Não há base bíblica para o Evangelho Social ou a Teologia da Libertação que partem de uma hermenêutica
tendenciosa e humanista tentando substituir as boas novas de salvação espiritual e eterna por uma
perspectiva ideológica de mudanças sociais e estruturais. Mas há forte base bíblica para a responsabilidade
social da Igreja e do ministério pastoral para com os aflitos, os necessitados, os enfermos e os oprimidos.
A partir do Pacto de Lausanne (1974), uma nova compreensão surgiu sobre a evangelização e a
responsabilidade social.
»» Em segundo, a evangelização pode ser uma ponte para evangelização. Ela pode destruir
preconceitos e desconfianças, abrir portas fechadas e chamar a atenção do povo para o
Evangelho (Mt 5:13-16).
»» Em terceiro, a ação social não apenas vem em seguida à evangelização, como seu objetivo
e consequência, mas a precede, servindo de ponte para ela, e também acompanha, como
sua parceira. Essa relação pode ser vista claramente no ministério público do Senhor
Jesus, que não somente pregou o Evangelho, mas alimentou os famintos e curou os
enfermos (Mc 8:1-21; 6:30-44).
A Ação Social na perspectiva do ministério pastoral deve ter como seu alvo inicial a própria comunidade
local, e depois os não evangélicos (Gl 6:9-10; I Jo 3:16-18; Tiago 2:14-17; Atos 6:1-7).
78
Administração Pastoral | UNIDADE IV
A ação social é um trabalho que requer certa estrutura com pessoas vocacionadas nessa área para atender às
necessidades do trabalho, como escolas, orfanatos, asilos, casas de recuperação, cursos profissionalizantes,
creches, trabalhos com meninos de ruas, assistência à mendigos, sopa nas favelas, alfabetização de adultos
etc. É necessário que se tenha visão, amor e determinação, pois as pessoas e os recursos irão surgir, pois
essa também é uma obra de Deus que faz parte do Evangelho de Cristo.
É razoável considerar ao tentar escrever sobre administração que se trata de um tema bastante amplo, mas
em todas as definições existem duas palavras-chave: gerenciamento e organização.
Administração é uma ciência social que está relacionada a todas as atividades que envolvem planejamento,
organização, direção e controle.
O Senhor Jesus sempre procurou obter a ajuda de outras pessoas (Jo 2:7; Lc 11:39; Jo 6:12).
A missão principal do administrador é motivar outras pessoas para o trabalho. É ainda distribuir as
responsabilidades e fazer que todos participem das atividades. O administrador ajuda as pessoas crescerem
e fazerem o trabalho satisfatoriamente.
A função de garantir que a política e os procedimentos sejam adotados; a constante supervisão a fim de
que os alvos e os objetivos de curto e longo prazos de um determinado grupo, departamento, unidade ou
estrutura sejam compreendidos e os planos sejam eficazmente executados para atingir tais alvos e objetivos.
»» Prever
»» Organizar
»» Comandar
»» Coordenar
»» Controlar
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UNIDADE IV | Administração Pastoral
»» Tomada de decisão
»» Comunicação
»» Motivação
»» Seleção de Material
»» Desenvolvimento do Pessoal
Coordenar:
»» Medição do Desempenho.
»» Avaliação do Desempenho.
»» Correção do Desempenho.
Mary Parker Follet define administração como “a arte de fazer as coisas por meio de pessoas”.
Nemuel Kessler e Samuel Câmara declaram que a administração é fundamental em toda a cooperação
organizada incluindo a Igreja; é a ação de dirigir o bom andamento dos propósitos estabelecidos. Afirmam
eles, em nosso caso, como Igreja, o pastor, presbítero, tem de acompanhar os objetivos propostos pela
Igreja e transformá-los em ação por meio de planejamento, organização, direção e controle de inúmeros
esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis, a fim de atingir tais objetivos.
Portanto, administração eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos envolvido no trabalho e na função
de um líder ou administrador principal de uma Igreja.
O Estudo de administração eclesiástica é relevante para três aspectos da Igreja: os aspectos espiritual,
social e econômico, tendo como alvo: facilitar os resultados dos trabalhos e simplificando-os.
»» Pessoal – Cuida das pessoas que compõe a empresa. Na Igreja esse setor é representado
pela Secretaria.
81
Unidade V
Liturgia e Ordenanças
Capítulo 10
Liturgia de culto e ordenanças
Ministério de Louvor
O ministério de louvor e adoração foi oficialmente instituído por Deus por meio de Davi no Velho
Testamento (I Cr 25:1-6; I Cr 15:16-17).
