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INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGOS

Gilson Matilde Diana


SUMÁRIO

1 DEFINIÇÕES .......................................................................................................................... 3
2 ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO ARTIGO ........................................................................ 4
2.1 Tamanho Ideal para o Artigo ............................................................................................ 4
2.2 Plano de Trabalho do Artigo ............................................................................................ 4
2.2 Modelo do Plano de Trabalho .......................................................................................... 6
3 REGRAS DE APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 12
3.1 Formato do Trabalho ...................................................................................................... 12
3.1.1 Papel ........................................................................................................................ 12
3.1.2 Digitação .................................................................................................................. 12
3.1.3 Margens ................................................................................................................... 14
3.1.4 Numeração de Páginas............................................................................................. 16
3.1.5 Notas de Rodapé ...................................................................................................... 16
3.3 Elementos Estruturais de Apresentação ......................................................................... 17
3.3.1 Elementos pré-textuais (primeira página ou página de abertura do artigo) ............. 17
3.3.2 Elementos textuais ................................................................................................... 20
3.3.3 Elementos pós-textuais ............................................................................................ 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 25
3

1 DEFINIÇÕES

Um artigo científico, de acordo com a Norma Brasileira Regulamentar (NBR)


6022:2003 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é “parte de uma
publicação com autoria declarada, que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas,
processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento.” (NBR 6022:2003, p. 2).

Existem vários tipos diferentes de artigos, mas é comum se ouvir falar em dois:
artigo original (experimental) e artigos de revisão. O artigo original (ou experimental) é uma
publicação que apresenta temas ou abordagens originais, relatos de experiências de pesquisas,
estudos de casos, etc. De acordo como Désirée Motta-Roth (2003, p. 39), o artigo
experimental é aquele “cujo objetivo é discutir ou apresentar fatos referentes a um projeto de
pesquisa sobre um dado problema dentro de uma área de conhecimento específico.”

Já o artigo de revisão é uma publicação que resume, analisa e discute


informações já publicadas. Nesta modalidade de artigo pode-se tratar de um problema, mas
por meio de outras referências (livros, artigos, estudos, etc.) que já tentaram dar uma resposta
ao problema e as usamos para ajudar a sustentar a nossa posição ou apresentação de nossas
idéias.

Ambos os tipos de artigo são válidos como artigo científico. O rigor e a forma
de apresentação que darão ao artigo o caráter científico almejado. Nos artigos científicos,
deve-se, de acordo com Mota-Roth (2003, p. 18), deixar claras as habilidades de:

1) Selecionar referências bibliográficas relevantes ao assunto em foco;


2) Refletir sobre estudos anteriores na área;
3) Delimitar um problema ainda não totalmente estudado na área;
4) Elaborar uma abordagem para o exame desse problema;
5) Delimitar e analisar um corpus representativo do universo sobre o qual se quer
alcançar generalizações;
6) Apresentar e discutir os resultados da análise do corpus;
7) Finalmente, concluir por meio de generalizações sobre os resultados obtidos no
estudo conectando-os aos estudos dentro da área de conhecimento em questão.
Geralmente, artigos científicos têm entre 15 e 30 páginas incluindo todos os
elementos obrigatórios e opcionais dos artigos. Artigos muito extensos inviabilizam suas
publicações por meio de revistas especializadas.
4

2 ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO ARTIGO

Para elaborar o artigo é preciso escolher um tema de interesse. Alguns pontos


deverão ser considerados, garantindo uma melhor qualificação do trabalho:

a) relevância: a pesquisa deve estar relacionada a uma questão que


pode ser aprofundada num estudo futuro e mais estrito (como o mestrado e/ou o
doutorado), bem como com uma aproximação direta com a área e interesse profissional
do pesquisador dentro da temática da pós-graduação;

b) tempo: o pesquisador deve adequar o tempo de que dispõe para


o desenvolvimento do trabalho;

c) viabilidade: o pesquisador precisa conhecer o tema e os


referenciais teórico-metodológicos para compreender a complexidade do assunto, bem
como a possibilidade do acesso a recursos instrumentais e tecnológicos necessários para
a elaboração da pesquisa.

