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Telêmaco Augusto Enéas Morosini Borba.

Telêmaco Augusto EnéasMorosiniBorba (Curitiba, 15 de setembro de 1840 —


Tibagi, 23 de novembro de 1918) foium político, escritor e empreendedor
brasileiro.

Foiumautodidata, transformando-se no primeiro etnógrafo paranaense, e


foitambém mencionado como geólogo e paleontólogo pelo escritor
ReinhardMaack.

Biografia.
Era filho do Capitão Vicente AntônioRodriguesBorba e da
uruguaiaJoanaHiláriaMorosini. Casou-se com Rita Mariaem 25 de dezembro
de 1860.

Aceitando uma vida perigosa e arriscada, decide complementar a


tarefamissionária dos padres capuchinhos, e aos 23 anosénomeado para dirigir
o Aldeamento Indígena de São Pedro de Alcântara, iniciando suasatividades
de sertanista. Permaneceudez anos exercendo tal ofício.

Em 1878 fundou o Toldo Indígena de Barreiro, no município de Reserva,


tendo sido, no momento subseqüente, nomeado como Diretor dos Índios no
Amparo, município de Tibagi.

Escritor.
Em 1882, escreve o Pequenovocabulário das línguasPortuguêsa e
KaiganguesouCoroadosacompanhado de outroVocabulário das
línguasCayuguas e Chavantes, ambos publicados no Catálogo dos Objetos do
Museu Paranaense, obras de real valia, que por notícias, até os diasatuaissão
as únicas existentes no gênero.

EscreveutambémActualidade Indígena, umcompêndio de informações


indígenas, em 1908. Em 1883, publicouna Revista Sociedade de Geografia de
Lisboa, o artigo Breve notícia sobre os ÍndiosCaigangues, que foi reeditada
em 1935, em Viena, na Revista Internacional de Etnologia e Lingüística
Anthropos. Passou a externar seuspensamentosnumpequenosemanário
chamado “O Tibagy”, no ano de 1904, durante dois anos.
Seusestudoslevaram-no a sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
e do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense.
Explorador.
Como explorador, Telêmacofoi igualmente surpreendente. LamenhaLins,
então presidente da Província do Paraná, resolveuexecutar o projeto de uma
estrada férrea no sentido do Mato Grosso, cujotraçado previa uma ponte sobre
o Salto, em Guairá, Telêmacoaceitou o comando da empreitada, buscando
quebrar o mito de atingir seu objetivo pela viaaquática. Após 45 dias,
Telêmaco e seus comandados, atingemseus objetivos. ConquistamSete
Quedas, cumprindo a missãoimpossível que lhehavia sido confiado. O registro
desseacontecimentofoifeitocom a fixação de umainscriçãoempedra, retratada
por diversos historiadores, nas gargantas de Sete Quedas, nacidade de Guairá.

Político.
Telêmaconão se limitou à vida sertaneja. O vasto círculo de suasrelações,
arrastou-o para a política provinciana. O senso crítico o tornouum rebelado.
CerroufileirasnaRevolução Federalista de 1894, o que lherendeu, ao final da
revoltacontida, longos meses de exílio no Uruguai.

Após a anistia, retornouao Brasil, elegendo-se deputado provincial, para o


biênio 1882/83 e deputado aoCongresso Legislativo Estadual, nos anos de
1891, 1897, 1899, 1908, 1910, 1912, 1914, 1916 e 1918, vice-presidente do
Estado no período 1916/1917, primeiroprefeitoeleito de Tibagi, cargo que
ocupou por nove gestões, inspetor escolar, sub-delegado de polícia, exercendo
todos esses cargos comimensaabnegação, prestando em todo o período
relevantes serviços à causa pública do Paraná.

FoiTelêmacoBorbaquempercebeuserem as terras do norte do estado


ideaisaoplantio do café, tendo defendido ardorosamente a construção de
estrada para aquelaregião. Lutou para livrar o magistério da influência política
que lheimpingia o governo estadual. Criticou a contratação de obras públicas
pelo governosemconcorrência pública, entre tantas outrasintervenções. Era um
político que se preocupavacom o ofício.

Era tolerante com as questõesespirituais, jamaisimpedindo que os membros de


suafamíliacumprissemcom os deveres religiosos. Telêmaco, contudo, era
cético.

Jávelho, possuidor de rara autocrítica, dono de vasto conhecimento adquirido


através de estudos e pesquisas, prefeitovitalício de Tibagi, determina, por
testamento, a doação das coleções de seumuseu particular ao acervo do Museu
Paranaense.

Morreuaos setenta e oito nos, vítima de gripe espanhola, emTibagi.


Muitashomenagensforamfeita os ao Coronel TelêmacoBorba no Congresso
Legislativo Paranaense e pelo Museu Paranaense.

Apesar do seu vasto currículo, de uma vida dedicada à causa indígena,


Telêmaco é umpersonagemcaluniado. Atribui-se a ele a matança de índios,
entre outrasimpropriedades. Tal afirmação é grosseira, nãosó pela inverdade,
mas também pela pobreza cultural de livres pensadores ou de alienados do
conhecimento histórico. Telêmaco, homem que cedeunome a umacidade e que
ao final tevesuamemória transformada numleque de dúvidas e difamações.

Homenagens.
Naciênciafoihomenageado, quandofoibatizadocomseunomeuma das
espéciesbotânicas de sperifers – a sperifersborbae, que se encontraem todos os
grandes museus do mundo. A Academia Paranaense de Letras, eleva
TelêmacoBorbaao patronato de uma das suas 40 cadeiras, a cadeirade número
10.

Em 1963 o então chamado distrito de Cidade Nova, emancipou-se do


município de Tibagi e foi denominado TelêmacoBorbaemhomenagemao
coronel, que ainda era detentor do cetro e do título de líder e senhor do Vale
do Tibagi.

Diversos logradourosemváriosmunicípios brasileiros emvários estados,


receberam a denominaçãoTelêmacoBorba, sejaemhomenagemaopróprio
coronel ouentãoemhomenagemindireta por mençãoaomunicípio paranaense.
Cidades como Curitiba e São Paulopossuemruacom esta denominação, além
de municípios como Londrina, Colombo, Cambé, Joinville, Mogi-Guaçu,
Feira de Santana, Camaragibe.

EmTibagiháainda a EscolaTelêmacoBorba, criada através de decreto


governamental nº 720 como Grupo Escolar TelêmacoBorbaem 18 de setembro
de 1918,sendo a primeiraunidade escolar do município.

Referências.
a b «Cadeira 10 – Patrono Telêmaco Augusto EnéasMorocinesBorba (1840-
1918)». Academia Paranaense de Letras. Consultado em 12 de abril de 2015.
«Galeria dos Prefeitos de Tibagi é reaberta para a comunidade». Plantão da
Cidade. 3 de abril de 2014. Consultado em 17 de janeiro de 2015.

BIBLIOGRAFIA ADICIONAL.

BORBA, Telêmaco.
1908: Actualidade Indígena. Curitiba: Impressora Paranaense, 1908.
[Texto en portugués]

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