Os levitas foram separados para o ministério musical a fim de ministrarem adoração e louvor ao Senhor,
e também conduzirem o povo a uma participação dinâmica no culto judaico.
No culto cristão há uma trilogia básica: Louvor, Oração, Pregação ou ensino da palavra.
Porém há outros elementos que podem e devem fazer parte do culto cristão, como: Testemunhos de fé,
Edificação, Solos, Duetos, Coral de vozes, Intercessões, Deprecações, Ações de graças (I Tm 2.1-3).
Há também um aspecto carismático no culto cristão que é uma manifestação espontânea e autêntica do
Espírito Santo na Igreja (Ef 5:19; I Co 14:26). O louvor no NT também tem seu aspecto pedagógico que
ministra graça de Deus à Igreja por meio da comunhão compartilhada no momento do culto (Cl 3:16).
O Pastor deve ministrar à Igreja a importância do culto cristão, seus princípios básicos e a necessidade de
ordem e decência na liturgia, como também selecionar o ministério de louvor da Igreja local, para evitar
fogo estranho no altar, e pessoas sem vocação para essa área ou com a vida não reconciliável para exercer
esse ministério.
Quanto à liturgia do culto e o hinário é variável de acordo com a visão e os princípios de cada Igreja e
denominação e cultura de cada povo.
»» O ministério de louvor da Igreja deve ser acompanhado pelo pastor ou líder por ele
comissionado para preservar a unidade, comunhão e santidade dos membros deste
ministério – Ef 4:1-3.
»» O Pastor deve incentivar o estudo técnico na área musical para aperfeiçoamento dos
membros vocacionados que não tenham experiência técnica.
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UNIDADE V | Liturgia e Ordenanças
»» A Igreja local deve ter uma boa iluminação que viabilize o culto cristão e confraternização
dos crentes.
»» O louvor e a adoração não devem ocupar mais de 40% do tempo de culto, para que se
dê oportunidade às demais partes do culto e a ministração da Palavra de Deus que é a
parte mais relevante.
Batismo e Ceia
São duas ordenanças bíblicas inegociáveis de serem passivas de execução, e indispensáveis para a vida
da Igreja.
Foram ordenadas por Cristo e, portanto, nenhuma instituição humana poderá revogá-las ou depreciá-las
pelo seu valor, santidade e expressão visível de fé cristã.
O Batismo e a Ceia apesar de sua importância como ordenanças de Cristo para a Igreja, tem sido ponto
de tensão, então, entre muitas denominações e ministérios devido as diferentes interpretações teológico-
exegéticas e suas implicações práticas.
A importância desses ritos reside, evidentemente, não nos atos e nos elementos materiais em si, e sim nas
realidades espirituais que simbolizam.
Ceia do Senhor
»» A ordem – I Co 11:23-26; Mt 26:29; Mc 12:14-26; Lc 2:.7-23
»» O significado:
›› É um memorial – I Cl 11:23-26 “... em memória de mim”
86
Liturgia e Ordenanças | UNIDADE V
Batismo
Construção de templos,
reformas e administração predial
No NT não temos base bíblica e histórica para abordarmos essa área do ministério pastoral. A Igreja
Cristã dos primeiros séculos sobreviveu e expandiu-se em meio a uma forte e contínua perseguição do
Império Romano, por isso a construção e administração de templos e prédios não era tão comum naquela
época. Porém, nos dias atuais é importante que o pastor se dedique, quando necessário, a administração
predial, construções e reformas. Ele poderá supervisionar e presidir uma equipe responsável por essa área
na Igreja local, porém não é conveniente que se omita de participar dessa administração. Há casos em
que o pastor tem de se envolver diretamente com a obra de reformas e construções de prédios e templos.
A tarefa é árdua, desgastante, porém acrescentará experiência e maturidade ao pastor no desempenho do
seu ministério.
Há casos que na diretoria já tenha pastor administrador, que se dedica com mais afinco a parte
administrativa da Igreja.
87
UNIDADE V | Liturgia e Ordenanças
Esdras caps. 3:1-3; 8-13; 6:13-16 – reconstrução do templo de Jerusalém sob a liderança de
Zorobabel e Josué em quatro anos.
Neemias cap. 6:1-19 – reconstrução dos muros de Jerusalém sob a liderança de Neemias em
52 dias (6:15).
I Reis cap. 6:1-38 – Salomão administra a construção do templo de Jerusalém, que durou 7
anos (6:38). Uma das 7 maravilhas do mundo antigo.