2.1 Tamanho Ideal para o Artigo

Não há um tamanho padrão ou ideal para a apresentação de um artigo, porém, é


tido como regra que a introdução não ultrapasse 1/5 (um quinto) do todo do trabalho.
Proporcionalmente, o tamanho das considerações finais é equivalente ao da introdução.
Conseqüentemente, o desenvolvimento do trabalho deverá ocupar 3/5 (três quintos) do texto
total.

Tomando por base tais considerações, pode-se sugerir que um artigo abranja
cerca de 15 a 30 páginas. Desta forma, introdução e conclusão não poderão ultrapassar um
total de 3 páginas, restando, para o desenvolvimento do conteúdo do trabalho, cerca de 24
páginas, divididas em vários seções e subseções.

2.2 Plano de Trabalho do Artigo

Para se fazer um artigo é preciso fazer um plano de trabalho. O plano de


trabalho deve delimitar o que se pretende fazer na construção do artigo. Uma das primeiras
coisas a se pensar é o tema. Deve-se responder: sobre que tema tratará o artigo? Lembre-se,
este tema deverá estar dentro das linhas de pesquisa temática descritas para o seu curso. Não
5

pode ser um tema desconectado dos objetivos do curso, sob possibilidade de não aceitação do
artigo.

Escolhida a temática do artigo, a esta pode ser dado um título. A título de


exemplo: se for falar sobre a temática de Investigação Policial, um título poderia ser A
Importância da Investigação Policial No Brasil. E junto a esta escolha do tema já se deve
fazer um levantamento bibliográfico. Este levantamento é a escolha dos autores e livros que
lhe ajudarão a tratar sobre o tema. Deve-se ter um mínimo de 5 (cinco) referências
bibliográficas para o seu artigo.

De posse do tema, devemos problematizar este tema. Ou seja, qual a


problemática a ser estudada? Um problema indica e lida diretamente com a dificuldade com a
qual se pretende resolver. Por isso, deixá-lo explícito no plano de trabalho é fundamental, e
considera-se um elemento imprescindível. Então, prepare-se sempre para responder à questão:
qual é o problema a ser tratado no seu artigo? Agregando mais algumas definições, temos
que:

Formular um problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível


e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontaremos e que pretendemos
resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. Desta forma, o
objetivo da formulação do problema da pesquisa é torná-lo individualizado,
específico, inconfundível. (RUDIO apud LAKATOS, 1986, p. 121).
Após formular um problema, o passo seguinte é o levantamento de hipóteses.
Levantá-las é algo que nós já fazemos intuitivamente todos os dias. É como fazer um
inventário de possibilidades sobre um acontecimento. Deve-se indicar quais as soluções para
se resolver o problema levantado.

Num plano de trabalho devemos também enunciar os objetivos. Não há que se


fazer um artigo se este não tiver algum objetivo. Assim, as características marcantes da
enunciação os objetivos são:

1) Os objetivos devem ser claros bem como alcançáveis;


2) Não se deve objetivar uma meta, um fim e estes serem inviáveis de
cumprimento;
3) Os objetivos (tanto geral como específicos) devem ser descritos na forma
verbal infinitiva (avaliar, esclarecer, definir, procurar, demonstrar,
descrever, analisar, propor, pesquisar, etc.);
6

4) Elemento essencial, responde às perguntas: como operacionalizar a pesquisa?


Qual o método de levantamento de dados? Como e onde realizar a
investigação?

Após listar tema, problema, hipóteses e objetivos chegou a hora de se pensar na


opção metodológica para o plano de trabalho do artigo. Esta pode ser: bibliográfica e
documental (mais comum); estudo de caso; experimental; histórica, etc. Uma questão
primordial a se responder aqui é: qual é o método mais aplicável e usual para responder ao
problema levantado?

A metodologia que gerará subsídios para a confecção dos relatórios do plano


de trabalho, relatórios que se tornarão o corpo central do artigo. Tal fator evidencia sua
importância, pois a metodologia que subsidiará a manutenção da temática, as respostas aos
problemas, à confirmação ou não das hipóteses, à justificativa da importância da pesquisa, etc.

