"O calvinismo é o evangelismo em sua autêntica e única
expressão; e,quando dizemos evangelismo, estamos incluindo -pecado e salvação-. Significa total dependência de Deus para a salvação; envolve a necessidade de salvação e um profundo senso desta necessidade, acompanhada por um senso igualmente profundo de nossa incapacidade de satisfazer esta necessidade e de nossa completa dependência de Deus para satisfazê-la.
Encontramos uma ilustração desta verdade no publicano
que bateu no peito e exclamou: 'Ó Deus, sê propício a mim, pecador!' Não há menção à capacidade de salvar a si mesmo, ou de abrir o caminho para que Deus o salvasse. Isto e calvinismo, não apenas algo parecido com o calvinismo, nem algo que se aproxima do calvinismo, e sim o calvinismo em sua manifestação vital. Onde se encontra esta atitude de coração e onde ela se manifesta em palavras diretas e indubitáveis, ali está o calvinismo. Onde se rejeita esta atitude de coração e mente, ali o calvinismo se torna impossível. John A. Broadus, um dos importantes e respeitados pais dos batistas do Sul, descreveu o calvinismo de seu co- fundador do Seminário Batista do Sul, Dr. James P. Boyce, como nada menos do que um nome técnico para o "sublime sistema de verdades do apóstolo Paulo".
Charles Spurgeon, o grande conquistador de almas disse:
"Utilizamos o termo -calvinista- apenas por simplificação . A doutrina chamada -calvinismo- não surgiu de João Calvino; cremos que ela procede do grande fundador de toda a verdade. Talvez o próprio Calvino a derivou principalmente dos escritos de Agostinho, que, sem dúvida, obteve das Escrituras as suas ideias, por intermédio do Espírito Santo de Deus, a partir de um estudo diligente dos escritos do apóstolo Paulo. E Paulo os recebeu do Espírito Santo e do próprio Senhor Jesus, o grande fundador da Igreja.
O que o calvinismo não é
O calvinismo não é antimissionário. Pelo contrário, o calvinismo fornece o alicerce bíblico para missões (Jo 6:37; 17.20,21; 2 Tm 2.10; Is 55.11; 2 Pe 3.99,15).
O calvinismo não destrói a responsabilidade do homem.
Os homens têm de prestar contas de toda luz que possuem, quer seja a consciência (Rm 2.15), quer seja a natureza (Rm 1.19,20), quer seja a Lei escrita (Rm 2.17- 27), quer seja o evangelho (Mc 16.15,16). A incapacidade do homem para fazer o que é reto não o isenta de responsabilidade em, assim como esta mesma incapacidade em Satanás não o isenta de responsabilidade.
O calvinismo não desestimula aqueles que se sentem
culpados e sim os incentiva a viram a Cristo. "Aquele que tem sede venha" (Ap 22.17). O Deus que salva é o mesmo que elegeu homens para a salvação. É o mesmo Deus que os convida.
O calvinismo não desestimula a oração. Pelo contrário,
o calvinismo nos impulsiona a buscarmos a Deus, pois Ele é o único que pode salvar. A verdadeira oração é motivada pelo Espírito Santo e, por esta razão, está em harmonia com a vontade de Deus (Rm 8.26).