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A armadura de Deus

É composta por elementos espirituais fundamentais para uma caminhada cristã saudável e
frutífera. Não é à toa que Paulo recomendou a Igreja de Éfeso, que em meio as suas lutas e dores
eles deviam estar preparados.
Assim como eles, precisamos nos revestir de toda a graça de Deus e de todo conselho
espiritual. Os dias são maus e não são poucas as lutas e dificuldades que enfrentamos para manter
a nossa fé.

A Armadura de Deus e a Batalha Espiritual


A armadura de Deus tem papel fundamental na batalha espiritual. Com ela, estamos
protegidos dos mais diversos tipos de ataques do diabo e de seus agentes. Depois de aconselhar
os Efésios sobre diversos assuntos, o apóstolo Paulo enfatiza que precisamos nos fortalecer em
Deus e no seu poder (Efésios 6:10-12).
Por último, o apóstolo quer que eles não percam de vista alguns aspectos fundamentais da
batalha espiritual que cerca o cristão.
Por isso ele diz, “fortaleçam-se”. Esta palavra no original grego é endunamoo e significa: ser
forte, revestir-se com força, fortalecer, receber força, ser fortalecido, crescer em força.
(Concordância de Strong)
Ou seja, devemos nos REVESTIR COM FORÇA do poder de Deus. Devemos estar abertos a
direção do Espírito Santo para que as habilidades, ou os dons espirituais se manifestem em
nossas vidas de maneira contundente.
O Verdadeiro Inimigo
De acordo com Paulo, só poderemos permanecer firmes diante dos ataques do diabo, se
estivermos revestidos da armadura de Deus. Além disso, há aqui uma poderosa revelação para a
carreira cristã sobre quem de fato são nossos inimigos: principados e potestades malignas, não as
pessoas (Efésios 6:10-12).
A história da Igreja nos mostra que desde o início e pelo decorrer dos séculos, os cristãos
sinceros são severamente perseguidos e maltratados das mais diversas maneiras.
Contudo, diante de tamanhas dificuldades não encontramos estas pessoas com rancor, ódio,
ressentimento. Algo completamente atípico a realidade mundana e humana.
O grande segredo é revelado aqui por Paulo. A nossa luta não é contra as pessoas, mas contra
satanás e seus demônios.
Daí, ao ser maltratado, perseguido ou falsamente acusado por alguém, o cristão sincero sabe
que todo aquele mal tem uma origem espiritual e não humana. Por isso, o Senhor Jesus nos
exortou a amar ao próximo, mesmo diante de afrontas e maus-tratos.

Como Vestir a Armadura de Deus?


A armadura de Deus nos ajuda a resistir as aflições do dia mau (Efésios 6:13). “Mau” aqui
é poneros no grego, e significa: cheio de labores, aborrecimentos, fadigas, pressionado e
atormentado pelos labores, que traz trabalho árduo, aborrecimentos, perigos. (Concordância de
Strong)
Ou seja, quando estivermos vivendo dias ou estações em que tudo está sinalizando
contrariedade, aborrecimento e dor, precisamos estar revestidos da armadura espiritual para
suportar tudo em fidelidade ao Senhor.
O “dia mau” é uma realidade na vida de qualquer ser humano, seja ele cristão ou não, é um
resquício do pecado. Na vida de cada um de nós ele se manifesta de maneira diferente em
intensidade e forma, mas é certo que teremos de enfrentá-lo.
Por isso Paulo diz que devemos nos revestir completamente, dela. Isso mesmo!
Não apenas as partes fáceis, ou as que mais gostamos. Mas toda a armadura da fé!
No dia do desemprego, da escassez, da enfermidade, das dores, da contrariedade, da
angústia, solidão, enfim. Somente se estivermos revestidos é que conseguiremos vencer.
O Cinto da Verdade
A primeira parte da armadura de Deus é a verdade (Efésios 6:14). Isto porque a verdade é
um aspecto fundamental do caráter do nosso Deus. Como está escrito: em João 8:32 e João
17:17.
1. A verdade liberta (João 8:32);
2. Santifica (João 17:17);
3. Não pode ser resistida (2 Coríntios 13:8);
4. Se revela na Palavra de Deus (Salmos 119:142);
5. Representa Deus (Salmos 31:5);
6. A mentira não é fruto da verdade, mas do Diabo (1 João 2:21);
Na cruz, Jesus se entrega ao Deus da verdade. A Igreja está fundamentada na verdade e este
é um fundamento eterno, por isso devemos nos cingir, com o cinto da verdade.
O termo grego que Paulo utiliza para verdade é aletheia e significa: verdade em qualquer
assunto ou consideração, que é verdade em coisas relativas a Deus e aos deveres do ser humano,
verdade moral e religiosa, a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a Deus e
a execução de seus propósitos através de Cristo e com respeito aos deveres do homem, opondo-se
igualmente as superstições dos gentios e às intervenções dos judeus, e às opiniões e preceitos dos
falsos mestres até mesmo entre os cristãos. (Concordância de Strong)
Noutras palavras, a verdade deve estar presente em nossa fé, palavras, atitudes e culto. O
nosso proceder deve inspirar nas pessoas a verdade, a ponto de que ao olhar para nós elas
enxerguem uma referência nesta área.
No “dia mau” não caia na tentação do engano ou da mentira, mas fale, viva e seja um
reflexo da verdade.