2.2 Modelo do Plano de Trabalho

Um plano de trabalho de um artigo deve ter de três a dez páginas. Não mais
que isso. Este tamanho é suficiente para que você planeje tudo o que quer fazer. Para a
formatação de seu plano de trabalho, utilize a mesma formatação que usará quando estiver
escrevendo o seu artigo. O plano de trabalho deve ter:

INTRODUÇÃO

A introdução é um pequeno texto a respeito do Plano de Trabalho do Artigo,


podendo ter cerca de 5 a 10 linhas. Poderá ser aproveitado quando da construção da
Introdução do artigo. Feche-a discorrendo um pequeno comentário do que se pretende
apresentar no artigo. Ex.: Esta pesquisa pretende abordar o tema XXXX, e tratará da YYYY.
Será o esboço para o “RESUMO” do artigo.

TEMA

Escolhido dentre as linhas de pesquisas listadas no plano de curso ou de


escolha temática definida em determinada disciplina.

TÍTULO
7

Construído pelo aluno a partir dos temas das linhas de pesquisa listadas no
plano de curso ou de escolha temática definida em determinada disciplina.

DELIMITAÇÃO DO TEMA

A delimitação do tema serve para se dar uma idéia bem clara de como os
problemas levantados se inserem dentro do tema. Para tanto, aqui é imprescindível lançar mão
dos livros que você disse que estavam vinculados à sua pesquisa. A delimitação pode ser vista
como uma introdução, entretanto, aqui você já deve listar quais são os autores e as referências
bibliográficas que ajudarão você a pensar sobre o tema em questão e a responder os
problemas levantados.

PROBLEMA

Os problemas ou problema que você colocou em relação ao seu tema. Portanto,


agora é só transcrevê-lo para este plano de trabalho, contextualizando-o se for necessário. Este
contextualizar não deve exceder a dez linhas e o problema deve estar explícito, e,
preferencialmente, em forma de pergunta.

HIPÓTESE

Quanto às hipóteses, da mesma forma que os problemas, deve se levar em


conta a possibilidade de resolução do problema. Transcreva-as para esta parte do plano de
trabalho. Elas não devem também alcançar mais de 10 linhas. Lembre-se de que hipóteses
geralmente são formuladas em forma de enunciados condicionais (se..., então...).

OBJETIVOS

Geral:

Os objetivos devem ser lançados em tópicos, utilizando marcadores e verbos


no infinitivo. Por exemplo:

• Analisar...
• Pesquisar...
• Desenvolver...
8

Específicos:

Faça da mesma forma com os objetivos específicos. Transcreva-os para este


local, em forma de tópicos. Por exemplo:

• Criticar...
• Avaliar...
• Relacionar...
• Explicar...

JUSTIFICATIVA

A justificativa do plano de trabalho responde a seguinte questão: por que esta


pesquisa é importante? Por que este tema foi escolhido? Nenhum plano de trabalho pode
ser importante para o próprio pesquisador. Ela deve, antes de tudo, ter uma importância
social, para a prática de uma atividade profissional, acadêmica, etc. Neste sentido que se deve
nortear a composição deste tópico do plano de trabalho do artigo. Esta justificativa não
precisa exceder a dez linhas.

REFERENCIAL TEÓRICO

Neste ponto analisam-se as contribuições teóricas que serão utilizadas para a


estruturação da pesquisa ou estudo. É interessante apresentar uma revisão da literatura a ser
utilizada para o desenvolvimento da pesquisa, ficando consolidado o que o autor da pesquisa
já leu e já conhece sobre a temática que pretende desenvolver. O referencial teórico deve
englobar uma fundamentação teórica e um conjunto de estudos anteriores (empíricos, críticos,
jurídicos, filosóficos, sociais, etc.) sobre o tema de pesquisa. A fundamentação teórica que
fornecerá a sustentação para o estabelecimento das relações causais que irão guiar a pesquisa,
para a seleção das fontes de dados, a forma dos modelos causais, a análise e a explicação.