»» Conversar com outros pastores mais experientes antes de iniciar uma obra.
»» Visitar templos de outras Igrejas.
»» Examinar com cuidado os alvos ministeriais de sua comunidade, a fim de elaborar e
executar um projeto que tenha perspectivas para o presente e também para o futuro.
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Liturgia e Ordenanças | UNIDADE V
»» Fique sentado durante todo o tempo – Orientador ou participante, nunca fale de pé.
»» Nunca interrompa quem estiver com a palavra – Espere que o outro termine
seu pensamento.
»» Não monopolize a discussão – Fale pouco. Fale coisas que tenham realmente
importância. Se a discussão esmorecer, faça perguntas que despertem novo interesse.
»» Não fuja da discussão – Não fique calado, apático ou indiferente se não entender alguma
coisa pergunte. Peça exemplos, fatos, casos concretos. Formule suas dúvidas. Procure
analisar o que ouve à luz da sua experiência.
»» Se discorda de alguma coisa – Faça-o com naturalidade sem ênfase com bom humor.
»» Não deixe sua observação para depois – Fale logo que sentir a necessidade de esclarecer
algum ponto obscuro ou de necessidade contribuir com sua experiência. Não espere que
o líder lhe peça para falar. Se muitas pessoas quiserem falar ao mesmo tempo, levante o
braço e aguarde que o líder lhe dê a palavra.
»» Traga perguntas para reunião – Traga material para o debate. Escreva notas, pontos
que não compreende bem do assunto, artigos de jornal, opiniões com que concorda ou
discorda, afirmações com que concorda ou discorda, afirmações que ouviu no rádio, em
conversa conferência etc.
»» Leve os problemas do grupo para casa – Estude. Reflita sobre eles. A discussão é a 1a
etapa de um longo progresso educacional que deve terminar no íntimo de cada um, pela
reflexão sobre o que foi dito.
»» Saber calar e saber falar – É com a palavra que nos comunicamos com o próximo. Uma
palavra pode agradar, ferir, convencer, estimular, entristecer, instruir, enganar, louvar,
criticar ou aborrecer as pessoas a quem for dirigida. É com a mesma que o trabalhador
se comunicam com os colegas. É por seu intermédio, também, que recebe instruções dos
seus superiores. Quando uma pessoa está numa reunião e o assunto foge completamente
à sua especialidade e, além disso, há técnicos entendidos na matéria em discussão, o
melhor é ouvir para aprender mais, ou então inquirir quando não entendeu algo.
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Para (não) Finalizar
14. Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes
confiou os seus bens.
15. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um a cada um segundo a sua própria
capacidade; e, então, partiu.
16. O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou
outros cinco.
18. Mas o que recebera um , saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19. Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles,
20. Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo:
Senhor , confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.
21. Disse-lhe o Senhor: Muito bem, servo bom e fiel ; foste fiel no pouco, sobre o muito te
colocarei ; entra no gozo do teu Senhor.
23. Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei.
24. Disse-lhe o Senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te
colocarei ; entra no gozo do teu Senhor.
25. Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem
severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste,
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Para (não) Finalizar
27. Respondeu-lhe, porém, o senhor : Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não
semeei e ajunto onde espalhei?
28. Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros; e eu, ao voltar,
receberia com juros o que é meu.
30. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância ; mas ao que não tem, até o
que tem lhe será tirado.
31. E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.
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Referências
BARRIENTOS, Alberto. Trabalho Pastoral. 1. ed. São Paulo: Cristã Unida, 1991. 278 p.
BAXTER, Richard. O Pastor Aprovado. 2. ed. São Paulo: Imprensa da fé, 1996. 200 p.
BÍBLIA SAGRADA, NT. Mateus. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Edição rev. e
atual. São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1994. Cap. 9, versos 35-36.
CARLSON, Raymond e outros. O Pastor Pentecostal. 3. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das
Assembleias de Deus, 1999.
GONDIM, Ricardo. Fim do Milênio. Os Perigos e Desafios da Pós-Modernidade na Igreja. 1. ed. São
Paulo: Abba, 1996. 126 p.
HANSEN, David. A Arte de Pastorear. 1. ed. São Paulo: Shedd Publicações, 2001. 208 p.
PETERSON, Eugene. Um Pastor Segundo o Coração de Deus. 1. ed. Rio de Janeiro: Textus, 2001. 181 p.
MENDES, José Deneval. Teologia Pastoral. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
SILVA, Kittim; De pastor a pastor – como melhorar seu ministério pessoal. [S.l.] Vida Nova, 1995.
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