A Couraça da Justiça
A couraça é a parte da armadura que protege o peitoral e as costas, desde o pescoço até o
final das costelas (Efésios 6:14). É parte importantíssima da armadura de Deus, visto que um
ataque nesta parte do corpo tem muitas chances de ser letal, pois há muitos órgãos importantes
nesta região.
Para justiça, Paulo utiliza o termo grego dikaiosune e significa: estado daquele que é como
deve ser, justiça, condição aceitável para Deus, integridade, virtude, pureza de vida, pensamento,
sentimento e ação corretos.
De acordo com a revelação do Espirito Santo através de Paulo, somente resistiremos
firmes no dia mau, se a integridade, pureza e santificação forem presentes em nossa vida.
O cristão sincero não pratica a corrupção. Ele é sincero em seu procedimento e justo em seus
negócios. Um bom exemplo disso era Jó (Jó 1:1).
Mesmo diante das mais severas adversidades do dia mau, Jó defendeu sua integridade. Ele
tinha convicção de que vivia na presença de Deus de maneira obediente e que sua tribulação não
era motivo de injustiça de sua parte.

Os Calçados da Paz
No dia mau, o cristão sincero deve ser guiado, conduzido, segundo as preciosas instruções
do evangelho da paz (Efésios 6:15).
Paz aqui, de acordo com Strong é eirene e significa: ausência da devastação e destruição da
guerra, paz entre os indivíduos, concórdia, segurança, prosperidade, felicidade, paz do Messias,
o caminho que leva à paz.
Mesmo no dia mau, o cristão sincero não perde sua paz interior, pois ela é fruto de seu
relacionamento com Deus. É a paz conquistada por Jesus Cristo no Calvário.
O Senhor Jesus ministrou paz em meio a tribulação de seus apóstolos (João 20:19). O
apostolo Paulo orou pelos Tessalonicenses, com o objetivo de que o Senhor lhes desse paz em todo
tempo (2 Tessalonicenses 3:16).
Servimos ao Deus da paz. Ele é a nossa paz. Quando somos conduzidos por sua Palavra,
temos paz mesmo em meio ao caos.

O Escudo da Fé
O estabelecimento de uma boa defesa é uma das estratégias de batalha mais antigas da
história. Temos um registro disso no livro de Sun Tzu (A Arte da Guerra), um especialista na guerra,
ele diz que “a invencibilidade está na defesa”.
O escudo ao qual o apóstolo Paulo se refere, era o escudo romano (Efésios 6:16). Grande e
quadrado, ele cobria praticamente todo o corpo do soldado, dificultando ainda mais a vida do
adversário.
Pois, bem é dessa forma que o cristão deve se defender com a fé. A palavra utilizada por
Paulo para se referir a ‘fé’ é pistis e significa: a convicção de que Deus existe e é o criador e
governador de todas as coisas, o provedor e doador da salvação eterna em Cristo, convicção ou
fé forte e bem-vinda de que Jesus é o Messias, através do qual nós obtemos a salvação eterna no
reino de Deus.
No dia mau a fé, ou convicção de que Deus é o governador de todas as coisas e que Jesus é
o Messias prometido, nos protegerão de toda confusão maligna e de todas as tentações do
mundo temporário em que vivemos.
A fé a qual Paulo se refere, não é a “fé humana”, o pensamento positivo ou a sugestão
positiva. Ele se refere a fé salvífica, onde a Soberania de Deus jamais será perturbada em nossas
vidas, não importa o quão difíceis as coisas estejam.

O Capacete da Salvação
Uma das partes mais vulneráveis do nosso corpo é a cabeça. Responsável pelo raciocínio,
orientação e equilíbrio, a cabeça sempre foi em todos os tempos o primeiro alvo do inimigo em uma
batalha.
O diabo não age de maneira diferente. Ele tenta nos confundir e perturbar com suas astúcias
e projetos maliciosos. Um dos campos de batalha mais difíceis de manter a firmeza, em toda a
batalha espiritual, com certeza é a mente.
Por isso, Paulo nos aconselha a usar o capacete da salvação (Efésios 6:17). A palavra que ele
utiliza no grego para referir-se a salvação é soterion e significa: aquele que salva, que traz
salvação, que expressa esta salvação, esperança futura da salvação. (Concordância de Strong)
O pensamento que deve orquestrar a nossa mente é o da salvação em Cristo. Quando toda
a confusão e tribulação do Diabo intentarem contra a nossa mente e convicções, ela deve estar
protegida com o capacete da salvação.

A Espada do Espírito
O último elemento da armadura de Deus é a espada do Espírito (Efésios 6:17). Ou seja, o
instrumento de ataque contra as forças de satanás é a Palavra de Deus.
Quando ele tentou Jesus no deserto, o Senhor utilizou as Sagradas Escrituras como espada do
Espírito para atacá-lo.
Devemos conhecê-la, amá-la e estudá-la diariamente. Fazendo isso, nossos pensamentos estarão
cheios dos conselhos santos e nossa vida será dirigida pelas palavras que saem da boca de Deus.

A Importância da Oração Para a Batalha


Depois que estivermos completamente revestidos da armadura de Deus, não podemos
esquecer de manter e desenvolver o nosso relacionamento com o Senhor. Isso nós fazemos por
meio da oração (Efésios 6:18).
E quando devemos orar?
De acordo com o apóstolo Paulo, em todas as ocasiões. A oração nos mantém conectados com o
nosso Deus, e podemos nos comunicar com Ele em qualquer lugar.
Conclusão
Revestidos da armadura de Deus e mantendo uma vida de oração sincera e constante,
permaneceremos firmes no dia mau, quando somos tentados e provados das mais diversas
maneiras.
É possível perceber nas palavras de Paulo, que para nos revestirmos da armadura espiritual
devemos ter uma atitude ativa. Ou seja, ela não estará em nós de maneira inusitada.
Precisamos decidir, querer e nos esforçar, para que na hora da batalha estejamos revestidos
como um bom soldado de Cristo.

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