É interessante citar as fontes neste ponto, tais como os exemplos que seguem:

Para Rodrigues et all (1987, p. 26) na sociedade industrializada o progresso


técnico apresenta pelo menos três metas básicas que já foram enfocadas na discussão
anterior, quais sejam, a redução do esforço de trabalho; o aumento da produtividade
e a melhoria da qualidade do produto. Em quaisquer das metas citadas torna-se
evidente não só a forte vinculação entre tecnologia e trabalho, aparecendo a primeira
como determinante do modo de execução e organização do segundo, como também
o objetivo de melhorar a eficácia da empresa.
9

Para o atendimento dos objetivos deste estudo, considera-se mais adequado


o conceito expandido de sistema tecnológico definido como "a unidade de meios
técnicos (hadware) mas também de princípios e métodos (software) e, sobretudo, de
organizações específicas (orgware)". Esta última representa "a componente
estrutural do sistema tecnológico, especialmente concebida para integrar o homem e
suas competências profissionais e assegurar o funcionamento do hardware e do
software do sistema, assim como a interação dos mesmos com outros elementos e
outros sistemas de natureza diferente "(Dobrov apud Jacot, 1987, p. 8).

Lembre-se, estas fontes citadas aqui deverão, necessariamente, integrar as


Referências ao final do plano de trabalho.

METODOLOGIA

A metodologia, da mesma forma que os problemas, as hipóteses, etc., você já


deve tê-la pensado quando escolheu a melhor forma de trabalhar seu tema. Transcreva-a para
este ponto, de forma literal e adequada, tendo o cuidado de pensar se esta metodologia dará
conta de resolver o problema levantado. A metodologia implica em descrever como a
pesquisa será conduzida. A forma mais comum de metodologia é a pesquisa bibliográfica.
Entretanto, dependendo do tipo de pesquisa, deverão ser utilizadas outras metodologias, tais
como: estudos de casos, pesquisas amostrais, entrevistas, etc.

ESTRUTURA DO TRABALHO

Neste momento nós já podemos dizer qual será a estrutura do relatório de


apresentação do artigo. Aqui será dito de forma breve, quantas seções terá o artigo e quais os
possíveis títulos das seções. Além das seções, é claro, o artigo terá introdução e conclusão
(considerações finais). Um ponto importantíssimo. Cada seção deverá contemplar um ou mais
objetivos específico.

Estes são os chamados elementos textuais. Apresente, de forma clara e direta,


conforme segue:

Introdução

Seção I – (título da seção)

Seção II – (título da seção)

Seção III – (título da seção)


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Conclusão

O seu artigo poderá ter mais de três seções. Mas três é um número razoável.
Imagine que você deverá desenvolver o trabalho que gire em torno de 15-30 páginas (um
tamanho adequado de um artigo). Se cada seção tiver 6 (seis) páginas, seu artigo estará dentro
do limites de 15-30 páginas, contados a introdução e a conclusão, bem como os elementos
pré-textuais e pós-textuais.

Os títulos das seções devem ser pensados de acordo com cada objetivo
específico. Eles têm uma ligação direta. Se você tem como objetivo específico: discutir a
legislação específica do controle de armas de fogo no Brasil, então deverá ter uma seção com
um título versando sobre tal tema:

Seção X – A legislação sobre armas de fogo no Brasil.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PLANO DE TRABALHO

Feito isso devemos dizer em quanto tempo este plano de trabalho será
concluído e quais os passos para a sua conclusão. Por isso é preciso fazer um cronograma de
execução do plano de trabalho. Normalmente, a produção de um artigo dura de 2 meses a 4
meses. No exemplo abaixo estamos considerando 4 meses. Mas as etapas devem ser moldadas
de acordo com o calendário oferecido pela instituição.

Etapas/Meses Março /Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro


Elaboração do Plano de Trabalho
X
Leitura dos livros escolhidos/Coleta
de dados X
Redação da Seção I X
Redação da Seção II X
Redação da Seção III X
Redação da Introdução e da
Conclusão X
Entrega do Artigo Pronto e Revisado X
A montagem do cronograma acima é apenas ilustrativa. Monte o seu próprio,
de acordo com a sua disponibilidade de tempo. Mas cuidado! Você entregará seu plano de
trabalho, que é sua promessa de pesquisa, e ela ficará com seu orientador. Ele avaliará a sua
produção de acordo com o seu cronograma de execução do plano de trabalho. Se prometer
11

uma seção do artigo para tal mês, cumpra sua promessa. Não deixe trabalho acumular.
Adiantar sempre é bom, mas retardar não.

REFERÊNCIAS

As referências são todas as obras, artigos, legislação, referências eletrônicas,


etc. que você usou para fazer o seu plano de trabalho, bem como usará para fazer seu artigo.
Descreva-as aqui de acordo com as normas da ABNT. Para ter uma lista completa da forma a
indicar todas as referências possíveis, consultar norma da ABNT NBR 6023/2002.
12

3 REGRAS DE APRESENTAÇÃO

3.1 Formato do Trabalho

3.1.1 Papel

Os trabalhos devem ser apresentados em folhas de papel branco, formato A4


(21,0 cm x 29,7 cm), digitados ou datilografados, com impressão na cor preta, com exceção
das ilustrações e outros casos, que poderão usar outras cores.

3.1.2 Digitação

A digitação do trabalho deve prever:

a) utilização de um só lado do papel (com exceção da folha de


rosto cujo verso deve conter a ficha catalográfica);

b) espaçamento entre linhas 1,5 cm, exceto: resumo, notas de


rodapé, citações diretas com mais de três linhas, indicações de legendas de tabelas e
ilustrações, referências, ficha catalográfica, nome da instituição e demais elementos de
identificação do trabalho cuja apresentação deve ser em espaço simples;

c) texto justificado; os parágrafos devem iniciar-se a 1,5 cm para


dentro em relação à margem esquerda;

d) o título e subtítulo (se houver) deve figurar na página de


abertura do artigo, diferenciados das demais seções do texto do artigo e na língua
vernácula do texto;

e) títulos de seções são escritos em caixa alta e negrito, fonte 16;


títulos de subseções em fonte 14 e subseções em fonte 12, todos em negritos, levam
maiúsculas apenas nas letras iniciais das principais palavras. Os títulos a os subtítulos
das seções são apresentados de forma contínua, sem a necessidade de abertura de nova
página quando iniciada outra seção ou subseção;

f) quanto à fonte, o padrão recomendado é Times New Roman,


Arial, tamanho 12. Observam-se as exceções para as citações de mais de três linhas1,

1
Deve-se observar neste caso (citação de mais de três linhas) o recuo de 4 cm da margem esquerda.
13

notas de rodapé, paginação e legenda das ilustrações e tabelas que devem ser digitadas
em tamanho menor e uniforme (fonte sugerida 10). Paginação.

Texto
justificado.

Fonte
Times New
Roman 12.

Citação Espaço
indireta. entre
Parágrafos:
Antes: 6 pt;
Depois 6 pt;

Citação direta
com mais de 3
linhas: recuo
de 4 cm.

Paragrafação
1,5.

Espaço entre
linhas 1,5.

Nota de
rodapé.

Figura 1: Modelo de página de digitação de trabalho acadêmico.


14

3.1.3 Margens

a) margem superior: 3 cm;

b) margem inferior: 2 cm;

c) margem esquerda: 3 cm;

d) margem direita: 2 cm.


15

Margem superior
Paginação.
3 cm

Margem esquerda Margem


3 cm direita 2 cm

Margem inferior
2 cm
Figura 2: Modelo de margem de página de digitação de trabalho acadêmico.
16

3.1.4 Numeração de Páginas

As páginas devem ser numeradas seqüencialmente, em algarismos arábicos, no


canto superior direito, a partir da introdução até as referências bibliográficas. Se o trabalho
tiver anexo, índices (dentre outros elementos pós-textuais), esta numeração continua. Os
números de paginação devem ser colocados sem traços, pontos ou parênteses.

(Ver modelo de paginação nas figuras 1 e 2)

3.1.5 Notas de Rodapé

As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, ao final do artigo
ou ao final da página2, e ficar separadas do texto por um espaço simples e filete que avança
até 3 cm da margem esquerda, traço este que fica distante 1 cm da última linha e da primeira
nota. Vale lembrar que, ao inserir a nota de rodapé no corpo do trabalho, o computador já é
programado para acrescentar esse traço.

Quando e como utilizar notas de rodapé:

1) ao indicar trabalho submetido para publicação, porém ainda não


aceito;

2) ao indicar trabalho em elaboração;

3) ao fornecer a tradução de uma citação que era essencial


transcrever em língua estrangeira ou, o inverso, apontar a versão original, que, para
maior fluência do discurso, foi feita em traduzida;

4) ao fazer observações pertinentes, comentários adicionais, etc.,


que, apesar de úteis, não foi possível incluir no corpo do texto;

5) ao remeter o leitor a outras partes do trabalho, outras obras ou


autores relacionados com o tema apresentado, usando a nota "cf." (= confrontar).

6) ao introduzir uma citação de reforço que, caso colocada no


próprio texto, quebraria a seqüência lógica do raciocínio que está sendo desenvolvido;

2
A norma da ABNT sobre artigos, NBR 6022:2003, preceitua que as notas de rodapé explicativas como
elementos pós-textuais, ou seja, elementos que devem vir ao fim do texto. Mas pode-se optar por nota de fim ou
nota de rodapé, uma vez que o projeto gráfico de apresentação do artigo é de responsabilidade do aluno.
17

7) ao indicar dados obtidos por meios informais, tais como:


comunicações pessoais, anotações de aulas, conferências e correspondência pessoal.

(Ver modelo de nota de rodapé na figura 1)

3.3 Elementos Estruturais de Apresentação

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR nº


6022/2003, que trata de apresentação de artigo em publicação científica impressa, delimitou
os elementos que deveriam estar presentes no corpo de um trabalho a ser apresentado. Esta
norma estabelece os princípios gerais para a elaboração de, visando sua apresentação à
instituição (banca, revista especializada, comissão examinadora, especialistas designados e/ou
outros). A estrutura dos artigos é constituída de elementos pré-textuais, textuais e pós-
textuais.

3.3.1 Elementos pré-textuais (primeira página ou página de abertura do artigo)

É a proteção externa do documento. Deve conter os seguintes elementos:

• título e subtítulo (se houver) – em letras maiúsculas, no alto da página


(parte superior), fonte Times New Roman, tamanho 16;

• nome do autor do artigo – logo abaixo do título e alinhado a direita, em


letras iniciais maiúsculas, fonte Times New Roman, tamanho12:

o junto ao nome do autor, deve inserir nota de rodapé indicado por asterisco,
com breve currículo do autor com o endereço eletrônico;

• resumo do artigo em língua vernácula em que o artigo foi escrito, logo


abaixo do nome do autor, fonte Times New Roman, tamanho12,
espacejamento simples:

o Deve ocupar somente uma página (com um máximo aproximado de 500


palavras);

o Usar seqüência corrente de frases concisas e objetivas;

o Utilizar os descritores ou palavras-chave selecionadas;

o Empregar a voz ativa na terceira pessoa do singular;

o Evitar termos e frases que não contenham informações relevantes;

o Evitar adjetivação;
18

o Não fazer parágrafos;

o Não usar abreviaturas; e

o Não incluir referências bibliográficas.

• palavras-chave em língua vernácula em que o artigo foi escrito;

Estes elementos podem ser mais bem identificados na ilustração que segue:
19

Asterisco
indicativo de
currículo do autor

Fonte 16

Fonte 12

Fonte 16

Resumo: fonte 12,


espacejamento
simples

Palavras-chave:
Fonte 12,
espacejamento
simples

Indicativo de
Seção, Fonte 16

Texto, fonte
12, espaço
entre linhas
1,5.

Breve
currículo do
autor

Figura 4 – Modelo de Página de Abertura de Artigo (obrigatório) – Artigo originalmente publicado em


Segurança Pública & Cidadania, v. 1, n.1, jan./jun. 2008, p. 77-98.
20

3.3.2 Elementos textuais

Parte mais importante o artigo, constitui-se de:

• introdução;

• desenvolvimento;

• conclusão.

3.3.3 Elementos pós-textuais

• título, e subtítulo do artigo (se houver) em língua estrangeira (inglês);

• resumo em língua estrangeira (inglês);

• palavras-chave em língua estrangeira (inglês);

• nota(s) explicativa(s);

• referências;

• glossário;

• apêndice(s);

• anexo(s);

Estes elementos podem ser mais bem identificados na ilustração que segue:
21

Fonte 16

Fonte 16

Resumo em
inglês: fonte 12,
espacejamento
simples

Palavras-chave
em inglês: Fonte
12, espaço
simples

Referências
bibliográficas:
Fonte 12, espaço
simples

Figura 4 – Modelo de Página de Abertura de Artigo (obrigatório) – Artigo originalmente publicado em


Segurança Pública & Cidadania, v. 1, n.1, jan./jun. 2008, p. 77-98.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, como considerações finais, reforcemos a importância das leituras e da


escrita nas atividades de pesquisas.

A primeira e principal coisa que se faz para realizar uma atividade de pesquisa
é ler. E ler com o objetivo de realizar uma pesquisa não é uma atividade muito fácil. Os
escritores/pesquisadores expressam de formas diferentes seus pensamentos. Alguns de uma
forma mais literária, outros de forma mais acurada. Alguns com ironia, outros com
sofrimento. Da mesma forma, muitos lêem por prazer, outros por diversão. Mas deve-se
lembrar que o investigador3 deve se posicionar de uma forma especial diante de um texto
acadêmico-científico4. As leituras de um investigador devem ser eficientes e com um bom
grau de concentração. São estas leituras que constituirão referencial teórico fundamental no
desenvolvimento da pesquisa. Entretanto, deve se buscar algo bem específico nestas leituras.
Pontos que sejam cruciais em que definem a posição do autor sobre determinado assunto. E o
autor dá sua posição a respeito de determinado assunto quando ele está argumentando. Por
isso devemos observar os seguintes pontos quando estivermos lendo um texto5:

Após ler, a principal atividade de um investigador/pesquisador é escrever. Esta


atividade é imprescindível a qualquer investigador. A forma como expressar suas idéias é
fundamental a todo e qualquer pesquisador. Para termos um bom entendimento da forma mais
apropriada de escrever textos, deve-se levar em consideração alguns elementos importantes.

3
Chamamos aqui de investigador todo e qualquer sujeito que se submete a fazer uma pesquisa. Este termo, nesta
acepção, é bastante adequado, uma vez que engloba as diversas vertentes de investigações científicas, tanto
naturais como sociais.
4
O termo “científico” aqui denota uma concepção pragmática da investigação. Pragmática porque assumimos o
contexto de justificação de um conhecimento científico ao contexto da descoberta (assim como DUTRA, 2001) e
afastamos assim a possibilidade de um monismo metodológico, estritamente vinculado a uma única teoria da
investigação baseada na lógica indutiva (cf. POPPER e CARNAP). Seguem também este parâmetro Lakatos,
Kuhn e Feyerabend. “[...] em nossa análise pragmática da investigação como um processo de averiguação [...]
não há diferenças essenciais entre uma investigação científica e uma investigação feita em outros contextos.
Tradicionalmente, os epistemólogos e filósofos da ciência opõem a ciência ao senso comum, ou conhecimento
científico ao conhecimento comum, que produzimos no dia-a-dia [...]. Muitos autores [...] questionam tal
separação, e argumentam que não há uma diferença de natureza entre a ciência e o senso comum, mas apenas
diferenças de grau de precisão e rigor. Esta é uma opinião que compartilhamos. De fato, a nosso ver, deve-se
falar de diversos contextos de investigação. [...] a filosofia, o jornalismo investigativo, a investigação policial,
as diversas religiões etc. Se se trata de considerarmos todas aquelas atividades humanas que são responsáveis
pela produção e fixação de crenças, então todas as atividades acima devem ser levadas em consideração, além
de outras mais”. (DUTRA, L. H. A. Verdade e Investigação: o problema da verdade na teoria do conhecimento.
São Paulo, EPU, 2001).
5
As considerações/sugestões que seguem foram retiradas do Guia do Estudante de Filosofia da Universidade de
Londres e adaptadas para o nosso propósito. (LONDON UNIVERSITY. The London Philosophy Study Guide. p.
1-5).
23

Como primeiro aconselhamento que temos em uma escrita é: você não escreve
para sua própria leitura. Você escreve para outras pessoas o lerem. E investigador/pesquisador
que não escreve não pode ser considerado como tal. É preciso pensar em fazer um texto claro
e que seja confortável de ser lido. Uma das causas mais comuns da falta de clareza é não fazer
uso de suas próprias palavras.

Após escrever algo, solicite a um amigo que leia o que você escreveu e peça
que teça alguns comentários sobre o que você quis de fato transmitir. Se você notar que não
ficou claro, refaça seu texto. É importante que este amigo seja da área em que você está
pesquisando, ou tenha algum contato com esta área, pois ter familiaridade com o assunto que
você está tratando é muito importante.

Outro ponto fundamental em um texto é o formato. Um texto não é um


agrupamento de sentenças sem uma conexão lógica. Existe uma estrutura no texto que
permite um melhor entendimento das idéias expressas. Escreva com introdução e conclusão.
A introdução deve conter aquilo que você está buscando explicar com aquele texto, os
argumentos que suportam suas idéias e assim por diante.

Passa-se agora à originalidade. Ao escrever um texto você é original quando


usa seus próprios exemplos, seus próprios argumentos, sua próprias palavras. Para ser
original, não esqueçamos, é essencial que entendamos do assunto que estamos tratando. Neste
momento corre o perigo de nos apropriarmos das idéias dos outros e fazer um mau uso delas.
Lembre-se, é preciso entender o argumento e avaliá-lo quanto aos seus conteúdos, o que nos
dá a oportunidade de criticá-lo e a partir daí construir idéias próprias.

Ao usar trechos de textos de outros pesquisadores é necessário que os cite


corretamente, evitando assim incorrer em plágio. Para evitar esses constrangimentos, temos
como opções:

• Sempre que forem feitas citações diretas, devem ser feitas entre aspas, com
referência à origem, incluindo o número de páginas;
• Citações indiretas ou paráfrase devem ser acompanhadas de referências;
• Todos os livros e periódicos consultados para elaboração de qualquer texto
devem ser mencionados no fim do ensaio.
24

Seguindo estes aconselhamentos alcançaremos aquilo que é imprescindível a


todo investigador/pesquisador: honestidade intelectual. Essa é uma das maiores falhas éticas
de grande parte dos investigadores/pesquisadores6. É-se honesto intelectualmente quando não
se apropria indevidamente das idéias de outros investigadores sem mencioná-los ou citá-los.
É-se honesto intelectualmente quando se reconhece outras atividades intelectuais com o
mesmo âmbito de importância que outras atividades similares.

6
Para uma melhor idéia de virtudes centrais a todo pesquisador, conferir artigo em
<http://www.criticanarede.com>. MURCHO, Desidério. Virtudes. In http://www.criticanarede.com. Acessado
em 4/7/2005.
25

REFERÊNCIAS

ALVES, Maria B. M.; ARRUDA, Susana M. Como Elaborar um Artigo Científico.


Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/design/ArtigoCientifico.pdf> . Acesso em: 7/5/2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6022:


informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa:
apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6023. Informação


e Documentação: Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6028: resumos.


Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 10520. Informação e Documentação: Citações em Documentos –


Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 14724. Informação e Documentação: Trabalhos Acadêmicos – Apresentação.


Rio de Janeiro, 2005.

DUTRA, L. H. A. Verdade e Investigação: o problema da verdade na teoria do


conhecimento. São Paulo, EPU, 2001

MOTTA-ROTH, D. (Org.) Redação Acadêmica: princípios básicos.1. ed. Santa Maria:


Imprensa Universitária, 2001.

MURCHO, Desidério. Virtudes. In http://www.criticanarede.com. Acessado em 4/7/2005.

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